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Análise de custo de concretos asfálticos produzidos com agregado reciclado de concreto

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Academic year: 2021

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Análise de custo de concretos asfálticos produzidos com 

agregado reciclado de concreto 

Adriana Lobo  Universidade Federal do Paraná, Departamento de Construção Civil, Curitiba, Paraná, Brasil  verchai.adriana@gmail.com  Janaína Motter  Universidade Federal do Paraná, Departamento de Construção Civil, Curitiba, Paraná, Brasil  janamotter@hotmail.com  Leonardo F. R. Miranda  Universidade Federal do Paraná, Departamento de Construção Civil, Curitiba, Paraná, Brasil  lfrmiranda@ig.com.br 

ABSTRACT:  It  is  proposed  as  a  method  that  allows  the  application  of  the  material  in  other  solutions, the replacement of natural aggregate with recycled concrete aggregate (RCA) in hot  mix asphalt concrete (HMA) pavements to be applied in medium and low volume roads. This  paper analyzes the different production costs of ten mixtures in Brazil. The optimum bitumen  content were defined by the Marshall Mix design, complemented with the RICE test. The result  of  cost  analysis  indicates  that  HMA  suffered  costs  additions  of  between  11.76%  and  19.73%  compared to the reference mixture when replacing the natural coarse aggregate from recycled,  and 3.22% to 7.99% when it replaces the fine aggregate. These values are more favorable than  those found in the bibliographic review. 

Keywords: recycling, recycled concrete aggregate, paving, Marshall Mix design, cost analysis 

RESUMO: Propõe‐se, como método que permita a aplicação do material em outras soluções, a  substituição  do  agregado  natural  por  agregado  reciclado  de  concreto  (ARC)  no  concreto  betuminoso usinado a quente (CBUQ) a ser aplicado em pavimentos de médio e baixo volumes  de tráfego. Esse trabalho analisa os custos de produção no Brasil de dez diferentes de misturas.  Os teores ótimos de ligante de cada mistura foram definidos através da dosagem Marshall e do  ensaio RICE. O resultado da análise de custos do CBUQ realizada indica que, em relação à mistura  referência, o custo sofre acréscimos de 11.76% a 19.73%, quando se substitui o agregado graúdo  natural por reciclado, e de 3.22% a 7.99% quando se substitui o agregado miúdo.  Palavras‐chave: reciclagem, agregado reciclado de concreto, pavimentação, dosagem Mar‐ shall, análise de custo  1 INTRODUÇÃO  Sabe‐se que a reciclagem na construção civil pode gerar inúmeros benefícios, como a redução  no consumo de recursos naturais não renováveis, a redução de áreas necessárias para aterro e  a  redução  da  poluição  gerada  pelo  entulho  e  de  suas  consequências  negativas  ao  ambiente,  além da preservação das reservas naturais de matéria‐prima. 

Porém,  a  quantidade  de  ARC  gerados  ainda  supera  o  uso  desse  material  nas  práticas  já  consolidadas, incluindo a utilização em bases e sub‐bases de pavimentos. Assim, verifica‐se a  necessidade de ampliar a possibilidade de utilização dos ARC, como, por exemplo, na camada  de  concreto  asfáltico,  CBUQ.  As  pesquisas  neste  tipo  de  utilização  são  recentes  e  não  foi  encontrada na bibliográfica aplicação de pista‐teste com utilização desse material, tão pouco  normas que especifiquem os requisitos técnicos para que os ARC sejam aproveitados no CBUQ.  

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Os estudos encontrados sobre a aplicação de ARC em CBUQ foram os realizados na Austrália,  por Paranavithana & Mohajerani (2006), no Brasil, por Guimarães & Ribeiro (2005), por Ron et  al. (2008), por Silva (2009) e por Marinho (2011), na Singapura por Zulkati et al. (2013),  na China,  por Chen et al. (2011) e por Zhu et al. (2011), na Espanha, por Pérez et al. (2011), nos EUA, por  Mills‐Beale & You (2010), no Irã, por Arabani & Azarhoosh (2012) e em Singapura, por Wong et  al.  (2007).  Os  resultados  obtidos  até  o  momento  pelos  pesquisadores  são  encorajadores  e  indicam viabilidade técnica dessa utilização. Na Tabela 1 verificam‐se as variações de algumas  propriedades analisadas observadas pelos autores dessas pesquisas, em relação às misturas de  referência  estudadas  e  na  Tabela  2,  os  teores  de  ligante  obtidos  em  algumas  das  pesquisas  citadas para a mistura de referência e para misturas de CBUQ com ARC.  Tabela 1: Variações das propriedades de CBUQ com agregado natural substituído por ARC  Variação  Verificada  Estabilidade  Marshall  Fluência  Marshall  Densidade  aparente  Vazios do  agregado  mineral  Volume  de va‐ zios  Vazios  com  betume  Aumentou  4  1  0  1  5  0  Semelhante  2  4  0  2  3  1  Reduziu  1  2  3  4  0  5  Tabela 2: Teores de ligante  Pesquisador  Marinho  (2011)  Arabani &  Azarhoosh  (2012)  Guimarães  & Ribeiro  (2005)  Paranavithana  & Mohajerani  (2006)  Ron et  al.  (2008)  Silva  (2009)  Wong  et al.  (2007)  Mistura de  referência  5%  5,1%  ‐ 5% a 6% 5,7% ‐  5,3%  Misturas  com ARC  5%  5,6% a  6,5% 

6,5% a 9% 5,1% a 6,5% 7,6% 9,0% a  11,5%  5,3% a  7%  Das pesquisas verificadas, foi possível observar que a única que apresentou um cálculo para o  custo de CBUQ com agregado natural substituído por ARC é o trabalho de Guimarães & Ribeiro  (2005), que verificaram que CBUQ realizado com o ARC, apesar de ser tecnicamente viável, era  cerca de 33.6% mais cara que o CBUQ com agregado natural.  2 MATERIAIS E MÉTODOS  2.1 Materiais utilizados na pesquisa  Foram produzidas dez diferentes de misturas, nos quais os agregados graúdos e miúdos naturais  foram substituídos, isoladamente, nos percentuais de 0, 25, 50, 75 e 100% por ARC de 20, 30 e  40Mpa, ou seja, quando foi feita a substituição de agregado graúdo natural por agregado graúdo  reciclado de concreto, o agregado miúdo não foi substituído, e vice‐versa.   Todos os agregados utilizados na pesquisa foram secos em estufa a 100ºC por no mínimo 24  horas antes da realização dos ensaios de caracterização e da moldagem dos corpos de prova  tipo Marshall. A fração dos agregados graúdos ficou definida quando do peneiramento.  Foram utilizadas as seguintes amostras de agregados:   agregado miúdo reciclado de concreto com resistência à compressão de 20 Mpa na fração  areia – menor que 4.8mm (A20);   agregado graúdo reciclado de concreto com resistência à compressão de 30 Mpa nas frações  brita 1 – entre 19 mm e 9.5 mm – e pedrisco – entre 9.5 mm e 4.8mm (A30);   agregado miúdo reciclado de concreto com resistência à compressão de 40 Mpa na fração  areia – menor que 4.8mm (A40) 

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 agregado natural nas frações brita 1 – entre 19 e 9.5 mm – e pedrisco – entre 9.5 e 4.8mm;   agregado miúdo artificial tipo pó de pedra na fração areia – menor que 4.8mm;   concreto asfáltico de petróleo CAP 50/70.  2.2 Caracterização dos agregados utilizados na pesquisa  As propriedades analisadas, normas utilizadas para os ensaios e resultados da caracterização  dos agregados utilizados nessa pesquisa são apresentados nas Tabelas 3, 4 e 5 e na Figura 1.  Tabela 3: Propriedades, normas e resultados para o agregado graúdo na fração brita 1 (entre 19 mm e 9.5 mm). 

Propriedade  Norma  Resultado Unidade 

Agregado natural 30 MPa  Absorção de água  NBR NM 53 (ABNT, 2009b) 0.5 4.3 %  Massa específica aparente  NBR NM 53 (ABNT, 2009b) 2.72 2.42 g/cm³  Massa específica real  NBR NM 53 (ABNT, 2009b) 2.76 2.71 g/cm³  Abrasão Los Angeles  NBR NM 51 (ABNT, 2001b) 16 27 %  Tabela 4: Propriedades, normas e resultados para o agregado graúdo na fração pedrisco (9.5 mm e 4.8mm). 

Propriedade  Norma  Resultado Unidade 

Agregado natural 30 MPa  Absorção de água  NBR NM 53 (ABNT, 2009b) 0.8 9.1 %  Massa específica aparente  NBR NM 53 (ABNT, 2009b) 2.63 2.12 g/cm³  Massa específica real  NBR NM 53 (ABNT, 2009b) 2.68 2.65 g/cm³  Tabela 5: Propriedades, normas e resultados para os agregados miúdos   Propriedade  Norma  Resultados Unidade  Pó de pedra 20  MPa  40  MPa  Análise granulométrica NBR NM 248 (ABNT,  2003a)  Vide Figura  1    N/A  Absorção de água  NBR NM 30 (ABNT, 2001a) 1.1 10.7 9.10  %  Massa específica  aparente  NBR NM 52 (ABNT, 2009a) 2.562 2.01 2.10  g/cm³ Massa específica real  NBR NM 52 (ABNT, 2009a) 2.635 2.26 2.55  g/cm³ Teor de finos < 75 µm NBR NM 46 (ABNT, 2003b) 4.0 8.3 6.3  %    Figura 1. Curva granulométrica do agregado miúdo artificial tipo pó de pedra  2.3 Ensaios realizados para determinação dos teores ótimos de ligante das misturas 

Foram  realizados  os  seguintes  ensaios  para  a  obtenção  dos  parâmetros  necessários  para  definição dos teores ótimos de ligante das misturas:   dosagem Marshall: foi realizada a dosagem Marshall para todas as misturas estudadas, se‐ guindo o especificado na especificação de ensaio brasileira DNER‐ME 043/95 (DNER,  0 20 40 60 80 100 0,01 0,1 1 10 100 %  PASSANTE PENEIRA (mm)

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1995);   ensaio RICE: Para obtenção da densidade máxima medida, foi realizado o ensaio RICE, para  todas as misturas estudadas, que implica na aplicação de uma bomba de vácuo, conforme  especificações da norma brasileira ABNT NBR 15619:2012 (ABNT, 2012).  2.4 Curva granulométrica das misturas  Foi escolhida uma única composição dos agregados para todas as misturas, de forma a se  enquadrar na granulometria da faixa C do DNIT, sendo a mesma apresentada na Figura 2.    Figura 2. Curva granulométrica das misturas  2.5 Composições dos agregados nas misturas estudadas  Tabela 6: Composição dos agregados nas misturas. 

Mistura  Teor de substituição  Brita 1 Pedrisco Areia Total 

AN  A30 AN A30 Pó de Pedra A20  A40 

AN  0% 20%  0% 22% 0% 58% 0%  0%  100% A30G25  25% 15%  5% 16,5% 5,5% 58% 0%  0%  100% A30G50  50% 10%  10% 11% 11% 58% 0%  0%  100% A30G75  75% 5%  15% 5,5% 16,5% 58% 0%  0%  100% A30G100  100%  0%  20% 0% 22% 58% 0%  0%  100% A20M50  50% 20%  0% 22% 0% 29% 29%  0%  100% A20M100  100%  20%  0% 22% 0% 0% 58%  0%  100% A40M50  50% 20%  0% 22% 0% 29% 0%  29%  100% A40M100  100%  20%  0% 22% 0% 0% 0%  58%  100% A composição dos agregados nas misturas segue o apresentado na Tabela 6.  2.6 Definição dos teores ótimos de ligante das misturas  O teor ótimo de ligante de cada mistura foi definido de forma a atender aos limites de volume  de vazios (Vv), entre 3% e 5%, e relação betume‐vazios (RBV), entre 75% e 82%.   3 RESULTADOS OBTIDOS E DISCUSSÕES  3.1 Teores ótimos de ligante  Os resultados de teores ótimos de ligantes encontrados para cada mistura foram: 4.9% (AN),  6.0%  (A30G25),  6.2%  (A30G50),  6.4%  (A30G75),  6.9%  (A30G100),  6.0%  (A20M50),  6.1%  (A20M100),  5.8%  (A40M50)  e  6.0%  (A40M100).  Conforme  se  verifica  na  Figura  3,  é  possível  perceber uma tendência de aumento do teor ótimo de ligante em função do aumento do teor  de  ARC,  quando  substituída  a  fração  graúda,  o  que  se  deve  à  porosidade  dos  agregados  reciclados que é maior que a dos agregados naturais.  0 50 100 0,01 0,1 1 10 100 %  PASSANTE PENEIRAS (mm) MÍN. FAIXA "C" MÁX. FAIXA "C"

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  Figura 3. Teor ótimo de ligante por teor de substituição por ARC. 

Todas  as  propriedades  analisadas  para  todas  as  misturas  se  enquadraram  nos  requisitos  de  dosagem  de  concreto  asfáltico  da  DNIT‐ES  031:2006  para  camada  de  rolamento,  que  prevê  estabilidade Marshall mínima de 500kgf, volumes de vazios (Vv) entre 3% e 5%, relação betume  vazios (RBV) entre 75% e 82% e vazios do agregado mineral (VAM) mínimo de 15%, já que a  dimensão máxima do agregado utilizado é de 19mm (DNIT, 2006). 

3.2 Análise de custos   Tabela 7: Custos dos agregados. 

Agregado  Fração  Material 

(R$/m³)  Massa unitária  (g/cm³ ou t/m³)  Material   (R$/t)  AN  Pedreira: Raphael F. Greca  Brita 1 R$ 37.00 1.38 R$ 26.81  Pedrisco R$ 36.00 1.35 R$ 26.67  Pó de pedra R$ 54.00 1.50 R$ 36.00  Agregados Reciclados  Usina: USIPAR  A30    Brita 1 R$ 22.00 1.07 R$ 20.56  Pedrisco R$ 20.00 1.07 R$ 18.69  A20  Areia  R$ 30.00 1.50 R$ 20.00  A40  Areia  R$ 30.00 1.50 R$ 20.00  Os custos aqui analisados são para execução de CBUQ no centro da capital do estado do Paraná,  no Brasil. Os custos para os agregados e o CAP 50/70 apresentados neste trabalho foram obtidos  em maio de 2013. O custo do CAP 50/70 é igual a R$ 1080.00, obtido com a CBB asfaltos. Os  custos  para  equipamento  e  mão‐de‐obra  foram  obtidos  do  sistema  de  custos  rodoviários  do  Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, para o estado do Paraná, com valores  de  Novembro  de  2012,  sendo  que  para  concreto  betuminoso  usinado  a  quente  –  capa  de  rolamento, número de referência 5 S 02 540 01, é igual a R$ 8.58 (DNIT, 2012). Os custos dos  agregados constam na Tabela 7.  Foram, então, calculados os custos para execução da camada de rolamento em CBUQ para as  misturas estudadas, em reais por toneladas, conforme constam na Tabela 8.  Verifica‐se que, em relação à mistura AN, o custo sofre acréscimos de 11.76% a 19.73%, quando  se substitui o agregado graúdo natural por reciclado, e de 3.22% a 7.99% quando se substitui o  agregado miúdo. Esse fato se deve ao maior consumo de ligante, que aumenta em função do  acréscimo de ARC à mistura, devido à maior absorção e porosidade dos ARC.  y = 0,0176x + 5,2 R² = 0,88 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 8 0 20 40 60 80 100

Teor ótimo de ligante (%

)

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Tabela 8: Custos das misturas. 

Material  AN  A30G2

5  A30G5 0  A30G7 5  A30G10 0  A20M50 A20M100 A40M50 A40M100 Brita 1  AN  19.0%  14.1% 9.4%  4.7%  0.0%  18.8%  18.8%  18.8%  18.8%  A30  0.0%  4.7%  9.4%  14.0%  18.6%  0.0%  0.0%  0.0%  0.0%  Pedrisco  AN  20.9%  15.5% 10.3%  5.2%  0.0%  20.7%  20.7%  20.7%  20.7%  A30  0.0%  5.2%  10.3%  15.4%  20.5%  0.0%  0.0%  0.0%  0.0%  Areia  Pó de pedra 55.2%  54.5% 54.4%  54.3%  54.0%  27.3%  0.0%  27.3%  0.0%  A20  0.0%  0.0%  0.0%  0.0%  0.0%  27.3%  54.5%  0.0%  0.0%  A40  0.0%  0.0%  0.0%  0.0%  0.0%  0.0%  0.0%  27.3%  54.5%  Custo  (R$/t)  Materiais  R$  83.46  R$  94.28  R$  95.67  R$  97.06  R$  101.62  R$  90.65  R$ 87.34  R$  88.49  R$ 86.26 Equipament o e mão‐de‐ obra  R$ 8.58  R$ 8.58 R$ 8.58 R$ 8.58 R$ 8.58 R$ 8.74 R$ 8.74  R$ 8.74  R$ 8.74  Total  R$  92.04  R$  102.86 R$  104.25 R$  105.64 R$  110.20  R$  99.39  R$ 96.08  R$  97.23  R$ 95.00 Acréscimo em relação  à mistura AN (%)  ‐  11.76% 13.27% 14.79% 19.73%  7.99%  4.39%  5.64%  3.22%  Tabela 9: Comparação da análise de custos dessa pesquisa com a análise de custos de Guimarães e Ribeiro (2005).  Nessa pesquisa  Na pesquisa de Guimarães e Ribeiro (2005)   O CAP utilizado é do tipo CAP 50/70  O CAP utilizado é do tipo CAP 20  Foram substituídos apenas agregados graúdos  naturais ou apenas agregados miúdos numa mesma  mistura por ARC  Foram substituídos tanto os agregados graúdos,  quanto os miúdos, naturais por ARC numa  mesma mistura  Foram estudados diversos teores de substituição  (0%, 25%, 50%, 75% e 100%)  Foram estudados apenas dois teores de  substituição (0% e 100%)  Foram considerados os custos de equipamentos e  mão de obra  Não foram considerados os custos de  equipamentos e mão de obra  O custo orçado do CAP na região de Curitiba é R$  1080.00 por tonelada  O custo médio do CAP na região de Goiânia é R$  1300.00 por tonelada  Das pesquisas verificadas, foi possível observar que a única que apresentou um cálculo para o  custo de CBUQ com agregado natural substituído por ARC é o trabalho de Guimarães & Ribeiro  (2005),  que  verificaram  que  a  mistura  betuminosa  tipo  CBUQ  realizada  com  o  resíduo  de  concreto,  apesar  de  ser  tecnicamente  viável,  era  cerca  de  33.6%  mais  cara  que  a  mistura  betuminosa  usinada  com  agregado  natural.  Possivelmente  a  diferença  entre  percentuais  encontradas nessa pesquisa e na pesquisa de Guimarães & Ribeiro (2005) se deu devido aos  fatos comparativos apresentados na Tabela 9. 

Tabela 10: Toneladas de camada de CBUQ para camadas de rolamento que seriam executadas com R$2 milhões.  A30G25  A30G50  A30G75  A30G100  A20M50  A20M100  A40M50  A40M100 

21,729.68  19,443.9  19,184.65  18,932.22  18,148.82  20,122.75  20,815.99  20,569.78 

Além dos custos considerados, existe também o custo de remoção de resíduos de construção e  demolição  dispostos  de  maneira  irregular  pela  cidade.  De  acordo  com  Guimarães  &  Ribeiro  (2005), em 2005 a Prefeitura Municipal de Goiânia chegou a gastar dois milhões de reais por  mês  com  a  remoção  de  RCD  dispostos  de  forma  irregular  pela  cidade,  com  esse  valor  seria  viabilizada a execução de mais de 18,000 toneladas de CBUQ para camadas de rolamento, com  reaproveitamento de ARC, por mês, conforme se verifica na Tabela 10. 

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4 CONCLUSÕES 

Segundo  Carneiro  et  al.  (2001)  a  absorção  se  apresenta  como  uma  das  propriedades  com  diferenças mais marcantes entre o agregado natural e o agregado reciclado e Vieira et al. (2004)  confirma  que  os  agregados  reciclados  possuem  taxa  de  absorção  de  água  mais  elevada,  se  comparados com o agregado natural. De acordo com Saeed et al. (2007), a absorção varia de 2%  a 6% para agregados reciclados graúdos e de 4% a 8% para agregados miúdos. Verifica‐se ser  um consenso no meio acadêmico e os resultados dessa pesquisa corroboram para confirmar  que a absorção dos ARC é maior que a absorção dos agregados naturais. Consequentemente à  maior  absorção,  têm‐se  maior  porosidade  e  menor  massa  específica  aparente,  conforme  se  verificou para os ARC, que apresentaram menor massa específica aparente quando comparados  aos agregados naturais.  Os valores obtidos para teores ótimo de ligante das misturas demonstraram que, a estrutura  mais porosa, encontrada nos agregados reciclados de concreto, acarretou em mais vazios e uma  maior área de superfície, requisitando assim maior porcentagem de ligante e explicando o fator  de variação do teor de ligante em função do percentual de substituição de agregado natural por  agregado reciclado de concreto.  O resultado da análise de custos do CBUQ realizada indica que, em relação à mistura referência,  o custo sofre acréscimos de 11.76% a 19.73%, quando se substitui o agregado graúdo natural  por reciclado, e de 3.22% a 7.99% quando se substitui o agregado miúdo, porém, ainda assim  apresentou‐se otimista com relação às análises de custos já verificada em trabalhos anteriores,  que chegaram a 33.6% de acréscimo, mas indicam ainda a necessidade de se buscar alternativas  para a redução do consumo de ligante quando ARC são utilizados no CBUQ. Verificou‐se ainda,  o  quão  significativos  são  os  gastos  governamentais  com  remoção  e  destinação  correta  de  resíduos.  

Todas  as  propriedades  analisadas  de  todos  os  agregados  graúdos  reciclados  de  concreto  (desgaste  máximo  de  abrasão  igual  a  50%),  bem  como  para  todas  as  misturas  (estabilidade  mínima de 500kgf, volumes de vazios entre 3% e 5%, relação betume vazios entre 75% e 82%),  se enquadraram nas especificações de serviços e normas técnicas previstas. Fato este que indica  possível  viabilidade  técnica  para  execução  de  concretos  asfálticos  em  vias  de  tráfego  baixo,  podendo,  desta  maneira,  contribuir  com  o  aproveitamento  desses  resíduos  e  minimizar  os  problemas relacionados à disposição irregular dos mesmos. 

REFERÊNCIAS 

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