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Organização de dados da literatura sobre os requisitos, dificuldades e recomendações do uso do QFD utilizando uma adaptação do diagrama de afinidade

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Organização de dados da literatura sobre os requisitos, dificuldades e

recomendações do uso do QFD utilizando uma adaptação do diagrama

de afinidade

José Antonio Carnevalli (UNIMEP) jacarneval@unimep.br Paulo Augusto Cauchick Miguel (UNIMEP/USP) pamiguel@unimep.br

Felipe Araújo Calarge (UNIMEP) fcalarge@unimep.br

Resumo

Apesar do método do QFD ser reconhecido como eficaz no desenvolvimento de produtos e serviços, as organizações têm enfrentado várias dificuldades na sua implantação, sendo necessário desenvolver meios para eliminar ou reduzir estas dificuldades. Nesse sentido, está sendo conduzida uma pesquisa visando reduzir algumas das dificuldades de implantação do QFD. Este estudo encontra-se atualmente na fase de levantamento e organização bibliográfica e neste trabalho será apresentado um resumo das etapas já realizadas e principalmente o uso de uma adaptação do diagrama de afinidade (método KJ de agrupamento) para organizar e hierarquizar dados importantes identificados na literatura. Esses dados são relativos a informações sobre pré-requisitos, dificuldades e recomendações do uso do QFD. Apesar do uso do método KJ ter sido eficiente para organizar os dados, seu uso não permitiu uma análise aprofundada destes dados.

Palavras chave: Diagrama de afinidade, Método KJ de agrupamento, QFD.

1. Introdução

O QFD (Desdobramento da Função Qualidade) vem sendo utilizado e divulgado pelo mundo desde a sua criação, que ocorreu no início da década de 70, sendo um método reconhecido como eficaz para o desenvolvimento de produtos, processos e serviços. Entretanto, dificuldades culturais, administrativas, financeiras, e o não cumprimento de alguns dos seus requisitos, somados com as limitações inerentes do método, tem desmotivado a sua aplicação e reduzido os seus benefícios (CARNEVALLI & MIGUEL, 2003; GUIMARÃES, 2003; BOUCHEREAU & ROWLANDS, 2000).

Deste modo, torna-se importante estabelecer meios de minimizar pelo menos parte destas dificuldades, para que as empresas possam se beneficiar da aplicação do QFD. Este é o geral objetivo desta pesquisa, ou seja, utilizar o projeto axiomático desenvolvido por Suh (1995) para criação de um modelo genérico de implantação do QFD que minimize algumas das suas dificuldades. Neste trabalho será apresentado um resumo das etapas iniciais deste estudo, e a fase de organização e análise de parte da revisão bibliográfica, que teve as informações sobre pré-requisito; recomendações e dificuldades de implantação do QFD agrupadas e hierarquizadas utilizando uma adaptação do diagrama de afinidade (método KJ de agrupamento), com o objetivo de facilitar a consulta e análise destes dados. O diagrama de afinidade é um método muito utilizado na organização de dados do QFD. Neste trabalho, parte das etapas do diagrama foi realizada numa planilha eletrônica (Excel®).

Nos próximos tópicos serão apresentados a definição do tipo de pesquisa, etapas já realizadas, procedimentos utilizados para agrupar e hierarquizar os dados em tabelas, dificuldades encontradas neste processo e suas limitações. A seguir, alguns estudos da literatura que também visam estudar ou eliminar algumas dificuldades do uso do QFD.

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2. Aspectos identificados na literatura sobre fatores críticos no uso do QFD

Cristiano et al. (2001) realizaram um estudo sobre o uso do QFD nos EUA e no Japão. Na primeira parte da pesquisa foi realizado estudo de caso múltiplo, entrevistando cinco empresas no Japão e quatro nos EUA. A segunda parte da pesquisa foi a realização de uma pesquisa tipo survey, onde foram enviados para o Japão, 400 questionários para subsidiárias de empresas e para os EUA, 417 questionários também para subsidiárias de empresas. Durante a análise destes dados, Cristiano et al. (2001) procuraram identificar quais são os fatores chaves de sucessos no uso do QFD, sendo identificados dois fatores principais: contar com o apoio e suporte da alta administração e fornecer os recursos necessários na fase de identificação dos requisitos dos clientes para o produto. Também segundo os autores (CRISTIANO et al., 2001), é importante conseguir manter o foco nos requisitos dos clientes até a fabricação, atendendo estes requisitos.

Para aumentar a possibilidade de sucesso no uso do QFD, Guimarães (2003) identificou 20 itens considerados Fatores Críticos de Sucessos (FCS), em relação a fatores culturais da empresa e a pressupostos implícitos do QFD. Seis destes FCS, estão relacionados a características do líder da equipe, cinco em relação a equipe do QFD, quatro em relação a empresa que aplica o método e um com relação a equipe, líder e ao facilitador do projeto com QFD. Guimarães (2003) não chegou a aplicar os FCS, mas ao fazer uma análise de dois estudos de casos de projetos, que usaram o QFD, verificou que o projeto que atendeu 13 dos FCS inconscientemente (pois não conhecia os FCS), teve sucesso e o outro projeto que atendeu apenas 7 dos FCS, também de forma inconsciente, não teve sucesso no uso do QFD. Segundo Guimarães (2003), este resultado indica que se as empresas tiverem consciência antes da implantação do QFD destes 20 Fatores Críticos de Sucessos, elas terão uma maior possibilidade de êxito na aplicação.

Vasconcelos et al. (2003) propõem o uso de Delineamento de Experimentos (DOE) em conjunto com o QFD, para melhorar as correlações feitas na matriz da qualidade e otimizar os valores definidos nesta matriz. A proposta foi testada na construção de um helicóptero de papel (aplicação acadêmica). Os resultados mostram contradições entre os resultados do QFD tradicional com o seu uso em conjunto do DOE, sendo que características da qualidade que aparecem como importante numa aplicação, não o são segundo a análise do DOE. Também verificou que a matriz tradicional não mostrava a influência e intensidade da interação das características da qualidade. Deste modo, segundo Vasconcelos et al. (2003), o uso do DOE em conjunto com o QFD melhorou a aplicação do método. Entretanto, é possível fazer as seguintes críticas ao trabalho: não foi realizada a tabela de correlação das características da qualidade entre si, no modelo tradicional; algumas características da qualidade poderia ser mais bem definidas o que reduziria as contradições, e o uso de DOE se mostrou complicado para um produto simples, com apenas sete características da qualidade, sendo neste caso realizado 32 experimentos, o que pode significar que será difícil de utiliza-lo em produtos mais complexos.

3. Metodologia de pesquisa

Nesta seção será apresentado resumidamente o tipo de pesquisa, objetivos do estudo que está sendo realizado e a metodologia de pesquisa aplicada.

3.1. Tipo de pesquisa

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campo, aplicada, teórica, pesquisa de mercado, etc..

Esta pesquisa se caracteriza como do tipo teórica, pois um dos objetivos da pesquisa teórica, segundo Oliveira (1997), é estruturar um modelo teórico e sistemas. O objetivo deste estudo é estruturar uma proposta de modelo de implantação do QFD, para a redução de algumas das suas dificuldades.

3.2. Planejamento da pesquisa

Segundo Lakatos & Marconi (2002), o planejamento da pesquisa envolve a sua preparação, as fases da pesquisa, a sua execução e finalmente o relatório da pesquisa.

Atualmente a preparação da pesquisa já foi concluída, incluindo:

1. A decisão de realizar um estudo, que neste caso é para a diminuição de algumas das dificuldades na aplicação do QFD;

2. A definição dos objetivos que são: estruturar uma proposta teórica de um modelo de implantação do QFD, que reduza algumas de suas dificuldades; definir diretrizes para a implantação do modelo; mostrar como a implantação de cada etapa influencia no objetivo e avaliar a eficácia da proposta desenvolvida.

3. A definição da equipe de pesquisa, que neste caso é formada pelo pesquisador de doutorado, orientador e co-orientador, e a definição do cronograma do estudo, que foi definido em seis etapas, sendo que algumas delas serão realizadas em seqüência e outras em paralelo. O pesquisador também conta com o apoio da CAPES através de bolsa de doutorado. A primeira fase da pesquisa é a definição do tema, que se refere a uma proposta teórica de um modelo de implantação do QFD que reduza as dificuldades de implantação. Uma das várias técnicas que se poderia utilizar é a elaboração de um modelo genérico de implantação do QFD, utilizando o projeto axiomático com o objetivo de conscientizar as empresas sobre estas dificuldades.

Segundo Suh (1995), o projeto axiomático pode ser usado para desenvolver produtos, processos, organizações, sistemas, software e até materiais. Este cria uma estrutura teórica genérica para as áreas de projeto, e é formado pelo Axioma da Independência e o Axioma da Informação, que tem como base corolários e teoremas.

Atualmente, está sendo realizada a segunda fase da pesquisa, a de levantamento de dados, através de pesquisa bibliográfica e a organização e análise das informações contidas nesta pesquisa bibliográfica, para facilitar o seu uso e consulta durante a aplicação do projeto axiomático. O objetivo desse trabalho é apresentar a organização desses dados com apoio de técnicas tais como o Diagrama de Afinidade.

3.3. Pesquisa Bibliográfica

Segundo Ferrari (1982), a pesquisa bibliográfica tem como objetivo verificar o conhecimento já gerado nos estudos anteriores sobre o assunto pesquisado. Lakatos & Marconi (2002) também consideram a pesquisa bibliográfica importante para evitar falhas já ocorridas em outros estudos e, segundo as autoras, esta pesquisa envolve quatro etapas: Identificação, Localização, Obtenção e Cadastramento das Fontes Bibliográficas. Ferrari (1982) acrescenta mais uma etapa, a classificação do cadastramento bibliográfico (denominado pelos autores de fichamento), para facilitar o seu uso no futuro pelo pesquisador. Nesta pesquisa utilizou-se as quatro etapas descritas por Lakatos & Marconi (2002).

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Até o momento foram analisados 28 textos sendo que 21 são artigos em periódicos e congressos (dos 21 artigos um é de autoria do autor), 1 dissertação (GUIMARÃES 2003), 1 tese (CARVALHO 1997) e 4 livros (CLAUSING 1994; CHENG et al., 1995; AKAO 1996; OHFUJI et al., 1997). Os artigos analisados foram: Bouchereau & Rowlands (2000); Carnevalli & Miguel (2003); Cheng (2003); Cristiano; et al. (2001); Dean (1992); Govers (1996); Griffin (1992); Griffin (1991); Hauser & Clausing (1988); Herzwurm et al. (1998); Kathawala & Motwani (1994); Locascio & Thurston (1993); Lu et al. (1994); Maier (1995); Masud & Dean (1993); Matzler & Hinterhuber (1998); Ross (1999); Ross (1988); Vasconcelos et al. (2003); Zhang et al. (1996); Wasserman (1993). Para a localização dos textos utilizou-se consulta via internet aos periódicos da CAPES e a sites de bibliotecas. Nesse levantamento bibliográfico buscou-se identificar trabalhos com informações sobre dificuldades do uso do QFD ou que propunham o uso combinado de ferramentas e método com o QFD para aperfeiçoa-lo. Também foram pesquisados alguns trabalhos de referência sobre a descrição detalhada das etapas de implantação e aplicação do método do QFD. A seguir, realizou-se então o fichamento bibliográfico do material coletado.

3.4. Organização inicial dos dados do material fichado

Com parte dos fichamentos prontos, iniciou-se a etapa de identificação e primeira organização dos dados de interesse para a pesquisa. As seguintes etapas foram realizadas: Criação de uma tabela no excel® com quatro colunas para anotar as informações importantes, primeira coluna “Autor” (identificação dos autores e data de publicação da obra estudada); as demais colunas são “Pré-requisitos de implantação do QFD”; “Dificuldades de implantação e no uso do QFD” e “Recomendações e ferramentas para diminuir dificuldades especificas do QFD”. Nestas colunas foram digitados os dados referentes a ela encontrados em cada fichamento. A Tabela 1 apresenta parte da tabela realizada no excel®, sendo que inteira, ela tem atualmente 29 páginas. Pode-se notar que as referências bibliográficas são mantidas nas 4 colunas para evitar o risco de se perder a referência das informações citadas.

Autor Pré-requisitos de implantação do QFD

Dificuldades de implantação e no uso do QFD

Recomendações e ferramentas para diminuir dificuldades

específicas do QFD Dificuldade: tamanho da Matriz

(CRISTIANO et al., 2001) Dificuldade: coletar os dados dos clientes (CRISTIANO et al., 2001)

Entender os requisitos dos clientes (CRISTIANO et al., 2001)

Dificuldade: identificar a verdadeira necessidade do cliente (CRISTIANO et al., 2001) Dificuldade: organizar a Qualidade Exigida (CRISTIANO et al., 2001) (CRISTIANO et al., 2001)

Segundo os autores, no Japão usa-se as aplicações anteriores do QFD (já concluídas) para treinar de forma mais rápida os engenheiros novatos no QFD. (CRISTIANO et al., 2001) Tabela 1 – Exemplo da organização inicial dos dados de interesse contidos nas fichas.

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A seguir são apresentados o diagrama de afinidade e depois as adaptações aplicadas para esta pesquisa.

3.5. Organização dos dados usando o diagrama de afinidade

O diagrama de afinidade ou método KJ de agrupamento é um método muito utilizado no QFD para organizar os dados da qualidade exigida (requisitos dos clientes para o projeto) e das características da qualidade (especificações técnicas para o projeto) em tabelas para serem utilizados na elaboração da matriz da qualidade. Este método permite montar tabelas organizando e agrupando os dados por idéias e por nível hierarquizado, do mais abstrato (1º nível) ao dado mais concreto (por exemplo, 3º nível). Deste modo, é um método importante para organização de dados.

As principais etapas para se aplicar o diagrama de afinidade são (CHENG et al., 1995; Ohfuji et al., 1997):

1. Escrever os dados em etiquetas ou cartões e distribuí-los numa superfície de modo que permita a visualização de todos os dados;

2. Fazer grupos de 4 a 5 cartões que tenham idéias similares;

3. Acrescentar, para cada grupo, um cartão com um título que representa a idéia do grupo, sendo que este título tem um nível mais abstrato que o grupo que ele representa;

4. Fazer grupos de 4 a 5 com os cartões criados na etapa 3;

5. Acrescentar, para cada grupo criado na etapa 4, um cartão com um título que representa a idéia do grupo;

6. Montar a tabela obedecendo ao agrupamento realizado nas etapas de 1 a 5;

7. Verificar se os níveis hierarquizados da tabela e seus agrupamentos estão consistentes e fazer as correções.

A seguir será apresentado o procedimento adotado nesta pesquisa. 3.6. Adaptação do diagrama de afinidade utilizado

Com o objetivo de organizar de forma hierarquizada os dados da tabela inicial, para facilitar a sua consulta no desenvolvimento do modelo genérico, utilizou-se uma adaptação do diagrama de afinidade, sendo este aplicado separadamente nas colunas “Pré-requisitos de implantação do QFD” com 58 itens; “Dificuldades de implantação e no uso do QFD” com 77 itens e “Recomendações e ferramentas para diminuir dificuldades específicas do QFD” com 228 itens.

Devido ao grande número de itens presentes em cada coluna, ao invés de anotar cada um deles em cartões e distribui-los numa superfície de modo a permitir a visualização de todos os itens (por exemplo, numa mesa ou lousa), resolveu-se aplicar o método diretamente nas planilhas do excel®, sem a necessidade de fazer os cartões. No entanto, houve a necessidade de fazer uma nova etapa, um pré-agrupamento antes de aplicar o método KJ, devido a impossibilidade de visualizar todos os dados no monitor do computador. Estas etapas consistiram dos seguintes procedimentos, aplicados separadamente em cada uma das três colunas:

1. Imprimir a tabela inicial (apresentado no tópico 3.4.) e manualmente fixar o primeiro item da coluna analisada, verificando que idéia este item informa;

2. Verificar se existe nesta coluna outros itens com a mesma idéia do primeiro, formando um grupo com estes itens;

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3. Continuar o procedimento até que todos os itens da coluna estudada estejam agrupados (alguns itens que tem idéias únicas ficaram separados em grupos para serem analisados com cuidado nas outras etapas). Como estas etapas são apenas um pré-agrupamento, elas são formadas por grupos com mais de 5 itens, pois o método KJ ainda seria aplicado nestes grupos;

4. Utilizar os recursos de “recortar” e “colar” do excel®; os pré-agrupamentos foram recriados numa outra planilha a qual foi impressa;

5. Aplicar o método KJ em cada um destes pré-agrupamentos verificando se não existem itens repetidos e qual é o nível hierárquico de cada um deles;

6. Criar uma nova planilha com os agrupamentos hierárquicos do método KJ, observando-se: a) Nos casos em que existiam itens repetidos, eles foram unidos num só item, mas mantendo as referências de todos os autores que os citaram;

b) Como havia itens com níveis de abstração diferentes, em vários casos não foi necessário definir um título para representar os grupos de 3º nível, por exemplo, pois já havia um item de 4º nível que representava a idéia do grupo, em outros casos quando isto não era possível, o proponente (o pesquisador que aplicou o método) definiu este título. Entretanto, o autor buscou evitar a criação de itens (títulos para o grupo), pois só serão utilizados na pesquisa os itens com referencia da literatura.

7. Montar novas tabelas para cada um dos agrupamentos montados; esta é uma tabela hierárquica para cada uma das três colunas, obedecendo aos agrupamentos feitos pelo método KJ;

8. Imprimir cada uma das três novas tabelas e verificar a consistência dos níveis hierarquizados e agrupamento de cada tabela;

9. Fazer as correções necessárias e repetir os itens 8 e 9 até ficar consistente.

As Tabelas 2 e 4 apresentam exemplos de parte das novas tabelas originais sobre pré-requisitos, as dificuldades do uso do QFD e recomendações para diminuir estas dificuldades.

.... 3º Nível 4º Nível 5º Nível 6º Nível 7º Nível

Freqüência e duração das reuniões da equipe feitas conforme a demanda dos trabalhos. (CARNEVALLI & MIGUEL, 2003) Recomenda-se pelo menos reuniões semanalmente (CARNEVALLI & MIGUEL, 2003) Para usar o QFD existe

a necessidade de um excelente

gerenciamento do trabalho do dia a dia das funções envolvidas com o QFD (CHENG et al., 1995)

Pressuposto Implícito do QFD: As reuniões da equipe do QFD devem ser bem preparadas e ter certo nível de disciplinas durante a sua execução (GUIMARÃES, 2003) Oferecer o tempo necessário para a equipe do QFD realizar o projeto (GOVERS, 1996) Pressuposto Implícito: Importância da organização. O QFD gera alta demanda de tempo e necessidade de dedicação individual para o projeto (GUIMARÃES, 2003) ... ... ... .. ... ...

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1º Nível 2º Nível 3º Nível 4º Nível 5º Nível 6º Nível ... Dificuldade: Fazer Pesquisa de mercado (Definido pelo autor – proponente) Dificuldade: coletar os dados dos clientes (CRISTIANO, et al., 2001) Dificuldade: Empresa intermediaria com poucos clientes para fazer pesquisa (AKAO, 1996) ... Dificuldade: identificar a verdadeira necessidade do cliente (CRISTIANO, et al., 2001) ... Dificuldade: organizar a Qualidade Exigida (CRISTIANO, et al., 2001) ... Dificuldade: Falta de conhecimento no QFD (CARNEVALLI & MIGUEL, 2003) Dificuldade: Como fazer e preencher as tabelas e matrizes? (CHENG, 2003) Dificuldade: Fazer Matriz da Qualidade (Definido pelo autor – proponente) Dificuldade: Fazer a Tabela de Qualidade Exigida (Definido pelo autor – proponente) Dificuldade: Identificar os requisitos mais importantes para os clientes (MATZLER & HINTERHUHER, 1998) ... Dificuldade: Falta de recursos (CARNEVALLI & MIGUEL, 2003) ... ... ... ... ... ...

Tabela 3 – Exemplo de parte da tabela de dificuldades organizada após aplicação do método.

Nível

2º Nível 3º Nível 4º Nível 5º Nível ...

... ... ... ... ... ...

... ... ...

4 - Fator Crítico de Sucesso (FCS): "Anúncio da metodologia QFD e do projeto como desafiadores e inovadores exemplificando os casos de sucesso relacionados ao seu negócio, mostrando resultados de curto e longo prazo

(GUIMARÃES, p. 93; 2003)" ... ... Algumas recomendaç ões para implantação (Definido pelo autor – proponente) Recomendações para a administração (Definido pelo o autor – proponente)

Segundo os autores o grau de motivação para o uso do QFD (motivos que levaram a empresa a implantar o método) influencia positivamente na redução do lead-time do projeto do QFD (CRISTIANO, et al., 2001)

14 - Fator Crítico de Sucesso (FCS): "Promoção consistente de

workshop e status do projeto para

todas as funções afetadas com foco nos benefícios esperados e nas necessidades para prosseguir (GUIMARÃES, p.95; 2003)"

...

... ... .... .... ... ...

Tabela 4 – Exemplo de parte da tabela sobre recomendações para diminuir dificuldades do QFD organizada após a aplicação do método.

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4. Dificuldades encontradas e resultados do uso da adaptação do método

Se o uso do método no excel® eliminou a necessidade de se fazer a 1ª etapa, de reescrever os itens das colunas em cartões ou recortar estes itens da tabela impressa, por outro lado gerou dificuldade na visualização de todos os itens, mesmo com os pré-agrupamentos realizados. A conseqüência disto foi notada na última etapa do método (verificar se os níveis hierarquizados da tabela e seus agrupamentos estão consistentes e fazer as correções), o que causou um esforço extra na necessidade de realizar várias revisões das tabelas, aproximadamente 6 na primeira tabela e menos revisões nas demais devido a prática adquirida na primeira aplicação. Apesar destas revisões não prejudicarem o uso do método, já que os níveis hierarquizados e os agrupamentos ficaram consistentes, ela anulou o tempo ganho por não ter sido necessário realizar a 1ª etapa, ou seja, a adaptação do método não ajudou nem prejudicou a sua aplicação. Apesar do uso do diagrama de afinidade organizar, agrupar e hierarquizar os dados sobre dificuldades, recomendações e pré-requisitos do uso do QFD de forma eficiente, facilitando a sua consulta e utilização futura no desenvolvimento do modelo genérico de implantação do QFD, ele se mostrou pouco eficiente para uma análise mais detalhada dos dados. Por esta razão estão sendo realizadas duas análises em separado: a primeira, que está em andamento, é realizar uma codificação dos dados em classes mais específicas como, por exemplo, dificuldades por falta de recursos financeiros; dificuldades de aplicação do método; fatores culturais da empresa; requisitos administrativos; dentre outros; a segunda, ainda a ser realizada, é o uso do AHP (Analytic Hierarchy Process) para identificar os dados prioritários. Com os dados iniciais da primeira análise verificou-se que as principais dificuldades da implantação do QFD estão relacionadas com:

1. A falta de recursos em treinamento o que pode causar dificuldade por falta de conhecimento em QFD, o qual é citada por Cheng (2003) e Carnevalli & Miguel (2003); 2. A falta de infra-estrutura e recursos para realização de pesquisas de mercado e testes das características do produtos. O que pode causar dificuldade em fazer uma avaliação e análise competitiva do produto da empresa com os seus concorrentes (CARVALHO, 1997; MATZLER & HINTERHUHER, 1998). Além de dificuldade de verificar como as características da qualidade interagem entre si (VASCONCELOS et al., 2003; MAIER, 1995; WASSERMAN, 1993; ZHANG, BODE et al., 1996).

3. Dificuldades culturais dos clientes e da equipe como: dificuldade de se identificar quais são os itens da Qualidade Exigida mais importantes (LU et al., 1994; ZHANG et al., 1996; CARVALHO, 1997). Isto porque os clientes tem uma tendência de considerar todos os itens muito importantes (GRIFFIN, 1992).

4. Limitações do método por ele ser qualitativo e depender de algumas análises empíricas da equipe, o que gera alguns problemas ao ser executado como:

a) Fazer a correlação dos itens das duas tabelas da matriz do QFD (CHENG, 2003; VASCONCELOS et al., 2003; CARVALHO, 1997; ZHANG et al., 1996; MAIER, 1995) b) Verificar o valor e efeito (positivo ou negativo) destas correlações (ROSS, 1988);

c) Definir os valores da qualidade projetada (VASCONCELOS, et al., 2003; MAIER, 1995; WASSERMAN, 1993; DEAN, 1992).

5. Em relação aos requisitos necessários a implantação do método se destacam o apoio da alta administração tanto em recursos como gerenciais (GIFFIN, 1992; KATHAWALA & MOTWANI, 1994; CHENG et al., 1995; GOVERS, 1996; OHFUJI et al., 1997; CRISTIANO, et al.; 2001; CARNEVALLI & MIGUEL, 2003) e a necessidade da empresa já ter um certo nível de qualidade que permita cumprir as especificações do produto (CARNEVALLI & MIGUEL, 2003);

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características para executarem algumas etapas do QFD como: acreditar no método e se comprometerem com a aplicação (GRIFFIN, 1992; OHFUJ et al., 1997); Além desta característica o líder deve ter habilidade gerencial e conhecimento técnico sobre o QFD e o produto a ser desenvolvido (CHENG et al., 1995; GOVERS, 1996).

Entretanto, a análise mais detalhada dos dados ainda não foi concluída e também falta realizar a segunda análise da aplicação o AHP, nos agrupamentos realizados com a adaptação do método KJ, para se identificar itens prioritários no desenvolvimento do modelo genérico do QFD. A seguir são apresentadas as considerações finais do trabalho.

5. Considerações Finais

Neste trabalho foram apresentadas as etapas iniciais já executadas da pesquisa e principalmente o uso de uma adaptação do diagrama de afinidade, também conhecido como método KJ de agrupamento, para organizar e agrupar de forma hierarquizada informações sobre dificuldades, pré-requisitos e recomendações do uso do QFD, retirado da literatura estudada. O objetivo era ter estas informações bem organizadas, para facilitar a sua rápida consulta e análise durante o desenvolvimento de um modelo de implantação do QFD, que será realizado utilizando o projeto axiomático. Até o presente momento, o trabalho ainda não é conclusivo, mas algumas considerações (não conclusivas) podem ser feitas.

Verificou-se que a adaptação adotada no método não alterou a sua eficácia (não o prejudicou ou melhorou) e resultou numa eficiente organização destes dados, facilitando a sua consulta posterior. Entretanto, o método não permitiu a realização de uma análise aprofundada destes dados por estarem organizados em grupos muito abrangentes para este objetivo. Por esta razão, estão sendo feitas duas análises em separado com estes agrupamentos, a primeira é uma classificação mais detalhada para a sua análise, por exemplo, classificar as dificuldades em relação a falta de recursos, dificuldades culturais dos clientes e da equipe; limitações do método do QFD; a segunda é a utilização do AHP nos agrupamentos definidos com o método KJ, para identificar quais são os dados prioritários que devem ser considerados no uso do QFD.

Com os resultados iniciais da primeira análise verificou-se que as dificuldades no uso do QFD estão relacionados com a falta de recursos em treinamento, infra-estrutura, dificuldades culturais, limitações do método principalmente pelo seu aspecto qualitativo. Entre os requisitos para a aplicação do QFD se destacam o apoio dado pela alta administração, capacidade da empresa de produzir produtos com as especificações de projeto e nível de comprometimento da equipe que aplica o método.

A próxima etapa desta pesquisa é a continuação da pesquisa bibliográfica e da sua análise utilizando o AHP. Também serão estudadas outras aplicações do projeto axiomático, buscando desenvolver a base bibliográfica necessária para uma aplicação sólida dos axiomas de modo que atenda aos objetivos gerais desta pesquisa.

Agradecimentos

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Referências

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