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IDENTIFICAÇÃO DE VINHEDOS LOCALIZADOS EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NA INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA VALE DOS VINHEDOS

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IDENTIFICAÇÃO DE VINHEDOS LOCALIZADOS EM

ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NA INDICAÇÃO

DE PROCEDÊNCIA VALE DOS VINHEDOS

RAFAEL MUNARI TORRI

Professor Orientador: Dr. Eduardo Giovannini

Supervisora: Dra. Rosemary Hoff

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DO RIO GRANDE DO SUL – CAMPUS BENTO GONÇALVES

IDENTIFICAÇÃO DE VINHEDOS LOCALIZADOS EM

ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NA INDICAÇÃO

DE PROCEDÊNCIA VALE DOS VINHEDOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Tecnologia em Viticultura e Enologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Bento Gonçalves como parte dos requisitos para a conclusão do curso.

RAFAEL MUNARI TORRI

Professor Orientador: Dr. Eduardo Giovannini

Supervisora: Dra. Rosemary Hoff

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Agradecimentos

Aos meus pais pelo apoio,

À Dr. Rosemary Hoff pela orientação, incentivo e amizade durante todo período de estágio,

Ao prof. Dr. Eduardo Giovannini pelos ensinamentos, orientação e amizade durante a faculdade,

Ao colega de estágio e amigo Guilherme da Costa Menezes pelos conselhos, discussões e ajuda na realização deste trabalho.

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Introdução ... 9

1. Revisão Bibliográfica ... 11

1.2. Sistema de informações Geográficas-SIGs e Geoprocessamento ... 15

1.3. Proteção Ambiental, Áreas de Preservação Permanente e Agricultura... 188

1.4. Legislação Ambiental ... 20

2. Materiais e Métodos ... 211

2.1. Banco de Dados Georreferenciado ... 211

2.2. Elaboração dos Mapas ... 233

3. Resultados e Discussão ... 255

3.1. Áreas de Preservação Permanente ... 277

3.2. Área de Vinhedos ... 29

3.3. Vinhedos em Áreas de Preservação Permanente... 311

4. Considerações Finais ... 333

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mapa de localização do Vale dos Vinhedos... 12 Figura 2. Limite da Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos... 14 Figura 3. Fragmento do aerolevantamento do Vale dos Vinhedos realizado em 2005... 22 Figura 4. Vetorização da imagem aérea no aplicativo CartaLinx versão 1.2... 24 Figura 5: Modelo digital de elevação da Indicação de procedência Vale dos Vinhedos... 26 Figura 6: Mapa de áreas de preservação permanente da Indicação de procedência Vale dos Vinhedos... 28 Figura 7: Mapa de vinhedos da Indicação de procedência Vale dos Vinhedos... 30 Figura 8: Mapa de conflito de uso da Indicação de procedência Vale dos Vinhedos... 32

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classes de declividade da IP Vale dos Vinhedos... 25 Tabela 2: Classes de APPs da IP Vale dos Vinhedos... 27

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo identificar vinhedos localizados em áreas de preservação permanente dentro da Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos no ano de 2005. A base de dados georreferenciada foi obtida através de dados disponíveis no laboratório de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento da Embrapa Uva e Vinho, dos quais inclui uma fotografia aérea e Modelo Digital de Elevação do Vale dos Vinhedos com resolução de dois metros. Primeiramente foram elaborados os mapas clinográfico (declividade) e de distâncias (áreas de preservação permanente de mata ciliar) da área estudada. Posteriormente foi elaborado o mapa de áreas de preservação permanente total, com áreas de declividade superior a 47% e áreas de preservação permanente da drenagem, assim como o mapa de vinhedos do Vale dos Vinhedos na qual foi obtido através da classificação manual (vetorização) da imagem aérea. O mapa de áreas de conflito foi elaborado através do cruzamento entre os mapas de áreas de preservação permanente e de vinhedos, na qual identificou 140,85 hectares de vinhedos implantados em áreas de preservação. A área de conflito de uso do Vale dos Vinhedos caracteriza-se na sua maior parte por vinhedos implantados em APPs de redes de drenagem. Pode-se concluir que a Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos possui uma boa preservação de suas APPs no que se refere ao cultivo da videira.

Palavras-chave: geoprocessamento, modelo digital de elevação, aerolevantamento,

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ABSTRACT

The aim of this work is identify vineyards located in permanent preservation areas within the indication of origin Vale dos Vinhedos in 2005. Georeferenced database was obtained through data available in the remote sensing and geoprocessing laboratory of Embrapa Uva e Vinho, which includes an aerial photograph and Digital Elevation Model of Vale dos Vinhedos with resolution of two meters. First were prepared slope map and distances map (permanent preservation areas drainage) area studied. Was subsequently elaborated the map of permanent preservation areas, areas with slopes exceeding 47% permanent preservation areas and drainage, as well as the map of the vineyards of Vale dos Vinhedos in which it was obtained by manual sorting (vectorization) of aerial image. Map of conflict areas was prepared through the intersection between the maps of permanent preservation areas and vineyards, in which identified 140.85 hectares of vineyards deployed in conservation areas. The conflict area of use of Vale dos Vinhedos characterized mostly by vineyards deployed across APPs drainage networks. It can be concluded that the indication of origin Vale dos Vinhedos possesses a good preservation of their APPs for the cultivation of the vine.

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Introdução

A viticultura brasileira busca cada vez mais agregar valor a sua produção, onde uma série de fatores são fundamentais para a obtenção de produtos diferenciados e de melhor qualidade. Segundo Falcade & Mandelli (1999, p.13) “hoje é possível identificar numa região vitícola a distribuição de unidades homogêneas do território para selecionar aquelas quais são,

a priori, as mais favoráveis para uma produção de qualidade, em função de práticas

agronômicas particulares”.

O conceito de qualidade na agricultura ainda não está associado com a preservação ambiental, exemplo deste tipo de produção pode ser obtido nas indicações geográficas de procedência, onde a qualidade ambiental não é citada. “As indicações geográficas, ao representarem uma nova filosofia de produção, voltada para a qualidade e a tipicidade oriundas, dentre outras, da origem da produção, estabelecem um desafio para a inovação na matriz produtiva brasileira, que tem historicamente sua produção centrada na lógica produtivista” (TONIETTO 2002, p.2).

Segundo Falcade & Mandelli (1999, p.25) “a evolução da vitivinicultura no Estado do Rio Grande do Sul e na Região da Serra Gaúcha, em geral, e no Vale dos Vinhedos, em particular, está diretamente ligada à identidade do imigrante italiano.” Esse imigrante não levava em conta as áreas de preservação permanentes (APPs) no momento de implantar um vinhedo.

A crescente preocupação com a questão ambiental pressiona cada vez mais a agricultura no sentido de preservar o ambiente e manter a sustentabilidade do mesmo. Segundo Rocha et al (2009, p.6117) “os problemas ambientais vêm atingindo dimensões expressivas em todas as escalas de análise, comprometendo o estado de relativa estabilidade dos ecossistemas.”

As buscas de novos meios de produção que respeitem o meio ambiente necessitam primeiramente do desenvolvimento de informações suficientes para a tomada de decisão. “Os reflexos sentidos, sobretudo no âmbito socioeconômico, direcionam a tomada de consciência desses problemas pelo homem, o que torna necessária a condução, por parte da comunidade

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científica, de trabalhos que busquem soluções para os impactos ambientais provocados pela sociedade” (ROCHA et al. 2009, p.6117). No Vale dos Vinhedos já existe uma preocupação com a preservação ambiental, segundo TONIETTO (2002, p.14) “a demanda é tal que tem ensejado a articulação entre os poderes público e privado no sentido da formulação de um plano diretor para a área geográfica da IP Vale dos Vinhedos.”

A constante valorização do Vale dos Vinhedos, segundo Tonietto (2002, p.13) estimula um crescente investimento na viticultura, onde novos plantios e replantios, melhorias tecnológicas no campo são perceptíveis. Tendo em vista a crescente preocupação ambiental relacionada com a agricultura, faz-se de fundamental importância a identificação e preservação das áreas de preservação permanente. Segundo Rocha et al (2009, p.6117) “a expansão das atividades agropastoris, nas áreas rurais, consistem numa ameaça às APPs, que são amparadas por lei e essenciais para o equilíbrio ambiental.”

O presente trabalho tem como objetivo geral identificar vinhedos localizados em APPs dentro da Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos no ano de 2005. E como objetivos específicos elaborar mapas de áreas de preservação permanente, de vinhedos da área estudada e de conflito de uso do solo.

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1. Revisão Bibliográfica

1.1. Vale dos Vinhedos

1.1.1. Localização Geográfica da IP Vale dos Vinhedos

O Vale dos Vinhedos (figura 1) está localizado na Serra Gaúcha, conhecido pelos seus vales cobertos por parreirais. Pertencem ao Vale dos Vinhedos todas as terras cujo deságue se dá no Arroio Pedrinho, numa conjunção territorial que toma parte dos três municípios. “O espaço assim delimitado possuí uma área total de 81,23 km², distribuída na sua maior parte no município de Bento Gonçalves, mas também nos municípios de Garibaldi e Monte Belo do Sul”. (FALCADE & MANDELLI, 1999 p.47).

Considerando as coordenadas extremas, o Vale dos Vinhedos localiza-se entre os paralelos 29°09’S e 29°15’S e os meridianos 51°30’ e 51°38’ Oeste de Greenwich. Possuí a forma aproximada de um triângulo isósceles, cujos vértices localizam-se a nordeste da cidade de Bento Gonçalves, a leste da cidade de Monte Belo do Sul e os norte da cidade de Garibaldi. (FALCADE & MANDELLI, 1999 p.47).

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Figura 1. Mapa de localização do Vale dos Vinhedos.

1.1.2. Características Gerais do Vale dos Vinhedos

Segundo Falcade & Mandelli (1999 p. 53) a formação geológica na Região do Vale dos Vinhedos é de rochas efusivas, na sua maioria ácidas. As altitudes variam de pouco mais de 200 m até 742 m e o eixo do vale apresenta uma elevação geral de noroeste para sudeste, com uma bifurcação, mas que mantém a mesma direção. As altitudes entre 500 m e 700 m correspondem a mais de ¾ da área total do vale. “A região do Vale dos Vinhedos encontra-se na área da Floresta Ombrófila Mista, subclasse Montana, ainda conservada nas áreas de relevo montanhoso e de difícil acesso, porém descaracterizada em boa parte pela exploração do pinheiro (Araucária angustifolia) e de outras espécies de valor comercial”. (FALCADE & MANDELLI, 1999 p.70).

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A viticultura na região da Serra Gaúcha encontra-se, em geral, em pequenas propriedades de trabalho familiar e é desenvolvida em terrenos de topografia acidentada. Segundo Falcade (2003 p. 133) “a videira conduzida, sobretudo na forma de latada e cultivada nas encostas tendo, em algumas áreas, o plátano como seu sustentáculo periférico, configurando paisagens de inspiração etrusca ou como as bocages francesas”.

1.1.3. Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos

A Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos, conquistada em 2001, foi o salto que faltava para a região ser reconhecida pela qualidade de seus produtos. O Vale dos Vinhedos é a primeira região vitivinícola brasileira com Indicação de Procedência, exibindo o Selo de Controle em vinhos e espumantes elaborados pelas vinícolas associadas. Criada em 1995, a partir da união de seis vinícolas, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos, já surgiu com o propósito de alcançar uma Denominação de Origem. (APROVALE, 2010).

O pedido de reconhecimento geográfico encaminhado ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em 1997 foi alcançado em 2002. Neste período, foi necessário firmar convênios operacionais para auxiliar no desenvolvimento de atividades que serviram como pré-requisitos para a conquista da Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos (I.P.V.V.). O trabalho resultou no levantamento histórico, mapa geográfico e estudo da potencialidade do setor vitivinícola da região. (APROVALE, 2010).

A conquista da Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos tornou-se garantia de origem com qualidade do Vale dos Vinhedos. Este título traz enormes vantagens para o viticultor e vinicultor, especialmente para os consumidores e visitantes do Vale, que encontram na região uma infra-estrutura de atendimento. O visitante encontra, ainda, uma forte atividade relacionada ao enogastroturismo. (APROVALE, 2010).

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1.2. Sistema de informações Geográficas-SIGs e Geoprocessamento

As ferramentas de SIGs são constituídas de variados componentes eletrônicos e aplicativos, todos com o objetivo de auxiliar o profissional na tomada de decisão. Segundo Burrought & McDonnell (1998 apud ROCHA, 2000, pg.47) “Geographical Information

Systems – GIS é um conjunto poderoso de ferramentas para coletar, armazenar, recuperar,

transformar e visualizar dados sobre o mundo real para um objetivo específico”.

Quase todos os conceitos formulados para designar Sistemas de Informações Geográficas concordam que SIG constitui apenas os meios de se produzir dados em geoprocessamento, ou seja, as ferramentas de trabalho do pesquisador.

Os SIGs constituem um sistema combinado de computadores (equipamentos e aplicativos) e procedimentos, configurados para capturar, gerenciar, manipular, analisar, modelar e exibir dados espacialmente referenciados, para resolver problemas complexos de planejamento e gerenciamento. (FICC Federal Interagency Coordinating Committee, 1988 apud SILVA, 2003, p. 44).

Todo Sistema de Informação Geográfica tem como objetivo principal resolver problemas espaciais, seus recursos permitem ao usuário obter informações detalhadas com a utilização de um banco de dados digitais. “A tecnologia SIG está para as análises geográficas, assim como o microscópio, o telescópio e os computadores estão para outras ciências (Geologia, Astronomia, Geofísica, Administração, entre outras).” (SILVA, 2003, p.27).

Os Sistemas de Informações Geográficas constituem apenas uma parte dos recursos utilizados atualmente em Geoprocessamento, outros seguimentos da Geotecnologia tem contribuído com o trabalho desenvolvido em SIGs, principalmente a Geoestatística no momento em que é feita a análise geográfica. Segundo Silva (2003, p.35) “... a geotecnologia é a arte e a técnica de estudar a superfície da terra e adaptar as informações às necessidades dos meios físicos, químicos e biológicos. Fazem parte da geotecnologia o Processamento Digital de Imagens (PDI), a Geoestatística e os SIGs.”

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A utilização de Sistemas de Informações Geográficas exige do usuário um conhecimento interdisciplinar, onde o domínio da tecnologia e da informação possui fundamental importância.

Os SIGs, para atenderem às expectativas dos usuários e à demanda da sociedade, necessitam do apoio de vários campos do conhecimento humano. São eles: ciência da computação,

gerenciamento das informações, cartografia, geodésia,

fotogrametria, topografia, processamento digital de imagens e geografia. (SILVA, 2003, p.36).

Nos trabalhos desenvolvidos em SIGs os equipamentos informatizados tem grande importância, mas o homem continua assumindo o papel fundamental na execução e interpretação dos resultados obtidos em SIG. “Contudo, o elemento mais importante do SIG é o profissional, a pessoa responsável pelo seu projeto, implantação e uso.” (ROCHA 2000, p.58).

Os dados que servirão de fonte para o desenvolvimento do trabalho também tem grande importância, principalmente no que se refere a confiabilidade e precisão das informações, pois esses erros inseridos num SIG tende a comprometer todo o trabalho final. Segundo Silva (2003, p.28) “se o conjunto de dados, originalmente, for constituído de “lixo”, o produto derivado de operações realizadas em ambiente SIG será um “lixo” organizado, portanto sem utilidade”.

Os Sistemas de Informações Geográficas nem sempre constituíram mapas desenvolvidos em meio digital, antes do surgimento dos computadores os SIGs eram desenvolvidos de forma manual. Estes SIGs eram compostos de bancos de dados mais modestos do que os desenvolvidos hoje em dia, mas continham informações suficientes para resolver problemas enfrentados na época. Segundo Miranda (2005, p.19) “tais sistemas já existiam bem antes do aparecimento do computador e do conseqüente desenvolvimento de sistemas computacionais”. Um simples Atlas pode ser considerado como um produto de Sistemas de Informações Geográficas, antes de serem desenvolvidos nos computadores estes eram as principais formas de SIGs.

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Em 1838, o Atlas que acompanhava o segundo relatório para a direção da Estrada de Ferro Irlandesa talvez tenha sido, lato sensu, o primeiro SIG. O Atlas constituiu em uma série de mapas que informava o contexto populacional, o fluxo de tráfego, a geologia e a topografia. (SILVA, 2003, p.60).

O desenvolvimento de ferramentas como Sistemas de Informações Geográficas necessita de uma base metodológica para ser aplicado às Ciências, o Geoprocessamento atua como agente de interação entre as ferramentas e as Ciências. “A ligação técnica e conceitual destas ferramentas levou ao desenvolvimento da tecnologia de processamento de dados geográficos, denominada Geoprocessamento.” (ROCHA 2000, p.17). O Geoprocessamento consiste na técnica empregada em ferramentas para o processamento de dados georreferenciados, podendo usar ferramentas diferentes de SIGs. “Este conjunto possui como principal ferramenta o Geographical Information Systems – GIS,...” (ROCHA 2000, p.18). A técnica de Geoprocessamento é feita desde a coleta das primeiras informações, passando pela manipulação e por fim a apresentação do produto cartográfico. Segundo Teixeira (1992) a área de atuação do geoprocessamento “envolve a coleta e tratamento da informação espacial, assim como o desenvolvimento de novos sistemas e aplicações”.

Atualmente as técnicas de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto constituem um importante conjunto de ferramentas aplicáveis ao planejamento e zoneamento, tanto em níveis regionais quanto municipais. Segundo Aulicino et al. (2000, p. 43) “as geotecnologias disponibilizaram uma série de ferramentas que auxiliam a investigação da adequação do uso do solo em áreas de preservação permanente”. Na opinião de Catelani (2003) poucos trabalhos têm sido feitos para investigar e demonstrar a eficácia da tecnologia, especialmente na delimitação das áreas de usos restringidos pelo Código Florestal.

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1.3. Proteção Ambiental, Áreas de Preservação Permanente e Agricultura

Segundo Mattos (2007), “entre os tipos de florestas de proteção, as Áreas de Preservação Permanente (APP) merecem atenção especial, em razão da sua importância na prestação de serviços ambientais para toda a sociedade”. As APPs são áreas protegidas pelo Código Florestal (BRASIL, 1965), sendo “cobertas ou não por vegetação nativa com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico da fauna e da flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.”

Mattos (2007), ao estudar a aplicabilidade da legislação florestal nas propriedades rurais da região da Zona da Mata de Minas Gerais, concluiu que os produtores rurais não estão cumprindo a legislação referente às APPs e reserva legal. O problema se agrava na região porque, pela alta incidência de cursos d'água e topografia acidentada, o que faz que grande extensão das propriedades rurais seja considerada de preservação permanente. A autora concluiu que as condições sociais, econômicas e ambientais das pequenas propriedades mostraram-se limitantes para a aplicação da legislação ambiental.

Mattos (2007) relatou o problema da estrutura fundiária da região Zona da Mata de Minas Gerais, que é composta, em sua maioria, por minifúndios. Essas áreas são de grande importância para os pequenos agricultores de alimentos e foram ocupadas com culturas anuais nas margens de cursos d'água e pastagens e café nas encostas e topos de morro. Essa situação se assemelha à encontrada na Serra Gaúcha, onde a grande maioria dos proprietários possuem minifúndios com grande percentual de áreas de APPs devido a topografia acidentada da região.

“Os pequenos agricultores se deparam com uma situação adversa dentro de suas propriedades, pois o percentual obrigatório da reserva legal (20%) soma-se à alta porcentagem de APPs, como matas ciliares, encostas, topos de morro e entorno de nascentes, ainda que em algumas situações específicas a APP possa ser computada como reserva legal”. Mattos (2007).

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O descumprimento da legislação ambiental também ocorre entre os grandes produtores rurais. Segundo Gonçalves & Alves (2003, p.03), “os grandes agricultores demonstram-se muito incomodados com a existência de leis que impedem o máximo aproveitamento das propriedades rurais”. Segundo Mattos (2007), a principal razão para o descumprimento da legislação ambiental é a idéia de que as áreas com floresta nativa são improdutivas e sem valor econômico, tornando qualquer outra forma de uso mais rentável. Também associada a essa mentalidade está a tradição de uso intensivo do solo e a dificuldade de imposição do Código Florestal Brasileiro. Segundo Catelani (2003, p. 559), “pouco se tem feito para verificar o uso atual das áreas de preservação permanente”.

O conceito de meio ambiente como bem comum da sociedade cada vez mais é assimilado pela população. Porém segundo Gonçalves e Alves (2003, p.02), “ele perde adeptos a medida em que o interesse coletivo passa a se chocar com alguns interesses particulares, como é o caso da agricultura”.

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1.4. Legislação Ambiental

O código Florestal Brasileiro, instituído pela lei n 4.771, de 15 de setembro de 1965 deixa bem claro os seguintes artigos:

Art. 2° Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:

a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será:

1 - de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura;

b) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura;

Art. 10. Não é permitida a derrubada de florestas, situadas em áreas de inclinação entre 25 a 45 graus, só sendo nelas tolerada a extração de toros, quando em regime de utilização racional, que vise a rendimentos permanentes.

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2. Materiais e Métodos

2.1. Banco de Dados Georreferenciado

A base de dados georreferenciada foi obtida através de dados disponíveis no laboratório de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento da Embrapa Uva e Vinho. Dos quais inclui uma fotografia aérea (figura 3) e o Modelo Digital de Elevação (MDE) do Vale dos Vinhedos com resolução de dois metros. Este material faz parte do projeto Desenvolvimento de Indicações Geográficas e Alerta Vitícola para o APL de Viticultura do Rio Grande Do Sul - APL Vinhos, tendo a Embrapa Uva e Vinho na coordenação geral e a Embrapa Clima Temperado, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade de Caxias do Sul (UCS) como instituições parceira.

A partir do MDE foi efetuada a extração automática das linhas de drenagem da área estudada por Algoritmo de Esqueletização em Vários Níveis. Com base nas linhas de drenagem foi elaborado o mapa de distâncias da área, na qual o programa traça um buffer entorno das drenagens e das nascentes. Conforme a legislação definida no Código Florestal Brasileiro foram deixados 30 metros ao longo das drenagens e 50 metros entorno das nascentes. Essa etapa do processamento foi efetuada no aplicativo Spring 5.1.1.

O MDE também serviu de base para a elaboração da grade retangular, na qual é um modelo digital que aproxima superfícies através de um poliedro de faces retangulares. A partir da grade retangular foi possível construir o mapa clinográfico (declividade) da área estudada. Foram definidas as seguintes classes de declividade:

- 0 a 8%;

- 8 a 20%;

- 20 a 47%;

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- maior que 100%.

O mapa de declividade foi processado no aplicativo IDRISI Kilimanjaro.

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2.2. Elaboração dos Mapas

Com os mapas de declividade e de distâncias foi elaborado o mapa de áreas de preservação permanente, onde foram extraídas as áreas com declividade superior a 47% e somadas as áreas do mapa de distâncias. Esse processamento foi realizado no aplicativo IDRISI Kilimanjaro.

O mapa de vinhedos do Vale dos Vinhedos foi obtido através da classificação manual (vetorização) da imagem aérea com dois metros de resolução obtida no ano de 2005 por meio de aerolevantamento (figura 4). A classificação foi executada no aplicativo CartaLinx versão 1.2.

Para obter o mapa de áreas de conflito de uso foi necessário realizar o cruzamento entre os mapas de áreas de preservação permanente e de vinhedos. Esse processamento do aplicativo IDRISI realiza uma multiplicação das classes dos dois mapas, resultando na seguinte classificação:

- Áreas de Preservação Permanente;

- Áreas de Vinhedos;

- Áreas de Conflito de Uso.

A arte final dos mapas foi realizada no módulo Scarta, na qual faz parte do aplicativo Spring 5.1.1.

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3. Resultados e Discussão

Após a inserção e processamento dos dados no aplicativo IDRISI foi possível detectar que a Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos possui uma área total de 8121,65 hectares. A altimetria da área varia desde 204 metros até 732 metros, com média de 547 metros (figura 5). A topografia caracteriza-se por encostas de vales, possuindo os seguintes valores de declividade:

Tabela 1: Classes de declividade da IP Vale dos Vinhedos.

Declividade Área em hectares Área em porcentagem

0 a 8% 1.125,85 13,86 8 a 20% 3.028,67 37,29 20 a 47% 3.127,59 38,50 47 a 100% 779,29 9,59 Maior que 100% 60,25 0,74 Total 8.121,65 100

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3.1. Áreas de Preservação Permanente

Acima dos 47% toda área foi considerada de preservação permanente, pois a derrubada da mata não é permitida, impedindo assim a implantação de vinhedos. Estas áreas compõem 839,54 hectares da Indicação de Procedência. As áreas compreendidas por preservação de nascentes e cursos de água somam 762,24 hectares.

Do total da área da Indicação de Procedência, 1.499,45 hectares são áreas de preservação permanente (figura 6).

Tabela 2: Classes de APPs da IP Vale dos Vinhedos.

Área em hectares Área em porcentagem

APPs (drenagem) 762,24 9,39

APPs (declividade) 839,54 10,34

Total de APPs 1.499,45* 18,46

* Em alguns locais do Vale dos Vinhedos a preservação é determinada tanto pela

declividade quanto pela drenagem, para o somatório estes casos foram incluídos em apenas uma classe.

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3.2. Área de Vinhedos

Com base na classificação manual realizada na fotografia aérea foi possível identificar 1.932,86 hectares com vinhedos representando 23,8 % da área total da Indicação de Procedência. Segundo IBGE (2008) o estado do Rio Grande do Sul possuí área total de 47.206 hectares plantados, ou seja, a Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos possui 4,09 % do total de uvas produzidas no estado.

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3.3. Vinhedos em Áreas de Preservação Permanente

Após efetuar o cruzamento do mapa de áreas de preservação permanente com o de vinhedos identificou-se 140,85 hectares de vinhedos implantados em áreas de preservação permanente, representando 7,29% dos vinhedos da Indicação de Procedência e 1,73% da área total. Quanto ao total das áreas de preservação permanente, 9,39% destas estão com vinhedos implantados.

Num estudo realizado por Nascimento et al (2005), do total de 9.566,9 ha relativos às APPs da bacia hidrográfica do rio Alegre situada no extremo sul do Estado do Espírito Santo, 7.479,9 ha (78,39%) estão sendo afetados por uso indevido, 286,5 ha (2,99%) são ocupadas pelas classes pertencentes ao sistema fitosionômico natural e apenas 1.780,7 ha (18,61%) estão cobertas por fragmentos florestais nativos. As classes cafezal e pastagem ocuparam a maior parte das APPs, com 979,6 ha (10,24%) e 6.179,8 ha (64,49%), respectivamente. As áreas de APPs situadas nas margens de cursos d´água e no terço superior das sub-bacias, com 216,9 ha e 2.859,9 ha, respectivamente, foram as categorias mais afetadas por essas classes de uso da terra.

No trabalho realizado por Pedron et al. (2006) identificou conflitos de uso em 13,4% da área em estudo no município de São João do Polêsine – RS. Esse problema é resultado da extensão de áreas com aptidão agrícola para lavouras e pastagens sob APP.

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4. Considerações Finais

A área de conflito de uso do Vale dos Vinhedos caracteriza-se na sua maior parte por vinhedos implantados em APPs de redes de drenagem. Isso ocorre principalmente pela facilidade de tornar cultivável uma área com pequenos cursos de água ou em torno dos mesmos, o que já não ocorre em áreas de grande declividade onde a mecanização não é possível.

A ocupação das APPs por vinehdos pode ser considerada baixa no Vale dos Vinhedos (9,39%) se comparado com estudos realizados com outras culturas. Pode-se concluir que a Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos possuí uma boa preservação de suas APPs no que se refere ao cultivo da videira.

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APROVALE – Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos.

Disponível em: <<http://www.valedosvinhedos.com.br/conteudo.asp?sSecao=aprovale&sSu

bSecao=historico&sTipo=texto&sCodTexto=historico_vale>>. Acesso em 25 ago. 2010.

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