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O ENSINO DE BIOLOGIA COM AULAS PRÁTICAS DE MICROSCOPIA: UMA EXPERIÊNCIA NA REDE ESTADUAL DE SANCLERLÂNDIA - GO

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O ENSINO DE BIOLOGIA COM AULAS PRÁTICAS DE MICROSCOPIA:

UMA EXPERIÊNCIA NA REDE ESTADUAL DE SANCLERLÂNDIA - GO

Diego Rodrigues Mendonça e Silva1

Nayara Paula Vieira² Andrea Mara de Oliveira³

RESUMO: As modalidades didáticas são importantes ferramentas no processo ensino-aprendizagem, em que algumas disciplinas exigem dos educadores a dinamização das aulas, com a aplicação de didáticas inovadoras que visem estimular nos alunos o interesse pelo conteúdo e a sua participação na aula, em busca da lapidação do conhecimento. Muitos alunos apresentam dificuldades, desinteresse na aprendizagem de determinados conteúdos biológicos, principalmente àqueles que envolvem os organismos e estruturas microscópicas, por estarem distantes de sua visualização. Uma das alternativas para contribuir nas aulas é a utilização de recursos tecnológicos como o microscópio, desenvolvendo aulas práticas, que contribuam com a compreensão e melhoria no processo de aprendizagem. Com o objetivo de contribuir com o ensino e a aprendizagem de Biologia e a participação dos alunos no processo de estudo dos conteúdos curriculares, propôs-se a aplicação de um projeto para alunos do primeiro e segundo ano do Ensino Médio da rede pública oficial de ensino, do Colégio Estadual Deputado José Alves de Assis, Sanclerlândia-Goiás. Com a aplicação de aulas práticas, experiências simples, ao microscópio, em que se pode perceber a participação, o interesse e o entusiasmo dos alunos com a nova didática. Assim, a constante atualização dos professores e a aplicação de novas práticas em sala de aula, utilizando recursos tecnológicos ou recursos ao alcance do professor, contribuem com o desenvolvimento educacional e social do aluno.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino Médio, Didática, Recurso tecnológico.

INTRODUÇÃO

A Educação Brasileira é alvo de reflexões e reestruturações em sua base curricular ao longo de décadas, visando a melhoria do processo ensino-aprendizagem, o desenvolvimento dos

1 Acadêmico de Ciências Biológicas Habilitação em Licenciatura da Faculdade Araguaia - Goiânia, Goiás.

di_rms@hotmail.com

² Acadêmica de Enfermagem da Faculdade Montes Belos - São Luis Mentos Belos, Goiás. nayara_paulavieira@hotmail.com

³ Profª. MSc. Andréa Mara de Oliveira, Professora Faculdade Alfredo Nasser - Goiânia, Goiás. andreamara68@gmail.com

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indivíduos e sua socialização. Pois, como refere-se BEHRENS (2003) apud PEDRANCINI et. al. (2007, p. 2), "um dos grandes méritos deste século é o fato de os homens terem despertado para a

consciência da importância da educação como necessidade preeminente para viver em plenitude como pessoa e cidadão na sociedade". E como reflexo disso, as escolas acabam por refletir as

mudanças que ocorrem na sociedade, tanto no âmbito político, econômico, social e cultural. É necessário que o objetivo principal da educação seja a formação de cidadãos sensibilizados e críticos, em que, os processos seletivos tornem-se resultado de sua formação básica.

Nesse processo é necessária a mudança de postura dos educadores em sala de aula, uma vez que as modalidades didáticas utilizadas no ensino de disciplinas científicas dependem fundamentalmente da concepção de ciência adotada, em que devem ser discutidas as metodologias e didáticas adotadas pelos docentes em sua prática diária, sabendo-se que para isto é necessária a formação continuada dos docentes (BAPTISTA, 2003).

A formação de docentes até décadas recentes e ainda em algumas instituições superiores são influenciadas pelo sistema de ensino tradicional e autoritário o qual, segundo KRASILCHIK (2000 p. 87), “a tendência de currículos tradicionalistas ou racionalistas acadêmicos, apesar de

todas as mudanças, ainda prevalecem não só no Brasil, mas também nos sistemas educacionais de países em vários níveis de desenvolvimento”. Este sistema influencia assim na formação de

docentes tradicionalistas e autoritários que adotam posturas e didáticas de transmissão do conhecimento, como detentor único do conhecimento e conduz as aulas como monólogo, tornando o aluno um receptor do conhecimento e um agente passivo no processo ensino-aprendizagem.

A construção do conhecimento do indivíduo no ambiente escolar perpassa pela lapidação do conhecimento anteriormente adquirido. O aluno precisa questionar, argumentar, criticar, debater, ser ativo no processo para que se desenvolva satisfatoriamente e concretizando um aprendizado de maneira significativa. Assim é necessária a busca por práticas que visem além de ensinar o conteúdo em sua particularidade e individualidade, contribuir para a aprendizagem interdisciplinar, o desenvolvimento de um indivíduo crítico e sociável.

Nesse processo de desenvolvimento do conhecimento individual, estudos demonstram que os alunos do ensino médio apresentam dificuldade na construção do pensamento biológico, como se pode observar no exemplo que muitos alunos consideram existir relação entre seres vivos e célula apenas nos seres humanos (SILVEIRA, 2003 apud PEDRANCINI et. al., 2007). Há também a dificuldade em conceituar célula, confundindo-a com átomo, molécula e tecido (BASTOS, 1992; CABALLER & GIMÉNEZ, 1993; GIORDAN & VECCHI, 1996 apud PEDRANCINI et. al, 2007).

Assim no currículo escolar algumas disciplinas se destacam devido à dificuldade de compreensão de conteúdos propostos, citando principalmente disciplinas como Química, Física, Matemática e também o ensino de Biologia. As didáticas utilizadas podem assim, contribuir

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satisfatoriamente com a mudança do processo de aprendizagem, despertando nos alunos o interesse, a curiosidade e o entusiasmo no estudo e na busca pela compreensão dos conteúdos.

Em diferentes perspectivas, o ensino de Biologia, utilizando aulas práticas, serve a diferentes funções para diversas concepções do papel da escola e da forma de aprendizagem. No caso de um currículo que focaliza primordialmente a transmissão de informações, ou seja, enfatizando o ensino tradicionalista, o trabalho em laboratório é motivador da aprendizagem, levando ao desenvolvimento de habilidades técnicas e principalmente auxiliando a fixação, o conhecimento sobre os fenômenos e fatos.

Na perspectiva construtivista, as pré-concepções dos alunos sobre os fenômenos e sua atuação, enfatizando principalmente seus conhecimentos pré-elaborados acerca das temáticas propostas nas aulas práticas são férteis fontes de investigação para os pesquisadores como elucidação do que pensam e como é possível fazê-los progredir no raciocínio e análise dos fenômenos (KRASILCHIK, 2000 p. 88).

Assim com as mudanças das perspectivas de ensino na história da educação brasileira, a realidade da educação demonstra sua fragilidade e tropeços em busca de avanços significantes. Apesar dos problemas estruturais e didáticos nas escolas estaduais faz-se importante que os docentes contribuam para dinamizar as aulas tornando-as mais atrativas, prazerosas, buscando trabalhar com o lúdico e a sensibilização dos alunos favorecendo assim para o sucesso do processo ensino-aprendizagem.

A utilização do microscópio como um recurso tecnológico pode contribuir satisfatoriamente para melhorar esse processo e também o desempenho dos alunos. Atuais acadêmicos e futuros educadores percebem a dificuldade que os alunos possuem em desenvolver a aprendizagem e a curiosidade pelo estudo de Biologia no Ensino Médio, e ainda com os conteúdos que envolvem os estudos microscópicos. Trabalhando com essa ferramenta pode-se promover uma nova visão de conhecimento e realidade para os estudos de Biologia.

A partir da vivência nas aulas práticas do Ensino Superior, considerou-se que estas também podem contribuir satisfatoriamente para muitos alunos no processo de aprendizagem destes conteúdos e despertar o interesse científico no Ensino Médio.

Portanto, a dinamização das aulas de Biologia com práticas simples e novas metodologias podem contribuir para melhorar o processo ensino-aprendizagem. Assim este estudo trata da avaliação de um projeto realizado com aulas utilizando o microscópio, buscando avaliar a reação e o interesse dos alunos, com a implementação das aulas de Biologia.

Este trabalho foi desenvolvido visando a vivência em sala de aula, buscando compreender a importância da dinamização das aulas, além de contribuir com o processo de aprendizagem, possibilitando aos alunos a compreensão e desenvolvimento biológico, com o intuito de despertar o interesse pelo estudo científico e o desenvolvimento de trabalho coletivo e convívio social relacionando a biologia com o dia a dia.

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METODOLOGIA

Este projeto foi desenvolvido, na rede pública de ensino da cidade de Sanclerlândia, região Centro-Oeste do Estado de Goiás, a 130 km da capital. O público alvo foi composto por 80 alunos cursando o primeiro e segundo ano do ensino médio regularmente matriculados no Colégio Estadual Deputado José Alves de Assis e este projeto foi desenvolvido no período de agosto a dezembro de 2007 com aulas aos sábados. O projeto foi fomentado pela Faculdade Montes Belos.

Foram aplicadas aulas teóricas e práticas de Biologia utilizando para isso o material disponível no Colégio como o microscópio óptico obtido através da Secretaria de Educação em anos anteriores, lâminas e lamínulas, além de luvas, lanceta, álcool, lugol. Além de lâminas preparadas de diversas células e tecidos e lâminas preparadas a fresco, para demonstrar aos alunos diferentes células e tecidos, visando a aprendizagem do conteúdo teórico.

Assim, na aplicação de cada aula buscou-se abordar o conteúdo teórico e concomitantemente demonstrar aos alunos através da microscopia o assunto abordando.

Para avaliar o projeto, aplicou-se no último encontro um questionário com algumas questões objetivas, avaliando a aplicação e o desenvolvimento do projeto, a utilização desta nova metodologia e a contribuição desta metodologia para o processo de ensino-aprendizagem.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com o desenvolvimento das aulas de Biologia, apesar do pequeno prazo de observação e análise da nova metodologia, verificou-se que o período de execução foi suficiente para os alunos demonstrarem interesse e curiosidade no processo de aprendizagem, com a utilização do novo recurso tecnológico em sala de aula. Com a aplicação do questionário avaliou-se o projeto de acordo com a participação dos alunos, o interesse, e a avaliação e obteve-se 95% de aprovação com a aplicação deste novo recurso em sala de aula.

Também foi averiguado que 92% dos alunos participantes do projeto consideram que o uso do microscópio estimula o interesse do aluno pelo conteúdo, pois como considerado anteriormente, a utilização deste novo recurso contribui com a dinamização das aulas, unindo assim teoria e prática, tornando visível aos alunos a percepção das células, tecidos e demais estruturas microscópicas, visíveis até então somente através de fotos e imagens dos livros didáticos.

Neste contexto, a inovação dos docentes, na busca por práticas simples e fácies, com a utilização dos recursos disponíveis no ambiente escolar, contribuem satisfatoriamente para o processo de aprendizagem dos alunos. Mesmo considerando que muitas escolas não possuem

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material suficiente ou espaço adequado para realização das aulas, com um pouco de empenho e disposição do educador é possível possibilitar aos alunos uma nova maneira de compreender, observar, analisar e entender o conteúdo proposto.

A utilização deste recurso tecnológico é um exemplo, dentre outros recursos como animações gráficas, vídeos, documentário e filmes, PowerPoint e aplicações de práticas de laboratório, disponíveis de acordo com a realidade de cada escola, que podem ser utilizados para a renovação das metodologias de ensino, enriquecimento das aulas e potencialização do processo ensino-aprendizagem. Pois, como reforça MAIA (2008, p. 5) "só o desenvolvimento de pedagogias

diferenciadas será capaz de superar o quadro de inanição da educação brasileira e colocar o ensino de ciências em uma dimensão multicultural de visão da vida".

Portanto, com os avanços da tecnologia crescentes e constantes no cotidiano da sociedade, faz-se necessário que os educadores atuais e futuros estejam preparados para utilizar adequadamente em benefício do processo, os recursos disponíveis. Além de aperfeiçoarem na busca por metodologias que contribuam para o desenvolvimento cognitivo dos alunos, como considera LIBÂNEO (2004) apud PEDRANCINI (2007, p. 307) cabe a estes “investigar como ajudar os

alunos a se constituírem como sujeitos pensantes e críticos, capazes de pensar e lidar com os conceitos, argumentar em faces de dilema e problemas da vida prática”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAPTISTA, Geilsa Costa Santos. A importância da reflexão sobre a prática de ensino para a

formação docente inicial em Ciências Biológicas. Ensaio, Vol. 5, N. 2, 4-12, out. 2003.

PEDRANCINI, et. al. Ensino e aprendizagem de Biologia no ensino médio e a apropriação do

saber científico e biotecnológico. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias Vol. 6, N. 2,

299-309, 2007.

MAIA, Dayse Peixoto; MONTEIRO, Ierecê Barbosa; MENEZES, Ana Paula Sá. Diferenciando a

aprendizagem da Biologia no ensino médio, através de recursos tecnológicos. In. Seminário

Nacional de Educação profissional e tecnológica, 1, 2008, Belo Horizonte. Tecnologias Informacionais e Comunicacionais em Educação. ISSN 1983-1315. Anais [online]. Disponível em: http://www.senept.cefetmg.br/galerias/Arquivos_senept/anais/terca_tema5/TerxaTema5Poster4.pdf. Acesso em: 07 ago. 2009.

KRASILCHIK, Myriam. Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências. São Paulo Perspec.. 2000, vol.14, n.1, pp. 85-93. ISSN 0102-8839. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ spp/v14n1/9805.pdf. Acesso em: 07 ago. 2009.

Referências

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