Comecei a viajar com os meus pais autores de guias, Arthur Frommer e Hope Arthur, quando eu tinha apenas quatro meses de idade. Para evitar ter que carregar um berço pesado durante as viagens, eles me ninavam e me aconchegavam em uma gaveta aberta à noite. Durante metade da minha infância, minha casa era uma sucessão de hotéis e pousadas pela Europa, enquanto nós viajávamos por toda parte para atualizar os guias Europa com £5 por dia (e depois £10 por dia, £20 por dia...).
Nós sempre viajamos com pouco dinheiro, ficando em pousadas familiares que meu pai indicava no guia, passeando em transportes públicos e comendo nos mesmos lugares que a população local. E ainda é assim que eu viajo hoje porque eu aprendi – com meu mestre – que essa é a melhor maneira de economizar dinheiro e de ter uma experiência real de como é a cultura da região. Você passa o tempo nos bairros, conversando com as pessoas que vivem lá. Para mim, fazer amizades e ter experiências com significado são os principais motivos das minhas jornadas – e a razão de eu ter me tornado uma escritora e editora de guias de viagens.
Fiz esses livros para que eles sejam guias populares para as novas gerações. Eles possuem os comentários objetivos e os preços detalhados que você pode encontrar nos guias da Frommer, mas eles são mais baratos e possuem informações sobre como economizar com a Internet e com pacotes aéreos e de hospedagem. Além disso, nós destacamos acomodações alternativas – aluguel de apartamentos, pousadas familiares, casas de retiro religioso e outras – não somente para economizar, mas também para oferecer uma experiência mais próxima da realidade do lugar que está visitando.
O mais importante de cada guia é o capítulo que ensina a lidar com o “outro” lado do lugar visitado, aquele que o turista raramente consegue ver. Os capítulos farão com que você mergulhe no modo como a população local vive. Espero que o resultado seja um acréscimo valioso ao mundo dos guias de viagem. Faça com que saibamos se cumprimos nossos objetivos.
Mande um e-mail para mim em editor@frommers.com. Boa viagem!
Pauline Frommer
recado de pauline frommer’s
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Londres,
Cheia de Atitude
O melhor que a cidade tem a oferecer
Sabendo disso ou não, Londres já afetou o seu destino. Apenas um quarto do planeta não sofreu sua influência. Os Estados Unidos foram fundados em resposta aos decretos de Londres. A Austrália foi povoada com os criminosos de Londres e depois com colonos em busca de uma vida melhor longe da Inglaterra. O Canadá Moderno, a África do Sul e a Nova Zelândia foram povoados por ação de Londres. O destino da Índia foi alterado pelos comerciantes londrinos, assim como a vida de muitos africanos que foram enviados em barcos para muitas partes do mundo enquanto os londrinos enchiam seus bolsos com os lucros. Você tem em suas mãos uma prova da influência de Londres. Se você comprou este livro que foi originalmente escrito em inglês em um lugar fora da Inglaterra, essa é uma evidência do alcance que Londres tem em outros lugares e em outras épocas.
Londres não tem fim. Você passará meses tentando conhecê-la e não conseguirá ver tudo que ela oferece. Poucas cidades abrigam tantas nacionalidades e povos diferentes em harmonia. E é essa diversidade que faz com que Londres seja um diamante lapidado. Todos os dias um novo ângulo se revela.
O objetivo deste livro é fazer com que você conheça as ruas da cidade, sem ser pelos tradicionais caminhos dos turistas, e veja Londres por uma nova perspectiva. Não a perceba apenas por causa de suas chuvas constantes, seus sotaques acentuados ou seus monumentais edifícios de pedra. Veja Londres como um imigrante asiático em East Ham, que passa as noites de quarta-feira vendo filmes de Bollywood e reza no maior templo hindu fora da Índia. Ou como um jamaicano que more em Brixton e que passa as manhãs comprando verduras exóticas em uma feira livre existente há mais de um século. Veja Londres da mesma maneira que o jovem que passa os melhores momentos da semana no pub e na cafeteria local nas manhãs de sábado. Caminhe por aí e conheça outra Londres. E depois outra.
Afinal, a Londres deles é a sua Londres.
Lugares que vOcê nãO pOde deixar de ir
Durante os anos em que Londres foi a capital de um império espalhado pelo mundo, a cidade se enriquecia, fazendo com que ela adquirisse algumas das mais importantes coleções de obras de arte e antiguidades do planeta. Londres é vista como uma cidade cara, mas seus museus mais importantes não cobram nada para que você conheça suas coleções. As relíquias do British Museum (p. 127); as peças da National Gallery (p.135) e da National
Portrait Gallery (p. 142); a pouco visitada, mas muito importante coleção do Courtauld
Institute of Art Gallery e as roupas, peças de arte e objetos de decoração do Victoria and
Albert Museum (p.139) que podem ocupar todo o seu dia sem gastar um centavo para conhecê-las.
Londres também é um centro de arte moderna e as exposições abertas nas cavernas do
Tate Museum (p.137), nas margens de Bankside, se tornaram um ponto obrigatório durante
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sua visita. A Saatchi Gallery em Chelsea, organizada por um fã de arte é um dos lugares ideais para se ver arte moderna e instalações monumentais e surpreendentes. Os interessa-dos pelo melhor da arte mundial se encontram nas muitas galerias (p.166) e nas casas de
leilão para aumentar suas coleções. A riqueza sempre criou obras de arte arquitetônicas. A incomparável Tower Bridge (p.164) sobre o Tâmisa foi um dos grandes feitos da engenharia da época Vitoriana e, mais à frente, no mesmo rio, a roda gigante chamada London Eye (p.113) foi reconhecida como parte da cidade após sua construção em 1999, provando que a arquitetura moderna também pode ser icônica. A torre arredondada da 30 St. Mary Axe, também chamada de Gherkin por causa de seu formato de picles e o oval City Hall (p.181) são as mais recentes marcas de um horizonte que se reinventa constantemente.
Como um imã que atrai o que há de mais sofisticado no mundo, Londres possui as melhores áreas de compras (incluindo as ruas Oxford e Regent, Piccadilly e o Spitalfields Market). Mesmo que você não possa comprar, olhar as vitrines já é uma grande atração. Os teatros de Londres (p. 257) são descritos como lugares reconhecidos pela beleza de suas construções há mais de 500 anos. Você não terá vivenciado realmente a cultura londrina se não passar pelo menos uma noite em frente a um de seus palcos. Você também pode assistir a performances únicas no Shakespeare’s Globe (p.171), uma reprodução fiel de um teatro elizabetano, ou em um dos palcos dos informais pubs theaters (p.266), onde se apresentam estrelas de cinema, comediantes e artistas da casa. E, é claro, as produções apresentadas no Royal Albert House estão entre as mais aclamadas. Para conhecer a cidade, ande no
Underground (p.8), ou Tube, que tem alguns trechos do primeiro sistema de metrô do mundo, inaugurado em 1860.
LOcais históricOs mais impOrtantes
Muitos locais onde pessoas famosas do passado conduziram seus negócios foram cuida-dosamente preservados e a visitação de muitos desses lugares históricos pode exercitar a imaginação. O castelo mais famoso do mundo, The Tower of London (A Torre de Londres) (p.134), está localizado em uma região conhecida como Pool of London e já sediou uma prisão, um jardim zoológico e agora é o depósito das famosas joias da Coroa Britânica.
Westminter Abbey (p.129) é o local tradicional de todas as coroações desde 1066 e é o lugar onde estão os ossos de mais de uma dúzia de monarcas, incluindo a rainha Elizabeth I.
A St. Paul’s Cathedral (p. 141), na parte mais antiga da cidade, é um dos símbolos de Londres desde que foi projetada em meados do século XVI pelo cavaleiro Sir Christopher Wren. Muitas residências reais estão abertas para a visitação, inclusive a antiga Hampton
Locais históricos mais importantes
Londres em poucas palavras
População: 7,5 milhões (12,5% da população do Reino Unido) Aspectos Étnicos: Mais de 30% da população não é branca Línguas Faladas: Mais de 300
Área: 1.584 m2 (30% são compostos por parques e áreas abertas)
Área ocupada por Londres na Inglaterra: 1,2%
Remuneração média por semana em dólares: £581 (£462 para toda a Inglaterra) Fonte: Visit London e London Councils
4 capítuLO 1 Londres, cheia de atitude
Court Palace (p.149), o Castelo de Windsor (p.288) e o Kensington Palace (p.148) e o seu irmão mais novo, o Palácio de Buckingham (p.149).
As decisões do cotidiano do Reino Unido ainda são tomadas no Whitehall, com as suntuosas casas do Parlamento Britânico (p.168) e proclamadas pela torre que contém o famoso relógio Big Ben. Nas proximidades fica a casa do primeiro ministro, em 10
Downing Street (p.215), cuja fachada em estilo georgiano parece simples, mas esconde uma fortaleza de poder.
as meLhOres acOmOdações
Muitos turistas desistem de visitar Londres porque eles pensam que não vão conseguir pa-gar os custos com a hospedagem. A realidade é que alguns dos lupa-gares que cobram menos pela hospedagem são os mais estimulantes para quem visita Londres. Muitos cidadãos de Londres reservam casas e quartos somente para alugar para turistas. A maioria dessas resi-dências fica nos mesmos bairros que os hotéis populares se encontram (p.39). Além disso, alugando um apartamento inteiro (p.31) você pagará a mesma coisa que em um quarto de hotel e ainda tem mais espaço e pode usar a cozinha. Uma das opções mais baratas e mais recompensadoras é alugar um quarto em uma pensão de família, que estão localizadas em bairros históricos com arquitetura georgiana ou vitoriana completas com escadas internas e cozinhas no porão onde os donos da pensão podem preparar o café da manhã como parte do pacote. Três exemplos dessas pousadas são o Jesmond Hotel (p.45), o Alhambra Hotel (p.43) e o Celtic Hotel (p.48), todos próximos ao West End. Seus quartos são simples e limpos e fazem com que você economize dinheiro para poder fazer o que quer – conhecer Londres.
Por um preço um pouco mais caro, as bem desenhadas B+B Belgravia (p.72), Base2Stay
Kensington (p.56), Hotel La Place (p.60) e Number Sixteen (p.56) combinam o conceito de uma pousada com o cuidado e o estilo que fazem a ligação entre uma hospedaria e um hotel. Se você prefere hotéis mais tradicionais, é possível encontrar bons quartos por uma quantia razoável. O Hoxton (p.63) e o Southwark Rose oferecem o conforto de um hotel mais caro, mas com uma equipe mais próxima do cliente e por um preço melhor. Algumas cadeias de hotéis oferecem quartos com espaço suficiente para famílias inteiras com preços aceitáveis. Se você ficar no Premier Inn London Southwark (p.69), poderá tomar seu café da manhã com a vista do Tâmisa.
refeições para tOdOs Os paLadares
A cozinha londrina reflete sua diversidade. A cozinha asiática prevalece sobre as outras, inclusive sobre o tradicional peixe com batatas dos ingleses. Uma das melhores refeições indianas da minha vida foi servida no Punjab Restaurant (p.101) em Covent Garden, apesar de eu também apreciar a moderna e inovadora cozinha indiana do Imli (p.99). O buffet vegetariano coma-o-quanto-puder do Veg Bhelpoori House é uma ótima opção.
O sudeste asiático contemporâneo também está em voga. As imensas mesas de madeira da rede de restaurantes Wagamama são ótimos lugares para conhecer pessoas novas enquan-to come uma tigela cheia de macarrão, e a fórmula se repete no Busaba Eathai (p.98). A cozinha asiática é bem representada no cenário multicultural londrino, em locais como o
Mandalay (de Miamár, p.115) e no Kandoo (Persa, p. 115). Restaurantes especializados em pratos vegetarianos são apreciados por todos, sejam eles carnívoros ou não. E esse tipo de
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cozinha é encontrado no Govinda’s Restaurant (p.97), no ponto de encontro de estudantes chamado Food for Thought (p.100) e no romântico Eat and Two Veg (p.93).
É claro que a cozinha tradicional também está na moda e você se sentirá pressionado a conhecer um local onde a cozinha inglesa tem sua tradição atraente preservada. O S&M
Cafe (p.1016) celebra a salsicha. O Fryer’s Delight (p.105) é um dos restaurantes conheci-dos como “chippie” pelos britânicos, isto é, locais onde é servida a tradicional combinação de peixe com batatas fritas e outras frituras. O Frontline (p.117), ponto de encontro de correspondentes estrangeiros, serve a comida típica que uma mãe inglesa prepararia em casa. Muitos chefs tentam oferecer refeições elaboradas por preços razoáveis, incluindo o famoso chef Gordon em seu “gastropub” The Narrow (p.106) e o premiado Arbutus, em Soho onde você pode comer pratos elaborados por menos de £20. Combatendo os altos preços dos restaurantes tradicionais, o triangle sandwich (sanduíche-triângulo) (p.82) é o lanche mais famoso de Londres. Há também os chamados “beigels” do Beigel Bake (p.106) em Spitalfields que fica aberto 24 horas e são a única ligação entre a cultura polonesa e os tradicionais “bagels” americanos.
Os meLhOres espOrtes e
“Outras” experiências
Os londrinos são especialistas em aprender e em dividir experiências – produto de uma cidade que cresceu em meio à diversidade. Seja um deles. Livre-se do padrão de turista para que você realmente possa experimentar a vida normal de quem vive em Londres. Faça parte de uma das equipes especialistas nos pubs quizzes. Desvende os restaurantes e lojas dos bairros étnicos (p.182) povoados por imigrantes nascidos em outros países. Assista aos líderes eleitos, incluindo o primeiro ministro nos debates realizados durante a sessão chamada
Question Time (p.185). Kibbutz com pessoas humildes do oriente nos banhos em estilo vitoriano do York Hall Leisure Centre (p.198) ou com anciãs do Marylebone no luxuoso
Porchester Spa (p.198), procure tesouros no fundo das águas do Tâmisa com o Thames21 (p.205), aprenda como a Estátua da Liberdade e o Big Ben foram feitos cuidadosamente no mesmo local, o Whitechapel Bell Foundry (p.318). Escute um dos melhores corais em atividade na Westminster Cathedral (p.192) e um dos melhores órgãos no Brompton
Oratory (p.211). Em uma cidade cheia de fantasmas, experimente participar de uma sessão espírita na Spiritualist Association of Great Britain (p.192) ou faça a trajetória das vítimas de Jack Estripador (p.176).
Há poucos programas mais típicos dos ingleses do que assistir a uma partida de futebol (p.206) ou a uma partida de críquete no Oval (p.207). Visite a Dennis Servers’ House, uma casa que parece que foi retirada diretamente do século XIX. Vista-se como uma freira e volte ao passado no Sing-a-Long-a The Sound of Music (p.275), diga a razão para todos os problemas do universo na Speakers’ Corner (p.188), passe o domingo em uma cervejaria em um dos diversos pubs roasts (p.214), ou participe de uma aventura de grafite junto com o excêntrico artista plástico Banksy (p.169).
