• Nenhum resultado encontrado

DOCE BALANÇO. Novela de Antonio Figueira. Escrita por. Antonio Figueira. Personagens deste capítulo: DELEGADO NOGUEIRA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "DOCE BALANÇO. Novela de Antonio Figueira. Escrita por. Antonio Figueira. Personagens deste capítulo: DELEGADO NOGUEIRA"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

DOCE

BALANÇO

Novela de Antonio Figueira

Escrita por Antonio Figueira

Personagens deste capítulo:

DIANA ALFREDINHO MALU JULIO BIRUTA SENHORINHA SELMINHA

CARMEN DELEGADO NOGUEIRA PADRE MARCOS CABO JORGE

MONTEIRO PRADO ISADORA GERMANO

(2)

DOCE BALANÇO CAPÍTULO 7 PÁGINA 2

CENA 1 - BANCO - SALA DE MONTEIRO PRADO - INT. - DIA. Continuação imediata do capítulo anterior

DIANA - Eu... vou voltar ao trabalho. Com licença.

DIANA RETIROU-SE. GERMANO ABRIU UMA PASTA, RETIROU UM CHEQUE E ENTREGOU-O AO BANQUEIRO.

GERMANO - Aqui está a quitação da minha dívida, Dr. Monteiro. Eu gostaria, mais uma vez, de lhe pedir desculpas pela minha atitude. O que fiz é imperdoável... cometi um erro grave, mas estou pagando muito caro por isso...

MONTEIRO PRADO - Muito bem, seu Germano, vejo que é um homem de palavra. Para mim, isso é o que importa.

GERMANO - Sei que não tenho o direito de pedir nada, mas não é por mim... é por minha filha, Diana. Eu queria pedir que o senhor não mandasse ela embora. Ela... ela ajuda na despesa em casa e vai ficar muito difícil pagar as contas... com nós dois desempregados!

MONTEIRO PRADO - Não entendi... por que os dois desempregados? Nunca me passou pela cabeça demitir Diana. Ela é uma ótima funcionária.

GERMANO - (aliviado) É que eu pensei... por ela ser minha filha...

MONTEIRO PRADO - Isso seria um absurdo, uma injustiça com sua filha!

GERMANO - (embaraçado) Eu só poderia esperar essa atitude do senhor. Muito obrigado, doutor!

MONTEIRO PRADO - Seu germano, sempre o considerei um excelente funcionário. Acredito no seu arrependimento. O senhor precisava devolver o dinheiro para recuperar sua dignidade e respeito. Isso já aconteceu, portanto... vamos esquecer o que houve.

(3)

DOCE BALANÇO CAPÍTULO 7 PÁGINA 3

GERMANO - (surpreso) Desculpe, não entendi... o senhor quer dizer que...

MONTEIRO PRADO - (corta) Quero dizer que, se o senhor quiser, o emprego ainda é seu! Estou lhe dando uma segunda chance e espero que saiba aproveitá-la!

GERMANO - (emocionado, mal conseguia falar) Eu... eu não sei o que dizer... a não ser... muito obrigado, Dr. Monteiro. Muito obrigado!

CORTA PARA:

CENA 2 - APARTAMENTO DE GERMANO - SALA - INT. - TARDE.

PADRE MARCOS DESCANSOU A MALA NO CHÃO PARA ABRAÇAR DIANA, D. CARMEN E GERMANO, QUE ESTAVAM VISIVELMENTE EMOCIONADOS NA DESPEDIDA DO SACERDOTE.

GERMANO - Muito obrigado por tudo, meu amigo!

PADRE MARCOS - Eu que agradeço. Foi maravilhoso passar esses dias com vocês.

D. CARMEN - (apoiando a cabeça no peito do padre, olhos marejados) Vá com Deus, padre! Eu não sei o que faríamos sem sua ajuda!

O PADRE E DIANA OLHARAM-SE DEMORADAMENTE. DIANA - Boa viagem, padre...

SEGUROU-LHE SUAVEMENTE A MÃO. A JOVEM ESTREMECEU IMPERCEPTÍVELMENTE, SENTINDO-SE ACANHADA.

(4)

DOCE BALANÇO CAPÍTULO 7 PÁGINA 4

PADRE MARCOS - (com sinceridade) Foi um prazer enorme conhecê-la, Diana. Deus abençoe esta família.

ERA VISÍVEL O EMBARAÇO DOS DOIS NA PRESENÇA DOS PAIS DA JOVEM. PADRE MARCOS TENTOU DIZER ALGO MAIS, MAS ACHOU MELHOR CALAR. FEZ UM ÚLTIMO ACENO E SAIU. CORTA PARA:

CENA 3 - CASA DE MONTEIRO PRADO - SALA - INT. - NOITE.

MONTEIRO PRADO E ISADORA SENTARAM-SE Á MESA DE JANTAR. SENHORINHA ACABAVA DE SERVIR Á MESA.

MONTEIRO PRADO - (encantado) Você está linda, minha querida!

MALU ENTROU NO RECINTO E ESFORÇAVA-SE PARA DISFARÇAR A IRRITAÇÃO.

MONTEIRO PRADO - Filha, que bom que chegou. Estávamos esperando você para jantar.

MALU NÃO AGUENTOU. DIRIGIU-SE A ISADORA, COM DEBOCHE.

MALU - Como vai... mamãe?

ISADORA - (sem deixar barato) Eu estou ótima, querida! Você não acha que fica meio ridículo me chamar de mãe? Até mesmo porque temos quase a mesma idade...

MALU LEVANTOU-SE, FORA DE SI.

MALU - Sabe o que é ridículo? Você achar que todos somos trouxas ao ponto de acreditar que vai casar por amor e não para dar um belo golpe do baú no meu pai!

(5)

DOCE BALANÇO CAPÍTULO 7 PÁGINA 5

MONTEIRO PRADO - (enérgico) Vocês duas, parem com isso!

ISADORA - Esse papel de filhinha de papai mimada e ciumenta não lhe cai bem, sabia?

MALU AVANÇOU CONTRA A FUTURA MADRASTA, CONTROLANDO-SE NO ÚLTIMO SEGUNDO, A EXPRESSÃO ENLOUQUECIDA.

MALU - Sua... sua idiota!

A JOVEM EXTRAVAZOU SUA IRA PEGANDO UM VASO DE PORCELANA E ATIROU-O CONTRA A PAREDE. DIRIGIU-SE PARA A SAÍDA, BATENDO A PORTA ATRÁS DE SI.

MONTEIRO PRADO - (tentando alcançá-la) Malu, minha filha! Volte aqui! Malu!

VOLTOU Á SALA DE JANTAR, TRANSTORNADO.

ISADORA - (embaraçada) Desculpe, amor... eu devia ter me controlado...

MONTEIRO PRADO - Minha querida, você precisa saber que minha filha tem problemas.... Malu tem crises de nervos que me deixam preocupado, intimidado, á beira do pânico...

ISADORA - Eu... eu não sabia...

MONTEIRO PRADO - Se vamos nos casar, precisa saber, então. É preciso paciência e compreensão para lidar com ela.

SENHORINHA RECOLHIA OS CACOS DO CHÃO.

MONTEIRO PRADO - (cenho franzido) Senhorinha... sabe para onde ela foi?

(6)

DOCE BALANÇO CAPÍTULO 7 PÁGINA 6

MONTEIRO PRADO - Só espero que não faça nenhuma bobagem...

CORTA PARA:

CENA 4 - CASTELINHO - INT. - NOITE.

SENTADOS A UMA MESA, ALFREDINHO E DIANA CONVERSAVAM.

ALFREDINHO - (segurando a mão da jovem) Tava morrendo de saudades... Me dá um beijo.

DIANA - (esquivando-se) Pára, Alfredinho... não quero!

ALFREDINHO - Você tá diferente, tá fria... qual é, Diana? O que tá acontecendo?

DIANA - Você sabe tudo o que passei nos últimos dias... acho que ainda estou sensível, sei lá...

ALFREDINHO - (desconfiado) Sei não... você tá estranha... tá distante, aérea... parece que nem tá curtindo me ver...

DIANA - Que bobagem, Alfredinho. Tá tudo bem, já disse. ALFREDINHO - (analisando a reação da jovem) E o tal padreco, que ficou com você pra cima e pra baixo?

DIANA - (estremeceu; procurou ser o mais natural possível) O padre Marcos é um amigo da família. Trouxe notícias dos meus avós de Ibiúna. Você sabe o que aconteceu com meu pai... ele nos ajudou muito...

ALFREDINHO - Sei... mas não gostei nada de saber que ele não largou do seu pé!

(7)

DOCE BALANÇO CAPÍTULO 7 PÁGINA 7

DIANA - (recriminando-o) Isso é jeito de falar de um padre, Alfredinho! Você tá louco?

MALU, JULIO BIRUTA E SELMINHA ACERCARAM-SE DA MESA, ANIMADOS. ALFREDINHO PAGOU A CONTA E O GRUPO SAIU DO CASTELINHO.

CORTA PARA:

CENA 5 - PRAIA DE IPANEMA - CALÇADÃO - NOITE.

ALFREDINHO, JULIO BIRUTA, DIANA, MALU E SELMINHA ESTAVAM SENTADOS A UM BANCO EM FRENTE Á PRAIA.

MALU - (lembrando da discussão com Isadora) Se eu pudesse, matava aquela mulher!

ALFREDINHO - (provocando) Vai se acostumando a respeitar sua futura madrasta!

MALU - (furiosa) Olha, não me provoca porque hoje eu sou capaz de tudo!

SELMINHA - Gente, não comecem a brigar, por favor!

JULIO BIRUTA - Tive uma idéia.... vamos pra Curva do Calombo apostar uma corrida?

ALFREDINHO - Taí, gostei! Eu topo! MALU - Vamos, Nívea?

DIANA - Não sei... não estou muito legal... acho melhor ir pra casa...

MALU - De jeito nenhum! Você vem com a gente! Vem!

MALU PUXOU DIANA PELO BRAÇO ATÉ SEU CARRO. SELMINHA SEGUIU-AS. ALFREDINHO E JULIO BIRUTA, CADA UM EM SUA MOTO, ARRANCARAM RUMO Á LAGOA.

(8)

CORTA PARA:

CENA 6 - CURVA DO CALOMBO - EXT. NOITE.

TUDO ACONTECEU EM POUCOS MINUTOS: ALFREDINHO E JULIO BIRUTA DERAM PARTIDA EM SUAS MOTOS, LADO A LADO, CANTANDO PNEUS E DEIXANDO PARA TRÁS UMA NUVEM DE FUMAÇA BRANCA EM MEIO AO CHEIRO FORTE DE BORRACHA QUEIMADA.

MALU DIRIGIA SEU CARRO ESPORTE, EM COMPANHIA DE DIANA E SELMINHA. SEGUIA AS MOTOS PERIGOSAMENTE, NA PISTA PARALELA, NA CONTRAMÃO, OBRIGANDO OS CARROS A FREAR BRUSCAMENTE E DESVIAR NUMA MANOBRA ARRISCADA, PARA NÃO COLIDIREM. DIANA E SELMINHA GRITAVAM, NUM MISTO DE MÊDO E EXCITAÇÃO. MALU GARGALHAVA.

A SIRENE DE DUAS VIATURAS DA RADIO-PATRULHA SOOU, ENCURRALANDO-OS NUMA RUA SEM SAÍDA. OS POLICIAIS REVISTARAM TODOS, INCLUINDO AS DUAS MOTOS E O CARRO DE MALU.

POLICIAL - Estão todos presos! CORTA PARA:

CENA 7 - DELEGACIA DE POLICIA - INT. - NOITE.

O DELEGADO NOGUEIRA ENCARAVA, FURIOSO, OS ACUSADOS DE PROMOVER UMA SÉRIE DE INFRAÇÕES NA CURVA DO CALOMBO. PAROU, DIANTE DOS FILHOS, SELMINHA E JULIO BIRUTA

DELEGADO NOGUEIRA - Seus... seus delinqüentes! Arruaceiros!

JULIO BIRUTA - Calma ai, velho, não é bem assim...

(9)

DOCE BALANÇO CAPÍTULO 7 PÁGINA 9

DELEGADO NOGUEIRA - (cortou, vermelho de raiva) Cabo Jorge, quero todos em cana, seja quem for!

MALU - (revoltada) Peraí, o senhor não pode falar assim não! Não somos marginais e o senhor sabe disso muito bem!

DELEGADO NOGUEIRA - Tanto posso, como vou prender todos vocês! Marginais sim! E acho melhor ficar quieta, mocinha, ou acrescento á sua ficha desacato á autoridade!

ALFREDINHO - Malu, segura tua onda, não piora as coisas... MALU - (possessa) Não pode, não! Quero falar com meu pai! Quem o senhor pensa que é? Hem? Quem pensa que é? Quero ir embora agora!

DELEGADO NOGUEIRA - (sorriu, irônico) Ninguém vai embora, mocinha! Cabo, leve todos pro xadrez!

MALU - (fora de si) Se alguém tocar em mim, eu acabo com isso aqui! Eu quebro tudo! Tudo!

DESVAIRADA, MALU COMEÇOU A QUEBRAR E JOGAR NO CHÃO TUDO O QUE VIA PELA FRENTE: TELEFONE, PAPÉIS, MÁQUINA DE CALCULAR, LIVROS E ATÉ UMA CADEIRA.

DELEGADO NOGUEIRA - (gritou, resfolegando) Levem essa louca pra cela! Quero todos atrás das grades!

(10)

Referências

Documentos relacionados

O Secretário da Receita Federal do Brasil expediu a Instrução Normativa nº 1.540, alterando a Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 2012, que dispõe sobre a retenção de

"Os sinais para conhecer a Igreja verdadeira são estes: a pregação pura do evangelho; a administração pura dos Sacramentos, tal como foram ins- tituídos por Cristo; a

E como Deus é sempre levado infalivelmente ao melhor, ainda que não seja levado a isso necessa- riamente (senão por uma necessidade moral), nós somos sempre levados

Pode-se constatar que a Teologia marsiliana, saber este referido como ciência (DP II, XXIV, § 5), destinar-se-ia a regular os atos humanos voluntários controlados imanentes,

No casamento de Amanda de Sanson Castelo Branco Lino e Alessandro Tadeu de Simone, em 28 de dezembro de 2013, a noiva estava com uma barriguinha de seis meses e meio de

Na teologia política marsiliana, o próprio Jesus Cristo teria assumido e titularizado o Poder coercivo da lei divina, o que Lhe possibilitava o controle dos atos humanos

Pode-se dizer que o poder somente deve existir com a lei, pois é a razão livre concedida por Deus para ditar leis que proporcionam o exercício político do poder, imprimindo

Além do estabelecimento das religiões ou leis aceitas sem demonstração e com consequências na outra vida, o paduano declarou que os filósofos antigos, citou