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CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE SENTIMENTO DO MUNDO

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Academic year: 2021

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CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

SENTIMENTO

DO MUNDO

(2)

Copyright © 2012 by Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond www.carlosdrummond.com.br

Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009.

Capa

Jeff Fisher

Imagem da capa

Acervo da Fundação Casa de Rui Barbosa/ Arquivo Museu de Literatura Brasileira. Fundo Carlos Drummond de Andrade.

Reprodução de Ailton Alexandre da Silva. Década de 1950

Estabelecimento de texto

Júlio Castañon Guimarães (Casa de Rui Barbosa)

Preparação

Márcia Copola

Revisão

Renato Potenza Rodrigues Juliane Kaori

2012

Todos os direitos desta edição reservados à

EDITORA SChwARCz S.A.

Rua Bandeira Paulista, 702, cj. 32 04532-002 — São Paulo — SP

Telefone: (11) 3707-3500 Fax: (11) 3707-3501

www.companhiadasletras.com.br www.blogdacompanhia.com.br

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Andrade, Carlos Drummond de, 1902-1987.

Sentimento do mundo / Carlos Drummond de Andrade. — 1a ed. — São Paulo : Companhia das Letras, 2012.

ISBN 978-85-359-2069-7

1. Poesia brasileira i. Título.

12-01395 cdd-869.91 Índice para catálogo sistemático:

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SUMÁRIO

Apresentação 7 SENTIMENTO DO MUNDO Sentimento do mundo 11 Confidência do itabirano 13 Poema da necessidade 15

Canção da Moça-Fantasma de Belo horizonte 17 Tristeza do Império 21

O operário no mar 23 Menino chorando na noite 25 Morro da Babilônia 27

Congresso Internacional do Medo 29 Os mortos de sobrecasaca 31

Brinde no juízo final 33 Privilégio do mar 35 Inocentes do Leblon 37 Canção de berço 39 Indecisão do Méier 41 Bolero de Ravel 43 La possession du monde 45

Ode no cinquentenário do poeta brasileiro 47 Os ombros suportam o mundo 51

Mãos dadas 53 Dentaduras duplas 55 Revelação do subúrbio 59 A noite dissolve os homens 61 Madrigal lúgubre 63

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Elegia 1938 67 Mundo grande 69

Noturno à janela do apartamento 71

Drummond: vida e obra 73 Cronologia 77

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SENTIMENTO

DO MUNDO

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11

SENTIMENTO DO MUNDO

Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo, mas estou cheio de escravos, minhas lembranças escorrem e o corpo transige

na confluência do amor. Quando me levantar, o céu estará morto e saqueado, eu mesmo estarei morto, morto meu desejo, morto o pântano sem acordes. Os camaradas não disseram que havia uma guerra e era necessário trazer fogo e alimento. Sinto-me disperso, anterior a fronteiras, humildemente vos peço que me perdoeis.

Quando os corpos passarem, eu ficarei sozinho

desfiando a recordação

do sineiro, da viúva e do microscopista que habitavam a barraca

e não foram encontrados ao amanhecer

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12

* esse amanhecer mais noite que a noite.

(8)

13

CONFIDÊNCIA DO ITABIRANO

Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas calçadas. Oitenta por cento de ferro nas almas.

E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação. A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,

vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem [horizontes. E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,

é doce herança itabirana.

De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço: este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;

este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas; este orgulho, esta cabeça baixa...

Tive ouro, tive gado, tive fazendas. hoje sou funcionário público.

Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói!

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POEMA DA NECESSIDADE

É preciso casar João, é preciso suportar Antônio, é preciso odiar Melquíades, é preciso substituir nós todos. É preciso salvar o país, é preciso crer em Deus, é preciso pagar as dívidas, é preciso comprar um rádio, é preciso esquecer fulana. É preciso estudar volapuque, é preciso estar sempre bêbedo, é preciso ler Baudelaire, é preciso colher as flores de que rezam velhos autores. É preciso viver com os homens, é preciso não assassiná-los, é preciso ter mãos pálidas e anunciar O FIM DO MUNDO.

Referências

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