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PERFIL TIPOLÓGICO DA INDÚSTRIA CERÂMICA GUARANI DA REGIÃO SUL DE SANTA CATARINA

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Academic year: 2021

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PERFIL TIPOLÓGICO DA INDÚSTRIA CERÂMICA GUARANI DA REGIÃO SUL DE SANTA CATARINA

Rafael Guedes Milheira1 Deisi Scunderlick Eloy de Farias2

Luana Alves3

RESUMO

Neste trabalho apresentamos um perfil tipológico das coleções cerâmicas escavadas em sítios arqueológicos Guarani, localizados no município de Jaguaruna e adjacências, litoral sul de Santa Catarina. O contexto regional de ocupação foi interpretado como uma área de domínio dos grupos Guarani, ocupada desde o século XV AD, até a colonização europeia, quando o cenário histórico-cultural sofreu uma transformação significativa. A indústria cerâmica dos diferentes contextos arqueológicos indica ampla variabilidade tipológica das vasilhas representadas, sugerindo diferenças funcionais dos sítios arqueológicos (aldeias e acampamentos).

Palavras-chave: Arqueologia Guarani. Ceramologia. Litoral sul-catarinense.

Abstract

This work we present a technological profile of the ceramics excavated in Guarani archaeological sites located in Jaguaruna town and vicinity, south coast of Santa Catarina. The regional context of occupation was interpreted as a domain area of the Guarani groups, occupied since the fifteenth century AD until European colonization, when the historical-cultural scenario has undergone a significant transformation. The ceramic industry of the different archaeological contexts indicates a broad typological variability of the vessels represented, suggesting functional differences in the archaeological sites (villages and camps).

Keywords: Guarani Archaeology. Ceramology. South Coast of Santa Catarina.

1 Professor do curso de Bacharelado em Antropologia e Arqueologia e do Programa de Pós-graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pelotas. Coordenador do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Antropologia e Arqueologia (LEPAARQ-UFPEL). E-mail: milheirarafael@gmail.com.

2 Professora do Programa de Pós Graduação em Ciências da Linguagem da UNISUL. Arqueóloga, coordenadora do GRUPEP Arqueologia, UNISUL/Tubarão. E-mail: deisiarqueologia@gmail.com. 3

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211 Introdução:

O contexto arqueológico de sítios Guarani do município de Jaguaruna

O município de Jaguaruna e adjacências vêm sendo estudados desde o século XIX, cujo foco dos trabalhos arqueológicos, via de regra, foram os monumentais sambaquis. Os sítios Guarani, por sua vez, foram raramente apontados pelos primeiros pesquisadores, tendo sido mapeados e descritos em suas características componenciais e locacionais somente dos anos 1960 em diante, pelas pesquisas de Rohr4. Foi, portanto, no sentido de lançar um novo olhar para a região de Jaguaruna que esta pesquisa desenvolveu-se, trazendo contribuições para a arqueologia regional, sobretudo, no que se refere às ocupações dos grupos Guarani5. Identificou-se no litoral de Jaguaruna 41 sítios Guarani, dos quais nove receberam algum tipo de intervenção arqueológica (Laranjal I, Laranjal II, Sibelco, Riacho dos Franciscos I, Morro Bonito I, Morro Bonito II, Morro Bonito III, Arroio Corrente V, Olho D’água I), com datações radiocarbônicas que oscilam entre o século XV e XVII AD6.

4 ROHR, J. A., Os sítios arqueológicos do município de Jaguaruna, 1969; ______, Sítios arqueológicos

de Santa Catarina, 1984.

5 Esta pesquisa integra a tese de doutoramento de Rafael Milheira (2010), contando com bolsa de doutorado da FAPESP (processo 2008/57797-0).

6 FARIAS, D. S. E. de.; DEBLASIS, P., Arqueologia da Rodovia SC-487: Barra do

Camacho-Jaguaruna. Relatório Parcial de Pesquisa, 2008; ______, Arqueologia da Rodovia SC-487: Barra do Camacho-Jaguaruna. Relatório Final de Pesquisa, 2009; MILHEIRA, R. G., Arqueologia Guarani no litoral sul-catarinense: História e Território, 2010.

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Gráfico 1: Quadro cronológico para a região lagunar sul-catarinense e adjacências. As barras à esquerda mostram o período de ocupação das culturas presentes na região, representado em cada

caso pelo conjunto de datações 14C calibradas disponíveis. O gráfico menor mostra as datações disponíveis para os sítios Guarani individualmente; o ponto representa a idade convencional, a barra o(s) intervalo(s) dos valores calibrados. As datações 14C foram calibradas com o software Calib 6.1 utilizando a curva MARINE09 (Reimer, 2009) para a amostra de origem marinha, e a curva SHCAL04 (McCormack, et. all. 2004) para as amostras de origem terrestre, considerados os

valores em 1σ.

Elaboração do gráfico: Tiago Attore.

A área piloto da pesquisa, com uma área com aproximadamente 350 km² é delimitada pelas lagoas da Garopaba e da Jaguaruna ao norte. Enquanto, a oeste, estabeleceu-se um limite arbitrário representado pela rodovia BR-101, que bordeja o piemonte da encosta catarinense, paralelo à linha de costa. Ao sul o limite é a margem esquerda do rio Urussanga. Esta área compreende uma série de localidades como Camacho, Morro Grande, Morro Bonito, Laranjal, entre outras, que emprestaram seus nomes aos sítios arqueológicos nelas situados.

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Figura 1: Mapa geológico com a localização dos sítios Guarani identificados na Área Piloto.

O estudo dos sítios foi realizado em duas etapas, seguindo métodos distintos. Na primeira etapa de campo fez-se uma prospecção por meio de uma malha de testes de subsuperfície equidistantes em 50 metros, que envolveu a cobertura de uma faixa de domínio em torno da rodovia SC-Estrada Geral do Camacho7. Em seguida, foi realizada uma prospecção assistemática e oportunística, contando com informações da comunidade local sobre a ocorrência de sítios e, sendo também guiado pelo mapa publicado em Rohr8.

Na segunda etapa de campo, foram realizadas intervenções intrassítio que envolveram uma metodologia padrão: coleta de superfície e escavação de poços-teste em níveis artificiais de 10 cm, para delimitar a sua área ao longo do terreno. Além disso, foram escavadas trincheiras e unidades de escavação de meio metro de largura nas manchas de terra preta de alguns sítios, que permitiram compreender a composição estratigráfica dos sítios e evidenciar contextos arqueológicos que permitiram discutir questões sobre função de sítio, relação sistêmica entre os espaços de ocupação, reocupações, tipologia cerâmica e lítica, processos pós-deposicionais e estruturas arqueológicas funcionais (estruturas arquitetônicas, de combustão, de deposição de refugos e funerárias).

7 FARIAS, D. S. E. de.; DEBLASIS, P., op. cit., 2008; ______, op. cit., 2009. 8

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Através desta pesquisa pôde-se concluir que os grupos Guarani ocuparam a região litorânea sul-catarinense de forma súbita e massiva, expandindo-se rapidamente sobre os terrenos altos e firmes das paleodunas. Além disso, ocupam as lagoas, dunas e matas do litoral num período de apenas 150 anos, aproximadamente, em um processo de expansão interrompido pela chegada dos colonizadores europeus. Este cenário é confirmado pela cronologia disponível, como se vê no gráfico 01, acima, que mostra o início da ocupação em torno de 1360-1470AD (sítio Olho D’água I), estendendo-se ao início do período colonial, em torno de 1449-1614 AD (sítio Morro Bonito II).

Perfil tipológico das coleções cerâmicas

Neste trabalho, realizou-se uma análise que buscou uma observação dos padrões tipológicos das coleções cerâmicas identificadas nas aldeias Guarani dos sítios Morro Bonito I (678 peças), Morro Bonito II (442 peças), Laranjal I (3456 peças), Sibelco (523 peças), Riacho dos Franciscos I (244 peças) e Arroio Corrente V (87 peças). Essas coleções somam um total de 5430 peças, que se dividem em fragmentos de paredes, bordas e bases. Objetivou-se nestas análises identificar nas coleções as características gerais da cerâmica no território de domínio do litoral de Jaguaruna.

Para esse estudo das coleções cerâmicas foi criada uma ficha de análise de atributos com os seguintes procedimentos: quantificação de fragmentos quanto à secção do pote (borda, parede ou base), variáveis métricas (espessura máxima, comprimento e largura), manufatura, anti-plástico, tratamento de superfície externa e interna e tipo de queima. A partir daí foram compostas tabelas e gráficos gerais e conceituações dos atributos analisados, com o objetivo de explicitar os motivos e a forma das análises. Após, gerou-se gráficos comparativos com os atributos observados nas análises, que possibilitaram visualizar as caracteríticas tipológicas da cerâmica dos sítios. Seguiu-se os procedimentos já popularizados nas análises de cerâmica Guarani e que podem ser consultados na bibliografia sobre o tema9. Os gráficos e tabelas foram gerados com o objetivo de apresentar a sistematização dos dados sobre todos os sítios. Logo, ao invés de apresentar indivualmente cada coleção, preferimos apresentar a análise do conjunto das mesmas.

9 Por exemplo SHEPARD, A. O. [1956], Ceramics for the Archaeologist, 1985; LA SALVIA, F.; BROCHADO, J. J. J. P., Cerâmica Guarani, 1989; ORTON, C.; TYERS, P.; VINCE, A., Pottery in

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No que se refere à técnica de confecção das vasilhas há o predomínio quase total da técnica de roletes, também conhecida como técnica de acordelamento10. A técnica de roletes caracteriza-se pela sobreposição de roletes de argila, ligados, por sua vez, com a polpa dos dedos ou instrumentos. Observou-se que algumas bases foram confeccionadas a partir de um disco de argila (tamanho de uma moeda grande), de onde partiram os roletes, sobrepondo-os.

Secção dos potes

A análise levou em consideração também a secção dos potes: bordas, paredes e bases. Foi observado um predomínio absoluto das paredes, em segundo lugar as bordas e ínfima ocorrência de bases. Esta diferença gritante dos índices identificados diz respeito, em primeiro plano, ao nível de preservação dos sítios, que, devido às atividades de cultivo agrícola com arado e maquinário pesado gera um alto grau de fragmentação, originando um índice maior de fragmentos de paredes em detrimento das outras secções. É de se notar, também, que a parede é a maior parte do pote, sendo natural que haja maior índice de fragmentação desta secção com relação aos outros pontos da vasilha (bordas e bases).

Secção do

pote MB I MB II Sibelco

Laranjal I

Riacho Franc

I Arroio Cor. V total

borda 115 47 66 405 23 7 663

parede 562 391 454 3047 220 80 4754

base 1 4 3 4 1 0 13

total 678 442 523 3456 244 87 5430

Tabela 1: Quantificação de fragmentos por secção do pote.

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Gráfico 2: Quantificação de fragmentos por secção do pote

Espessura dos fragmentos

A espessura das peças, medida sempre no ponto mais grosso que se identifica, demonstra que há um predomínio de vasilhas com espessuras de médio e pequeno porte, pois, em todos os casos houve um pico nos índices de fragmentos com 0,5 a 1cm de espessura. Porém, devemos lembrar que esses índices podem ocorrer em virtude de que as vasilhas com paredes mais finas fragmentam com mais facilidade que as mais grossas, gerando um gráfico com picos maiores nas primeiras categorias. Devemos lembrar, também, que as vasilhas, quando inteiras, apresentam variações de espessura ao longo do pote, desde sua base (geralmente mais espessa) até a borda (mais fina), sendo outro complicador para que a relação direta entre a espessura do pote seja relativa a uma determinada dimensão do mesmo11.

Logo, deve-se ler estes gráficos não como indicadores diretos de que as espessuras medidas representam vasilhas inteiras, ou seja, não podemos pensar numa relação direta do tipo: predomínio de paredes finas indicam vasilhas finas e predomínio de paredes grossas indicam vasilhas grossas. Pelo contrário, os gráficos de espessura indicam uma variação, que sugere também uma variação tipológica na coleção, o que deve ser pensado junto ao estudo de projeção das vasilhas. Esta é uma variação típica de coleções provenientes de aldeias, onde todos os tipos de vasilhas de diferentes funções são identificados12.

11 SOARES, A. L. R., Contribuição para a Arqueologia Guarani: estudo do Sítio Röpke, 2005.

12 LA SALVIA, F.; BROCHADO, J. J. J. P., op. cit., 1989; MILHEIRA, R. G., Território e Estratégia de

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Espessura dos fragmentos (cm)

MB

I MB II Sibelco Laranjal I Riacho Franc I Arroio Cor. V total

0 à 0,5 26 17 57 93 48 8 249 0,5 à 0,75 290 359 359 806 146 25 1985 0,75 à 1,0 241 62 95 1174 47 30 1649 1,0 à 1,25 67 4 10 517 2 11 611 1,25 à 1,5 40 0 2 435 1 7 485 1,5 à 1,75 9 0 0 270 0 6 285 1,75 à 2,0 3 0 0 99 0 0 102 2,0 à 2,5 2 0 0 62 0 0 64 total 678 442 523 3456 244 87 5430

Tabela 2: Quantificação de fragmentos por espessura do fragmento.

Gráfico 3: Quantificação de fragmentos por espessura do fragmento.

Dimensão dos fragmentos

A dimensão dos fragmentos é medida a partir da relação comprimento X largura do fragmento. Como comprimento consideramos a distância horizontal paralela ao sentido dos roletes, já a largura é medida com a distância vertical perpendicular do sentido dos roletes. Objetivamos, com esta medição, avaliar o grau de fragmentação da coleção, relativa ao nível de preservação dos sítios.

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218 Dimensão dos fragmentos (cm) MB I MB II Sibelco Laranjal I Riacho Franc I Arroio Cor. V total 0 à 2,5 150 30 55 342 32 24 633 2,5 à 5,0 365 268 312 1916 159 47 3067 5,0 à 7,5 158 124 148 1057 51 12 1550 7,5 à 10,0 4 15 1 120 2 3 145 10,0 à 12,5 1 5 7 15 0 0 28 12,5 à 15,0 0 0 0 3 0 1 4 15,0 à 17,5 0 0 0 2 0 0 2 Mais de 17,5 0 0 0 1 0 0 1 total 678 442 523 3456 244 87 5430

Tabela 3: Quantificação de fragmentos pela dimensão da relação comprimento x largura.

Gráfico 4: Quantificação de fragmentos pela dimensão da relação comprimento x largura.

Tipo de antiplástico dos fragmentos

O antiplástico é todo tipo de material não plástico aplicado à pasta cerâmica no momento da confecção. São conhecidos antiplásticos de origem animal (fragmentos de ossos e concha triturada, por exemplo), vegetal (espículas de plantas, por exemplo, o cauxí) ou mineral (grãos de areia quartzosa, chamote, hematita e argila, por exemplo). Material antiplástico pode ser encontrado no próprio banco de argila ou são elementos acrescentados pela oleira com o objetivo de reduzir a quebra da vasilha durante o processo de secagem e cocção ou, até mesmo, para dar um efeito estético à vasilha13. O termo tempero também é utilizado para denominar este tipo de material encontrado na

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pasta cerâmica, porém, esse termo só deve ser utilizado quando há certeza de que houve a aplicação pela oleira de materiais não plásticos à pasta cerâmica. Nas análises realizadas não foi possível definir se os materiais antiplásticos de areia quartzosa foram intencionalmente acrescentados à pasta cerâmica ou se ocorrem naturalmente nos bancos de argila explorados pelas oleiras. Neste caso, seguiu-se a orientação de Shepard14 e utilizou-se o termo antiplástico, de forma genérica, e não tempero.

Anti-plástico MB I MB II Sibelco Laranjal I Riacho Franc

I Arroio Cor. V total

mineral (quartzo) 676 428 500 3442 240 86 5372 caco moído 0 1 4 9 4 1 19 vegetal 2 12 19 0 0 0 33 argila 0 0 0 4 0 0 4 fragmentos de ocre 0 1 0 1 0 0 2 total 678 442 523 3456 244 87 5430

Tabela 4: Quantificação de fragmentos pelo tipo de anti-plástico.

Gráfico 5: Quantificação de fragmentos pelo tipo de anti-plástico.

Superfície externa dos fragmentos

Quanto à superfície externa e interna dos fragmentos, chegou-se aos seguintes dados:

14 “In the present discussion temper will be defined as added inclusions, and nonplastic will be used in a general sense and for material of indeterminate source” (Shepard [1956], 1985, p. 25).

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Superfície externa MB I MB II Sibelco Laranjal I

Riacho Franc

I Arroio Cor. V total

Lisa 335 179 270 2258 76 27 3145 Corrugada 83 124 80 696 49 38 1070 Ungulada 150 71 111 176 79 12 599 corrug-Ung. 89 44 10 119 22 9 293 Eng. Branco 3 1 15 78 3 0 100 E. bco. P. Verm. 1 11 7 33 2 0 54 Engobo vermelho 0 5 11 6 5 1 28 Roletado 1 1 0 2 0 0 4 Inciso 5 4 8 9 7 0 33 Escovado 0 2 0 46 0 0 48 Pintura vermelha 11 0 1 19 0 0 31 Pinçada 0 0 10 0 1 0 11

Engobo branco com

pintura preta 0 0 0 3 0 0 3

Pintura preta 0 0 0 11 0 0 11

total 678 442 523 3456 244 87 5430

Tabela 5: Quantificação de fragmentos pela superfície externa.

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Superfície interna MB I MB II Sibelco Laranjal I

Riacho Franc

I Arroio Cor. V total

Lisa 657 404 482 3065 227 79 4914

Engobo branco 3 9 0 242 2 3 259

E. Bc. P. Verm 3 14 1 54 1 1 74

Eng. Vermelho 11 15 19 26 0 4 75

Pintura vermelha 4 0 20 57 7 0 88

Engobo branco com

pintura preta 0 0 1 7 1 0 9

Pintura preta 0 0 0 5 6 0 11

total 678 442 523 3456 244 87 5430

Tabela 6: Quantificação de fragmentos pela superfície interna.

Gráfico 7: Quantificação de fragmentos pela superfície interna.

Tipo de queima dos fragmentos

Sobre os padrões de queima, em outro trabalho15 já apresentou-se uma discussão baseada na bibliografia especializada sobre o tema, sendo interessante aqui repeti-la, pois cabe perfeitamente ao estudo das coleções cerâmicas dos sítios Guarani do litoral de Jaguaruna. Na cadeia operatória de confecção das vasilhas cerâmicas, a queima é o último estágio antes da utilização das mesmas, que envolve a secagem, a queima e o acabamento de superfície pós-queima16. A secagem das vasilhas pode se dar ao natural, à sombra ou próxima ao forno e envolve uma série de ténicas que visam a evitar rachaduras na superfície da vasilha ou defeitos decorrentes desta, como a quebra, muito

15 MILHEIRA, R. G., op. cit., 2008. 16

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comum quando a técnica de secagem é mal aplicada17. A queima, por sua vez, é um importante estágio da produção, considerado um momento crucial no processo de manufatura que objetiva finalizar o processo, evitando-se também incorrer em problemas de quebra ou defeitos decorrentes de uma queima mal controlada.18

Segundo Orton, Tyers e Vince19, seria necessário um ambiente de queima com 550-600°C de temperatura para que as trasnformações químicas e físicas ocorressem, permitindo a transformação da matéria-prima no material cerâmico. Esses autores classificam dois procedimentos de produção de cerâmica, que se diferenciam quanto ao tipo de forno: a) Forno aberto (Open firing): diz respeito aos pricipais tipos de fogueira reconhecidos entre ceramistas tradicionais, assim como, sugere-se que o tipo de forno é o responsável pela produção da maioria das cerâmicas encontradas em contextos arqueológicos de grupos pré-históricos. Trata-se de fogueiras em que os combustíveis e as vasilhas têm contato direto. São fogueiras geralmente arranjadas em torno de um poste ou dentro de uma depressão na terra; b) Forno fechado (Kiln firing): fornos em que a vasilha e os combustíveis são separados e o pote geralmente é colocado em uma câmara aquecida pelos gases e chamas da fogueira do combustível. Nessa investigação, os conjuntos cerâmicos encontrados são compostos, predominantemente, por fragmentos de vasilhas oriundas de contextos arqueológicos, não sendo possível conhecer o processo de queima como um todo, tampouco identificar com certeza o tipo de forno usado para o fabrico das vasilhas. Apenas pode-se sugerir, com base na coloração da pasta, qual seria o ambiente de queima em que as vasilhas foram manufaturadas. Sendo assim, deve-se trabalhar com variáveis numéricas que dizem respeito à medição estatística de tipos de coloração. Shepard20 sugere, com base na coloração do núcleo da pasta cerâmica, dois tipos de ambientes de queima em que a cerâmica esteve exposta quando do fabrico da mesma: esfera oxidante – quando ocorre a queima da vasilha a uma temperatura maior que 700-750°C, o que queima as moléculas de carbono e transforma óxido de ferro em ferro, resultando em uma coloração clara e homogênea na pasta cerâmica; e , esfera redutora – quando ocorre a queima da vasilha a uma temperatura menor que esta indicada, prendendo as moléculas

17 ORTON, C.; TYERS, P.; VINCE, A., op. cit., 1993; SILVA, F. A., A Tecnologia e seus Significados.

Um Estudo da Cerâmica dos Asuriní do Xingu e da Cestaria dos Kayapó-Xikrin sob uma Perspectiva Etnoarqueológica, 2000.

18 “The firing stage of pottery making is the crucial one; it tests the sundness of the potter’s work, it

determines the serviceability of the ware, and it affects its attractiveness” (Shepard [1956], 1985, p. 213).

19 ORTON, C.; TYERS, P.; VINCE, A., op. cit., 1993, p. 126. 20

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de carbono em seu interior, gerando uma coloração escura ou heterogênea, com núcleo ou alguma superfície com coloração preta ou acinzentada. Esta sugestão foi tomada como premissa básica em dezenas de trabalhos no Brasil, em que, quando ocorre predomínio de pasta com coloração escura ou heterogênea, sugere-se a confecção de cerâmica em forno aberto, enquanto que, sugere-se forno fechado, quando predominam pastas cerâmicas com coloração clara e homogênea21.

Esta forma de identificar tipo de forno utilizado no fabrico das vasilhas cerâmicas vem sendo questionada à luz de trabalhos mais recentes, os quais, por sua vez, têm problematizado a relação coloração da pasta/ambiente e temperatura de queima. Chama-se atenção, em primeiro lugar, para o trabalho de Orton, Tyers e Vince22, no qual comentam que as características de aparência das vasilhas dependem de questões como a composição natural da matéria-prima, as ações na preparação e a mistura da argila com ou sem adição de antiplásticos, a atmosfera e a temperatura do fogo, o uso e os processos pós-deposicionais naturais que agem sobre os materiais arqueológicos. Os autores chamam a atenção, também, para o fato de que a espessura da vasilha ocasiona diferentes colorações ao longo da mesma, havendo uma tendência a que fragmentos mais grossos (bases e bordas) adquiram uma coloração escurecida no núcleo.

Em segundo lugar, o trabalho de Silva23 indica que a temperatura do fogo não é homogênea na fogueira em que as vasillhas são fabricadas. Uma medição do calor da fogueira, realizada pela autora, com a utilização de cones pirométricos, permitiu identificar variados ambientes de calor em distintos setores da fogueira, bem como possibilitou medir variação no calor da fogueira dependendo dos combustíveis e quantidade e tamanho de potes colocados para cozinhar. Este dado sugere que a variação da temperatura do fogo, associada aos diferentes produtos químicos presentes na argila e o tempero utilizados pela oleira são fatores que podem gerar coloração heterogênea na superfície da cerâmica, bem como em sua pasta, não havendo, portanto, uma relação tão simples entre coloração da pasta clara ou escura versus temperatura do fogo.24

21 ROBRAHN-GONZALEZ, E. M., A Ocupação Pré-Colonial do Vale do Ribeira de Iguape, SP: Os Grupos Ceramistas do Médio Curso, 1988; JACQUES, C. C., As Pessoas e as Coisas: Análise Espacial em Dois Sítios Arqueológicos, Santo Antônio da Patrulha, RS, 2007.

22

ORTON, C.; TYERS, P.; VINCE, A., op. cit., 1993. 23 SILVA, F. A., op. cit., 2000.

24 É necessário ressaltar também que geralmente as vasilhas inteiras ou semi-inteiras apresentam variação quanto à coloração da pasta em si mesma, ou seja, com um corte transversal, pode se ver variações na coloração desde a base até a borda, sugerindo que o ambiente de queima era heterogêneo.

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Se a variação na temperatura do fogo, associada aos elementos de composição, manufatura e aspectos de uso e fatores pós-deposicionais, geram variação na coloração da pasta cerâmica de uma vasilha em sua extensão, como podemos ter certeza, através da análise de um fragmento, que este pertencia a uma vasilha confeccionada em forno aberto ou fechado, ou mais, ainda, se o ambiente de queima ultrapassaria ou não a temperatura necessária para a sua oxidação?

Com esse questionamento fica claro que determinar o tipo de forno e ambiente para confecção de cerâmicas arqueológicas, a partir da coloração do núcleo da pasta cerâmica é uma tarefa que carece de um esquema metodológico mais seguro. Isso porque há uma série de variantes que devem ser levadas em conta e que dependem de trabalhos de experimentação arqueológica e arqueometria associados a análises mais detalhadas das características formais dos fragmentos e vasilhas. Apesar disso, há uma tendência a se considerar que, quanto maior o controle do ambiente de queima, maior as chances de que a peça seja fabricada sem problemas físicos e tenha, com isso, um núcleo de coloração homogênea. Por outro lado, fornos abertos tendem a heterogeneizar a parede das vasilhas, ocorrendo variação ao longo da peça.

Para classificação da variação da coloração da pasta cerâmica, seguimos o esquema de cortes transversais proposto por Orton, Tyers e Vince25 e adaptado por Robrahn-Gonzalez26, Araújo27 e Jacques28. Entretanto, haverá uma diferença de que os autores tratam essas variações como indicadores de ambientes, reduzindo o oxidante e tratar-se-á, aqui, apenas como variação da coloração do núcleo da pasta, sem necessariamente indicar o ambiente de queima. Para facilitar a comparação para trabalhos futuros será apresentada a descrição do tipo de queima e a terminologia tradicional a que se refere à bibliografia especializada.

25 ORTON, C.; TYERS, P.; VINCE, A., op. cit., 1993, p. 134. 26

ROBRAHN-GONZALEZ, E. M., A Ocupação Pré-Colonial do Vale do Ribeira de Iguape, SP: Os Grupos Ceramistas do Médio Curso, 1988.

27 ARAUJO, A. G. de M., Teoria e Método em Arqueologia Regional: Um Estudo de caso no Alto Paranapanema, 2001.

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Pasta clara: coloração homogênea em tons de vermelho, amerelo e marrom, que indicam transformação de ferro em óxido de ferro. A bibliografia tradicionalmente sugere como pasta do tipo oxidante. Pasta escura: coloração homogênea em tons de cinza e preto que indica a apreensãode moléculas de carbono, oriundas da queima de matéria orgânica no interior da pasta cerâmica. A bibliografia sugere como pasta do tipo oxidante.

Pasta clara interna/escura externa: coloração heterogênea em tons sobrepostos dos tipos acima. A bibliografia tradicionalmente sugere como pasta do tipo oxidante interna.

Pasta clara externa/escura interna: coloração heterogênea em tons sobrepostos dos tipos acima. A bibliografia tradicionalmente sugere como pasta do tipo oxidante externa.

Pasta clara interna/clara externa/escura nuclear (pasta sanduíche): coloração heterogênea em tons sobrepostos dos tipos acima. A bibliografia tradicionalmente sugere como pasta do tipo oxidante externa e interna, com núcleo reduzido bem demarcado.

Queima MB I MB II Sibelco Laranjal I Riacho Franc I Arroio Cor. V total Uniforme clara 289 56 119 1321 39 18 1842 Uniforme escura 135 44 109 440 56 20 804 Núcleo escuro 35 239 216 570 62 30 1152

Núcleo escuro com

lâminas int. e ext. finas 98 0 12 548 8 1 667

Escura externa, clara

interna 2 23 67 22 79 0 193

Escura interna, clara

externa 119 80 0 555 0 18 772

total 678 442 523 3456 244 87 5430

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Gráfico 8: Quantificação de fragmentos pelo tipo de queima.

Conclusão

Uma leitura possível através das análises das coleções cerâmicas é permitir a definição da função dos contextos arqueológicos estudados. A distinção funcional entre aldeias e acampamentos foi definida a partir de três parâmetros principais: a comparação da densidade diferencial de materiais arqueológicos identificados nos sítios, sua localização e ainda a presença ou ausência de estruturas associadas (arquitetônicas, de combustão, de deposição de refugos, etc.). Tais vestígios ocorrem, ou são acentuados, quanto maior for o período e/ou a intensidade de ocupação, sendo, portanto, bons indicadores funcionais29. O artefatual cerâmico também difere em ambos os tipos de assentamentos. Nas aldeias (Morro Bonito I, Morro Bonito II, Morro Bonito III, Laranjal I, Riacho dos Franciscos I, Sibelco, Arroio Corrente V e Olho D’água I), observou-se a ocorrência de maior variabilidade artefatual, envolvendo vasilhas com dimensões e perfil funcional diversificados; quanto maior a diversidade e maiores as dimensões, maior também a probabilidade de se estar diante de um assentamento com atividades diversificadas e/ou ocupado mais longamente. São comuns, neste caso, vasilhas usadas para preparar alimentos (panelas do tipo yapepó e caçarolas do tipo ñaetá), para produzir cauim e armazenar líquidos (talhas do tipo cambuchí guaçú), para servir alimentos (pratos do tipo ñaembé) e para servir bebidas (copos ou tigelas do tipo

29 BINFORD, L.R., The Archaeology of Place, 1982; ______, Working at archaeology, 1983; NOELLI, F. S., Sem Tekohá não há Tekó (em busca de um modelo etnoarqueológico da subsistência e da aldeia

Guarani aplicada a uma área de domínio no delta do Jacuí – RS), 1993; MILHEIRA, R. G., op. cit.,

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cambuchí caguãbá). Já nos acampamentos, por outro lado, o perfil artefatual é menos diversificado, predominando formas menos versáteis e de menores dimensões3031.

Os acampamentos, por sua vez, estão instalados em áreas que integram o sistema de assentamento Guarani e são extremamente importantes para a economia e exploração dos recursos no âmbito de um território de ocupação. Seu reconhecimento confere uma perspectiva sistêmica para a ocupação do território que encontra ressonância nos estudos etnográficos, onde estas áreas de ocupação rápida ou semipermanentes foram descritas como essenciais à economia aldeã32.

Os acampamentos Guarani identificados na região da pesquisa se localizam, predominantemente, em campos de dunas ainda ativas, sendo, periodicamente, recobertos e, em seguida, expostos, o que provoca alterações na configuração do registro arqueológico. São, em geral, compostos por poucos objetos líticos e fragmentos de cerâmica relativa a vasilhas de aspectos funcionais e pequenas dimensões esparsos no terreno, sem que se identifiquem estruturas arqueológicas em profundidade. Os cinco sítios cadastrados nesta categoria (Laranjal II, Laranjal V, Laranjal VI, Laranjal VII e Arroio Corrente VI), sugerem certa articulação sistêmica com as aldeias, em virtude da sua proximidade. Infelizmente, esses sítios não foram datados devido à ausência de carvões contextualizados ou outros tipos de amostras confiavelmente datáveis.

Esse estudo foi limitado à uma análise tradicional, sem que tenham sido realizadas análises arqueométricas e/ou de microvestígios. Seria importante terem-se dados sobre as características químicas das argilas utilizadas nas vasilhas para, então, discutir-se uma abordagem de aquisição de matéria-prima em distintas regiões. Da mesma forma dados microbotânicos (fitólitos) seriam importantes para discussão da função das vasilhas, além da simples interpretação a partir das projeções dos potes. Enfim, são análises não realizadas e que abririam “portas” de análise, ficando, então, a sugestão para pesquisas futuras.

30 ROGGE, J. H., Função e Permanência em Assentamentos Litorâneos da Tradição Tupiguarani: Um Exemplo do Litoral Central do Rio Grande do Sul, 1997; MILHEIRA, R. G., op. cit., 2008.

31

Ver pranchas de projeções de bordas e vasilhas cerâmicas e tipo de decoração dos sítios Arroio Corrente V, Morro Bonito I e Morro Bonito II em figuras 02, 03 e 04, nos anexos.

32 NOVAES, Silvia Caiuby (Org.), Habitações Indígenas, 1983; NOELLI, F. S., op. cit., 1993; ASSIS, V. S. de., Da Espacialidade Tupinambá, 1996; FAUSTO, C., Inimigos Fiéis. História Guerra e Xamanismo

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230 ANEXOS

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Figura 2: Prancha de projeção de bordas e tipos decorativos do sítio Arroio Corrente V. Desenhos e fotos: Rafael Milheira.

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Figura 3: Prancha de projeção de bordas e tipos decorativos do sítio Morro Bonito I. Desenhos e fotos: Rafael Milheira.

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Figura 4: Prancha de projeção de bordas e tipos decorativos do Morro Bonito II. Desenhos e fotos: Luana Alves.

Referências

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