A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA
TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DE
PORTO ALEGRE
Reili Moreira e Silva
Médica Veterinária Residente
Programa Vigilância em Saúde da Escola de Saúde Pública do RS
Debatedora: Fabiane Soares de Souza
DIRETORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE UNIDADE DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
EQUIPE DE VIGILÂNCIA DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS (EVDT)
NÚCLEO DE VIGILÂNCIA DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS CRÔNICAS (NVDTC) VIGILÂNCIA DA TUBERCULOSE E DA HANSENÍASE
A Vigilância Epidemiológica da Tuberculose no Município de Porto Alegre
• A Tuberculose (TB)
• A situação epidemiológica da TB no Brasil e RS
• A situação epidemiológica da TB no município de Porto Alegre
• A vigilância epidemiológica da TB em POA:
• Notificação
• Transferência do Usuário para a UNIDADE DE SAÚDE ou MUNICÍPIO DE ORIGEM
• Acompanhamento dos casos
• A Importância da Vigilância Epidemiológica para a Saúde Pública
A TUBERCULOSE
• Doença infecciosa causada pela
bactéria Mycobacterium
tuberculosis (principalmente).
• Bacilo álcool-ácido resistente
(BAAR), corado pela técnica
Ziehl-Neelsen.
• Conhecido como Bacilo de Koch.
• Vacinação com BCG
(bacilo de
Calmette-Guérin): previne as
formas graves da
doença, como TB miliar
e meníngea em
A TUBERCULOSE
• Formas da tuberculose:
• Pulmonar – Forma mais importante para a saúde pública • Extra-pulmonar • Miliar • Pleural • Meningoencefálica • Óssea • Intestinal • Ocular • Ganglionar • Articular
TRANSMISSÃO
• Aerossóis
• gotículas
Depende da concentração de bacilos no ar tempo de exposição proximidade/convívio em ambientes fechadosSINAIS E SINTOMAS
•Tosse
persistente
•Febre
•Sudorese
noturna
•Dor nas costas
•Perda de Peso
•Fadiga
DIAGNÓSTICO
• Baciloscopia
• Radiografia do
tórax
• Cultura
• Teste molecular
rápido (TMR-TB) -
GeneXpert
• Histopatologia
RADIOGRAFIA DO TÓRAX
Infecção Latente Tuberculose (IL-TB)
Quando uma pessoa saudável é exposta ao bacilo da TB, tem 30% de chance de infectar-se, dependendo de vários fatores, como grau de
exposição, infectividade do caso índice e fatores imunológicos individuais. As pessoas infectadas, em geral, permanecem saudáveis por muitos anos, com imunidade parcial ao bacilo.
Não apresentam sintomas e não transmitem a doença. Podem reativar a doença em caso de imunossupressão. Diagnóstico da IL-TB: Prova tuberculínica radiografia tórax.
TRATAMENTO
• Tratamento realizado no SUS.
• Medicamentos gratuitos.
• Unidades de Saúde e Centros
de Referência em Tuberculose
(CRTB’s).
• Casos especiais: Tratamento no
Sanatório Partenon (TB-DR).
• Esquema Básico – RHZE:
• Rifampicina (R) • Isoniazida (H)
• Pirazinamida (Z) • Etambutol (E)
• Em caso de TB-DR, falência de
tratamento e efeitos adversos
maiores: encaminhamento para
Unidades de Referência.
• Em alguns casos é recomendado tratamento diretamente
observado (TDO).
Tratamento prolongado – 6 a 8 meses
DOENÇAS E AGRAVOS ASSOCIADOS
• HIV/AIDS
• Hepatites B e C
• Sífilis
• Imunossupressão
• Dependência química
• Tabagismo
• Alcoolismo
• Diabetes
• No Brasil, em 2017, foram notificados 69.569 casos novos
de tuberculose.
• O coeficiente de incidência foi igual a 33,5 casos/100 mil
hab.
• Em 2016, foram registrados 4.426 óbitos por tuberculose,
resultando em um coeficiente de mortalidade igual a 2,1
óbitos/100 mil hab.
Coeficiente de incidência de tuberculose (por 100 mil habitantes), Brasil, 2008 a 2017
Coeficiente de incidência de tuberculose (por 100 mil hab.). Unidade Federada,
2019
.**Dados preliminares, sujeitos a alteração.
No Brasil foram diagnosticados 73.864 casos novos de TB. Incidência = 35,0 casos/100 mil habitantes.
O percentual de coinfecção TB/HIV foi de 17,1% no ano 2017 e de
16,2% no ano 2018
(Dados do SINAN Estadual, próximos, para este indicador, do dadonacional, de 15,3% de coinfecção).
No Brasil a taxa média de coinfecção TB/HIV é de 8,7%, no ano de
2018.
O percentual de testagem para HIV no Brasil em 2018 = 75,5%.
No RS, em 2017, foi feita a testagem em 86,8% dos pacientes.
Em 2018, foram testados 82,4%*, acima da média nacional.
Coeficientes de Incidência de Casos Novos de Tuberculose no RS, por 100 mil habitantes, 2013 a 2018
2017: CURA E ABANDONO Cura de
Casos Novos de tuberculose, forma pulmonar
61%
11%
1,81%
No Brasil, o percentual de cura em 2017 para casos novos de tuberculose pulmonar, com
confirmação laboratorial, foi de 71,4%, enquanto o abandono foi de 9,9 %.
No ano de 2018, foram notificados 5085 casos novos de tuberculose no RS, com 7073 casos no total.
A situação da tuberculose no município de Porto Alegre
2017: Casos novos: 1336
Casos novos
de TB
Incidência
Casos novos de TB
pulmonar
nº
por 100.000
nº
%
Porto Alegre
1252
84,4
1085
86,7
Fonte: Boletim epidemiológico TB março/2020 – Ministério da Saúde
A situação da tuberculose no município de Porto Alegre
Coinfecção TB-HIV entre
os casos novos de TB
Realização de TARV entre
os casos novos de TB com
coinfecção
nº
%
nº
%
Porto Alegre
219
17,5
87
39,7
A situação da tuberculose no município de Porto Alegre
• 2019 (dados preliminares)
Fonte: Boletim epidemiológico TB março/2020 – Ministério da Saúde
Em 2018, Porto Alegre foi a capital com maior percentual de abandono de tratamento do país, com 25,3% de abandono, seguido de Porto Velho (24,6%), Florianópolis (23,4%) e Goiânia (21,3).
A situação da tuberculose no município de Porto Alegre
• População em situação de rua
incidência no ano de 2016 = 5.248 casos/ 100.000 hab. 89,2% dos casos novos é na forma pulmonar.
5,4% forma pulmonar + extrapulmonar.
• População em situação de privação de liberdade:
incidência no ano de 2016 = 3.000 casos/ 100.000 hab.
Incidência TB pulmonar em 2016: 2.640 casos/ 100.000 hab.
• Uso de drogas ilícitas/ alcoolismo • Doença mental
• Vulnerabilidade social • Baixa escolaridade
Imagem 1 – As notificações são enviadas para a DGVS pelas Unidades de Saúde, UPAs e Hospitais.
A vigilância epidemiológica da TB em POA:
• Notificação Compulsória
• Notifica-se casos confirmados
• Portaria nº 1271, de 6 de junho de 2014
• US, UPA, Hospitais, e
consultórios particulares devem notificar.
• Busca ativa de notificações nos hospitais.
Ficha de Notificação do
SINAN
• Deve ser totalmente
preenchida
• Identificação e
endereço do usuário
– encaminhamento
para US/Busca ativa
• Dados
complementares do
caso
Ficha de Notificação do
SINAN
Qualificação das notificações:
• SINAN
• CADSUS
• E-SUS
• GAL
• GERINT
• LABORATÓRIO MUNICIPAL
• PLANILHA DE ENDEREÇOS DA PREFEITURA
• BUSCA CEP
Transferência do Usuário para a UNIDADE DE
SAÚDE ou MUNICÍPIO DE ORIGEM
• Etapa muito importante - encaminhamento do usuário para o tratamento. • Após realizada a notificação no SINAN:
Envio de e-mail com informações sobre o caso para a Unidade de saúde de
referência do usuário ou para o Programa Estadual de Controle da Tuberculose do Rio Grande do Sul (PECT/RS), que faz o encaminhamento para o Município.
• Moradores de rua sem endereço de referência, são encaminhados para o
Consultório na Rua Centro (BUSCA ATIVA).
• Moradores de rua com endereço são encaminhados para a US de referência. Eles podem consultar em qualquer US – porta abertas na AB.