• Nenhum resultado encontrado

29 DE AGOSTO/2013 VENHA NOS VISITAR NO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "29 DE AGOSTO/2013 VENHA NOS VISITAR NO"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

29 DE AGOSTO/2013

VENHA NOS VISITAR NO

https://www.facebook.com/sindprevssindserv.federais

Em vez de sepultar Donadon, Câmara se mata

— Na hora de vir pra cá, eu fui tomar banho. E faltou água na torneira. Lá não tem chuveiro. É uma torneira. Água fria. E justamente hoje faltou água.

Plenário da Câmara, noite do dia 28 de agosto de 2013. O clima era de velório. Na tribuna, Natan Donadon, um cadáver político, pronunciava suas penúltimas palavras.

— Eu tava todo ensaboado. E acabou a água do presídio. Eu tive que recorrer a um preso, do lado da minha cela. Ele tinha umas garrafinhas de água. Pedi a ele. E acabei de tomar banho com essas poucas

garrafinhas que ele me emprestou.

Em noite constrangedoramente deplorável, o plenário da Câmara perdeu a tradicional aparência de feira livre. Hipnotizados, os presentes dedicavam 100% de sua atenção a Donadon. Pela primeira vez na história do Legislativo, um presidiário ocupava a tribuna.

De todos os persistentes terrores brasileiros, o pior é o terror do sistema prisional. O flagelo é a síntese do que o pedaço bem nascido do Brasil pensa dos sem-berço. As cadeias são infernais porque elas só são infernais para bandidos pretos e pobres. Não é lugar para brasileiros acima de um certo nível de renda e de poder.

De repetente, o STF condenou Donadon a mais de 13 anos de cana dura. E ele foi transferido do mundo das facilidades e dos privilégios para a Penitenciária da Papuda, em Brasília. “Os companheiros de prisão chamam de ‘P-Zero’, prisão zero, porque não tem nada”, disse, ao relatar seus primeiros dois meses de inferno.

— Vim algemado de lá pra cá. Nunca tinha entrado num camburão na minha vida. Nunca pensei que isso fosse acontecer. Vim algemado pelas mãos, atrás [didático, o orador leva as mãos às costas, juntando os punhos]. Eu tenho uma certa fobia. Pedi aos agentes pra me trazer na frente. Mas eles disseram que não poderia. Deus me acompanhou. Me deu força, me deu resignação.

O plenário estava reunido para parafusar a tampa do caixão que o Supremo fechara, decretando a cassação do mandato do preso. E Donadon, munido de autorização judicial, revirava no caixão. Nas entrelinhas do seu discurso, o condenado passava aos seus pares, por assim dizer, um recado. Era como se dissesse: “Eu sou vocês amanhã.” Soou dramático.

— Esses 60 dias que eu estou preso lá, tenho sofrido muito. Tenho sofrido muuiiiito. É desumano o que um prisioneiro passa. A minha família tem sofrido muito. Por favor, me absolvam. Essa Casa é independente!

(2)

Sentenciado em última instância, sem possibilidade de recorrer, Donadon revelou-se um presidiário de mostruário. Como todo detento que se preza, declarou-se “inocente”. Terminado o discurso, abriu-se o painel de votação. E o plenário começou a esvaziar.

Muitos deputados, cumprida a obrigação de votar, foram embora. Outros tantos bateram em retirada sem votar. Dos 513 deputados, 470 registraram presença ao longo do dia. Desse total, apenas 405 levaram o voto ao plenário. Como que farejando o cheiro de queimado, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara, esticou a sessão a mais não poder. Queria que todos votassem.

Iniciada às 19h, a sessão foi encerrada às 23h04. Para que o mandato do condenado Donadon fosse passado na lâmina, eram necessários pelo menos 257 votos. “A Câmara não vai cometer hara-kiri político”, disse um otimista Chico Alencar (PSOL-RJ), antes que o resultado fosse estampado no painel eletrônico: “sim”, 233; “não”, 131. “Abstenção”, 41. A Câmara, que sempre teve um comportamento de alto risco, cometeu suicídio. Tornou-se uma instituição-zumbi. Numa tentativa de reduzir os danos, Henrique Alves anunciou que Donadon não terá de volta o salário e demais benefícios. Será convocado o suplente.

Sacramentado o vexame, o ainda deputado federal Natan Donadon levantou as mãos para o alto. Atrás da última fileira de poltronas, festejou a morte do plenário como uma vitória do corporativismo. Depois, foi reconduzido ao camburão. Algemado, voltou para o xilindró. Antes, foi ao microfone de apartes para cumprir um compromisso que assumira com seus companheiros de cárcere.

— Eles falaram pra mim assim: ‘nao esqueça de falar da nossa alimentação. É muito ruim a alimentação do presídio. Não é de boa qualidade. Tenho a síndrome do intestine irritado. Associado ao estresse, tenho passado muito dificuldade lá. Tá dado o recado. Eles pediram pra eu falar. É preciso melhorar a comida dos presidiários da Papuda.

O Brasil dispõe de mais uma jabuticaba: um deputado federal corrupto e presidiário. É coisa única no mundo. “Graças a Deus, a Câmara está fazendo justiça”, disse a anomalia, a caminho do camburão. (JOSIAS DE SOUZA – UOL)

PT foi o partido com mais faltantes na votação de Donadon

Entre os que não compareceram estão os quatro deputados condenados no mensalão: João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry (PP-MT) e José Genoino (PT-SP)

O PT foi o partido que mais teve deputados que faltaram à votação do processo de perda de mandato do deputado Natan Donadon (sem partido-RO). Neste caso, quando era necessário alcançar 257 votos favoráveis à cassação, as faltas contam como apoio ao deputado na berlinda. Entre os que não

compareceram estão os quatro deputados condenados no mensalão: João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry (PP-MT) e José Genoino (PT-SP). O último está de licença médica. Dos 88 deputados da bancada do PT, 21 não compareceram à sessão. Dos 81 do PMDB, 15 foram os ausentes. As duas agremiações foram as mais assediadas por apoiadores de Donadon. Proporcionalmente, foi no PP que o número de ausentes foi maior: faltaram 14 dos 38 deputados. Também tiveram ausências significativas o PSD (12 ausentes), o PR (8), DEM (6) e PSB (6).

Além dos condenados no mensalão, estão na lista dos ausentes Paulo Maluf (PP-SP), Jaqueline Roriz (PMN-DF), que teve o mandato salvo pelo plenário em 2011 após aparecer em vídeo recebendo recursos do delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa e Renan Filho (PMDB-AL), filho do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que escapou de dois processos de cassação em plenário em 2007. Estão ainda na lista líderes partidários como Beto Albuquerque (PSB), Eduardo Sciarra (PSD) e Jovair Arantes (PTB). O pastor Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da comissão de Direitos Humanos e acusado de racismo e homofobia, também faltou.

O placar final da votação registrou a presença de 405 dos 513 deputados. Foram 233 votos pela cassação, 24 a menos do que o necessário, 131 pela absolvição e 41 abstenções. A votação foi de forma secreta, não sendo possível saber como votou cada parlamentar. (AGÊNCIA ESTADO)

Sua excelência, o presidiário - Câmara salva mandato do preso Natan

Donadon

Condenado a 13 anos de cadeia, o deputado Natan Donadon (RO) deixou a Papuda ontem para submeter o Brasil a um vexame sem precedentes. No planário da Câmara, ele explicou aos colegas por que um político não deve ser cassado pelo Congresso, mesmo depois de julgado pelo Supremo e considerado culpado de crimes como formação de quadrilha e peculato. O escárnio seria consumado a seguir. Em votação secreta, os parlamentares decidiram que Donadon continua deputado federal

Em uma decisão sem precedentes, só 233 deputados votaram pela cassação do deputado de Rondônia. Faltaram 24 votos para atingir a maioria necessária

Contrariando as expectativas, o deputado federal Natan Donadon (sem partido-RO) conseguiu escapar da perda de mandato. Por causa de 24 votos, ele foi absolvido ontem no processo de cassação de que era alvo

(3)

na Câmara dos Deputados, apesar de ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 13 anos de prisão, pena que já está cumprindo há dois meses. Mesmo na cadeia, ele manterá o cargo. O presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), porém, o considerou afastado do exercício do mandato e determinou a convocação do suplente, Amir Lando (PMDB-RO), para assumir pelo tempo em que o parlamentar permanecer na cadeia.

Com autorização da Vara de Execuções Penais do DF, o deputado deixou o Complexo Penitenciário da Papuda no fim da tarde, algemado, dentro de um camburão. Chegou ao Congresso pelo estacionamento usado para carga e descarga de materiais. Ali, os agentes penitenciários que o acompanhavam retiraram as algemas e passaram sua custódia para os policiais legislativos, que o levaram até o plenário.

Ao chegar, Donadon demonstrou desenvoltura e teve o apoio declarado de alguns colegas. O principal cabo eleitoral foi Sérgio Moraes (PTB-RS), que pediu pessoalmente votos contra a cassação do amigo — em 2009, ele declarou: “Estou me lixando para a opinião pública”. Na hora de discursar em sua defesa, o

parlamentar conquistou mais aliados ao dar detalhes sobre a prisão em que está há dois meses. “Justo hoje acabou a água enquanto eu tomava banho e estava ensaboado. Tenho sofrido muito, é desumano o que um prisioneiro passa”, comentou. Donadon disse também que enfrenta dificuldades financeiras desde que a Câmara suspendeu o pagamento de seus direitos como deputado em julho. Na lateral do plenário, a mulher e os filhos do ex-peemedebista, entre crises de choro, tiravam fotografias.

Donadon ainda afirmou que o Ministério Público de Rondônia — autor das acusações de fraude em contratos de publicidade que desviaram R$ 8,4 milhões dos cofres públicos (correspondente a R$ 58 milhões em valores atualizados) — omitiu provas que o absolveriam. “Eu sou inocente, nunca desviei um centavo de lugar algum, não seria louco de fazer pagamento sem nota fiscal, peço a solidariedade de vocês, pelo amor de Deus, façam justiça”, declarou. O primeiro sinal de que o discurso poderia ter sensibilizado os colegas foi quando os 25 minutos a que tinha direito para falar tornaram-se 40 quando os próprios

parlamentares pediram ao presidente para que ele não fosse interrompido.

Votação secreta

A votação começou por volta das 20h30. Os votos foram nominais e secretos. Para Donadon perder o mandato, eram necessários pelo menos 257 votos a favor do parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que pedia a saída do parlamentar. Apesar de não haver a necessidade de orientação de voto, como acontece normalmente, PSDB, DEM, PPS e PSB declararam a posição das bancadas a favor da cassação. Parlamentares do PSD também disseram que o posicionamento do relator do processo, Sérgio Zveiter (RJ), que é da sigla, teve o aval de toda a bancada.

Ao ver que o quórum estava baixo, Henrique Alves decidiu esperar até as 23 horas para que os faltosos aparecessem. “Há um receio por causa das abstenções”, comentou. Sem poder esperar mais, anunciou o resultado: 233 votos pela cassação, 131 para absolver Donadon e 41 abstenções. Fez toda a diferença a ausência de 107 parlamentares (sem contar a do próprio deputado, que não votou) em uma das noites mais importantes para o Congresso desde que as ruas foram tomadas pela população.

Ao anunciar o resultado, Henrique Alves afirmou que “a representação da Câmara não pode permanecer desfalcada indefinidamente, assim como a sociedade e o estado de Rondônia não podem ficar privados de um de seus representantes”. Visivelmente irritado, o presidente decidiu que não colocará em votação nenhum processo de cassação de mandato até que seja aprovada a proposta de emenda à constituição (PEC) que torna aberto todo voto para esses casos. O texto está sendo analisado em comissão especial e deve ir para o plenário até 24 de setembro.

O resultado irritou os poucos deputados que ainda estavam no plenário. “A Câmara vai pagar esse preço, o povo brasileiro está observando essa cena”, lamentou Ivan Valente (PSol-RJ). “A Câmara está de luto, é de uma tristeza histórica o que está acontecendo esta noite, uma irresponsabilidade o que esta Casa acaba de fazer”, completou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

Anunciado o resultado, Donadon ajoelhou-se no chão e fez uma prece de agradecimento. Em seguida, foi escoltado para o camburão que o havia trazido e, algemado, retornou para o presídio da Papuda.

Placar da impunidade A favor da cassação 233 Contra a cassação 131 Abstenções 41

Votos necessários para a cassação 257

(4)

Delator acusa fazendeiro na Chacina de Unaí

O empresário Hugo Alves Pimenta afirmou ontem, durante o julgamento de três acusados na Chacina de Unaí, que o fazendeiro Norberto Mânica foi o mandante dos assassinatos de quatro servidores do Ministério do Trabalho, em 2004.

Pimenta também é réu no caso. Ele foi acusado de pagar pelo silêncio dos denunciados de executarem os auditores fiscais Nélson José da Silva, Erastótenes de Almeida Gonsalves e João Batista Soares Lage, e do motorista Aílton Pereira de Oliveira. O empresário fez em 2007 um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e foi ouvido ontem como testemunha.

Mais de nove anos depois do crime, Rogério Allan Rocha Rios, Erinaldo de Vasconcelos Silva e William Gomes de Miranda estão sendo julgados pelo Tribunal do Júri Federal, em Belo Horizonte.

A oitiva de Pimenta durou cerca de duas horas. Ele contou que, no dia 27 de janeiro, véspera do crime, estava presente quando José Alberto de Carvalho, outro réu, conversou por telefone com Francisco Pinheiro, acusado de ser o agenciador dos pistoleiros. Segundo o empresário, o auditor Nélson José da Silva seria assassinado naquele dia, mas Francisco informou que havia muita gente com a vítima. "Fala com o Chico que é para torar (matar) todo mundo", contou, se referindo à suposta fala de Norberto.

Pimenta também afirmou que depois de serem presos, na carceragem da Polícia Federal, Norberto Mânica ofereceu R$ 300 mil para que Erinaldo assumisse que o crime foi um latrocínio. Rogério Allan também receberia R$ 200 mil. Após o depoimento, questionado por jornalistas, ele isentou Antério Mânica, irmão de Norberto e ex-prefeito de Unaí, de participação no crime. O advogado de Norberto Mânica não foi localizado. Hugo Pimenta, Norberto Mânica, Humberto Ribeiro dos Santos e José Alberto de Carvalho devem ser julgados no diai7 de setembro. O julgamento de Antério Mânica ainda não tem data. Francisco Pinheiro morreu em janeiro deste ano. (FLORENCE COUTO - O ESTADO DE S. PAULO)

ANS suspende 246 planos de 26 operadoras após vitória na Justiça

Liminar a favor de gigantes do setor havia levado agência a cancelar punição; veja lista

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reativará, a partir desta sexta-feira (30) a proibição de comercialização de 246 planos de saúde de 26 operadoras que foram alvo de um número excessivo de reclamações por parte de beneficiários. Veja a lista abaixo.

A retomada do bloqueio foi anunciada após a agência conseguir, nesta quarta-feira (28), uma vitória no processo judicial que, em 20 de agosto, questionou a proibição temporária da comercialização e levou a ANS a cancelar essa punição.

"O entendimento que nós temos hoje após essa manifestação de reconsideração parcial [por parte da Justiça ] é que temos segurança técnica e jurídica para proceder à suspensão dos planos", afirmou André Longo, diretor da ANS, ao iG. "A medida cautelar da agência [em suspender os planos ] visa a proteção dos consumidores que estão nesses planos, que são os mais reclamados e reincidentes."

O bloqueio é válido por três meses, mas pode ser estendido se as reclamações continuarem. A punição não tem nenhum impacto para os beneficiários desses planos, e sim para as operadoras, que ficarão impedidas de vendê-los para novos clientes.

Batalha jurídica

Dos 246 planos, 34 já estavam com as vendas proibidas e terão o bloqueio renovado por mais três meses. Os outros 212 deveriam estar com vendas bloqueadas desde 23 de agosto.

Quando, em 20 de agosto, a lista dos 246 planos foi divulgada, a Federação Nacional de Saúde

Suplementar (Fenasaúde) conseguiu uma liminar (decisão provisória) a favor de suas associadas que estão na lista – Amil, Amico, SulAmérica e Excelsior. Juntas, elas respondem por 16% do mercado de saúde suplementar do país, e são responsáveis por 136 dos 212 planos que seriam punidos.

A liminar, do desembargador do Tribunal Fegional Federal da 2ª Região Aluísio Mendes, não impedia as proibições. Apenas obrigava a ANS a refazer os cálculos que levaram à inclusão desses 136 planos na lista de suspensões.

A agência, porém, recuou e decidiu sustar a proibição temporária como um todo. Assim, todos os 212 planos deixaram de ter as vendas bloqueadas, e não apenas os 136,

O diretor da ANS argumenta que a suspensão total era necessária porque as suspensões são definidas comparativamente.

"A eventual necessidade de recalcular [o desempenho das 4 operadoras ] poderia ter impacto em todas as operadoras."

A Fenasaúde não se pronunciou.

Consultado antes do anúncio da retomada da proibição, o advogado Guilherme Valdetaro Mathias, do escritório Sergio Bermudes e representante da Fenasaúde no caso havia dito que o impacto da decisão seria nulo.

(5)

"As operadoras dizem que respondem todas as reclamações dentro do prazo", diz Mathias ao iG . "A meu ver, a liminar foi mantida em sua essência, o que não permite que a ANS suspenda os planos de saúde [ das afiliadas da ANS ]."

Planos suspensos

Fundação Assistêncial dos Servidores do Ministério da Fazenda ASSEFAZ DIAMANTE APARTAMENTO

ASSEFAZ DIAMANTE APARTAMENTO EMPRESARIAL

ASSEFAZ RUBI APARTAMENTO ASSEFAZ RUBI APARTAMENTO EMPRESARIAL

ASSEFAZ SAFIRA APARTAMENTO ASSEFAZ SAFIRA ENFERMARIA ASSEFAZ SAFIRA ENFERMARIA EMPRESARIAL

Geap Fundação de Seguridade Social GEAPClássico

GEAPEssencial GEAP-Referência GEAPSaúde II

PLANO GEAPFAMÍLIA (VITOR SORANO – IG)

Tofolli relata ações de banco no qual obteve empréstimo

Magistrado obteve R$ 1,4 milhão em operações de crédito a serem quitadas em até 17 anos

Relator de processos envolvendo o Banco Mercantil do Brasil, o ministro do Supremo José Antonio Dias Toffoli obteve empréstimos de valor milionário da instituição financeira. Ao todo, o magistrado obteve R$ 1,4 milhão em operações de crédito a serem quitadas em até 17 anos. Com sede em Minas, o banco de médio porte chegou a dar desconto nos juros dos dois empréstimos realizados pelo magistrado. Esse desconto assegurou uma economia de R$ 636 mil a Toffoli.

Segundo o Código do Processo Civil, o Código de Processo Penal e o Regimento Interno do Supremo, que tem força de lei, cabe arguir a suspeição do magistrado por parcialidade quando alguma das partes do processo for sua credora. Toffoli relata ações do Mercantil desde que assumiu a cadeira no Supremo, em 2009. Dois anos depois, ele obteve os dois empréstimos, numa operação considerada “pouco usual” até por funcionários do banco.

O primeiro, de R$ 931 mil, foi concedido em setembro de 2011, em 180 parcelas fixas de R$ 13,8 mil, a serem pagas até 2026. Conforme escritura da operação, registrada em cartório, Toffoli deu como garantia de pagamento sua casa no Lago Norte, em Brasília.

Liberado três meses depois, o segundo crédito, de R$ 463,1 mil, teve pagamento definido em 204

prestações fixas de R$ 6,7 mil, com vencimento até 2028. Para assegurar o pagamento da dívida, o banco aceitou o mesmo imóvel de Toffoli, fazendo uma “hipoteca em segundo grau”.

Em ambos os casos, os juros fixados foram de 1,35% ao mês.

As parcelas inicialmente definidas nos contratos somavam R$ 20,4 mil, mais que a remuneração líquida de Toffoli no Supremo à época, que girava em torno de R$ 17,5 mil. Em abril deste ano, após decisões do ministro em processos do Mercantil, as duas partes repactuaram os empréstimos, por meio de aditivos às cédulas de crédito originais e transcritas em cartório.

Conforme os registros, o banco baixou a taxa para 1% ao mês. Com a alteração, a soma das prestações caiu para R$ 16,7 mil mensais - representa um comprometimento de 92% dos ganhos atuais do ministro no Supremo.

Toffoli afirmou ter outras fontes de renda e negou relação entre os processos dos quais é relator e os empréstimos. O banco não quis se pronunciar sobre o caso.

Mais que VIP

O Estado consultou dois gerentes da agência responsável pelo relacionamento com Toffoli, em Brasília. As taxas oferecidas para empréstimo de mesma natureza a “clientes VIP” variaram entre 3% e 4% ao mês, com parcelamento em, no máximo, quatro anos.

O superintendente do Mercantil em Brasília, José Alencar da Cunha Neto, que representou o banco em uma das operações com Toffoli, disse não ter participado da negociação com o ministro. Mas afirmou que a redução de juros, nas condições descritas nas escrituras do negócio, é atípica: “Não saberia dizer o que aconteceu com a negociação. Confesso que não é muito usual.”

(6)

Segundo Cunha, a redução é mais comum quando o cliente oferece mais garantias do pagamento. Assim, como o risco de calote fica menor, é possível aliviar os juros. “Durante a vigência de um contrato, não tem como abaixar a taxa. O que pode ter acontecido é, num novo contrato, ser dada garantia sobre ele, e aí a taxa ser abaixada”, explicou.

No caso do ministro, conforme documentos registrados em cartório isso não ocorreu.

No STF, Toffoli relata processo em que o Mercantil tenta ser compensado por contribuições que, no seu entendimento, foram feitas em porcentual maior que o devido ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

Vaivém

Em junho de 2011, três meses antes do primeiro empréstimo, Toffoli negou recurso do Mercantil nesse processo. Segundo ele, não cabia reapreciação do caso, com base na jurisprudência do tribunal, por se tratar de “coisa julgada” em definitivo.

Depois de concedidos os dois empréstimos, em janeiro de 2012, ao analisar um agravo regimental do banco, o ministro suspendeu o processo até o julgamento de outros dois recursos nos quais foi reconhecida repercussão geral de questão similar à discutida, ou seja, a possível relativização de “coisa julgada”.

A repercussão geral é um instrumento que permite ao Supremo selecionar determinado recurso, considerado relevante, para julgamento. A decisão nesse recurso poderá ser aplicada pelas demais instâncias do Judiciário em casos idênticos. O uso desse mecanismo reduz a quantidade de processos enviados ao STF.

Em outro processo sob relatoria de Toffoli, o Mercantil questiona lei que aumentou de 3% para 4% a

alíquota da Cofins sobre o faturamento de bancos. O processo foi distribuído ao ministro em 16 de setembro de 2011, 14 dias depois de feito o primeiro empréstimo. Em 28 de novembro do mesmo ano, ele reconheceu repercussão geral no caso. (FÁBIO FABRINI E ANDREZA MATAIS- O ESTADO DE S. PAULO)

Curso 'anticapital' é suspenso em Minas

Justiça veta extensão universitária sobre comunismo

Um programade extensão ligado àUniversi-dade Federal de Ouro Preto (Ufop) foi suspenso por

determinação judicial sob alegação de que "ostenta feição predominantemente político-partidária". Para o juiz José Carlos do Vale Madeira, da 5ª Vara Federal no Maranhão, o Centro de Difusão do Comunismo comete "grave ofensa" ao princípio da moralidade porque "favorece a militância política anticapitalista em detrimento de outras militâncias" existentes.

A decisão atende a pedido do advogado Pedro Leonel Pinto de Carvalho, que entrou com ação popular na Justiça Federal alegando que o programa é ilegal por usar recursos públicos para divulgar uma ideologia política. O CDC começouafuncio-nar no ano passado. Sua página nainternetinformaque o objetivo é "lutar por uma sociedade para além do capital".

O programa, coordenado pelo professor André Mayer, da Ufop, baseia-se em quatro ações articuladas para "estudar, debater e realizar a crítica à ordem do capital". Participam do CDC 20 bolsistas que recebem R$ 250 mensais, além de estudantes e interessados.

Segundo o juiz, o programa afeta a "igualdade de oportunidades" para os partidos que disputam eleições porque é sustentado com recursos públicos e tem "evidente opção político-partidária que exalta a militância política anticapitalista". "O símbolo utilizado pela Ufop para divulgá-lo é aquele universalmente associado aos partidos comunistas, ou seja, uma foice e um martelo. Este símbolo, com pequenas variações, é o mesmo utilizado pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B) e Partido Comunista Brasileiro (PCB)", observou. Ele lembrou que a legislação eleitoral proíbe o uso de bens públicos para a promoção de legendas.

Em sua decisão, o juiz determinou a imediata suspensão das atividades do centro, assim como a

contratação de professores, pagamento de bolsas de estudo, compra de materiais, uso das dependências da universidade para o CDC e até mesmo a divulgação de seus objetivos.

A assessoria do professor André Mayer informou que ele não poderia atender a reportagem até o fechamento desta edição. A instituição afirmou que vai recorrer da decisão para retomar o programa de extensão. (MARCELO PORTELA - O ESTADO DE S. PAULO)

Referências

Documentos relacionados

Desta forma, é de grande importância a realização de testes verificando a segurança de extratos vegetais de plantas como Manjerona (Origanum majorana) e Romã

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

Ressalta-se que mesmo que haja uma padronização (determinada por lei) e unidades com estrutura física ideal (física, material e humana), com base nos resultados da

O objetivo deste estudo consistiu em descrever, explicar e analisar as manifestações de estresse ocupacional em professores universitários de uma instituição privada na região do

Todas as outras estações registaram valores muito abaixo dos registados no Instituto Geofísico de Coimbra e de Paços de Ferreira e a totalidade dos registos

As questões acima foram a motivação para o desenvolvimento deste artigo, orientar o desenvol- vedor sobre o impacto que as cores podem causar no layout do aplicativo,

The challenges of aging societies and the need to create strong and effective bonds of solidarity between generations lead us to develop an intergenerational

No primeiro, destacam-se as percepções que as cuidadoras possuem sobre o hospital psiquiátrico e os cuidados com seus familiares durante o internamento; no segundo, evidencia-se