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Cidades completam 27 anos neste domingo Págs. 8, 9, 10, 11, 12 e 14

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Venda Avulsa: R$ 3,50

22 de março de 2019

Edição 1.195

Acesse: www.tribunadopampa.com.br

ESPECIAL CANDIOTA E HULHA NEGRA

Leandro Molina/Especial TP

Cidades completam

27 anos neste domingo

Pág. 8

Págs. 8, 9, 10, 11, 12 e 14

Em defesa das estatais

Na segunda-feira (25), tem audiência pública em Candiota contra a retirada do plebiscito proposta pela governo do Estado

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OPINIÃO

EM BRASÍLIA 1

Uma grande comitiva da região, formada por cerca de 30 pessoas, dos sete municípios que compõe o Cideja e o Fórum das Águas (Aceguá, Hulha Negra, Pedras Altas, Herval, Candiota, Pinheiro Machado e Piratini), esteve esta semana em Brasília buscando recursos de forma coletiva e individual. O grupo, formado por prefeitos, vereadores, secretários e assessores foi liderado pelo prefeito de Can-diota e presidente do Cideja, Adriano dos Santos (PT).

EM BRASÍLIA 2

Nos últimos tempos, obter recursos em Brasília se tornou algo bem mais difícil, contudo, se não for até lá, as dificuldades de conseguir alguma coisa aumentam muito, para não dizer que as chances são nulas. Por isso, a importância deste tipo de viagem - que talvez exagere um pouco no tamanho da comitiva -, mas que no fim é muito positiva para região, especialmente que muitos dos pleitos são feitos de forma coletiva - uma prática inaugurada a partir da formação do Fórum das Águas e do Cideja. Até então, a região costumava ter esta compressão de união.

EM BRASÍLIA 3

Entre as diversas agendas, esteve a questão de se pleitear novamente uma patrulha mecanizada para a região, a exemplo do conseguido há uma década. O pedido (foto) foi junto a bancada gaúcha liderada pelo deputado Giovani Cherini (PR-RS). Outra agenda importante foi na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que pediu a melhoria do sinal de telefonia móvel na região, bem como, mais oferta de internet banda larga – serviços que vem sendo precarizados há muito tempo regionalmente.

EMENDAS 1

De forma mais individual, os vereadores espe-cialmente, peregrinaram pelos gabinetes de deputados e senadores em busca de recursos para os municípios por intermédio de emendas parlamentares. Os vereadores do PT candiotense, João Roberto da Silva e Danilo Gonçal-ves, acompanhados do prefeito Adriano e do secretário Especial de Governo, Artemio Parcianello, garantiram R$ 400 mil do deputado federal Dionilso Marcon (PT-RS) para infraestrutura rural (foto). Da mesma forma foi garantido mais R$ 200 mil junto ao senador Paulo Paim (PT-RS) para a agricultura. O vereador Fabrício Moraes (MDB), o Bibi, pediu uma emenda para a Educação junto ao senador Lasier Martins (Podemos-RS).

EMENDAS 2

Com o deputado federal Paulo Pimenta (PT), o vereador de Hulha Negra, Hugo Teixeira (PT), acom-panhado do deputado estadual petista Luiz Fernando Mainardi (foto), assegurou uma emenda de R$ 185 mil para a aquisição de equipamentos agrícolas para quatro

Esta é uma publicação da

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Fundado em 2 de abril de 2011

associações de produtores rurais de Hulha Negra. “A parceria com Mainardi e o vereador Hugo nos faz ainda mais fortes e mais presentes no dia-a-dia da comunidade de Hulha Negra”, destacou o deputado.

EMENDAS 3

O presidente da Câmara de Pinheiro Machado, Mateus Garcia (PDT), conseguiu com o deputado federal Pompeo de Mattos (PDT-RS) uma emenda de R$ 100 mil para custeio da saúde.

EMENDAS 4

O deputado Afonso Hamm (Progressitas-RS) indicou R$ 150 mil para custeio do Hospital de Pinheiro Machado e assumiu o compromisso de indicar em breve R$ 300 mil para pavimentação da Vila Nova. Os pedidos foram feitos pelo vereador Ronaldo Madruga (Progressis-tas). O vereador Gilson Rodrigues (PT) conseguiu uma emenda junto ao deputado Dionilso Marcon (PT) para a construção de uma quadra poliesportiva no interior do município.

EMENDAS 5

O vereador de Pedras Altas, Davi Moraes (PSDB) afirmou que os deputados federais Afonso Hamm e Lucas Redecker (PSDB) devem destinar emendas para o muni-cípio.

COMPOSIÇÃO DO CONSEF

Um encontro entre secretários municipais de Finanças das prefeituras que integram a Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) teve por finalidade uma organização atuação em grupo. O secretário Vitor Melo Barcelos, titular da pasta de Finanças e Orçamento de Pedras Altas participou do encontro. Na primeira reunião foi pautada a indicação de dois representantes para com-porem os Secretários Municipais de Fazenda e Finanças do RS – CONSEF. Para tal, foram eleitos os secretários de Pelotas, Jairo da Silva Dutra, para coordenar o colegiado e o representante de Canguçu, Richeli Cunha Coelho, como adjunto. Na oportunidade também foram debatidas estratégias para aumento da arrecadação municipal, ini-ciativas bem sucedidas nas finanças dos municípios da Azonasul, bem como a importância da capacitação dos servidores da área fazendária.

Exemplares de arquivo: R$ 10 cada Jornais velhos à granel: R$ 2 (kg)

Fotos: Divulgação TP

* Deputada Juliana Brizola A ocorrência da chamada gestão teme-rária é a maior inimiga de qualquer empresa pú-blica. É quando o agente político tem a obrigação de manter cautela em suas ações, mas acaba por descumprir normas e condutas adequadas à ges-tão que assume.

A gestão temerária, na área pública, é a ocorrência de ações sem prudência ou com de-masiada confiança, visando ações estranhas aos interesses do órgão administrado. É quando o es-colhido para administrar assume, intencionalmen-te, riscos e coloca em perigo a saúde financeira e patrimonial da empresa.

Todos os dias, servidores de empresas pú-blicas se socorreram ao meu gabinete denuncian-do atos estranhos à gestão das mesmas. São ho-mens e mulheres, profissionais concursados, que fazem de suas próprias vidas a vida da empresa em que atuam. São gente humilde e trabalhadora, são técnicos altamente qualificados, ambos com as mesmas intenções: verem prosperar as empre-sas que trabalham.

Agora, vêm a público, investigações reali-zadas pela Polícia Civil, originária de denúncias da CAGE (Contadoria e Auditoria Geral do Estado), de apontamentos do Tribunal e Ministério Público de Contas, todas em desfavor à gestão da CRM (Companhia Riograndense de Mineração). Fica claro, para nós, que a prática de uma ação teme-rária, com a finalidade de se desfazer da empresa, estava em curso.

O atual governo, inexplicavelmente, ainda não nomeou os novos gestores da nossa Compa-nhia de Mineração. Sabemos que vai ser difícil re-compor o vaso que foi quebrado. Mas um pouco da honradez que caracterizou a história dos gaúchos é o mínimo que se espera dos escolhidos.

Firmo, ainda mais, a posição de que a ta-refa de hoje não é a de vender os cacos que so-braram. Por prudência, respeito às oscilações do mercado, sob pena de firmar a gestão temerária. Eles não podem vencer o jogo. Vender a CRM é entregar a partida por WO.

A nossa tradição e história sempre foi a de valorizar nossos feitos. A coragem e a iniciativa de termos construído um patrimônio de 2,53 bilhões de toneladas de carvão, a céu aberto, é um dos tantos que guardamos como nossas façanhas.

*Líder da Bancada do PDT na Assembleia Legislativa

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POLÍTICA

22 de março de 2019

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Na Assembleia Legislativa, o prefeito Adriano dos Santos defendeu a manutenção da CEEE, Sulgás e CRM como empresas públicas. Na segunda (25) tem audiência em Candiota

“Eu quero

passar o

resto da vida

aqui!”

Shirlei Romero Martins,

se referindo a Candiota - cidade onde viveu com o falecido esposo, criou os filhos e agora acompanha o crescimento dos netos.

J. André TP

A semana foi inte-ressante para comentar. Presidente foi aos Estados Unidos, Ibope avaliou pre-sidente, projeto de reforma da previdência dos militares foi enviado ao legislativo, treinador do Santos devolve salário.

A direção atrasou salários no Santos, o treinador argentino Jorge Sampaoli recebeu seus

salários em dia. Devolveu. É o que se pode esperar de um líder. Recentemente, no Canadá, médicos abriram mão de aumento salarial para que técnicos de enfermagem e outros menos remunerados pudessem receber mais. Segundo a notícia, os médicos se con-sideravam suficientemente remunerados comparando com os demais.

É claro que os militares brasileiros não são as-sim magnânimos. Aqui, qualquer um quer levar o seu. Os outros que se explodam. Para não falar palavrão. A reforma da previdência para os militares é coisa feita por quem pode. Clara demonstração de poder. A imprensa, covarde ou prudentemente, quase não abordou o tema, por enquanto. Os militares vão contri-buir com 1% (R$ 10,45 bilhões em dez anos) do que o governo pretende que o povo brasileiro contribua nos próximos dez anos (um trilhão de reais) para reduzir o déficit da previdência. O exagero em propor leis em benefício próprio pode causar problemas.

Alguns números. O regime de aposentadoria dos militares registrou déficit de R$ 43,9 bilhões de reais em 2018. O déficit do INSS, sistema público que atende aos trabalhadores do setor privado, em 2018 chegou a R$ 195,2 bilhões. Nos regimes próprios dos servidores públicos civis (Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público), o déficit somou R$ 46,4 bilhões em 2018. Fonte: “www.globo.com”. Com os militares no poder, quem vai pagar a conta não serão eles. Alguém esperava outra conduta de quem está no poder?

O Ibope divulgou pesquisa que mostra a opi-nião do povo em relação ao presidente que tomou posse dias atrás. Perdeu quinze pontos de “bom e ótimo” em pouco mais de dois meses de mandato. Lula e Fernando Henrique foram avaliados no mesmo período do primeiro mandato com índices mehores. Até Dilma Roussef estava melhor no início do primeiro mandato. Um problema para o país. Os seis primeiros meses de mandato são fundamentais para o encami-nhamento de reformas importantes.

O presidente passou pelos Estados Unidos como mandatário de uma republiqueta sul-americana. A gente sabe que é; faz de conta que não é. Bolsonaro não fez de conta. Passou pela “América” como um guri encantado com seu ídolo, Donald Trump. Fez todos os agrados que pediram. Parece-me que os Estados Unidos, onde vive uma nação com relevantes virtudes e defeitos, são bem maiores que seu presidente.

Marco Antônio Ballejo Canto

Notícias

da semana

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TODAS AS SEXTAS-FEIRAS

AVISO DE LICITAÇÃO – PE 006/2019- AQUISIÇÃO DE VEÍCULO- SECRETARIA DE SAÚDE

dia 02/04/2019 às 10 horas; PP 007/2019- CONFECÇÃO E INSTALAÇÃO DE ABRIGO DE ONI-BUS- ARP dia 02/04/2019 às 14 horas. A retirada dos editais e informações podem ser obtidas nos sites www.portaldecompraspublicas.com.br www.candiota.rs.gov.br ou pelo telefone (53) 3245-7299. Adriano Castro dos Santos

Prefeito Municipal

Prefeitura de Candiota

Durante o discurso, o gestor candiotense lembrou a importância de manter as empresas públicas

Divulgação TP

NÃO À PRIVATIZAÇÃO

Movimento busca

derrubada da PEC contra

o plebiscito das estatais

O

Teatro Dante

Baro-ne da Assembleia Legislativa ficou totalmente lotado no início da noite da última segunda--feira (18) para o ato em defesa da manutenção do plebiscito na Constituição do Rio Grande do Sul. Mui-tos tiveram que acompanhar os debates em pé ou senta-ram no chão.

A grande mobiliza-ção foi uma resposta contun-dente à PEC 272/2019, do governador Eduardo Leite (PSDB), que tramita no parlamento e prevê a retirada do direito dos gaúchos e das gaúchas de decidir sobre o futuro da Companhia Es-tadual de Energia Elétrica (CEEE), Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) e Companhia Riograndense de Mineração (CRM).

Na oportunidade, o prefeito de Candiota, Adria-no dos Santos, que é uma das principais lideranças do movimento, destacou a necessidade da política de privatização ser rediscuti-da. Para ele, mais uma vez os gestores do Estado e do país estão direcionando o problema diretamente para os trabalhadores. “Sabemos de tudo que podemos sofrer com a nossa manifestação, mas nesse momento não podemos nos omitir. Digo isso principalmente por ser líder político de uma cidade que vai sofrer muito com a privatização dessas empre-sas. A economia da nossa região se baseia na geração de energia e isto é um fato”, disse durante o ato.

Para Adriano, a proposta de privatização visa somente o resultado imediato para os interesses da atual gestão. “Cadê o re-sultado em longo prazo para o desenvolvimento do nosso Estado? Vender a CRM, CEEE, Sulgás e Banrisul com uma carta de clientes pronta para seguir usando, comprando matéria prima e gerando energia é fácil, eu quero ver ter vontade polí-tica para realmente investir nessas empresas e fazer com que elas sejam o verdadeiro marco do desenvolvimento do Rio Grande do Sul nas mãos dos servidores gaú-chos”, desafiou.

Além de traba-lhadores e trabalhadoras das três empresas, Corsan e Banrisul, compareceram os ex-governadores Olívio Dutra e Tarso Genro, o ex--ministro Miguel Rossetto, vários deputados federais e estaduais do PT e PSol, diversos vereadores e di-rigentes sindicais. Todos levantaram várias vezes os cartazes e ergueram as suas vozes para reivindicar “Ple-biscito Já!” Houve também apresentação de um vídeo da campanha de mídia, produ-zido pela Interlig, defenden-do a consulta à população.

O evento foi pro-movido pelo Fórum de Combate às Privatizações, coordenado pelo ex-depu-tado Pedro Ruas, e contou com o apoio da Central Úni-ca de Trabalhadores (CUT--RS) e da Frente em Defesa do Patrimônio Público, integrada por sindicatos e federações que representam

trabalhadores de empresas públicas estaduais e fede-rais.

EM CANDIOTA - Con-forme anunciou o prefeito Adriano dos Santos, a 23ª edição do Canto Moleque também será palco para mobilização. Um grupo de representantes em favor do plebiscito estará recolhen-do assinaturas no evento que marca os 27 anos de emancipação da Capital do Carvão.

Além disso, visan-do informar a população

acerca do tema, está marcada para a próxima segunda-fei-ra (25), às 18h, no Ginásio de Candiota, uma audiência pública para debater o setor energético gaúcho - seus desafios, oportunidades e a importância da decisão popular.

A realização do ato está a cargo da Adefers, Senergisul, Sindicato dos Mineiros de Candiota, Pre-feitura Municipal, Câma-ra de Vereadores, Sintec e Sengers. Diversas lideranças políticas da região já confir-maram presença.

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22 de março de 2019

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ESPECIAL

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GERAL

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22 de março de 2019

Dirigentes do MST, pais, professores e diretores participaram da reunião da Comissão de Educação da AL

Catiana Medeiros/Especial TP

Pais, professores e diretores se mobilizam para garantir aos estudantes o direito à educação pública

R

epresentantes de duas escolas localizadas em áreas de Reforma Agrária em Hulha Negra, participaram na terça-feira (19) de uma reunião da Co-missão de Educação da As-sembleia Legislativa gaúcha. O objetivo foi levar aos par-lamentares, a preocupação com medidas do governo do estado que comprometem as atividades das Escolas Esta-duais de Ensino Fundamental Chico Mendes, no Assen-tamento Santa Elmira, e de Ensino Médio 15 de Junho, no Assentamento Conquista da Fronteira.

Além de deputados integrantes da comissão, que é presidida por Sofia Cave-don (PT), a agenda reuniu dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), pais, professo-res e diretoprofesso-res das escolas, que viajaram mais de 400 quilômetros para exigir uma solução imediata ao proble-mas. A secretária-adjunta da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), Ivana Flores, também participou da atividade, realizada no Espaço de Convergência do Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional Deputado Adão Pretto.

Representantes das escolas expuseram as preo-cupações que têm colocado em alerta e mobilizado a comunidade hulhanegrense. Em abril do ano passado, 20 anos depois de ter sido aprovada a Educação do Campo como política pública nacional, o Conselho Estadu-al de Educação aprovou as diretrizes para Educação do

HULHA NEGRA

Comunidades de assentamentos

lutam contra precarização de escolas

Campo no RS. Elas orientam o funcionamento próprio para atender as necessida-des da comunidade, a fim de que professores possam atuar dentro de suas áreas de conhecimento, ampliando assim sua capacidade de atuação dentro da escola. Porém, há uma orientação do governo do estado para que os professores atuem somen-te em suas áreas de formação específica disciplinar.

Outro problema é a ameaça de desligamento de professores contratados temporariamente, uma vez que entrou em vigor no início de 2019, uma nova legislação estadual que rompe esses contratos ao final de cada ano letivo. Conforme Daniel Pio-vesan, do setor de educação do MST, essa medida afeta a comunidade local, pois se trata de professores dos assentamentos que se forma-ram para trabalhar naquelas escolas e mantê-las ativas. “Eles não terão garantia de que os seus contratos serão renovados, o que também pode gerar uma ruptura de trabalhos fundamentais que já são realizados há anos nas escolas”, explica.

Os representantes das escolas Chico Mendes e 15 de Junho também estão pre-ocupados com conversas na região sobre o avanço da mu-nicipalização e da realidade imposta por meio da multise-riação nos anos iniciais, que não está respeitando a legis-lação. Como consequência, ocorre superlotação das salas de aula e comprometimento da qualidade do ensino e aprendizagem. Além disso,

há falta de monitores para estudantes com necessidades especiais.

A secretária-adjunta garantiu que não há nenhum encaminhamento referente à municipalização das escolas no atual governo e que ne-nhuma decisão será tomada de “cima para baixo”. Para isso, se comprometeu a ana-lisar cada caso e estabelecer constante diálogo com a co-munidade escolar para tratar de assuntos que dizem respei-to às instituições de ensino.

INVIÁVEL - A Escola Chico

Mendes funciona desde 1989 e hoje atende estudantes do 1º ao 7º ano nos turnos da manhã e tarde. À noite, as au-las são voltadas à Educação de Jovens e Adultos (EJA). A instituição conta com 63 educandos, oriundos de 11 assentamentos de Hulha Ne-gra e localidades vizinhas, e cinco professores, sendo que três são assentados.

Segundo o diretor Mariano Gasso, a falta de professores sempre foi um problema desde a fundação, uma vez que não havia pro-fissionais da educação nos assentamentos. Isso se agra-vava pela distância de cerca de 80 quilômetros da cidade de Bagé e pela precariedade das estradas até a escola. Mas a luta pelo direito à educação fez com que os assentados

se organizassem para tornar possível a formação de seus próprios professores. “Os professores trabalham na escola há mais de 20 anos através de contratos tempo-rários. Foram eles que man-tiveram o funcionamento e garantiram a formação de centenas de alunos”, argu-menta Gasso.

Conforme o diretor, a participação da comitiva de Hulha Negra na reunião foi motivada pela iniciativa do governo estadual de sus-pender contratos e limitar a atuação dos professores em sala de aula. “Quem é for-mado em uma determinada área mas que tem conheci-mento em outras áreas, hoje também atua em disciplinas como ensino religioso, edu-cação física e artes. Essa é uma forma de manter a escola ativa, pois não cau-saria o transtorno da falta de professores e não aumentaria o custo para o próprio Estado com novos contratos. Cada um em sua área elimina car-ga horária daqueles que por anos permaneceram, lutaram e mantiveram a nossa escola em pé”, alega.

Gasso complementa que, nessa nova modalidade de contrato, os professores também não podem atuar em áreas de projetos. Isso comprometeria iniciativas de recuperação e preservação de

nascentes do Pampa gaúcho, que são desenvolvidas pela Chico Mendes em parceria com o Instituto Cultural Pa-dre Josimo e a UTE Pampa Sul. Recentemente, o projeto intitulado “Protegendo as Águas do Pampa”, conquis-tou o segundo lugar na cate-goria de Ensino Fundamental da 3ª Mostra Pedagógica do Centro dos Professores do Estado do RS (Cpers).

Diante dessa situa-ção, a reivindicação é que ocorra uma mobilização para garantir o atual quadro de professores sem que haja corte de horas, bem como o fim da multiseriação dos 1º, 2º e 3º anos, que juntos contam com 27 estudantes – número maior do que o per-mitido pela legislação. Essas turmas estudam numa única sala e recebem o atendimen-to de um único professor.

PREJUÍZOS - O primeiro

dia de aula na Escola 15 de Junho foi em 1º de agosto de 1999, 45 dias após a chegada das famílias Sem Terra ao Assentamento Conquista da Fronteira. Por lá, o iní-cio não foi muito diferente da Escola Chico Mendes, pois também se enfrentava a falta de professores. A 15 de Junho começou as suas atividades com três docentes, que davam aulas para turmas da 1ª a 5ª série. Hoje, há 187

estudantes de 13 assenta-mentos, e 18 educadores e funcionários.

Conforme o diretor Erni de Picoli, a escola está situada a 26 quilômetros da sede de Hulha Negra. Apesar da distância, não é contem-plada por linha regular de ônibus. Isso deixa a institui-ção, que funciona nos três turnos, em uma situação de isolamento. “Mesmo quan-do tinha transporte, ele não funcionava de acordo com os horários da escola. Então sempre tivemos dificuldades para suprir a questão dos pro-fessores. Alguns moram nos assentamentos, outros vêm da cidade e moram durante a semana numa casa de pro-fessores que é bancada pelos assentados”, relata.

Picoli também fez referência ao fato dos profes-sores do currículo não pode-rem lecionar em outras áreas. “Um professor que vem de uma distância de 80 quilô-metros diariamente, para dar 6 horas de aula semanais, vai pagar para trabalhar. Isso é inviável”, justifica.

O diretor explica que essa regularização dos con-tratos também traz prejuízos a projetos que a escola con-quistou, como o Novo Mais Educação, uma vez que esses profissionais não podem assumir cargos específicos, nem ajudar a desempenhar o programa. Picoli aponta ainda que a iniciativa de enxugar o quadro de traba-lhadores da educação nas escolas, ocasionaria a falta de metade da carga horária necessária para atender às turmas nos três turnos. Se-gundo ele, entre as principais consequências que essas medidas podem causar está a possibilidade de fechamento da escola. “Os professores dificilmente virão da cidade por menos de 20 ou 40 horas semanais, porque menos que isso fica inviável economi-camente. A nossa realidade local é diferente da urbana, pois não permite que o edu-cador trabalhe algumas horas lá e outras horas do dia em outra escola em função da distância. Infelizmente, não vai ter professor para atender nossos alunos”, alerta.

Comitiva viajou mais de 400 quilômetros até a Capital para reivindicar atenção às escolas do campo

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7

GERAL

22 de março de 2019

A obtenção do recurso foi possível através do Decreto de Emergência

Divulgação TP

PEDRAS ALTAS

Prefeito assina protocolo de cerca de

R$ 258 mil para recuperar estradas

O

prefeito de Pedras Altas, Bebeto Per-domo, assinou nessa terça-feira (19) um protocolo com o Governo Federal para executar o projeto de recu-peração de estradas rurais. O valor do acerto totaliza R$ 258 mil - sendo o repasse de R$ 250 mil e contrapartida do município de R$ 8 mil.

Conforme informou o Executivo, os recursos são oriundos do Decreto de Emergência em decorrência das chuvas do início de Janei-ro e o pJanei-rojeto elaborado junto ao Ministério da Integração Nacional.

Sobre o assunto,

Be-beto destacou a convergência de esforços para a obtenção dessa verba. “Esse recurso de R$ 258 mil vai contribuir para alavancar o desenvolvi-mento da agricultura rural e dar mais condições de escoa-mento da produção agrícola e mobilidade de centenas de fa-mílias. O município tem feito constantemente manutenção de estradas rurais, mas agora, com essa união de forças da nossa Emater, Secretaria de Agricultura, Secretaria de Obras e Central de Projetos vamos conseguir fazer muito mais para a população”, co-memorou.

Na oportunidade, o

secretário de Agricultura e Abastecimento, Ivanilson Moreira, frisou a relevância do projeto para o desenvol-vimento rural no município. “Esse é um convênio muito importante, pois temos uma grande área rural com mui-tas estradas e o agricultor precisa de boa infraestrutura para escoar a sua produção, melhorar o transporte escolar, mobilidade, segurança, o lazer e até o turismo na zona rural. Esta é uma demanda antiga do setor e os recursos contribuirão para amenizar parte do problema que temos em fazer manutenção e ade-quação de estradas”, disse.

As atividades em comemoração ao padroeiro de Hulha Negra, São José, não se encerraram no domingo (17). Na terça-feira (19), dia de São José e feriado municipal, ocorreu uma tarde de programações - apresentação da Banda Municipal, jogos infantis e uma missa ao padroeiro. “Agradecemos a todos e todas que participaram da nossa festividade. Paz e bem”, desejou Frei Rinaldo.

O produtor rural de Candiota, ALVARO DAGOBERTO SILVEIRA BRUM, comunica que foram furtados de sua propriedade rural, três talões de guia de produtor, P 145 959311-959320, P 165 105081-105090, P 168 706431-706440. Inscrição estadual número 3441003596. Foi feito o devido registro policial.

FURTO DE TALÃO DE PRODUTOR

A verdade sobre os gastos com o processo seletivo de Pinheiro Machado. Atenção funcionários público e cidadãos Pinheirenses, depois de tanta propa-ganda enganosa divulgada nas redes sociais e imprensa, resolvi tornar público o verdadeiro valor que será gasto pelo projeto de lei elaborado pelos gestores públicos e autorizado pela maioria da Câmara de vereadores, é surpreendente que quem autorizou não se preocupou nem mesmo em fazer uma análise dos reais custos aos cofres públicos , caíram na velha história “o Tribunal de Contas recomendou”, será que recomendou um município que está com decreto de calamidade financeira a gastar bem mais do que gasta atualmente ? O que o Tribunal recomenda é concurso público, mas para isso a de se ter gestores que realmente coloquem os gastos públicos dentro da lei.

Segue o valor anual do contrato terceirizado mantido atualmente - R$: 1.174.503,50

Valor anual processo seletivo que o município está fazendo - R$: 1.623.848,00

Como podem ver um aumento nas despesas anuais de R$ 449.345,50, ou seja um aumento de gastos de aproximadamente assustadores 38% ao ano.

Estes valores do processo ainda falta calcular insalubridade, mas contem-plam INSS, décimo terceiro, férias e substituição de férias, não está calculado médico, já que não houveram inscritos.

Minha gente essa conta vai chegar, claro que deve ser empurrada para o próximo prefeito/gestor pagar, mas isto aumentará e muito a crise financeira do município. Desejamos boa sorte a todos nossos colaboradores e agradecemos todos esses anos de parceria, trabalho e apoio.

Disponibilizo a quem interessar planilha detalhada através do email: marcia_4julho@hotmail.com

Márcia Martins Fagundes

A PEDIDO

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22 de março de 2019

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ESPECIAL CANDIOTA E HULHA NEGRA

C

ompletando 27 anos de emancipação político-administrativa, neste domingo (24), Candiota e Hulha Negra celebram conquistas, desen-volvimento e, sem dúvidas, muitas histórias. É assim, pensando em histórias de pessoas que optaram fazer dessas duas cidades o cenário para transformar sonhos em realidade, que o Tribuna do Pampa homenageia e também comemora a data especial.

Aqui, histórias de pessoas. Gente como a dona Cacilda e o seu

Fran-Gente que faz parte

Divulgação TP

Empresa de Fábio Oliveira já completou um ano

“Não troco Candiota por nada”. Assim interrom-peu dona Shirlei Romero Martins, de 82 anos, quando a reportagem comentou sobre a aproximação do aniversário da cidade e da série especial que faria para a edição co-memorativa. Ela é, de fato, aquele tipo de pessoa que entre todos os lugares do mundo que poderia escolher para viver, optaria sempre por ficar onde está.

Natural de Bagé, dis-se dis-ser uma candiotendis-se de coração. “Conheço todos daqui. Muitos já morreram, alguns foram embora e até se arrependeram. Desde que cheguei continuo na mes-ma casa, gostando do lugar onde eu moro e por aqui vou continuar enquanto Deus me

permitir viver”, afirmou. Dona Shirlei mora na Vila Residencial desde os seus 24 anos de idade. Con-forme contou, veio acom-panhada do marido, Oscar Rodrigues Martins (falecido há 22 anos), para que ele trabalhasse na já desativada Usina Candiota I. “Naquela época não tinha quase nada e mesmo assim eu já gostava, construímos nossa vida nesse lugar. Quando chegamos, na volta da usina tinha uma cooperativa e um açougue e para nós era suficiente. Nem a cinza, que tomava conta da casa com a ventania e que eu tinha que limpar o tempo todo, me fazia gostar menos daqui”, disse de forma bem humorada.

Daquele tempo para

cá, Candiota se desenvolveu e cresceu muito. A família Romero Martins também. Mãe de três filhos (Maxwell, Marco Vinicios e Saionara) - dois que trabalham na Usina de Candiota como o pai e uma professora -, o amor e o carinho por esta terra acabou passando de geração em ge-ração. “Eles também moram em Candiota e acho que por aqui vão ficar até morrer, assim como eu e o meu fale-cido esposo. Eles amam esse lugar e não arredam o pé”, comentou. Ela também tem um casal de netos, Alexia e Maxwell Júnior, moradores do mesmo local.

Com a rotina de acor-dar cedo para tomar chi-marrão, ir ao mercado e ao banco sempre que precisa,

"De coração, eu sou daqui sim"

cisco, o Fábio, a Ludimila e a dona Shirlei, além dos prefeitos de Candiota e Hulha Negra, Adriano e Renato, e dos representantes do Legislativo, Danilo e Getúlio. Uma pequena amostra do tanto que elas representam e influenciam na construção das cidades. Gente que poderia ter escolhido qualquer lugar, mas escolheu Candiota, escolheu Hulha Negra - seja para morar, trabalhar, produzir, empreender, administrar ou legislar... Enfim, escolheu o lugar certo para estar.

os 82 anos de idade não a impedem de sair por aí – inclusive para participar dos bingos, diversão a qual disse gostar bastante. “Saio, faço o que tenho que fazer e logo volto para a minha casa. Eu até gosto de ir a Bagé com a minha filha ou viajar para qualquer lugar – desde que seja bem rápido para poder voltar ligeiro”.

Para ela, conforme detalhou, o mais importante quando decide sair da cida-de oncida-de escolheu morar é saber que existe o seu lugar e a hora para retornar. “É em Candiota que me sinto bem, me sinto em casa e é por aqui que eu gosto de ficar”, reiterou várias vezes durante a conversa. Dona Shirlei vive em Candiota e Candiota a faz

viver. Feliz, falante e firme no discurso “eu sou daqui sim!”, ela é apenas um dos tantos exemplos de que as cidades,

assim como a Capital do Carvão, são feitas de pessoas para pessoas - é só gostar, apostar nelas e decidir ficar.

"Vi aqui uma oportunidade de negócio"

Natural de Rio Gran-de, o empresário Fábio Oliveira foi outra pessoa entrevistada pelo TP para o especial de aniversário. Casado e pai de uma filha, veio para a Capital do Carvão para acompanhar a esposa que havia sido chamada no concurso da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) e também é um exemplo de que é pos-sível investir e prosperar, basta acreditar e trabalhar para isso.

A partir daí, come-çou a vida no município e o despertar para investimentos próprios. “Já tínhamos nossa vida em Rio Grande, eu tra-balhava na área de comércio exterior, mas pelo fato da minha esposa ser natural de Candiota, escolhemos nos mudar para cá. Na época se falava em duas cidades com grande potencial de desen-volvimento no estado - Rio Grande com o Polo Petro-químico, e Candiota, devido à região carbonífera. Além das opções de trabalho que se tinha com outras empresas, percebemos a oportunidade

de expansão do município”, relata.

Hoje, Fábio é pro-prietário da Arcan - pisos e blocos de concreto. Ele conta que a empresa surgiu após a percepção de que existia mercado para peças em cimento. “Trabalhei em empresas dentro da usina e por último na InterCement, quando percebi essa possi-bilidade de trabalhar na área de concreto por ser algo ver-sátil, que pode ser utilizado para a construção de casas e acabamentos. Comecei a pesquisar as possibilidades oferecidas pelo município, como pedreiras, areias para construção e duas cementei-ras, uma em Candiota e outra em Pinheiro Machado, mas como a minha empresa está localizada junto à BR-293, no quilômetro 147, próximo ao trevo, fica distante somen-te cerca de 11 km. Percebi também ser um leque por Candiota estar situada em uma área com possibilidade de negócio em toda região”, explica, contando que hoje a empresa trabalha com blocos intertravados e estruturais.

Ao ser questionado de que forma ele vê a em-presa hoje, assim como o futuro do empreendimento, o candiotense de coração conta ver a possibilidade de ainda maior desenvolvimento. “Pa-vimentação é algo que vai ocorrer sempre, temos vários bairros se expandindo. É uma área bastante promissora, com horizontes vastos e em razão disso ainda estou me estruturando para atender a demanda de mercado, inclu-sive já estamos com projetos para novos investimentos na empresa, tais como peças para paisagismo”, expõe o empresário, lembrando o objetivo da empresa que é a fabricação de peças utilizan-do a cinza úmida utilizan-do carvão. “A cinza úmida melhora a qualidade do artefato, a resistência e acabamento, além de reduzir custos de produção. Atualmente está em fase de regularização para o processo de venda da cinza. Há interesse por parte da CGTEE para essa venda, mas agora temos que aguardar o processo. Além da redução de custos, estaria

enquadrado e incluído no rol de empresas beneficiadas pelo uso do resíduo, lei do Polo Carboquímico, que traz benefícios para a empresa”, destaca Fábio.

Especificamente re-lacionado à evolução de Candiota, completando 9 anos como morador em 2019, o empresário diz ver o mu-nicípio com vários nichos de mercado ainda a serem explorados. “Já temos gran-des empreendimentos como a vitivinicultura e as oliveiras, além das usinas, que já estão no mercado. Mas temos a argila que é de qualidade e ainda não é aproveitada como deveria para a confecção de cerâmica e derivados. Empreender não é só para grandes empresas, é possível investir em algo pequeno que aos poucos possa se expandir. Hoje a Prefeitura dispõe da Sala do Empreendedor que pode auxiliar bastante”, ressalta, lembrando que em razão do município ser novo - 27 anos - merece receber elogios por tudo que já cres-ceu e pelas possibilidades que apresenta.

CANDIOTA PARA VIVER...

CANDIOTA PARA INVESTIR...

Dona Shirlei vive feliz na Vila Residencial J. André TP

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22 de março de 2018

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ESPECIAL CANDIOTA E HULHA NEGRA

Ludimila é fisioterapeuta há 17 anos em Hulha Negra

Silvana Antunes TP

Além daquelas pes-soas naturais dos campos de Hulha Negra, que antes da emancipação pertencia à vi-zinha Bagé, hoje o município conta com pessoas vindas de outras cidades da região - seja residindo no campo, trabalhando ou simplesmente morando ali.

Um exemplo disso é a profissional da área da saúde, a fisioterapeuta Lu-dimila Antunes. Natural de Dom Pedrito, ela prestou o primeiro concurso público de Hulha Negra para a área de Fisioterapia, em 1999. Ao ser chamada para assumir o cargo, o serviço passou a ser disponibilizado na cidade.

Conforme ela contou a reportagem do TP, prestar a prova do concurso foi uma questão de escolha de iní-cio de carreira. “Me formei em dezembro de 1998 e em fevereiro de 1999 fiz o concurso para Hulha Negra.

Passei, mas fui chamada após mais de dois anos. Assumi em janeiro de 2002 para 20 horas (meio turno), quando passei a residir na cidade. Até então trabalhava de forma particular com atendimento hospitalar e à domicílio”, conta.

Ao ser questionada como era a cidade na época e como ela vê sua evolução ao longo desses 17 anos como profissional e moradora da cidade, Ludimila diz que evoluiu bastante. “Na época a rua principal só tinha asfalto de um dos lados, o calçamen-to do outro lado da via veio depois. Hoje vemos comér-cios diferentes, alguns que surgiram lá no início e ainda se mantêm. A cidade está se expandindo, o centro - em termos de construções - não há mais o que crescer. Está em evolução, ainda”, expõe.

Ela, que hoje tem uma filha de 8 anos e uma carga

horária de 40 horas, turno integral, após passar também para um segundo concurso em 2011, diz sentir falta de outros tipos de atividades. “A educação melhorou sem dú-vida, mas contamos somente com escola pública. Sinto falta de atividades extracur-riculares que para participar é necessário ter disponibilida-de disponibilida-de se disponibilida-deslocar até a cidadisponibilida-de de Bagé. Gostaria que minha filha fizesse aulas de inglês e natação, por exemplo, e isso não tem. É um ponto negativo que acredito ainda acontecer principalmente por faltar empresas interessadas em investir em um municí-pio em fase de expansão”, destaca.

Quanto à fisioterapia, ela diz não ter grandes mu-danças ao longo desse tempo. Ainda assim, a profissional avalia a área de forma posi-tiva. “Não vejo investimen-to na fisioterapia.

Equipa-"Gosto daqui, é bom para viver e trabalhar"

mentos utilizados no início, quando assumi o cargo, são os mesmos de agora. Apesar disso, os atendimentos acon-tecem na melhor forma possí-vel e os resultados aparecem. Evoluções poderiam ter sido mais ágeis, hoje novas técni-cas não podem ser realizadas por falta de espaço e equi-pamentos, mas chegamos a bons resultados. Já tivemos duas profissionais e uma lista de espera ainda maior. Ainda assim contabilizamos muitas histórias bonitas de pessoas que tiveram uma grande reabilitação, de casos que tu acredita que a evolução não será muito boa e eles te surpreendem, de quem chegou em cadeira de rodas e em pouco tempo voltou a caminhar. Isso é muito gra-tificante e o que me estimula como profissional a, dentro das possibilidades, atender cada vez melhor”, relata.

Por fim, Ludimila diz

gostar de morar em Hulha Negra e considera uma cida-de boa para se viver. “Vim morar em Hulha e pretendo continuar. Gosto de trabalhar aqui e apesar de achar falta de uma praça legal para levar as crianças e outras atividades, é uma cidade boa para criar um filho. É um município

tran-quilo, sem muitos registros de violência, onde tu pode deixar teu filho na escola e sabe que após o trabalho, na hora de buscá-lo, estará tudo bem. Professores são de fácil acesso e isso é muito importante para um pai ou uma mãe que trabalha todo dia”, conclui a fisioterapeuta.

HULHA NEGRA PARA TRABALHAR...

Dona Shirlei vive feliz na Vila Residencial Divulgação TP

Sabe aquela história de um casal que começou do zero, passou por dificuldades, mudou de vida e prosperou no campo? É esta que também vamos contar nesta edição especial de aniversário de Hulha Negra.

Para isso, contamos com o auxílio da extensionis-ta rural da Emater de Hulha Negra, Maria Thomaz, par-ceira do Tribuna do Pampa

ao levar a nossa reportagem até o assentamento Conquista da fronteira, distante cerca de 30 km da sede do município.

Os personagens desta história são Francisco Neto, 69 anos e Cacilda, 68 anos, que se tornaram moradores de Hulha Negra antes mesmo da emancipação. Naturais de Nonoai, cidade localizada no noroeste do Rio Grande do Sul e sem muitas

perspecti-vas, resolveram se aventurar integrando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras (MST). “Ficamos um ano e seis meses acampados no Salto do Jacuí e depois mais dois anos em Vacaria até chegar em Hulha Negra, morando em barracos de lona - quando não rasgavam com a chuva e vento e, até consertar, ficávamos do jeito que dava e até meio no rigor. Nossa vinda para cá se deu em 1991, após sabermos que nestes campos havia possibilidade de se estabelecer”, conta seu Chico, como é conhecido na região.

Os primeiros quatro anos do casal, que na época já tinha dois filhos – hoje também assentados e mo-radores do campo - foi nas proximidades da Cooperativa de Produção, Trabalho e Inte-gração Ltda (Coptil). Na épo-ca, além da falta de estradas, a comunidade convivia com a precariedade da educação e saúde. “Só tinha uma camio-nete rural e um trator. Quando tinha alguém doente esperava juntar algum grupo para levar ao atendimento. Até partos

"É uma terra que nos trouxe a felicidade"

ocorreram na estrada, era hor-rível”, lembra a produtora. A residência atual de alvenaria substituiu uma em madeira, construída quando seu Chico e dona Cacilda se estabele-ceram de forma definitiva na área onde residem até hoje, que ainda não contava com energia elétrica.

Conforme relatou seu Chico ao TP, para sobreviver eles trabalharam na colheita de milho e depois começaram a vender leite - quando surgiu a oportunidade de adquirir duas vacas e a produzir se-mentes de hortaliças para uma empresa de Bagé. “O que rendia era o leite e a semente. Como não tinha luz, à noite tirávamos leite e colocávamos em um tarro dentro de um poço que fizemos em uma vertente. Essa era a maneira de não estragar o leite e entre-garmos junto com o outro que tirávamos na manhã seguinte. A partir daí as coisas come-çaram a melhorar”, conta seu Chico, relatando que a renda aumentou após uma parceria com o frigorífico Marfrig, na época Pampeano, através da plantação de cebola e tomate.

“Eles faziam molhos para os enlatados e nós começamos a plantar. No período também colhíamos mel. Aí já estava tudo melhor, tínhamos ali-mentos e conseguíamos nos manter”, completou.

A luz chegou por volta de 1997, após a emancipação, mediante um pagamento em dinheiro e a abertura de buracos. “Junto com outros dois moradores abrimos oito buracos de 1,5 metros de fundura para a colocação dos postes. Na época ainda não tinha o Luz para Todos, tudo que íamos fazer era mais di-fícil”, conta o produtor.

A vida do casal se-guiu sem mudanças de muita magnitude até 2005, ano de aposentaria de Cacilda A par-tir daí, a produção, que passou a contar com arroz orgânico, foi reduzida ao consumo próprio, até mesmo em razão da idade mais avançada. Em 2009 chegou a aposentadoria de seu Chico, e aliado com um problema de doença, o que também o fez reduzir a produção.

Hoje, o casal que mora em uma boa casa e

consegue deslocamento fácil em estradas e dispõe de um bom carro, integra a Associa-ção de Produtores da Reforma Agrária (Aprofara) e junto com outros integrantes, são os responsáveis pela produção e comercialização de pães, cucas e bolachas, com vendas para Hulha Negra e região. “A Aprofara surgiu após a formação de um grupo de idosos. Lá a gente realizava confraternização, cantava e estudava. Eu dizia que éramos idosos mas não estávamos mortos. Com o tempo surgiu um projeto para agroindústria, nos organizamos e passamos a produzir. Deu certo e hoje, além de produtos para a me-renda escolar, vendemos para entidades e até o Exército”, contou o casal.

Na propriedade, con-forme pode conferir a re-portagem do TP, um pomar com frutos diversos, verdu-ras e animais para consumo integram a área, além de uma bela plantação de flores, que recebem os visitantes da propriedade. “Hulha Negra é uma terra que nos trouxe a felicidade”, disse o casal.

HULHA NEGRA PARA PRODUZIR...

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Rodeado de empre-endimentos, com destaque para as usinas, é dessa forma que o presidente do Legisla-tivo, Danilo Gonçalves (PT), analisa o importante cresci-mento da cidade ao longo do tempo. “Ano após ano Can-diota vem se desenvolvendo. As pessoas enxergam aqui oportunidade de trabalhar e melhorar de vida. Muitos vêm de fora e quem mora aqui também pode ficar por-que as usinas possibilitam isso”, disse ao TP.

À frente da Câmara de Vereadores pela primei-ra vez em 2019 e terceiprimei-ra atuando como parlamentar,

ANUNCIAR AQUI É GARANTIA DE NEGÓCIO. TODAS AS SEXTAS-FEIRAS

Prefeito Adriano caracterizou Candiota como uma cidade hospitaleira

Para o TP, o gestor falou sobre o desenvolvimento local e a presença de grandes empresas

E

mancipado em 1992, o município de Candio-ta é conhecido como um eficiente gerador de empregos. Além de muitos empreendimentos, há ainda uma enorme diversidade populacional encontrada na Capital do Carvão. Candiota também faz fronteira com as cidades de Bagé, Hulha Negra, Pinheiro Machado e Pedras Altas e acaba sendo o destino de muitos mo-radores desses locais para garantir seu sustento.

Diante disso, con-vidado a falar no especial de aniversário para o TP, o atual gestor, Adriano dos Santos (PT), caracterizou a cidade como desenvolvida e o povo bastante hospitalei-ro. Para provar o que diz, ele aproveitou e uniu passado e presente – destacando a programação comemorativa aos 27 anos de histórias.

“Candiota sempre foi uma cidade hospitaleira em todos os sentidos. Na própria emancipação do município, onde na época um grupo demarcou as fron-teiras numa grande

caval-Prefeito Adriano dos Santos destaca

as potencialidades do município

gada e que dali se estendeu para tornar Candiota refe-rência no cenário cultural e tradicional do Estado, unindo os marcos de outras cidades e outros países ao nosso da Batalha do Seival”, disse. Conforme lembrou o prefeito, esta semana a mesma demarcação, “à pata de cavalo”, pelos limites do município está sendo repetida pela Associação de Cavaleiros de Candiota (ACC).

Na oportunidade, Adriano falou ainda do tanto de evolução da cidade e de seu povo diante do atual ce-nário e do que representam. “Nesses 27 anos de história, Candiota cada vez avança mais - a nível de população, desenvolvimento e como referência regional. O povo do nosso município está de parabéns pela consciência que tem tido diante da im-portância da nossa cidade. Hoje nós não somos mais aquela Candiota bairrista, que era formada por vilas, apesar de distantes uma da outra, mas com caracterís-ticas totalmente diferentes.

Estamos caminhando nesses 27 anos para nos consolidar-mos cada vez mais não só como cidadãos, mas com a consciência de sermos, de fato, candiotenses”, exaltou.

Segundo ele, é im-possível comemorar essa trajetória sem fazer refe-rência às empresas que apostaram em Candiota e que transformaram o local no que é hoje – sinônimo de desenvolvimento, emprego e renda. “Temos que agrade-cer e reconheagrade-cer o trabalho da UTE Pampa Sul (Miroel Wolowski), Engie, InterCe-ment, Copelmi, Manserv, Fagundes, Transbalta, Com-panhia Riograndense de Mineração (CRM), Compa-nhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) e todas as outras empresas que enxergaram em Can-diota uma potencialidade. Além disso, as cooperativas do interior que fazem parte desse desenvolvimento e que o município conseguiu colocar recursos para man-ter os produtores ligados à bacia leiteira, por exemplo. Enfim, agradecemos a

apos-Danilo entende que, apesar do cenário positivo para trabalhar, ainda há muito por fazer pela população local. “A gente reconhece o tanto que melhorou, mas não se pode achar que é suficiente. Também melhoramos muito em infraestrutura, saúde e educação, mas são setores que precisam sempre de atenção”, pontuou.

Para ele, o alerta e o foco devem girar em torno dos que vivem no interior. Nesse sentido, aponta a im-portância do Executivo e do Legislativo caminhar juntos para sanar as demandas da população. “O Legislativo é

Arquivo TP

ESPECIAL CANDIOTA E HULHA NEGRA

CANDIOTA PARA GOVERNAR...

ta e, principalmente, as pes-soas que fazem de Candiota o que ela é”, disse.

PERSPECTIVAS - Para

Adriano, o cenário positivo de crescimento e referência em nível de Rio Grande do Sul deve receber atenção constante para que seja mantido ao longo dos anos. “É importante destacar e atentar para o nosso futuro e a importância que Candiota

tem no Estado e até mesmo no país. Quando se faz um debate como o do pólo carboquímico ou o próprio debate sobre a energia tér-mica a carvão como política nacional, é impossível não conectar-se ao nosso muni-cípio e à região”.

Segundo o prefeito, focar nisso é uma estraté-gia diretamente ligada aos interesses tanto do território quanto da própria população

que aqui vive. “Candiota tem sido um expoente da região para o desenvolvi-mento. A sua vocação para a geração de energia elétrica e mineração do carvão mi-neral nos coloca como um pólo do desenvolvimento da metade sul do Estado. Por isso, temos que, a todo o momento, estar multiplican-do essas ações em torno das nossas potencialidades”, finalizou.

Presidente da Câmara de Vereradores

reconhece avanços ao longo dos anos

Para a reportagem, Danilo Gonçalves (PT) vê de forma positiva a realidade da Capital do Carvão, mas lembra o tanto que ainda é preciso fazer

parceiro do Governo e vejo isso até em quem é oposição, porque estamos buscando o melhor para o pessoal de Candiota. Precisamos muito de estradas, melhorar a situ-ação dos Postos de Saúde lá de fora e olhar por aquele povo do interior, porque são os que mais precisam de nós”.

Segundo Danilo, o Programa Gestão Participa-tiva (PGP) veio como um aliado para poder atender, de fato, as reais necessidades dos candiotenses. “Como vereador, representando o povo, sei que é importante que eles continuem sendo

ouvidos. As reuniões do Gestão Participativa fazem com que isso seja feito mais seguido e a gente fica feliz quando consegue atender”, destacou.

De acordo com o parlamentar, o avanço para os moradores de Candiota precisa acompanhar o cons-tante desenvolvimento que o setor trabalhista já possui no município e foi construindo ao longo desses 27 anos. “É bom para trabalhar, mas também precisa ser bom para viver e vamos continuar trabalhando juntos para que isso aconteça”, disse para a reportagem.

Danilo Gonçalves está em seu terceiro mandato

Arquivo TP

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22 de março de 2019

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GERAL

Vereador diz que crescimento da cidade é notório

Os 27 anos de eman-cipação político-adminis-trativa de Hulha Negra estão muito vivos nas lem-branças de Getúlio Porto

Prefeito Renato agradeceu a todos que acreditaram na cidade

O gestor falou ao TP sobre como vê o crescimento do município e relembrou algumas pessoas

M

arco Antônio Canto, Getúlio Hoesel, Jaci Coelho, Sebastião da Silva, Antônio Azevedo, Léo Kloppemburg, professor Sigmar, Ronaldo Hoesel e Renato Machado. Incluindo--se na lista, o atual prefeito de Hulha Negra, Renato Macha-do (Progressistas), começou a falar à reportagem do TP sobre os 27 anos de emanci-pação político-administrativa de Hulha Negra, que ocorreu em março de 1992, na época do governador do Estado, Alceu Collares. “Sou o pé de boi como se chama e estou aqui até hoje no caminho político. Concorri em todas as eleições e acompanho toda a evolução - seja de dentro do Executivo, Legislativo ou como munícipe”, assim se manifestou Renato, feliz por fazer parte de importantes momentos, como vereador, candidato a prefeito, vice--prefeito e prefeito.

Ao falar sobre os principais avanços do mu-nicípio, com um sorriso no rosto, o atual gestor faz re-ferência, principalmente, à educação. “A educação se destacou na região. Quando houve a emancipação de Hulha e os poderes próprios seguiram administrando, o município só oferecia estu-do até a 8ª série e não tinha jardim da infância. Hoje, em 27 anos, temos a creche, o

Prefeito Renato Machado relaciona

futuro da cidade com as usinas

ensino fundamental, o médio e o ensino superior através do pólo da Universidade Aberta do Brasil (UAB)”, destaca.

O prefeito também falou sobre o crescimento na área da saúde. “Antecedendo a emancipação, tínhamos somente um posto pequeno da igreja Católica e depois de 1992, Hulha passou a atender sua própria comunidade. Hoje temos o posto avançado - que chamamos de hospital - e disponibilizamos de aten-dimento com especialistas e exames médicos em outros municípios, com transporte próprio. Essas diferenças que me animam muito e me fize-ram passar todo esse tempo acompanhando a cidade”, manifesta.

Solicitado pelo TP a dar uma nota ao município, Renato diz ser dez. “Estou aqui porque gosto de Hulha Negra, mas como gestor vejo que poucos municípios do Brasil têm seu saneamento cloacal e pluvial recolhido e com destino, e Hulha tem 87%. A noite em Hulha Ne-gra é muito tranquila e bas-tante iluminada em termos de energia. Nossas ruas, dentro das possibilidades, vamos dando uma direção para ser uma cidade confortável e boa de se morar. Nosso co-mércio cresceu bastante, hoje temos tudo. Apesar de eu ter manifestado minha nota, o

município deve receber nota dez por todos, por tudo que já evoluiu e por tudo que se projeta”, diz o prefeito.

Até hoje passaram quatro prefeitos por Hulha Negra, sendo Marco Antônio Ballejo Canto, Luis Fernando Campani, Renato Machado e Erone Londero. Sobre o desenvolvimento da cidade, o atual prefeito ressaltou o trabalho realizado. “Acredito que todos que por aqui passa-ram depassa-ram sua contribuição e a comunidade só teve a ganhar”, disse Renato.

PERSPECTIVAS - Ao falar

sobre o futuro do município e de que forma ele, como gestor, vê possibilidades de crescimento, Renato fala sobre a Usina Termelétri-ca Pampa Sul, que fiTermelétri-ca na divisa com o município de Candiota, e a possibilidade de uma usina eólica. “Hulha hoje tem a UTE Pampa Sul, bem próxima da cidade e com importantes parcerias que já trouxeram e irão trazer melhorias para nossa cidade - tanto na receita de tributos como na movimentação de pessoal”, disse.

Segundo ele, o mu-nicípio precisa estar prepara-do para receber o empreendi-mento que já está em fase de testes. “Temos consciência da situação das estradas que precisarão de um olhar ainda

(PDT), atual presidente da Câmara de Vereadores. Eleito pela comunidade para o quinto mandato, o parlamentar, ao ser

so-licitado a falar sobre a evolução da cidade no pe-ríodo, iniciou a entrevista relembrando de como era a localidade antes da eman-cipação.

Conforme lembrou Getúlio, Hulha Negra era um local sem muitas pers-pectivas, com necessidade de emprego, onde muitas famílias viviam com difi-culdades pela falta de es-trutura. “Frigorífico Santo Antônio, cerâmica, alguns poucos comércios eram os que davam empregos além da agricultura, quando pre-dominava a produção de trigo. Funcionava a Cesa e a Cooperativa Assis Bra-sil. Luz elétrica só chegou

Silvana Antunes TP

mais especial, assim como nosso comércio, que precisa estar preparado. A usina está dentro de Candiota assim como outras grandes empre-sas? Sim, mas pela parceria e proximidade com Hulha Negra, se torna um grande empreendimento para nossa cidade também”, expõe.

Renato também falou sobre a energia dos ventos, a eólica. “80 % dos testes dos ventos são feitos em Hulha Negra e embora seja uma situação distante, é uma possibilidade em lon-go prazo que possibilitará grandes crescimentos para o município”, destaca.

Por fim, em termos de investimentos e empresas importantes para a cidade, o prefeito citou o frigorífico Marfrig/Pampeano. “É uma

realidade de quase 2 mil funcionários na região men-salmente e que ao longo dos anos mostra uma expansão e, consequentemente, o au-mento de receitas. É por tudo isso que ficamos animados e pensamos em Hulha Negra para o futuro”, fala Renato, lembrando que atualmente o município depende de emen-das parlamentares para inves-timentos. Ele, porém, acredita que o funcionamento da UTE Pampa Sul será a alavanca para o desenvolvimento da cidade.

PARA A CIDADE –

In-cluindo-se como munícipe por ter construído a vida em Hulha Negra, antes mesmo da emancipação, o prefei-to se dirige à comunidade, principalmente aos pais que

acreditaram no crescimento da cidade. “Esses pais que acreditaram nessa Hulha que ainda está desenvolvendo. Esses imigrantes que para cá vieram, incluindo pequenas famílias da reforma agrária. Não vamos desanimar, temos grandes quilômetros de estra-das, temos muita atenção e respeito pela educação, pois acreditamos que o cresci-mento se dá pela Educação, assim como foi o olhar do prefeito Marco Antônio na época. Hoje temos estudo, jovens podem se preparar na Hulha Negra para procurar o mercado de trabalho. As pessoas acreditaram na ci-dade. Todos que acreditaram na cidade, que aqui vivem e resolveram investir, estão de parabéns neste aniversário”, finaliza o gestor.

Presidente da Câmara relembra

emancipação e importantes evoluções

algum tempo depois, por volta de 1975, o que trouxe já um alento para quem morava na região”, relata.

Ele ressalta, po-rém, que a emancipação trouxe melhorias. “Hulha foi emancipada com um frigorífico fechado, na época poucas pessoas acre-ditavam que ela poderia prosperar. Começaram a surgir os assentamen-tos e a chegar pessoas de outras localidades, que escolheram o município para viver. O comércio foi aumentando, usinas possibilitando empregos e renda, assim como toda a melhoria na área de educa-ção e saúde”, lembra.

Há 18 anos na Câmara de Vereadores, Getúlio Porto contou um pouco do crescimento da cidade para a reportagem do TP

Getúlio também lembra o avanço no sa-neamento básico através da busca de recursos e a pavimentação da avenida Getúlio Vargas. Ele diz que, em sua visão, Hulha Negra cresceu bastante, mas ainda há o que ser feito. “Muitas obras para o avanço da cidade emper-ram na falta de recursos. Hulha é um município pequeno e que necessita de constante empenho do Exe-cutivo e Legislativo para que se recebam emendas parlamentares”, destaca.

Ele finaliza sua en-trevista ao TP dizendo ser notório o crescimento da cidade, apesar de haver

ainda falta de empregos e muitos problemas com relação à água - fator que impede a chegada de novas empresas. “Precisamos ter água em abundância, mas temos uma luz no fim do túnel com a realização da obra por parte da UTE Pampa Sul, da Estação de Tratamento de Água na Trigolândia e da rede até a sede. Mas as pessoas estão acreditando em um futuro promissor para a cidade. Acredito que em longo prazo há possibilidade de melhorias”, conclui o pre-sidente, parabenizando a todos os moradores e aqueles que acreditam na prosperidade do local.

Silvana Antunes TP

HULHA NEGRA PARA GOVERNAR...

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GERAL

Fábio Campos/Especial TP

UTE PAMPA SUL

E

m 2019, Candiota e Hulha Negra terão ain-da mais motivos para comemorar. O ano em que os municípios celebram 27 anos será também um ano marcado pelo início da operação comercial da Usina Termelétrica Pampa Sul (Miroel Wolowski), um marco histórico para os mu-nicípios e que, desde 2015, vem mudando a realidade da região, seja com o in-cremento da economia pela movimentação gerada pela grandiosa obra, mas também pelas inúmeras parcerias firmadas com a Usina e que beneficiam diretamente as comunidades do entorno da UTE Pampa Sul.

Em termos de obra, recentemente, a UTE Pampa Sul atingiu um importante marco ao concluir com su-cesso o prosu-cesso de sopra-gem a vapor das tubulações da caldeira. Desde então, foi iniciado, em conjunto com a SDEPCI, empresa chinesa responsável pela obra, o planejamento para a próxima grande etapa: o comissionamento a quente do turbogerador, atividade que, quando concluída, per-mitirá o sincronismo da UTE Pampa Sul com o Sistema Interligado Nacional (SIN) e a colocação de carga no siste-ma, atividade que representa a conquista do maior marco da implantação da Usina.

“A UTE Pampa Sul já registra mais de 95% de avanço geral do projeto. Com os avanços na obra, foi protocolado junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBA-MA) o pedido da Licença de Operação (LO) da Usina, por meio de um relatório que reúne todas as informações sobre os programas e condi-cionantes ambientais desen-volvidos pela área de meio ambiente da UTE Pampa Sul, desde o início das obras

Candiota e Hulha Negra

comemoram fase final das obras

A parceria da UTE Pampa Sul com ambos os municípios vem rendendo bons frutos

até março de 2019, e, poste-riormente, será protocolado um relatório técnico com as informações/dados opera-cionais, obtidos durante o período de comissionamento da unidade. A obtenção da LO junto ao Ibam permi-tirá que a ANEEL emita autorização para a entrada em operação comercial da usina”, destaca o gerente so-cioambiental da UTE Pampa Sul, Hugo Roger Stamm.

O sucesso do em-preendimento se reflete tam-bém nas comunidades do entorno da UTE Pampa Sul (Miroel Wolowski) que, du-rante todo o andamento da obra, foram beneficiadas por meio de convênios e parce-rias com os municípios de Candiota e Hulha Negra que resultaram em inúmeras me-lhorais e conquistas. Stamm lembra que as primeiras parcerias foram firmadas ainda em 2015, quando mais de 500 vagas em cursos de capacitação/qualificação profissional em áreas ligadas a construção civil foram ofe-recidas na região, já visando a valorização da contratação da mão de obra regional para atuar na obra.

Na área da saúde, foram doados equipamentos para o Hospital de Candiota, realizadas melhorias no pos-to de saúde de Seival e a doa-ção de dois equipamentos de ultrassom, um para Candiota e outro para Hulha Negra, que também foi beneficiada com a construção de uma cobertura no estacionamento de ambulâncias do hospital do município.

Os dois municípios também foram beneficiados com a elaboração de um Pla-no Diretor de Desenvolvi-mento Urbano e Ambiental (PDDUA) que auxiliará no desenvolvimento ordenado das cidades. Outro desta-que é a construção de uma Estação de Tratamento de Água (ETA) em Candiota,

já finalizada e em operação. Outra estação e uma adutora estão previstas para Hulha Negra, ações que permitirão que o município capte água da barragem da Usina e, assim, resolva seu problema histórico de abastecimento. Recentemente, Hulha Negra recebeu três academias ao ar livre, por meio de repas-ses ao Fundo do Idoso e a comunidade de Seival, foi beneficiada com uma nova praça com playground, pista de skate, área de caminhada e toda infraestrutura. Foram doados veículos aos grupos de idosos de Hulha Negra e Candiota. Estão sendo feitos repasses para melhorias no Horto de Candiota, e para a ampliação posto do 4º pelotão da Brigada Militar de Candiota, que já está concluído.

A UTE Pampa Sul também contribui com me-lhorias na rodovia Miguel Arlindo Câmara (MAC), bem como realizou o as-faltamento de 550 metros na entrada do bairro João Emílio e concluiu a reforma de uma quadra poliesportiva na E.E.E.F. Francisco Assis Rosa de Oliveira (FARO), na Vila Operária.

Visando sua etapa de operação, foram oferta-das três turmas nos cursos pós-técnicos para operação e manutenção de usinas térmicas, capacitando, de modo teórico e prático, mais de 100 pessoas, sendo que, entre os formados, pelo me-nos, 36 foram contratados, sendo 23 diretamente pela UTE Pampa Sul e outros 13 em outras empresas contra-tadas para prestar serviços na obra.

“Estas são algumas das ações que fazem parte da nossa política de responsabi-lidade social e que integram a proposta colocada em prática de realizar um processo de implantação da Usina em parceria com as pessoas que

vivem no entorno dela, es-tando atentos às suas necessi-dades e colaborando sempre que possível. Ficamos muito satisfeitos em comemorar mais um aniversário de Can-diota e Hulha Negra com muitas conquistas para lem-brar e, especialmente, porque não nos faltam motivos para agradecer a acolhida des-tas comunidades”, finaliza Stamm.

A OBRA - A UTE Pampa Sul começou a se tornar uma realidade a partir do leilão de energia A-5 de novembro de 2014, quando a então Tracte-bel Energia, e hoje chamada Engie Brasil, vendeu a ener-gia a ser gerada pelo projeto por 25 anos, a partir da en-trada em operação comercial da usina. A UTE Pampa Sul recebeu a Licença de Insta-lação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Re-cursos Naturais Renováveis (Ibama) em junho de 2015, dando início às primeiras frentes de trabalho para a implantação da usina em agosto, pela terraplenagem do terreno da Usina.

De lá para cá,

mui-tos foram os marcos regis-trados, como as primeiras concretagens, o início da montagem da estrutura da caldeira, a chegada a Can-diota de grandes equipa-mentos como a turbina e o gerador de energia da Usina, a concretagem da chaminé e, posteriormente, a montagem do duto metálico interno que fez com a estrutura atingisse 200 metros, e mais recentemente, a realização com sucesso de importantes testes como o hidrostático da caldeira e a sopragem a vapor das tubulações da caldeira.

Em paralelo aos marcos alcançados na obra, as estruturas secundárias e necessárias para a operação da Usina também obtiveram êxito em sua construção. Dentre as principais es-truturas, a barragem está completamente concluída e o reservatório de água cheio. A linha de transmissão, com extensão de 20,4 km e que será responsável por levar a energia gerada pela Usina até a Subestação Candiota I para ser distribuída ao sistema, está concluída e,

em agosto de 2018, rece-beu a Licença de Operação (LO). O mesmo ocorre com a correia transportadora de carvão, estrutura com quatro quilômetros de extensão e que transportará o carvão, combustível da UTE Pampa Sul, da mina até o pátio da Usina. A LO da correia foi obtida em outubro de 2018. As licenças foram concedi-das pelo Ibama e são váliconcedi-das por 10 anos.

O investimento total da UTE Pampa Sul é de, aproximadamente, R$ 2,5 bilhões. Quando entrar em operação, a usina terá capacidade de gerar 345MW de energia. Outro dado im-portante sobre a unidade diz respeito à tecnologia que será implantada para a gera-ção de energia e que a dife-rencia das demais usinas em funcionamento no Brasil. A UTE Pampa Sul irá utilizar uma caldeira do tipo Leito Fluidizado Circulante, que, por ser mais adequada ao carvão da região, está enqua-drada como tecnologia de combustão limpa de carvão, garantindo níveis menores de emissão de gases.

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