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Agrupamento de Escolas Trigal de Santa Maria BRAGA

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Academic year: 2021

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Agrupamento de Escolas

Trigal de Santa Maria

B

RAGA

Delegação Regional do Norte da IGE

Avaliação Externa das Escolas

(2)

I – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa.

Após a realização de uma fase-piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho Conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao programa nacional de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho.

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do

Agrupamento Trigal de Santa Maria – Braga, na sequência da visita efectuada entre 8 e 10 de Novembro de 2010.

Os capítulos do relatório – Caracterização do Agrupamento,

Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e Considerações Finais – decorrem da análise dos documentos

fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

ESCALA DE AVALIAÇÃO

Níveis de classificação dos cinco domínios

MUITO BOM – Predominam os

pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoa-mento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.

BOM – A escola revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa indi-viduais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

SUFICIENTE –Os pontos fortes e os

pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

INSUFICIENTE – Os pontos fracos

sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos.

O texto integral deste relatório, bem como o contraditório apresentado pelo Agrupamento estão disponíveis

no sítio da IGE na área

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II – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO

O Agrupamento de Escolas Trigal de Santa Maria, situado na periferia da cidade de Braga, é composto por quinze estabelecimentos de educação e ensino, dispersos por dez freguesias do concelho: cinco jardins-de-infância, quatro escolas básicas com 1.º ciclo e jardim-de-infância; cinco escolas básicas com 1.º ciclo e uma com 2.º e 3.º ciclos, Escola-Sede do Agrupamento. Os estabelecimentos de educação e ensino evidenciam níveis de adequação, conservação e apetrechamento diferenciados, revelando a Escola-Sede maior necessidade de obras de requalificação.

A população escolar é constituída, actualmente, por 982 crianças/alunos distribuídos por 53 grupos/turmas: na educação pré-escolar com 174 crianças/11 grupos; 1.º ciclo com 506 alunos/28 turmas; 2.º ciclo com 106 alunos/seis turmas; 3.º ciclo com 159 alunos/seis turmas; cursos de educação e formação com 13 alunos/uma turma e cursos de educação e formação de adultos de nível secundário com 24 alunos/uma turma.

De acordo com o perfil do Agrupamento, beneficiam de auxílios económicos, no âmbito da Acção Social Escolar, 45,8% dos alunos, sendo 19,3% abrangidos pelo escalão A e 26,5% pelo escalão B. A mesma fonte indica que 43% dos alunos não têm computador em casa, 33% dispõem de computador com ligação à Internet e 24% têm computador sem acesso à Internet.

Ainda, de acordo com o perfil do Agrupamento, o corpo docente, constituído por 103 professores: 79 do quadro de Agrupamento, 14 do quadro de zona pedagógica e 10 contratados, é maioritariamente feminino, com mais de dez anos de serviço e idade superior a 40 anos. O mapa do pessoal não docente integra 44 trabalhadores: sete assistentes técnicos e 37 assistentes operacionais, sendo também maioritariamente feminino, com mais de dez anos de serviço e idade superior a 40 anos.

Conhecem-se as profissões de 84,5% dos pais e, destes: 53,7% são operários, artífices e trabalhadores da indústria; 25,0% desenvolvem profissões na área dos serviços e comércio; 8,5% são trabalhadores não qualificados; 8,4% são quadros superiores, dirigentes e profissões intelectuais; 3,4% são técnicos e profissões de nível intermédio e 1,0% trabalha na agricultura e trabalho qualificado da agricultura e pescas. São conhecidas as habilitações literárias de 92,4% dos pais e, destes: 19,3% possuem o 1.º ciclo; 40,5% o 2.º ciclo; 19,0% o 3.º ciclo; 15,0% o ensino secundário e 6,2% habilitação de nível superior.

III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

1. Resultados

BOM

A reflexão sobre as competências adquiridas pelas crianças da educação pré-escolar e os resultados escolares dos alunos constitui uma prática já generalizada. Em 2009-2010, o desempenho escolar dos alunos do ensino básico apresenta taxas de transição/conclusão superiores às nacionais, excepto no 5.º ano de escolaridade. A taxa de sucesso por ciclo é superior à nacional. Os resultados das provas de aferição, nos últimos três anos, são sempre positivos, embora com oscilações em relação aos nacionais, sendo em 2010, superiores a estes, com excepção de Matemática, no 4.º ano. Nos exames do 9.º ano, os resultados dos alunos, nos últimos três anos, são sempre inferiores às médias nacionais. O Agrupamento ainda não institucionalizou a prática de comparar os resultados da avaliação externa dos seus alunos com os de outras escolas e agrupamentos próximos. O abandono escolar é actualmente inexistente.

As crianças/alunos da educação pré-escolar e do 1.º ciclo, tendo em conta o seu nível etário, são participativos na apresentação de propostas de actividades e na elaboração de regras de conduta. Colaboram e co-responsabilizam-se nas iniciativas orientadas para o desenvolvimento de competências socioculturais, principalmente através de projectos e clubes. A acção educativa global, predominantemente orientada pelos docentes, onde todas as crianças e alunos participam e colaboram, privilegia a solidariedade, a cidadania, o ambiente, a saúde, o desporto e a música.

As aulas de Formação Cívica e as actividades de enriquecimento curricular despertam os alunos para a interiorização e o reconhecimento da importância da disciplina, pontualidade e assiduidade. Os alunos são muito disciplinados e os incidentes críticos graves ou muito graves são inexistentes.

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O Agrupamento valoriza os trabalhos dos alunos, mais através de exposições que na decoração dos espaços escolares e atribui prémios simbólicos pela participação dos discentes nas iniciativas do Plano Anual de Actividades. Por sua vez, também as atitudes sociais e os resultados escolares são reconhecidos e estimulados, através dos quadros de valor e excelência.

2. Prestação do serviço educativo

BOM

A nível intradepartamental, a articulação curricular é desenvolvida, ainda, de forma incipiente. Esta ocorre, de forma mais explícita, na construção e reformulação dos projectos curriculares de turma que nas iniciativas do Plano Anual de Actividades. A sequencialidade entre a educação pré-escolar e o 1.º ciclo, facilitada pela proximidade física, constitui uma prática generalizada, o que não acontece entre os diferentes ciclos do ensino básico.

O acompanhamento e a supervisão da prática lectiva em sala de aula são monitorizados, de forma indirecta, pelas estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, através das planificações e da auscultação dos docentes sobre o grau de cumprimento dos programas, pois não existem mecanismos formais e generalizados que o sustentem. A reflexão sobre os resultados escolares é realizada, de forma regular pelo Conselho Pedagógico e pelas estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica.

A resposta educativa para os alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente, com dificuldades de aprendizagem ou de integração sócio-escolar obedece a procedimentos intencionais e estruturados. As medidas educativas implementadas, bem ajustadas ao perfil dos alunos, articulam recursos humanos e materiais específicos, quer internos, quer externos. Existe uma monitorização que sustenta a eficácia destas medidas na superação das dificuldades diagnosticadas e no progresso escolar.

O Agrupamento oferece percursos profissionalizantes para jovens. A Biblioteca Escolar, com iniciativas no âmbito do Plano Nacional da Leitura, o Plano da Matemática II, o Programa de Educação para a Saúde, associados à generalização das tecnologias da informação e comunicação, entre outras, têm contribuído para a melhoria do desempenho escolar. A componente de apoio à família e as actividades de enriquecimento curricular estão bem organizadas e representam para a comunidade educativa um valor acrescido. Os clubes e os projectos em funcionamento estimulam as competências académicas, socioculturais, artísticas e desportivas, nos quais os alunos revelam níveis significativos de participação.

3. Organização e gestão escolar

BOM

As prioridades do Projecto Educativo, articuladas no Projecto Curricular, enformam a acção educativa global do Agrupamento e são operacionalizadas em campos prioritários de intervenção. O Plano Anual de Actividades, contudo, integra um somatório de iniciativas, propostas pelos vários segmentos da comunidade escolar, que não é coerente e articulado com as prioridades definidas no Projecto Educativo, nem concretiza uma lógica de Agrupamento. O Director organiza o planeamento global com critérios bem definidos e divulgados. A distribuição de serviço tem em conta as competências pessoais e profissionais do pessoal docente e não docente, optimizando os recursos humanos de acordo com as necessidades e os interesses dos alunos.

O Agrupamento proporciona acções de formação para o pessoal docente e não docente, desenvolvidas por actores internos ou em parceria com outras entidades. Os assistentes técnicos e operacionais desenvolvem o seu trabalho com eficácia, o que é reconhecido pela comunidade escolar.

Os espaços específicos encontram-se bem apetrechados, evidenciando níveis de organização diferenciados. A Biblioteca da Escola-Sede, integrada na Rede de Bibliotecas Escolares, com evidente carência de equipamentos e necessidade de requalificação, associada à inexistência de bibliotecas nas escolas com 1.º ciclo são factores de empobrecimento neste domínio. A Escola-Sede não dispõe de pavilhão gimnodesportivo, uma carência muito identificada pela comunidade escolar, sendo superada pelo recurso ao pavilhão da Junta de Freguesia de Tadim.

A aplicação dos recursos financeiros é realizada de forma criteriosa e no respeito pelas linhas orientadoras definidas pelo Conselho Geral.

A participação dos pais e encarregados de educação no percurso escolar dos seus educandos é muito assídua e espontânea na educação pré-escolar e no 1.º ciclo. Nos 2.º e 3.º ciclos, esta dimensão apresenta variações, conforme a turma e o ano de escolaridade. Para generalizar a participação dos pais, o Agrupamento implementa procedimentos estruturados.

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Os princípios de equidade e justiça são evidentes na organização global da acção educativa do Agrupamento, nomeadamente na organização do tempo escolar, na distribuição criteriosa dos recursos humanos e financeiros, no apoio aos alunos com dificuldades socioeconómicas, de aprendizagem e com necessidades educativas especiais e na oferta de percursos profissionalizantes.

4. Liderança

BOM

A visão e estratégia do Agrupamento focalizam-se prioritariamente na melhoria da qualidade das aprendizagens de todos os alunos e na participação generalizada dos pais e encarregados de educação, constituindo uma aposta forte da direcção. Os documentos estruturantes traduzem esta aposta e explicitam a hierarquização de objectivos e a definição de metas claras, quantificadas e avaliáveis, mas apenas a nível dos resultados em Língua Portuguesa, Matemática e Inglês.

A implementação de percursos formativos diferenciados, a oferta de um conjunto diversificado de projectos e clubes, a política interna sobre o apoio educativo, o investimento na conservação dos espaços e a aquisição de diversos equipamentos específicos são dinâmicas internas que relevam, entre outras iniciativas, a importância da escola e dos saberes e potenciam a identidade local do Agrupamento.

O Director responsabiliza as estruturas intermédias e incentiva a afirmação de um ambiente educativo solidário. Os órgãos de direcção, administração e gestão e as estruturas intermédias articulam e complementam esforços na promoção do sucesso educativo dos alunos. A prioridade colocada na qualidade da comunicação reflecte-se em bons níveis de empenho e motivação do pessoal docente e não docente.

O Agrupamento revela alguma abertura à inovação através da adesão a projectos, que lhes são proporcionados pelo Ministério da Educação ou por entidades regionais e locais. A sua concretização, para além de diversificar a oferta formativa e incentivar a participação dos pais, potencia a construção de parcerias estratégicas, constituindo a Câmara Municipal de Braga, as diferentes juntas de freguesia e a Associação de Pais e Encarregados de Educação os parceiros privilegiados da acção educativa. Contudo, ainda não se encontram generalizados procedimentos que monitorizem o impacto dessas iniciativas, nomeadamente dos projectos e clubes na melhoria das aprendizagens dos alunos e do ambiente educativo.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento

SUFICIENTE

As práticas de auto-avaliação do Agrupamento, traduzidas em relatórios intermédios e/ou de final de ano lectivo, configuram, apenas, sectores da dinâmica organizacional, nomeadamente: a avaliação e reformulação dos documentos estruturantes; desempenho organizacional e tratamento estatístico dos resultados escolares. Em 2008-2009, a equipa de auto-avaliação, então constituída, não produziu qualquer tipo de informação substantiva, por falta de apoio institucional. Em 2009-2010, o Director eleito nomeou uma nova equipa de auto-avaliação, com representantes de toda a comunidade escolar. Esta equipa investiu na formação, promoveu a adesão ao Projecto de Avaliação em Rede, da Universidade do Minho, e formalizou a colaboração de um amigo

crítico.

A revisão do Projecto Educativo, recentemente aprovado, possibilitou a identificação de alguns pontos fortes e fracos, assim como de oportunidades e constrangimentos do Agrupamento, para os quais foram definidos objectivos e campos de intervenção prioritários. A actual equipa de auto-avaliação reconhece, porém, a demora na produção de um conhecimento sustentado sobre a organização e o funcionamento global do Agrupamento, bem como a falta de um plano de melhoria que promova o seu desenvolvimento, assegure o seu progresso e proporcione uma dinâmica organizacional eficaz.

IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR

1. Resultados

1.1 Sucesso académico

O registo sobre as competências adquiridas pelas crianças da educação pré-escolar e a reflexão sobre os resultados escolares dos alunos constituem práticas generalizadas e transversais a todo o Agrupamento. A conjugação de diversas variáveis na análise regular dos resultados possibilita um conhecimento global, principalmente sobre a

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evolução e a qualidade do desempenho escolar, nos últimos três anos. As disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Inglês apresentam um nível de insucesso mais acentuado no 3.º ciclo. As razões identificadas são atribuídas, predominantemente, a factores externos. Existe uma acção intencional para promover a melhoria dos resultados nestas disciplinas, que envolve o apoio educativo, o Estudo Acompanhado e projectos específicos, mas sem resultados ainda evidentes. Em 2009-2010, as taxas de transição/conclusão do ensino básico são superiores às nacionais, excepto no 5.º ano de escolaridade. As taxas de transição/conclusão por ciclos (1.º (97,7%); 2.º (95,1%) e 3.º (96,4%)) são superiores às nacionais: 95,8%; 91,9% e 85,2%, respectivamente. Os resultados das provas de aferição dos 4.º e 6.º anos, nos três últimos anos, são sempre positivos, embora com oscilações em relação aos valores nacionais. Em 2010, apenas a Matemática do 4.º ano, apresenta um valor inferior (82,9%) ao nacional (88,9%). Nos exames do 9.º ano, os resultados dos alunos têm sido, ao longo dos últimos três anos, negativos e inferiores às médias nacionais. Os resultados dos alunos, que concluíram, em 2010, o curso de educação e formação de Técnicas Comerciais, situam-se nos 100%, dos quais 75% prosseguiram estudos de nível secundário. O Agrupamento ainda não institucionalizou a prática de comparar os resultados da avaliação externa dos seus alunos com os de outros agrupamentos da região, nem de monitorizar o seu percurso escolar à saída dos 2.º ou 3.º ciclos. O abandono escolar é actualmente inexistente e decorre de uma estratégia bem concertada entre a comunidade escolar, nomeadamente da articulação da direcção, professores titulares de turma, directores de turma e Comissão de Protecção de Crianças e Jovens.

1.2 Participação e desenvolvimento cívico

As crianças/alunos da educação pré-escolar e do 1.º ciclo participam na construção de regras de conduta. Nos 2.º e 3.º ciclos, os níveis de participação no quotidiano escolar são expressivos em determinados grupos de alunos ou turmas, quando interessados, em festas, torneios, visitas de estudo e requalificação de espaços, como a sala de alunos. Por sua vez, os alunos são auscultados na elaboração do Projecto Educativo, conhecem o Regulamento Interno e são co-responsabilizados em iniciativas orientadas para o desenvolvimento de competências socioculturais, nomeadamente através da dinamização de projectos e clubes transversais a todo o Agrupamento. Reconhecem que a sua formação é orientada por valores que envolvem o respeito mútuo, a solidariedade, a responsabilidade e a convivência saudável, componentes especificamente trabalhadas nas áreas curriculares não disciplinares de Formação Cívica e Área de Projecto. A participação dos alunos nas várias actividades e projectos existentes potencia a sua satisfação face à escola e a importância transversal dos saberes. Os alunos envolvem-se na tomada de decisão, através dos seus representantes nos conselhos de turma e nas assembleias de delegados com o Director, e responsabilizam-se pela mediação de conflitos entre colegas, pela preservação dos espaços e equipamentos e pela organização e realização de algumas actividades culturais para a comunidade escolar.

1.3 Comportamento e disciplina

Em regra as crianças e alunos têm um comportamento muito disciplinado. Os alunos conhecem e cumprem as regras de funcionamento dos espaços e de utilização dos equipamentos. Os incidentes críticos graves ou muito graves são inexistentes. Os comportamentos menos próprios do quotidiano são pontuais e facilmente resolvidos pelos assistentes operacionais, pelos professores ou pelos directores de turma. O respeito pela autoridade favorece o bom ambiente educativo. A disciplina, a assiduidade e a pontualidade, que integram os critérios gerais de avaliação, são dimensões tratadas quer no início do ano lectivo, nas reuniões com alunos, pais e encarregados de educação, quer ao longo do tempo escolar, especificamente nas aulas de Formação Cívica, nos clubes e projectos, especificamente direccionados para a promoção da cidadania. Os espaços evidenciam o bom nível de comportamento e disciplina dos alunos. A boa qualidade das relações interpessoais entre toda a comunidade escolar é um princípio transversal na dinâmica do Agrupamento, assente em padrões éticos e no respeito pelas normas internas. A boa articulação dos directores de turma e dos docentes da educação especial e dos apoios educativos mostra, pelo trabalho desenvolvido, o compromisso comum na identificação e acompanhamento dos comportamentos mais problemáticos.

1.4 Valorização e impacto das aprendizagens

Na generalidade, os alunos, os pais e encarregados de educação valorizam a escola e os saberes, apesar de não existir uma monitorização quantificada sobre esta dimensão. A proximidade com uma universidade e a

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envolvência sociocultural e económica do meio urbano periférico contribuem para a generalização da valorização da escola e das aprendizagens. O Agrupamento organiza ao longo do ano lectivo reuniões, actividades culturais e pequenas acções de sensibilização, com níveis de adesão não quantificados. A implementação de percursos profissionalizantes para jovens responde por um lado, a situações de insucesso e de abandono escolares e, por outro, promove as expectativas da comunidade local. A oferta destes cursos foi bem acolhida pela comunidade educativa, pois privilegia os interesses, as necessidades e as características dos alunos, articulando os recursos existentes e as oportunidades oferecidas pela comunidade local. A oferta profissionalizante poderá ser, no futuro, mais diversificada, tendo em conta as potencialidades do território onde o Agrupamento se insere: tendencialmente comercial e industrial, muito próximo da Universidade do Minho. A adesão a projectos externos está presente na acção global do Agrupamento. A divulgação dos trabalhos dos alunos, mais evidente na realização de exposições do que na decoração dos espaços escolares da Escola-Sede, assim como a instituição dos quadros de valor e excelência, são iniciativas que agradam aos alunos, promovem a identidade do Agrupamento e aumentam as expectativas das famílias.

2. Prestação do serviço educativo

2.1 Articulação e sequencialidade

A articulação curricular ainda não constitui uma prática transversal e generalizada, apesar dos esforços na implementação de processos e na promoção de iniciativas, focalizadas nas disciplinas com maior insucesso escolar: Língua Portuguesa, Matemática e Inglês. A nível intradepartamental, os docentes organizam a gestão dos programas, definem critérios de avaliação, elaboram os instrumentos que a suportam, reflectem sobre os resultados escolares e definem estratégias de melhoria. A articulação interdepartamental acontece, aquando da construção e reformulação dos projectos curriculares de turma, nos projectos e clubes. As iniciativas que integram o Plano Anual de Actividades não traduzem práticas de articulação, efectivamente consistentes, na lógica de Agrupamento. A sequencialidade entre a educação pré-escolar e o 1.º ciclo é uma prática generalizada e facilitada, em cada freguesia, pela proximidade das unidades educativas. Entre os diferentes ciclos do ensino básico existem iniciativas pontuais, ainda não generalizadas, sobre o percurso escolar dos alunos. A dispersão geográfica das unidades educativas e a dificuldade em consensualizar mais tempos comuns, para além dos que se encontram implementados para a promoção dos resultados em Língua Portuguesa e Matemática, associadas à deficitária rede de transportes públicos, dificultam a realização de actividades articuladas entre a educação pré-escolar e os diferentes ciclos do ensino básico. O percurso dos discentes que, no final do 3.º ciclo, transita para o ensino secundário, ou para um curso de educação e formação, é bem articulado com o aluno, o director de turma e o encarregado de educação, já que a inexistência do psicólogo escolar residente dificulta a componente da orientação escolar e vocacional e o apoio a situações específicas.

2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula

O acompanhamento da prática lectiva em sala de aula é monitorizado, de forma indirecta, pelas estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, através das planificações, da verificação do grau de cumprimento dos programas, dos momentos de avaliação dos alunos e consequente reformulação dos projectos curriculares de turma. A avaliação de desempenho docente e as modalidades de apoio aos alunos em contexto de aula podem fomentar uma prática regular de observação de aulas. Para as situações que configuram uma manifesta dificuldade pedagógica e/ou científica de um docente existe uma estratégia bem concertada, envolvendo o Director, o coordenador de departamento e o representante do grupo disciplinar, que contempla, por exemplo: o diálogo, a assessoria e, se necessário, o acompanhamento pontual em contexto de aula. A articulação, a supervisão e o acompanhamento pedagógico de cada grupo/turma é bem monitorizado pelos professores titulares de grupo e turma, directores de turma e coordenadores de ciclo. Existem procedimentos que asseguram o conhecimento dos critérios gerais de avaliação, definidos por ciclo e ano de escolaridade, pelos alunos e pelos encarregados de educação. A construção de materiais pedagógico-didácticos é, na generalidade, fruto de um trabalho cooperativo entre docentes que leccionam os mesmos ciclo, ano e disciplina. O Conselho Pedagógico e as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica reflectem, no final de cada período e ano escolar, sobre os resultados dos alunos.

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2.3 Diferenciação e apoios

O Agrupamento aposta na melhoria e qualidade das aprendizagens, assim como no apoio educativo para os alunos que dele necessitam. A referenciação e avaliação das crianças e alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente, assim como a implementação dos programas educativos e dos planos individuais de transição, encontram-se bem organizadas. Neste processo são envolvidos: órgãos de gestão, pais e encarregados de educação, docentes titulares de grupo e turma, conselhos de turma, assim como outros técnicos e serviços especializados com os quais o Agrupamento tem protocolos de colaboração, tais como: Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Guimarães, Associação de Pais e Amigos de Crianças Inadaptadas de Barcelos, Associação de Pais para a Educação de Crianças Deficientes Auditivas e Externato Infante D. Henrique. No 1.º ciclo, os critérios de elegibilidade para o apoio individualizado ainda não se encontram formalmente uniformizados, sendo actualmente prestado esse apoio por três docentes. Nos 2.º e 3.º ciclos, a resposta às dificuldades de aprendizagem temporárias dos alunos, principalmente nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Inglês, compreende diferentes modalidades de apoio educativo, nomeadamente: o reforço da Língua Portuguesa e da Matemática em Estudo Acompanhado, a disponibilização de uma sala de actividades multidisciplinar com o acompanhamento contínuo de docentes e as tutorias. As medidas de diferenciação positiva, nomeadamente os planos de recuperação e de acompanhamento são implementadas em todos os ciclos. Os órgãos de direcção, administração e gestão, assim como as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, monitorizam e avaliam, regularmente, o impacto das medidas implementadas na superação das dificuldades diagnosticadas e no progresso escolar dos alunos.

2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem

A oferta curricular do Agrupamento, além de integrar percursos profissionalizantes para jovens, o que é muito apreciado pela comunidade escolar, valoriza as dimensões: científica, cultural, artística, social e desportiva, através da dinamização de iniciativas específicas. Destacam-se, entre outras: as ciências experimentais na educação pré-escolar e no 1.º ciclo; o Programa Ciência na Escola – Sensores em Movimento, premiado pela Fundação Ilídio Pinho; o Programa Eco-Escolas, que proporcionou o galardão da bandeira verde; Escola em

Festa, com exposição de trabalhos; a organização de oficinas e actividades experimentais, com entrega de

prémios; o concurso televisivo Fala, escreve, acerta… e ganha, assim como o Concurso Nacional de Leitura; o campeonato Supertmatix no 1.º ciclo; as actividades no âmbito do Desporto Escolar, assim como os clubes: xadrez, corfebol, dança, cavaquinhos do Trigal e artes performativas. Estas actividades evidenciam o investimento na formação integral dos alunos e confirmam o sentido de pertença e a promoção da identidade do Agrupamento. As actividades de animação socioeducativa, na educação pré-escolar, e de enriquecimento curricular, no 1.º ciclo, representam um valor acrescido para a comunidade educativa, apesar da existência de alguns constrangimentos no recrutamento de docentes e na organização horária desta componente, no 1.º ciclo. A Biblioteca Escolar/Centro de Recursos da Escola-Sede, apesar da evidente carência de equipamentos e da necessidade de requalificação, constitui um espaço de articulação curricular na concretização de alguns projectos e actividades educativas. A inexistência de bibliotecas na educação pré-escolar e no 1.º ciclo tem sido superada pela implementação do projecto baú de livros, que assegura a circulação de livros pelas diferentes unidades educativas.

3. Organização e gestão escolar

3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade

A concepção, o planeamento e o desenvolvimento da acção educativa obedecem às linhas orientadoras, explícitas no Projecto Educativo, articuladas, de forma coerente, com o Projecto Curricular de Agrupamento. O Plano Anual de Actividades, contudo, constitui um somatório de iniciativas dispersas, propostas pelos vários intervenientes da comunidade escolar, pelo que não responde às prioridades definidas no Projecto Educativo, nem concretiza a lógica de Agrupamento. Os campos prioritários de intervenção focalizam uma proposta de melhoria do sucesso escolar, da articulação e sequencialidade e da generalização da participação dos pais e encarregados de educação. A adequação das linhas orientadoras às necessidades e características dos discentes está bem explícita nos projectos curriculares de grupo e turma. Existem planos de acção com

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implicações transversais e específicas, nomeadamente em Matemática, nas línguas e nas ciências experimentais, cuja monitorização e avaliação são realizadas pelas estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, em colaboração com os demais intervenientes directamente envolvidos. O Director, com base em critérios uniformizados pelo Conselho Pedagógico e explícitos no Projecto Curricular do Agrupamento, planifica, em tempo e com rigor, a organização pedagógica e administrativa do Agrupamento: constituição de turmas, organização do tempo escolar, atribuição de direcção de turma, distribuição de serviço docente e atribuição das áreas curriculares não disciplinares. O Agrupamento constrói documentos comuns, nomeadamente relatórios/avaliação intermédia dos projectos, dos clubes e das actividades realizadas, que permitem monitorizar o seu funcionamento, mas ainda com reduzida eficácia na identificação do seu impacto nos resultados educativos.

3.2 Gestão dos recursos humanos

O Director organiza e optimiza os recursos humanos, em função das necessidades e interesses dos alunos, com base em critérios explícitos e no conhecimento que possui sobre os seus perfis profissionais e pessoais. A distribuição do serviço docente é orientada por princípios que privilegiam a continuidade pedagógica, o desenvolvimento de projectos de ensino diferenciado e o desempenho de cargos. O Agrupamento, além de apresentar uma proposta de formação ao Centro de Formação de Professores, mobiliza os seus próprios recursos humanos na organização de várias iniciativas de formação interna, em domínios como: tecnologias da informação e comunicação, educação para a saúde, educação sexual e necessidades educativas especiais. Estão previstas, também, algumas acções de sensibilização e informação para os pais e encarregados de educação que privilegiam a saúde, comportamentos de risco e envolvimento parental, com níveis de participação não monitorizados, mas que o consenso geral identifica como reduzidos. O acolhimento e a integração dos docentes, colocados pela primeira vez no Agrupamento, são realizados através de iniciativas socializadoras, bem reconhecidas, tais como: recepção de boas vindas pelo Director, encontros formais/informais com os coordenadores de departamento e outros docentes, assim como a disponibilização, em suporte informático, dos documentos estruturantes do Agrupamento. Os assistentes técnicos respondem às necessidades do Agrupamento e desenvolvem as suas tarefas com profissionalismo e eficiência, o que é reconhecido pela comunidade escolar. Os assistentes operacionais manifestam motivação e empenho, visíveis no arranjo e higiene dos espaços e envolvem-se nos projectos e actividades do Agrupamento, sendo o seu trabalho bem reconhecido pela comunidade escolar.

3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros

Na generalidade, os jardins-de-infância e as escolas com 1.º ciclo revelam bons níveis de adequação, conservação e apetrechamento. A dispersão geográfica, a par de uma rede deficitária de transportes públicos, dificulta o acesso regular das crianças e alunos aos espaços e equipamentos da Escola-Sede, constrangimento pontualmente atenuado pela disponibilidade das diferentes juntas de freguesia e pelas iniciativas individuais dos docentes titulares de grupo e turma. A Escola-Sede exige, actualmente, uma requalificação das suas instalações. A Biblioteca Escolar, integrada na Rede de Bibliotecas Escolares, com evidente carência de equipamentos e a necessitar de requalificação, desenvolve uma dinâmica de articulação curricular, no âmbito do Plano Nacional de Leitura, mais direccionada para os 2.º e 3.º ciclos. Em parceria com a Biblioteca Municipal, os recursos da biblioteca da Escola-Sede chegam à educação pré-escolar e ao 1.º ciclo, através de dispositivos específicos, que concretizam a dinâmica dos Livros em Viagem e Leitura em Vai e Vem. A inexistência do pavilhão gimnodesportivo obriga à deslocação constante dos alunos para um pavilhão da Junta de Freguesia de Tadim, assegurada pela boa colaboração da direcção com a Associação de Pais e Encarregados de Educação e a referida junta de freguesia. Contudo, esta solução não é bem aceite pela generalidade da comunidade escolar. As melhorias introduzidas pela direcção na adequação e conservação dos espaços da Escola-Sede, embora ainda insuficientes, decorrem da boa aplicação das receitas que o Agrupamento dispõe. A componente experimental das ciências é desenvolvida em salas específicas bem dimensionadas e apetrechadas. A Educação Musical possui um espaço próprio que facilita a utilização dos instrumentos musicais de maior porte. A Educação Visual e Tecnológica dispõe de salas específicas, cujo arranjo, tratamento dos materiais e preservação dos trabalhos dos alunos apresenta diferenças substantivas. A difusão da informação às diferentes unidades educativas é assegurada através de telefone, correio electrónico e suporte escrito. Os recursos

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materiais são partilhados, nomeadamente entre as unidades educativas mais próximas, o que facilita a participação em actividades transversais. As preocupações com o bem-estar e a segurança estão presentes no quotidiano da direcção. O esforço na actualização progressiva de equipamentos específicos é outra aposta contínua, mas ainda não suficiente. A adesão ao Plano Tecnológico da Educação já superou algumas carências existentes, podendo potenciar, ainda, a utilização das tecnologias da informação e comunicação. O financiamento, para além do Orçamento de Estado e da adesão a projectos, provém das contribuições da Associação de Pais e Encarregados de Educação, da Câmara Municipal de Braga e juntas de freguesia, de particulares e do bufete. A aplicação das verbas, realizada de forma criteriosa, respeita as linhas orientadoras, definidas pelo Conselho Geral.

3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa

A participação dos pais no percurso escolar dos seus educandos é assídua e espontânea na educação pré-escolar e no 1.º ciclo. Nos 2.º e 3.º ciclos, essa participação é mais evidente nas reuniões de início do ano lectivo e de final de período, onde apresenta níveis de variação que oscilam entre os 88,2% e 52,4%. A presença dos encarregados de educação também é assídua nos órgãos onde têm assento, constituindo um compromisso na resolução de problemas que envolvem a acção educativa do Agrupamento. Para mobilizar a comunidade educativa e promover os níveis de participação dos pais, principalmente dos 2.º e 3.º ciclos, existe uma estratégia intencional que integra: flexibilização do horário de atendimento, facilitação da informação através de diversos canais de comunicação e actividades socializadoras ligadas à Biblioteca Escolar/Centro de Recursos, bem como iniciativas culturais, algumas das quais bem sucedidas, embora sem monitorização que sustente este sucesso, nomeadamente: Magusto, Natal, Carnaval, Semana Cultural, Dia do Agrupamento, Mostra

Pedagógica, Feiras do Livro e dos Minerais. A Associação de Pais e Encarregados de Educação mostra-se

bastante identificada com a organização e gestão do Agrupamento, valoriza a disponibilidade dos diferentes agentes educativos, nomeadamente do Director. A participação dos vários elementos da comunidade educativa, que integram o Conselho Geral, constitui uma mais-valia, colaborando na resolução de problemas e co-responsabilizando-se na educação das crianças e alunos que frequentam o Agrupamento.

3.5 Equidade e justiça

O Director incentiva a comunidade escolar ao respeito pelos princípios da equidade e da justiça, explícitos nos documentos estruturantes do Agrupamento e aplicados, de forma transversal, na organização e gestão. É consensual a sua disponibilidade e cordialidade, tanto no apoio a alunos, docentes e não docentes, como no atendimento aos pais, em geral, e respectiva Associação. A atenção na formação das turmas e na distribuição do tempo escolar, o livre acesso às actividades e projectos em desenvolvimento, a identificação e encaminhamento de problemas sociais e afectivos, tendo em conta que não existe psicólogo escolar residente, são alguns dos exemplos presentes nos procedimentos observados. As medidas de diferenciação positiva adoptadas, nomeadamente o apoio às dificuldades socioeconómicas, de aprendizagem e às necessidades educativas especiais de carácter permanente constituem outros exemplos evidentes da promoção da igualdade de oportunidades. O Agrupamento está atento aos alunos cuja situação financeira e/ou familiar apresente indícios de carência, aos quais responde de forma célere. A acção educativa global está orientada para a inclusão sócio-escolar e evidencia-se também na oferta de percursos profissionalizantes diferenciados e na construção de parcerias promotoras da inclusão e da formação integral dos alunos. O constrangimento provocado pela dispersão das unidades educativas tem sido atenuado pela boa articulação entre o Agrupamento e as diferentes juntas de freguesia.

4. Liderança

4.1 Visão e estratégia

Os documentos estruturantes do Agrupamento, partilhados por toda a comunidade escolar, sustentam a visão e estratégia da direcção para o desenvolvimento da acção educativa global do Agrupamento, que privilegia, entre outros, a melhoria e a qualidade dos resultados de todos os alunos. Para o efeito, hierarquizam objectivos e definem metas claras, apenas quantificadas e avaliáveis no domínio do sucesso escolar, nomeadamente dos

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resultados nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Inglês. A direcção definiu um conjunto diversificado de estratégias e medidas com vista à promoção, participação e desenvolvimento cívico dos alunos, articulação e sequencialidade, diferenciação e apoios, clubes e projectos, interacção escola/comunidade e gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros, assim como a auto-avaliação e melhoria do Agrupamento. Por sua vez, a oferta de percursos formativos, os projectos e os clubes, assim como a interacção das parcerias, associados à promoção das expectativas das famílias e à afirmação de um bom ambiente educativo, contribuem para a credibilidade e reconhecimento do Agrupamento. O desenvolvimento do Agrupamento nos próximos anos assenta na sua afirmação como unidade organizacional plural, pedagogicamente coesa e articulada, na promoção das prioridades definidas nos documentos estruturantes e no reforço da oferta de percursos profissionalizantes.

4.2 Motivação e empenho

O Director está muito motivado, conhece bem a sua área de acção, desenvolve uma política de proximidade junto da comunidade escolar, particularmente dos alunos, e aposta na qualidade da comunicação. A atenção e o cuidado com que gere os recursos humanos e materiais, a motivação e responsabilização que incentiva nos diferentes actores da comunidade escolar são conhecidos e reconhecidos por todos os entrevistados. As evidências recolhidas asseguram que existe uma forte vontade, entre os órgãos de direcção, administração e gestão e as estruturas intermédias, para ouvir as várias opiniões, unir vontades e complementar esforços, sempre com o objectivo de superar os constrangimentos internos com implicações na melhoria do sucesso educativo, afirmar a prevenção do abandono escolar, ousar novos desafios e preservar o bom ambiente educativo, muito apreciado pela comunidade educativa. Para isso, o Agrupamento incentiva o bom relacionamento interpessoal e a comunicação que se reflectem em níveis de empenho e motivação significativos do pessoal docente e não docente. Actualmente, os níveis de assiduidade dos professores favorecem a acção educativa. Mesmo assim, a direcção definiu e organizou um plano de acção, atento às características dos alunos e aos espaços e equipamentos existentes, que salvaguarda os seus direitos, aquando da ausência de docentes.

4.3 Abertura à inovação

A abertura à inovação concretiza-se, apenas, na adesão a projectos da iniciativa do Ministério da Educação, de instituições ou entidades regionais e locais. A dinamização de um conjunto de programas, nomeadamente: Ensino do Português, Plano Nacional de Leitura, Educação para a Saúde e Educação Sexual, Eco-Escolas, Plano Tecnológico da Educação, Plano da Matemática II, Desporto Escolar e Ciência na Escola, constitui um processo intencional com implicações positivas nos resultados escolares. Os exemplos enunciados, associados à acção educativa implícita nos vários projectos e clubes em funcionamento, exigem, contudo, uma monitorização sistemática que demonstre a eficácia da adesão às solicitações externas, o interesse e participação dos alunos, o impacto na melhoria das aprendizagens e na promoção global do ambiente educativo. O Agrupamento também acolhe outras solicitações regionais e locais, nomeadamente: programas para a inclusão social e de combate à pobreza e exclusão, assim como colabora na formação prática dos cursos de educação e formação de Práticas de Acção Educativa do Agrupamento de Braga Oeste. Neste sentido, mobiliza todos os esforços para que a sua resposta seja adequada e reconhecida. A oferta de percursos profissionalizantes constitui uma aposta que também contribui para potenciar a inovação.

4.4 Parcerias, protocolos e projectos

A construção de parcerias, a definição de protocolos e a dinamização de projectos são realidades que o Agrupamento reconhece como fundamentais para melhorar o seu ambiente educativo. As iniciativas actualmente existentes, tais como: a aposta nas potencialidades das tecnologias de informação e comunicação; a promoção das línguas, ciências, matemática, saúde, segurança, ambiente e desporto; a boa qualidade da resposta educativa para todos os alunos; a oferta profissionalizante para jovens; os projectos e clubes; as valências terapêuticas e de tecnologias de apoio para os alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente, assim como a colaboração efectiva na implementação dos seus planos individuais de transição, decorrem da adesão a programas e planos nacionais específicos, cuja concretização só é possível em consequência da boa interacção com diversas entidades públicas ou privadas da comunidade educativa, entre

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outras: Câmara Municipal de Braga, juntas de freguesia, Universidade do Minho, Externato Infante D. Henrique e instituições nacionais, regionais e locais de natureza científica e de solidariedade social.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento

5.1 Auto-avaliação

As práticas de auto-avaliação do Agrupamento, traduzidas em relatórios intermédios e de final de ano lectivo, configuram, apenas, sectores da dinâmica organizacional, nomeadamente na avaliação e reformulação dos documentos estruturantes e tratamento estatístico dos resultados escolares. O grupo de trabalho, criado em 2008-2009, não produziu qualquer informação substantiva. Posteriormente, em 2009-2010, o Director do Agrupamento nomeou três docentes, que receberam formação, organizada pelo Centro de Formação de Associação de Escolas. A adesão ao Projecto de Avaliação em Rede, da Universidade do Minho, dá continuidade ao investimento na formação da actual equipa, agora alargada a representantes da comunidade educativa. O desenvolvimento do seu trabalho conta, também, com a colaboração de um amigo crítico e de um grupo de focagem, representativo da comunidade educativa. Embora se encontrem reunidas as condições materiais para o funcionamento de um dispositivo formal de auto-avaliação e tenham sido asseguradas algumas competências técnicas para o seu processo de implementação, a fase incipiente em que se encontra ainda não permitiu garantir uma auto-regulação sistemática e abrangente do Agrupamento, suportada pela identificação regular de pontos fortes e fracos e a consequente construção de planos de melhoria.

5.2 Sustentabilidade do progresso

O diagnóstico realizado para a revisão do Projecto Educativo, recentemente aprovado, possibilitou a identificação de pontos fortes e fracos, assim como de algumas oportunidades e constrangimentos, para os quais definiu objectivos e organizou campos prioritários de intervenção. Contudo, é evidente a necessidade de desenvolver uma monitorização mais objectiva e abrangente, que vise a recolha de informação sistemática para a produção de conhecimento mais sustentado de todos os sectores e níveis de educação/ensino. As lideranças de topo e intermédias, o bom clima relacional, a motivação e empenho da comunidade educativa para a consecução das metas e dos objectivos traçados, constituem condições que garantem a sustentabilidade do progresso do Agrupamento.

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas Trigal de Santa Maria (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o agrupamento e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria.

Entende-se aqui por:

• Pontos fortes – atributos da organização que ajudam a alcançar os seus objectivos;

• Pontos fracos – atributos da organização que prejudicam o cumprimento dos seus objectivos;

• Oportunidades – condições ou possibilidades externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos;

• Constrangimentos – condições ou possibilidades externas à organização que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objectivos.

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Pontos fortes

As taxas de transição/conclusão dos três ciclos do ensino básico e, em regra, os resultados das provas de aferição, superiores aos nacionais em 2010.

O comportamento disciplinado dos alunos com reflexos no bom ambiente educativo.

As medidas de apoio educativo para o sucesso escolar de todos os alunos, associadas às dinâmicas de articulação entre as diferentes estruturas intermédias e entre estas e entidades externas.

A estratégia global da organização e gestão, orientada por critérios explícitos e princípios de justiça e equidade.

A liderança do Director e seus efeitos na co-responsabilização das estruturas intermédias e na motivação e empenho do pessoal docente e não docente.

As parcerias estabelecidas com entidades locais com repercussões positivas na acção educativa do Agrupamento.

Pontos fracos

Os resultados dos exames nacionais do 9.º ano, inferiores aos nacionais, no último triénio.

A frágil articulação intra e interdepartamentais.

A falta de uma dinâmica generalizada de acompanhamento e supervisão da prática lectiva em sala de aula.

A débil articulação do Plano Anual de Actividades com o Projecto Educativo, numa lógica de

Agrupamento.

A ausência de monitorização objectiva e sistemática sobre o impacto dos projectos e clubes na melhoria das aprendizagens dos alunos e do ambiente educativo.

O incipiente processo de auto-avaliação para a sustentabilidade do progresso do Agrupamento.

Oportunidades

A inserção do Agrupamento num território urbano e periférico, com potencialidades de natureza comercial e industrial, poderá contribuir para o alargamento da oferta de percursos formativos profissionalizantes.

Constrangimentos

A inexistência de psicólogo escolar do quadro do Agrupamento poderá comprometer a eficácia do trabalho dos directores de turma e dos docentes da educação especial na observação e apoio aos alunos com problemas específicos, assim como o encaminhamento e orientação vocacional dos discentes, no final do 3.º ciclo.

A dispersão geográfica do Agrupamento, acentuada pela inexistência de transportes públicos, poderá dificultar o acesso das crianças da educação pré-escolar e dos alunos do 1.º ciclo aos espaços e equipamentos da Escola-Sede e condicionar a participação mais assídua dos pais na vida escolar.

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Em função do contraditório apresentado pelo Agrupamento, este relatório foi alterado:

• na pág. 4, 3 – Organização e gestão escolar (3.º parágrafo - 2.ª linha), onde se lia, «A não integração da

Biblioteca da Escola-Sede na Rede de Bibliotecas Escolares e a inexistência de bibliotecas nas escolas com 1.º ciclo […]», deve ler-se «A Biblioteca da Escola-Sede, integrada na Rede de Bibliotecas Escolares, com evidente carência de equipamentos e necessidade de requalificação, associada à inexistência de bibliotecas nas escolas com 1.º ciclo […]»;

• na pág. 9, 3.3 – Gestão dos recursos materiais e financeiros (parágrafo único – 6.ª linha), onde constava «A Biblioteca Escolar, não integrada na Rede de Bibliotecas Escolares, desenvolve uma

dinâmica de articulação curricular, no âmbito do Plano Nacional de Leitura, mais direccionada para os alunos dos 2.º e 3.º ciclos», passou a constar «A Biblioteca Escolar, integrada na Rede de Bibliotecas Escolares, com evidente carência de equipamentos e a necessitar de requalificação, desenvolve uma dinâmica de articulação curricular, no âmbito do Plano Nacional de Leitura, mais direccionada para os 2.º e 3.º ciclos».

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