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FACAR FACULDADE DE ARACAJU CURSO DE DIREITO DIREITO PENAL - PROVAS PROCESSUAIS PENAIS - PROF. NEWTON CARVALHO

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O CONTEÚDO DESSE ARQUIVO NÃO REPRESENTA FIELMENTE A AULA APRESENTADA PELO PROFESSOR. TRANSCREVO CONFORME ENTENDIMENTO DO QUE FOI PROFERIDO NA SALA DE AULA.

06/02/2019 newtoncmelo@gmail.com

Aula 31 - Direito Processual Penal - Provas no Processo Penal - Parte I  Judicialiforme 

O que se entende por "Aviso de Miranda"? 

13/02/2019 PROVA

CONTRADITÓRIO

De acordo com o artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal, "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes".

Assim, o princípio do contraditório é um corolário do princípio do devido processo legal, e significa que todo acusado terá o direito de resposta contra a acusação que lhe foi feita, utilizando, para tanto, todos os meios de defesa admitidos em direito. O contraditório é, portanto, a opinião contrária daquela manifestada pela parte oposta da lide.

Prova é tudo aquilo que é produzido no processo, na ação penal propriamente dita. A prova é produzida sobre o crivo do CONTRADITÓRIO JUDICIAL.

O que é contraditório judicial? É a oportunidade das partes de conhecerem e se manifestarem do que é posto na lide. Por exemplo, a pessoa está sendo acusada de furto, a partir da denúncia ele é chamado para se defender, exercendo o contraditório.

Elemento de informação é tudo aquilo que é colhido na fase de investigação.

Caso hipotético: O delegado, ao tomar conhecimento de crime, desloca-se até o local do ocorrido, apreende arma de fogo onde constam algumas digitais, conferindo com as do acusado. Isso denominado como prova? Não, isso é elemento de informação. Será transformado em prova na fase judicial, quando ela for submetida ao crivo do contraditório.

Caso hipotético: O delegado solicita interceptação telefônica e colhe informação entre duas pessoas. Essa conversa vai se transformar em prova, entretanto, enquanto estiver na fase de inquérito sem ser submetida ao crivo do contraditório será elemento de informação.

ART. 155, CPP

O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as PROVAS CAUTELARES, NÃO REPETÍVEIS e ANTECIPADAS.

PROVAS CAUTELARES Exceção do art. 155, CPP.

São aquelas em que há riscos de desaparecimento do objeto da prova em razão do decurso do tempo. Podem ser produzidas tanto na investigação, quanto na instrução.

Dependem de autorização judicial, SENDO O CONTRADITÓRIO DIFERIDO, ou seja, postergado. Exemplo de prova cautelar: interceptação telefônica

PROVAS NÃO REPETÍVEIS

São aquelas que uma vez produzidas não tem como ser novamente coletadas.

Podem ser produzidas tanto na investigação quanto na instrução, NÃO DEPENDENDO DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, sendo o CONTRADITÓRIO DIFERIDO.

(2)

PROVA ANTECIPADA

São aquelas produzidas observando o contraditório real em momento distinto daquele legalmente previsto em virtude urgência que o caso requeira.

Depende de autorização judicial.

Art. 225, CPP (Depoimento Ad perpetuam rei memoriam) Ad perpetuam rei memoriam

(Lê-se: ad perpétuam rêi memóriam.) Para perpétua memória da coisa, por extensão, do fato, da realidade etc. Diz-se da prova ou vistoria judicialmente feita, para resguardo ou conservação de um direito que se tenciona demonstrar, oportunamente, nos autos da ação própria.

PROVA X ELEMENTOS INFORMATIVOS ELEMENTOS INFORMATIVOS

É tudo aquilo colhido na fase de investigação.

O inquérito policial tem a característica inquisitória enquanto o processo tem característica acusatória.

Acerca dos elementos de informação, colhidos na fase investigatória, não se exige que se faça na presença do advogado, entretanto, o estatuto da OAB, art. 7º, XXI, estabelece com o sendo direito do advogado, assistir seus clientes, formulando inclusive, quesitos, sob pena de nulidade absoluta dos atos investigativos.

Art. 7º, XXI, Estatuto da Advocacia e da OAB - Lei 8906/94 São direitos do advogado:

Assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)

a) apresentar razões e quesitos; (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016) b) (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)

FINALIDADE DO ELEMENTO DE INFORMAÇÃO a) Decretação de medidas cautelares;

b) Auxiliar na opinio delicti (denúncia do MP) (auxilia na formação da denúncia) (não é essencial para a opinio delicti) opinio delicti 

1) Opinião a respeito de delito (é a própria denúncia do MP).

2) Teoria segundo a qual o Ministério Público, para oferecer uma denúncia, deve ter ao menos suspeita da existência do crime e de sua autoria.

O delegado pode concluir os elementos de informação por uma vertente, o MP entende que é outra totalmente diferente e o juiz ao final pode deduzir que não é uma coisa ou outra.

Emendatio libelli

É a possibilidade de o juiz dar nova definição jurídica ao fato, devidamente descrito na denúncia ou queixa, ainda que importe em aplicação de pena mais grave.

Art. 383,CPP

O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 1º Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 2º Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão encaminhados os autos. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

(3)

Isso decorre do princípio da correlação entre acusação e sentença.

O princípio da correlação entre acusação e sentença estabelece que a sentença penal deve guardar correlação com o pedido. Na “emendatio libelli”, o juiz não altera de qualquer forma os fatos imputados ao réu na denúncia, limitando-se apenas a dar a esses fatos definição jurídica diversa. 

Teoria da Substanciação: O réu se defende dos fatos contra ele imputados, e não da capitulação legal dada ao crime na inicial. 

PRINCÍPIOS (PROVAS) ART. 5º, LVII, CF

Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; 1. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA

Não culpabilidade. CONCEITO:

Existe uma discussão acerca da melhor nomenclatura a ser utilizada. A presunção de inocência deriva do Pacto de San José da Costa Rica. A não culpabilidade deriva da própria Constituição Federal (art.5º, LVII). Em qualquer caso a finalidade será a mesma.

Pacto de San José da Costa Rica 

A Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH; também conhecida como Pacto de San José da Costa Rica) é um tratado internacional entre os países-membros da Organização dos Estados Americanos e que foi subscrita durante a Conferência Especializada Interamericana de Direitos Humanos, em 22 de novembro de 1969, na cidade de San José da Costa Rica. Entrou em vigor em 18 de julho de 1978, sendo atualmente uma das bases do sistema interamericano de proteção dos Direitos Humanos.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Conven%C3%A7%C3%A3o_Americana_de_Direitos_Humanos REGRAS

ART. 386, VI, CPP

O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: I - estar provada a inexistência do fato;

II - não haver prova da existência do fato; III - não constituir o fato infração penal;

IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;

VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;

VII – não existir prova suficiente para a condenação. Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz: I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;

II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas; III - aplicará medida de segurança, se cabível.

A. REGRA PROBATÓRIA

Recai sobre a acusação o ônus de provar que o réu é culpado, além de qualquer dúvida razoável B. IN DUBIO PRO REO (NON LIQUET)

Significa a inadmissibilidade do “non liquet”, vale dizer, o juiz abster-se de julgar. Havendo dúvida, deve-se decidir em favor do réu.

Até que momento do processo penal deve prevalecer o in dubio pro reo? O momento de incidência do in dubio pro reo limita-se pelo trânsito em julgado.

(4)

ATUALIZAÇÕES JURISPRUDENCIAIS Übermassverbote

Üntermassverbote

ÜBERMASSVERBOT E UNTERMASSVERBOT 

São termos da doutrina alemã, forjados na ciência constitucional, mas que também são utilizados para articular teses no direito penal - tanto de defesa quanto de acusação. São desdobramentos do princípio da proporcionalidade e significam proibição do excesso e proibição de proteção deficiente respectivamente.

https://jeancarlodias.jusbrasil.com.br/artigos/429256367/a-proibicao-do-excesso-ubermassverbot-e-a-proibicao-de-protecao-deficiente-untermassverbot-no-direito-penal Segundo o STF, os direitos fundamentais expressam, não somente, uma proibição do excesso na punição (Übermassverbote), como também a proibição da proteção insuficiente (Üntermassverbote).

13/03/2019 2. NEMO TENETUR SE DETEGERE

Art. 8º, Convenção Americana dos Direitos Humanos. Art. 5º, LXIII, CF

Quem é o titular?

Qualquer pessoa que recaia sobre ela imputação criminal. a) Acusado

Com certeza. b) Testemunha

Não pode fazer falso testemunho. (Art. 342, CP)

Não pode arguir o nemo tenetur se detegere, salvo se o depoimento for prejudica-la. ADVERTÊNCIA AO DIREITO DO SILÊNCIO – AVISO DE MIRANDA

Art. 5º, LXIII, CF Art. 198, CPP

Art. 186, § Único, CP (Revoga tacitamente o Art. 198, in fine, CPP) DIREITO AO SILÊNCIO NO TRIBUNAL DO JÚRI

O silêncio no julgamento pode ser “um tiro no pé”. Seria mais viável não comparecer ao julgamento.

Quando estiver preso não pode dizer que não vai ao julgamento.

O réu solto que deixa de comparecer ao julgamento, tem alguma implicação? Art. 478, II, CPP As partes (MP e defesa) não podem fazer menção ao direito do silêncio.

DIREITO À MENTIRA

O réu tem direito à mentira? (Existem doutrinas que divergem, no geral, sim) No Brasil não existe o crime de perjúrio.

DIREITO A NÃO PARTICIPAÇÃO DE COMPORTAMENTO ATIVO Refere-se ao acusado.

O réu não é obrigado a fornecer a voz para comprovar prova de áudio. Material descartado do réu: Pode.

O material pode ser colhido pelo policial mas deve ser provado por perito. COMPORTAMENTO PASSIVO

(5)

Vítima apontar o acusado na delegacia. O acusado é obrigado a submeter-se.

20/03/2019 PROVAS PROCESSUAIS PENAIS (NEWTON CARVALHO)

TRABALHO NP1 - Individual. - Manuscrito. - Obrigatório.

- Pontuação: Até 3 pontos.

- Entrega: No dia da prova (03/04/2019). Tema: CORPO DE DELITO

01. Localização Topográfica; 02. Conceito;

03. Cabimento;

04. Quem pode realizar?

05. Quesitos acerca do tema, quem pode fazê-los? 06. Corpo de delito em cadáveres inumados é cabível? 07. Prescinde de autorização judicial?

08. O exame de corpo de delito pode ser substituído por outra perícia? 09. Como se procede o exame de corpo de delito em caso de lesões corporais? 10. Como proceder se houver divergência entre os peritos?

11. O laudo pericial vincula o juiz?

PRINCÍPIO DA INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS OBTIDAS ILICITAMENTE

 Sabemos que no Direito Penal, Administrativo, Constitucional, e outros, as provas obtidas por meios ilícitos são inadmissíveis.

Art. 5º, LVI, CF

São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.

 No caso do Processo Penal, uma prova obtida por meio ilícito, deve sofrer que tipo de consequência? Art. 157, caput, CPP. Art. 157, CPP

São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

Art. 157, § 3º, CPP

São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

 Uma decisão no meio do processo recebe que nome? Decisão Interlocutória.

 Se é uma Decisão Interlocutória, ela pode ser de Ofício ou a Requerimento das Partes.

 Havendo Decisão Interlocutória pelo desentranhamento de uma prova ilícita, sendo esse desentranhamento prejudicial ao réu (ele entende que é lícita), ou sendo o prejudicial à acusação (ela entende que é lícita), caberá que recurso? Art. 581, XIII, CPP.

Art. 581, XIII, CPP

(6)

XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;  Prova faz parte do processo.

 Quando o juiz reconhece a ilicitude ele tem que desentranhar.  Qual é a interpretação de desentranhamento? Anular a prova.  Se a outra parte discorda? R.E.S.E.

 R.E.S.E. sempre para o TJ.

 Caso a decisão de desentranhamento seja interlocutória, cabe R.E.S.E. (Recurso em Sentido Estrito).

 A decisão de desentranhamento pode ser dada na sentença? Sim, nas alegações finais. (Pede que se reconheça a prova inadmissível), se o juiz acolher o argumento, ele deve, na sentença, ordenar o desentranhamento. Havendo decisão de desentranhamento na sentença, caberá o recurso de apelação.

Art. 593, § 4º, CPP

Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:

§ 4º - Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra.

 Para se combater algum ponto da sentença -> Recurso de Apelação. DESCONTAMINAÇÃO DO JULGADO

 Situação hipotética: imaginemos um Juiz da causa, de outro lado, parte interessada (réu). O réu coloca nos autos uma prova, que posteriormente se verifica ter sido obtida por meio ilícito. Essa prova direcionou a decisão do juiz. O juiz está contaminado pela prova.

Art. 157, § 4º, CPP

São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

§ 4º - (VETADO) (O juiz que conhecer o conteúdo da prova, declarada inadmissível, não poderá proferir sentença no acordão.)

 Descontaminação do Julgado é um instituto que não existe no direito brasileiro, foi revogado. Vetado pela Lei 11.690/2008.

 Muitas defesas, de forma escusa, utilizando-se de má-fé processual, produzia uma prova de forma ilícita com a intenção de retirar o juiz que iria proferir a sentença.

TEORIAS DA PROVA ILÍCITA A) PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO

 Situação hipotética: Ocorre homicídio. O agente tem acesso a uma pessoa. Através de tortura, ele obtém a informação de onde ela enterrou o cadáver.

 Provas ilícitas são admitidas no processo brasileiro? Não.  A tortura é um meio de prova ilícita? Sim.

 A teoria do Fruto da árvore envenenada (Prova ilícita por derivação) diz que todas as provas que derivarem de meio ilícito serão consideradas ilícitas.

Art. 157, § 1º, CPP

São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

§ 1º - São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.

- São inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas. B) TEORIA DA FONTE INDEPENDENTE

(7)

São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

§ 1º - São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.

 Situação hipotética: Ocorre homicídio. O agente tem acesso a uma pessoa. Através de tortura, ele obtém a informação de onde ela enterrou o cadáver, entretanto, houve uma denúncia de uma pessoa (necessariamente não precisa se no mesmo momento da tortura), que nada tem a ver com o ato.

 A denúncia anônima é uma prova lícita? Sim.  É uma fonte independente? Sim.

 A prova, ou seja, o cadáver, que afirma a materialidade do art. 121, CP (Homicídio Simples), passa a ser lícita, em que pese haver ter nascido de uma fonte ilícita, entretanto, cessa a derivação dessa fonte ilícita e ela passa a ser lícita pela independência da fonte, por conta da denúncia anônima.

C) TEORIA DA DESCOBERTA INEVITÁVEL Art. 157, § 2º, CPP

São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.

 A doutrina afirma que o termo “fonte independente” está equivocado no parágrafo.  Na leitura do parágrafo trocar “fonte independente” por “descoberta inevitável”.  A prova passa a ser lícita a partir da nova descoberta.

 Se houver, algum meio de prova que por si só, posteriormente, levaria a descoberta daquela prova D) TEORIA DO ENCONTRO FORTUITO DAS PROVAS.

 Também chamado de SERENDIPIDADE.

 Situação hipotética: Policial com mandado de busca e apreensão, uma ordem judicial, para verificar a ocorrência de crime ambiental, alguém está com animal silvestre na residência. O policial entra na casa. Verifica a ocorrência do animal silvestre. Ao sair, resolve fazer uma busca nas gavetas do armário daquela residência. Encontra indícios de crime tributário.

 Mandado judicial é certo e específico, no caso era para verificar a existência de animal silvestre no local.  A busca por indícios de crime tributário está no mandado? Não

 A prova, neste caso, do crime tributário é ilícita.

 Situação hipotética: Policial com mandado de busca e apreensão, uma ordem judicial, para verificar a ocorrência de crime tributário. Ao chegar no local encontra um animal silvestre.

 Não houve invasão do domicílio para busca de animal silvestre. A busca estava sendo efetuada para encontrar indícios de crime tributário.

 Foi um encontro fortuito de prova.  A prova, neste caso, é lícita.

 A ação de procurar provas diferentes da constante no mandado é ilícita. PROVAS ILÍCITAS EM FAVOR DO RÉU 

É pacífico na Doutrina que não devem ser aceitas provas ilícitas que prejudiquem o réu.

Contudo, há casos em que o resultado (admissão daquela prova tida como ilícita para poder beneficiar o réu) é mais vantajoso para o sistema jurídico do que a restrição de direitos (liberdade, ampla defesa e presunção de inocência) com a consequência inadmissibilidade da prova ilícita.

https://sergioluizbarroso.jusbrasil.com.br/artigos/388854425/quais-as-excecoes-que-admitem-o-uso-das-provas-ilicitas-no-processo-penal

27/03/2019 BUSCA DOMICILIAR EM ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA

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Prova ilícita e prova ilegítima (Pesquisar) PROVA EMPRESTADA

 É a utilização, em um processo, de uma prova produzida em outro. ÔNUS DA PROVA

Art. 156, CPP

A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:

I - ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida;

II - determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.

Via de regra, ônus probatório pertence à acusação

 Em se tratando de excludente de ilicitude, por aplicação da teoria de Indiciariedade, inverte-se o ônus da prova, cabendo à defesa.

Art. 373, I, CPC

SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA O Brasil adota os 3.

a) Íntima Convicção  Tribunal do Júri

 Por esse sistema, o juiz, é livre para valorar qualquer prova, desobrigando-se de fundamentá-la. Art. 5º, XXXVIII, c, CF

b) Livre Convencimento Motivado  Magistrado.

 Por esse sistema, o juiz é livre para valorar qualquer prova (constante dos autos do processo) desde que fundamente sua valoração.

Art. 93, IX, CF Art. 155, CPP

c) Sistema da Verdade Legal

 É utilizado em casos excepcionais.

 A própria lei estabelece o valor probatório de cada meio de prova. Art. 62, CPP

No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.

PROVA EM ESPÉCIE a) Exame Corpo de Delito (Trabalho para a NP1) b) Interrogatório

Art. 187, § 1º, CPP (Rito Comum Ordinário)

O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos.

§ 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e sociais.

(9)

Art. 400, CPP (Júri)

Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.

CARACTERÍSTICAS DO INTERROGATÓRIO a) Personalíssimo

 Somente a testemunha pode prestar esse depoimento. b) Público

 A exceção é o segredo de justiça. c) Contraditório

 É a possibilidade da outra parte conhecer da acusação e submete-la ao seu entendimento. d) Caráter Técnico (defendido por um advogado)

(10)

28/03/2019 NP1

❶ Sobre o tema da prova no Processo Penal brasileiro, identifique como verdadeiros (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:

(X) É vedada ao juiz a iniciativa probatória durante a investigação preliminar.

(X) O Código de Processo Penal não prevê o instituto da ilicitude probatória por derivação

(X) O juiz que declarar a ilicitude probatória não se torna impedido de seguir no processo, de modo que a prova ilícita deve ser desentranhada e, então, o processo prossegue com o mesmo juiz.

(X) Em relação ao estado das pessoas, serão observadas as restrições probatórias estabelecidas na lei civil. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.

a) F V F V b) F V V V c) F F V V d) V V F F e) F V V F

❷ Quanto às provas no Processo Penal, é correto afirmar que:

a) São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo as provas ilícitas e as derivadas delas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.

b) No interrogatório, meio de prova de defesa, o silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.

c) Quanto ao ônus da prova, no curso da instrução ou antes de proferir sentença de diligências, para dirimir dúvida sobre ponto relevante, a pedido das partes, o juiz poderá determinar a realização de diligências, vedado fazê-lo de ofício.

d) O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos, colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

❸ Após a prisão em flagrante de Tício pelo crime de tráfico de drogas, já que ele teria sido encontrado enquanto trazia consigo grande quantidade de drogas, os policiais militares incentivaram o preso, algemado, no interior da viatura policial, sem assegurar o direito ao silencio, a confessar os fatos. Diante do incentivo, o preso confirmou seu envolvimento com a associação criminosa que dominava o tráfico da localidade, sendo a declaração filmada pelos policiais sem que Tício tivesse conhecimento.

Após denúncia, o Ministério Público acostou ao procedimento o vídeo da filmagem do celular realizada pelos policiais. Durante a instrução, Tício alegou que o material entorpecente era destinado ao seu uso.

Diante da situação narrada, o vídeo com a filmagem do celular do policial deve ser considerado prova:

a) Ilícita, não gerando como consequência a substituição do juiz que teve acesso a ela, sendo necessário, porém, que seja desentranhada dos autos.

b) Ilícita, sendo a confissão a rainha das provas, de modo que deverá prevalecer sobre os demais elementos probatórios produzidos durante a instrução.

c) Ilícita, devendo ser considerada no processo, apesar de os atos anteriores da prisão em flagrante serem considerados válidos.

d) Lícita, mas caberá ao juiz responsável pela sentença atribuir o valor que entenda adequado a essa prova. e) Ilícita, gerando o reconhecimento da invalidade da prisão em flagrante como um todo.

(11)

a) O silêncio do réu importa em sua confissão.

b) O silêncio do réu não poderá ser interpretado em seu desfavor.

c) O interrogatório deverá se limitar, unicamente, a questões relativas aos fatos decorrentes da infração penal.

d) O réu que silenciar no seu interrogatório deverá ser interrogado quantas vezes forem necessárias até ele prestar as informações necessárias.

e) Somente é lícito ao réu silenciar no interrogatório, quando não estiver devidamente acompanhado por advogado ou defensor.

❺ Assinale a alternativa correta:

a) Os meios de prova precisam estar especificados em lei, assim, as provas inominadas, mesmo que não ilícitas ou ilegítimas, não devem ser objeto de apreciação pelo juiz ao fundamentar sua decisão.

b) Dada a adoção do sistema acusatório no processo penal brasileiro, não cabe ao réu o ônus de provar a causa da excludente de ilicitude.

c) A prova emprestada e os elementos constantes do inquérito policial, apesar de não terem sido produzidos sob o pálio do contraditório, podem ser considerados na fundamentação da sentença.

d) Nos crimes que deixam vestígios, é indispensável o exame de corpo de delito, que só pode ser suprido pela confissão ou prova testemunhal no caso de desaparecimento de vestígios.

e) A gravação de conversa telefônica sem o consentimento de um dos interlocutores constitui prova ilícita por violação ao direito de privacidade.

RESPOSTAS

Referências

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