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TURISMO E ARTESANATO PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL

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Academic year: 2021

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TURISMO E ARTESANATO PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL

Autor. RESUMO: O trabalho investigou um grupo de artesãs em Antonina, região leste do Estado do Paraná,

Brasil que ocupava uma sala cedida pela administração local em uma antiga estação ferroviária. No local elas possuíam um ateliê e uma sala de vendas dos produtos confeccionados. Decorrente das atividades do artesanato o grupo percebeu que o produto final estava se acumulando em prateleiras na sala de vendas na estação. Elas concluíram que o local, embora central, não tinha frequência turística que propiciasse a comercialização dos produtos. Perceberam que a concentração turística no município estava na orla marítima, na baía, mais especificamente na ‘feira mar’, local atrativo onde a visitação de casarios e a gastronomia despertavam a atenção do turista e, conseguintemente seus produtos seriam mais bem expostos e comercializados visando à geração de renda, aliada ao turismo local.

Palavras-chave: Turismo; Artesanato; Desenvolvimento territorial; Geração de renda.

RESUMEM: El presente trabajo investigó un grupo de artesanas en la ciudad de Antonina, región leste

de lo Estado del Paraná, Brasil que ocupaba una sala cedida por la administración local en una antigua estación ferrocarril. En lo local ellas poseían una oficina y una sala de ventas de los productos confeccionados. Decurrente de las actividades de manualidad el grupo percibió que el producto final estaba acumulándose en las estantes en la sala de venta en la estación. Ellas concluirán que el local, aunque central, no tenía frecuencia turística que propiciase la comercialización de los productos. Percibirán que la concentración turística en lo municipio estaba en la franja marítima, en la bahía, más específicamente en la ‘feria mar’, local atractivo donde la visitación de habitaciones y la gastronomía despertaban la atención de lo turista y, consiguientemente sus productos serían más bien expuestos y comercializados visando la generación de la renta, aliada al turismo local.

Palabras-llaves: Turismo; Manualidad; Desarrollo territorial; Generación de la renta.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho investigou as vivencias de um grupo de mulheres artesãs na cidade de Antonina, região leste do Estado do Paraná, Brasil.

O grupo se concentrava em uma sala na antiga estação ferroviária cedida pela administração local há aproximadamente cinco anos; nesse espaço as artesãs possuíam um ateliê e uma sala de vendas onde faziam a exposição e comercialização de seus produtos.

A atuação e afirmação das artesãs no espaço dependiam apenas das suas próprias ações, pois em decorrência das atividades elas enfrentavam dificuldades, como um grupo social, diante das inúmeras investidas quanto à perda do espaço conquistado. Vencidos os iminentes riscos à integridade representativa do grupo no espaço houve a demanda de maior exposição dos produtos visando às vendas e, consequente, geração da renda,

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tendo em vista que a sala na estação, mesmo ficando no centro da cidade, pouco recebia visitas dos turistas e conseguintemente, a baixa visibilidade dos produtos artesanais.

REFERENCIAL TEÓRICO

Para Dagnino (2010) no viés do desenvolvimento territorial sustentável em relação ao lócus litorâneo paranaense e a região latino-americana é crescente a inclusão de pessoas inseridas na economia informal devido ao ‘caos’ proporcionado pela ação da ‘economia formal’ e seus desdobramentos. Para tanto, propõem-se um desenvolvimento local focado e ao mesmo tempo abrangente, a partir da concepção de tecnologias que levem à comunidade inclusão e promoção social, ações nesse sentido.

Pecqueur (2006, p. 85) caracteriza a territorialização como “identidade particular dos bens, a especificidade da matéria prima, a ligação com as características do meio e a gestão dos recursos naturais, o saber-fazer”. O território produz vários bens associado a seu lugar, o autor denomina tal modelo como “cesta de bens”, uma combinação complexa que se revela em um “ecossistema societário”.

Mollard (2001, apud Pecqueur, 2006) afirma que a integração do meio com seus recursos e a contribuição de seus atores tornam o território um produto a ser vendido, “assim, o ganho que pode ser extraído dessa passagem da soma dos produtos locais à produção territorial constitui um efeito de renda denominado qualidade territorial’. Sulzbach (2013) correlaciona o turismo com o artesanato indicando ao segmento turístico “auxiliar a sustentabilidade do modelo de produção do artesanato implementado no local. (...) auxilia a valorização da identidade do local, respeitando-a, o que resulta na emancipação do artesanato como um meio de produção sustentável.”.

DISCUSSÃO E RESULTADOS

Antonina é um dos municípios mais antigos e históricos do estado, possui características urbanas, cerca de 85% dos moradores vivem nessa região, possui um total de 18.891 habitantes. Por sua localização no litoral do estado, já fora um dos principais portos do país até meados da metade do século passado, hoje a atividade portuária pouco contribui para o desenvolvimento local fazendo com que o comércio tenha papel importante na

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Dois aspectos foram preponderantes para que a investigação ocorresse fundamentada; primeiro, na inclusão social de um grupo de mulheres artesãs e, segundo, no baixo percentual de empregos formais no município.

As atividades no ateliê da estação (Figura 1), em primeiro momento, se desenvolviam em torno de cinco mulheres, dessas, três dependiam diretamente da confecção e venda dos produtos artesanais. Embora já dotadas de um determinado saber, as artesãs, para melhor desenvolvimento de suas habilidades, continuamente possuíam cursos de outras técnicas relacionadas ao artesanato no mesmo espaço (Figura 2).

FIGURA 1 – ANTIGA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA – CENTRO DE ANTONINA, PARANÁ FONTE: O autor (2014).

FIGURA 2 – AS ARTESÃS DURANTE UM CURSO DE PINTURA E VITRIFICAÇÃO CERÂMICA FONTE: O autor (2014).

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Com o andamento das atividades, percebeu-se que o acúmulo de cursos por elas realizados e a produção oriunda das novas habilidades concentravam uma considerável quantia de ‘artes paradas’ com o acúmulo nas prateleiras da sala de venda na estação. Decorrente disso houve um despertamento no sentido de melhor expor os produtos confeccionados.

No sentido amplo da exploração turística, o local aonde se encontra a estação ferroviária não era propício para a visitação das artes, embora no centro da cidade, a estação está ‘fora da rota’ do comércio turístico e deslocada dos elementos culturais que compõem a dinâmica da cidade, da comunidade. O turista se concentrava em outro lugar, menos ali. Em um estudo recente sobre o mesmo grupo de artesãs, [...] relataram que:

[...] o mais importante ainda, todo este envolvimento tinha por objetivo fim o retorno ao local (necessidade do artesanato na cadeia produtiva do turismo), o retorno individual com ganhos monetários era incerto, dependeria da visitação de turistas. Os membros do grupo estavam convictos que seus produtos eram destinados somente para visitantes do local, afinal a renda da população local era baixa.

Antonina está localizada no litoral do estado e devido possuir orla marítima (baía) o turismo gastronômico, artístico e artesanal se concentrava no centro da cidade, mais especificamente na faixa à beira mar, como denominam os moradores na ‘feira mar’. Em geral, se concentravam alguns comércios na feira mar, principalmente uma loja de artesanato, porém nos finais de semana e feriados se concentravam barracas (ambulantes) onde comerciantes faziam exposição de variados produtos.

Nesse sentido, ficou nítido às artesãs a necessidade de um ‘despertar’ para ocupar um espaço como o mencionado, mesmo que através de uma ‘barraca da feira’, dado a constante presença do turista no local, pois ao contrário da estação ferroviária, em que o fluxo ocasional de turistas pouco propiciavam a venda de suas produções, na feira mar a exposição ocorreria por si só.

Para se chegar ao entendimento de não apenas produzir por produzir, mas produzir para vender demandou-se um determinado tempo e dialogo por parte das mesmas. Após compreenderem a necessidade de melhor localização para exporem e comercializarem seus produtos, as artesãs passaram para outra fase, não menos decisiva (Agir para) como parte do estabelecimento social do grupo em busca de desenvolver o local aliando o

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Importante ressaltar que elas (ainda) concentram suas ações na sala na estação ferroviária. O desafio será de romper esse muro em busca de visibilidade.

As artesãs vêm lutando pela permanência no segmento, este é corroborado pela ação do turismo como propulsor de desenvolvimento local.

Em conjunto, o turismo e o artesanato cumprem papel essencial no território, nesse caso em um pequeno município histórico para diminuir as disparidades de inclusão social e geração de renda dado a informalidade acentuada e a situação de crise nacional.

REFERÊNCIAS

[...]

DAGNINO, R. Tecnologia social: ferramenta para construir outra sociedade. -- 2. ed. rev. e amp. -- Campinas, SP: Komedi, 2010, p. 7-22.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. In: Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – IPARDES. Cadernos Municipais, 2014. Disponível em: <http://www.ipardes.gov.br/cadernos/MontaCadPdf1 .php?Municipio=83370&btOk=ok>. Acesso em: 20/11/2014.

PECQUEUR, B. A guinada territorial da economia global. Eisforia: desenvolvimento territorial sustentável: conceitos, experiências e desafios teórico-metodológicos. Florianópolis: PPGAGR, v. 4, n. especial, dez. 2006. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/politica/article/view/2175-7984.2009v8n14p79/10 955>. Acesso em: 09/03/2016.

SULZBACH, M. T. Externalidades em projetos de extensão: o caso do Projeto artesanato com identidade territorial do Litoral do Paraná. In SULZBACH, M. T. & DENARDIN, V. F. (Orgs). A inclusão, a inserção, a interação, a investigação...: Os in(s) da extensão no Litoral do Paraná. Matinhos: Universidade Federal do Paraná, 2013. p. 29-58.

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