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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.087.027 - PE (2017/0096683-3)

RELATOR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA

AGRAVANTE : WU JUNYU

ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO

AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

EMENTA

PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO

ESPECIAL. DESCAMINHO. PRINCÍPIO DA

INSIGNIFICÂNCIA. AFASTAMENTO. VALOR DO

TRIBUTO ILUDIDO SUPERIOR A R$ 10.000,00. PORTARIA DO MINISTÉRIO DA FAZENDA. INAPLICABILIDADE. PRECEDENTES DA TERCEIRA SEÇÃO DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.

1. A Terceira Seção desta Corte Superior, sob a égide dos recursos repetitivos, art. 543-C do CPC, no julgamento do REsp 1112748/TO, Rel. Ministro FELIX FISCHER, DJe 13/10/2009, firmou posicionamento no sentido de que incide o princípio da insignificância no crime de descaminho quando o valor dos tributos elididos não ultrapassar o montante de R$ 10.000,00, de acordo com o disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002.

2. Seguindo esta mesma linha, no REsp 1393317/PR, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, julgado em 12/11/2014, DJe 2/12/2014, também decidiu que, a partir da Lei n. 10.522/2002, o Ministro da Fazenda não tem mais autorização para, por meio de simples portaria, alterar o valor definido como teto para o arquivamento de execução fiscal sem baixa na distribuição. E a Portaria MF n. 75/2012, que fixa, para aquele fim, o novo valor de R$ 20.000,00 – o qual acentua ainda mais a absurdidade da incidência do princípio da insignificância penal, mormente se considerados os critérios usualmente invocados pela jurisprudência do STF para regular hipóteses de crimes contra o patrimônio – não retroage para alcançar delitos de descaminho praticados em data anterior à vigência da referida portaria, porquanto não é esta equiparada a lei penal, em sentido estrito, que pudesse, sob tal natureza, reclamar a retroatividade benéfica, conforme disposto no art. 2º, parágrafo único, do CPP.

3. Na hipótese, dado que o valor apurado a título de tributos elididos, R$ 10.937,50, ultrapassa o mínimo previsto na Lei n.

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aplicação do princípio da insignificância.

4. Agravo regimental desprovido. ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental. Os Srs. Ministros Ribeiro Dantas, Joel Ilan Paciornik, Felix Fischer e Jorge Mussi votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília (DF), 27 de junho de 2017(Data do Julgamento)

Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA Relator

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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.087.027 - PE (2017/0096683-3)

RELATOR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA

AGRAVANTE : WU JUNYU

ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO

AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA (Relator):

Trata-se de agravo regimental interposto por WU JUNYU contra decisão monocrática de e-STJ fls. 821/827, que deu provimento ao recurso especial do Ministério Público Federal para afastar a aplicação do princípio da insignificância e determinar que o Tribunal a quo prossiga com o julgamento da apelação apresentada.

A parte agravante alega, em síntese, que, "após a Portaria Ministério da Fazenda n. 75/2012, que fixa novo valor de R$ 20.000,00 para promover o arquivamento, sem baixa na distribuição, dos autos das execuções fiscais de débitos inscritos como Dívida Ativa da União, pacificou-se que, nos delitos de descaminho, a nova interpretação retroage para alcançar delitos de descaminho praticados antes do referido ato administrativo" (e-STJ fl. 842).

Pugna, assim, em caso de ausência de reconsideração, pela apreciação da decisão agravada pelo colegiado da Quinta Turma para que, reconhecendo a atipicidade da conduta praticada pelo agravante dada a sua insignificância, seja restaurada a sua absolvição.

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AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.087.027 - PE (2017/0096683-3)

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA (Relator):

O recurso não apresenta argumento capaz de desconstituir os fundamentos que embasaram a decisão ora impugnada, de forma que merece ser integralmente mantida, nos termos a seguir transcritos (e-STJ fls. 821/827):

Trata-se de agravo interposto pelo MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL contra decisão que inadmitiu recurso especial manejado em adversidade a acórdão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, ementado nos seguintes termos (e-STJ fl. 726):

PENAL E PROCESSO PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL DESCAMINHO. ART 334, CAPUT, § 1o, "C", DO CÓDIGO

PENAL. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.INCIDÊNCIA. VALOR INFERIOR A R$ 20.000,00, ESTIPULADO PELO ART. 20 DA LEI N. 10.522/2002, ATUALIZADO PELAS PORTARIAS Nº 75 E Nº 130/2012 DO MINISTÉRIO DA FAZENDA. PRECEDENTES DO STF. ATIPICIDADE DA CONDUTA. APELAÇÃO PROVIDA.

1. Cuida-se apelação interposta pelo réu contra sentença que o condenou a uma pena de um ano de "reclusão, substituída por restritiva de direito, pela prática do crime de descaminho, previsto no artigo 334, §1°, alínea "c" do Código Penal.

2. Caso em que a fiscalização realizada pela Receita Federal constatou que a empresa de titularidade do apelante vendia e mantinha em depósito diversas mercadorias sem notas fiscais que comprovassem sua origem com valor total estimado em R$ 21.875,00 (vinte e um mil, oitocentos e setenta e cinco reais). 3. Partindo-se da premissa de que, para o efeito de processo administrativo fiscal e representação, fiscal para fins penais, o valor do imposto sonegado corresponde a 50% (cinquenta por cento) do valor arbitrado das mercadorias, nos termos art. 65, da Lei n° 10.833/20033, o valor sonegado, no caso concreto, a título de imposto é possuidor de irrelevância penal, autorizando o reconhecimento da atipicidade material do delito ante a aplicação do princípio da insignificância. Precedentes do STF.

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Nas razões do recurso especial, fundado na alínea "a" do permissivo constitucional, alegou o representante do Parquet negativa de vigência ao art. 334, § 1º, "c", do Código Penal.

Argumentou o descabimento da aplicação do princípio da insignificância no crime de descaminho em razão de se tratar de crime que afeta a ordem econômica, uma vez que o imposto de importação não tem finalidade de arrecadação tributária, mas sim uma função reguladora da economia.

Aduziu, ainda, que o limite a ser considerado para a aplicação do aludido princípio é o constante na Lei n. 10.522/2002, qual seja, R$ 10.000,00 (dez mil reais), valor este que não pode ser modificado por ato infralegal.

Contra-arrazoado (e-STJ fls. 753/766), o Tribunal local inadmitiu o recurso especial (e-STJ fl. 784) por incidência do óbice disposto na Súmula n. 7/STJ.

Em seu agravo (e-STJ fls. 788/791), o recorrente rebate os fundamentos que levaram à inadmissão do recurso.

O Ministério Público Federal opinou pelo desprovimento do recurso (e-STJ fls. 811/819).

É o relatório. Decido .

O recurso é tempestivo e a matéria foi devidamente prequestionada. Inicialmente, registre-se que, nos termos da Súmula n. 568 desta Corte, "o relator, monocraticamente e no Superior Tribunal de Justiça, poderá dar ou negar provimento ao recurso quando houver entendimento dominante acerca do tema".

No caso, assiste razão ao recorrente.

A Terceira Seção desta Corte Superior, sob a égide dos recursos repetitivos, art. 543-C do CPC, no julgamento do REsp n. 1112748/TO, Rel. Ministro FELIX FISCHER, DJe 13/10/2009, firmou posicionamento no sentido de que incide o princípio da insignificância no crime de descaminho quando o valor dos tributos elididos não ultrapassar o montante de R$ 10.000,00, de acordo com o disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002.

Seguindo esta mesma linha, no REsp n. 1393317/PR, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, julgado em 12/11/2014, DJe 2/12/2014, também decidiu que:

a partir da Lei n. 10.522/2002, o Ministro da Fazenda não tem mais autorização para, por meio de simples portaria, alterar o valor definido como teto para o arquivamento de execução fiscal sem baixa na distribuição. E a Portaria MF n. 75/2012, que fixa, para aquele fim, o novo valor de R$ 20.000,00 – o qual acentua ainda mais a absurdidade da incidência do princípio da

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usualmente invocados pela jurisprudência do STF para regular hipóteses de crimes contra o patrimônio – não retroage para alcançar delitos de descaminho praticados em data anterior à vigência da referida portaria, porquanto não é esta equiparada a lei penal, em sentido estrito, que pudesse, sob tal natureza, reclamar a retroatividade benéfica, conforme disposto no art. 2º, parágrafo único, do CPP.

Nesse sentido, os seguintes julgados:

PROCESSO PENAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. CRIME DE DESCAMINHO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. PORTARIA 75/2012 MINISTÉRIO DA FAZENDA. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 334 DO CÓDIGO PENAL E 20 DA LEI 10.522/02. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

I - É admissível recurso especial que verse sobre a aplicabilidade da Portaria 75/2012 para incidência do princípio da insignificância, uma vez que há, em tese, violação de lei federal em caso de reconhecimento de atipicidade de conduta prevista no artigo 334 do Código Penal, bem como ao disposto no artigo 20 da Lei 10.522/02.

II - A Corte consolidou entendimento de que deve ser observado o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para aplicação do princípio da insignificância em crime de descaminho, decidido pela Terceira Seção no julgamento do REsp n. 1.112.748/TO, mantida orientação quando do julgamento do REsp n. 1.393.317/PR. Embargos de divergência conhecidos e providos, para determinar o retorno dos autos à origem, afastada a atipicidade da conduta. (EREsp 1533017/SP, Rel. Ministro FELIX

FISCHER, Terceira Seção, julgado em 24/8/2016, DJe 31/8/2016).

PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. INSIGNIFICÂNCIA. DÉBITO TRIBUTÁRIO SUPERIOR AO LIMITE DE R$ 10.000, 00. AFASTAMENTO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. MATÉRIA ESTRITAMENTE DE DIREITO. DESNECESSIDADE DE REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO. NÃO INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. RECURSO IMPROVIDO.

1. A Terceira Seção do STJ, por ocasião do julgamento do REsp 1.393.317, em 12/11/2014, firmou a compreensão de ser aplicável o princípio da insignificância aos débitos tributários até o limite de R$ 10.000,00, mesmo após a atualização do valor do ajuizamento da execução fiscal, previsto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, pelas Portarias n. 75 e 130 do Ministério da Fazenda.

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2. O valor do tributo iludido de R$ 18.822,49 ultrapassa o parâmetro estabelecido pela orientação jurisprudencial do STJ, análise que prescinde de reexame fático-probatório, razão pela qual não há falar na incidência da Súmula 7/STJ.

3. Agravo regimental improvido. (AgInt no REsp 1521774/RS,

Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, Sexta Turma, julgado em 17/5/2016, DJe 25/5/2016).

AGRAVO INTERNO. RECURSO ESPECIAL. DESCAMINHO. INSIGNIFICÂNCIA. PARÂMETRO. DEZ MIL REAIS. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA Nº 1.112.748/TO. PORTARIA Nº 75/2012 DO MINISTÉRIO DA FAZENDA. INAPLICABILIDADE. IRRETROATIVIDADE DA PORTARIA N. 75 DO MINISTÉRIO DA FAZENDA. PRECEDENTES.

1. Definindo o parâmetro de quantia irrisória para fins de aplicação do princípio da insignificância aos crimes de descaminho, a Terceira Seção deste Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial Representativo de Controvérsia nº 1.112.748/TO, pacificou o entendimento no sentido de que o valor do tributo elidido a ser considerado é aquele de R$ 10.000,00 (dez mil reais) previsto no artigo 20 da Lei nº 10.522/02, raciocínio que se aplica também aos delitos de apropriação indébita previdenciária.

2. Esse raciocínio restou ratificado na assentada de 12 de novembro de 2014, no julgamento do Resp 1.393.317/PR e do Resp 1.401.424/PR pela aludida Seção, no sentido de que não tem aplicação qualquer parâmetro diverso de R$ 10.000,00, notadamente o de R$ 20.000,00 previsto na Portaria nº 75/2012 do Ministério da Fazenda, que regulamenta não a Lei nº 10.522/02, mas o Decreto-Lei nº 1.569/77, cujo artigo 5º autoriza o Ministro da Fazenda a sustar a cobrança judicial dos débitos de comprovada inexequibilidade e de reduzido valor. 3. Tal parâmetro não está necessariamente atrelado aos critérios fixados nas normas tributárias para o ajuizamento da execução fiscal, regida pelos critérios de eficiência, economicidade e praticidade e não sujeita a um patamar legal absoluto, mas decorre de construção jurisprudencial erigida a partir de medida de política criminal em face do grau de lesão à ordem tributária que atribua relevância penal à conduta, dada a natureza fragmentária do direito penal.

4. Ainda que se entendesse que o limite a ser aplicável para fins de incidência do princípio da insignificância seria o de R$ 20.000,00, nos termos do estabelecido na Portaria MF nº

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descaminho praticados em data anterior à vigência da referida portaria, porquanto não é esta equiparada a lei penal, em sentido estrito, que pudesse, sob tal natureza, reclamar a retroatividade benéfica, conforme disposto no art. 2º, parágrafo único, do CPP" (AgRg no REsp 1402617/PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, DJe 10/03/2015).

5. Agravo interno improvido. (AgRg no REsp 1588990/PR, Rel.

Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 03/05/2016, DJe 12/05/2016).

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DESCAMINHO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. AFASTAMENTO. VALOR DO TRIBUTO ILUDIDO. SUPERIOR A R$ 10.000,00. PORTARIA DO MINISTÉRIO DA FAZENDA. INAPLICABILIDADE. PRECEDENTES DA TERCEIRA SEÇÃO DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.

1. Afasta-se a alegação de cerceamento do direito de defesa ou ofensa ao princípio da colegialidade, uma vez que a legislação processual permite ao relator, neste STJ, o julgamento monocrático do recurso, quando a decisão recorrida estiver em confronto com a jurisprudência desta Corte sobre a matéria (art. 557, § 1º-A do Código de Processo Civil, c/c o art. 3º do Código de Processo Penal).

2. A Terceira Seção desta Corte Superior, no julgamento do Recurso Especial Repetitivo 1.112.748/TO, relator Ministro FELIX FISCHER (DJe 13/10/2009), firmou orientação de que, no crime de descaminho, o princípio da insignificância somente afasta a tipicidade da conduta se o valor dos tributos elididos não ultrapassar a quantia de dez mil reais, estabelecida no art. 20 da Lei 10.522/02.

3. Por ocasião da apreciação do REsp. 1.393.317/PR, relatado pelo Ministro ROGÉRIO SCHIETTI CRUZ (DJe de 2/12/2014), a Terceira Seção consolidou o entendimento de que a publicação da Portaria MF 75/2012, por não possuir força legal, não tem o condão de modificar o patamar para aplicação do princípio da insignificância.

4. Na hipótese dos autos, o montante do tributo sonegado é superior a R$ 10.000,00, razão pela qual não tem aplicação o princípio da insignificância.

5. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1502711/PR,

Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, Quinta Turma, julgado em 16/6/2015, DJe 22/6/2015).

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DESCAMINHO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. VALOR DO

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TRIBUTO ILUDIDO. PARÂMETRO DE R$ 10.000, 00. PORTARIA N. 75/2012/MF. INAPLICABILIDADE. PRECEDENTES.

- No julgamento do REsp n. 1.112.748/TO (representativo de controvérsia), consolidou-se orientação de que incide o princípio da insignificância ao crime de descaminho quando o valor do débito tributário que não ultrapasse o limite de R$ 10.000,00 (dez mil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/02.

- A Portaria MF n. 75, de 22 de março de 2012, do Ministério da Fazenda - por se cuidar de norma infralegal que não possui força normativa capaz de revogar ou modificar lei em sentido estrito -, não tem o condão de alterar o patamar limítrofe para a aplicação do aludido princípio da bagatela. Orientação jurisprudencial reafirmada pela eg. Terceira Seção por ocasião do julgamento do REsp n. 1.393.317/PR (12.11.2014), da relatoria do Eminente Ministro Rogério Schietti (acórdão pendente de publicação).

Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 1460028/SP, Rel.

Ministro ERICSON MARANHO – Desembargador Convocado do TJ/SP –, Sexta Turma, julgado em 20/11/2014, DJe 12/12/2014).

Assim, dado que o valor apurado dos tributos elididos - R$ 10.937,50 - ultrapassa o mínimo previsto na Lei n. 10.522/2002, vigente à época da prática delitiva, afasto a aplicação do princípio da insignificância. Ante o exposto, com fundamento no art. 932, VIII, do CPC, c/c o art. 253, parágrafo único, II, "c", parte final, do RISTJ, dou provimento ao recurso especial, para afastar a aplicação do princípio da insignificância e determinar que o Tribunal a quo prossiga com o julgamento da apelação apresentada.

Publique-se. Intimem-se.

Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.

É como voto.

Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA Relator

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Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO QUINTA TURMA

AgRg no

Número Registro: 2017/0096683-3 AREsp 1.087.027 /

PE MATÉRIA CRIMINAL Números Origem: 00098346020124058300 1260001209 126000120920190 14062 82632012 98346020124058300 EM MESA JULGADO: 27/06/2017 Relator

Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA Subprocurador-Geral da República

Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO AUGUSTO BRANDÃO DE ARAS Secretário

Me. MARCELO PEREIRA CRUVINEL

AUTUAÇÃO

AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

AGRAVADO : WU JUNYU

ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO

CORRÉU : CHUANGENG CAI

CORRÉU : CAI CHUANGENG

CORRÉU : LIAN XIU YING

ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em Geral - Contrabando ou descaminho

AGRAVO REGIMENTAL

AGRAVANTE : WU JUNYU

ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO

AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

CERTIDÃO

Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental."

Os Srs. Ministros Ribeiro Dantas, Joel Ilan Paciornik, Felix Fischer e Jorge Mussi votaram com o Sr. Ministro Relator.

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