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E-BOOK GRATUITO NOVA LEI DE FALÊNCIAS E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

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Academic year: 2021

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APRESENTAÇÃO

A legislação relativa à recuperação judicial, extrajudicial e falências mudou!

Mas tenha calma. O AprovaçãoPGE vai te ajudar.

Desenvolvemos este exclusivo e-book com a pretensão de ser um aliado do aluno no estudo do Direito Falimentar, especialmente no que tange às recentes mudanças trazidas pela Lei 14.112/2020.

Nada substitui a leitura da lei seca, mas, de forma organizada e sistemática, este material dispõe os principais temas do Direito Falimentar recorrentes em provas de procuradorias, devidamente atualizados.

Esperamos que este e-book seja de grande valia na sua preparação para a advocacia pública!

Qualquer dúvida e/ou sugestão, estamos à disposição.

Vamos juntos!

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Sumário

APRESENTAÇÃO ... 2 1. DIREITO FALIMENTAR ... 5 2. FALÊNCIA... 8 2.1. Quem Se Sujeita ... 10 2.2. Natureza Jurídica... 12

2.3. Princípios e Objetivos Da Falência ... 13

2.4. Pressupostos Da Falência ... 14

2.5. Foro Competente Para O Pedido De Falência ... 15

2.6. Sistemas De Determinação Da Insolvência ... 16

2.7. Resposta Do Devedor Ao Pedido De Falência ... 20

2.8. Do Procedimento Judicial ... 21

2.9. Efeitos Da Decretação Da Falência ... 45

2.10. Realização Do Ativo ... 54

2.11. Pagamento Dos Credores ... 61

2.12. Encerramento Do Processo Falimentar ... 72

3. RECUPERAÇÃO JUDICIAL ... 77

3.1. Autor Do Pedido ... 80

3.2. Requisitos Materiais Do Pedido ... 83

3.3. Foro Competente Para O Pedido De Recuperação Judicial ... 84

3.4. Meios de Recuperação Judicial ... 84

3.5. Petição Inicial Do Pedido De Recuperação ... 88

3.6. Deferimento Do Processamento De RJ ... 90

(4)

3.8. Credores Submetidos à RJ ... 108

3.9. A Análise Do Plano De Recuperação Pelos Credores E Juiz ... 109

3.10. A Decisão Que Concede A RJ ... 115

3.11. Da Atuação Da Empresa Em Crise Durante A RJ ... 117

3.12. Do Financiamento do Devedor e do Grupo Devedor durante a Recuperação Judicial ... 119

3.13. Do Encerramento Da RJ ... 121

3.14. Convolação da RJ Em Falência ... 123

3.15. Do Plano De Recuperação Judicial Para Microempresas E Empresas De Pequeno Porte ... 126

3.16. Da Recuperação Judicial de Grupo Econômico ... 129

3.17. Da Transação Tributária ... 132

3.18. Do Banco de Dados ... 136

3.19. Conciliação e Mediação ... 137

4. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL ... 141

4.1. O Plano De Recuperação Extrajudicial ... 142

4.2. Credores Submetidos Ao Plano De Recuperação Extrajudicial ... 142

4.3. Pedido De Homologação Do Art. 162 E 163 DA LRE ... 144

5. ADMINISTRADOR JUDICIAL, COMITÊ DE CREDORES E ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES ... 148

5.1. Administrador Judicial ... 148

5.2. Comitê De Credores ... 152

5.3. Assembleia Geral De Credores ... 153

6. DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA ... 158

7. DISPOSIÇÕES PENAIS DA LRE ... 185

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1. DIREITO FALIMENTAR

Atualmente, o direito falimentar não busca punir o devedor insolvente, criminalizando a sua conduta e excluindo-o do mercado, mas busca a preservação da empresa, sendo a falência reservada apenas para os devedores irrecuperáveis.

Recentemente, foi publicada a Lei 14.112/20, que, dentre outras, promoveu alterações na Lei 11.101/05, com o objetivo de ordenar e facilitar o cumprimento das obrigações do empresário ou da sociedade empresária que requerer a recuperação judicial, a fim de evitar a falência. Principais alterações:

I. Regulamenta o empréstimo para o devedor em recuperação judicial (dip financing), com preferência de pagamento para os créditos derivados do empréstimo;

II. Ampliação das possibilidades de parcelamento de dívidas com a União para a empresa em recuperação judicial;

III. Possibilidade de transação tributária (acordo para pagamento de dívida mediante concessão de benefícios);

IV. Possibilidade de os credores apresentarem plano próprio de recuperação da empresa;

V. Possibilidade de prorrogação do stay period (período de suspensão de ações contra a empresa em processo de

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recuperação judicial);

VI. Uso da conciliação e mediação no processo de recuperação e falência;

VII. Autorização para que produtores rurais que atuem como pessoa física possam requerer recuperação judicial;

VIII. Regulamenta a insolvência transancional;

IX. Ampliação das possibilidades em que o juiz pode decretar falência do devedor;

X. Ampliação da proteção do adquirente de bens de uma empresa em recuperação judicial;

XI. Possibilidade de inclusão de créditos trabalhistas e por acidente de trabalho na recuperação extrajudicial, se houver negociação coletiva com o sindicato da respectiva categoria profissional;

XII. Proibição de distribuição de lucros e dividendos durante a recuperação judicial;

XIII. Ampliação dos meios de recuperação judicial;

XIV. Alteração das condições para a venda de ativos não prevista no plano de recuperação judicial;

XV. Regulamenta os pedidos de consolidação processual e consolidação substancial;

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e gratuito, disponível na internet, com a relação de devedores falidos e em recuperação judicial;

XVII. Possibilidade de encerramento da recuperação judicial antes da homologação do quadro geral de credores;

XVIII. Possibilidade de substituição do ato presencial da assembleia geral de credores por deliberação virtual.

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2. FALÊNCIA

ATENÇÃO às principais alterações promovidas pela Lei 14.112/2020 relativas à falência:

 Foi proibida expressamente a extensão da falência ou de seus efeitos, no todo ou em parte, aos sócios de responsabilidade limitada, aos controladores e aos administradores da sociedade falida, admitida, contudo, a desconsideração da personalidade jurídica;

 Foi revogada a preferência dos créditos com privilégio especial e com privilégio geral, que passaram a ser considerados quirografários;

 Foi previsto expressamente que os créditos cedidos a qualquer título manterão sua natureza e classificação;

 Foi estabelecida a hierarquia dos créditos extraconcursais, por meio da concorrência dos diferentes créditos extraconcursais entre si;

 Depois da decretação da falência, o administrador judicial deverá, em 60 dias a contar de sua nomeação, apresentar plano detalhado de realização dos ativos, com a estimativa de tempo não superior a 180 dias a partir da juntada de cada auto de arrecadação;

 Se não forem encontrados bens a serem arrecadados, ou se os bens arrecadados forem insuficientes para as despesas do processo, o Administrador Judicial informará imediatamente ao juiz. Caso algum credor requeira o

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prosseguimento da falência, deverá pagar a quantia necessária às despesas e aos honorários do Administrador Judicial. Se não houver qualquer interessado, o Administrador Judicial promoverá a venda dos bens arrecadados e apresentará o seu relatório ao juiz, que encerrará a falência;

 A alienação de bens na falência passará a ser realizada por leilão eletrônico (presencial ou híbrido), processo competitivo organizado e promovido por agente especializado e de reputação ilibada, ou qualquer outra modalidade, desde que aprovada nos termos da LRE;

 Se frustrada a tentativa de venda dos bens da Massa Falida e, não havendo proposta concreta dos credores para assumi-los, os bens poderão ser considerados sem valor de mercado e destinados à doação. Em último caso, se não existirem interessados na doação, os bens serão devolvidos ao falido;  Por deliberação da Assembleia Geral, os credores poderão adjudicar os bens

alienados na falência ou adquiri-los por meio de constituição de sociedade, de fundo ou de outro veículo de investimento, com a participação, se necessária, dos atuais sócios do devedor ou de terceiros, ou mediante conversão de dívida em capital;

 Apresentado o relatório final pelo Administrador Judicial, o juiz encerrará a falência por sentença e ordenará a intimação eletrônica às Fazendas Públicas federal e de todos os Estados, Distrito Federal e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento e determinará a baixa da falida no CNPJ/ME;

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As obrigações do falido, ressalvadas as dívidas tributárias, passam a se extinguir com o pagamento, após realização de todo o ativo, de mais de 25% dos créditos quirografários; com o decurso do prazo de três anos, contado da decretação da falência; ou com o encerramento da falência;

 Após o requerimento do falido de declaração da extinção de suas obrigações, haverá prazo comum de 5 dias para que qualquer credor, o Administrador Judicial e o Ministério Público se manifestem exclusivamente para indicar inconsistências formais e objetivas, devendo o juiz proferir, em 15 dias, sentença que declare extintas as obrigações do falido.

2.1. Quem Se Sujeita

Se o devedor insolvente NÃO é empresário, mas um trabalhador ou associação, o procedimento aplicável é a execução concursal, estabelecida nos arts. 908/909 do NCPC. Logo, a Lei de Recuperação Judicial e Extrajudicial e Falência NÃO se aplica aos devedores civis.

A falência é a execução concursal do devedor empresário.

Não podem requerer a falência:

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II. Devedores civis; III. Profissionais liberais;

IV. Empresas públicas e sociedades de economia mista (art. 2º, I, da LRE); V. Empresários sujeitos à liquidação extrajudicial:

* Instituição financeira pública ou privada; * Cooperativa de crédito;

* Consórcio;

* Entidade de previdência complementar; * Sociedade operadora de plano de saúde; * Seguradora;

* Sociedade de capitalização;

Podem requerer a falência:

I. O próprio devedor – na prática, a autofalência é hipótese rara, sobretudo pois a LRF não prevê nenhuma sanção para o descumprimento do pedido de falência;

II. O cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;

III. Cotista ou acionista do devedor – pouco usual, pois é mais fácil o sócio pedir para se retirar da sociedade;

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IV. Qualquer credor:

 Se o credor for empresário, deverá instruir a inicial com certidão da Junta Comercial que comprove a regularidade de suas atividades.  Se o credor NÃO possui domicílio no Brasil, deverá prestar caução

relativa às custas e a indenização do art. 101 LRF, devida em alguns casos de denegação de falência.

 A dívida NÃO precisa sequer estar vencida, pois pode ser decretada ante a prática de atos de falência.

STJ: A Fazenda Pública NÃO tem legitimidade e interesse de agir para decretar a falência do devedor, por dispor da LEF, instrumento específico para a cobrança de créditos tributário (conforme enunciado 56, da I Jornada Comercial da CJF).

 STJ (Info 589): A natureza trabalhista do crédito não impede que o credor requeira a falência do devedor. Assim, o credor trabalhista tem legitimidade ativa para ingressar com pedido de falência, considerando que o art. 97, IV, da Lei nº 11.101/2005 não faz distinção entre credores.

2.2. Natureza Jurídica

Possui caráter híbrido ou complexo, ante a confluência de normas processuais e materiais.

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FALÊNCIA = ATOS MATERIAIS + PROCESSUAIS

2.3. Princípios e Objetivos Da Falência

Princípios:

I. Princípio da preservação da empresa – a falência não acarreta necessariamente a extinção da empresa, podendo a atividade continuar por outro empresário;

II. Princípio da maximização dos ativos – ao preservar a empresa, evita-se que seus ativos se deteriorem;

III. Celeridade e economia processual.

Objetivos:

De acordo com o art. 75 da LRE:

Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a:

I - preservar e a otimizar a utilização produtiva dos bens, dos ativos e dos recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa;

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II - permitir a liquidação célere das empresas inviáveis, com vistas à realocação eficiente de recursos na economia; e

III - fomentar o empreendedorismo, inclusive por meio da viabilização do retorno célere do empreendedor falido à atividade econômica.

§ 1º O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da economia processual, sem prejuízo do contraditório, da ampla defesa e dos demais princípios previstos na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).

§ 2º A falência é mecanismo de preservação de benefícios econômicos e sociais decorrentes da atividade empresarial, por meio da liquidação imediata do devedor e da rápida realocação útil de ativos na economia.

2.4. Pressupostos Da Falência

I. Pressuposto material subjetivo – devedor empresário;

II. Pressuposto material objetivo – insolvência jurídica ou presumida do devedor;

III. Pressuposto formal – sentença declaratória de falência (natureza constitutiva).

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Antes do início do processo falimentar propriamente dito se estabelece uma fase pré-falimentar, que vai do pedido de falência até a sentença judicial, momento em que será analisada a qualidade de empresário do devedor e o seu estado de insolvência.

STJ (Info 596): O autor do pedido de falência não precisa demonstrar que existem indícios da insolvência ou da insuficiência patrimonial do devedor, bastando que a situação se enquadre em uma das hipóteses do art. 94 da Lei nº 11.101/2005.

2.5. Foro Competente Para O Pedido De Falência

Local do principal estabelecimento do devedor ou filial da empresa que tenha sede fora do país (art. 3º, LRF), ligada ao local onde exista o maior volume de negócios, muitas vezes NÃO coincidindo com a sede da empresa.

STJ: A expressão principal estabelecimento pode significar:

I. Centro vital das principais atividades do credor;

II. Local onde o devedor mantém suas atividades e seu principal estabelecimento;

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III. Local onde a atividade se mantém centralizada.

Enunciado 465 CJF: Para fins de Direito Falimentar, o local do principal estabelecimento é aquele de onde partem as decisões empresariais, e não necessariamente a sede indicada no registro público.

A distribuição do pedido de falência ou recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou falência relativa ao mesmo devedor.

2.6. Sistemas De Determinação Da Insolvência

STJ: A insolvência do empresário deve ser compreendida em seu sentido jurídico e não meramente em seu sentido técnico/econômico.

Rubens Requião apresenta alguns sistemas de determinação da insolvência:

I. Estado patrimonial deficitário – A insolvência se caracterizaria quando demonstrada a insuficiência do ativo do empresário para saldar o seu passivo – exige a demonstração contábil da insolvência, tornando esse sistema muito lento => NÃO adotado no Brasil.

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II. Cessação de pagamentos – A insolvência se caracterizaria quando o empresário parasse de efetuar o pagamento de suas dívidas => NÃO adotado no Brasil.

III. Impontualidade injustificada – O devedor se considera juridicamente insolvente quando não paga determinada obrigação líquida no seu vencimento; IV. Sistema da enumeração legal – A insolvência se caracteriza pelos atos de falência.

O STJ ENTENDIA QUE O PEDIDO DE FALÊNCIA NÃO PODERIA SER UTILIZADO COMO MEIO DE COBRANÇA DE DÍVIDAS. NO ENTANTO, EM ALGUNS ACÓRDÃOS DO PRÓPRIO TRIBUNAL EXISTEM ENTENDIMENTOS CONTRÁRIOS! Portanto, acaso posteriormente verificado ser o pedido infundado, além de denegar a falência, o juiz poderá condenar o autor ao pagamento de perdas e danos ao réu.

2.6.1. Sistemas adotados pelo Brasil

I – Impontualidade injustificada

Há a necessidade de que a dívida seja superior a 40 SM. No entanto, os credores podem se reunir para somar seus créditos, a fim de que ultrapasse esse teto e lhes permita pedir, em litisconsórcio, a falência do devedor.

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É necessário o protesto da dívida, a fim de demonstrar a impontualidade injustificada, não se admitindo nenhum outro meio de prova.

STJ: É possível o protesto especial de uma decisão judicial para instruir o pedido de falência, sendo desnecessário esse protesto especial se for um título de crédito.

Cheque – necessário o protesto.

Duplicata não aceita – além do protesto deve haver o comprovante de entrega da mercadoria:

(Súmula 248 STJ – Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita mas protestada é título hábil para instruir o pedido de falência).

Súmula 361 STJ – A notificação do protesto para requerimento da falência exige a identificação da pessoa que a recebeu.

II – Atos de Falência:

Execução frustrada – O pedido de falência deverá ser instruído com certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução.

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Nesse caso, o processo de falência será autônomo e NÃO mero incidente no processo de execução.

STJ: Não caracteriza execução frustrada quando o devedor apresente bens à penhora intempestivamente.

Demais atos de falência – a petição inicial deverá descrever os fatos que caracterizam a falência, juntando as provas que houver e especificando as que serão produzidas.

* Procede à liquidação precipitada de ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;

* Realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar negócio simulado ou alienação de parte ou totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; * Transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores, e sem restar bens suficientes para satisfazer o seu passivo – trespasse irregular do estabelecimento;

* Simula a transferência de seu principal estabelecimento para burlar a Lei ou prejudicar credores;

* Dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens suficientes para saldar o seu passivo;

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* Deixa de cumprir no prazo estabelecido a obrigação assumida no plano de RJ.

2.7. Resposta Do Devedor Ao Pedido De Falência

O devedor possui o prazo de 10 (dez) dias para contestar, podendo alegar qualquer das matérias previstas no art. 96 da LRF:

Falsidade de título; Prescrição;

Nulidade da obrigação ou do título; Pagamento da dívida;

Qualquer outro fato que extinga ou suspenda a obrigação; Vício em protesto ou seu instrumento;

Apresentação de recuperação judicial – no entanto, a decretação de falência impede o pedido posterior de recuperação judicial;

Cessação das atividades empresariais há mais de 02 anos antes do pedido da falência, comprovada por documento hábil do registro público de empresas.

Se o devedor for S/A, NÃO será decretada a falência após liquidado e partilhado seu ativo e o do espólio após 01 ano da morte do devedor.

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A decretação da falência NÃO fica obstada pelas matérias de defesa se, ao final, restarem obrigações não atingidas pela defesa em montante superior a 40 SM.

Ainda no prazo de resposta, pode o devedor realizar o DEPÓSITO ELISIVO do valor da dívida reclamada no pedido falimentar, devidamente corrigido, acrescido de juros e honorários advocatícios. NO ENTANTO, SE O PEDIDO FALIMENTAR ESTIVER FUNDADO EM ATOS DE FALÊNCIA, O DEPÓSITO ELISIVO NÃO CONFERE A ABSOLUTA IMPOSSIBILIDADE DE DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA

2.8. Do Procedimento Judicial

a) Denegação da falência – pode ser baseada: (i) na improcedência do pedido de falência; ou (ii) na realização de depósito elisivo.

* IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO – Cabe ao autor arcar com ônus da sucumbência (custas + honorários). Ademais, poderá o juiz condenar ao pagamento de indenização, se entender que o pedido foi requerido com dolo manifesto, caso em que as perdas e danos serão apuradas em liquidação. No entanto, o dolo deve estar demonstrado (elemento subjetivo + nexo de causalidade), não sendo suficiente a propositura da ação. Por ação própria, o terceiro prejudicado também pode reclamar indenização dos responsáveis.

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* REALIZAÇÃO DO DEPÓSITO ELISIVO – Caberá ao juiz analisar os argumentos da contestação. Se aceitos, a falência será denegada; se recusado, a falência será decretada, com intimação do credor para levantar o depósito elisivo.

b) Decretação da falência – Ocorrerá caso o pedido de falência seja julgado procedente e não tenha sido realizado o depósito elisivo.

Com a sentença, se instaura a execução concursal do empresário, e o processo apenas se encerra após a realização do ativo, pagamento dos credores e apresentação do relatório final pelo administrador judicial.

A decretação da falência suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário.

I) Natureza jurídica da sentença – Constitutiva, pois constitui o devedor em estado

falimentar e instaura o regime da execução concursal do seu patrimônio.

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* Síntese do pedido, identificação do falido e nome dos administradores; * Fixação do termo legal da falência;

* Ordenará ao falido que apresente m 05 dias a relação nominal dos credores, com endereço, importância, natureza e classificação dos créditos, sob pena de desobediência;

* Explicitará o prazo para as habilitações de crédito;

* Ordenará a suspensão de todas as ações e execuções do falido, salvo as previstas nos §§1º e 2º do art. 6° da LRE;

* Proibirá a prática de qualquer ato de oneração e disposição de bens do falido; * Determinará as diligências necessárias para proteger os interesses das partes envolvidas;

* Ordenará ao Registro Público de Empresas e à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil que procedam à anotação da falência no registro do devedor, para que dele constem a expressão “falido”, a data da decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 da LRE;

* Nomeará administrador judicial;

* Determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para que informem a existência de bens em nome do falido;

* Pronunciar-se-á sobre a continuidade das atividades do falido;

* Intimação do MP e das Fazendas para tomarem conhecimento da falência; * Ordenará a intimação eletrônica, nos termos da legislação vigente e respeitadas as prerrogativas funcionais, respectivamente, do Ministério Público

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e das Fazendas Públicas federal e de todos os Estados, Distrito Federal e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência.

Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe apelação.

OBS.1: O Juiz deverá ordenar a publicação do edital contendo a ÍNTEGRA da decisão que decreta a falência e a relação de credores.

OBS.2: A intimação eletrônica das pessoas jurídicas de direito público integrantes da administração pública indireta dos entes federativos referidos no inciso XIII do caput deste artigo será direcionada:

I - no âmbito federal, à Procuradoria-Geral Federal e à Procuradoria-Geral do Banco Central do Brasil;

II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, à respectiva Procuradoria-Geral, à qual competirá dar ciência a eventual órgão de representação judicial específico das entidades interessadas; e

III - no âmbito dos Municípios, à respectiva Procuradoria-Geral ou, se inexistir, ao gabinete do Prefeito, à qual competirá dar ciência a eventual órgão de representação judicial específico das entidades interessadas.

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ATENÇÃO!

Após decretada a quebra ou convolada a recuperação judicial em falência, o administrador deverá, no prazo de até 60 (sessenta) dias, contado do termo de nomeação, apresentar, para apreciação do juiz, plano detalhado de realização dos ativos, inclusive com a estimativa de tempo não superior a 180 (cento e oitenta) dias a partir da juntada de cada auto de arrecadação, na forma do inciso III do caput do art. 22 da LRE.

III) TERMO LEGAL DA FALÊNCIA (= PERÍODO SUSPEITO) – é a delimitação de lapso

temporal imediatamente anterior à decretação da falência que será investigado pelos credores do devedor.

* Impontualidade injustificada – Retroagindo da data da sentença até 90 dias antes do primeiro protesto por falta de pagamento até a sentença (de 90 dias antes do primeiro protesto até a sentença);

* Atos de falência – De 90 dias antes do pedido de falência até a data da sentença; * Convolação da RJ – De 90 dias antes do requerimento da RJ até a convolação em falência

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praticados pelo devedor falido antes da decretação da falência => ATOS OBJETIVAMENTE INEFICAZES:

i. Pagamento de dívidas não vencidas dentro do termo legal;

ii. Pagamento de dívidas vencidas e exigíveis no termo legal por qualquer forma NÃO prevista no contrato;

iii. Constituição de direito real de garantia dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente;

iv. Prática de atos a título gratuito desde 02 anos antes da decretação da falência; v. Renúncia a herança/legado 02 anos antes da decretação da falência;

vi. Venda ou transferência de estabelecimento sem o consentimento expresso ou pagamento de todos os credores a esse tempo existentes, não restando ao devedor bens suficientes para satisfazer o seu passivo;

vii. Registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título gratuito ou oneroso, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência.

 A INEFICÁCIA PODE SER DECLARADA DE OFÍCIO PELO JUIZ, ALEGADA EM DEFESA OU PLEITEADA POR AÇÃO PRÓPRIA OU INCIDENTALMENTE NO CURSO DO PROCESSO!

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prejudicar credores, conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que contratou com ele, e o real prejuízo à massa. Não poderá ser declarada de ofício, sendo necessário o ajuizamento de AÇÃO REVOCATÓRIA, a ser proposta pelo administrador judicial, qualquer credor ou MP no prazo de 03 anos da decretação da falência.

A ação revocatória pode ser ajuizada contra:

i. Todos os que figuraram no ato ou foram beneficiados;

ii. Terceiros adquirentes que tinham ciência dos prejuízos dos credores; iii. Herdeiros ou legatários das pessoas indicadas nos itens antecedentes.

Os bens ou valores obtidos pela revocatória servirão, no futuro, para pagamento de todos os credores, respeitada a ordem de preferência. Da sentença proferida na ação revocatória cabe APELAÇÃO.

IV) Poder geral de cautela: O Juiz pode:

I – Tomar medidas que salvaguardem o interesse das partes;

II – Decretar a prisão preventiva do empresário ou dos administradores da sociedade falida – se a falência houver sido requerida com base na prática de crimes falimentares;

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III – Autorizar a continuação das atividades provisórias do devedor.

V) Assembleia Geral de Credores – É a participação de credores no processo

falimentar. Atribuições:

I – Constituir o comitê de credores, a escolha de seus membros e sua substituição; II – Adoção de outras modalidades de realização do ativo;

III – Analisar qualquer outra matéria que afete o interesse dos credores.

A assembléia instalar-se-á, em 1ª (primeira) convocação, com a presença de credores titulares de mais da metade dos créditos de cada classe, computados pelo valor, e, em 2ª (segunda) convocação, com qualquer número.

VI) Comitê de credores – não é órgão obrigatório, será constituído por deliberação de qualquer das classes de credores na assembleia geral, para fiscalizar o trabalho do administrador judicial e auxiliar o juiz da falência ou RJ, não sendo remunerados pela massa.

Composição:

I – 01 representante da classe trabalhista + 2 suplentes;

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privilégios especiais + 2 suplentes;

III – 01 representante da classe de credores quirografários + 2 suplentes; IV - 01 representante indicado pela classe de credores representantes de microempresas e empresas de pequeno porte, com 2 (dois) suplentes.

OBSERVAÇÃO:

O comitê pode funcionar em número reduzido caso uma das classes não indique representante.

VII) Participação do MP na falência – a legislação falimentar anterior previa ampla

participação do MP na falência. Porém, na nova legislação, a atuação do MP foi reduzida, se limitando aos casos em que a lei expressamente determinar a sua participação. Para o STJ, é desnecessário ouvir o MP antes de decretar a falência, embora a jurisprudência não seja pacífica.

OBSERVAÇÃO:

Em qualquer modalidade de alienação do ativo, o Ministério Público será intimado pessoalmente, sob pena de nulidade.

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Além de exercer atribuições de cunho administrativo, o Administrador também é o representante legal da massa falida subjetiva, comunidade de credores que se instala com a decretação da falência.

A escolha deve recair preferencialmente sob profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador ou contador, ou pessoa jurídica especializada.

O valor da remuneração NÃO excederá 5% do valor devido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência, sendo a remuneração crédito extraconcursal, paga em duas parcelas: 60% do valor total, quando do pagamento dos créditos extraconcursais; e 40% após a aprovação das contas. A remuneração do administrador judicial fica reduzida ao limite de 2% (dois por cento), no caso de microempresas e empresas de pequeno porte e no caso do art. 70-A da LRE:

Art. 70-A. O produtor rural de que trata o § 3º do art. 48 desta Lei poderá apresentar plano especial de recuperação judicial, nos termos desta Seção, desde que o valor da causa não exceda a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais).

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Atribuições:

Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros deveres que esta Lei lhe impõe: I – na recuperação judicial e na falência:

a) enviar correspondência aos credores constantes na relação de que trata o inciso III do caput do art. 51, o inciso III do caput do art. 99 ou o inciso II do caput do art. 105 desta Lei, comunicando a data do pedido de recuperação judicial ou da decretação da falência, a natureza, o valor e a classificação dada ao crédito;

b) fornecer, com presteza, todas as informações pedidas pelos credores interessados;

c) dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de ofício, a fim de servirem de fundamento nas habilitações e impugnações de créditos;

d) exigir dos credores, do devedor ou seus administradores quaisquer informações;

e) elaborar a relação de credores de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei;

f) consolidar o quadro-geral de credores nos termos do art. 18 desta Lei;

(32)

nos casos previstos nesta Lei ou quando entender necessária sua ouvida para a tomada de decisões;

h) contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou empresas especializadas para, quando necessário, auxiliá-lo no exercício de suas funções;

i) manifestar-se nos casos previstos nesta Lei; II – na recuperação judicial:

a) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial;

b) requerer a falência no caso de descumprimento de obrigação assumida no plano de recuperação;

c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades do devedor;

d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de recuperação, de que trata o inciso III do caput do art. 63 desta Lei; III – na falência:

a) avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credores terão à sua disposição os livros e documentos do falido; b) examinar a escrituração do devedor;

c) relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida;

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entregando a ele o que não for assunto de interesse da massa; e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo de compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o disposto no art. 186 desta Lei;

f) arrecadar os bens e documentos do devedor e elaborar o auto de arrecadação, nos termos dos arts. 108 e 110 desta Lei;

g) avaliar os bens arrecadados;

h) contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante autorização judicial, para a avaliação dos bens caso entenda não ter condições técnicas para a tarefa;

i) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos credores;

j) requerer ao juiz a venda antecipada de bens perecíveis, deterioráveis ou sujeitos a considerável desvalorização ou de conservação arriscada ou dispendiosa, nos termos do art. 113 desta Lei;

l) praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações, diligenciar a cobrança de dívidas e dar a respectiva quitação; m) remir, em benefício da massa e mediante autorização judicial,

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bens apenhados, penhorados ou legalmente retidos;

n) representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, advogado, cujos honorários serão previamente ajustados e aprovados pelo Comitê de Credores;

o) requerer todas as medidas e diligências que forem necessárias para o cumprimento desta Lei, a proteção da massa ou a eficiência da administração;

p) apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o 10º (décimo) dia do mês seguinte ao vencido, conta demonstrativa da administração, que especifique com clareza a receita e a despesa; q) entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em seu poder, sob pena de responsabilidade;

r) prestar contas ao final do processo, quando for substituído, destituído ou renunciar ao cargo.

§ 1º As remunerações dos auxiliares do administrador judicial serão fixadas pelo juiz, que considerará a complexidade dos trabalhos a serem executados e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes.

§ 2º Na hipótese da alínea d do inciso I do caput deste artigo, se houver recusa, o juiz, a requerimento do administrador judicial, intimará aquelas pessoas para que compareçam à sede do juízo, sob pena de desobediência, oportunidade em que as interrogará

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na presença do administrador judicial, tomando seus depoimentos por escrito.

§ 3º Na falência, o administrador judicial não poderá, sem autorização judicial, após ouvidos o Comitê e o devedor no prazo comum de 2 (dois) dias, transigir sobre obrigações e direitos da massa falida e conceder abatimento de dívidas, ainda que sejam consideradas de difícil recebimento.

§ 4º Se o relatório de que trata a alínea e do inciso III do caput deste artigo apontar responsabilidade penal de qualquer dos envolvidos, o Ministério Público será intimado para tomar conhecimento de seu teor.

d) Recurso contra a sentença que julga o pedido de falência

Sentença que DECRETA => AGRAVO DE INSTRUMENTO Sentença que DENEGA => APELAÇÃO

e) Arrecadação dos bens do devedor – os bens do devedor deverão ser vendidos para que o produto da venda seja utilizada para pagamento dos credores, constituindo a “massa falida objetiva”.

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composto de inventário e laudo de avaliação dos bens, devendo ser individualizado.

Serão arrecadados todos os bens do devedor, exceto os bens absolutamente impenhoráveis.

Se forem bens perecíveis, o juiz pode autorizar a venda, ouvido o falido em 48 hrs e o comitê de credores.

Os bens arrecadados ficarão sob a guarda do administrador judicial ou de pessoa por ele escolhida, sob responsabilidade daquele, podendo o falido ou qualquer de seus representantes ser nomeado depositário dos bens.

f) Dos pedidos de restituição

Se, eventualmente, na arrecadação dos bens do falido, se verificar a arrecadação de bens de terceiros, deverão ser restituídos tais bens ao seu real proprietário.

OBSERVAÇÃO:

Há doutrinadores, inclusive, que dividem o procedimento de definição do ativo do devedor falido nas fases de integração (arrecadação dos bens) e desintegração (restituição de alguns desses bens arrecadados).

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* Hipóteses:

a. Quando o bem arrecadado está em propriedade de terceiro;

b. Pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada;

c. Nos casos de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, caso em que caberá a restituição em dinheiro em moeda corrente nacional.

d. Quando o juiz declara a ineficácia de ato praticado pelo falido antes da decretação da quebra, caso em que os contratantes de boa-fé terão direito à restituição dos bens ou valores entregues ao devedor.

e. Às Fazendas Públicas, relativamente a tributos passíveis de retenção na fonte, de descontos de terceiros ou de sub-rogação e a valores recebidos pelos agentes arrecadadores e não recolhidos aos cofres públicos.

OBSERVAÇÃO:

Tratando-se dos valores devidos pelo devedor falido relativos à contribuição social de seus empregados, deve o INSS formular pedido de restituição, e não habilitar tais créditos no quadro geral. Deve, portanto, ser habilitado como crédito fiscal, já que se trata de dinheiro do INSS e não do falido, como decidiu o STJ.

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OBSERVAÇÃO 2:

Havendo falência de instituição financeira, os correntistas NÃO fazem jus ao pedido de restituição dos valores depositados, devendo requerer a habilitação do crédito respectivo na classe dos credores quirografários.

A restituição poderá ser pelo próprio bem ou em dinheiro, esta nas seguintes hipóteses:

A. Quando a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, caso em que o credor receberá o valor da avaliação do bem ou o respectivo preço, no caso da sua venda;

B. Quando se tratar de restituição de valores decorrentes de adiantamento a contrato de câmbio para exportação;

C. Quando se tratar de restituição dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato.

Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 03 meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 05 salários mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade de caixa.

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suspendendo a disponibilidade da coisa até o trânsito em julgado, devendo ser autuado em separado o requerimento, e tramitará no juízo universal da falência. Julgado procedente, o juiz determinará que a coisa seja imediatamente entregue ao autor no prazo de 48 hrs e a massa só será condenada em honorários se contestar o pedido de restituição; se improcedente o pedido, mas o juiz entenda que o requerente é credor do devedor falido, determinará na própria sentença a sua inclusão no quadro-geral de credores.

Contra a sentença de procedência/improcedência cabe recurso de apelação, no efeito meramente devolutivo.

Em caso de procedência, o requerente poderá pleitear o recebimento do bem ou valor reclamado antes do trânsito em julgado, desde que preste caução idônea.

 Súmula 307, STJ - A restituição de adiantamento de contrato de câmbio, na falência, deve ser atendida antes de qualquer crédito.

 Súmula 417, STF - Pode ser objeto de restituição, na falência, dinheiro em poder do falido, recebido em nome de outrem, ou do qual, por lei ou contrato, não tivesse ele a disponibilidade.

 Súmula 495, STF - A restituição em dinheiro da coisa vendida a crédito, entregue nos quinze dias anteriores ao pedido de falência ou de concordata, cabe, quando, ainda que consumida ou transformada, não faça o devedor prova de

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haver sido alienada a terceiro.

g) Da verificação e habilitação de crédito

A formação da massa falida subjetiva se dá com a LRE, existindo em relação à lei anterior a desjudicialização da matéria, já que a verificação dos créditos ocorrerá pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis, documentos comerciais e fiscais do devedor e documentos apresentados aos credores.

O devedor falido deverá apresentar em 05 dias a relação dos credores, bem como deverá ser fixado em sentença o prazo para a habilitação dos créditos perante o administrador judicial (15 dias).

A habilitação de crédito deverá conter:

i. O nome, endereço do credor e o endereço em que receberá comunicação de qualquer ato do processo;

ii. O valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do pedido de RJ, sua origem e classificação;

iii. Os documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais provas a serem produzidas;

(41)

instrumento;

v. A especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor.

STJ – UMA VEZ QUE O PROCEDIMENTO DE HABILITAÇÃO TEM CARÁTER CONTENCIOSO, COM INSTRUÇÃO PROBATÓRIA, O TÍTULO QUE O EMBASA NÃO PRECISA SER TÍTULO EXECUTIVO.

O credor deve demonstrar a origem do crédito.

A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas.

Após o período de habilitação, o administrador terá o prazo de 45 dias para publicar o edital com a relação de credores. Se houver algum equívoco na lista de credores, o credor, o próprio devedor (ou sócio da sociedade) ou o MP poderão apresentar IMPUGNAÇÃO, no prazo de 10 (dez) dias contados da PUBLICAÇÃO DO EDITAL.

A IMPUGNAÇÃO será autuada em separado e julgada pelo juízo universal da falência; no entanto, havendo mais de uma impugnação sobre o mesmo crédito, serão

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autuadas e julgadas conjuntamente.

O juiz mandará intimar o credor cujo crédito foi impugnado para apresentar contestação, além do comitê de credores e o administrador judicial, todos com prazo de manifestação de 05 dias.

Em face da decisão que resolve a impugnação, cabe AGRAVO DE INSTRUMENTO.

De acordo com a nova redação do art. 14:

Art. 14. Caso não haja impugnações, o juiz homologará, como quadro-geral de credores, a relação dos credores de que trata o § 2º do art. 7º, ressalvado o disposto no art. 7º-A desta Lei.

OBSERVAÇÃO:

A PERDA DO PRAZO PARA A HABILITAÇÃO DO CRÉDITO NÃO SIGNIFICA QUE O CREDOR PERDEU O SEU DIREITO DE RECEBER O SEU CRÉDITO, POIS AS HABILITAÇÕES SERÃO RECEBIDAS COMO RETARDATÁRIAS, COM AS SEGUINTES CONSEQUÊNCIAS:

(43)

I. Se as habilitações retardatárias forem apresentadas ANTES da homologação do quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação;

II. Se a habilitação ocorrer quando já homologado o quadro-geral de credores, será necessário requerer ao juízo universal da falência, em AÇÃO PRÓPRIA, a retificação do quadro para a inclusão do crédito retardatário; III. Os credores retardatários, excetuados os créditos da relação de trabalho, NÃO terão direito a voto na assembleia geral de credores;

IV. Os credores retardatários perderão o direito a rateios eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas.

Segundo as novas disposições da LRE, acrescentadas pela Lei 14.112/2020:

Art. 10. (...)

§ 7º O quadro-geral de credores será formado com o julgamento das impugnações tempestivas e com as habilitações e as impugnações retardatárias decididas até o momento da sua formação.

§ 8º As habilitações e as impugnações retardatárias acarretarão a reserva do valor para a satisfação do crédito discutido.

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§ 9º A recuperação judicial poderá ser encerrada ainda que não tenha havido a consolidação definitiva do quadro-geral de credores, hipótese em que as ações incidentais de habilitação e de impugnação retardatárias serão redistribuídas ao juízo da recuperação judicial como ações autônomas e observarão o rito comum.

§ 10. O credor deverá apresentar pedido de habilitação ou de reserva de crédito em, no máximo, 3 (três) anos, contados da data de publicação da sentença que decretar a falência, sob pena de decadência.

Art. 16. Para fins de rateio na falência, deverá ser formado quadro-geral de credores, composto pelos créditos não impugnados constantes do edital de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei, pelo julgamento de todas as impugnações apresentadas no prazo previsto no art. 8º desta Lei e pelo julgamento realizado até então das habilitações de crédito recebidas como retardatárias.

§ 1º As habilitações retardatárias não julgadas acarretarão a reserva do valor controvertido, mas não impedirão o pagamento da parte incontroversa.

(45)

§ 2º Ainda que o quadro-geral de credores não esteja formado, o rateio de pagamentos na falência poderá ser realizado desde que a classe de credores a ser satisfeita já tenha tido todas as impugnações judiciais apresentadas no prazo previsto no art. 8º desta Lei, ressalvada a reserva dos créditos controvertidos em função das habilitações retardatárias de créditos distribuídas até então e ainda não julgadas.

O quadro geral de credores poderá ser alterado até o encerramento do processo falimentar, por ação própria a ser ajuizada pelo Administrador Judicial, por qualquer credor, comitê de credores ou pelo MP.

A Fazenda Pública NÃO precisa formular o pedido de habilitação de crédito ao administrador judicial, mas o STJ ENTENDE QUE A FAZENDA PÚBLICA PODE, SE QUISER, OPTAR POR HABILITAR O CRÉDITO COM OS DEMAIS CREDORES.

2.9. Efeitos Da Decretação Da Falência

I – Quanto aos bens do devedor – a sociedade é dissolvida, encerrando a atividade empresarial e consequente liquidação para pagamento dos credores.

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 Falência da sociedade com responsabilidade ilimitada dos sócios => Falência dos sócios, inclusive os que tenham se retirado voluntariamente há menos de 02 anos quanto às dívidas existentes na data de arquivamento da alteração do contrato;

 Falência de sociedade com responsabilidade limitada dos sócios => Em princípio os sócios NÃO se submetem à falência, sendo possível ao Juízo apurar eventual responsabilidade pessoal do quotistas e administradores. OBS: A AÇÃO PARA RESPONSABILIZAR OS SÓCIOS PESSOALMENTE PRESCREVE EM 02 ANOS DO TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA QUE ENCERRA A FALÊNCIA.

Inabilitação empresarial AUTOMÁTICA do falido para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação de falência até a sentença que extingue as obrigações (se for sociedade empresária, a inabilitação é da sociedade e não dos sócios).

OBSERVAÇÃO:

Se o falido for condenado por crime falimentar, a condenação impõe a penalidade acessória de inabilitação empresarial, que só cessará 05 anos após a extinção da punibilidade.

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Perda do direito de administração de bens - O falido poderá, no entanto, fiscalizar a administração da falência.

II - Quanto às obrigações do devedor

A decretação da falência sujeita todos os credores, que somente poderão exercer seus direitos sobre os bens do falido na forma da lei, devendo, via de regra, habilitar seus créditos.

A decretação:

i. Suspende o direito de retenção sobre bens, devendo ser entregues ao administrador judicial;

ii. Suspende o exercício do direito de retirada ou de recebimento das quotas ou ações pelos sócios da sociedade falida;

iii. Acarreta o vencimento antecipado das dívidas do devedor, com abatimento proporcional dos juros;

iv. Compensam-se as dívidas dos credores, salvo os créditos transferidos após a decretação da falência ou transferidos com conhecimento do estado de crise ou com fraude/dolo.

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Contra a massa falida NÃO são exigíveis juros vencidos após a decretação de falência previstos em lei e contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores subordinados.

Contratos do falido – NÃO se extinguem de pleno direito, podendo ser cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa ou necessário à manutenção dos ativos.

Caso o administrador judicial NÃO se manifeste expressamente sobre a continuidade do contrato, o contratante pode interpelá-lo no prazo de 90 dias contado do termo de nomeação para que, em 10 dias, declarar se cumpre ou não o contrato. Se o administrador silenciar ou se negar a continuidade do contrato, o contratante terá direito à indenização em valor a ser apurado em procedimento ordinário, sendo crédito quirografário.

Para os contratos com cláusulas de resolução por falência, a quebra implica na resolução contratual.

Para contratos de compra e venda mercantil, os efeitos da decretação da falência dependerão do momento de entrega das mercadorias.

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coisa ao falido (right of stoppage in transitu), salvo se o falido de boa-fé já

havia revendido a coisa a terceiro antes do requerimento da falência, caso em que o credor será quirografário;

 Se for coisa composta não entregue por completo, caso o administrador não continue com o contrato, deverá devolver as partes do que já foi entregue;  Para compra e venda com reserva de domínio, se o administrado não

continuar o contrato, deve devolver a coisa ao devedor e exigir dele a restituição dos valores pagos;

 Para compra e venda a termo de bens com cotação em bolsa ou mercado, se antes de aperfeiçoada a entrega e o pagamento sobrevier a falência, e não continuar o contrato, deve se comparar a cotação do dia em que o contrato foi assinado com a cotação do dia em que as mercadorias seriam entregues, calculando-se o crédito em favor do falido;

 Para promessa de compra e venda de bens imóveis, falência do promitente vendedor – o contrato deve ser cumprido; se falência do comprador, seus direitos serão arrecadados e vendidos em juízo, e o novo comprado sub-roga-se no contrato;

 Contrato de locação, o locatário de imóvel do falido deve continuar pagando os alugueis;

 Obrigações do âmbito do Sistema Financeiro Nacional, o falido não poderá considerar o contrato vencido antecipadamente;

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decretação da falência, verificando-se o respectivos saldo.

O mandato conferido pelo devedor, antes da falência, para a realização de negócios, cessará seus efeitos com a decretação da falência, cabendo ao mandatário prestar contas de sua gestão.

Dispõe a LRE:

Art. 104. A decretação da falência impõe aos representantes legais do falido os seguintes deveres:

I - assinar nos autos, desde que intimado da decisão, termo de comparecimento, com a indicação do nome, da nacionalidade, do estado civil e do endereço completo do domicílio, e declarar, para constar do referido termo, diretamente ao administrador judicial, em dia, local e hora por ele designados, por prazo não superior a 15 (quinze) dias após a decretação da falência, o seguinte:

a) as causas determinantes da sua falência, quando requerida pelos credores;

b) tratando-se de sociedade, os nomes e endereços de todos os sócios, acionistas controladores, diretores ou administradores, apresentando o contrato ou estatuto social e a prova do respectivo registro, bem como suas alterações;

(51)

c) o nome do contador encarregado da escrituração dos livros obrigatórios;

d) os mandatos que porventura tenha outorgado, indicando seu objeto, nome e endereço do mandatário;

e) seus bens imóveis e os móveis que não se encontram no estabelecimento;

f) se faz parte de outras sociedades, exibindo respectivo contrato; g) suas contas bancárias, aplicações, títulos em cobrança e processos em andamento em que for autor ou réu;

II - entregar ao administrador judicial os seus livros obrigatórios e os demais instrumentos de escrituração pertinentes, que os encerrará por termo;

II – depositar em cartório, no ato de assinatura do termo de comparecimento, os seus livros obrigatórios, a fim de serem entregues ao administrador judicial, depois de encerrados por termos assinados pelo juiz;

III – não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo justo e comunicação expressa ao juiz, e sem deixar procurador bastante, sob as penas cominadas na lei;

IV – comparecer a todos os atos da falência, podendo ser representado por procurador, quando não for indispensável sua presença;

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V - entregar ao administrador judicial, para arrecadação, todos os bens, papéis, documentos e senhas de acesso a sistemas contábeis, financeiros e bancários, bem como indicar aqueles que porventura estejam em poder de terceiros;

VI – prestar as informações reclamadas pelo juiz, administrador judicial, credor ou Ministério Público sobre circunstâncias e fatos que interessem à falência;

VII – auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza; VIII – examinar as habilitações de crédito apresentadas;

IX – assistir ao levantamento, à verificação do balanço e ao exame dos livros;

X – manifestar-se sempre que for determinado pelo juiz;

XI - apresentar ao administrador judicial a relação de seus credores, em arquivo eletrônico, no dia em que prestar as declarações referidas no inciso I do caput deste artigo;

XII – examinar e dar parecer sobre as contas do administrador judicial.

Parágrafo único. Faltando ao cumprimento de quaisquer dos deveres que esta Lei lhe impõe, após intimado pelo juiz a fazê-lo, responderá o falido por crime de desobediência.

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Reunião de todos os processos do devedor para pagamento em ordem de preferência dos créditos e reunião dos credores (massa falida subjetiva) => juízo universal (aptidão tratativa do juízo falimentar) e suspensão de boa parte das ações.

OBSERVAÇÃO:

A universalidade do juízo falimentar NÃO é absoluta, pois há certas demandas judiciais, como causas trabalhistas, fiscais, ações em que a União ou algum entre público sejam interessados, e ações que demandem quantia ilíquida que NÃO são atraídas pelo juízo falimentar.

A decretação da falência SUSPENDE A PRESCRIÇÃO e todas as ações e execuções em face do devedor.

Ações que NÃO se suspendem pela decretação da falência:

i. Ações que demandam quantia ilíquida – devem prosseguir até que sejam liquidadas;

ii. Demandas trabalhistas – cabe à própria justiça processar e julgar, até que seja apurado o crédito, sendo posteriormente remetidas ao juízo falimentar;

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ocorrer perante o juízo em que foi proposta, devendo respeitar a ordem de classificação dos créditos prevista na legislação falimentar;

iv. Execuções com ato de constrição já realizados – a execução de quaisquer créditos contra o devedor falido deve ser feita no juízo universal da falência, ainda que créditos trabalhistas ou tributários. Admite-se o prosseguimento da execução, excepcionalmente, para que se ultimem atos executórios já iniciados, devendo o produto arrecadado ser remetido ao juízo falimentar.

2.10. Realização Do Ativo

I. Ordem de preferência

O ativo corresponde a venda dos bens da massa falida, o que deve se iniciar antes mesmo de formado o quadro-geral de credores.

Existe uma ordem de preferência na venda dos bens da empresa, sempre em atenção ao princípio da preservação da empresa:

1º - Devem ser vendido o estabelecimento comercial em bloco, a fim de manter a empresa;

2º - Deve haver a alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas isoladamente;

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estabelecimentos do devedor;

4º - Alienação dos bens individualmente considerados.

OBSERVAÇÃO:

A realização do ativo terá início independentemente da formação do quadro-geral de credores.

II. Modalidades típicas de venda

As modalidades típicas de venda devem ser precedidas de publicação em anúncio em jornal de ampla circulação, com 15 dias de antecedência (bens móveis) e 30 dias na alienação da empresa ou de bens imóveis, facultada a divulgação por outros meios que facilitem a venda. Modalidades:

i. Leilão eletrônico, presencial ou híbrido;

ii. Processo competitivo organizado promovido por agente especializado e de reputação ilibada, cujo procedimento deverá ser detalhado em relatório anexo ao plano de realização do ativo ou ao plano de recuperação judicial, conforme o caso;

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A alienação nas modalidades de que trata o art. 142 da LRE poderá ser realizada com compartilhamento de custos operacionais por 2 (duas) ou mais empresas em situação falimentar.

ATENÇÃO ÀS NOVAS DISPOSIÇÕES SOBRE ALIENAÇÃO:

Art. 142. (...)

§ 2º-A. A alienação de que trata o caput deste artigo:

I - dar-se-á independentemente de a conjuntura do mercado no momento da venda ser favorável ou desfavorável, dado o caráter forçado da venda;

II - independerá da consolidação do quadro-geral de credores; III - poderá contar com serviços de terceiros como consultores, corretores e leiloeiros;

IV - deverá ocorrer no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da lavratura do auto de arrecadação, no caso de falência;

V - não estará sujeita à aplicação do conceito de preço vil. § 3º Ao leilão eletrônico, presencial ou híbrido aplicam-se, no que couber, as regras da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).

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§ 3º-A. A alienação por leilão eletrônico, presencial ou híbrido dar-se-á:

I - em primeira chamada, no mínimo pelo valor de avaliação do bem;

II - em segunda chamada, dentro de 15 (quinze) dias, contados da primeira chamada, por no mínimo 50% (cinquenta por cento) do valor de avaliação; e

III - em terceira chamada, dentro de 15 (quinze) dias, contados da segunda chamada, por qualquer preço.

§ 3º-B. A alienação prevista nos incisos IV e V do caput deste artigo, conforme disposições específicas desta Lei, observará o seguinte:

I - será aprovada pela assembleia-geral de credores;

II - decorrerá de disposição de plano de recuperação judicial aprovado; ou

III - deverá ser aprovada pelo juiz, considerada a manifestação do administrador judicial e do Comitê de Credores, se existente. § 4º (Revogado).

§ 5º (Revogado). § 6º (Revogado).

§ 7º Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público e as Fazendas Públicas serão intimados por meio eletrônico,

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nos termos da legislação vigente e respeitadas as respectivas prerrogativas funcionais, sob pena de nulidade.

§ 8º Todas as formas de alienação de bens realizadas de acordo com esta Lei serão consideradas, para todos os fins e efeitos, alienações judiciais.

OBSERVAÇÃO:

Em qualquer modalidade de realização de ativo, fica a massa falida dispensada da apresentação de certidões negativas, bem como deve ser o MP intimado, sob pena de nulidade.

É possível apresentar IMPUGNAÇÃO para qualquer uma das modalidades de alienação, por quaisquer credores, devedor ou MP, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da arrematação, sendo os autos conclusos ao juiz para que decida no prazo de 05 dias.

Sobre as impugnações, dispõe a LRE:

Art. 143. Em qualquer das modalidades de alienação referidas no art. 142 desta Lei, poderão ser apresentadas impugnações por quaisquer credores, pelo devedor ou pelo Ministério Público, no

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prazo de 48 (quarenta e oito) horas da arrematação, hipótese em que os autos serão conclusos ao juiz, que, no prazo de 5 (cinco) dias, decidirá sobre as impugnações e, julgando-as improcedentes, ordenará a entrega dos bens ao arrematante, respeitadas as condições estabelecidas no edital.

§ 1º Impugnações baseadas no valor de venda do bem somente serão recebidas se acompanhadas de oferta firme do impugnante ou de terceiro para a aquisição do bem, respeitados os termos do edital, por valor presente superior ao valor de venda, e de depósito caucionário equivalente a 10% (dez por cento) do valor oferecido.

§ 2º A oferta de que trata o § 1º deste artigo vincula o impugnante e o terceiro ofertante como se arrematantes fossem.

§ 3º Se houver mais de uma impugnação baseada no valor de venda do bem, somente terá seguimento aquela que tiver o maior valor presente entre elas.

§ 4º A suscitação infundada de vício na alienação pelo impugnante será considerada ato atentatório à dignidade da justiça e sujeitará o suscitante à reparação dos prejuízos causados e às penas previstas na Lei nº 13.105, de 16 de março

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de 2015 (Código de Processo Civil), para comportamentos análogos.

III- Modalidades atípicas de venda

Se houver motivos justificáveis, o juiz poderá autorizar, mediante requerimento fundamentado do Administrador Judicial ou do comitê, modalidades de alienação judicial diversas das previstas em Lei.

IV – Sucessão empresarial da LRE

i. Todos os credores sub-rogam-se no produto da alienação dos ativos, observada a ordem dos créditos;

ii. O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e NÃO haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, decorrentes de relações de trabalho e de acidentes do trabalho;

iii. Se houve trespasse do estabelecimento para a sociedade de credores ou de empregados do devedor falido, NÃO há qualquer transferência de responsabilidade dos sucessores.

Empregados do devedor contratados pelo arrematante serão admitidos mediante novos contratos de trabalho e o arrematante NÃO responde pelas

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obrigações decorrentes do contrato anterior.

Haverá normalmente a sucessão:

i. Quando o arrematante for sócio da sociedade falida ou sociedade controlada pelo falido;

ii. Quando for parente em linha reta ou colateral até o 4º grau, consanguíneo ou afim do falido ou da sociedade falida;

iii. Identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a sucessão.

2.11. Pagamento Dos Credores

Os valores depositados, decorrentes da realização do ativo, ficarão depositados até o momento de serem iniciados os pagamentos dos credores, o que deve ocorrer segundo ordem de preferência. Inicialmente devem ser pagos os créditos extraconcursais para, só então, iniciar o pagamento dos créditos concursais.

STJ (Info 609): No processo de falência, a incidência de juros e correção monetária sobre os créditos habilitados deve ocorrer até a decretação da quebra, entendida como a data da prolação da sentença (e não sua publicação).

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juros legais, se ficar evidenciado dolo ou má-fé na constituição do crédito ou da garantia.

 Pagos todos os credores, o saldo, se houver, será entregue ao falido.

Atenção para dispositivo a seguir, importante para a Fazenda Pública, inserido na LRE pela Lei 14.112/2020:

Art. 7º-A. Na falência, após realizadas as intimações e publicado o edital, conforme previsto, respectivamente, no inciso XIII do caput e no § 1º do art. 99 desta Lei, o juiz instaurará, de ofício, para cada Fazenda Pública credora, incidente de classificação de crédito público e determinará a sua intimação eletrônica para que, no prazo de 30 (trinta) dias, apresente diretamente ao administrador judicial ou em juízo, a depender do momento processual, a relação completa de seus créditos inscritos em dívida ativa, acompanhada dos cálculos, da classificação e das informações sobre a situação atual.

§ 1º Para efeito do disposto no caput deste artigo, considera-se Fazenda Pública credora aquela que conste da relação do edital previsto no § 1º do art. 99 desta Lei, ou que, após a intimação prevista no inciso XIII do caput do art. 99 desta Lei,

Referências

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