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SIMULADO PREPARATÓRIO ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 2ª FASE XXXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO

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Academic year: 2021

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Padrão de Resposta

1º Simulado 2ª Fase – XXXII Exame de Ordem Unificado Página 1 de 9

PADRÃO DE RESPOSTA – PEÇA PROFISSIONAL

Enunciado

Em 04/07/2018, por volta das 21h40, na cidade de Samambaia-DF, Daniela encontrava-se na esquina de sua casa, quando foi abordada por Fabiano Nonato. Com vontade livre e consciente e ânimo de apossamento definitivo de coisa alheia, mediante violência e grave ameaça, montado em uma bicicleta, Fabiano aproximou-se e anunciou o assalto, gritando e ameaçando-a de morte, com arma de fogo, o que foi prontamente atendido. De posse dos ob-jetos, evadiu-se do local.

A vítima imediatamente comunicou o fato ao vizinho, que se prontificou a iniciar a busca pelo acusado. Encontran-do-o sentado no meio-fio, em frente a uma residência, duas ruas após o fato ocorrido, logo avistou uma viatura de polícia, para a qual relatou o fato.

Dessa forma, a polícia realizou a prisão em flagrante do acusado. Instaurado o inquérito policial, este ocorreu na sua normalidade. Foi juntada a folha de antecedentes criminais em que consta 1 processo em trâmite na 1ª Vara Criminal de Taguatinga-DF, como incurso no art. 180, § 3º, do Código Penal.

Na audiência de custódia, foi convertida a prisão em flagrante em preventiva, sob o argumento de que o autuado é reincidente em crimes patrimoniais e do risco de fuga.

O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Fabiano Nonato como incurso nas penas do art. 157, caput, do Código Penal. Devendo também ser fixada indenização à vítima, por danos materiais e morais, nos termos do art. 387, inciso IV, do Código de Processo Penal. Sendo arroladas como testemunhas Maria Barroso e Adriana Rubia e acostado nos autos um vídeo da rua em que passa o momento do fato.

A denúncia foi recebida pelo Juízo da 6ª Vara Criminal da Circunscrição Judiciária de Brasília/DF, que citou o acusado para responder por escrito à acusação.

Em resposta à acusação, o acusado negou os fatos, bem como não foi preso com nenhum produto do crime nem mesmo com nenhuma arma de fogo ou arma branca. Afirmou que não houve inquirição da testemunha ao vizinho, nem mesmo os seus amigos que estavam sentados no meio-fio, Jaqueline, Kauã e Felipe, nem mesmo a bicicleta fora encontrada.

Não existem provas de autoria e materialidade contra o réu, uma vez que, no vídeo acostado aos autos pela defesa, não é possível identificar a pessoa da bicicleta.

A audiência de instrução e julgamento foi realizada e foram colhidos os depoimentos das testemunhas e realizado o interrogatório do acusado.

Em sede de alegações finais, o Ministério Público requereu a condenação do acusado, nos termos da denúncia. A Defesa técnica em memoriais pleiteou a absolvição do acusado por insuficiência de prova e subsidiariamente a fixação da pena no mínimo legal, regime mais benéfico para o cumprimento de pena.

Em sentença, o magistrado julgou procedente a pretensão punitiva e condenou o acusado nas penas previstas no art. 157, caput, do Código penal. Na primeira fase no exame da culpabilidade, observou que esta é própria dos

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crimes contra o patrimônio, que resultam no objetivo de lucro fácil, razão que deixou de exasperar a pena-base. Quanto aos antecedentes criminais, foi incrementada a pena na primeira fase. Quanto a personalidade, motivo, conduta social, circunstâncias, não há nos autos nada para valorar, e consequências são as próprias suportadas pelo delito. Reconheceu uma circunstância desfavorável ao réu. Fixou-se a pena-base em 4 anos e 9 meses de reclusão. Na segunda fase de aplicação da pena, não foram reconhecidas atenuantes, foi reconhecida agravante em virtude da reincidência. Majorou a pena na mesma fração utilizada na fase anterior e fixou a pena intermediária em 5 anos e 6 meses de reclusão.

Na terceira fase, não foi reconhecida causa especial de diminuição de pena ou de aumento de pena, tornou-se a pena definitiva em 5 anos e 6 meses de reclusão. Condenou-se o acusado ao pagamento de 15 dias-multa diante da pena privativa imposta. Foi calculada em razão de 1/30 do salário mínimo vigente a data do fato, na forma do art. 49, § 1º, do Código Penal.

De acordo com a quantidade da pena, bem como pela reincidência do réu, ficou o regime inicial no fechado. A sentença transitou em julgado para o Ministério Público em 27/01/2020.

Você, advogado(a) de Fabiano Nonato, foi intimado da sentença em 25 de fevereiro de 2020, uma terça-feira, este ano é bissexto, e os demais dias úteis em todo país.

Com base nas informações expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo para sua interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)

Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.

Obs.:

 A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à preten-são. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.

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Padrão de Resposta

1º Simulado 2ª Fase – XXXII Exame de Ordem Unificado Página 3 de 9

Gabarito comentado

Recurso de Apelação

O examinando deveria apresentar, na condição de advogado de Fabiano Nonato, Recurso de Apelação, com

fundamento no art. 593, inciso I, do Código de Processo Penal.

A petição de interposição do recurso de apelação deveria ser direcionada ao Juízo da 6ª Vara Criminal da Circunscrição Judiciária de Brasília/DF, enquanto as razões recursais deveriam ser apresentadas ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

Inicialmente, deveria ser aduzida preliminar de incompetência do juízo, pois, de acordo com o art. 70 do CPP, a competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. No caso em apreço, o roubo consumou-se em Samambaia/DF, logo o juízo competente para processar e julgar o denunciado não poderia ser o de Brasília/DF.

Quanto ao mérito, deveria ser pleiteada a absolvição do réu, tendo em vista a ausência de prova da materialidade e da autoria delitiva, pois as provas colhidas nos autos não comprovam que Fabiano Nonato foi o autor dos fatos a ele imputados.

Subsidiariamente, deveria o examinando falar sobre a dosimetria da pena, pois, quanto à pena-base, não há circunstâncias judiciais desfavoráveis e, de acordo com a Súmula n. 444 do STJ, o processo criminal em trâmite indicado na folha de antecedente criminais não pode ensejar maus antecedentes.

Quanto à fixação da pena intermediária, não caberia ser reconhecida a reincidência, pois, conforme o art. 63 do Código Penal, o denunciado não ostentava outra condenação definitiva por crime anteriormente praticado. A FAC ainda indicava uma anotação de processo em trâmite. Logo, não havia que exasperar a segunda fase da dosimetria da pena. Deve ser aduzido também o princípio constitucional da não culpabilidade.

Tendo em vista a pena definitiva ser fixada no mínimo legal (4 anos), tornaria necessário que o regime inicial de cumprimento de pena fosse fixado no aberto, consoante dispõe o art. 33, § 2º, alínea c, do CP.

Em conclusão, caberia ao examinando formular pedido de conhecimento e provimento do recurso.

O prazo a ser indicado é o dia 2 de março de 2020, uma vez que o prazo do recurso de apelação é de 5 dias. No fechamento, deveria ser mencionado local, data, advogado e OAB.

Distribuição dos Pontos

ITEM PONTUAÇÃO

Petição de interposição

1) Endereçamento: Juízo da 6ª Vara Criminal da Circunscrição Judiciária

de Brasília (0,10). 0,00/0,10

2) Fundamento legal: Art. 593, inciso I, do CPP (0,10). 0,00/0,10

Razões de recurso de apelação 3) Endereçamento: Tribunal de Justiça do Distrito Federal

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4) Preliminar a incompetência do Juízo. Art. 70 do CPP. Competência local

de consumação do delito. 0,00/0,15/0,20/0,45

5) No mérito requerer a absolvição do réu/ausência de provas de autoria

e materialidade/art. 386, V, CPP ou art. 386, VII, do CPP. 0,00/0,20/0,30/0,55

5.1) As provas carreadas aos autos não indicaram ser o réu autor dos

fatos, bem com as testemunhas nada falaram contra o denunciado. 0,00/0,15/0,55

6) Dosimetria da pena. Fixação da pena-base. Art. 59 do CP. Aplicação da

Súmula n. 444 do STJ. 0,00/0,15/0,30/0,55

7) Dosimetria da pena. Fixação da pena intermediária. Art. 63 do CP.

Ausência da agravante da reincidência. Não havia decisão condenatória definitiva.

0,00/0,20/0,25/0,30 0,35/0,45/0,65

7.1) Princípio da não culpabilidade. Art. 5º, LV, CF. 0,00/0,25

8) Regime inicial de cumprimento de pena. Aberto. Art. 33, § 2º, “c”, CP. 0,00/0,40/0,45/0,65

Pedidos

9) Conhecimento (0,10) e provimento do recurso (0,30). 0,00/0,10/0,30/0,40

10) Prazo: 2 de março de 2020 (0,10). 0,00/0,10

Fechamento

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Padrão de Resposta

1º Simulado 2ª Fase – XXXII Exame de Ordem Unificado Página 5 de 9

PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 1

Enunciado

No dia 23/07/2020, Júlia, com 19 anos, conseguiu se apropriar dos dados do aplicativo do banco que tinha acesso à conta da vizinha (idosa) e da avó (idosa), de forma que, todo mês em que o benefício das vítimas eram depositados, Júlia se apropriava ilicitamente dos valores com o intuito de realizar diversas compras na internet.

Sobre esses fatos, responda aos itens a seguir.

A) Quais são os crimes tipificados na conduta de Júlia e seus fundamentos legais? (Valor: 0,75) B) Poderiam ter sido aplicadas as escusas absolutórias? Justifique. (Valor: 0,50)

O examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.

Gabarito comentado

1) O candidato deveria argumentar que a conduta de Júlia se amolda ao crime de furto qualificado pelo abuso de

confiança (art. 155, § 2º, II, CP), pois Júlia já possuía acesso à conta da avó e da vizinha pelo aplicativo do celular.

2) O candidato deveria argumentar que não poderia aplicar as escusas absolutórias do art. 181 do CP, pois a vítima

se tratava de pessoa idosa, logo deveria ser aplicado o art. 183 do CP.

Em relação à correção, levou-se em conta o seguinte critério de pontuação:

ITEM PONTUAÇÃO

A) Furto qualificado com emprego de

confiança. Art. 155, § 2º, II, CP. 0,00 / 0,65 / 0,75 B) O candidato deveria argumentar

que não poderia aplicar as escusas absolutórias do art. 181 do CP, pois a vítima era pessoa idosa, logo deveria ser aplicado o art. 183 do CP.

0,00 / 0,10 / 0,40 / 0,50

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PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 2

Enunciado

João foi preso em flagrante delito pela prática de crime descrito no art. 157 do CP, tendo em vista que, no dia 18 de março de 2021, mediante emprego de arma de fogo, subtraiu a bolsa e o carro de Maria, que estava entrando no estacionamento da sua casa.

A) A não realização da audiência de custódia autoriza a decretação da prisão preventiva de ofício? (Valor: 0,65) B) Em caso de decretação da prisão preventiva de João, poderá o juiz substituir pela domiciliar? (Valor: 0,60) O examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.

Gabarito comentado

1) Não. A não realização da audiência de custódia (qualquer que tenha sido a razão para que isso ocorresse ou

eventual ausência do representante do Ministério Público quando de sua realização) não autoriza a prisão, de ofício, considerando que o pedido para tanto pode ser formulado independentemente de sua ocorrência. O fato é que as novas disposições legais trazidas pela Lei n. 13.964/2019 impõem ao Ministério Público e à Autoridade Policial a obrigação de se estruturarem de modo a atender os novos deveres que lhes foram impostos.

2) Não, tendo em vista que o crime praticado envolve violência e grave ameaça, não dá possibilidade de existir

prisão domiciliar, com base no art. 318-A do CPP.

Em relação à correção, levou-se em conta o seguinte critério de pontuação:

ITEM PONTUAÇÃO

A) A não realização da audiência de custódia (qualquer que tenha sido a razão para que isso ocorresse ou eventual ausência do representante do Ministério Público quando de sua realização) não autoriza a prisão, de ofício, considerando que o pedido para tanto pode ser formulado independentemente de sua ocorrência.

0,00 / 0,65 / 0,75

B) Tendo em vista que o crime praticado envolve violência e grave ameaça, não dá possibilidade de existir prisão domiciliar, com base no art. 318-A do CPP.

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Padrão de Resposta

1º Simulado 2ª Fase – XXXII Exame de Ordem Unificado Página 7 de 9

PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 3

Enunciado

Francisca praticou, em tese, crime descrito no art. 123 do CP, tendo em vista que estava sob influência do estado puerperal e matou seu próprio filho logo após o parto. Ocorre que as únicas provas carreadas aos autos que ense-jaram a pronúncia de Francisca foram as produzidas na fase do inquérito policial, pois Francisca teve seu filho em local escondido sem ajuda de nenhum profissional de saúde.

A) É possível a pronúncia do acusado baseada exclusivamente em elementos informativos obtidos na fase inquisi-torial? Justifique. (Valor: 0,75)

B) É possível que o juiz, na primeira fase do júri, viesse a absolver a denunciada com base na inimputabilidade, ainda que a defesa argumentasse a tese de estado de necessidade? Justifique. (Valor: 0,50)

O examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.

Gabarito comentado

A) NÃO. Haverá violação ao art. 155 do CPP. Além disso, muito embora a análise aprofundada seja feita somente pelo Júri, não se pode admitir, em um Estado Democrático de Direito, a pronúncia sem qualquer lastro probatório colhido sob o contraditório judicial, fundada exclusivamente em elementos informativos obtidos na fase inquisitorial. B) NÃO. O art. 415, parágrafo único, do CPP previu expressamente que a tese da inimputabilidade poderia ensejar a absolvição sumária somente se fosse a única tese de defesa. O caso da situação narrada dispõe que a defesa aduziu a tese de excludente de ilicitude, qual seja, estado de necessidade.

Em relação à correção, levou-se em conta o seguinte critério de pontuação:

ITEM PONTUAÇÃO

A) Haverá violação ao art. 155 do CPP. Além disso, muito embora a análise aprofundada seja feita somente pelo Júri, não se pode admitir, em um Estado Democrático de Direito, a pronúncia sem qualquer lastro probatório colhido sob o contraditório judicial, fundada exclusivamente em elementos informativos obtidos na fase inquisitorial.

0,00/0,65/0,75

B) O art. 415, parágrafo único, do CPP previu expressamente que a tese da inimputabilidade poderia ensejar a absolvição sumária somente se fosse a única tese de defesa. O caso da situação narrada dispõe que a defesa aduziu a tese de excludente de ilicitude, qual seja, estado de necessidade.

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PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 4

Enunciado

A ré Maria, sócia-proprietária da empresa, foi acusada de suprimir, dolosamente, ICMS, no montante de R$ 600 mil, fraudando a fiscalização tributária por meio de inserção de elementos inexatos e omissão de operação em docu-mentos exigidos pela lei fiscal. A imputação foi baseada unicamente na teoria do domínio do fato. Afirmou-se que é autor do delito aquele que detém o domínio da conduta, ou seja, o domínio final da ação. Logo, é autor aquele que decide se o fato delituoso vai acontecer ou não, independentemente de essa pessoa ter ou não realizado a conduta material de inserir elemento inexato em documento exigido pela lei fiscal, por exemplo.

A) De acordo com o entendimento do STJ, pode-se adotar a teoria do domínio do fato para caracterização da res-ponsabilidade penal da ré Maria? Justifique. (Valor: 0,75)

B) Para a caracterização da justa causa nos crimes tributários materiais, é necessário que o Ministério Público dete-nha apenas o procedimento administrativo instaurado contra o contribuinte? Justifique. (Valor: 0,50)

O examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.

Gabarito comentado

1) A teoria do domínio do fato funciona como uma ratio, a qual é insuficiente, por si só, para aferir a existência do

nexo de causalidade entre o crime e o agente. É equivocado afirmar que um indivíduo é autor, porque detém o domínio do fato se, no plano intermediário ligado à realidade, não há nenhuma circunstância que estabeleça o nexo entre sua conduta e o resultado lesivo.

Não há como considerar, com base na teoria do domínio do fato, que a posição de gestor, diretor ou sócio-administrador de uma empresa implica a presunção de que houve a participação no delito, se não houver, no plano fático-probatório, alguma circunstância que o vincule à prática delitiva.

Em decorrência disso, também não é correto, no âmbito da imputação da responsabilidade penal, partir da premissa ligada à forma societária, ao número de sócios ou ao porte apresentado pela empresa para se presumir a autoria, sobretudo porque nem sempre as decisões tomadas por gestor de uma sociedade empresária ou pelo empresário individual – seja ela qual for e de que forma esteja constituída – implicam o absoluto conhecimento e aquiescência com os trâmites burocráticos subjacentes, os quais, não raro, são delegados a terceiros.

2) NÃO. De acordo com a dicção da SV n. 24 do STF, os crimes tributários materiais ou de resultado somente

podem ser tidos por consumados após o exaurimento da esfera administrativa, ou seja, após o desfecho de eventual procedimento fiscal instaurado para a discussão do crédito tributário.

Tal posicionamento evita que sejam tomadas decisões conflitantes nas esferas administrativa e penal, pois impede que um agente venha a ser condenado pela prática de crime contra a ordem tributária, por ter, por exemplo, ilidido o pagamento de imposto, cuja exigência restou posteriormente afastada pela própria autoridade fiscal. Embora,

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Padrão de Resposta

1º Simulado 2ª Fase – XXXII Exame de Ordem Unificado Página 9 de 9 em tal hipótese, pudesse ser reconhecida a perda superveniente de justa causa para o exercício da ação penal, seria contraditório admitir, via de regra, a oferta de denúncia antes que houvesse certeza sobre a materialidade da conduta criminosa que motivou a acusação.

Em relação à possibilidade de aplicação para crimes praticados antes da edição do verbete, esclareceu-se que não se trata de aplicação retroativa de norma penal mais gravosa, o que, como cediço, encontra óbice no texto constitucional, mas de consolidação de entendimento jurisprudencial, que conferiu a correta exegese a dispositivos legais vigentes na data dos fatos. A sua observância é cogente para todos os órgãos do Poder Judiciário e não há que se falar em retroatividade in malam partem.

Em relação à correção, levou-se em conta o seguinte critério de pontuação:

Quesitos avaliados Notas Possíveis A) A teoria do domínio do fato funciona como uma ratio, a

qual é insuficiente, por si só, para aferir a existência do nexo de causalidade entre o crime e o agente.

É equivocado afirmar que um indivíduo é autor, porque detém o domínio do fato se, no plano intermediário ligado à realidade, não há nenhuma circunstância que estabeleça o nexo entre sua conduta e o resultado lesivo.

Não há como considerar, com base na teoria do domínio do fato, que a posição de gestor, diretor ou sócio-administrador de uma empresa implica a presunção de que houve a participação no delito, se não houver, no plano fático-probatório, alguma circunstância que o vincule à prática delitiva.

0,00/0,65/0,75

B) De acordo com a dicção da SV n. 24 do STF, os crimes tributários materiais ou de resultado somente podem ser tidos por consumados após o exaurimento da esfera administrativa, ou seja, após o desfecho de eventual procedimento fiscal instaurado para a discussão do crédito tributário.

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