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REQUERIMENTO (Do Sr. Reginaldo Lopes)

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Academic year: 2021

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REQUERIMENTO (Do Sr. Reginaldo Lopes)

Requer o envio de Indicação ao Presidente da República, relativo a criação da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri, em Minas Gerais

Senhor Presidente:

De acordo com o art. 113, inciso I e §1º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, requeiro a V. Exª seja encaminhada ao Poder Executivo a Indicação anexa, sugerindo a criação da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri em Minas Gerais.

Sala das Sessões, ... de de 2003

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INDICAÇÃO Nº..., DE ... (Do Sr. Reginaldo Lopes)

Sugere a criação da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e do Mucuri

Excelentíssimo Sr. Presidente do Brasil Luís Inácio Lula da Silva

O Deputado Federal de Minas Gerais Reginaldo Lopes se dirige a V. Ex.ª para expor e reivindicar o seguinte:

Objetivo de elevar a qualidade de vida da população determina prioridades para áreas sociais. As políticas públicas devem contemplar mudanças nas relações entre o Estado e sociedade, que considerem o princípio da Democracia.

Na promoção do desenvolvimento social, a ação educacional é condição básica para a construção de uma sociedade justa. Esta ação permite as pessoas assumirem seus direitos e deveres como cidadãos, democratiza oportunidades tendo um reflexo direto na distribuição de renda e criação de empregos pelo próprio processo de desenvolvimento.

As finalidades e objetivos da educação, enquanto processo político e social, extrapolam a pura e simples transmissão de conhecimento. O processo educacional proporciona o acesso direto a instrumentais que possibilitam o exercício consciente e efetivo de sua cidadania, eleva a auto estima e insere ao mercado de trabalho.

“Minas são várias”, já dizia o poeta. O Vale do Jequitinhonha e do Mucuri é umas das regiões mais sofridas de nosso país. Possui índice de 36% de adultos analfabetos, a evasão escolar representa 28% das matrículas efetuadas. Esta Região possui o IDH 0,609 em média, o que demostra o estado alarmante. A infra estrutura

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educacional é precaríssima. Em vários municípios o número de professores leigos é superior ao de habilitados, o que compromete a qualidade da ensino na região.

A construção da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri terá o papel alavancador de um processo de transformação social, econômica e cultural, pois estará desvendando horizontes hoje não vistos, terá um papel simbólico de conquistas futuras para uma juventude que não vê futuro e de auto estima abalada. Além disso terá papel importante na redução das desigualdades entre as “várias Minas”.

O processo de desenvolvimento social e econômico terá um grande aliado, pois nesse espaço acadêmico serão elaborados embriões de políticas públicas para esta região sofrida de nossa grande e bela Minas Gerais.

Sala das Sessões, em

Deputado REGINALDO LOPES

(Anexo pronunciamento do Deputado em defesa da criação da Universidade do Vale do Jequitinhonha e Mucuri)

z

Universidade, Inclusão Social e Democracia: Defesa da criação da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri

Sonhos, o que são eles? As utopias que as pessoas tecem quando não tem nada de mais útil por fazer? Os delírios em que vivem suspensos aqueles que não têm senso prático?

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Penso que não. Os sonhos na verdade dão forma aos nossos pensamentos, orientam as nossas ações. Por mais tortuoso que seja o curso da vida real, se temos um sonho, sabemos o que fazer. Aquele que de fato não sonha fica prisioneiro de uma realidade sem sentido, passa uma existência desprovida de missão. Aquele que sonha e não conta o seu sonho talvez não queira que os outros saibam que seu sonho é de fato um pesadelo, e que seu modelo de mundo é triste, repleto de exclusão e de desigualdade para a maioria, fazendo o ócio e a farra de uma minoria.

Por isso, neste meu pronunciamento nesta Casa, eu quero compartilhar com vocês, colegas de parlamento, alguns de meus sonhos. Quero que saibam exatamente ao que vim: que leiam em minhas atitudes ao longo dos próximos anos os sinais dos sonhos que carrego.

Os adeptos do pesadelo selvagem “neo-liberal” dizem que está ultrapassado o velho sonho da construção de uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna. Mas esse velho sonho, já sonhado por tantos, ainda faz razão e motivo último para o fazer política.

Hoje estou aqui para falar do tema: Escola e Inclusão Social. A escola pública de qualidade em todos os níveis, com acesso universal, é instrumento para promover a mudança da estrutura de classes de nosso país. É o único mecanismo capaz de colocar em funcionamento, de forma perene, uma melhor distribuição de renda e prática da cidadania, para por um fim à triste era da exclusão em que vivemos. Mais que instrumental nessa transição, a escola pública faz parte de nossa Utopia, enquanto espaço do contato dos diferentes. Não podemos conceber um projeto de democracia ou de nação se os filhos de A crescem apartados dos filhos de B e C.

Convido a vocês a refletirem sobre a Universidade, tão cara a todos nós enquanto elemento estruturante do processo de construção de uma civilização. A Universidade deve ser sonhada como parte constituinte da sociedade utópica que queremos construir: um local onde se cruzam as culturas com suas diferenças; um espaço definido pela diversidade; uma interseção entre as sucessivas gerações; um receptáculo vivo da chama da racionalidade. Mas, se quisermos sonhar nosso sonho

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a sério, temos de compreender que a Democracia precede a Utopia: A Universidade tem de se fazer instrumento no processo emergencial de resolver o escândalo da desigualdade social que envergonha nosso país.

Então eu falo em nome dos que tem pressa. Eu falo do resgate da condição de miséria auto-perpetuante em que se encontra muito do nosso povo. Do resgate pelo choque do saber. O povo do Vale do Jequitinhonha e Mucuri tem fome. Precisa de pão. Mas o pão se acaba se não se planta a semente do trigo de amanhã. Lanço aqui a proposta de dar asa à Juventude do Vale do Jequitinhonha e Mucuri, para que ela tome em suas mãos a construção do seu amanhã: A criação da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri.

Tão cara é para nós a Universidade, tão importante para ainda acalentarmos um projeto de nação. O sistema de Universidades Federais é hoje peça-chave da delicada trama de nossa nascente democracia. Esse sistema, em sua maior parte das elites dominantes dos diversos locais onde as Universidades hoje existem, num momento em que essas elites tinham uma perspectiva nacional, é um legado pelo qual temos que zelar.

Mas acredito que é chegado o momento de ousarmos fazer diferente, para fazer melhor. É preciso que se inicie um processo de instalação de novas peças do sistema federal de ensino superior sob a ótica da demanda das comunidades excluídas, que se encontram à margem dos fluxos econômicos, e que sempre estiveram ao largo de tudo que se chamou de “desenvolvimento nacional”. É preciso que a ação do Estado ocorra no sentido de incluir comunidades inteiras, assim possibilitando a construção de um senso de pertinência a um projeto coletivo de nação, para os indivíduos brasileiros, nelas hoje esquecidos.

A Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri pode ser o modelo para esse novo sentido do conceito de Universidade. Na nossa Utopia-Proposta, que seja um enclave do conhecimento do conhecimento científico mais avançado, do debate mais aprofundado sobre os grandes temas da civilização,

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temperada com a pesquisa mais engajada nos problemas de sua região. Isso em meio à até hoje mais insolúvel pobreza de recursos e de perspectivas.

Vencerá a razão e a esperança? Bem, até hoje isso nunca foi tentado. Dos rios de dinheiro que já se gastaram em programas de combate à seca; tudo o que o povo viu foi pão, e bem pouco pão, que já se acabou. Se temos fé na possibilidade de dias melhores, em que existirá a igualdade, sabemos que a igualdade só se constrói compartilhando e difundindo o conhecimento. A experiência da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri é necessária, para sabermos se o Brasil pode dar certo. E temos uma certeza: pode!

Obrigado Senhor presidente, obrigado senhoras e senhores pares.

Sala das Sessões,

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