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Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola. Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

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Agrupamento de Escolas

de

Miranda do Douro

Avaliação Externa das Escolas

Relatório de escola

Delegação Regional do Norte da IGE

Datas da visita: 16 a 18 de Fevereiro de 2009

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Ag rupa mento de Escola s de Mi ran da do D ouro  16 a 18 de Fev er eiro de 20 09 I – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa. Por sua vez, o programa do XVII Governo Constitucional estabeleceu o lançamento de um «programa nacional de avaliação das escolas básicas e secundárias que considere as dimensões fundamentais do seu trabalho».

Após a realização de uma fase piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao processo de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho.

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efectuada entre 16 e 18 de Fevereiro de 2009.

Os capítulos do relatório ― Caracterização do Agrupamento, Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e Considerações Finais ― decorrem da análise dos documentos fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

Escala de avaliação

Níveis de classificação dos cinco domínios

MUITO BOM – Predominam os pontos

fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de

alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.

BOM – A escola revela bastantes

pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

SUFICIENTE – Os pontos fortes e os

pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

INSUFICIENTE – Os pontos fracos

sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos.

A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

O texto integral deste relatório, bem como um eventual contraditório apresentado pelo Agrupamento, encontra-se no

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II – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO

O Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro tem como área de influência pedagógica a zona centro/norte do concelho de Miranda do Douro, em relação ao Ensino Básico, e abrange todo este concelho e o de Vimioso, em relação ao Ensino Secundário. Com a actual composição, entrou em funcionamento no ano lectivo 2006/2007 e compreende: um jardim-de-infância, uma escola básica com 1.º ciclo e uma escola básica e secundária (EB/S), todos localizados na cidade de Miranda do Douro, a sede do concelho.

O jardim-de-infância, recentemente construído pela Autarquia, carece de equipamentos específicos para o desenvolvimento da componente de apoio à família. A Escola Básica do 1.º Ciclo ocupa as instalações da extinta EB2 de Miranda do Douro. A escola sede do Agrupamento (a EB/S) localiza-se na antiga Escola Secundária com 3.º ciclo de Miranda do Douro e é constituída por vários blocos dispersos, campos de jogos, recreios e áreas ajardinadas. O Agrupamento dispõe de duas Bibliotecas Escolares/Centro de Recursos Educativos, integradas na Rede Nacional de Bibliotecas Escolares.

A população escolar compreende, actualmente, um número total de 595 crianças/alunos, distribuídos por 33 grupos/turmas: Educação Pré-Escolar – 71 crianças /3 grupos; 1.º ciclo – 120 alunos/7 turmas; 2.º ciclo – 85 alunos/4 turmas; 3.º ciclo – 135 alunos/7 turmas; Ensino Secundário Regular – 141 alunos/9 turmas; cursos profissionais – 33 alunos/2 turmas e um curso de educação e formação de adultos – 10 alunos. No universo da população escolar referido, 31 crianças/alunos são estrangeiros e 12 de etnia cigana.

Os dados fornecidos pelo Agrupamento revelam que a Acção Social Escolar, em 2008/2009, apoia 15% dos alunos no escalão A; 12% no escalão B e 2% no escalão C. A mesma fonte mostra que 40% dos alunos possuem computador com ligação à Internet.

Conhecem-se as profissões de 76% dos pais e, destes: 26% trabalham nos serviços e no comércio; igual percentagem (26%) são operários, artífices e trabalhadores da indústria; 24% são quadros superiores, dirigentes ou têm profissões intelectuais; 10% trabalham na agricultura; 7% são técnicos e profissionais de nível intermédio e 7% são trabalhadores não qualificados. Conhecem-se as habilitações literárias de 95% dos pais e, destes: 69% possuem o Ensino Básico; 15% concluíram o Ensino Secundário; e 11% detêm habilitação de nível superior.

O quadro do pessoal docente é constituído por 80 educadores/professores: 47 do quadro de escola, dos quais 16 com a categoria de Professores Titular; 23 do quadro de zona pedagógica e 10 contratados. O quadro do pessoal não docente integra 50 funcionários: 12 são assistentes técnicos e 38 assistentes operacionais. Ag rupa mento de Escola s de Mi ran da do D ouro  16 a 18 de Fev er eiro de 20 09

III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

1. RESULTADOS BOM

O desempenho escolar dos alunos do Ensino Básico, no ano lectivo 2007/2008, apresenta taxas transição/conclusão claramente superiores às médias nacionais. Nos 11.º e 12.º anos do Ensino Secundário, as taxas de transição e de conclusão são superiores às médias nacionais, o que não ocorre, no 10.º ano, onde a taxa de transição é inferior à média nacional. Os cursos de educação e formação, no mesmo ano lectivo, evidenciam uma taxa de conclusão de 92%, o que incentivou a organização e implementação de cursos profissionais. O abandono escolar, em 2007/08, foi inexistente.

Nas provas de aferição de 2008, o 4.º ano apresenta resultados positivos e muito superiores à média nacional. Contudo, no 6.º ano, o desempenho dos alunos, nas mesmas provas, situa-se abaixo dos referentes nacionais. Nos exames do Ensino Básico, os resultados têm vindo a melhorar progressivamente, sendo, em 2008, superiores à média nacional, em Matemática, e igual, em Língua Portuguesa. Nos exames nacionais do 12.º ano, em 2008, os resultados nas disciplinas de Português, Matemática A e História situam-se abaixo dos valores nacionais.

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O Agrupamento não compara os resultados dos seus alunos com os de outras escolas/agrupamentos da sua região, embora reconheça a posição favorável em que se encontra. Na generalidade, os alunos são bem comportados, participam em várias experiências de aprendizagem, colaboram e co-responsabilizam-se em iniciativas solidárias e de melhoria do ambiente educativo. A área de Formação Cívica, as actividades de enriquecimento curricular e a instituição de prémios de mérito despertam os alunos para a interiorização e o reconhecimento de valores fundamentais à convivência social. A comunidade educativa valoriza muito a escola e atribui muita importância à realização escolar.

2. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO BOM

A articulação curricular é promovida pelas estruturas de coordenação e supervisão, através da aplicação dos planos de estudos, da articulação dos programas das diferentes disciplinas, por ano de escolaridade, e da aplicação dos critérios de avaliação. A adequação curricular ao contexto turma é concebida e organizada pelos conselhos de turma, tendo em conta as características dos alunos. A sequencialidade inter-ciclos envolve as diferentes unidades educativas e concretiza-se através de dinâmicas formais e informais, onde os educadores, os professores titulares de turma, os coordenadores de ciclo e os directores de turma participam e fornecem as suas informações sobre os alunos. A transição dos alunos para o Ensino Secundário é internamente acompanhada, mas não ficou claro que a articulação seja desenvolvida, designadamente com os Agrupamentos de Escolas de Sendim e de Vimioso, de onde provêm, maioritariamente, os alunos que ingressam no Ensino Secundário, no que respeita à sequencialidade do 9.º para o 10.º ano.

O acompanhamento da prática lectiva em sala de aula é realizado, apenas, de forma indirecta, pelas estruturas de coordenação e supervisão, através das planificações e da verificação do cumprimento dos programas. A análise sobre os resultados escolares dos alunos constitui um trabalho regular e sistemático realizado pelo Conselho Pedagógico e pelas estruturas de coordenação e supervisão pedagógica.

A resposta educativa para os alunos com necessidades educativas especiais e com dificuldades de aprendizagem envolve os órgãos de gestão, as estruturas de coordenação e supervisão e os docentes de educação especial que definem e organizam as medidas de diferenciação positiva, visando o sucesso educativo de todos. O acompanhamento psicopedagógico dos alunos é fruto da cooperação com o centro de saúde local e o Gabinete de Apoio a Jovens, já que o Agrupamento não dispõe de Serviços de Psicologia e Orientação.

A oferta educativa responde às expectativas dos alunos, das famílias e da comunidade local. A existência de um conjunto alargado de actividades e projectos, promotora do enriquecimento pessoal e sociocultural, assim como da melhoria do ambiente educativo; o estímulo ao saber científico; as saídas ao exterior; o intercâmbio com escolas espanholas e a valorização do património cultural local, nomeadamente a preservação da Língua e Cultura Mirandesas, traduzem, entre outros aspectos, a abrangência do currículo e a valorização dos saberes.

3. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR MUITO BOM

As linhas orientadoras do Projecto Educativo, construído de forma participada, enformam toda a acção educativa, assente em metas claras e mensuráveis. O Conselho Executivo organiza o planeamento global do Agrupamento com critérios bem definidos. A gestão dos recursos humanos e financeiros também revela uma estratégia delineada com rigor. Existe um plano de formação que contempla acções de curta duração para o pessoal docente e não docente, desenvolvido, essencialmente, por actores internos. As evidências recolhidas mostram a existência de um bom clima organizacional e a preocupação com a qualidade dos espaços e dos equipamentos, a segurança e o bem-estar.

A participação dos encarregados de educação no percurso escolar dos seus educandos é muito assídua e espontânea, da Educação Pré-Escolar ao 7.º ano de escolaridade. A partir daqui existem variações localizadas para as quais têm sido desenvolvidas estratégias específicas e bem sucedidas. Os pais e

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encarregados de educação encontram-se representados nos órgãos de administração e gestão, assim

como nos conselhos de turma. A Associação de Pais e Encarregados de Educação, comum a todo o Agrupamento, e os elementos da comunidade educativa que integram o Conselho Geral Transitório, apreciam a organização e gestão, orientadas por princípios de justiça e equidade, valorizam a disponibilidade dos diferentes actores e cooperam na resolução dos problemas de funcionamento.

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4. LIDERANÇA MUITO BOM

O Conselho Executivo define com rigor os objectivos da acção educativa, de acordo com as prioridades constantes do Projecto Educativo, e organiza, de forma bem estruturada, um conjunto de orientações estratégicas ajustadas ao Agrupamento com metas claras e mensuráveis.

A liderança de topo é muito forte e desenvolve uma gestão muito motivada e muito empenhada, que compromete e responsabiliza as estruturas de coordenação e supervisão pedagógica. A articulação e a complementaridade de funções são uma constante no quotidiano das diferentes unidades educativas do Agrupamento.

A disponibilidade na abertura à inovação, na qual o Agrupamento evidencia níveis de empenho acentuados, incluindo dos alunos, tem potenciado dinâmicas internas com implicações significativas na melhoria global do ambiente educativo. Os sucessos conseguidos também são fruto da capacidade de visão estratégica na construção de parcerias públicas e privadas.

5. CAPACIDADE DE AUTO-REGULAÇÃO E MELHORIA DO AGRUPAMENTO

[CLASSIFICAÇÃO]

BOM

O Agrupamento possui uma equipa de auto-avaliação, desde 2005/2006, que tem desenvolvido um trabalho contínuo e progressivo. Neste momento, já existe algum conhecimento tratado e divulgado sobre os aspectos fundamentais da organização e do funcionamento, que possibilitou definir as prioridades do Projecto Educativo, estabelecer metas avaliáveis e elaborar planos de melhoria. Contudo, verifica-se que a dinâmica implementada carece de um maior envolvimento da comunidade educativa, do alargamento a outros domínios da organização e do aperfeiçoamento dos instrumentos de recolha de informação.

As dinâmicas de auto-avaliação desenvolvidas permitem identificar, também, os pontos fortes e fracos do Agrupamento, apoiando-se neles para sustentar uma estratégia proactiva. Neste sentido, está atento às oportunidades e aos constrangimentos para fomentar mecanismos de desenvolvimento que permitam afirmar a sua identidade e garantir a sustentabilidade do seu progresso.

IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR

1. RESULTADOS

1.1 SUCESSO ACADÉMICO

O desempenho escolar dos alunos, no ano lectivo 2007/2008, apresenta, no 1.º ciclo, taxas de transição/conclusão de 100%, confirmadas pelos resultados das provas de aferição do 4.º ano, com 100% de classificações positivas, situando-se, assim, muito acima dos referentes nacionais. Para este facto contribuíram medidas organizacionais, nomeadamente: a docência coadjuvada nos últimos três anos consecutivos, o investimento no ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa, da Matemática e das ciências e a afectação de equipamentos e espaços específicos, decorrente da ocupação das instalações da extinta Escola Básica do 2.º ciclo. As taxas de transição/conclusão, nos 2.º e 3.º ciclos, também se situam acima das médias nacionais, num intervalo entre os 90,9% e os 100%. Os resultados das provas de aferição do 6.º ano, embora positivos, são inferiores às médias nacionais. As razões aduzidas pelos actores internos sobre o desempenho

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progressivamente descendente destas provas têm a ver com a idade dos alunos, as mudanças na organização do currículo e a falta de investimento no estudo por parte dos alunos. Não ficou muito claro, contudo, quais as razões internas sobre este desempenho, embora as medidas que foram adoptadas para inverter a situação sejam o apoio educativo, as dinâmicas do Estudo Acompanhado e da Biblioteca Escolar, assim como a implementação de planos de recuperação e de acompanhamento.

O desempenho dos alunos nos exames nacionais do 9.º ano, ao longo dos três últimos anos, tem vindo a melhorar progressivamente, sendo, em 2008, igual à média nacional, em Língua Portuguesa (3,3) e superior, em Matemática. Aqui, o desempenho dos alunos situa-se em 3,3, para uma média nacional de 2,9. Para esta melhoria contribuíram as estratégias do Plano Nacional de Leitura, do Plano de Acção para a Matemática, do reforço do Estudo Acompanhado em Língua Portuguesa e em Matemática, assim como a política interna de desenvolvimento contínuo doapoio educativo.

No Ensino Secundário, as taxas de transição e de conclusão, nos 11.º e 12.º anos, são superiores às médias nacionais. No 10.º ano, contudo, verifica-se uma taxa de transição inferior à média nacional, o que, na opinião dos entrevistados, tem a ver com a mudança de ciclo de estudos e a necessidade de um maior investimento pessoal no estudo. De acordo com o perfil do Agrupamento, em 2008, nos exames nacionais do 12.º ano e nas disciplinas de Português e Matemática A e História, os resultados dos alunos situam-se abaixo das médias nacionais. Os cursos de educação e formação, em 2008, evidenciam uma taxa de conclusão de 92%, tendo contribuído para a valorização social destes cursos e incentivado a organização e implementação de cursos profissionais. O abandono escolar não constitui um fenómeno que preocupe o Agrupamento, sendo inexistente, em 2007/08. Contudo, verifica-se uma taxa de 6% de alunos excluídos ou retidos por faltas, no 10.º ano, e uma taxa de 9% de alunos que anularam a matrícula, no 11.º ano.

O Agrupamento aindanão instituiu mecanismos formais que possibilitem comparar os resultados dos seus alunos com os dos alunos de outros agrupamentos da sua região.

1.2 PARTICIPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO CÍVICO

A maioria dos alunos conhece os documentos estruturantes do Agrupamento: Regulamento Interno, Projecto Educativo e o Plano Anual de Actividades. Estes documentos, que tiveram o contributo dos seus representantes, são amplamente divulgados junto da comunidade escolar por diversos canais de comunicação. Os alunos reconhecem que a sua formação é orientada pelos valores do respeito pelas pessoas e pelo ambiente, da solidariedade, da responsabilidade, da convivência saudável num espaço, onde o nível etário oscila entre os 10 e os 18 anos, ou mais. As temáticas que envolvem a educação para a saúde, a educação estética, a educação ambiental, a curiosidade científica, o desporto, a dimensão europeia da educação e a preservação do património cultural local, entre outras, são propostas e trabalhadas pelos alunos na área Formação Cívica, em actividades orientadas, na oferta de escola, em jornadas culturais, em visitas de estudo, no intercâmbio com os outros estabelecimentos de ensino nacionais e estrangeiros. O Agrupamento incentiva a participação dos alunos nos diversos projectos em desenvolvimento, no jornal escolar “O Cartolinha”, em campanhas de solidariedade e jornadas culturais. Além disso, atribui-lhes tarefas de responsabilidade, tais como: a mediação de eventuais conflitos entre alunos dos 5.º e 6.º anos, a preservação dos espaços e dos equipamentos e a participação na dinamização de actividades lúdico-culturais na Educação Pré-Escolar. Os alunos envolvem-se na tomada de decisões, através dos seus representantes no Conselho Geral Transitório, no Conselho Pedagógico e nos conselhos de turma, valorizam a disponibilidade do Conselho Executivo e a preocupação dos professores relativa aos seus mais diversos problemas. As actividades propostas pelas crianças/alunos, desde os da Educação Pré-Escolar à Associação de Estudantes, são aceites, quando bem fundamentadas, o que tem contribuído para um clima positivo de participação.

1.3 COMPORTAMENTO E DISCIPLINA

A valorização das interacções sociais, segundo padrões éticos e o respeito pelas normas legais, é uma constante. Os alunos, em geral, manifestam um comportamento disciplinado, conhecem e cumprem as regras de funcionamento dos espaços e a utilização dos equipamentos. Os incidentes críticos graves ou muito graves são quase inexistentes. Em 2007/2008, foram instaurados apenas dois procedimentos disciplinares, por situações de incorrecção na sala de aula. As medidas aplicadas contribuíram, de forma significativa, para

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impedir outras ocorrências. Os comportamentos menos graves do quotidiano são identificados e resolvidos

pelos assistentes operacionais, pelos professores ou pelos directores de turma. A firmeza das decisões assegura o reconhecimento da autoridade e o reequilíbrio do ambiente educativo. Os espaços visitados evidenciam o bom nível de comportamento e disciplina dos alunos. A área de Formação Cívica fomenta princípios e práticas de interacção social adequadas ao bom funcionamento da vida escolar.

1.4 VALORIZAÇÃO E IMPACTO DAS APRENDIZAGENS

O Agrupamento situa-se numa área geográfica marcada por uma identidade cultural única no país: a Língua e a Cultura Mirandesas. As dinâmicas internas valorizam o património cultural local, oferecendo esta valência como área de opção, já frequentada por mais de 50% dos discentes, desde a Educação Pré-Escolar. Esta política impede a ocorrência de assimetrias entre os alunos da cidade e os que são oriundos das freguesias rurais. As representações dos docentes, dos encarregados de educação, dos próprios alunos e de outros actores da comunidade educativa sobre a valorização das aprendizagens são muito consequentes entre si. Todos colocam na educação escolar uma importância fundamental na promoção local e na integração social dos alunos. As evidências recolhidas mostram que os alunos que concluíram o 12.º ano, em 2008, prosseguiram estudos de nível superior. Para contrariar as situações de insucesso e promover a formação profissionalizante, o Agrupamento organizou cursos de educação e formação, cursos de educação de adultos e cursos profissionais. A diversificação da oferta educativa constitui uma preocupação da organização e gestão do Agrupamento, atendendo às necessidades e características dos alunos, aos recursos existentes e às oportunidades oferecidas pela comunidade local.

2. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO 2.1 ARTICULAÇÃO E SEQUENCIALIDADE

A articulação curricular é assegurada pelas estruturas de coordenação e supervisão, sob a responsabilidade dos seus coordenadores, assim como sob a orientação e o acompanhamento do Conselho Pedagógico. Os conselhos de docentes e os departamentos curriculares, constituídos, na generalidade, por um número reduzido de docentes, reúnem, de forma regular e sistemática. Deste modo, encontra-se facilitada a gestão dos planos de estudos das diferentes disciplinas e áreas do saber, a aplicação dos critérios de avaliação, a reflexão sobre os resultados dos alunos, a partilha de experiências e de materiais, a construção dos instrumentos de avaliação e a verificação do grau de cumprimento dos programas. O planeamento anual decorre do trabalho cooperativo entre docentes, sendo adequado ao contexto de cada ano de escolaridade/turma, através dos projectos curriculares de turma. O Plano Anual de Actividades revela o envolvimento das diferentes unidades educativas e proporciona um conjunto variado de experiências cruzadas entre a comunidade escolar, atento aos princípios orientadores que enformam a acção educativa: valorização de competências; segurança e promoção da saúde, ligação à comunidade e novas tecnologias. A sequencialidade entre a Educação Pré-Escolar e o 1.º ciclo encontra-se generalizada e realiza-se através de dinâmicas formais e informais, já que são duas realidades que coabitam diariamente. Nos diferentes ciclos do Ensino Básico existe uma dinâmica articulada entre os professores titulares de turma, os coordenadores de ciclo e os directores de turma, evidente na organização das turmas e na comunicação de informações sobre casos específicos de alunos. A transição para o Ensino Secundário resulta de um trabalho que envolve o Director de Turma, o aluno e o respectivo encarregado de educação, já que o Agrupamento não dispõe de Serviços de Psicologia e Orientação. Não ficou claro que a articulação seja desenvolvida entre o Agrupamento e os Agrupamentos de Sendim e de Vimioso, no que respeita à sequencialidade do 9.º para o 10.º ano. Ag rupa mento de Escola s de Mi ran da do D ouro  16 a 18 de Fev er eiro de 20 09

2.2 ACOMPANHAMENTO DA PRÁTICA LECTIVA EM SALA DE AULA

O acompanhamento da prática lectiva em sala de aula ainda não constitui uma prática generalizada. A monitorização da prática lectiva é realizada, de forma indirecta, pelas estruturas de coordenação e supervisão, através das planificações, da auscultação sobre o grau de cumprimento dos programas e as consequentes estratégias para equilibrar eventuais avanços e/ou atrasos. Releva-se que, no 1.º ciclo e na implementação do Plano de Acção para a Matemática, funcionam a docência coadjuvada e as assessorias pedagógicas. Os

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critérios que regulam a avaliação das aprendizagens, uniformizados no Conselho Pedagógico, são conhecidos pelos alunos e pelos encarregados de educação. Os conselhos de turma, e os docentes em geral, garantem a uniformização da sua aplicação o que credibiliza os resultados. A construção dos instrumentos de avaliação diagnóstica, formativa e sumativa são, na generalidade, fruto de um trabalho cooperativo entre docentes. A realização de testes intermédios em diferentes disciplinas, ao longo do ano lectivo, é uma prática recentemente generalizada com resultados positivos, já que permite aferir o nível de consecução do processo ensino-aprendizagem e as competências adquiridas pelos alunos. O Conselho Pedagógico e as estruturas de coordenação e supervisão, com base na monitorização de dados quantitativos e qualitativos, recolhidos a partir dos registos da avaliação intercalar, de final de período e de final de ano lectivo, assim como da realização dos testes intermédios, procedem, de forma regular e sistemática, à reflexão dos resultados dos alunos, por disciplina, ciclo de estudos, ano de escolaridade, turma e professor. O resultado desta reflexão tem incentivado a (re)configuração do processo de ensino-aprendizagem e a implementação de estratégias que promovam o sucesso.

2.3 DIFERENCIAÇÃO E APOIOS

A referenciação e a avaliação das crianças e jovens com necessidades educativas especiais são realizadas por iniciativa dos encarregados de educação, dos docentes, dos técnicos ou serviços de saúde. Os docentes de educação especial, os conselhos de turma e os órgãos de gestão colaboram na definição da resposta educativa e asseguram a sua concretização, na perspectiva do sucesso educativo. As medidas específicas que têm produzido a eficácia das aprendizagens contemplam: adaptações curriculares, condições especiais de avaliação, apoio individualizado nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, bem como o acompanhamento em sala de estudo. O Centro de Saúde local responde eficazmente às solicitações do Agrupamento nas valências da Psicologia, da Terapia da Fala e da Fisioterapia. Os alunos do 1.º ciclo que, por motivos diversos, revelam dificuldades de aprendizagem beneficiam de estratégias educativas, individuais ou em pequeno grupo, desenvolvidas pelos docentes colocados administrativamente no Agrupamento, em colaboração com o titular de turma. Esta prática, generalizada nos últimos três anos lectivos, tem revelado bons resultados. Nos 2.º e 3.º ciclos, assim como no Ensino Secundário, os alunos com dificuldades na aquisição de conhecimentos são apoiados pelas dinâmicas da Biblioteca Escolar, da sala de estudo e do apoio educativo nas diferentes disciplinas propostas pelos conselhos de turma. As estratégias de diferenciação positiva, a dinamização de projectos e a disponibilidade dos professores nas horas de trabalho de estabelecimento têm contribuído para a eficácia das aprendizagens e a melhoria do sucesso educativo, embora as provas de aferição do 6.º ano, a taxa de transição, no 10.º ano, e os resultados dos exames nacionais, no 12.º ano, continuem abaixo dos referentes nacionais. O Agrupamento organizou um Gabinete de Apoio ao Jovem para resolução de problemas de ordem pessoal dos alunos, já que não dispõe de Serviços de Psicologia e Orientação.

2.4 ABRANGÊNCIA DO CURRÍCULO E VALORIZAÇÃO DOS SABERES E DA APRENDIZAGEM

O Agrupamento, atento aos interesses e às expectativas dos seus alunos, aos recursos que dispõe e ao meio sociocultural onde se insere, organizou uma oferta educativa diversificada. Assim, a par da Educação Pré-Escolar, do Ensino Básico e dos cursos científico-humanísticos do Ensino Secundário, são proporcionados cursos de educação e formação, cursos profissionais e cursos de educação e formação de adultos. A componente experimental e laboratorial e o estímulo a uma atitude positiva face ao saber científico, presentes em todos os ciclos/níveis de ensino, constituem uma estratégia sistemática e transversal, designadamente: no ensino das ciências, nos projectos de Educação para a Saúde, de Ciência Viva e de Sensibilização e Educação Florestal da População Escolar. O Plano Anual de Actividades contempla, também, um conjunto alargado e diverso de experiências que proporcionam a articulação entre as aprendizagens da sala de aula e a realidade envolvente. A Língua Portuguesa, a Matemática e as ciências foram beneficiadas pela adesão ao Plano Nacional da Leitura, ao Plano Nacional do Ensino do Português, ao Plano de Acção para a Matemática e pela formação docente, principalmente, no ensino das ciências do 1.º ciclo. A componente artística, criativa e desportiva revela uma boa adesão e resultados visivelmente positivos. A qualidade reconhecida por todos nas actividades desenvolvidas pelos projectos de enriquecimento curricular, a opção do Agrupamento na promoção da Língua e da Cultura Mirandesas e a interacção, premiada em três anos consecutivos, com o serviço educativo do Museu da Terra de Miranda,

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constituem oportunidades que potenciam as competências artísticas, incentivam comportamentos solidários

e promovem a afirmação da identidade cultural dos alunos deste Agrupamento. As actividades desenvolvidas pelas animadoras da Componente de Apoio à Família, na Educação Pré-Escolar, e pelos professores das Actividades de Enriquecimento Curricular, no 1.º ciclo, representam para a comunidade educativa, um valor acrescido. O Agrupamento reconhece o mérito dos alunos, tendo instituído prémios para os que revelam uma postura correcta e adequada e demonstram esforço e aplicação para superar os seus problemas, assim como para os que apresentam os melhores resultados académicos. Esta medida não é consensual entre a comunidade escolar, embora bem regulada nos documentos estruturantes do Agrupamento.

3. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR

3.1 CONCEPÇÃO, PLANEAMENTO E DESENVOLVIMENTO DA ACTIVIDADE

A concepção, o planeamento e o desenvolvimento global da acção educativa obedecem às linhas orientadoras estabelecidas no Projecto Educativo: valorização de competências, segurança e promoção da saúde, ligação à comunidade e aposta nas novas tecnologias da informação. Este documento foi construído de forma participada e é mobilizador da comunidade escolar. Os planos de acção do Agrupamento são elaborados com base em metas claras e mensuráveis, definidas no Projecto Educativo, para o ano lectivo 2009/2010, com especial incidência na manutenção do sucesso de excelência alcançado no 1.º ciclo; na melhoria do sucesso académico nas provas de aferição do 6.º ano e nos exames nacionais dos Ensinos Básico e Secundário; na redução das taxas de retenção; e na melhoria das condições de trabalho de toda a comunidade escolar. Existem outros planos de acção com implicações transversais e específicas, nomeadamente em Língua Portuguesa, Matemática e Ciências, cuja monitorização e avaliação são realizadas pelos responsáveis designados pelo Conselho Executivo, em colaboração com os demais intervenientes directamente envolvidos. Os órgãos de gestão planificam criteriosamente, em tempo e com rigor, toda a organização pedagógica e administrativa do Agrupamento, facilitando, assim, o seu funcionamento.

3.2 GESTÃO DOS RECURSOS HUMANOS

O Conselho Executivo, com a auscultação prévia do Conselho Pedagógico, faz a gestão dos recursos humanos, tendo em conta o conhecimento que possui sobre os seus perfis profissionais e pessoais e a estabilidade laboral. A distribuição do serviço docente é orientada por princípios que privilegiam a continuidade pedagógica, o equilíbrio na atribuição do número de níveis e de turmas e a experiência profissional na atribuição dos anos de escolaridade e do cargo de Director de Turma. O plano de formação contínua do pessoal docente e não docente contempla um conjunto de acções predominantemente de curta duração e desenvolvidas por actores internos, que privilegiam a utilização das tecnologias de informação e comunicação, a melhoria do desempenho docente, no 1.º ciclo, e a promoção das relações interpessoais na comunidade escolar. Os alunos e os encarregados de educação também têm beneficiado de pequenas acções de formação nas áreas da educação para a saúde, da prevenção rodoviária, da segurança e do envolvimento parental. O acolhimento e a integração de professores ou de assistentes operacionais, colocados pela primeira vez no Agrupamento, são realizados através de dinâmicas socializadoras, positivamente reconhecidas. A comunidade escolar ouvida manifestou níveis de conforto assinaláveis sobre a qualidade da comunicação e a circulação expedita da informação. Os assistentes técnicos respondem às necessidades do Agrupamento e desenvolvem as suas tarefas com profissionalismo e eficácia. Os assistentes operacionais sentem-se valorizados pela comunidade escolar e relevam os contributos da comunidade educativa na promoção da sua formação, nomeadamente da Associação Empresarial e Comercial local. Ag rupa mento de Escola s de Mi ran da do D ouro  16 a 18 de Fev er eiro de 20 09

3.3 GESTÃO DOS RECURSOS MATERIAIS E FINANCEIROS

Os espaços educativos visitados revelam boas condições físicas e apresentam-se bem conservados, fruto de um trabalho concertado entre a Autarquia e o Conselho Executivo. Os laboratórios existentes

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na escola sede encontram-se suficientemente apetrechados. A deslocação dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos da extinta Escola Básica do 2.º ciclo para a sede do Agrupamento introduziu a necessidade de criar mais espaços e de requalificar outros, nomeadamente o pavilhão de Educação Tecnológica, Educação Visual e Educação Musical, assim como o pavilhão gimnodesportivo. Foi ainda modernizada a Biblioteca Escolar/Centro de Recursos. A Escola sede instalou um sistema de iluminação de emergência e um sistema de aquecimento central que não se revela eficiente nos dias de frio mais rigoroso, devido ao deficitário isolamento térmico existente. A actualização do equipamento informático existente, a dotação das unidades educativas com diverso material didáctico mais adequado ao desempenho docente e mais atractivo para as aprendizagens dos alunos são carências transversais a todos os espaços educativos. A segurança e o bem-estar são preocupações presentes no quotidiano dos responsáveis pela gestão. Nesta sequência, a Escola sede dispõe de um sistema integrado de gestão escolar que facilita a aquisição de serviços e proporciona aos alunos e encarregados de educação o acesso à marcação de refeições, à consulta dos resultados escolares, à verificação da assiduidade e à obtenção de diplomas e certificados. O controlo de entradas e saídas do espaço escolar será monitorizado pelo mesmo sistema. O uso dos recursos financeiros disponíveis está alinhado com os objectivos do Projecto Curricular do Agrupamento e do Plano Anual de Actividades. As fontes de financiamento são provenientes do orçamento Geral do Estado e de outras receitas que resultam de dinâmicas internas e específicas.

3.4 PARTICIPAÇÃO DOS PAIS E OUTROS ELEMENTOS DA COMUNIDADE EDUCATIVA

A participação dos encarregados de educação no percurso escolar dos seus educandos é muito assídua e espontânea desde a Educação Pré-Escolar até ao 7.º ano. A partir daqui, a participação dos pais revela variações localizadas, para as quais têm sido desenvolvidas estratégias específicas e bem sucedidas. As estratégias do Agrupamento privilegiam a realização assídua de reuniões; a promoção de actividades de formação e de socialização; a flexibilização do horário de atendimento; o envolvimento da Associação de Pais e Encarregados de Educação e a informação disponibilizada na página electrónica do Agrupamento. Os dados disponibilizados mostram que os esforços desenvolvidos reflectem uma progressiva melhoria, potenciada pela facilidade de utilização dos transportes escolares pelos encarregados de educação oriundos das diferentes freguesias do concelho. As situações mais complicadas, quando directamente convocadas, respondem de forma positiva, estabelecem empatia e prometem mudar a sua postura no acompanhamento do seu educando. A Associação de Pais e Encarregados de Educação sente-se bastante identificada com o Agrupamento e valoriza a disponibilidade dos diferentes actores. A participação dos pais e encarregados de educação nos órgãos de administração e gestão, assim como nos conselhos de turma, constitui uma realidade comprometida na resolução dos problemas que envolvem a acção educativa. A participação da comunidade educativa no Conselho Geral Transitório é outra dimensão que se encontra estrategicamente co-responsabilizada na educação, na formação e no apoio das crianças e jovens que frequentam o Agrupamento.

3.5 EQUIDADE E JUSTIÇA

A política interna do Agrupamento incentiva a comunidade escolar ao respeito pelos princípios da equidade e da justiça. A organização das turmas, o equilíbrio na distribuição do tempo escolar, o livre acesso às actividades e projectos em desenvolvimento, a resolução atenta de problemas sociais e disciplinares são exemplos evidentes no discurso dos diferentes actores e nos registos dos documentos estruturantes. Verifica-se, em todos os elementos da comunidade escolar, uma preocupação com a inclusão de todos os alunos, independentemente da sua condição sociocultural ou económica. A resposta à sua heterogeneidade passa pela diversificação da oferta formativa e pela diferenciação positiva dos apoios de carácter socioeconómico, de dificuldades de aprendizagem ou de necessidades educativas especiais. Os alunos e os encarregados de educação têm uma imagem positiva sobre os critérios de justiça curricular, justificando-a, por exemplo, com a explicitação dos conteúdos das diferentes disciplinas, os critérios de avaliação, o acompanhamento atento dos alunos pelos docentes e a disponibilidade destes na superação de problemas pessoais ou de dificuldades académicas dos alunos.

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4. LIDERANÇA

4.1 VISÃO E ESTRATÉGIA

O órgão de gestão, em colaboração com as estruturas de coordenação e supervisão, definem objectivos e desenvolvem um plano de acção estratégico, com metas mensuráveis, ajustado ao Agrupamento. A oferta educativa é definida em função dos objectivos do currículo nacional, do Projecto Educativo, das expectativas dos alunos, das famílias e da comunidade local. A interacção com o Centro Novas Oportunidades local é de colaboração, na resposta às necessidades de formação da população adulta que procura obter uma certificação de competências ao nível do Ensino Secundário. A implementação de cursos profissionalizantes faz com que o Agrupamento seja procurado e reconhecido pela comunidade educativa como um espaço regional de referência. As projecções demográficas e económicas regionais são pouco animadoras. O aumento progressivo do envelhecimento, a diminuição da população jovem, as transformações do tecido económico, marcadas pela interioridade e pela falta de empreendedorismo, não sendo confortáveis, incentivam o Agrupamento a apostar na melhoria dos resultados escolares, na qualidade das instalações, na actualização dos equipamentos e na implementação de percursos profissionalizantes. Neste contexto, os actores internos revelam uma atitude pró-activa perante a adversidade externa.

4.2 MOTIVAÇÃO E EMPENHO

O Conselho Executivo conhece bem a sua área de acção e desenvolve uma gestão humanizada e eficaz. A forma, reconhecida por todos, como organiza a acção educativa e gere os recursos disponíveis motiva, compromete e responsabiliza os diferentes actores da comunidade escolar. As evidências recolhidas asseguram que, por parte dos órgãos de gestão, existe uma intenção clara em trabalhar de forma articulada e complementar, no sentido de melhorar os resultados dos alunos, principalmente os do Ensino Secundário. Para isso, o Agrupamento tudo faz para proporcionar um bom relacionamento humano e uma dinâmica cultural única, a nível nacional, potenciados pela região mirandesa onde se insere. As estruturas de coordenação e supervisão, os docentes, em geral, assim como os assistentes técnicos e operacionais, face ao clima organizacional facilitador das interacções profissionais, evidenciam, também, níveis de empenho e motivação significativos. Os indicadores de gestão, que monitorizam, de forma sistemática, o quotidiano do Agrupamento, revelam que a assiduidade dos professores não compromete a acção educativa. O Conselho Executivo definiu e organizou um plano de acção que assegura eventuais necessidades de substituição e salvaguarda os direitos dos alunos.

Ag rupa mento de Escola s de Mi ran da do D ouro  16 a 18 de Fev er eiro de 20 09 4.3 ABERTURA À INOVAÇÃO

A atitude positiva perante a abertura à inovação tem contribuído para assegurar a diversidade de oferta formativa e para desenvolver actividades de enriquecimento curricular, projectos nacionais e intercâmbios internacionais. A aposta nas potencialidades das tecnologias de informação e comunicação proporcionou a generalização do cartão electrónico, a implementação da plataforma Moodle e da página electrónica do Agrupamento. As preocupações com a segurança e o bem-estar da comunidade escolar incentivaram a colocação dos sistemas de iluminação de emergência e de aquecimento central. A adesão a novas ofertas curriculares, no âmbito do Programa Novas Oportunidades, permitiu a oferta de cursos de educação e formação de adultos, de nível Secundário. A participação do Agrupamento no projecto da Portugal Telecom, Escolas do Futuro, veio enriquecer o equipamento informático da Escola sede: quadros interactivos, projectores multimédia, computadores, scanners, câmara de filmar e de projectar, e renovar a rede Internet com e sem fios. Estes exemplos, entre outros, já existentes, ou em fase de candidatura, como o da Fundação Ilídio Pinho, “Ciência na Escola”, confirmam a disponibilidade para inovar e credibilizam a persistência na abertura às solicitações que são oferecidas.

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4.4 PARCERIAS, PROTOCOLOS E PROJECTOS

O Agrupamento reconhece que a abertura ao exterior co-responsabiliza o meio onde se insere e complementa o seu serviço público de educação. Neste sentido, concebeu e organizou uma dinâmica de articulação com a comunidade local e regional, através da construção de parcerias estratégicas com o objectivo de promover a melhoria do ambiente educativo em domínios como: a realização da componente de formação prática dos cursos de educação e formação e dos cursos profissionais, o apoio nas valências da Psicologia e da promoção da saúde, a melhoria do desempenho docente no 1.º ciclo, a valorização da Ciência na Escola e do património local e regional. A Autarquia, o Centro de Formação Agrícola de Malhadas, a Associação Empresarial e Comercial, o Centro de Saúde, a Escola Superior de Educação de Bragança, o Museu da Terra de Miranda, a Fundação Ilídio Pinho, a Portugal Telecom, o Instituto de Emprego e Formação Profissional, o Município de Aranda del Duero e as várias associações locais de cultura são os parceiros com os quais o Agrupamento interage de forma muito positiva. A adesão a projectos nacionais: “A Minha Escola Adopta um Museu”, “Ciência na Escola”; “Missão Douro”; “Escolas do Futuro”; “Rede Nacional de Bibliotecas Escolares” e “Desporto Escolar”, bem como a realização interna de jornadas temáticas sobre a Estética e a Ciência e, ainda, o intercâmbio com centros educativos da província espanhola de Castilla y León, potenciam, também, o enriquecimento dos saberes, as competências cívicas e socioculturais.

5. CAPACIDADE DE AUTO-REGULAÇÃO E MELHORIA DO AGRUPAMENTO 5.1 AUTO-AVALIAÇÃO

O Agrupamento possui uma equipa de auto-avaliação em funcionamento desde o ano lectivo 2005/2006. O trabalho desenvolvido, de forma contínua e progressiva, possibilitou algum conhecimento sobre a organização e o funcionamento do Agrupamento, nomeadamente: os órgãos de gestão, as estruturas de coordenação e supervisão, o exercício da liderança, o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem na sala de aula, a relação professor-aluno, a cultura organizacional, os níveis de satisfação dos encarregados de educação sobre a prestação do serviço educativo, assim como os níveis de satisfação dos alunos sobre a qualidade do serviço prestado pelo refeitório e pelo bufete. Os dados recolhidos, tratados e divulgados foram determinantes para identificar os pontos fortes e fracos do Agrupamento, definir as prioridades do Projecto Educativo e introduzir planos de melhoria, nomeadamente, no refeitório e no bufete. Apesar de se reconhecer o empenho do Agrupamento em promover práticas de auto-avaliação, o processo que as envolve carece de maior representatividade da comunidade educativa, do alargamento a outros domínios e do aperfeiçoamento dos instrumentos de recolha de informação, para tornar mais eficaz e mais abrangente o desenvolvimento contínuo do Agrupamento.

5.2 SUSTENTABILIDADE DO PROGRESSO

O empenho e a motivação da comunidade escolar, o grau de satisfação dos alunos e encarregados de educação, a qualidade do clima organizacional, a diversidade da oferta educativa, a identidade cultural do meio onde se insere o Agrupamento, o bom relacionamento com a comunidade local, a disponibilidade para a inovação e para a construção de parcerias estratégicas são pontos fortes já identificados que têm proporcionado a realização de um percurso sustentado. Para superar os pontos fracos ou atenuar os problemas, constantes do Projecto Educativo, o Agrupamento procura implementar acções de melhoria, cuja eficácia ainda é difícil de comprovar. Contudo, o Agrupamento mostra estar atento às oportunidades e conhece as condições externas, potencialmente limitativas do seu progresso: o envelhecimento progressivo, a diminuição da população escolar e os fenómenos socioeconómicos ligados à interioridade e à desertificação. Apesar destes constrangimentos, o Agrupamento aposta na melhoria da qualidade das instalações e dos equipamentos, no reforço da interacção com a comunidade local e na oferta de percursos profissionalizantes.

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Ag rupa mento de Escola s de Mi ran da do D ouro  16 a 18 de Fev er eiro de 20 09 V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

(pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o Agrupamento e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria.

Entende-se aqui por ponto forte: atributo da organização que ajuda a alcançar os seus objectivos; por ponto fraco: atributo da organização que prejudica o cumprimento dos seus objectivos; por oportunidade: condição ou possibilidade externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos; por constrangimento: condição ou possibilidade externas à organização que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objectivos.

Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.

Pontos fortes

 As elevadas taxas de transição/conclusão dos alunos do Ensino Básico;

 A existência de um conjunto alargado de actividades e projectos, promotora do enriquecimento pessoal e sociocultural dos alunos, da melhoria do ambiente educativo e da valorização da identidade local;

O sentido estratégico e o rigor na gestão dos recursos humanos materiais e financeiros.

 A afirmação clara e empenhada de uma liderança de topo com implicações no desempenho das estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica;

 A atitude positiva perante a inovação e a intervenção empenhada das parcerias construídas.

Pontos fracos

 Os baixos resultados dos alunos nas provas de aferição do 6.º ano e nos exames nacionais do 12.º ano;  A falta de articulação com os agrupamentos de onde, maioritariamente, provêm os alunos que

ingressam no Ensino Secundário, no que respeita à sequencialidade das aprendizagens;

 A ausência de mecanismos que assegurem o acompanhamento da prática lectiva em sala de aula;

 A reduzida abrangência do processo de auto-avaliação.

Oportunidades

 O envolvimento em projectos nacionais e transnacionais, nomeadamente da “Missão Douro”, poderá potenciar o enriquecimento dos saberes e as competências cívicas e socioculturais dos alunos.

Constrangimentos

 A inexistência de Serviços de Psicologia para apoio psicopedagógico e orientação vocacional dos alunos.

Referências

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