I
~T.4
M AS SO
/
~
f
i~l
j
IS
sumario
4
n
oti
c
i
as
6
~
in
v
estim
e
n
to
Central de biomassa
agrfcola
8
Produzir energia com bagas;o de azeitona
"
azeite
Olidal
Actividade bem oleada
,I12
•
olivicu
l
tur
a
Gest
ao
da vegetas;ao
het
·
b
acea
em
vinha
e olival
16
0
a
zeite
s do mundo
Tunfsia
Um pafs
em
que o
azeite
foi sempre
ouro
Eclitora: lsabel Martins (imartins@ifc.pt) Redacgao: Emilia Freire (efreire@ile.pt)
Direcgao de Publicidade: Ant6nio Gabrid (agabriel@ile.pt) Paginagao: Rui Ciarcia (rgarcia@ifc.pt)
Colaboraram neste nD.mero: .loao Barbosa (jornalista):
Prof. Angclo Rodrigues e Prof"'. Alexandra Cordciro (instituto Polit cc-nico de Bragan<;a); Gil Garcia (fotografia)
Foto da capa: Ciil Ciarcia
Propriedade
I FE- Edi<;oes e Forma.,:iio. SA
Rua Basilio Teles, 35- I" Dto.- 1070-020 Lisboa
Tel.: 210 033 800 • Fax: 210 033 888 • £-mail: geral((l;ife.pt
N PC: 504 700 669 • Orgaos sociais: I FE 100% Directora-geral: Cristina rvtartins de Barros
Director Editorial e de Publicag6es: Filipe Gil Directora Comercial: Raqucl Rcbclo
Directora de Operaqoes: Margarida Arattjo Responsavel de Marketing: Patricia Estevao
editorial
Mais-valia
Os pre~os do azeite continuam depnmidos e pat·ece claro o ex-cesso de ofet·ta no mercado mundial. Dizem os mais pessimistas que nao tardara muito a chegar uma ct·ise identica
a
que viveu,e
ainda vive. o sector vitlcola.
Que os tempos nao estao faceis ja sabemos.
e
a situa~ao econo -mica do pals nao ajuda nem urn pouco a conjuntura. Acresce o salto qualitativo que os grandes pafses produtores deram, o que significa dizer que o azeite esta cada vez melhor e mais barato. Se pafses como a T unlsia produzem eo m uma qualidade queper-mite aos italianos comprar-lhes azeite a granel
e
engarrafa-loco-mo made in Italy a pre~os made in Tuscany, entao temos mesmo de estar atentos.
Portugal tem no entanto, uma vantagem. A crise do vinho
apa-nhou os produtores completamente vtrados para o mercado 111-terno e amda com muito por fazer na estrutura~ao da sua
estra-tegia como mat·ca. Ao contt·ario, no azette. quem esta a produzir com muita qualidade tern necessanamente na mira a exporta~ao.
Pela simples razao que o mercado portugues ainda nao paga esta
distin~ao.
E
por isso que acredito que os produtores estao me -lhot· defendidos para uma eventual cri se. Porque pensaram as suasmarcas, criaram valor acresctdo e apostaram no exterior
e
em segmentos que estao dispostos a valorizar esta mais-valia. Nao garante imunidadea
cnse, mas aJuda muito.lsobel !vlortins
Edttora
Pre-impressao, Impressao e Acabamento: Fcrnandcs e Tercciro. Lda.
Rua N. Sra. Concei<;iio, 7-2794-014 Carnaxidc; Tcl: 214 259 200
Tratamento de base de dados e envelopagem Rout age Service. Lda. -Tel.: 219 385 692
Publica~tao trimestral • Tiragem clestc nt1111ero: 7000 excmplares Deposita Legal: 229488/05 • Nttmcro de regis to: I 24733
~
olivicultura
Gestao da vegetaga
o
herbacea
em vinha e olival
0 ambito da protcc<;:iio das c
ul-turas, a vegeta<;:iio espontiinea
deve ser vista como um
proble-ma sanitaria cronico, na mcd i-da em que todos os anos sem exeep<;:ao c
necess<1rio estabclecer mediclas para o seu
combate. Em culturas perenes, como a
vinha e o olival, as infestantes competem pelos recursos, designadamente pela agua
c nutrientes. Adicionalmente podem mo -dificar 0 microclima junto ~. canopia, com
agravamento de outros problcmas san
ita-rios, c serem hospcdeiros de organismos
nocivos, se bem que tambem de organis -mos auxiliares.
As infestantes siio habitualmente comba-tidas por proeessos meciinieos, com mo-biliza<;:oes e/ou atraves do corte, ou recor-rcndo ao uso de herbiciclas. Outros m eto-dos, como o uso de chama, vapor de <1gua
quentc ou radia<;:iio infravermelha, nao tem
ainda condi<;:oes para se generalizarem, por
serem metodos caros e/ou de reduzida efi
-c{tcia no combate as infestantes.
Corn
bat
e
a infestantes atraves
da mobili
z
agao
do solo
Ao longo de muitas dccadas as infestantes
foram combatidas atravcs da mobiliza<;:iio do solo. No caso das vinhas foram
desen-volvidos equipamentos cspccificos (char
-ruas vinhateiras) que realizam a escava,
facilitando a elimina<;:ao das raizes que s ur-gem acima do no da enxertia, ea amontoa, atraves da qual se coloca de novo o solo
junta <1 planta. Esta segunda opera<;:iio tem
m(tltiplos papcis, dos quais se dcstacam a
incorporas;ao dos fertilizantcs e a des
trui-<;:iio das ervas daninhas. As enxadas m
eca-nicas sao equipamentos de mobiliza<;:iio do
12 /~ Outubro f\Jovembro/Dezembro 10 I 0
Coberto de uma mistura de leguminosas anuais de ressementeira natural em oliva
de sequeiro.
solo accionados pela tomada de tor<;:a que
foram tambem muito utilizados nas vinhas.
De forma mais generalizada, a mobilizar;ao
dos solos em vinha e olival tem sido
reali-boa cobertura ao solo (em particular olivais
jovens ea vinha durante o Jnverno). As go-tas de chuva, atraves da sua energia ci
ncti-ca, provocam a desagrega~ao das particulas
zada com escarificadores, frequentcmente de solo. Quando a precipitar;ao ocorre com
equipados com aivequilhos. Em algumas regiocs do pais, incluindo a regiao do
Dou-ro, sao ainda utilizados animais como for<;:a
de trac<;:ao na mobiliza<;:ao do solo. Contudo, apesar de ser uma pr::itica ances-tral, toda a informar;ao cientifica e tecnica actualmente disponivel aponta no scntido
de que as mobiliza<;:oes do solo devem scr
reduzidas ao minima e, sempre que po
s-sfvel, evitadas. As mobiliza~oes nao ap re-sentam os efeitos benefices que durante anos lhe toram sendo atribuidas.
E
inequivoco que tun solo mobilizado ficasusceptivel a erosao. Culturas perenes como a vinha e o olival niio ofercccm uma
elevada intcnsidade, em que a quantidade de agua que cai ultrapassa a capacidade de
infiltra<;:iio no solo, este e arrastado pelas
aguas de escoamento superficial. A perda
de solo e considerada pela ECAF
(Euro-pean Conservation Agriculture Federation)
o principal problcma ambicntal da bacia
mediterranica associado a agricultura. Per-der solo significa recluzir a sustcntabilidade
dos agrossistemas e contribuir para o asso
-rcamento e eutrofiza<;:iio dos cursos de {tgua e albufeiras.
Por outro laclo, mobilizar significa arejar o
solo, isto e, tornccer oxigenio aos micror-ganismos. Desta forma, potencia-sc a mi
neralizac;ao dos substratos orgameos. Vi
-nhas e olivais cultivados em condic;oes me-diterranicas, sobretudo em solos de textura
franca a franco-arenosa e habitualmente
mobilizados, aprescntam teores de materia
orgiinica muito baixos. Este aspecto deve
ser considerado muito ncgativo, uma vez
que a materia organica c Lllll constituinte muito importante para a qualidade de Lllll
solo.
Alguns agricultores veem as mobilizac;oes
do solo como uma forma de economizar
itgua. Contudo, isto e apenas verdade na
rnedida em que as mobilizac;oes destroem a
vegetac;ao herbacea. A camada superficial
do solo perdc <1gua por evaporac;ao, mas a medida que a profundidade aumenta a per -da de agua deve-se sobretudo a transpira
-c;ao das plantas. Nao ha qualquer evidencia
cientifica de que as mobilizac;oes possam contribuir para a economia de agua de for-ma mais eficiente que qualquer outro me
-todo que controle de forma eficaz a veg
eta-c;ao herbacea.
As mobiliza<;oes causam clanos significati -vos nos sistemas radieulares das videiras e
das oliveiras. Destroem a parte do sistema
radicular composta pelas raizes mais finas,
que se desenvolvcm <I superficie na
cama-da mais fertil, e que possuem tun papel relevante na absorc;ao de nutrientes. Se as mobilizac;oes sao etectuadas num periodo de clevada actividade fisiol6gica, em
par-ticular proximo da florac;ao, podem causar
stresse hidrico e nutritivo com perda de produtividade. A destrui<;ao do sistema
ra-dicular origina ainda o consumo suple
men-tar de fotoassimilados na sua regenerac;ao,
debilitando a planta de forma progressiva. A mobilizac;ao do solo e tambem uma ope -rac;ao demorada c com clcvados custos
energeticos e ambientais.
M
a
n
utengao do so
l
o nu
co
rn ap
li
caga
o
de
h
er
bi
c
i
d
as
A partir de segunda mctade do scculo XX generalizou-se o uso de substancias he
r-bicidas no combate as infestantes como
metodo alternative Oll compJementar as
mobilizac;oes. No caso da vinha e do olival
estabeleceram-se sistemas de nao
mobili-zac;ao com solo nu, em que as infestantes siio combatidas com tratamentos
prc-cmer-gencia usando herbicidas de acc;ao residual,
com particular destaque para o uso de si-mazina e cliurao. Os sistemas de nao mo-bilizar,:ao com solo nu apresentam algumas vantagens relativamente ao recurso a
mobi-lizac;oes, mas tem tambem alguns
inconve-nientes. A vegetac;ao herb<1cea e controlada
olivicul
t
ura
~
mero de especies resistentcs aos herbicidas.
0 aparecimento de bi6tipos rcsistentes <Is triazinas, e posteriormente a outras subs -tancias herbicidas, revelou-se tambem tun problema importante nestes sistemas de
manutcnr,:ao do solo. A elevada persistencia
no solo ea mobilidade de algumas substa n-cias herbicidas, constituindo-se como fon -tes potenciais de contaminac;ao ambiental
dos aquiferos e aguas superficiais,
contri-buiram definitivamente para o abandono clesta forma de manter o solo.
Coberto de trevo subterraneo em olival de sequeiro.
de forma adequada, o que, associado it nao
danificac;ao do sistema radicular das espc
-cies cultivadas, permite que se obtenham ganhos de proclutividade comparativame n-tc com culturas mobilizadas.
A manutenc;ao do solo nu nao se revela,
contudo, um sistema adequado na protec -c;ao do solo contra a erosao, devido
a
ausen-cia de um revestimento vegetal. Como nao permite o desenvolvimento da vegetac;ao herb{tcea, tambem nao promove o aume
n-to cla materia orgiinica do solo. Por outro
!ado, o uso de herbicidas residuais permite
a invcrsao da flora adventicia, com rcduc;ao da biodiversidade, ficando o coberto
gra-clualmente clominado por tun reduzido nt
i-Ma
n
ute
n
g
ao d
o s
olo c
o
rn
cober
t
uras veg
et
ais nat
u
rais
0 solo deve permancccr rcvcstido com vc -getac;ao herbi1cea, em particular no periodo outono/inverno. So desta forma e possivel
controlar a perda de solo por erosao. E ne -cessario tambcm ter presente que a materia organica do solo rcsulta da deposi~ao conti
-nuada de substratos organicos, sendo a bio
-massa das intestantes a componente mais
importante. Assim, a (mica forma objectiva
de se clcvar o teor de materia organica de
lllll solo e ser tolerante com 0 dcsenvolvi
-mento da vegctac;ao herbacea. Por outro !ado, a nao mobiliza<;ao restringe a difusao do oxigenio no solo protegendo a materia
~
olivicultura
organica do ataquc dos microrganismos. 0 desenvolvimento dos sistemas radicularcs da vegetac;:ao hcrbacea favorecc a est rutu-ra do solo, o que. associado ao incremento da materia orgfmil:a, permite uma melhor
transitabilidadc dos equipamentos e reduz
o impactc ncgativo destcs na compactac;:ao do solo. Maior tok:rfmcia corn a vcgetac;:ao
hcrbacea represcnta tambem Llln aumento
benefico de biodiversidadc no agrossis
tc-ma.
Estudos rccentes mos -traram que a presen<;a da vcgcta<;ao herbacea altera o padrao de de -scnvolvimento do sis te-ma radicular da videira. Quando a vinha reinicia a sua actividadc
vcgcta-tiva. a camada superf i-cial do solo cncontra-se dominada pelos sistemas radicularcs das intes-tantcs, o que "for<;a'' a
vicleira a clescnvolvcr o
sistema radicular cm pr
o-fundicladc. Contuclo. este aspecto nao
c
necessaria-C
u
l
t
ivo e
m
se
quei
ro
vs cul
t
ivo e
m re
gad
i
o
Em ambiente mcditern1nico devem ser
clistinguidas, de forma inequivoca. cluas
situa<;oes agro-ecologicas: se a vinha ou o olival sao regados ou se sao conduzidos em
sequeiro. A tolcriincia que se pocle e deve
ter com a vegetac;:ao herbacea
c
completa -mente distinta.A introduc;:ao de coberturas vcgctais nao 6
hoje Llll1 t6pico com actualidacle relevantc
com actividade vegetativa muito reduzida.
A destrui<;ao da vcgeta<;ao nao devc ser
eteetuada atraves de mobiliza<;oes de solo. pelas razoes que foram inicialmente ap
on-tadas. As alternativas sao o recurso a hcr
-bicidas nao sclectivos, prefercncialmentc
sistem icos, a pi icados em pos-cmcrgeneia ou a destruic;:ao cla vegetac;:ao pclo corte. Os herbieiclas pos-emergencia sao uma
soluyao tccnica muito satisfatoria pois per
-mitem parar a perda de agua no momento
mcnte ncgativo na medi- Mulching de vegetaoao morta de trevo subterraneo durante o Verao.
mais oportuno. Contudo,
como sao usados herb
i-cidas com componentes
nao selectivos e n
eeess{t-rio clispor de um bom
sis-tema de protecc;ao para que a calda nao atinja as
culturas. A destruiyao da
vcgcta9ii0 pelo corte
e
menos eficaz no contro-lo da perda de agua por
transpira~ao, ja que nao
se conseguc a morte das
infestantes mas apenas a
redu<;ao cla sua activida -de vcgetativa. Assim, do
ponto de vista tecnico, a mclhor soluc;:ao para
vi-da em que prepara a planta para o strcsse
hidrico estival. Se a vcgetayao herbitcea for
oportunamentc climinada, a vidcira pode
posteriormcntc acccler aos recursos que se encontram na camada superficial.
A presenc;:a de vegetac,;ao hcrbacea tambcm levanta alguns problcmas. na medida em
que compete pcla agua e nutrientes. No entanto, a competic;:ao por nutrientes nao
pode ser considerada um aspecto tccnico relevantc,j{1 que podcni ser fcito um pequ
e-no rcforc,;o da adubac;:ao c. a medio prazo, os nutrientes absorvidos sao reciclados com a clecomposic;:ao clas infestantcs no solo. Pclo contdtrio, a competir;ao pcla agua 6 um
factor dctcrminante, uma vez que em clima mcditerranico a falta de {tgua no Verao se
constitui eomo o principal factor limitantc
do crescimento e produr;ao.
14 ) •Outubro r loverrbro Dezcr-.,bro 2010
em pomarcs e vinhas de climas temperados httmiclos. Generalizou-se o uso de cobert u-ras vegetais naturais ou semeaclas geridas com equipamentos de destruic,;ao fisica da
vegetac;:ao (destroc;:adores, gadanheiras). Em vinhas e olivais regados o t6pico ganha alguma importiincia pm·que a agua cleve scr
utilizada de forma cficicntc pela planta cul
-tivada c nao pcla vcgetac;:ao herbacea. Co n-ludo, quando se rega remove-se o principal factor limitnntc, scndo menos problcJmitica a presen9a de intestantes.
Em cultivo de sequeiro a economia de <igua
c
decisiva. Nas estrategias de gestiio do solo cste aspecto devc estar scmpre presentc. Sebe m que seja inqucstionavelmente vantajosa a prescn<;a da vegeta9ao herb{tcea durante o pcriodo outono/inverno, a partir da prim
a-vera esta tern de scr climinada ou manticla
nhas e olivais em scqueiro clevedt ser o uso de herbicidas niio selectivos a pi icados em p6s-emcrgencia. Em vinhas c olivais de
re-gadio a clestruic;:ao da vegetac;:ao pelo cone sera o metoclo mais aconsclhavcl. Na linha dcve man ter-se o solo livrc de in festantes com recurso a hcrbicidas que contenham componentc(s) de acc;:ao residual.
C
o
be
r
turas
veg
et
ais
semead
as
A litcratura classica sobrc o cnrclvamentodas entrelinhas, em particular na cultura da vinha. faz habitualmente referencia <I sementeira de gramincas (azcvem, fes tu-cas. poas, ... ). Como meritos, as gramincas confcrem protec<;ao ao solo contra a cro-sao, promovcm uma boa estrutura e fae i-litam a transitabilidade dos cquipamentos. Note-se, contudo, que estas soluc;:oes sao
originarias de regi5es com clima
tempera-do ht1111ido. Em Portugal, exceptuando-se
situa.;:oes de regadio, em que a agua de rega nao scja factor limitante, ou solos muito ar
-gilosos, em que a transitabi!idade seja um
problema maior, o uso de gramfneas em
co-bertos
e
uma soluyiiO probJematica, porqueestas plantas silo competidoras eficientes
pelos recursos hidricos.
Em ambiente meditcrranico, na op<;:'io por
cobertos vegetais scmcados, deve dar-sc
prioridade as leguminosas. Estas plantas
conferem suficienle prolecr;ao ao solo e
au-mentam a sua fertilidade, sobretudo at raves
da fixa<;ao biol6gica de azoto, podendo, por
esta via, permitir a redut;iio dos custos com
furtilizantes. Em vinhas e olivais de
scquei-ro deve dar-se preferencia a cspccics
anu-ais de ressemenetira natural (p. ex. trcvos
subternlncos) c cultivares de ciclo
particu-larmentc curto (p. ex. cv. Nungarin) ·que
minimizcm a competit;iio pela agua. Estas
plantas dcscnvolvem menos biomassa que
as lcguminosas anuais de ciclo mais longo e que as leguminosas pcrenes mas transp
i-ram menos agua, dcvido a terem um ciclo mais curto.
Em condiv6es de sequciro, o cobcrto dcvc
scr destrufdo pelo corte logo que uma parte
das vagcns apresente sementes fisiologica
-mente maduras em quantidade que
assegu-re a ressemcnteira natural. 0 mulching de
material morto manteri1 o solo protegido
durante o Vcriio. lnfelizmente sa be-se ainda
Pla ntivet
®
A sua terra agradece.
pouco sobre a pcrsistencia destes cobertos,
na medicla em que silo usadas especies
pra-tenses apenas cstudadas em situa<;oes em
que o controlo da vegetar;ao e feito com
pas-toreio. Em vinhas e olivais de regadio pode
equacionar-se o uso de leguminosas perenes
ou de misturas de leguminosas e gramineas
eom predominaneia das primeiras, na
medi-da em que se pode ser mais tolerante com a
vegeta<;:'io. No mercado existem j{J solut;6cs
comen:ias baseadas mais ou menos nestcs
prindpios para a vinha e para o olival.
Considera
goes
finais
Em vinha e olival deve procurar manter-se
o solo com um coberto vegetal vivo durante
o periodo outono/inverno e um mulching de
vcgetat;iio morta (ou de reduzida activiclacle
biol6gica) durante o Verao. Desta forma, e
possivel assegurar protccy:'io ao solo
duran-te todo o ano. Contuclo, a dcpendencia das
mobilizav5es continua a prcdominar entre
produtores, seja p01·que lhcs parece neces-sario incorporar os fertilizantcs, seja por nao cstarcm aincla suficientemente
convic-tos de que podem manter o solo exclusiva
-mente com corte e/ou herbicidas. Tem sido
habitual obscrvar que alguns produtores
cnsaiam cstratcgias de nilo mobilizav:'io,
mantendo alternadamente entrclinhas com
o solo mobilizado e entrelinhas com cobe
r-tos vegetais naturais ou semeados gericlos atraves de corte. Acreseente-se que o me -todo escolhido para a gestao da vegetat;ao
olivicultura
~
dcve respeitar as normas agro-ambientais
cm vigor, em particular a portaria 11° 42 ~
A/2009.
}-Agradecimen
t
o
Act1vidade f~nanciada no ambito do projecto
PTDC/ AGR-AAM /098326/2008.
M. Ange!o Rodrigues, A. Alexandra Cordeiru, Margarida Arrohas Centro de !nvestigarcio de Montanha.
lnstituto Politecnico de Bragan(·a
B
i
b
li
ografia de apo
i
o
Celette, F., R. Gaudin, and C Ga1-y. 2008. Spatial
and temporal changes to the water regime
of a Mediterranean vineyard due to adop
-tion of cover uopping. European )oumal of
Agronomy 29 153-162.
Upeck1. J. and S. Be1·bec 1997. Soil manage
-ment in perennial crops: orchards and hop
ga1·dens. Soil and T1llage l~esearch 43 169-184. Pastor. M.,
J.
Castro, V. Veja. and r1. D.Hurnd-nes. 200 I. Sistemas de mane1o del suelo. In
El cultivo del oflvo. eds. D. Barranco, R. F
cr-nandez-Escobar, and L. Rallo. 215-254. Co
-ed1cion Mund1-Prensa & Junta de Andalucia,
Spain.
1'<-odrigues, M.A., Cabanas, j.E. 2009. Man
uten--;ao do solo. Em: Rodrigues, M.A.. Correia,
C.M. (eds.): Manual da Safra c contra safra
do olival. 41-57. IPB, B1·agan-;a.
T1sdall. J.M. 1989. Soil Management. Acto Horti
cu/turoe 240 161-168.