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A ABERTURA NA PRÁTICA

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FLAVIO PATRICIO DORO

A abertura na prática

222 belas miniaturas comentadas

VOLUME 3

Aberturas com 1.d4 d5 – partidas 112 a 170

2ª Edição

São Paulo

Edição do Autor

(4)

Copyright © Flavio Patricio Doro, 2014

Todos os direitos reservados. São proibidos a reprodução, o armazenamento ou a transmissão de partes deste livro, através de quaisquer meios, sem prévia autorização por escrito.

Livros físico e eletrônico comercializados pela Loja PerSe Comercio Eletrônico Ltda. Rua Turiassu, 390 Conj 86 Perdizes São Paulo CEP: 05005000 -CNPJ.: 11.100.364/0001-60

www.perse.com.br - perse@perse.com.br

D758a Doro, Flavio Patricio,

A Abertura na Prática: 222 belas miniaturas comentadas / Flavio Patricio Doro - São Paulo, edição do autor, 2014.

Conteúdo: v.3 Aberturas com 1.d4 d5 – partidas 112 a 170

ISBN 978-85-917264-0-0 (impresso) 978-85-917264-1-7 (eletrônico)

1. Xadrez – aberturas. 2. Xadrez – coletâneas. 3. Xadrez – estudo e ensino. I. Título.

(5)

SUMÁRIO

Introdução 7

SEÇÃO III. Aberturas com 1.d4 d5 9

15. O peão da dama isolado e os peões suspensos 11

16. As estruturas Carlsbad e sueca e a variante das trocas da Defesa Eslava 47 17. A captura d5xc4 no Gambito da Dama e na Abertura Catalã 71 18. A manutenção da tensão c4-d5 e o avanço c4-c5 na Defesa Eslava 118 19. O bispo em b7 nas defesas Semieslava, Tartakower e Índia da Dama 136

20. A Defesa Grünfeld 162

21. A Defesa Chigorin, a Abertura Veresov e o Contragambito Albin 189

Índice de aberturas 210

(6)
(7)

Introdução

A introdução ao volume 1 apresentou de forma completa os princípios que orientaram a construção desta obra. Iremos, aqui, retomar sucintamente esses pontos.

Forma de organização. Nosso propósito é ensinar a jogar a partir das características da

posição e não da memorização de linhas de abertura. Por isso, cada capítulo é dedicado, não propriamente a esta ou àquela abertura, mas sim a um ou mais tipos de posição, que são ca-racterísticos de uma abertura, mas que podem surgir em outras, até mesmo com as cores in-vertidas. Assim, por exemplo, o capítulo 15, dedicado ao peão da dama isolado, tem partidas tanto do Gambito da Dama como da Siciliana Alapin e da Francesa com 3.¤d2. Cada capí-tulo tem início com um texto introdutório, que explana as características das posições que ele aborda e os planos de jogo mais frequentes para ambos os jogadores; em seguida são apre -sentadas as respectivas partidas comentadas.

Seções da obra. A obra é composta por cinco seções, como segue:

Aberturas com 1.e4 e5, geralmente chamadas de aberturas abertas (seção I, capítulos 1 a 6, partidas 1 a 40).

Aberturas com 1.e4 sem 1...e5, conhecidas normalmente como semiabertas (seção II, capítulos 7 a 14, partidas 41 a 111).

Aberturas com 1.d4 d5, que costumam ser conhecidas como aberturas do peão da dama ou aberturas fechadas (seção III, capítulos 15 a 21, partidas 112 a 170)

Aberturas com 1.d4 sem 1...d5, ou semifechadas (seção IV, capítulos 22 a 24, partidas 171 a 199)

Aberturas sem 1.e4 e sem 1.d4, ou aberturas de flanco (seção V, capítulos 25 a 28, parti-das 200 a 222).

O sistema alfanumérico ECO, por sua praticidade para as tarefas de busca e referência, é utilizado no índice remissivo e nos cabeçalhos das partidas.

Divisão em volumes. Embora dividida em quatro volumes, esta obra foi concebida e é

tratada como se fosse um livro só: a numeração das partidas, dos capítulos e das seções no segundo, terceiro e quarto volumes dá continuidade à do primeiro. O conteúdo está assim distribuído:

Volume 1: seção I, capítulos 1 a 6, partidas 1 a 40.

Volume 2: seção II, capítulos 7 a 14, partidas 41 a 111.

Volume 3: seção III, capítulos 15 a 21, partidas 112 a 170.

Volume 4: seções IV e V, capítulos 22 a 28, partidas 171 a 222.

(8)

Introdução

Transposições. A possibilidade de transposições de abertura (ou seja, de chegar a uma

dada abertura por um caminho alternativo, a partir de uma abertura diferente) é assinalada com frequência nos comentários aos lances iniciais.

Índice de aberturas. Ao final de cada volume há um índice remissivo cuja finalidade é

auxiliar o leitor a realizar pesquisas por abertura. Julgamos essa providência oportuna pelo fato de que praticamente todas as principais aberturas representadas no conjunto da obra têm partidas distribuídas por dois ou mais capítulos. Nele, as aberturas e variantes são listadas em ordem alfabética e, dentro da cada abertura, por ordem de código ECO. Os lances iniciais são mostrados.

Cada volume tem seu próprio índice, no qual figuram as aberturas e variantes de abertu-ras ali tratadas, sendo que são mencionadas também, de forma sumária, as abertuabertu-ras e vari-antes contidas nos demais volumes.

Remissões no texto. Este recurso também visa a facilitar a pesquisa. Ao comentar os

primeiros lances de uma partida, não raro o texto remete o leitor a outras partidas da obra, que podem estar no mesmo capítulo ou não. Via de regra o comentário indica um lance al-ternativo àquele que foi escolhido na partida em exame e informa em qual partida esse lance pode ser encontrado.

Símbolos utilizados. Os símbolos abaixo são, em sua maioria, bem conhecidos, mas não

custa repeti-los, associando-os ao significado que lhes daremos ao longo do texto: ! bom lance

!! lance brilhante ? mau lance ?? lance perdedor

!? lance interessante, de duplo gume, difícil de avaliar ?! lance impreciso ou duvidoso

² as brancas têm leve vantagem ± as brancas têm clara vantagem +- as brancas têm vantagem decisiva ³ as pretas têm leve vantagem µ as pretas têm clara vantagem -+ as pretas têm vantagem decisiva = o jogo está equilibrado

÷ a posição não é clara

° com iniciativa em troca da desvantagem material ou posicional

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SEÇÃO III. Aberturas com 1.d4 d5

As aberturas iniciadas por 1.d4 d5, co-nhecidas como "aberturas fechadas" ou "aberturas do peão da dama", tiveram seu auge no período entre guerras do século XX. Embora tenham, desde então, perdido espa-ço para as aberturas semiabertas e para as defesas índias, ainda são bastante praticadas hoje em dia.

De onde vem essa denominação, "aber-turas fechadas"? Do caráter da posição, bem diferente do que vimos nas seções prece-dentes. Após 1.e4 e5, por exemplo, é simples para as brancas efetuarem logo nos primei-ros lances o avanço d2-d4, que na maior parte das vezes resulta na abertura do centro com ...exd4. Já após 1.d4 d5 a realização de e2-e4 é bem mais difícil, sobretudo porque o peão "e" não tem a defesa natural da dama que o peão "d" possui. Pois bem; sem o lan-ce e2-e4 das brancas o lan-centro permanelan-ce fechado, o jogo de peças é menos vivaz e a luta demora mais tempo para se acender.

Nesse cenário, como fazem as brancas para ganhar espaço e desafiar o peão central inimigo? Geralmente o caminho escolhido é avançar o peão "c" duas casas, estabelecen-do-se assim a estrutura básica do Gambito da Dama, caracterizada pela tensão entre os peões em c4 e d5 (ou c5 e d4), conforme o diagrama abaixo (na próxima coluna).

A ideia básica do Gambito da Dama se assemelha à do Gambito do Rei, descrita na primeira seção: desviar o peão central ini-migo para, assim, abrir caminho à ocupação ampla do centro com o avanço e2-e4. No

-+-+-+-+

zppzp-zppzpp

-+-+-+-+

+-+p+-+--+PzP-+-+

+-+-+-+-PzP-+PzPPzP

+-+-+-+-entanto, em comparação com o seu congê-nere na ala do rei, o Gambito da Dama é muito mais comum. A razão principal disso é que o avanço do peão "f" geralmente re-presenta riscos à segurança do próprio rei, enquanto que o avanço do peão "c" não re-presenta risco algum: ao contrário, acres-centa mobilidade à própria dama, que passa a ter acesso às casas c2, b3 e a4.

Cabe assinalar que as pretas também têm o objetivo de minar o peão em d4. Com essa finalidade às vezes imitam o adversário, jogando também ...c5. Outras vezes, já numa fase mais tardia da abertura, preferem ...e5. Tal reação em geral provoca a abertura do centro, ou o surgimento de um peão isolado ou de peões suspensos.

Em resposta a c2-c4 as pretas têm as seguintes opções:

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SEÇÃO III. Aberturas com 1.d4 d5

• Capturar o peão com ...dxc4, o que é co-nhecido como Gambito da Dama Aceito. • Sustentar o peão central com outro peão:

...c6 (Defesa Eslava), ...e6 (Gambito da Dama Recusado), ou ambos (Defesa Se-mieslava).

• Deixar o peão onde está, mas sem o apoio de outro peão. Essa é, grosso modo, a abordagem da Defesa Grünfeld, embora, na realidade, ali a ordem de lances seja diferente: ...d5 só é efetuado depois que as brancas já jogaram d4 e c4.

Dos sete capítulos que compõem esta seção, os quatro primeiros são dedicados a examinar os desdobramentos das opções acima, cada um dos quais resulta em uma estrutura de peões com características pró-prias. Seu conteúdo está assim dividido: • O capítulo 15 aborda o peão da dama

(peão "d") isolado. Conforme veremos com mais detalhes no capítulo em refe-rência, o surgimento dessa estrutura de-corre da realização de duas trocas de peões. Ainda nesse capítulo serão vistos os peões suspensos ou "colgantes", que são os peões isolados em c4 e d4, tam-bém resultantes de duas trocas de peões. • O capítulo 16 é dedicado às situações

nas quais as brancas tomam a iniciativa de jogar cxd5 e as pretas retomam com um peão previamente localizado em e6

ou c6.

• No capítulo 17 encontramos as posições, bastante frequentes, em que as pretas jo-gam ...dxc4 (Gambito da Dama Aceito e outras linhas relacionadas) e as brancas retomam com uma peça.

• O capítulo 18 examina algumas situa-ções nas quais nenhuma troca de peões é efetuada: ou os peões permanecem onde estão até o final da abertura, ou então as brancas eliminam a tensão mediante o avanço c4-c5.

Os três capítulos restantes são dedicados a temas específicos:

• No capítulo 19 são examinadas impor-tantes variantes de abertura nas quais as pretas jogam ...b6 para colocar em jogo seu bispo de casas brancas, o que confe-re um caráter particular à posição. • O capítulo 20 já sai do terreno do

Gam-bito da Dama propriamente dito para tratar da já mencionada Defesa Grünfeld, a qual possui características intermediá-rias entre o Gambito da Dama Aceito e as defesas índias que serão vistas na quarta seção desta obra.

• Por fim, o capítulo 21 aborda algumas linhas de jogo secundárias após 1.d4 d5: a Defesa Chigorin, a Abertura Veresov, o Gambito Blackmar e o Contragambito Albin.

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15. O peão da dama isolado e os

peões suspensos

As posições com o peão da dama isolado estão entre as mais interessantes e estudadas do xadrez; em geral, ensejam uma luta vivaz e cheia de oportunidades táticas e estratégi-cas. Chamamos a atenção do leitor para dois aspectos que lhes são característicos. Um deles é o fato de que podem resultar de vá-rias diferentes aberturas, o que faz do co-nhecimento dessas posições uma arma im-portante. O outro aspecto a destacar é a típi-ca contraposição de planos, com um dos la-dos buscando o ataque, e o outro, a passa-gem a um final de partida.

As posições clássicas com o peão da dama isolado têm a seguinte configuração:

-+-+-+k+

zpp+-vlpzpp

-+-+psn-+

+-+-+-vL--+-zP-+-+

+-sN-+-+-PzP-+-zPPzP

+-+-+-mK-Graças a seu peão isolado as brancas têm vantagem de espaço. A casa e5 é particular-mente forte: uma peça menor ali situada

es-tará apoiada pelo peão central e por uma das peças pesadas na coluna "e", e sem ser ata-cada pelas torres inimigas. As brancas têm muitas chances de montar um ataque na ala do rei, com lances como ¤e5, ¦fe1, ¥c2, £d3 (ou e2, ou h3, ou h4). Ameaças sobre o ponto f7 ou sacrifícios de demolição em e6, g6 ou f7 estão no ar. Neste capítulo veremos alguns exemplos de semelhantes ataques (partidas 112 a 115).

Em contrapartida, o peão isolado tem suas desvantagens. Ele pode se tornar um alvo de ataque no final de partida, reduzindo seu possuidor a uma defesa passiva; por essa razão, quem enfrenta um peão isolado cos-tuma buscar trocas de peças. Outra desvan-tagem desse peão está em que as pretas po-dem colocar uma peça menor (geralmente um cavalo) na casa à sua frente ("casa forte"), d5, e tal peça não pode ser expulsa de seu excelente posto. Daí chegamos ao outro plano importante das brancas, que pode ser combinado com o que descrevemos há pouco: realizar o avanço d4-d5. Com ele, ao mesmo tempo em que se livram do peão fraco, abrem diagonais e colunas para suas peças, o que aumenta o poder de fogo de seu ataque. E, de fato, se observarmos a disposi-ção das peças no diagrama acima, podemos perceber que está em curso uma luta pela realização do avanço d4-d5.

Conforme mencionamos na introdução à terceira seção, o peão da dama isolado surge em consequência de duas trocas de peões.

(12)

SEÇÃO III. Aberturas com 1.d4 d5

Vejamos agora alguns exemplos de como se obtêm posições semelhantes às do diagrama: • Gambito da Dama Aceito: 1.d4 d5 2.c4

dxc4 3.¤f3 ¤f6 4.e3 c5 5.¥xc4 cxd4 6.exd4 ou similares.

• Gambito da Dama Recusado: 1.d4 d5 2.c4 e6 3.¤c3 ¤f6 4.¤f3 c5 5.cxd5 ¤xd5 6.e3 cxd4 7.exd4, entre outras. • Defesa Nimzoíndia: 1.d4 ¤f6 2.c4 e6

3.¤c3 ¥b4 4.e3 0-0 5.¥d3 d5 6.¤f3 c5 7.0-0 cxd4 8.exd4 dxc4 9.¥xc4.

• Defesa Índia da Dama: 1.d4 ¤f6 2.c4 e6 3.¤f3 b6 4.e3 ¥b7 5.¥d3 c5 6.0-0 ¥e7 7.¤c3 cxd4 8.exd4 d5 9.cxd5 ¤xd5. Note-se, nas quatro variantes que cita-mos até aqui, um mecanismo comum. A tensão entre os peões "c" e "d" que ca-racteriza o Gambito da Dama surge duas vezes na abertura, uma pelo lado das brancas (c4-d5) e outra pelo lado das pretas (c5-d4). Ambas são resolvidas mediante a troca de peões, mas com uma diferença. Na captura c4xd5 (ou ...d5xc4) a retomada é realizada com uma peça; mas na captura ...c5xd4, a re-tomada é sempre com o peão em e3. Já nas variantes que se seguem, que não provêm do Gambito da Dama, o cami-nho é diferente.

• Defesa Caro-Kann, ataque Panov: 1.e4 c6 2.d4 d5 3.exd5 cxd5 4.c4 ¤f6 5.¤c3 e6 6.¤f3 ¥e7 7.¥g5 dxc4 ou 7.cxd5 ¤xd5.

• Defesa Siciliana, variante Alapin: 1.e4 c5 2.c3 d5 3.exd5 £xd5 4.d4 ¤f6 5.¤f3 e6 6.¥e3 cxd4 7.cxd4.

Temos uma pequena variação dessa for-mação na Defesa Tarrasch do Gambito da Dama (1.d4 d5 2.c4 e6 3.¤c3 c5 4.cxd5 exd5 5.¤f3 ¤c6 6.g3 ¤f6 7.¥g2, etc.). O resultado está retratado no diagrama abaixo

(na próxima coluna).

Em comparação com o diagrama anteri-or as canteri-ores estão invertidas e em lugar de e3 e ¥e2 as brancas jogaram g3 e ¥g2. Essa al-teração tem algumas consequências, tais como:

-+-+-+k+

zpp+-+pzpp

-+-+-+-+

+-+p+-+--+-+-+-+

+-+-+-zP-PzP-+PzPLzP

+-+-+-mK-• O controle de casa à frente do peão iso-lado, d4, é menos firme;

• O peão em e2, sem apoio natural, pode ser atacado por ...¦e8 e ...¥g4. O avanço e2-e3 é duvidoso porque criaria buracos nas casas brancas (d3 e f3);

• O peão isolado está atacado por mais uma peça, o bispo em g2, o que o torna mais vulnerável; mas, por outro lado, o avanço ...d4 se torna mais fácil de reali-zar;

• A melhor diagonal de ataque para as pretas não é mais a b8-h2, mas sim a a7-g1.

Por conseguinte, tais posições são menos propícias para ataques na ala do rei do que as descritas anteriormente. O que normal-mente se tem é um intenso jogo de peças, com o qual ambos os lados buscam ampliar seu controle das casas centrais e das colunas abertas (ver as partidas 117 e 118).

Outra posição com o peão da dama iso-lado, com um peão preto em c6 em lugar do de e6, é a seguinte: (veja-se o diagrama na

próxima página)

Aqui o dono do peão isolado continua tendo alguma vantagem de espaço, mas suas chances de ataque não são tão boas. Primei-ro, porque a probabilidade de trocas de peças ao longo da coluna "e" são altas, o que favo-rece o defensor. Segundo, porque a ocupação do posto avançado, que aqui é c5, gera

(13)

15. O peão da dama isolado e os peões suspensos

-+-+-+-+

zpp+-+pzpp

-+p+-+-+

+-+-+-+--+-zP-+-+

+-+-+-+-PzP-+-zPPzP

+-+-+-+-nos ameaças. Normalmente, o possuidor do peão isolado obtém suas melhores chances combinando a ocupação da coluna "e" com a pressão sobre a casa f7, tirando proveito do fato de que a diagonal a2-g8 está desimpe-dida. Veja-se a partida 122.

Esta estrutura também pode ser vista em diversas aberturas, com ambas as cores. Por exemplo:

• Defesa Francesa, variante das trocas: 1.e4 e6 2.d4 d5 3.exd5 exd5 4.c4 dxc4. • Defesa Francesa, variante Tarrasch: 1.e4

e6 2.d4 d5 3.¤d2 c5 4.exd5 exd5 5.¤gf3 ¤c6 6.¥b5 ¥d6 7.dxc5.

• Defesa Siciliana: 1.e4 c5 2.¤f3 e6 3.d4 cxd4 4.¤xd4 ¤c6 5.¤c3 ¤f6 6.¤db5 ¥b4 7.a3 ¥xc3+ 8.¤xc3 d5 9.exd5 exd5. • Defesa Eslava: 1.d4 d5 2.c4 c6 3.¤f3 ¤f6 4.¤c3 dxc4 5.a4 ¥f5 6.¤h4 ¥c8 7.e3 e5 8.¥xc4 exd4 9.exd4.

• Gambito da Dama Aceito: 1.d4 d5 2.c4 dxc4 3.e3 e5 4.¥xc4 exd4 5.exd4. • Sistema Colle: 1.d4 d5 2.¤f3 ¤f6 3.e3

e6 4.c3 c5 5.¥d3 ¤c6 6.¤bd2 £c7 7.0-0 ¥e7 8.dxc5 ¥xc5 9.e4 0-0 10.exd5 exd5.

• Defesa Caro-Kann: 1.e4 c6 2.d4 d5 3.¤c3 dxe4 4.¤xe4 ¤f6 5.¤g3 e5 6.c3 exd4 7.cxd4.

Resta mencionar as configurações de peões dos diagramas a seguir, com um par de peões isolados nas colunas "c" e "d".

-+-+-+-+

zpp+-+pzpp

-+-+p+-+

+-+-+-+--+-zP-+-+

+-zP-+-+-P+-+-zPPzP

+-+-+-+--+-+-+-+

zp-+-+pzpp

-zp-+p+-+

+-+-+-+--+PzP-+-+

+-+-+-+-P+-+-zPPzP

+-+-+-+-13

(14)

SEÇÃO III. Aberturas com 1.d4 d5

Os peões em c3 e d4, frequentes na va-riante Alapin da Defesa Siciliana (ver parti-das 119 e 120) e na variante Rubinstein da Defesa Nimzoíndia (1.d4 ¤f6 2.c4 e6 3.¤c3 ¥b4 4.e3 d5 5.¤f3 c5 6.¥d3 cxd4 7.exd4 dxc4 8.¥xc4 ¥xc3+ 9.bxc3) podem se tornar uma debilidade séria; o peão "c" costuma ser um alvo natural de ataque pela coluna e, portanto, uma fonte de preocupações para as brancas. Estas, porém, podem obter alguma compensação dinâmica, seja pela ação da torre na coluna "b", seja pela maior atividade de suas peças - isto porque, frequentemente, esses peões resultam de uma troca de uma peça preta mais bem colocada (¤d5 ou ¤e4 ou ¥b4) por outra mais passiva (¤c3). Se a peça trocada foi o bispo de casas pretas, as brancas podem obter oportunidades de ata-que pelas casas dessa cor.

A dupla de peões em c4 e d4, retratada no segundo diagrama, é conhecida em inglês como "hanging pawns" e em espanhol como "peones colgantes". Essas expressões têm sido traduzidas para o português como peões "pendentes", "flutuantes" ou a que preferi-mos nesta obra, "suspensos". Da mesma forma que o peão isolado mostrado no pri-meiro diagrama, os peões suspensos dão ao seu possuidor uma boa vantagem de espaço e chances de ataque; além disso, caso consi-gam realizar o avanço temático d4-d5 (que aqui é, certamente, mais fácil do que com o peão isolado), obterão um peão passado. O adversário deve procurar atacar os peões com peças e, se possível, golpeá-los lateral-mente com ...b5 ou ...e5, para forçar sua tro-ca (o que isolaria o peão remanescente) ou avanço; neste último caso, o peão que ficou para trás deve ser bloqueado de modo que a dupla de peões fique imobilizada. Também aqui a troca de peças é desfavorável ao joga-dor que tem os peões suspensos. Com menos peças no tabuleiro seu potencial dinâmico se reduz e sua vulnerabilidade ao ataque au-menta.

Os peões suspensos podem aparecer no tabuleiro de duas formas: ou pelo do avanço c3-c4 a partir da posição do diagrama

ante-rior, ou por meio de duas trocas de peões (...d5xc4, ...c5xd4) com retomada também por peões (e3xd4 e b3xc4). Eis um exemplo deste segundo caso na Defesa Índia da Dama: 1.d4 ¤f6 2.c4 e6 3.¤f3 b6 4.e3 ¥b7 5.¥d3 d5 6.b3 ¥b4+ 7.¤bd2 dxc4 8.bxc4 c5 9.¥b2 cxd4 10.exd4.

Também podem surgir peões suspensos na ala do rei, em e4 e f4, em aberturas como a Inglesa e a Siciliana Fechada. As questões estratégicas relacionadas a essa dupla de pe-ões são diferentes das que vimos aqui, pois geralmente envolvem de forma direta a se-gurança dos reis.

Não foram poucas as partidas do mais alto nível, de importância histórica, nas quais a melhor técnica na condução da luta com o peão isolado e com os peões suspen-sos se mostrou decisiva. Eis algumas bem conhecidas: Lasker-Capablanca (10ª do match pelo título, Havana, 1921), Botvin-nik-Vidmar (Groningen 1946), Petrosian-Spassky (quarta do match pelo título, Mos-cou, 1969), Fischer-Spassky (sexta do mat-ch pelo título, Reykjavik, 1972), Kormat-chnoi- Korchnoi-Karpov (a primeira e a nona do match pelo título, Merano, 1981) e Kramnik-Kasparov (10ª do match pelo título, Londres, 2000). Isto dá uma boa ideia do interesse que têm despertado ao longo dos tempos os temas que iremos abordar nos exemplos que se se-guem.

112. Gambito da Dama Aceito (D26)

A. Graf 2632 – N. Gouliev2526

Campeonato europeu, Varsóvia, 2005

1.d4 d5 2.c4

Eis o Gambito da Dama, abertura que dominou a preferência dos enxadristas nos tempos de Capablanca e Alekhine e que ain-da hoje é uma ain-das mais praticaain-das. Ao

(15)

15. O peão da dama isolado e os peões suspensos

trário do Gambito do Rei (volume 1, capítulo 5), no qual as pretas não raro conseguem conservar o peão a mais, na presente abertu-ra o sacrifício de peão é apenas aparente: ele costuma ser retomado em poucos lances.

2...dxc4

Esta captura caracteriza o Gambito da Dama Aceito. Em comparação com as alter-nativas mais comuns, 2...c6 e 2...e6, das quais trataremos nos capítulos 16 a 18, 2...dxc4 conduz a um jogo mais aberto, no qual as pretas geralmente não sofrem de fal-ta de espaço e conseguem desenvolver suas peças sem empecilhos. Em contrapartida, as brancas obtêm por sua vez algumas casas para suas peças (c4 e às vezes e4) e diago-nais (em especial a a2-g8) que não costu-mam estar disponíveis nas outras linhas mencionadas.

3.¤f3

O lance mais popular, com o qual asse-guram o controle da casa e5. No caso de 3.e4, também uma boa opção, as pretas po-dem jogar 3...e5; se 4.dxe5?! (4.¤f3 é pre-ferível) 4...£xd1+ 5.¢xd1 ¤c6 6.¥f4 ¥g4+ 7.f3 (Rakitskaja-Mashinskaya, Samara 2005) 7...¥e6, e a perda do roque deixa as brancas em situação desconfortável, mesmo tendo sido trocadas as damas.

3...¤f6 4.e3

Com 4.¤c3 c6 se chega por transposição à Defesa Eslava (2...c6 3.¤f3 ¤f6 4.¤c3 dxc4).

4...e6

Fecha a saída do bispo em c8, mas isso não é um problema: com ...¥b7 ele obterá uma magnífica diagonal. Esse é um dos méritos de 2...dxc4.

5.¥xc4 c5

Com este contra-ataque temático no centro evitam que o adversário estabeleça um centro clássico de peões (d4 e e4) e o

convidam a jogar com o peão da dama iso-lado. Esta mesma posição de abertura irá surgir também na partida 115 e em duas (136 e 137) do capítulo 17.

6.£e2

Este plano é uma opção; a casa d1 é re-servada a uma das torres. Em lugar disto, muitas vezes as brancas preferem rocar e le-var uma torre a e1 para agir na coluna que está prestes a se abrir, deixando para movi-mentar a dama mais tarde. Teremos um exemplo disso na partida 115.

6...cxd4

Em geral prefere-se 6...a6, preparando ...b5 e ...¥b7, conforme veremos na partida 115. Mas as pretas têm em mente outro esquema de desenvolvimento, no qual o lance ...a6 não é necessário.

7.exd4

A resposta normal, aceitando ficar com o peão isolado. Tomar com o cavalo leva a uma posição praticamente simétrica, com forte tendência ao empate.

7...¥b4+!?

Transpõe a posições bem conhecidas da Defesa Nimzoíndia, porém com um tempo extra para as brancas. Como as pretas têm um bom desenvolvimento essa diferença de um tempo não se sente tanto, mas de qual-quer forma é uma concessão questionável esta que elas fazem. O plano mais habitual para ambos os lados neste ponto é: 7...a6 8.0-0 ¥e7 9.¤c3 ¤c6 10.¦d1 0-0 11.¥b3.

8.¤c3 0-0 9.0-0 b6

Jogada de Karpov. Esta posição já foi atingida em milhares de partidas de torneio, com várias ordens de lances, sendo a mais representativa a seguinte: 1.d4 ¤f6 2.c4 e6 3.¤c3 ¥b4 (posição inicial da Defesa Nim-zoíndia) 4.e3 d5 5.¤f3 0-0 6.¥d3 c5 7.0-0 cxd4 8.exd4 dxc4 9.¥xc4 b6 10.£e2. Na presente posição as brancas têm um tempo a mais em relação à linha de jogo citada, pois

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