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ADVOGADO : FRANCISCO ALDAIRTON RIBEIRO CARVALHO JUNIOR : MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE : SÉRGIO QUEZADO GURGEL E SILVA

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Academic year: 2021

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PJE 0809124-36.2016.4.05.0000

REQUERENTE : ASS DOS PROFESSORES DE ESTABELECIMENTOS OFICIAIS CEARA

ADVOGADO : FRANCISCO ALDAIRTON RIBEIRO CARVALHO JUNIOR

REQUERIDO : UNIÃO FEDERAL

REQUERIDO : MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE ADVOGADO : SÉRGIO QUEZADO GURGEL E SILVA ORIGEM : JUÍZO FEDERAL DA 16ª VARA - CE (JUIZ FRANCISCO ALDAIRTON RIBEIRO CARVALHO JUNIOR) RELATOR : DES. FEDERAL PAULO MACHADO CORDEIRO

DECISÃO Vistos etc.

Cuida-se de pedido de tutela provisória de urgência interposto pela ASS DOS PROFESSORES DE ESTABELECIMENTOS OFICIAIS CEARA no recurso de apelação na ação civil pública nº 0800514-23.2016.4.05.8102, nos autos da ação em que contende com o Município de Juazeiro do Norte/CE.

A requerente insurge-se contra sentença que extinguiu o feito sem resolução do mérito, por entender haver incompetência da Justiça Federal para julgar o pedido de vinculação dos valores do Precatório nº 2013.81.00.002.000004 (99235/CE) aos gastos com Educação.

Narra, em síntese, que o Município de Juazeiro do Norte sagrou-se vencedor em demanda que objetivava a complementação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério - FUNDEF, sucedido pelo FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), e que os recursos de tais fundos têm destinação vinculada à educação.

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Prossegue afirmando não ser possível que os valores objeto de execução, referentes à complementação do FUNDEF, sirvam a outro propósito que não a melhoria da educação.

Aduz que a verossimilhança estaria configurada no fato de o aludido crédito ter destinação vinculada à educação, por se originar de ação que tinha por escopo o complemento do repasse de verbas do FUNDEF ao Município. De outro giro, sustenta que a sentença combatida é suscetível de causar lesão grave e de difícil reparação haja vista ser muito provável que o Município realize despesas fora das áreas de educação.

Destaca, ainda, que a demora no provimento jurisdicional poderá acarretar a ineficácia do provimento final, dada a probabilidade de dissipação do crédito, com o risco de não reaver os valores de forma integral.

Passo a decidir.

Nos termos do art. 300, do CPC/15, a tutela provisória de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Na hipótese sub examine, em análise perfunctória da questão, própria das tutelas de urgência, vislumbro a presença conjunta de tais requisitos.

Com efeito, cumpre registrar que este Tribunal vem entendendo que "não cabe o bloqueio dos recursos, porque configura o engessamento das ações municipais inclusive no que tange à sua aplicação na educação. De outra banda, não cabe ao Estado-juiz substituir o gestor municipal, menos ainda tal mister cabe ao MPF. Ainda que assim seja, o gestor deve administrar e aplicar os recursos de que se cuida, destinando-os à educação, tal como deveria fazê-lo se não tivesse ocorrido o erro na quantia fixada do Valor Mínimo Anual por Aluno - VMAA e que ensejou a ação ordinária inicialmente ajuizada e que culminou na expedição do precatório no bojo da execução da decisão transitada em julgado". (TRF5, 2ª T., PJE 08002003620164050000, rel. Des. Federal Paulo Roberto de Oliveira Lima, julg. 20/04/16).

Observe-se:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA DO MPF EM FACE DE MUNICÍPIO. APLICAÇÃO DE VERBAS DE PRECATÓRIO DECORRENTE DE AÇÃO DO MUNICÍPIO SOBRE COMPLEMENTAÇÃO DO FUNDEF (EM VIRTUDE DE ERRO NA QUANTIA FIXADA DO VALOR MÍNIMO ANUAL POR ALUNO - VMAA). INDEFERIMENTO DE PEDIDO DO MPF DE BLOQUEIO DE

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VERBAS. PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO PARA DETERMINAR SUA APLICAÇÃO EM ÁREAS VINCULADAS À EDUCAÇÃO.

1. O Município de Canapi - AL ajuizara ação ordinária contra a União postulando a complementação do FUNDEF em virtude de erro na quantia fixada do Valor Mínimo Anual por Aluno - VMAA. O pedido fora julgado procedente e, com o trânsito em julgado, adveio a execução e a consequente expedição de Precatório (PRC 114208-AL). O Ministério Público Federal, por seu turno, ajuizara Ação Civil Pública contra o referido município para obter sua condenação a aplicar o crédito advindo do precatório na manutenção e desenvolvimento da educação ou, subsidiariamente, a condenação do município na obrigação de não aplicar o referido crédito em gastos com publicidade e propaganda, eventos, repasses à Câmara de Vereadores e despesas com pessoal, incluindo previdência.

2. Nos autos da Ação Civil Pública fora indeferido o pedido de tutela de urgência, que pretendia o bloqueio da referida quantia com o fito de que fosse empregada em serviços e ações de manutenção e desenvolvimento da área de educação. Em face daquele pronunciamento o MPF pediu a suspensão de segurança à Presidência do TRF, que restou indeferida, e interpôs o presente agravo de instrumento.

3. O ponto nodal da questão submetida a julgamento concerne à natureza das verbas pagas através de precatório. A ação ordinária do município concernira a recursos vinculados ao FUNDEF. Obtida a vitória na fase de acertamento do direito, seguiu-se a execução e daí a expedição da requisição de pagamento, nos termos do mandamento insculpido no art. 100 da Constituição da República. Por óbvio, as verbas pagas em face de condenação judicial não se desnaturam enquanto egressas do FUNDEF (hoje FUNDEB). É certo que a administração de recursos pertence ao município. Entretanto, os créditos relativos ao Fundo de Educação também serão administrados pelo município com destinação vinculada, é dizer, caberá ao gestor municipal, eleito pelo voto popular, destinar os recursos para construção de escola, aumento de salário de professor, pagamento de salários atrasados, melhoria ou contratação de transporte escolar, aquisição de merenda e outros que tais, enfim, aplicações que não se divorciam da educação. Registre-se que a utilização indevida dessas verbas configura ato de improbidade administrativa, podendo configurar crime de responsabilidade, nos termos do Decreto-Lei nº 201/67.

4. Dito de outra forma, o município está obrigado a cumprir a Constituição Federal e a legislação ordinária pertinente, no sentido de aplicar as verbas advindas do referido precatório em atividades vinculadas à educação. É irrelevante que os valores tenham sido incorporados ao município em face de condenação estabelecida em decisão judicial. Em verdade, da mesma forma que os recursos deveriam ter sido destinados à educação, se tivessem sido pagos

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tempestivamente, não fora o erro no cálculo do VMAA, agora deverão ter a mesma sorte, porquanto a natureza da verba não resta alterada porque paga através de comando judicial. O bem da vida que outrora fora negado ao município, finalmente veio de ser entregue após disputa judicial, mas possui a mesma natureza jurídica, é dizer, a mesma e indiscutível vinculação à educação. 5. De todo modo, cabe ao gestor municipal o seu gerenciamento. É certo que o MPF instou o município a tanto, através de Recomendação expedida, como relatado na Ação Civil Pública, e a resposta fora no sentido de que inexistiria a vinculação das verbas do precatório à educação. Nada obstante, não cabe o bloqueio dos recursos, porque configura o engessamento das ações municipais inclusive no que tange à sua aplicação na educação. De outra banda, não cabe ao Estado-juiz substituir o gestor municipal, menos ainda tal mister cabe ao MPF. Ainda que assim seja, o gestor deve administrar e aplicar os recursos de que se cuida, destinando-os à educação, tal como deveria fazê-lo se não tivesse ocorrido o erro na quantia fixada do Valor Mínimo Anual por Aluno - VMAA e que ensejou a ação ordinária inicialmente ajuizada e que culminou na expedição do precatório no bojo da execução da decisão transitada em julgado. 6. Agravo de Instrumento parcialmente provido, para determinar que a aplicação das verbas de que se cuida guardem vinculação à educação, porque egressas do FUNDEF.

POSTO ISSO, CONCEDO EM PARTE a tutela requerida, para suspender a liberação do Precatório n.º PRC132904-CE, decorrente do Processo Judicial nº 0002462-88.2006.4.05.8100, até que seja dirimida a questão relativa à competência da Justiça Federal.

Intime-se a parte requerida para que responda ao pedido no prazo legal. PAULO MACHADO CORDEIRO

Desembargador Federal Relator

Processo: 0809124-36.2016.4.05.0000 Assinado eletronicamente por:

PAULO MACHADO CORDEIRO - Magistrado Data e hora da assinatura: 12/12/2016 19:40:39 Identificador: 4050000.7421759

Para conferência da autenticidade do documento:

https://pje.trf5.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocument o/listView.seam

1612121914121000000000 7410808

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