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O Teorema de H. Hopf e as Inequações de Cauchy-Riemann

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Academic year: 2021

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(1)Universidade Federal de Alagoas Programa de Pós-Graduação em Matemática. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO. Rio São Francisco. O Teorema de H. Hopf e as Inequações de Cauchy-Riemann. MATEMÁTICA. A ciência do infinito. Maria de Andrade Costa. Maceió 4 de Dezembro o de 2006.

(2) Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download..

(3) Universidade Federal de Alagoas Instituto de Matem´atica Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Matem´atica Disserta¸c˜ao de Mestrado. O Teorema de H. Hopf e as Inequa¸c˜oes de Cauchy-Riemann. Maria de Andrade Costa. Macei´o, Brasil Dezembro 2006 1.

(4)

(5) A Clarissa e Claudemir..

(6) Agradecimentos Primeiramente a Deus, por tudo. Ao professor Hil´ario Alencar, meu orientador, pelas conversas matem´aticas, incentivos durante todo o programa de Mestrado em Matem´atica e, principalmente, por ter me dado a oportunidade de fazer uma disciplina de doutorado no IMPA, a qual me proporcionou um crescimento matem´atico qualitativo. Aos meus colegas de turma: J´ ulio de Almeida, Thales Vieira, pelas conversas, cr´ıticas construtivas e amizade, aos meus colegas de sala de estudo: Andr´e Pizzaia, Daniel Nicolau, Jos´e Arnaldo dos Santos e Sofia Melo, pelo companherismo. Aos professores Ad´an Corcho, Krerley Oliveira e Marcos Petr´ ucio Cavalcante que contribuiram, de forma significativa, na minha forma¸c˜ao acadˆemica com conversas matem´aticas e n˜ao-matem´aticas. Ao professor Manfredo do Carmo pelas conversas matem´aticas, super agrad´aveis, que tivemos, as quais me ajudaram a concluir esse trabalho. Ao professor Fernando Cod´a pelas sugest˜oes nas corre¸c˜oes desse trabalho, pelo incentivo que me deu para estudar mais e por ser um professor esclarecedor dos meus questionamentos. Ao professor Marcos Petr´ ucio Cavalcante por ter me ajudado a fazer o apˆendice desse trabalho e pelas v´arias conversas interessantes acadˆemicas. Aos meus queridos pais, Josefa Pereira de Andrade Costa e Miguel Francisco da Costa (in memorian), aos meus irm˜aos e a minha querida fam´ılia pelos incentivos. Aos meus amigos e professores da Universidade Federal de Sergipe que sempre me apoiaram, especialmente: Paulo Rabelo, Valdenberg Ara´ ujo e Natanael Dantas. A todas as pessoas que me recepcionaram aqui em Alagoas. Um agradecimento muito especial a fam´ılia Cod´a Marques por me acolher com muito carinho em sua residˆencia e por tudo que fizeram por mim. Aos meus amigos do IMPA, pelas conversas matem´aticas e n˜ao-matem´aticas, especialmente Cristina Levina e Ana Maria Luz. Aos meus amigos que deram sugest˜oes nesse trabalho, tanto nas corre¸c˜oes como na apresenta¸c˜ao do mesmo, Claudemir Leandro, Clarissa Cod´a, F´abio Boia, M´arcio Henrique Batista, Marcius Petr´ ucio e Thiago Fontes. Ao professor Adelailson Peixoto por seus valiosos conselhos e sua verdadeira amizade. ` Coordena¸c˜ao de Aperfei¸coamento de Pessoal de N´ıvel Superior (CAPES) pelo A financiamento da bolsa de mestrado concedida durante o per´ıodo 03/2005 a 12/2006..

(7) Resumo Em 1951, H. Hopf publicou em um prestigiado artigo um famoso resultado: Seja M uma superf´ıcie compacta de gˆenero zero imersa no espa¸co Euclidiano de dimens˜ ao trˆes com curvatura m´edia constante. Ent˜ ao M ´e isom´etrica ` a esfera redonda. Neste trabalho descreveremos detalhadamente do ponto de vista matem´atico uma generaliza¸c˜ao do resultado obtido por H. Hopf, a qual ser´a publicada na revista Communication in Analysis and Geometry em 2007, cujos autores s˜ao Hil´ario Alencar, Manfredo Perdig˜ao do Carmo e Renato Tribuzy. Neste artigo, os pesquisadores classificaram as superf´ıcies compactas de gˆenero zero imersas na variedade produto: superf´ıcies com curvatura Gaussiana constante cartesiano o espa¸co Euclidiano de dimens˜ao um e cuja diferencial da curvatura m´edia satisfaz uma certa desigualdade envolvendo uma forma quadr´atrica. Al´em disso, estudaremos uma extens˜ao da classifica¸c˜ao anterior no caso em que as superf´ıcies est˜ao imersas numa variedade Riemanniana simplesmente conexa, homogˆenea com um grupo de isometrias de dimens˜ao quatro. Tais resultados foram obtidos recentemente por Hil´ario Alencar, Isabel Fern´andez, Manfredo Perdig˜ao do Carmo e Renato Tribuzy. Nas demonstra¸c˜oes destes teoremas foram usadas t´ecnicas de An´alise Complexa, fatos de Topologia e uma generaliza¸c˜ao do Teorema de H. Hopf obtida por Abresch e Rosenberg, publicado em Acta Mathematica em 2004.. Palavras-chave: curvatura m´edia, esfera, forma quadr´atica, fun¸c˜ao holomorfa, inequa¸c˜oes de Cauchy-Riemman, supef´ıcie de gˆenero zero.. 5.

(8) Sum´ ario 1 Preliminares 1.1 Preliminares e Defini¸c˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.2 O Tensor Curvatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.3 A Segunda Forma Fundamental e as Equa¸c˜oes de Gauss, Ricci e Codazzi 1.4 O Teorema de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.5 A M´etrica Produto e Conex˜ao Produto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.6 O Teorema de Green-Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.7 A Demonstra¸c˜ao do Teorema de H. Hopf . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 10 10 14 16 21 21 22 25. 2 O Teorema de Alencar, do Carmo e Tribuzy 2.1 A Demonstra¸c˜ao do Teorema de Alencar, do Carmo e Tribuzy . . . . . . 2.2 A Demonstra¸c˜ao do Lema Principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 31 31 38. 3 Resultados e Generaliza¸c˜ oes. 45. 4 Apˆ endice. 50. Referˆ encias Bibliogr´ aficas. 52.

(9) Introdu¸c˜ ao Nesta disserta¸c˜ao apresentaremos resultados que envolvem Geometria Diferencial, Topologia e An´alise Complexa. Inicialmente, provaremos o teorema de H. Hopf, ver [6], cujo enunciado ´e o seguinte: Seja M uma superf´ıcie compacta de gˆenero zero imersa em R3 com curvatura m´edia constante. Ent˜ao M ´e isom´etrica `a esfera redonda. H. Hopf forneceu duas provas para o teorema citado acima e os detalhes encontram-se na se¸c˜ao 1.7. Foi a partir de 1951, com a publica¸c˜ao do artigo de H. Hopf, que muitos geˆometras come¸caram a trabalhar com superf´ıcies de curvatura m´edia constante n˜ao-nula, pois, at´e aquele momento, os pesquisadores ligados `a Geometria Diferencial davam mais ˆenfase `as superf´ıcies m´ınimas. Em 1951, tamb´em foi observado por H. Hopf que o teorema acima ´e v´alido para superf´ıcies de Weingarten, ou seja, superf´ıcies para as quais existe uma fun¸c˜ao W que relaciona as duas curvaturas principais k1 e k2 da seguinte maneira: W (k1 , k2 ) = 0. Se essa rela¸c˜ao pode ser resolvida, digamos, em k2 , e dk2 /dk1 = −1 quando k1 = k2 , dizemos que a superf´ıcie de Weingarten ´e especial. Em 2004, Abresch e Rosenberg generalizaram o Teorema de H. Hopf com o seguinte resultado: Teorema 0.0.1. Sejam M uma superf´ıcie imersa em M 2 (c) × R e Q uma forma quadr´ atica definida por Q(X, Y ) = 2Hα(X, Y ) − c hξX, ξY i , onde M 2 (c) ´e uma variedade Riemanniana com curvatura c, X, Y s˜ ao vetores tangentes a M , α ´e a segunda forma fundamental, H ´e curvatura m´edia e ξ : M 2 (c) × R → R ´e a proje¸c˜ ao natural sobre R, isto ´e, ξ(p, t) = t; p ∈ M 2 (c), t ∈ R. Se a curvatura m´edia H ´e constante, ent˜ao Q(2,0) ´e uma forma quadr´ atica holomorfa. Como conseq¨ uˆencia, se M ´e uma superf´ıcie compacta de gˆenero zero, ent˜ ao M ´e uma superf´ıcie mergulhada invariante por rota¸c˜oes no espa¸co ambiente. O resultado de Abresch e Rosenberg foi generalizado por Alencar, do Carmo e Tribuzy em 2005, ver [2], mais precisamente eles provaram o teorema a seguir:. 7.

(10) Teorema 0.0.2. Seja M uma superf´ıcie compacta de gˆenero zero imersa em M 2 (c) × R. Suponhamos que |dH| ≤ h(z)|Q(2,0) |, onde |dH| ´e a norma da diferencial da curvatura m´edia H de M , h ´e uma fun¸c˜ ao real (2,0) cont´ınua, n˜ao-negativa e Q ´e a parte (2, 0) da forma quadr´ atica Q definida por Abresch e Rosenberg. Ent˜ao Q(2,0) ´e identicamente nula e M ´e uma superf´ıcie invariante por rota¸c˜ oes em M 2 (c) × R. O Teorema 0.0.2 foi a motiva¸c˜ao para essa disserta¸c˜ao. Os detalhes do teorema acima podem ser encontrados na se¸c˜ao 2.1, cuja demonstra¸c˜ao utiliza-se do seguinte Lema 0.0.1. (Lema Principal) Seja f : U ⊂ C → C uma fun¸c˜ ao complexa definida em um aberto U do plano complexo que cont´em a origem z = 0. Suponhamos que

(11)

(12)

(13) ∂f

(14)

(15)

(16) ≤ h(z)|f (z)|, (1)

(17) ∂z

(18) onde h ´e uma fun¸c˜ao real cont´ınua, n˜ ao-negativa. Assumamos que z = z0 ´e um zero de f . Ent˜ ao f ≡ 0 em uma vizinhan¸ca de V ⊂ U de z0 ou f (z) = (z − z0 )k fk (z), z ∈ V, k ≥ 1, onde fk (z) ´e uma fun¸c˜ao cont´ınua com fk (z0 ) 6= 0. O Lema Principal foi inspirado em alguns resultados obtidos por Chern, ver se¸c˜ao 2.2. Um resultado bastante interessante envolvendo as superf´ıcies de Weingarten, foi provado por R. Bryant, ver [4], a saber: Teorema 0.0.3. Seja M uma superf´ıcie compacta de gˆenero zero imersa em R3 e seja f qualquer fun¸c˜ao suave definida em um intervalo aberto contendo o intervalo [0, ∞). Se M satisfaz a rela¸c˜ao de Weingarten na forma H = f (H 2 − K) = f (|α(2,0) |2 ), onde α(2,0) ´e a parte (2, 0) da segunda forma fundamental de M , ent˜ ao M ´e isom´etrica a esfera. ` O teorema anterior foi tamb´em generalizado por Alencar, do Carmo e Tribuzy em [2]. Eles provaram a seguinte Proposi¸ c˜ ao 0.0.1. Sejam M uma superf´ıcie compacta de gˆenero zero, imersa em 2 M (c) × R e f uma fun¸c˜ao suave como acima. Suponhamos que H = f (|Q(2,0) |2 ). Ent˜ ao Q(2,0) ≡ 0 e M ´e isom´etrica ` a esfera.. 8.

(19) A demonstra¸c˜ao desta Proposi¸c˜ao ´e uma conseq¨ uˆencia do Teorema de Alencar, do Carmo e Tribuzy, ver cap´ıtulo 3. Recentemente, ver [3], Alencar, do Carmo, Fern´andez e Tribuzy generalizaram o resultado obtido em [2] para superf´ıcies imersas em E3 (k, τ ), τ 6= 0. Aqui E3 (k, τ ) ´e uma variedade Riemanniana simplesmente conexa, homogˆenea com um grupo de isometrias de dimens˜ao 4. Tal variedade ´e um fibrado Riemanniano com curvatura τ , cuja base ´e uma superf´ıcie com curvatura seccional k. Eles provaram o seguinte resultado: Teorema 0.0.4. Seja M uma superf´ıcie compacta de gˆenero zero imersa em E3 (k, τ ) com curvatura m´edia H. Suponhamos que |dH| ≤ g|Q(2,0) |, onde g ´e uma fun¸c˜ao cont´ınua real n˜ ao-negativa, E3 ´e uma variedade Riemanniana simplesmente conexa homogˆenea e Q(X, Y ) = 2θα(X, Y )−chξ, Y ihξ, Y i, sendo θ = H+iτ e c = k−4τ 2 . Ent˜ao Q(2,0) ´e identicamente nula e, conseq¨ uentemente, M ´e uma superf´ıcie invariante por rota¸c˜oes em E3 (k, τ ). A demonstra¸c˜ao do Teorema 0.0.4 encontra-se no cap´ıtulo 3. Finalmente, no apˆendice desta disserta¸c˜ao determinaremos a parte (2,0) da forma quadr´atica Q definida por Abresch e Rosenberg. Al´em disso, calculamos a norma de Q(2,0) .. 9.

(20) Cap´ıtulo 1 Preliminares Neste cap´ıtulo apresentaremos as defini¸c˜oes b´asicas e os fatos que ser˜ao utilizados nos cap´ıtulos posteriores. Na se¸c˜ao 1.1, definiremos a conex˜ao de Levi-Civita, a qual ser´a fundamental para conceituarmos o tensor curvatura. Na se¸c˜ao 1.2, introduziremos o tensor curvatura, essencial para definirmos curvatura seccional e curvatura escalar. Na se¸c˜ao 1.3, discorremos a respeito da segunda forma fundamental de uma imers˜ao isom´etrica. Exporemos, na se¸c˜ao 1.4, o Teorema de Gauss, que relaciona a curvatura seccional de duas variedades. Introduziremos, na se¸c˜ao 1.5, as defini¸c˜oes de m´etrica produto e conex˜ao produto, que ser˜ao fundamentais na demonstra¸c˜ao do Principal Teorema do nosso trabalho. Tais defini¸c˜oes podem ser encontradas em [8]. E, por u ´ltimo, na se¸c˜ao 1.6, exibiremos alguns fatos de An´alise Complexa, os quais ser˜ao u ´teis na demonstra¸c˜ao do Teorema de Green-Stokes.. 1.1. Preliminares e Defini¸ c˜ oes. Defini¸ c˜ ao 1.1.1. Uma variedade diferenci´ avel M de dimens˜ ao n e classe C ∞ ´e um conjunto M e uma fam´ılia de aplica¸c˜ oes biun´ıvocas ϕα : Uα ⊂ Rn → M de abertos Uα de n R em M , tais que 1. ∪α ϕα (Uα ) = M ; −1 2. Para todo α, β com ϕα (Uα ) ∩ ϕβ (Uβ ) = W = 6 ∅ os conjuntos ϕ−1 α (W ) e ϕβ (W ) n −1 s˜ ao abertos em R e as aplica¸c˜ oes ϕβ ◦ ϕα s˜ ao diferenci´ aveis;. 3. A fam´ılia (Uα , ϕα ) ´e m´axima relativa ` as condi¸c˜ oes (1) e (2), ou seja qualquer outra carta est´a contida em (Uα , ϕα ). O par (Uα , ϕα ) (ou aplica¸c˜ao ϕα ), p ∈ ϕα (Uα ), ´e chamado uma parametriza¸c˜ao (ou sistema de coordenadas) de M em p; ϕα (Uα ) ´e ent˜ao chamada uma vizinhan¸ca coordenada em p. Uma fam´ılia (Uα , ϕα ) satisfazendo (1) e (2) ´e chamada uma estrutura diferenci´avel em M . Observa¸ c˜ ao 1.1.1. Uma estrutura diferencial em um conjunto M induz de uma maneira natural uma topologia em M . Com efeito, basta definir que A ⊂ M ´e um aberto de M se 10.

(21) ´ imediato verificar que M e o vazio ϕ−1 e um aberto do Rn para todo α. E α (A ∩ ϕα (Uα )) ´ s˜ ao abertos, que a uni˜ao de abertos ´e aberto e a intersec¸c˜ ao finita de abertos ´e aberto. Observe que a topologia ´e definida de tal modo que os conjuntos ϕα (Uα ) s˜ ao abertos e as aplica¸c˜ oes ϕα s˜ao cont´ınuas. n. Defini¸ c˜ ao 1.1.2. Sejam M m e M variedades diferenci´ aveis . Uma aplica¸c˜ ao ψ : M → n M ´e diferenci´avel em p ∈ M , se dada uma parametriza¸c˜ ao y : V ⊂ R → M em ψ(p) n existe uma parametriza¸c˜ao x : U ⊂ R → M em p, tal que ψ(x(U )) ⊂ y(V ) e a aplica¸c˜ao y −1 ◦ ψ ◦ x : U ⊂ Rn → Rm ´e diferenci´avel em x−1 (p). Dizemos que ψ ´e diferenci´ avel em um aberto de M , se ´e diferenci´ avel em todos os pontos abertos deste aberto. n. Defini¸ c˜ ao 1.1.3. Sejam M m e M variedades diferenci´ aveis. Uma aplica¸c˜ao ao, se dψp : Tp M → Tψ(p) M ´e injetiva para diferenci´ avel ψ : M → M ´e uma imers˜ todo p ∈ M . Observa¸ c˜ ao 1.1.2. Uma imers˜ao φ : M → N de uma variedade diferenci´ avel M de dimens˜ ao n numa variedade N de dimens˜ ao n + 1 ´e dita hipersuperf´ıcie. Defini¸ c˜ ao 1.1.4. Seja M uma variedade diferenci´ avel. Dizemos que M ´e orient´ avel, se M admite uma fam´ılia (Uα , ϕα ) satisfazendo (1) e (2) da defini¸c˜ ao 1.1.1, tal que para todo par α, β, com ϕα (Uα ) ∩ ϕβ (Uβ ) = W 6= ∅, a diferencial da mudan¸ca de coordenadas ϕα ◦ ϕ−1 β tem determinante positivo. Observa¸ c˜ ao 1.1.3. Entenderemos por variedade diferenci´ avel um espa¸co de Hausdorff com base enumer´avel, isto ´e, a variedade pode ser coberta por uma quantidade enumer´ avel de vizinhan¸cas coordenadas e orient´ avel. Defini¸ c˜ ao 1.1.5. Uma m´etrica Riemanniana em uma variedade diferenci´ avel M ´e uma correspondˆencia que associa a cada ponto p de M um produto interno h, ip (isto ´e, uma forma bilinear sim´etrica, positiva definida) no espa¸co tangente Tp M , o qual varia diferenciavelmente no seguinte sentido: se ϕα : Uα ⊂ Rn → M ´e um sistema ∂ de coordenadas locais em torno de p , com ϕα (x1 , ..., xn ) = q ∈ ϕα (U ) e (q) = ∂ϕj   ∂ ∂ dϕq (0, ..., 1, ..., 0), ent˜ao (q), (q) = gij (x1 , ..., xn ) ´e diferenci´ avel em U. ∂ϕj ∂ϕi q Defini¸ c˜ ao 1.1.6. Uma variedade diferenci´ avel com uma m´etrica Riemanniana chama-se uma variedade Riemanniana. Defini¸ c˜ ao 1.1.7. Sejam M e M variedades Riemannianas. Um difeomorfismo f : M → M ´e chamado uma isometria, se hu, vip = hdfp (u), dfp (v)if (p) , para todo p ∈ M, u, v ∈ Tp M. Defini¸ c˜ ao 1.1.8. Uma variedade Riemanniana ´e homogˆenea, se dados p, q ∈ M , existe uma isometria de M que leva p em q. 11.

(22) Teorema 1.1.1. Toda variedade diferenci´ avel M possui uma m´etrica Riemanniana. Demonstra¸c˜ ao. Ver [8], p´agina 47. Defini¸ c˜ ao 1.1.9. Um campo de vetores X em uma variedade diferenci´ avel M ´e uma correspondˆencia que a cada ponto p ∈ M associa um vetor X(p) ∈ Tp M . Agora definiremos o conceito de conex˜ao afim. Utilizaremos a seguinte nota¸c˜ao: X (M ) denotar´a o campo de vetores de classe C ∞ em M e D(M ) o anel das fun¸c˜oes reais de classe C ∞ definidas em M . Defini¸ c˜ ao 1.1.10. Uma conex˜ao afim ∇ em uma variedade diferenci´ avel M ´e uma aplica¸c˜ ao ∇ : X (M ) × X (M ) → X (M ) que se indica por ∇. (X, Y ) −→ ∇X Y, tal que 1. ∇f X+gY Z = f ∇X Z + g∇Y Z; 2. ∇X (Y + Z) = ∇X Y + ∇X Z; 3. ∇X (f Y ) = f ∇X Y + X(f )Y. Aqui X,Y ,Z ∈ X (M ) e f ,g ∈ D(M ). Defini¸ c˜ ao 1.1.11. Sejam M uma variedade diferenci´ avel com uma conex˜ ao afim ∇ e h, i uma m´etrica Riemanniana . A conex˜ ao ∇ ´e dita compat´ıvel com a m´etrica h, i, quando X hY, Zi = h∇X Y, Zi + hY, ∇X Zi , ∀X, Y, Z ∈ X (M ). Lema 1.1.1. Sejam X e Y campos diferenci´ aveis de vetores em uma variedade diferenci´ avel M . Ent˜ao existe um u ´nico campo vetorial Z = [X, Y ], tal que, para todo f ∈ D(M ), tem-se Zf = (XY − Y X)f = [X, Y ]f. Demonstra¸c˜ ao. Primeiro provaremos que, se Z existe, ele ´e u ´nico. Admitamos, portanto, a existˆencia de um tal Z. Sejam p ∈ M e ϕ : U → M uma parametriza¸c˜ao em p. Sejam X=. X i. ai. X ∂ ∂ ,Y = bj ∂xi ∂xj j. as express˜oes de X e Y nesta parametriza¸c˜ao. Ent˜ao, para todo f ∈ D, ! X X ∂bj ∂f X ∂ ∂2f XY f = X bj f= ai + ai b j ∂xj ∂xi ∂xj ∂xi ∂xj j i,j i,j ! X ∂ X ∂ai ∂f X ∂2f Y Xf = Y ai f= bj + ai b j . ∂x ∂x ∂x ∂x ∂x i j i i j i i,j i,j 12.

(23) Portanto, Z ´e dado na parametriza¸c˜ao ϕ por Zf = XY f − Y Xf =. X i,j. ∂bj ∂aj ai − bi ∂xi ∂xi. !. ∂f . ∂xj. Isto mostra a unicidade de Z. A existˆencia do campo Z ´e demonstrada da seguinte forma: defina-se Zα pela express˜ao acima em cada vizinhan¸ca coordenada ϕα (Uα ) de uma estrutura diferenci´avel (Uα , ϕα ) de M . Por unicidade, Zα = Zβ em ϕα (Uα ) ∩ ϕβ (Uβ ) 6= ∅, o que permite definir Z em toda a variedade M . Observa¸ c˜ ao 1.1.4. O campo vetorial Z dado no lema acima ´e chamado o colchete [X, Y ] = XY − Y X entre X e Y . Defini¸ c˜ ao 1.1.12. Uma conex˜ao afim ∇ em uma variedade diferenci´ avel M ´e dita sim´etrica, quando ∇X Y − ∇Y X = [X, Y ], ∀X, Y ∈ X (M ). Teorema 1.1.2. Dada uma variedade Riemanniana M , existe uma u ´nica conex˜ ao afim ∇ em M satisfazendo as condi¸c˜oes: 1. ∇ ´e sim´etrica; 2. ∇ ´e compat´ıvel com a m´etrica Riemanniana. Demonstra¸c˜ ao. Suponhamos inicialmente a existˆencia de uma tal conex˜ao ∇. Ent˜ao X hY, Zi = h∇X Y, Zi + hY, ∇X Zi ,. (1.1). Y hZ, Xi = h∇Y Z, Xi + hZ, ∇Y Xi ,. (1.2). Z hX, Y i = h∇Z X, Y i + hX, ∇Z Y i .. (1.3). Adicionando (1.1) e (1.2) e subtraindo (1.3), temos, usando a simetria de ∇, que X hY, Zi + Y hZ, Xi − Z hX, Y i = h[X, Z], Y i + h[Y, Z], Xi + h[X, Y ], Zi + 2 hZ, ∇Y Xi . Portanto 1 {X hY, Zi + Y hZ, Xi − Z hX, Y i 2 − h[X, Z], Y i − h[Y, Z], Xi − h[X, Y ], Zi}.. hZ, ∇Y Xi =. (1.4). A express˜ao (1.4) mostra que ∇ est´a univocamente determinada pela m´etrica h, i. Logo, caso exista, ela ser´a u ´nica. Mostraremos que ∇ existe. De fato, defina ∇ por (1.4). ´ E f´acil verificar que ∇ est´a bem definida e que satisfaz `as propriedades desejadas. Observa¸ c˜ ao 1.1.5. A conex˜ao dada pelo teorema acima ´e denominada de conex˜ ao LeviCivita de M . 13.

(24) 1.2. O Tensor Curvatura. Nesta se¸c˜ao, apresentaremos uma defini¸c˜ao de curvatura que, intuitivamente, mede o quanto uma variedade Riemanniana deixa de ser Euclidiana. Logo em seguida discutiremos a no¸c˜ao de curvatura seccional. Defini¸ c˜ ao 1.2.1. A curvatura R de uma variedade Riemanniana M ´e uma correspondˆencia que associa a cada par de vetores X, Y ∈ X (M ) uma aplica¸c˜ ao R(X, Y ) : X (M ) → X (M ) dada por R(X, Y )Z = ∇Y ∇X Z − ∇X ∇Y Z + ∇[X,Y ] Z, Z ∈ X (M ). Observe que, se M = Rn , ent˜ao R(X, Y )Z = 0 para todo X, Y, Z ∈ X (Rn ). Com efeito, se indicarmos por Z = (z1 , ..., zn ) as componentes do campo Z nas coordenadas naturais do Rn , obteremos que ∇X Z = (Xz1 , ..., Xzn ), donde ∇Y ∇X Z = (Y Xz1 , ..., Y Xzn ), o que implica R(X, Y )Z = ∇Y ∇X Z − ∇X ∇Y Z + ∇[X,Y ] Z = 0, como hav´ıamos afirmado. A express˜ao de R em um sistema de coordenadas (U, X) em torno do ponto p ∈ M ´e dada por X m Rijk Xm . R(Xi , Xj )Xk = m. Denotaremos Rijks = hR(Xi , Xi )Xk , Xs i . Estes coeficientes satisfazem: Rijks + Rjkis + Rkijs Rijks Rijks Rijks. = = = =. 0 (Identidade de Biancchi), −Rjiks , −Rijsk , Rksij .. Proposi¸ c˜ ao 1.2.1. Seja σ ⊂ Tp M um espa¸co bi-dimensional do espa¸co tangente Tp M e sejam x, y ∈ σ dois vetores linearmente independentes. Ent˜ ao K(x, y) =. (x, y, x, y) |x ∧ y|2. n˜ ao depende da escolha dos vetores x, y ∈ σ. Aqui (x, y, x, y) = hR(x, y)x, yi . 14.

(25) Demonstra¸c˜ ao. Ver [8], p´agina 105. Defini¸ c˜ ao 1.2.2. Sejam p ∈ M e σ ⊂ Tp M um subespa¸co bidimensional. O n´ umero hR(x, y)x, yi real K(x, y) = , onde x e y ´e uma base qualquer de σ e kx ∧ yk = kx ∧ yk2 q kxk2 kyk2 − hx, yi2 , ´e chamado curvatura seccional de σ em p.. Lema 1.2.1. Seja V um espa¸co vetorial de dimens˜ ao ≥ 2 munido de um produto interno 0 h, i. Sejam R : V × V × V → V e R : V × V × V → V aplica¸c˜ oes tri-lineares tais que as propriedades da curvatura R sejam satisfeitas para (x, y, z, t) = hR(x, y)z, ti, (x, y, z, t)0 = hR0 (x, y)z, ti. Se x, y s˜ao dois vetores linearmente independentes, escrevamos, K(x, y) =. (x, y, x, y) (x, y, x, y)0 0 , K (x, y) = , |x ∧ y|2 |x ∧ y|2. onde σ ´e o subespa¸co bi-dimensional gerado por x e y. Se K(σ) = K 0 (σ) para todo σ ⊂ V , ent˜ao R = R0 . Demonstra¸c˜ ao. Ver [8], p´agina 105. Lema 1.2.2. Sejam M uma variedade Riemanniana e p um ponto de M . Defina uma aplica¸c˜ ao trilinear R0 : Tp (M ) × Tp (M ) × Tp (M ) → Tp (M ) por hR0 (X, Y, W ), Zi = hX, W i hY, Zi − hY, W i hX, Zi , onde X, Y, W, Z ∈ Tp (M ). Ent˜ao M tem curvatura seccional constante igual a K0 se, e s´ o se, R = K0 R0 , onde R ´e a curvatura de M . Demonstra¸c˜ ao. Admita que K(p, σ) = K0 para todo σ ⊂ Tp (M ) e fa¸ca hR0 (X, Y, W ), Zi = (X, Y, W, Z)0 . Observe que R0 satisfaz as propriedades da curvatura de uma variedade Riemanniana. Como (X, Y, X, Y )0 = hX, XihY, Y i − hX, Y i2 , temos que, para todo par de vetores X, Y ∈ Tp (M ), R(X, Y, X, Y ) = K0 (|X|2 |Y |2 − hX, Y i2 ) = K0 R0 (X, Y, X, Y ). Usando o Lema 1.2.1, isto implica que, para todo X, Y, W, Z, R(X, Y, W, Z) = K0 R0 (X, Y, W, Z), donde R = K0 R0 . A rec´ıproca ´e imediata.. 15.

(26) 1.3. A Segunda Forma Fundamental e as Equa¸ c˜ oes de Gauss, Ricci e Codazzi. Defini¸ c˜ ao 1.3.1. Uma imers˜ao f : M n → M ´e dita isom´etrica, se. n+m=k. entre duas variedades Riemannianas. hu, vip = hdfp (u), dfp (v)if(p) , ∀ u, v ∈ Tp M, ∀ p ∈ M n .. (1.5). n+m=k. ´e uma imers˜ ao e M ´e uma variedade Observa¸ c˜ ao 1.3.1. Se f : M n → M Riemanniana, ent˜ao a m´etrica Riemanniana M induz de maneira natural uma m´etrica Riemanniana em M dada por (1.5). Tal m´etrica ´e chamada de m´etrica Riemanniana induzida por f . A conex˜ao Riemanniana de M ser´a indicada por ∇. Se X, Y s˜ao campos locais de vetores em M e X, Y extens˜oes locais a M , definimos ∇X Y = (∇X Y )T ,. (1.6). onde (∇X Y )T ´e a componente tangencial de (∇X Y ). A express˜ao (1.6) define uma conex˜ao Riemanniana `a m´etrica induzida de M . n+m=k Seja f : M n → M uma imers˜ao de uma variedade Riemanniana M . Ent˜ao, para cada p ∈ M , o produto interno em Tp M decomp˜oe Tp M na soma direta Tp M = Tp M ⊕ (Tp M )⊥ , onde (Tp M )⊥ ´e o complemento ortogonal de Tp M em Tp M . Tal decomposi¸c˜ao varia diferenciavelmente com p. Ou seja, localmente a parte do fibrado tangente T M que se projeta sobre M decomp˜oe-se em um fibrado tangente T M e em um fibrado tangente normal T M ⊥ . A seguir, usaremos as letra latinas X, Y, Z, etc., para indicar os campos diferenci´aveis de vetores tangentes e as letras gregas ξ, η, ς, etc., para indicar os campos diferenci´aveis de vetores normais. Vamos definir a segunda forma fundamental da imers˜ao f : M → M . Inicialmente, conv´em introduzir previamente a seguinte defini¸c˜ao: se X e Y s˜ao campos locais em M , B(X, Y ) = ∇X Y − ∇X Y ´ claro que, B(X, Y ) n˜ao depende das extens˜oes ´e um campo local em M normal a M . E X, Y . Com efeito, se X 1 ´e uma outra extens˜ao de X, teremos (∇X Y − ∇X Y ) − (∇X 1 Y − ∇X Y ) = ∇X−X1 Y , que se anula em M , pois X − X1 = 0 em M . Al´em disso, se Y1 ´e uma outra extens˜ao de Y , ent˜ao (∇X Y − ∇X Y ) − (∇X Y1 − ∇X Y ) = ∇X (Y − Y1 ) = 0, pois Y − Y1 = 0 ao longo de uma trajet´oria de X. Portanto B(X, Y ) est´a bem definida. No que se segue, indicaremos por X (U )⊥ os campos diferenci´aveis em U de vetores normais a f (U ) ≈ U . 16.

(27) Proposi¸ c˜ ao 1.3.1. Se X, Y ∈ X (M ), ent˜ ao a aplica¸c˜ ao B : X (U ) × X (U ) → X (U )⊥ dada por B(X, Y ) = ∇X Y − ∇X Y ´e bilinear e sim´etrica. Demonstra¸c˜ ao. Usando as propriedades de linearidade de uma conex˜ao, conclui-se imediatamente que B ´e aditiva em X, Y e, al´em disso, B(f X, Y ) = f B(X, Y ), f ∈ D(U ). Indicando por f uma extens˜ao de f a U , temos B(f X, Y ) = ∇X f Y − ∇X (f Y ) = f ∇X Y − f ∇X Y + X(f )Y − X(f )Y. ´ltimas parcelas se anulam, Como em M , f = f e X(f ) = X(f ), conclu´ımos que as duas u donde B(f X, Y ) = f B(X, Y ), isto ´e, B ´e bilinear. A aplica¸c˜ao B ´e sim´etrica. De fato, usando a simetria da conex˜ao Riemanniana, obtemos (1.7) B(X, Y ) = ∇X Y − ∇X Y = ∇Y X + [Y , X] − ∇Y X − [X, Y ]. Como [X, Y ] = [X, Y ] em M , conclu´ımos que B(X, Y ) = B(Y, X). Defini¸ c˜ ao 1.3.2. Sejam p ∈ M e η ∈ (Tp M )⊥ . Definimos a aplica¸c˜ ao Hη : Tp (M ) × Tp (M ) → R por Hη (x, y) = hB(x, y), ηi, x, y ∈ Tp M. Usando a proposi¸c˜ao anterior temos que Hη ´e uma forma bilinear e sim´etrica. A forma quadr´atica IIη em Tp M , definida por IIη (x) = Hη (x, x), ´e chamada a segunda forma fundamental de f em p, segundo o vetor normal η. Observa¸ c˜ ao 1.3.2. Como a aplica¸c˜ ao Hη ´e uma forma bilinear e sim´etrica, podemos sempre associ´a-la uma aplica¸c˜ao auto-adjunta, a saber: Sη : Tp M → Tp M, definida por hSη x, yi = Hη (x, y) = hB(x, y), ηi. Proposi¸ c˜ ao 1.3.2. Sejam p ∈ M , x ∈ Tp M e η ∈ (Tp M )⊥ . Seja N uma extens˜ ao local de η normal a M . Ent˜ao Sη (x) = −(∇x N )T . Demonstra¸c˜ ao. Sejam x, y ∈ Tp M e X, Y extens˜oes locais, respectivamente, de x, y. Ent˜ao, hN, Y i = 0 e, portanto, hSη (x), yi = hB(X, Y )(p), N i = h∇X Y − ∇X Y, N i(p) = h∇X Y, N i(p) = −hY, ∇X N i(p) = h−∇x N, yi, ∀ y ∈ Tp M .. 17.

(28) n+1=k. Exemplo 1.3.1. Sejam f : M n → M uma hipersuperf´ıcie, p ∈ M , Sη , η ∈ (Tp M )⊥ e kηk = 1. Como Sη : Tp M → Tp M ´e linear e sim´etrica, ent˜ ao pode ser diagonalizada por uma base ortonormal de autovetores {e1 , ..., en } com valores pr´ oprios reais {λ1 , ..., λn }, ao orientadas, denominamos os ei isto ´e, Sη (ei ) = λi ei , i = 1, ..., n. Visto que M e M s˜ de dire¸c˜ oes principais e os λi = ki curvaturas principais de f . Dados X e η, j´a vimos que a componente tangente de ∇X N ´e dada por (∇X N )> = −Sη (X). Vamos estudar, agora, a componente normal de ∇X N , que ser´a chamada de conex˜ao normal ∇⊥ da imers˜ao. Explicitamente, N T ∇⊥ X η = (∇X N ) = ∇X N − (∇X N ) = ∇X N + Sη (X).. A conex˜ao normal ∇⊥ possui as propriedades usuais de uma conex˜ao, isto ´e, ∇⊥ ´e linear e aditiva em η. De maneira an´aloga ao caso do fibrado tangente introduz-se, a partir de ∇⊥ , uma no¸c˜ao de curvatura no fibrado normal, a qual ´e chamada curvatura normal R⊥ da imers˜ao. Esta curvatura normal ´e definida por ⊥ ⊥ ⊥ ⊥ R⊥ (X, Y )η = ∇⊥ Y ∇X η − ∇X ∇Y η + ∇[X,Y ] η.. Tudo se passa como se a geometria da imers˜ao se decompusesse em duas geometrias: uma geometria do fibrado tangente e uma geometria do fibrado normal. Estas geometrias se relacionam com a segunda forma fundamental da imers˜ao por meio de express˜oes que generalizam as equa¸c˜oes cl´assicas de Gauss e Codazzi da teoria das superf´ıcies. A seguir, estabelecemos tais rela¸c˜oes. Proposi¸ c˜ ao 1.3.3. As equa¸c˜oes seguintes se verificam: 1. Equa¸c˜ao de Gauss:. R(X, Y )Z, T = hR(X, Y )Z, T i − hB(Y, T ), B(X, Z)i + hB(X, T ), B(Y, Z)i . 2. Equa¸c˜ao de Ricci:. . R(X, Y )η, ζ − R⊥ (X, Y )η, ζ = h[Sη , Sζ ]X, Y i , onde [Sη , Sζ ] = Sη ◦ Sζ − Sζ ◦ Sη . Demonstra¸c˜ ao. Observe que ∇X Y = ∇X Y + B(X, Y ). Como R(X, Y )Z = ∇Y ∇X Z − ∇X ∇Y Z + ∇[X,Y ] Z = ∇Y (∇X Z + B(X, Z)) − ∇X (∇Y Z + B(Y, Z)) + ∇[X,Y ] Z + B([X, Y ], Z), temos R(X, Y )Z = = − = −. ∇Y ∇X Z + ∇Y B(X, Y ) − ∇X ∇Y Z − ∇X B(Y, Z) + ∇[X,Y ] Z + B([X, Y ], Z) ∇Y ∇X Z + B(∇X Z, Y ) + ∇⊥ Y B(X, Z) − SB(X,Z) (Y ) − ∇X ∇Y Z − B(∇Y Z, X) ⊥ ∇X B(Y, Z) + SB(Y,Z) (X) + ∇[X,Y ] Z + B([X, Y ], Z) R(X, Y )Z + B(Y, ∇X Z) + ∇⊥ Y B(X, Z) − SB(X,Z) (Y ) − B(∇Y Z, X) ⊥ ∇X B(Y, Z) + SB(Y,Z) (X) + ∇[X,Y ] Z + B([X, Y ], Z). (1.8) 18.

(29) Tomando o produto interno de (1.8) com T , vemos que os termos normais se anulam e, portanto,. . R(X, Y )Z, T = hR(X, Y )Z, T i − SB(X,Z) (Y ), T − SB(Y,Z) (X), T = hR(X, Y )Z, T i − hB(Y, T ), B(X, Z)i + hB(X, T ), B(Y, Z)i , onde a u ´ltima igualdade foi obtida a partir da observa¸c˜ao (1.3.2). Assim, encontramos a equa¸c˜ao de Gauss. Agora, obteremos a equa¸c˜ao de Ricci. Com efeito, R(X, Y )η = ∇Y ∇X η − ∇X ∇Y η + ∇[X,Y ] η ⊥ ⊥ = ∇Y (∇⊥ X η − Sη (X)) − ∇X (∇Y η − Sη (Y )) + ∇[X,Y ] η − Sη [X, Y ] ⊥ ⊥ = ∇Y ∇⊥ X η − ∇Y Sη (X) − ∇X ∇Y η + ∇X Sη (Y ) + ∇[X,Y ] η − Sη [X, Y ] ⊥ ⊥ = ∇⊥ (Y ) − ∇Y Sη (X) − ∇⊥ (X) + ∇X Sη (Y ) Y ∇ X η − S∇ ⊥ X ∇ Y η − S∇ ⊥ Xη Yη. + ∇⊥ [X,Y ] η − Sη [X, Y ] ⊥. = R (X, Y )η − S∇⊥X η (Y ) − ∇Y Sη (X) − B(Sη (X), Y ) + S∇⊥Y η (X) + ∇X Sη (Y ) + B(X, Sη Y ) − Sη [X, Y ]. Fazendo o produto interno da u ´ltima equa¸c˜ao com ζ e observando que hB(X, Y ), ηi = hSη (X), Y i, obtemos. R(X, Y )η, ζ = R⊥ (X, Y )η, ζ − hB(Sη (X), Y ), ζi + hB(X, Sη Y ), ζi .. = R⊥ (X, Y )η, ζ + h(Sη Sζ − Sζ Sη )X, Y i .. Logo. . R(X, Y )η, ζ = R⊥ (X, Y )η, ζ + h[Sη , Sζ ]X, Y i .. Esta u ´ltima express˜ao ´e denominada de Equa¸c˜ao de Ricci. Observa¸ c˜ ao 1.3.3. Dizemos que o fibrado normal de uma imers˜ ao ´e plano, se R⊥ = 0. Admitamos que o espa¸co ambiente M tem curvatura seccional constante. Ent˜ ao a equa¸c˜ ao de Ricci se escreve. ⊥. R (X, Y )η, ζ = − h[Sη , Sζ ]X, Y i . Decorre da´ı que R⊥ = 0 se, e s´o se, [Sη , Sζ ] = 0, quaisquer que sejam η, ζ ∈ T ⊥ M . As equa¸c˜oes de Gauss e de Ricci s˜ao express˜oes alg´ebricas que relacionam, respectivamente, as curvaturas dos fibrados tangente e normal com a segunda forma fundamental da imers˜ao. Uma rela¸c˜ao n˜ao-alg´ebrica ´e dada pela equa¸c˜ao de Codazzi. Neste caso, precisamos “derivar”a segunda forma fundamental considerada como um tensor.. 19.

(30) Dada uma imers˜ao isom´etrica, conv´em indicar por X (M )⊥ o espa¸co dos campos diferenci´aveis de vetores normais a M . A segunda forma fundamental da imers˜ao pode ser considerada como o tensor B : X (M ) × X (M ) × X (M )⊥ → D(M ) definido por B(X, Y, η) = hB(X, Y ), ηi . A defini¸c˜ao de derivada covariante se estende a este tipo de tensor de maneira natural, a saber: (∇X B)(Y, Z, η) = X(B(Y, Z, η)) − B(∇X Y, Z, η) − B(Y, ∇X Z, η) − B(Y, Z, ∇⊥ X η). Proposi¸ c˜ ao 1.3.4. (Equa¸c˜ao de Codazzi). Com a nota¸c˜ ao acima,. R(X, Y )η, ζ = (∇Y B)(X, Z, η) − (∇X B)(Y, Z, η). Demonstra¸c˜ ao. Observe, inicialmente, que (∇X B)(Y, Z, η) = X hB(Y, Z), ηi − hB(∇X Y, Z), ηi − hB(Y, ∇X Z), ηi. − B(Y, Z), ∇⊥ X η). . ⊥ = ∇⊥ X B(Y, Z), η + B(Y, Z), ∇X η) − hB(∇X Y, Z), ηi. − hB(Y, ∇X Z), ηi − B(Y, Z), ∇⊥ η) X. ⊥. = ∇X B(Y, Z), η − hB(∇X Y, Z), ηi − hB(Y, ∇X Z), ηi . Considere agora a express˜ao (1.8) na demonstra¸c˜ao da Proposi¸c˜ao 1.3.3 e tome o produto interno de (1.8) por η .Logo, levando em considera¸c˜ao a observa¸c˜ao acima, vemos que hR(X, Y )η, ζi = hB(Y, ∇X Z), ηi + h∇⊥ Y B(X, Z), ηi − hB(X, ∇Y Z), ηi − h∇⊥ X B(Y, Z), ηi + hB(∇X Y, Z), ηi − hB(∇Y X, Z), ηi = −(∇Y B)(X, Z, η) + (∇X B)(Y, Z, η), portanto, obtivemos a Equa¸c˜ao de Codazzi. Observa¸ c˜ ao 1.3.4. Se o espa¸co ambiente M tem curvatura seccional constante, ent˜ ao a Equa¸c˜ ao de Codazzi se reduz `a express˜ ao (∇Y B)(X, Z, η) = (∇X B)(Y, Z, η). Se, al´em disso, a codimens˜ao da imers˜ ao ´e um, ∇⊥ X η = 0, ou seja, ∇X B(Y, Z, η) = X h Sη (Y ), Zi − hSη (∇X Y ), Zi − h Sη (Y ), ∇X Zi = h∇X (Sη (Y )), Zi − hSη (∇X Y ), Zi . Nesse caso, a equa¸c˜ao de Codazzi se escreve da seguinte forma: ∇X (Sη (Y ) − ∇Y (Sη (X)) = Sη ([X, Y ]). A importˆancia das equa¸c˜oes de Gauss, Codazzi e Ricci ´e que, no caso em que o espa¸co ambiente tem curvatura seccional constante, elas desempenham um papel ao an´alogo das equa¸c˜oes de compatibilidade na teoria das superf´ıcies. 20.

(31) 1.4. O Teorema de Gauss m. Seja f : M n → M uma imers˜ao isom´etrica entre variedades Riemannianas. Relacionaremos agora a curvatura de M com a curvatura de M e as segundas formas fundamentais de duas variedades Riemannianas. Sejam x, y ∈ Tp M ⊂ Tp M linearmente independentes, indicaremos por K(x, y) e K(x, y) as curvaturas seccionais de M e M , respectivamente, no plano gerado por x e y. Teorema 1.4.1. (Gauss). Se p ∈ M e x, y s˜ ao vetores ortonormais de Tp M , ent˜ ao K(x, y) − K(x, y) = hB(x, x), B(y, y)i − |B(x, y)|2 .. (1.9). Demonstra¸c˜ ao. Decorre da Proposi¸c˜ao 1.3.3 item 1. n+1. Observa¸ c˜ ao 1.4.1. No caso em que f : M n → M ´e uma hipersuperf´ıcie, a f´ ormula de Gauss (1.9) admite uma express˜ao mais simples. De fato, sejam p ∈ M e η ∈ (Tp M )⊥ . Seja e1 , ..., en uma base ortonormal de autovetores de Tp M para a qual Sη ´e diagonal, isto ´e, Sη (ei ) = λi ei , i = 1, ..., n, onde λ1 , ..., λn s˜ ao os autovalores pr´ oprios de Sη . Portanto, a express˜ ao (1.9) se escreve K(ei , ej ) − K(ei , ej ) = λi λj .. (1.10). Exemplo 1.4.1. A curvatura seccional da esfera unit´ aria S n ⊂ Rn+1 ´e igual a constante n 1. Com efeito, orientando S pelo campo normal unit´ ario N (x) = −x ∈ S n , temos −x = dNp (x) =. d N ◦ c(t)|t=0 = ∇x N = (∇x N )T = −Sη x, ∀ p ∈ M, ∀ x ∈ Tp M, dt. onde c(0) = p e c0 (0) = x. Os valores pr´ oprios de Sη s˜ ao todos iguais a 1. Al´em disso, a curvatura seccional de Rn ´e zero, portanto usando a equa¸c˜ ao (1.10), temos K(ei , ej ) = 1, ∀ i, j = 1, ..., n. 1.5. A M´ etrica Produto e Conex˜ ao Produto. Sejam M e M variedades Riemannianas e consideremos o produto cartesiano M × M com a estrutura diferencial produto. Sejam π : M × M → M e π : M × M → M as proje¸c˜oes naturais. Definiremos uma m´etrica Riemanniana em M × M da seguinte maneira: hu, vi(p,q) = hdπu, dπvip + hdπu, dπviq , para todo (p, q) ∈ M × M , u, v ∈ T(p,q) (M × M ). Denominamos a m´etrica definida acima de m´etrica produto. Por exemplo, o toro S 1 × ... × S 1 = T n tem uma estrutura Riemanniana produto. De fato, basta escolhermos no c´ırculo S 1 ⊂ R2 a m´etrica Riemanniana induzida por R2 e tomarmos a m´etrica produto. O toro T n com esta m´etrica Riemanniana chama-se toro plano. 21.

(32) Sejam M e M variedades Riemannianas e consideremos o produto M × M com a m´etrica produto. Sejam ∇1 e ∇2 as conex˜oes, respectivamente, de M e M . Denotaremos por ∇ a conex˜ao Riemanniana de M × M definida por ∇Y1 +Y2 (X1 + X2 ) = ∇1 Y1 X1 + ∇2 Y2 X2 , ∀ X1 , Y1 ∈ X (M ) e X2 , Y2 ∈ X (M ). Tal conex˜ao chama-se conex˜ao produto.. 1.6. O Teorema de Green-Stokes. Nesta se¸c˜ao, apresentaremos alguns fatos sobre An´alise Complexa, os quais ser˜ao u ´teis na demonstra¸c˜ao do Teorema Principal, al´em de auxiliar para o entendimento do pr´oximo cap´ıtulo. Defini¸ c˜ ao 1.6.1. Seja f : U ⊂ C → C definida por f (z) = u(x, y) + iv(x, y). Dizemos que f ´e C k , se as fun¸c˜oes u(x, y) e v(x, y) s˜ ao C k . Se u e v s˜ ao C ∞ , dizemos que f ´e ∞ C . Aqui estamos identificando z = x + iy = (x, y). Lema 1.6.1. Sejam P : U ⊂ C → C e Q : U ⊂ C → C fun¸c˜ oes C ∞ definidas num aberto U ⊂ C, ent˜ao existem fun¸c˜oes g e h ∈ C ∞ , tais que P dx + Qdy = gdz + hdz. Demonstra¸c˜ ao. Sabemos que, para z = x + iy, dz = dx + idy dz = dx − idy. Logo .    dz + dz dz − dz P dx + Qdy = P +Q 2 2i P P Q Q = dz + dz + dz − dz 2 2i 2i  2 iP + Q iP − Q = dz + dz. 2i 2i Tomando g =. iP + Q iP − Q eh= vemos que g e h s˜ao fun¸c˜oes C ∞ e, al´em disso, 2i 2i P dx + Qdy = gdz + hdz.. Usando as express˜oes acima, obtemos Lema 1.6.2. dz ∧ dz = −2idxdy. 22. (1.11).

(33) Demonstra¸c˜ ao. (dz ∧ dz) = (dx + idy) ∧ (dx − idy) = (dx ∧ dx) − i(dx ∧ dy)) + i(dy ∧ dx) − i2 (dy ∧ dy). Como (dx ∧ dx) = 0 = (dy ∧ dy) e (dy ∧ dx) = −(dx ∧ dy) temos dz ∧ dz = −2i(dx ∧ dy) = −2idxdy.. Defini¸ c˜ ao 1.6.2. Seja U ⊂ C um subconjunto n˜ ao-vazio e aberto. Dizemos que U ´e um dom´ınio, se U for conexo. Defini¸ c˜ ao 1.6.3. Suponhamos que U ⊂ C seja um dom´ınio e B ⊂ U um conjunto compacto, cuja fronteira ∂B consiste de um n´ umero finito de curvas de Jordan suaves por partes e tal que B − ∂B ´e um dom´ınio. Para cada uma dessas curvas, adotaremos o sentido de percurso tal que o interior de B est´ a sempre a esquerda quando a percorremos. Nesssas condi¸c˜oes, dizemos que B e ∂B tˆem orienta¸c˜ oes compat´ıveis. Teorema 1.6.1. (Teorema de Green-Stokes Complexo). Sejam f e g fun¸c˜ oes C ∞ definidas num dom´ınio U ⊂ C. Seja B um conjunto compacto cuja fronteira, ∂B, consiste de um n´ umero finito de curvas de Jordan suaves por partes. Al´em disso, suponhamos que B − ∂B seja um dom´ınio, com B e a ∂B tendo orienta¸c˜ oes compat´ıveis. Ent˜ ao  Z ZZ  ∂h ∂g − dz ∧ dz. gdz + hdz = ∂z ∂z ∂B B     ∂f 1 ∂f ∂f ∂f 1 ∂f ∂f Demonstra¸c˜ ao. Como = +i e = −i , usando o Lema ∂z 2 ∂x ∂y ∂z 2 ∂x ∂y 1.6.2, obtemos ZZ  B. ∂h ∂g − ∂z ∂z. .     1 ∂h ∂h ∂g ∂g dz ∧ dz = −i − +i (−2idxdy) ∂x ∂y ∂x ∂y B 2  ZZ  ∂h ∂h ∂g ∂g = −i − +i − dxdy ∂x ∂y ∂x ∂y B    ZZ  ∂g ∂h ∂g ∂h = i −i − + dxdy. ∂x ∂x ∂y ∂y B ZZ. Definindo P = g + h e Q = ig − ih,. (1.12). vemos ZZ  B. ∂h ∂g − ∂z ∂z. . ZZ  dz ∧ dz = B. 23. ∂Q ∂P − ∂x ∂y.  dxdy..

(34) Usando o Teorema de Green-Stokes , tem-se  ZZ  Z ∂h ∂g P dx + Qdy. − dz ∧ dz = ∂z ∂z B ∂B iP + Q iP − Q Agora, por (1.12), temos que g = eh= . Logo, utilizando o Lema 1.6.2, 2i 2i obtemos  Z ZZ  ∂h ∂g gdz + hdz. − dz ∧ dz = ∂z ∂z ∂B B. Defini¸ c˜ ao 1.6.4. Sejam ϕ : U ⊂ C → C uma fun¸c˜ ao definida num dom´ınio U em torno da origem e D um disco centrado em 0 e raio r. Sejam z0 ∈ D e B(a) = D − B(z0 , a). Definimos ZZ ZZ ϕ ϕ dz ∧ dz = lim dz ∧ dz, a→0 D z − z0 B(a) z − z0 se o limite existir. Proposi¸ c˜ ao 1.6.1. Existe o limite dado pela defini¸c˜ ao 1.6.4.. Figura 1.1: Defini¸c˜ao da regi˜ao B(a) Demonstra¸c˜ ao. Fa¸camos a seguinte mudan¸ca de coordenadas: z = z0 + reiθ . Assim z = x + iy = (x0 + rcosθ) + i(y0 + rsenθ), onde z0 = x0 + iy0 . Dessa forma, x = x0 + rcosθ 24.

(35) y = y0 + rsenθ e, conseq¨ uentemente, dx = (cosθ)dr − (rsenθ)dθ dy = (senθ)dr + (rcosθ)dθ. Usando o Lema 1.6.2, temos dz ∧ dz = = = = = =. −2i(dx ∧ dy) −2i((cosθ)dr − (rsenθ)dθ) ∧ (senθ)dr + (rcosθ)dθ) −2i(rcos2 θ)dr ∧ dθ − (rsen2 θ)dθ ∧ dr −2i(rcos2 θ)dr ∧ dθ + (rsen2 θ)dr ∧ dθ −2irdr ∧ dθ −2irdrdθ.. Fazendo a mudan¸ca de vari´avel, obtemos ZZ ZZ ϕ(z) ϕ(z) dz ∧ dz = lim dz ∧ dz a→0 D z − z0 B(a) z − z0 ZZ ϕ(z0 + reiθ ) (−2irdrdθ) = lim a→0 reiθ B1 (a) ZZ ϕ(z0 + reiθ ) = lim (−2idrdθ), a→0 eiθ B1 (a) onde B1 (a) ´e a regi˜ao obtida atrav´es da mudan¸ca de coordenadas de B(a).. 1.7. A Demonstra¸c˜ ao do Teorema de H. Hopf. Provaremos o Teorema de H. Hopf, que ´e um dos objetivos do trabalho, o qual tem o seguinte enunciado: Teorema 1.7.1. Seja M uma superf´ıcie compacta de gˆenero zero imersa em R3 com curvatura m´edia H constante. Ent˜ao M ´e isom´etrica ` a esfera redonda. Antes de definirmos a forma quadr´atica de Hopf, necessitaremos estabelecer alguns fatos. Sejam (u, v) parˆametros isot´ermicos em um conjunto aberto U ⊂ R2 e X : U ⊂ R2 → M uma parametriza¸c˜ao compat´ıvel com a orienta¸c˜ao do campo de vetores normais N de M e consideremos a segunda forma fundamental para superf´ıcies II = edu2 + 2f dudv + gdv 2 , onde e = hN, Xuu i, f = hN, Xuv i e g = hN, Xvv i.. 25. (1.13).

(36) A curvatura Gaussiana e a curvatura m´edia em tal sistema de parˆametros s˜ao dadas, respectivamente, por eg − f 2 K = k1 k2 = E2 1 e+g H = (k1 + k2 ) = , 2 2E onde E = hXu , Xu i. As linhas de curvatura s˜ao dadas por −f du2 + (e − g)dudv + f dv 2 = 0. As equa¸c˜oes de Codazzi s˜ao ev − fu = fv − gu = − Como EH =. Ev (e + g) = Ev H 2E Eu (e + g) = −Eu H. 2E. e+g , vemos que 2 Ev H = −EHv +. ev + gv 2. eu + gu . 2 Portanto, as equa¸c˜oes de Codazzi podem ser escritas como Eu H = −EHu +. (. e−g )u + fv = EHu 2. e−g )v − fu = −EHv 2 Vamos reescrever (1.13) em parˆametros complexos. Inicialmente, observamos que (. e 1 g (dz + dz)2 − if (dz + dz)(dz − dz) − (dz − dz)2 4 2 4 e 1 g 2 2 2 2 = (dz + 2dzdz + dz ) − if (dz − dz ) − (dz 2 − 2dzdz + dz 2 ) 4 2    4  e−g 1 1 e−g 1 2 = − if dz + (e + g)dzdz + + if dz 2 . 4 2 2 4 2. II =. Agora, fazendo ψ(z, z) =. e−g e+g − if e φ(z, z) = , vemos que 2 2 1 II = (ψdz 2 + 2φdzdz + ψdz 2 ). 2. A express˜ao H = ψdz 2 ´e chamada a forma quadr´atica de Hopf. 26.

(37) Nosso objetivo ´e mostrar que, se H ´e constante, ent˜ao a diferencial de Hopf H ´e holomorfa sobre M . Al´em disso, os zeros de H s˜ao isolados e coincidem com os pontos umb´ılicos da superf´ıcie, a menos que a superf´ıcie seja umb´ılica. Analisaremos a fun¸c˜ao ψ(z, z) definida acima. Inicialmente, notemos que  2 e−g e2 − 2eg + g 2 + 4f 2 (e2 + 2eg + g 2 ) − 4(eg − f 2 ) 2 |ψ| = + f2 = = 2 4 4  2 e+g − (eg − f 2 ) = E 2 H 2 − E 2 K = E 2 (H 2 − K). = 2 Utilizamos na pen´ ultima igualdade o fato de (u, v) serem parˆametros isot´ermicos. Da´ı, decorre que  2 |ψ|2 1 2 1 2 k1 − k2 2 2 = (k1 + 2k1 k2 + k2 − 4k1 k2 ) = (k1 − 2k1 k2 + k2 ) = , E2 4 4 2 donde

(38)

(39) |ψ|

(40)

(41) k1 − k2

(42)

(43) = . |E|

(44) 2

(45). (1.14). Portanto, os pontos umb´ılicos (k1 = k2 ) de uma superf´ıcie M s˜ao os zeros de ψ. Por outro lado, observe que    e−g 2 2 2 Im{ψ(dz) } = Im − if (du + 2idudv − dv ) = (e − g)dudv − f du2 + f dv 2 . 2 Logo as linhas de curvatura s˜ao determinadas por Im{ψ(dz)2 } = 0.. (1.15). Utilizando as equa¸c˜oes de Codazzi, obtemos   e−g + fv = EHu , 2 u   e−g − fu = −EHv . 2 v Da´ı  i. e−g 2. .  − fu + v. . e−g 2. .  + fv = E[Hu − iHv ], u. o que implica, ψz = EHz . O fato de H ser holomorfa ´e equivalente a curvatura m´edia ser constante. Al´em disso, φ n˜ao depende da mudan¸ca de parˆametros. Com efeito, e−g 1 − if = − (Xu Nu − Xv Nv ) − i(Xu Nu + Xv Nv ) 2 2 1 = − (Xu − iXv )(Nu − iNv ) = −2Xz Nz . 2. ψ(z, z) =. 27.

(46) Se w ´e outro parˆametro complexo e φ(w, w) denota outra fun¸c˜ao definida como a fun¸c˜ao dw dw ψ(z, z), ent˜ao φ = −2Xw Nw . Como Xz = Xw e Nz = Nw , segue que dz dz  2  2 dw dw dw dw = −2Xw Nw =φ . ψ = −2Xz Nz = −2Xw Nw dz dz dz dz Logo ψdz 2 = φdw2 , o que demonstra o afirma¸c˜ao. Falta mostrar que ψ ´e identicamente nula para concluirmos que a superf´ıcie ´e uma esfera redonda. De fato, precisaremos do seguinte Teorema 1.7.2. Dada uma superf´ıcie compacta M de gˆenero 0, n˜ao existe diferencial quadr´ atica holomorfa ψdz 2 n˜ao-nula. Demonstra¸c˜ ao. Ver [6], p´agina 140. Assim ψ ´e identicamente nula, donde segue por (1.14) que a superf´ıcie ´e umb´ılica. Como a superf´ıcie ´e compacta temos que M ´e uma esfera, o que conclui nossa afirma¸c˜ao. Agora daremos uma segunda prova para o Teorema de H. Hopf, a qual ´e considerada mais interessante, pois a id´eia dessa demonstra¸c˜ao ser´a utilizada na prova do Teorema Principal do nossa disserta¸c˜ao. Antes precisaremos de alguns fatos. Inicialmente, notemos que (1.15) ´e equivalente a argψ + 2arg dz = mπ. m ∈ Z ou arg dz =. mπ 1 − arg ψ, 2 2. (1.16). onde dz ´e o elemento tangente das linhas de curvatura. Defini¸ c˜ ao 1.7.1. Dizemos que um campo de linhas tem singularidade em um ponto p, se ´e imposs´ıvel estender o campo para p continuamente. Defini¸ c˜ ao 1.7.2. Seja α : [0, l] → R2 uma curva plana fechada. Definiremos por ´ındice de rota¸c˜ ao da curva α, o n´ umero inteiro m tal que Z l k(s)ds = 2πm, 0. onde k ´e a curvatura da curva. Defini¸ c˜ ao 1.7.3. O ´ındice j de uma singularidade isolada ´e definido como segue. Sejam p uma singularidade isolada de um campo de elementos de linha e C uma curva simples fechada tais que 1. p ´e a u ´nica singularidade no interior de C; 2. N˜ ao existem singularidades em C.. 28.

(47) Seja p um ponto umb´ılico isolado. Ent˜ao p ´e uma singularidade isolada de cada uma das duas fam´ılias de linhas de curvatura (uma fam´ılia correspondente a k1 e a outra a k2 , onde mantemos a conven¸c˜ao k1 ≥ k2 ). Portanto p tem ´ındice com respeito a cada uma dessas fam´ılias, como cada linha da fam´ılia s˜ao ortogonais, segue imediatamente da defini¸c˜ao do ´ındice que os dois ´ındices s˜ao iguais. Logo, o ´ındice de pontos isolados umb´ılicos est´a definido e satisfaz j=. 1 δ(argdz), 2π. onde δ significa a varia¸c˜ao em volta de p em uma pequena curva no sentido positivo e dz tem a express˜ao dada em (1.16). Como o n´ umero inteiro m n˜ao varia, segue que j=−. 1 1 δ(argψ). 2π 2. Teorema 1.7.3. Sejam R uma regi˜ ao contida em uma superf´ıcie com curvatura m´edia constante, U o conjunto dos pontos umb´ılicos e p ∈ U . Ent˜ ao 1. p ´e um ponto interior de U ; 2. p ´e um ponto isolado de U e o ´ındice de p ´e negativo. Demonstra¸c˜ ao. Podemos supor, sem perda de generalidade, que R est´a contida na imagem da parametriza¸c˜ao. Por (1.14), U ´e o conjunto dos zeros da fun¸c˜ao ψ definida em sistema de coordenadas, a qual ´e holomorfa , pois a curvatura m´edia ´e constante . Portanto, ou ψ ≡ 0 e todos os pontos pertencem a U ou ψ 6= 0 e p ´e um ponto isolado de U . Neste caso, podemos aplicar a defini¸c˜ao 1.7. Como ψ ´e anal´ıtica, temos ψ(z) = cz n + ..., onde c 6= 0, n ≥ 1. Portanto, δ(argψ) = 2πn. Conseq¨ uentemente, j=−. 1 1 n δ(argψ) = − < 0, 2π 2 2. como quer´ıamos demonstrar. Teorema 1.7.4. (Poincar´e) Se F ´e um campo de elementos de linha em M com um n´ umero finito de singularidades , ent˜ ao X j = 2 − 2g, onde g ´e o gˆenero de M . Demonstra¸c˜ ao. Ver [6], p´agina 113. Observa¸ c˜ ao 1.7.1. Segue do Teorema 1.7.4 que qualquer campo na superf´ıcie tem pelo menos uma singularidade. Caso tenha no m´ aximo um n´ umero finito de singularidades, ent˜ ao tem pelo menos uma singularidade de ´ındice positivo. 29.

(48) Al´em disso, podemos provar o Teorema de H.Hopf da seguinte maneira: A equa¸c˜ao quadr´atica Im(ψdz 2 ) = 0 determina dois campos de dire¸c˜oes, cujas singularidades s˜ao os zeros de ψ. Sejam U o conjunto de pontos umb´ılicos de M e U ∗ o conjunto de todos os pontos interiores de U . Ent˜ao U ∗ ´e aberto e fechado, o que implica U ∗ = ∅ ou U ∗ = M . Como ψ ´e holomorfa, se z0 ´e um zero de ψ, ent˜ao ψ ≡ 0 em uma vizinhan¸ca V de z0 ou ψ = (z − z0 )k fk (z), z ∈ V , k ≥ 1, onde fk ´e uma fun¸c˜ao de z com fk (z0 ) 6= 0. Neste u ´ltimo caso, z0 ´e uma singularidade isolada do campo de dire¸c˜oes e o ´ındice ´e (−k/2), pelo Teorema 1.7.3. Logo ψ ≡ 0 em M e temos que M ´e uma esfera redonda ou todas as singularidades s˜ao isoladas e temos ´ındice negativo. Como g = 0, pelo Teorema 1.7.4, a soma dos ´ındices de todas as singularidades para qualquer campo de dire¸c˜oes ´e 2 (portanto positivo). Isto ´e uma contradi¸c˜ao. Assim ψ ≡ 0 em M . O que demonstra nossa afirma¸c˜ao.. 30.

(49) Cap´ıtulo 2 O Teorema de Alencar, do Carmo e Tribuzy Neste cap´ıtulo demonstraremos o resultado principal do nosso trabalho. Analisaremos o mesmo problema estudado por Abresch e Rosenberg em 2004 com uma significativa mudan¸ca, a saber: a curvatura m´edia n˜ao ´e assumida constante, mas satisfaz |dH| ≤ g|Q(2,0) |, onde |dH| ´e a norma da diferencial da curvatura m´edia H de M e g ´e uma fun¸c˜ao real, cont´ınua e n˜ao-negativa. Na se¸c˜ao 2.1, usaremos cartas isot´ermicas para calcularmos a diferencial ZQ(Z, Z), cuja express˜ao nos garante a generaliza¸c˜ao do Teorema de Abresch-Rosenberg. Na se¸c˜ao 2.2, provaremos o Lema Principal, o qual nos dar´a condi¸c˜oes para conclu´ırmos a demonstra¸c˜ao do resultado principal da nossa disserta¸c˜ao. Demonstraremos, na se¸c˜ao 2.3, o Teorema de Alencar, do Carmo e Tribuzy.. 2.1. A Demonstra¸c˜ ao do Teorema de Alencar, do Carmo e Tribuzy. Nesta se¸c˜ao, demontraremos o principal resultado do nosso trabalho, mas antes exibiremos o Teorema de Abresch e Rosenberg, cujo enunciado ´e o seguinte: Teorema 2.1.1. (Abresch-Rosenberg-2004) Sejam M uma superf´ıcie imersa em M 2 (c)× R e Q uma forma quadr´atica definida por Q(X, Y ) = 2Hα(X, Y ) − c hξX, ξY i , onde M 2 (c) ´e uma variedade Riemanniana com curvatura c, X e Y s˜ ao vetores tangentes a M , α ´e a segunda forma fundamental, H ´e a curvatura m´edia e ξ : M 2 (c) × R → R ´e a proje¸c˜ ao natural sobre R, isto ´e, ξ(p, t) = t; p ∈ M 2 (c), t ∈ R. Se a curvatura m´edia H ´e constante, ent˜ao Q(2,0) ´e uma forma quadr´ atica holomorfa. Como conseq¨ uˆencia, se M ´e uma superf´ıcie compacta de gˆenero zero, ent˜ ao M ´e uma superf´ıcie mergulhada invariante por rota¸c˜oes no espa¸co ambiente. Demonstra¸c˜ ao. Ver [1]. Agora provaremos o resultado principal da nossa disserta¸c˜ao, a saber: 31.

(50) Teorema 2.1.2. (Teorema de Alencar, do Carmo e Tribuzy) Seja M uma superf´ıcie compacta de gˆenero zero imersa em M 2 (c) × R. Suponhamos que |dH| ≤ h(z)|Q(2,0) |, onde |dH| ´e a norma da diferencial da curvatura m´edia H de M , h ´e uma fun¸c˜ ao real (2,0) cont´ınua, n˜ao-negativa e Q ´e a parte (2, 0) da forma quadr´ atica definida por Abresch (2,0) e Rosenberg. Ent˜ao Q ´e identicamente nula e M ´e uma superf´ıcie invariante por rota¸c˜ oes em M 2 (c) × R. O resultado acima generaliza o Teorema 2.1.1, pois n˜ao temos a hip´otese da curvatura m´edia ser constante. Sejam (u, v) parˆametros isot´ermicos em um conjunto aberto U ⊂ M , z = u + iv, z = 1 u − iv, dz = du + idv e dz = du − idv. Visto que Q(2,0) = ψ(z)(dz)2 , assumiremos que 2 exista um ponto z0 ∈ U tal que ψ(z0 ) = 0. Definamos     1 ∂ ∂ 1 ∂ ∂ Z=√ −i eZ= √ +i . ∂v ∂v 2 ∂u 2 ∂u Como (u, v) s˜ao parˆametros isot´ermicos, temos h. ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ , i = h , i = λ2 , h , i = 0 e hZ, Zi = λ2 . ∂u ∂u ∂v ∂v ∂u ∂v. Note que Q(Z, Z) = ψ(z) e |Q(Z, Z)| = |ψ(z)|. Para futuros prop´ositos vamos considerar o espa¸co ambiente M n (c)×R, onde M n (c) ´e uma variedade Riemanniana com curvatura seccional constante c. Seja M uma variedade imersa em M n (c) × R. Consideremos → − Q(X, Y ) = 2hα(X, Y ), H i − chξ(X), ξ(Y )i,. (2.1). → − onde H = HN ´e o vetor curvatura m´edia da imers˜ao, α ´e a segunda forma fundamental e ξ : M n (c) × R → R ´e a proje¸c˜ao ξ(p, t) = t. Inicialmente, observenos que → − ∂ψ = ZQ(Z, Z) = 2Zhα(Z, Z), H i − cZhξ(Z), ξ(Z)i. ∂z O primeiro termo nos d´a → − → − → − 2Zhα(Z, Z), H i = 2h∇⊥ α(Z, Z), H i + 2hα(Z, Z), ∇⊥ H i. Z Z Por defini¸c˜ao (∇Z⊥ α)(Z, Z) = ∇⊥ α(Z, Z) − 2α(∇Z Z, Z) = ∇⊥ Z α(Z, Z), Z pois ∇Z Z = ∇Z Z = 0. 32.

(51) Com efeito, utilizando o fato da conex˜ao ser sim´etrica, temos ∇Z Z − ∇Z Z = [Z, Z]. Por outro lado, [Z, Z] = 0. Com efeito, [Z, Z](f ) = ZZ(f ) − ZZ(f )       ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = −i +i (f ) − +i −i (f ) ∂u ∂v ∂u ∂v ∂u ∂v ∂u ∂v ∂2f ∂2f ∂2f ∂2f ∂2f ∂2f ∂2f ∂2f = + i + − i − + i − i − ∂u2 ∂u∂v ∂v 2 ∂u∂v ∂u2 ∂u∂v ∂u∂v ∂v 2 = 0. Isto implica ∇Z Z = ∇Z Z. Agora, podemos escrever ∇Z Z = aZ + bZ Visto que hZ, Zi = 0, temos 1 0 = ZhZ, Zi = h∇Z Z, Zi = bλ2 . 2 Da´ı, segue que b = 0 e ∇Z Z = aZ. Analogamente, como hZ, Zi = 0, 1 0 = ZhZ, Zi = h∇Z Z, Zi = aλ2 . 2 Temos que a = 0 e, portanto, ∇Z Z = ∇Z Z = 0, como hav´ıamos afirmado. Logo → − → − → − 2Zhα(Z, Z), H i = 2h(∇⊥ α)(Z, Z), H i + 2hα(Z, Z), ∇⊥ H i. Z Z e a curvatura do espa¸co ambiente, Usando a equa¸c˜ao de Codazzi e denotando por R obtemos → − → − → − → ⊥− e 2Zhα(Z, Z), H i = 2h(∇⊥ Z α)(Z, Z), H i + 2hR(Z, Z)Z, H i + 2hα(Z, Z), ∇Z H i. Vamos calcular cada termo da u ´ltima igualdade. Lema 2.1.1. Com respeito `a nota¸c˜ao acima , temos → − → − e hR(Z, Z)Z, H i = cλ2 hξZ, ξ H i.. 33.

(52) Demonstra¸c˜ ao. Seja π : M n (c) × R → R definida por π(p, t) = p. Indentificaremos, por conveniˆencia de nota¸c˜ao, π e ξ com suas respectivas derivadas. Portanto X = πX + ξX. Como o espa¸co ambiente ´e um produto de espa¸cos, sendo cada espa¸co com curvatura e ´e dada por seccional constante, temos que a curvatura R → − → − → − e hR(Z, Z)Z, H i = c{hπZ, πZihπZ, π H i − hπZ, πZihπZ, π H i}. e isto ´e, Vamos calcular os termos de R, hπZ, πZi = hZ − ξZ, Z − ξZi = hZ, Zi − hZ, ξZi − hξZ, Zi + hξZ, ξZi = λ2 − hπZ + ξZ, ξZi − hξZ, πZ + ξZi + hξZ, ξZi. Assim, hπZ, πZi = λ2 − hξZ, ξZi. Por outro lado, como hZ, N i = 0, temos → − → − → − hπZ, π H i = hZ − ξZ, H − ξ H i → − → − → − → − = hZ, H i − hZ, ξ H i − hξZ, H i + hξZ, ξ H i → − → − → − = −hZ, ξ H i − hξZ, H i + hξZ, ξ H i → − = −hξZ, ξ H i. Portanto, o primeiro termo do lado direito de (2.2) torna-se → − → − hπZ, πZihπZ, π H i = −(λ2 − hξZ, ξZi)(hξZ, ξ H i) → − → − = −λ2 hξZ, ξ H i + hξZ, ξZihξZ, ξ H i. No caso do segundo termo, usando o fato hZ, Zi = 0, obtemos, hπZ, πZi = h Z − ξZ, Z − ξZi = −h Z, ξZi − hξZ, Zi + hξZ, ξZi. Fazendo c´alculos an´alogos aos anteriores, conclu´ıremos que hπZ, πZi = −hξZ, ξZi. Analogamente, Portanto. → − → − → − → − hπZ, π H i = hZ − ξZ, H − ξ H i = −hξZ, ξ H i. → − → − hπZ, πZihπZ, π H i = hξZ, ξZihξZ, ξ H i.. Disto segue que → − → − → − → − e hR(Z, Z)Z, H i = c{−λ2 hξZ, ξ H i + hξZ, ξZihξZ, ξ H i − hξZ, ξZihξZ, ξ H i} → − = −cλ2 hξZ, ξ H i. 34. (2.2).

(53) Finalmente, usando a simetria do tensor curvatura, conclu´ımos que → − − → e hR(Z, Z)Z, H i = cλ2 hξZ, ξ H i, o que conclui a prova do Lema 2.1.1. Voltando ao c´alculo de ZQ(Z, Z), temos → − → − → 2 ⊥− ZQ(Z, Z) = 2h(∇⊥ Z α)(Z, Z), H i + 2cλ hξZ, ξ H i + 2hα(Z, Z), ∇Z H i − cZhξZ, ξZi. Precisamos de mais um resultado auxiliar, a saber: → − Lema 2.1.2. cZhξZ, ξZi = 2cλ2 hξZ, ξ H i. Demonstra¸c˜ ao. Com efeito, inicialmente observemos que α(Z, Z) = ∇Z Z − (∇Z Z)T = ∇Z Z, pois ∇Z Z = 0. Como o espa¸co ambiente ´e o produto M n (c)×R com as proje¸c˜oes naturais π e ξ, podemos escrever ∇Z Z = ∇Z (ξZ + πZ) = ∇1Z (ξZ) + ∇2Z (πZ), onde ∇1 e ∇2 s˜ao as conex˜oes de R e M n (c), respectivamente . Portanto, ξα(Z, Z) = ξ∇Z Z = ξ∇1Z (ξZ) + ξ∇2Z (πZ) = ∇1Z (ξZ). Da´ı, hξα(Z, Z), ξZi = h∇1Z (ξZ), ξZi = h∇Z (ξZ), ξZi. Agora, observemos que ZhξZ, ξZi = 2h∇Z (ξZ), ξZi = 2hξα(Z, Z), ξZi. ∂ 1 ∂ Seja E = √ (e1 −ie2 ), onde e1 e e2 s˜ao os vetores unit´arios de e , respectivamente. ∂u ∂v 2 Assim, Z = λE e   e1 − ie2 e1 + ie2 2 2 √ α(Z, Z) = λ α(E, E) = λ α , √ 2 2 2 → − λ = {α(e1 , e1 ) + α(e2 , e2 )} = λ2 H . 2 Logo. → − ZhξZ, ξZi = 2h∇Z (ξZ), ξZi = 2hξα(Z, Z), ξZi = λ2 hξ H , ξZi,. o que conclui a prova do Lema 2.1.2. Segue dos c´alculos acima que → − → − → 2 ⊥− ZQ(Z, Z) = 2h(∇⊥ Z α)(Z, Z), H i + 2cλ hξZ, ξ H i + 2h(α(Z, Z), ∇Z H i − cZhξZ, ξZi. 35.

(54) Assim, utilizando novamente o Lema 2.1.2, obtemos que → − → ⊥− ZQ(Z, Z) = 2h(∇⊥ Z α)(Z, Z), H i + 2h(α(Z, Z), ∇Z H i. Calcularemos o primeiro termo do lado direito da u ´ltima iguadade acima. Por defini¸c˜ao, ⊥ (∇⊥ Z α)(Z, Z) = ∇Z (α(Z, Z)) − α(∇Z Z, Z) − α(Z, ∇Z Z) → − = Z(hZ, Zi H ) − α(Z, ∇Z Z),. → − onde estamos usando os seguintes fatos: α(Z, Z) = λ2 H e ∇Z Z = 0. Portanto, → − → − → ⊥− (∇⊥ Z α)(Z, Z) = h∇Z Z, Zi H + hZ, ∇Z Zi H + hZ, Zi∇Z H − α(Z, ∇Z Z). Agora, seja E definido como na demonstra¸c˜ao do Lema 2.1.2. Ent˜ao qualquer vetor complexo em M ´e dado por X = ξE, onde ξ ´e um n´ umero complexo. Portanto, se Y = ηE, ent˜ao → − α(X, Y ) = ξηα(E, E) = hX, Y i H . Tomando X = ∇Z Z e Y = Z acima, temos → − → → − → ⊥− ⊥− (∇⊥ Z α)(Z, Z) = hZ, ∇Z Zi H + hZ, Zi∇Z H − h∇Z Z, Zi H = hZ, Zi∇Z H . Voltando ao c´alculo de ZQ(Z, Z), obtemos finalmente → − − → → ⊥− ZQ(Z, Z) = 2hhZ, Zi∇⊥ Z H , H i + 2hα(Z, Z), ∇Z H i.. (2.3). Notemos que o lado direito da equa¸c˜ao ´e expresso em termos da derivada covariante do vetor curvatura m´edia. Observa¸ c˜ ao 2.1.1. Obtemos a seguinte generaliza¸c˜ ao do Teorema 1 de Abresch eRosenberg, ver [1]. Seja M uma superf´ıcie imersa em M n (c) × R tal que o vetor → − curvatura m´edia H ´e paralelo no fibrado normal. Introduzindo uma estrutura complexa em M compat´ıvel com a m´etrica induzida. Ent˜ ao a parte (2, 0) da forma quadr´ atica em M → − Q(X, Y ) = 2hα(X, Y ), H i − chξX, ξY i ´e holomorfa. Aqui α ´e a segunda forma fundamental da imers˜ ao e ξ ´e a proje¸c˜ ao do espa¸co ambiente sobre R. Uma quest˜ao natural: quais superf´ıcies em M n (c) × R satisfazem a condi¸c˜ao que a forma quadr´atica acima ´e holomorfa? Antes da prova do Teorema de Alencar, do Carmo e Tribuzy vamos particularizar para n = 2 a express˜ao (2.3). Como a codimens˜ao ´e um, segue que ∇⊥ XN = 0 ∀ X ∈ T M, onde N ´e o vetor unit´ario normal da superf´ıcie M . Portanto → − (HN ) = (ZH)N. ∇Z⊥ H = ∇⊥ Z 36.

(55) Assim ZQ(Z, Z) = 2λ2 Z(H)H + 2α(Z, Z)(ZH). Como |Z(H)| = |dH(Z)| ≤ |dH||Z| = |dH|λ, temos, analogamente, que |Z(H)| = |dH(Z)| ≤ |dH||Z| = |dH|λ, temos |ZQ(Z, Z)| ≤ {2λ3 |H| + 2λ|α(Z, Z)|}|dH|. Por hip´otese do teorema, |dH| ≤ g|Q(2,0) |. Portanto, obtemos |ZQ(Z, Z)| ≤ h(Z)|Q(Z, Z)|, onde h(Z) = g{2λ3 |H| + 2λ|α(Z, Z)|} ´e uma fun¸c˜ao cont´ınua n˜ao-negativa. Ent˜ao podemos aplicar o Lema Principal, cujo enunciado ´e o seguinte: Lema 2.1.3. (Lema Principal) Seja f : U ⊂ C → C uma fun¸c˜ ao complexa definida em um aberto U do plano complexo que cont´em a origem z = 0. Suponhamos que

(56)

(57)

(58) ∂f

(59)

(60)

(61) ≤ h(z)|f (z)|, (2.4)

(62) ∂z

(63) onde h ´e uma fun¸c˜ao real cont´ınua, n˜ ao-negativa. Assumamos que z = z0 ´e um zero de f . Ent˜ ao f = 0 em uma vizinhan¸ca de V ⊂ U de z0 ou f (z) = (z − z0 )k fk (z), z ∈ V, k ≥ 1. Aqui fk (z) ´e uma fun¸c˜ao cont´ınua com fk (z0 ) 6= 0. A demonstra¸c˜ao do Lema Principal encontra-se na se¸c˜ao posterior. Seja U ⊂ M um conjunto aberto coberto por coordenadas isot´ermicas. Assumamos que o conjunto dos zeros de Q(Z, Z) em U ´e n˜ao-vazio e seja z0 ∈ U um zero de Q(Z, Z). Pelo Lema Principal, Q(Z, Z) ´e identicamente nula em uma vizinhan¸ca V de z0 ou os zeros s˜ao isolados e o ind´ıce de campos de dire¸c˜oes determinado por Im[Q(Z, Z)dz 2 ] = 0 ´e (−k/2) (portanto negativo). Se para alguma vizinhan¸ca coordenada V de zero, Q(Z, Z) = 0, isto ser´a para qualquer M . Caso contr´ario, os zeros na vizinhan¸ca de V iram contradizer o Lema Principal. Ent˜ao, se Q(Z, Z) n˜ao ´e identicamente nula, todos os zeros s˜ao isolados e segue-se que o ´ındice ´e negativo. Como M tem gˆenero zero a soma dos ´ındices de singularidades de qualquer campo de dire¸c˜oes ´e 2 (portanto positivo). Isto ´e uma contradi¸c˜ao. Logo Q(Z, Z) ´e identicamente nula. Usando a classifica¸c˜ao de AbreschRosenberg, segue o Teorema Principal. Observa¸ c˜ ao 2.1.2. Na verdade o resultado de Alencar, do Carmo e Tribuzy ´e o seguinte: ou o conjunto de zeros de Q(2,0) ´e vazio ou em uma vizinhan¸ca V do zero de Q(2,0) , onde a condi¸c˜ ao |dH| ≤ g|Q(2,0) | vale, temos duas possibilidades: 1. Q(2,0) ≡ 0 em V ou 2. Tal zero ´e isolado em algum campo de dire¸c˜ ao em V tem uma singularidade isolada neste ponto com ´ındice negativo. Dessa forma, a condi¸c˜ ao pode ser aplicada para a imers˜ao de gˆenero um em uma superf´ıcie M satisfazendo |dH| ≤ g|(2,0) | para concluir que o conjunto de zeros de Q(2,0) ´e identicamente zero ou vazio em M .. 37.

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