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A INFLUÊNCIA DA ACNE VULGAR NA AUTO-ESTIMA

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Academic year: 2021

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A INFLUÊNCIA DA ACNE VULGAR NA AUTO-ESTIMA

Mariane Eva Fontana – Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí-UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. Rosemari Gomann dos Santos – Acadêmica do curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Fátima Cecília Poleto Piazza³ – Orientadora Professora do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Contatos

¹mariane.fontana@hotmail.com ²rosemarigsantos@hotmail.com ³fapiazza@univali.br

RESUMO: A preocupação com a aparência, imagem social, e aceitação pelo grupo e pelo sexo oposto faz com que muitos adolescentes com acne mostrem-se insatisfeitos com sua imagem. Normalmente sentem-se envergonhados ou socialmente inibidos pela existência das lesões. Por se tratar de uma das dermatoses de maior predominância entre adolescentes e adultos jovens, chegando a repercutir na estética e na baixa da auto-estima tem sido tema de grande relevância em estudos científicos. A acne é uma afecção inflamatória crônica da unidade pilossebácea, de etiologia multifatorial, sua manifestação surge em virtude de predisposição genética, ou influenciada por fatores hormonais, raciais, ambientais e bacterianos. Esta doença afeta a auto-imagem e a auto-estima dos jovens, gerando ansiedade e até depressão. Por isso não deve ser encarado como um transtorno passageiro da adolescência. Define-se auto-estima como uma avaliação que o individuo efetua e comumente mantém em relação a si mesmo, expressando uma atitude de aprovação ou desaprovação. Auto-imagem é a percepção que a pessoa tem de si ou seu reflexo diante do retorno de sentimentos ou ações em seus relacionamentos, e pode estar relacionada com alterações na imagem, A aparência pessoal esta intimamente ligada com a satisfação ou insatisfação da pessoa. Em relação a estas observações este tema é de alta complexidade, podendo influenciar diretamente as relações sociais dos indivíduos. Este estudo tem o objetivo de relacionar a acne vulgar com a auto-estima dos adolescentes afetados, promovendo um maior esclarecimento sobre a acne vulgar salientando que ela faz parte da adolescência A metodologia caracterizou-se como uma pesquisa bibliográfica, do tipo explicativo, elaborado através de consultas em livros e artigos científicos concluindo que a acne reflete diretamente na auto-estima dos adolescentes afetados tornando-se uma preocupação a mais na vida deles.

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1 INTRODUÇÃO

A acne, fenômeno universalmente associado à puberdade, representa um verdadeiro problema para a maioria dos adolescentes. As grandes transformações, devido ao início das atividades hormonais comuns nessa etapa da vida, atuam em seu comportamento e estimulam o desenvolvimento da acne, agravando o quadro a ponto de afetar psicologicamente, interferindo significativamente em sua qualidade de vida.

Conforme o tipo das lesões, a acne pode causar cicatrizes na pele, e é esta a sua única conseqüência visível a longo prazo. Suas conseqüências mais preocupantes são, na verdade as psicológicas. Podendo ocorrer uma, grande redução da auto-estima, vergonha de sair de casa e depressão. O pior é que a acne geralmente aparece na adolescência, quando as pessoas tendem a ser mais inseguras socialmente.

Alvos em alguns casos de sofrer discriminação, os adolescentes acometidos pela doença em elevado grau buscam, em vários casos, o isolamento social. A acne atinge a vida social do indivíduo profundamente, pois é justamente na fase da adolescência em que se desenvolvem as relações sociais e o amadurecimento emocional e psicológico.

A adolescência é uma fase de grandes transformações na vida do ser humano que se caracteriza por uma série de mudanças corporais e psicológicas. Conforme destaca Osório (1989), é na adolescência que ocorre a etapa evolutiva peculiar ao ser humano. Porém entende-se que é na adolescência que culmina todo o processo maturativo biopsicossocial do individuo.

Por isso, não é possível compreender a adolescência estudando separadamente os aspectos biológicos, psicológicos, sociais ou culturais. Eles são indissociáveis e é justamente o conjunto de suas características que confere a unidade ao fenômeno adolescência (Osório, 1989). Complementado esse contexto Ferreira (1999), relata que este é o período da vida humana que sucede a infância e começa com a puberdade, fase esta que provoca diversas alterações dentre elas a acne a qual será discutida neste trabalho.

Nesse artigo será abordada principalmente a questão psicológica e biológica relacionada à acne vulgar, alterações estas que muitas vezes são

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influenciadas pela liberação de hormônios, que ocorre neste período. A acne vulgar é uma doença crônica, multifatorial e inflamatória da unidade pilossebácea. Em geral surge na puberdade, e afeta ambos os sexos, correspondendo nesta faixa etária a aproximadamente 80% da queixa dermatológica (CERQUEIRA, 2004). É uma doença que perturba a auto-imagem do adolescente, que naturalmente é preocupado com a sua aparência, sua imagem social e aceitação pelo grupo e sexo oposto interferindo na sua interação social.

É comum que os adolescentes dos tempos atuais estejam muito preocupados com a vaidade e a beleza e quando estes apresentam esta doença podem sofrer com problemas psicológicos. Em casos extremos esta dermatose pode levar ao isolamento social, baixa auto-estima e a depressão. Além disso, os adolescentes portadores de acne vulgar se inibem a exposição social, fazem restrições alimentares inadequadas, tem uma higiene ruim e manipulam mais compulsivamente as lesões. Todos esses fatores, somados a ansiedade e depressão podem por sua vez agravar a acne, fechando um circulo vicioso de causas e efeitos (CHIPKEVITCH, 1994).

Diante da complexidade desse tema em questão este estudo teve como objetivo, fazer uma revisão sobre a acne vulgar, levando em consideração, o prejuízo estético e emocional que esta doença pode causar, identificando a relação existente entre esta patologia e a auto-estima dos adolescentes.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A acne é conceituada como sendo uma afecção da pele, que normalmente é desencadeada por predisposição genética, cujas manifestações dependem da presença e alteração dos hormônios sexuais. Afeta a população na fase da adolescência predominantemente.

2.1 Acne vulgar

A acne vulgar ou acne juvenil é uma das dermatoses mais freqüentes. As lesões surgem na puberdade, em quase todos os jovens, de ambos os

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sexos. Em alguns, são mínimas, quase imperceptíveis e assim permanecem por toda a adolescência. Em outros, porém, as lesões tornam-se mais evidentes e polimorfas, de intensidade variável (SAMPAIO; RIVITTI, 2007).

De acordo com Hassun (2000), a acne vulgar é uma afecção inflamatória crônica e polimorfa do folículo pilossebáceo, que está localizado na derme e é formado pela invaginação da epiderme, que contem a glândula sebácea e o pelo.

A etiopatogenia da acne é multifatorial, na qual os principais fatores são; a hipersecreção sebácea; hiperqueratinização; colonização bacteriana e a genética. De acordo com Sampaio (2007), existe uma tendência na acne, transmitida por genes autossômicos dominantes. O tamanho da glândula sebácea, sua atividade na puberdade a queratinização anômala folicular podem ter influência genética.

Para Gomes e Gabriel (2006) as glândulas sebáceas estão diretamente sob influencia dos hormônios andrógenos e estrógenos que, na puberdade, sofrem distúrbios de equilíbrio. Nessa fase, tanto no homem, como na mulher, os hormônios produzidos pelas glândulas adrenais, provocam a hipertrofia da glândula sebácea, que passa a produzir maior quantidade de sebo ocasionando a formação de comedões, ao ser aprisionado pela hiperceratinização da camada córnea

A queratina é uma proteína responsável pela proteção do epitélio, formada a partir da maturação de células denominadas queratinócitos. O acúmulo de queratina na camada córnea obstrui o orifício folicular, dificultando a saída do sebo produzido pelas glândulas sebáceas levando a formação de comedões. Esse processo é denominado hiperceratinização. Associada a oclusão do canal folicular, a hipersecreção sebácea é um fator fundamental na formação da acne. (GOMES, GABRIEL, 2006).

Além disso, pode haver a presença de microrganismos que é determinante para a formação da acne inflamatória. Apesar de fazer parte da flora bacteriana normal, essas bactérias proliferam-se com facilidade na presença de material oleoso (triglicerídios), hidrolisando e liberando ácidos graxos livres, comedogênicos e irritantes. Essa irritação leva a inflamação e ao extravasamento para a derme. O Propionibacterium acnes ou simplesmente P. acnes é a bactéria mais comum. (GOMES; GABRIEL, 2006).

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Todos esses fatores alem da influência genética, determinam o grau de acne que o adolescente pode apresentar.

2.2 Influência hormonal

A unidade pilosebácea apresenta atividade cíclica intrínseca na dependência de hormônios androgênicos. O folículo piloso e a pele apresentam receptores para hormônios androgênicos e estrogênicos (CERQUEIRA, AZEVEDO, 2009).

As glândulas sebáceas encontram-se diretamente sob controle hormonal, ou seja, são hormônios-dependentes, sendo os andrógenos os mais importantes.

A acne tem inicio na puberdade, sendo o primeiro sinal de maturação na pubescência em meninas, precedendo os pelos pubianos e o desenvolvimento das auréolas. Conseqüentemente, andrógenos adrenais são importantes, e a acne precoce representa um marcador de adrenarca, que precede a menarca.

Mas andrógenos adrenais são menos potentes que testosterona, que também aumenta o tamanho das glândulas sebáceas e a produção de sebo.

Du Vivier (2004), salienta que não se sabe por que a acne entra em remissão depois da adolescência, embora os níveis de testosterona permaneçam os mesmos. Isso pode ser devido à superatividade do órgão alvo, resultando num aumento da conversão da testosterona para diedrotestosterona (que é mais potente) pela enzima 5a-redutase no receptor da glândula sebácea.

2.3 Manifestações clinicas da acne

As lesões da acne localizam-se particularmente na face, no dorso, e na região peitoral, embora ocasionalmente também possam ocorrer lesões disseminadas. Estas são de áreas de pele que contem mais glândulas sebáceas, o que ajuda a explicar a localização clinica da acne. Algumas áreas têm certa particularidade como, por exemplo, a região infraorbital que é sempre poupada, mesmo nas formas mais graves, e a acne mentoniana que é mais evidente a partir dos 20 anos. Quando no dorso, as lesões são mais acentuadas na parte superior e lateral, tendendo a poupar a região central;

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quando na região peitoral, a acne tende a concentrar-se nos ombros e na área central. Em geral, quanto mais grave a acne facial, mais intensa também a acne no tronco (CAMPBELL, 2006).

Embora em alguns portadores as lesões tendam a ser uniformes, com predominância de um ou outro elemento eruptivo, em geral, as lesões da acne são polimorfas, constituindo-se de comedões, pápulas, pústulas, nódulos, cistos inflamatórios e cicatrizes (DE MAIO, 2004).

Segundo Mezzomo (2007), existem diferentes tipos de comedões. Eles podem apresentar-se de três formas.

• Microcomedão: Geralmente é microscópico e não pode ser visualizado. Todas as lesões de acne começam assim.

• Comedão fechado: É esbranquiçado ou da cor da pele, com forma esférica. Pela espremedura pode-se extrair a massa gordurosa. Inflama com maior facilidade causando as pústulas.

• Comedão aberto: É eliminado facilmente, sem a necessidade de agulha. A extremidade é preta porque apresenta acumulo de melanina que, para completar, sofre oxidação por estar em contato direto com o meio externo. As maiorias dos comedões abertos não ficam inflamadas.

Para Guyton e Hall (2002) as pápulas inflamatórias aparecem em surtos e formam elevações cônicas vermelhas, ligeiramente dolorosas. Podem ser formadas por aumento de qualquer uma das camadas da epiderme, por infiltrações da porção superior da derme ou pelos mecanismos juntos. Já as pústulas são na realidade, pápulo-pústulas que infiltram a derme. Essas lesões são dolorosas as pressões, alojam-se em qualquer lugar ou em territórios acnéicos, mas com maior freqüência na borda maxilar, na região submandibular, no peito e nas costas.

Os nódulos são elementos pápulo-pustulentos mais profundos, formando tumefações de cor avermelhada. As lesões parecem com abscessos que podem ser reabsorvidos espontaneamente após algumas semanas ou se abrirem na pele (DE MAIO, 2004).

Os cistos são formações subcutâneas arredondadas, ovóides, recobertas por uma pele normal ou ligeiramente inflamadas (AZULAY; AZULAY, 2004).

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Quando houver a presença de lesões inflamadas e um pouco mais profundas na pele, pode levar a uma lesão na derme, originando-se assim uma cicatriz (CUCÉ; FESTA, 2004).

As cicatrizes deixadas pela acne podem ser hipertróficas queloideanas associadas ao aumento do colágeno e atróficas associadas a perda tecidual. Essas são as mais comuns e podem ser deprimidas, fibróticas, maculares atróficas. A real incidência de cicatrizes não esta bem estabelecida. Embora se admita que os portadores de lesões nódulo-císticas sejam os mais suscetíveis a cicatrizes. Constata-se a ocorrência de cicatrizes variáveis em pacientes com inflamações superficiais, o que prova que alguns pacientes têm mais tendência para desenvolver cicatrizes que outros (CAMPBEEL, 2006).

A partir destas lesões citadas acima, a acne é classificada em 5 graus: (GOMES; GABRIEL, 2006).

1. Acne grau I (acne comedogênica não-inflamatoria) apresenta pele oleosa, comedões abertos e comedões fechados.

2. Acne grau II (acne papulopustulosa inflamatória) apresenta pele oleosa, comedões abertos, comedões fechados, pápulas e pústulas.

3. Acne grau III (acne nódulo-cística inflamatória) apresenta pele oleosa, comedões abertos, comedões fechados, pápulas, pústulas, nódulos e cistos.

4. Acne grau IV (acne conglobata) apresenta pele oleosa, comedões abertos, comedões fechados, pápulas, pústulas, nódulos, cistos e abscessos. É denominada conglobata porque engloba todos os graus anteriores.

5. Acne grau V (acne fulminante) forma infecciosa e sistêmica de acne, de causa desconhecida e inicio abrupto, que acomete predominantemente o sexo masculino. Apesar de rara, é grave e devastadora, pelo que é denominada fulminante. Embora seja classificada como grau V, esta patologia não apresenta a mesma etiologia da acne vulgar, isto é, não apresenta obstrução do folículo piloso, hipersecreção sebácea, microrganismos e fatores hormonais. Por isso alguns a classificam como acne variante

A acne vulgar é uma desordem que afeta em torno de 80% dos adolescentes e adultos jovens. Porém essa condição pode ser vista como uma

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aflição superficial, associada com o crescimento. No entanto evidências científicas têm demonstrado que os efeitos desta doença vão alem da pele alterando o emocional do portador (HANNA; KLOTZ, 2003 apud COELHO, 2006).

2.5 Adolescência e puberdade

A etimologia da palavra “adolescer” significa “crescer” em latim, constata-se, portanto, que a adolescência é a idade da mudança (UDA, WANCZINSKI, 2008).

A adolescência tem sido definida como um período de transição entre a infância e a vida adulta, segundo Bee (1997), a adolescência é um período de transição em que a criança se modifica física, mental e emocionalmente, tornando-se um adulto. Não se pode definir com exatidão o inicio e o fim da adolescência, ela varia de pessoa para pessoa, porém, na maioria dos indivíduos, ela ocorre entre os 10 e 20 anos de idade, período definido pela OMS – Organização Mundial da Saúde.

A complexidade e a duração do período adolescente permitem entrever nele distintas fases. Para Chipkevitch (1994), a adolescência inicial é marcada por preocupações com a puberdade, estabelecimento da independência; na adolescência média, ocorre o desenvolvimento do pensamento abstrato, a consolidação da imagem corporal e da identidade sexual; na adolescência final, a identidade e a ideologia pessoal se consolidam, relações individuais se tornam mais profundas e significativas e o objetivo principal é o ingresso no mundo adulto

Ferreira (1999) esclarece que a puberdade é um conjunto das transformações psicofisiológicas ligadas à maturação sexual que traduzem a passagem progressiva da infância à adolescência.

Nesse contexto Osório (1989) explica que a puberdade é a fase inicial da adolescência, caracterizada pelas transformações físicas e biológicas no corpo dos meninos e meninas e é durante este período que ocorre o desenvolvimento dos órgãos sexuais. A puberdade como a própria etimologia do termo sugere, inicia-se com o crescimento dos pelos, particularmente em certas regiões do corpo, tais como as axilas e a região pubiana, tanto nos meninos como nas meninas, como resultado da ação hormonal que

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desencadeia o processo puberal. Estas e outras modificações corporais, que então ocorrem, dão-se principalmente a partir do desenvolvimento das gônadas, ou seja, dos testículos nos meninos e dos ovários nas meninas.

É esse amadurecimento das células germinativas que possibilita o surgimento de dois eventos que corroboram ao advento da puberdade: a menarca ou a primeira menstruação, na menina, e a primeira ejaculação ou emissão de esperma no menino, indícios exteriores da capitação biológica para funções de procriação (OSÓRIO, 1989).

As principais preocupações do adolescente na fase da puberdade estão relacionadas com a aparência física, pois é neste período da vida que definem sua personalidade.

2.6 Auto-estima dos adolescentes com acne

Normalmente na adolescência, que é considerada um dos períodos mais críticos da vida, as principais preocupações estão relacionadas com a aparência física. Nascem novas sensações, num outro corpo, um corpo diferente, com outras necessidades, que o adolescente necessita compreender para poder sentir-se bem.

Ferreira (1999) esclarece que, a auto-estima é a valorização de si mesmo, do amor próprio. A auto-estima é o senso de dignidade pessoal. Origina-se de todas as idéias, sensações e experiências que reunimos de nós mesmos durante a vida, achamos que somos inteligentes, sentimo-nos desajeitados ou graciosos; gostamos ou não de nós mesmos. Em geral, as pessoas que se sentem bem consigo mesmas, sentem-se bem a respeito da vida, estão aptas a enfrentar e solucionar os desafios e responsabilidades com confiança.

A auto-imagem pode estar associada ao fator estético que é de suma importância para o adolescente, pois implica na sua aceitação no “grupo”. De acordo com Gouveia et al (2005), destacam que auto-imagem expressa a percepção que a pessoa tem de si e de seu reflexo em comparação ao retorno de sentimentos pensamentos ou ações em seus relacionamentos interpessoais.

Quando se fala em auto-imagem, refere-se ao reflexo que cada um vê ao se posicionar em frente ao seu espelho interior e aos sentimentos e

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pensamentos gerados por essa visualização. Visualização esta que envolve atitudes que se experimenta como pertencendo ao corpo, habilidades e emissão do poder físico (SAPUONTZI et al 2001 apud SILVA; SILVA. 2004).

Os autores apontam também que doenças orgânicas que afetam as estruturas do corpo podem alterar a imagem de uma pessoa. Dependendo do significado emocional que esta mudança tem para o individuo, essas alterações podem mudar o tratamento da sociedade para com a pessoa, causando, principalmente, mudanças em seus padrões de auto-aceitação, em seu desenvolvimento cultural, e em suas relações. Com isso a auto-imagem influência diretamente a auto-estima do individuo. Esta é, por muitas vezes, a situação que o portador de acne vulgar vivencia podendo gerar ansiedade, mudança de humor, complexo de inferioridade, vergonha e inibição

Corroborando com os autores supracitados, Sampaio e Rivitti (2007), defendem que a acne pode perturbar a qualidade de vida durante a adolescência desencadeando ou agravando problemas emocionais que podem tornar-se extremamente graves como a depressão e tendência suicida.

As alterações psicológicas não necessariamente estão correlacionadas com a severidade da doença, já que tanto as formas brandas (grau I e II), quanto às formas moderadas (grau III e IV) da acne também podem provocar baixa na auto-estima (COELHO, 2006).

Autores defendem que no contexto geral da saúde, a acne não atinge órgãos internos e jamais leva a morte. No entanto, ela ocorre em locais que não podem ser escondidos, como a face, desfigurando-a e interferindo negativamente na vida do portador.

Estes estudos confirmam que as lesões da acne vulgar geram anormalidades psicológicas e sintomas psicossomáticos e conseqüentemente alterando a auto-estima dos adolescentes.

3 METODOLOGIA

Esta pesquisa caracterizou-se como bibliográfica do tipo explicativa. A pesquisa bibliográfica do tipo explicativa caracteriza-se como uma pesquisa elaborada a partir de materiais já publicados, onde visa aprofundar o conhecimento da realidade explica a razão, o “porque” das coisas (SILVA; MENEZES, 2001).

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Este trabalho foi elaborado a partir de consultas em livros, artigos científicos, sites a base de dados, buscando elaborar uma revisão sobre a acne vulgar, levando em consideração, se o prejuízo estético e emocional poderia estar associado com esta patologia.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se, portanto, que uma das conseqüências mais importantes da acne vulgar é o impacto expressivo na qualidade de vida dos adolescentes, uma vez que afeta o bem-estar emocional e as relações sociais. Por esse motivo é aconselhável, além do tratamento médico e/ou estético, o acompanhamento psicológico do paciente, para que saiba lidar com a doença e não se afaste do meio social.

Neste momento a família, amigos e os educadores, têm um papel fundamental na vida destes adolescentes, cabe a eles orientar, esclarecer e dar apoio, ajudando a ultrapassar essa fase de preocupações, que são típicas do desenvolvimento bio-psico-social.

A acne não deve ser temida como algo sem tratamento ou que desapareça repentinamente. Na maioria dos casos, o tratamento atua de maneira significativa, entretanto não apresentam resultados instantâneos por isso à ansiedade do cliente é mais um fator a ser acompanhado. Abandonar o tratamento ou os cuidados pode fazer com que a acne retorne o que faz crer que o tratamento não esta funcionando.

Um estudo feito na Noruega com 3775 jovens entre 18-19 anos, considerado uma ampla amostra daquela comunidade, conclui que, a acne causa constrangimento, vergonha, culpa e baixa auto-estima, ficando mais susceptíveis de apresentar problemas psicossociais. Dos adolescentes entrevistados, observou-se que em 10,9%, havia prevalência de ideação suicida (HALVORSEN, et al 2010)

Louzada et al (2009) realizaram uma pesquisa entrevistando 68 adolescentes de idade entre 12 e 17 anos, mostrou que 91,18% dos adolescentes entrevistados tem ou já tiveram acne, e 50% deles mostraram constrangimento em virtude desta dermatose.

Existem inúmeros tratamentos médicos indicados para a acne e o tecnólogo em cosmetologia e estética possui conhecimento técnico e científico

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que o torna capaz de auxiliar em tratamentos coadjuvantes além de que o conhecimento deste fator emocional do portador de acne vulgar é de suma importância para que o profissional o trate de forma adequada.

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