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Arte e Tecnologias Contemporâneas na Escola 1

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Academic year: 2021

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Arte e Tecnologias Contemporâneas na Escola

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Fernanda Cavalcanti de Mello2

Neste texto, apresento algumas reflexões sobre pesquisas e propostas de trabalho na área educativa, entre 2014 e 2015, envolvendo arte e educação, através de estudos sobre mídias. As pesquisas buscaram investigar as potencialidades das práticas educativas no ambiente virtual, organizado em portais, redes sociais, entre outros suportes, produzidas por alunos e professores de uma escola pública do ensino médio na cidade do Rio de Janeiro, cujo objetivos era descrever, formar acervo e experimentar novos usos. Essa pesquisa em sua perspectiva prática-teórica teve sua fundamentação teórica no contexto da arte/educação contemporânea, na qual Barbosa (2005, p. 111) considera que “para ampliar os limites da tecnologia e de seu uso, é preciso pensar nas relações entre tecnologia e processo de conhecimento; tecnologia e processo criador.

Para realizar esta pesquisa, o método utilizado foi pesquisa-ação, que tem como objetivo primeiro unir a pesquisa à ação prática. Possibilitando a todos os parceiros participantes da pesquisa a oportunidade da prática, do laboratório na qual será realizada a experiência, dando voz e material necessário para a correção de rumos no processo da pesquisa.

A interação da educação, arte e tecnologias contemporâneas propicia amplas possibilidades de aplicação no campo educacional, que favorece o conhecimento. Todavia, a arte contemporânea, bem como as tecnologias digitais, mais especificamente o computador e a internet, mostram-se tímidas, ou mesmo, inexistentes, dentro das propostas educacionais em arte ou do próprio conteúdo programático. Nesse sentido, Bertoletti (2010, p.8) enfatiza que,

(...) as transformações no ensino da arte devem dialogar com as manifestações culturais contemporâneas e tecnológicas, visto que a arte tem esse poder de, “usando as mesmas tecnologias destinadas a criar coisas e a 1 Artigo apresentado ao Eixo Temático 01 – Educação A Distância/Ensino Online/Métodos e

Processos Pedagógicos do IX Simpósio Nacional da ABCiber

2Autora é mestre em Educação pela UFRJ e especialista em Arte-educação e Tecnologias

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inteligência das coisas, possibilitar a experiência estética do homem mais humano”.

A arte emociona e faz emocionar, seja no momento ou em rastros do momento. O ensino das artes e das culturas visuais, por meio da utilização das tecnologias da informação e comunicação, pode ser trabalhado também na

Falar em apropriação das tecnologias na escola no contexto das culturas digitais implica pensar nas práticas culturais de crianças e jovens, a inserção nas redes e as possibilidades de construção de conhecimentos em diferentes linguagens (escrita, visual, musical, audiovisual, digital), seus códigos e especificidades. Esse escopo implica enveredar pelos estudos das imagens e suas potencialidades narrativas, como apontam os pesquisadores, Canclini ( 2010) ressalta a força das tecnologias para ampliar as possibilidades de participação social. Segundo ele, a emergência de múltiplas exigências, ampliada em parte pelo crescimento de reivindicações culturais e relativas à qualidade de vida, suscita um espectro diversificado de órgãos porta vozes: movimentos urbanos, étnicos, juvenis, feministas, de consumidores, ecológicos, entre outros. Sobre concepção de grupos sociais, pode-se afirmar também que são expressões de determinada época, faze-se História.

A escola não é mais considerada um lugar neutro e protegido, pelo contrário, como lembra Castells em A Sociedade em Rede. Atualmente não entendemos que a escola seja considerada de forma apartada de sua comunidade e da realidade que a cerca, ela está imersa na cultura, na comunidade, na representação social e política, em contínua interação com o seu contexto, diz.

O pesquisador lembra que a escola é “[...] um dos principais agentes de difusão de inovações sociais porque gerações após gerações de jovens que por ali passam, ali conhecem novas formas de pensamento” (CASTELLS, 1998, p. 158).

A intervenção educacional em uma sociedade tecnológica diversa tem a obrigação de garantir o aproveitamento destes recursos como caminho de acesso à participação dos aprendizes na construção de sua formação cultural e o professor em suas atividades docentes deve ser um provocador desta prática utilizando todos os meios de comunicação facilitadores da aprendizagem, devendo pensar em uma educação muito mais, desafiadora, instigante, mais apropriada à realidade cotidiana, tendo uma visão contextualizada com o objetivo de formar cidadãos aptos a viver a mudança do seu tempo. O professor é um elo entre a verdade

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científica e o aluno, e é também o técnico responsável pela eficiência do ensino, tornando o aluno um sujeito construtor/transformador.

Há uma cultura analógica do lado de dentro da escola e uma cultura digital permeando os dois espaços, porém com uso marginal dos meios tecnológicos. No trânsito mundo-escola Berino (2010) considera que “a popularização das máquinas digitais passou o equipamento de mãos: do professor para o aluno”.

Por isso, na oficina, buscou-se o uso de uma plataforma, financiado pela empresa Vivo, é veiculada em uma plataforma que disponibiliza perfil para os usuários, concedendo espaço para que estes exponham seus trabalhos em texto, vídeos, fotos, etc. Trata-se de uma rede social, que disponibiliza perfil para os usuários, concedendo espaço para que estes exponham seus trabalhos em texto, vídeos, fotos, etc. Professores e alunos têm seus espaços e podem postar vídeos que eles mesmos produzem. Podem também trocar mensagens, registrando comentários sobre suas produções de vídeos. Foi possível experimentar novas formas de integração entre estudantes e educadores e entre a escola e as mídias móveis, possibilita aos educadores novos alternativas para trabalhar diferentes conteúdos curriculares com ferramentas que estão inseridas na cultura cotidiana dos jovens estudantes, como o celular.

Imagem 1 – Minha Vida Móbile3

As práticas pedagógicas do MVMob estimula a criatividade na escola e propõe uma rede de aprendizagem interativa e intercâmbio cultural. O projeto estimula os participantes a desenvolver habilidades e capacidades como interpretação, síntese, criticidade, análise, além do interesse pela pesquisa e pela construção de linguagens artísticas. O interessante desta plataforma, ilustradas pelas imagens é a praticidade e o custo de produção, que em comparação com os custos de uma produção gráfica ou televisiva, por exemplo, é significativamente mais reduzido, de modo que construir e manter estes espaços virtuais de 3Disponível em:<http://www.mvmb.com.br>.

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comunicação é uma ação viável. Neles professores e alunos têm seus espaços e podem postar vídeos que eles mesmos produzem e trocar mensagens, registrando comentários sobre suas produções. As mídias mais utilizadas esta plataformas são os vídeos, MP3, Trabalhos de alunos e professores.

O CE Amaro Cavalcanti está desenvolvendo o projeto sobre o Rio Carioca. Um Rio muito importante para a História do Rio de Janeiro, tendo tido a formação de vários bairros da Zona Azul em suas margens. Hoje o Rio é todo coberto por ruas e deságua na Bahia da Guanabara, porém o Rio não é tradado como deveria e está totalmente poluído, servindo de esgoto. O projeto visa discutir sobre a situação do tratamento das águas, os serviços disponibilizados pela poder público em relação ao meio ambiente. Os alunos realizaram pesquisas sobre o Rio e estão desenvolvendo técnicas de fotografia para uma exposição fotográfica sobre o tema, além de instalação, performances e projetos de intervenção a partir dos conceitos de Art ativismo. Os alunos fizeram aula passeio reconstituindo o percurso do rio e também um passeio de barco pela Bahia da Guanabara onde deságua o rio. Todo material está na plataforma Minha Vida Mobile.

Segundo Vani Kenski (2003)não se pode esquecer do sujeito da aprendizagem que é o aluno. É muito importante ouvi-los, eles têm sugestões incríveis para o uso desses espaços, para o desenvolvimento dos projetos para a sala de informática, dando consistência, dentro de sua realidade. Porém, o aluno já utiliza tais linguagens em outros espaços que não a sala de aula. No recreio, na sua casa, em outros espçaos interativos.

Palavras-chave: cultura digital; Escola; cibercultura e educação; Arte e Tecnologias; contemporênas.

Referências bibliográficas

BARBOSA, Ana Mae. Arte-Educação: leitura no subsolo. 3. Ed. São Paulo: Cortez, 2001.

BERTOLETTI, Andréa. Tecnologias digitais e o ensino da arte: algumas reflexões. Santa Catarina: Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais. CEART/UDESC. 2010. Disponível em: <http://ppgav.ceart.udesc.br/VCiclo/ artigo05.pdf>. Acesso em: 15 jun.2014.

CANCLINI, Néstor García. Culturas Híbridas - estratégias para entrar e sair da modernidade. Tradução de Ana Regina Lessa e Heloísa Pezza Cintrão.

CASTELLS, Manuel. A Era da Informação: economia, sociedade e cultura, vol. 3, São Paulo: Paz e terra, 1999, p. 411-439.

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ENGEL, G. I. (2000). Pesquisa Ação. Educar. Curitiba, n°16, pg. 182. Ed. UFPR. Disponivel em: www.educaremrevista.ufpr.br/arquivos_16 /irineu_engel.pdf. Acesso em 29 de junho de 2015

FERRAZ. Maria Heloisa C. T., FUSARI. Maria F. de Resende. Metodologia do Ensino da Arte. São Paulo. Cortêz, 1993. - Coleção magistério 2º grau. Série formação do professor

FILHO, Aldo. et BERINO, Aristóteles. Na Vida Ordinária das escolas, as grandes proezas. Pesquisar entre narrativas e imagens _ In: aventuras de conhecimento. Utopias Vivenciadas nas pesquisas em Educação. Organização Inês Barbosa de Oliveira, Alexandra Garcia. 1. Ed. Petrópolis. RJ: De Petrus; Rio de Janeiro, RJ: FAPERJ, 2014.

LEVY, P. Cibercultura. Rio de Janeiro: Ed. 34. 1999.

MARTINS, Mirian C., PICOSQUE, Gisa, GUERRA, M. Terezinha T. Didática do ensino de arte. São Paulo: FTD, 1998.

PIMENTEL, Lucia G. Tecnologias contemporâneas e o ensino de arte. In: BARBOSA, Ana Mae (Org.). Inquietações e mudanças no ensino de arte. São Paulo: Cortez, 2002. p.113-121.

SANTAELLA, Lúcia. Cultura das Mídias. 3. ed. São Paulo: Experimento, 2003.

SIBILIA, Paula. Redes ou paredes: a escola em tempos de dispersão. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

Referências

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