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Último mínimo da regra atual vai a R$ 779

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Boletim 507/14 – Ano VI – 16/04/2014

Último mínimo da regra atual vai a R$ 779

Por Edna Simão e Lucas Marchesini | De Brasília

O salário mínimo deve ter um reajuste de 7,71% em 2015 e passar dos atuais R$ 724 para R$ 779,79, segundo a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) apresentada ontem pela área econômica. Segundo o Ministério da Previdência Social, o impacto negativo do aumento será de R$ 12,6 bilhões no déficit do INSS. O economista da Tendências, Felipe Salto, calcula, porém, que as despesas do governo federal seriam ampliadas em R$ 16,7 bilhões. Pela regra atual - que será revista no próximo ano - o salário mínimo é corrigido pelo crescimento da economia de dois anos antes mais inflação acumulada (INPC) em 12 meses. No cálculo de 2015, por exemplo, foi considerada expansão do PIB de 2,3% de 2013. Na análise de Salto, a estimativa de INPC

considerada pelo governo de 5,3% na PLDO está subestimada. A Tendências, por exemplo, projeta 6,1%. Se confirmada essa estimativa, segundo o economista, o reajuste do salário mínimo poderá ser maior que divulgado pelo governo e o impacto nas contas públicas poderia chegar a R$ 18,4 bilhões.

O projeto de LDO de 2014 previa um mínimo de R$ 803,93 no próximo ano. Como a estimativa de PIB e de inflação mudaram deste então, o valor do mínimo também se alterou. Durante a

apresentação da PLDO de 2015, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que não está definida a regra de reajuste do mínimo que passará a vigorar em 2015 para estabelecer o valor de 2016. "Para o mínimo já temos regra fixada até 2015. Então em 2015 discutiremos. Não cabe isso na LDO", disse. Sobre a pressão dos servidores por aumento de salários, Mantega ressaltou que "cada ano traz sua agonia". Segundo ele, essa discussão deve ser deixada para "momento adequado".

Destaques -

Danos morais

Acusar empregado de desvio de dinheiro da empresa sem a necessária cautela evidencia abuso do direito do empregador no exercício do poder disciplinar e gera o dever de indenizar. O

entendimento é da Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que negou provimento a recurso de embargos da Ypioca Agroindustrial, que terá que pagar R$ 10 mil de indenização por danos morais a uma empregada. A Ypioca ajuizou ação de consignação para depositar o pagamento de uma auxiliar administrativa dispensada por justa causa por improbidade. Segundo a empresa, ela teria desviado verbas, se apropriado de valores e falsificado assinaturas de empregados. Após demiti-la, em março de 2008, a empresa depositou em juízo as verbas rescisórias, que a trabalhadora teria recusado receber, e, em paralelo, ajuizou reclamação para que ela restituísse o montante de R$ 340 mil pelos alegados prejuízos causados. Em sua defesa, a empregada disse que recusou as verbas por discordar da justa causa. Negou ter cometido falta grave e disse que os procedimentos eram executados a mando dos superiores. Também apresentou pedido de reconvenção para requerer que a empresa pagasse danos morais por ter lhe atribuído conduta tipificada como crime.

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Zara recorre de decisão que a culpa por trabalho escravo

Por Cynthia Malta | De São Paulo

A espanhola Inditex, dona da Zara e maior varejista de moda do mundo, entrou ontem com recurso ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo contra a decisão anunciada na segunda-feira pela 3ª Vara. Esta considerou a Zara Brasil culpada na ação que

investigava acusação de trabalho análogo à escravidão em oficinas de costura

subcontratadas pela AHA. Esta empresa havia sido contratada para fornecer roupas para a Zara Brasil.

Em maio de 2011, em instalações da AHA, em Americana (SP), foram registrados pela fiscalização do Ministério Público do Trabalho 52 tipos de irregularidades, que iam desde mão de obra infantil, falta de higiene, remuneração abaixo do piso até discriminação racial - a maioria dos trabalhadores encontrados em situação irregular era de bolivianos.

A Zara Brasil entrou, em setembro de 2012, com um pedido de anulação dos autos de infração contra ela pois julgava que era a AHA que deveria ser investigada e punida. A resposta a esse pedido foi dada pela justiça trabalhista na segunda-feira.

"Com total respeito pela decisão judicial, a Zara Brasil considera que a sentença da 3ª Vara do Trabalho de São Paulo não levou em consideração a omissão consciente da empresa AHA na produção realizada em oficinas de costura em 2011", informou a varejista, em nota.

"O fornecedor AHA desviou peças a subcontratados sem o conhecimento da Zara Brasil, obtendo assim lucro econômico, o que não foi levado em conta pelo Tribunal. A Zara Brasil jamais obteve qualquer vantagem financeira com a irregularidade cometida pela AHA. Já a empresa que realmente cometeu as irregularidades e graças a ela obteve vantagens econômicas, não foi sequer investigada, julgada ou punida. Ao contrário, segue atuando no mercado normalmente", informa a nota, assinada pela Zara Brasil e pela Inditex.

Em agosto de 2012, a Zara informou que havia assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e que estava fiscalizando seus fornecedores no Brasil de seis em seis meses.

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Contribuição sindical para não empregador gera controvérsia

Fabiana Barreto Nunes / SÃO PAULO

A 3ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) proferiu decisão controversa na Corte, na quarta-feira passada, ao considerar que uma empresa mesmo sem empregados deve pagar contribuição sindical. Com pelo menos duas decisões no sentido de que empresas que não possuem empregados estão desobrigadas de pagar contribuição sindical, a 3ª turma coloca a matéria em pauta no Tribunal que terá de pacificar sua posição.

Da decisão cabe recurso, e ainda a possibilidade de a discussão desaguar no Supremo Tribunal Federal. "Mesmo passível de recurso na própria turma, a matéria pode ser levada ao Supremo, justamente por ser uma questão regulada na Constituição Federal", explica o sócio do setor trabalhista do Siqueira Castro Advogados, Flávio Pires.

Com dois votos a favor do pagamento da contribuição, os ministros Alberto Bresciani e Alexandre Belmonte consideraram que mesmo as empresas que não tem empregados são obrigados por lei a pagar a contribuição, já que o artigo 579 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não faz distinção de pessoas e impõe o pagamento da contribuição para os que participam de uma categoria econômica.

O relator do recurso, ministro Bresciani, assinalou que, de fato, todos os empregados, trabalhadores autônomos e empresários que integrem determinada categoria econômica ou profissional são obrigados a recolher a contribuição sindical, "não sendo relevante, para tanto, que a empresa tenha, ou não, empregados". É o que determina os artigos 578 e 579 da CLT, afirmou.

Os artigos estabelecem que as contribuições devidas aos sindicatos pelos que participem das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação do "imposto sindical", pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida. Sendo a contribuição sindical, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão.

De acordo com Pires, a interpretação de que categorias econômicas sejam passíveis da contribuição é uma tese consistente. "O entendimento é isolado. Entretanto na letra fria da lei não há uma relação direta entre a contribuição e a existência de empregados a matéria fica suscetível a interpretação", diz o advogado.

O voto de divergência proferido pelo ministro Maurício Godinho Delgado desenvolve uma outra interpretação.

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Segundo ele, empresas sem empregados não podem ser compelidas a recolher a contribuição sindical pois o inciso terceiro do artigo 580 da CLT impõe a obrigação para empregadores. "Se a empresa não tem empregados não pode ser classificada como empregadora e, portanto, a decisão de Bresciani está equivocada", afirma o sócio da área trabalhista do Demarest Advogados, Antonio Carlos Frugis.

De acordo com a normativa fixada no artigo 580, inciso terceiro da CLT, a contribuição sindical será recolhida, de uma só vez, anualmente, e consistirá para os empregadores, numa importância proporcional ao capital social da firma ou empresa, registrado nas

respectivas Juntas Comerciais ou órgãos equivalentes, mediante a aplicação de alíquotas. Também defensor de que a decisão isolada da 3ª Turma não se sustente quando for

apreciada pela Seção de Dissídios Individuais do Tribunal, o sócio do escritório Gonini Paço e Maximo Patricio Advogados, Eduardo Maximo Patricio, destaca o conceito de empregador estabelecido no artigo dois da CLT. "Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço", diz o texto da lei.

Desta forma, diz Patricio, "não basta que a empresa esteja constituída para ser ela sujeito passivo da obrigação de pagar a contribuição em questão; é necessário que ela seja uma empresa empregadora [com empregados contratados]", finaliza o especialista.

Caso

A decisão que condenou a Total Administradora de Bens Ltda. ao pagamento da

contribuição sindical patronal foi proferida no julgamento dos recursos do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e Condomínios Residenciais e Comerciais do Norte do Estado de Santa Catarina (Secovi Norte) e da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A empresa ajuizou ação na vara do trabalho de Jaraguá do Sul (SC), alegando que, desde a sua criação, jamais possuiu empregados e, mesmo assim, vinha sendo compelida

indevidamente ao pagamento da contribuição sindical. O juiz deferiu o pedido, declarando a inexistência de relação jurídica entre a empresa e o sindicato, relativamente à cobrança. Sem êxito recursal junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC), o Secovi e a CNC interpuseram recursos ao TST, insistindo na argumentação de que o recolhimento da contribuição não está adstrito aos empregados ou às empresas que os possuam, e conseguiram reformar a decisão.

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Caso não haja interesse em continuar recebendo esse boletim, favor enviar e-mail para cassind@fiesp.org.br, solicitando exclusão.

Referências

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