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MARCO AURÉLIO DE SANTANA MACHADO ACADEMIAS DE MUSCULAÇÃO NO ESPAÇO ESCOLAR: EDUCAÇÃO OU ESTRATÉGIA DE MARKETING?

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MARCO AURÉLIO DE SANTANA MACHADO

ACADEMIAS DE MUSCULAÇÃO NO ESPAÇO ESCOLAR: EDUCAÇÃO OU ESTRATÉGIA DE MARKETING?

Artigo apresentado ao curso de graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Licenciado em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Luis Otávio Teles Assumpção

Co-orientador: Prof. Dr. Jose Juan Blanco Herrera

Brasília 2012

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Artigo de autoria de Marco Aurélio de Santana Machado, intitulado “ACADEMIAS DE MUSCULAÇÃO NO ESPAÇO ESCOLAR: EDUCAÇÃO OU ESTRATÉGIA DE MARKETING?”, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, em 17 de novembro de 2012, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada:

__________________________________________________ Prof. Dr. Luis Otávio Teles Assumpção

Orientador

Educação Física - UCB

__________________________________________________ Prof. Dr. Jose Juan Blanco Herrera

Educação Física - UCB

Brasília 2012

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Dedico este trabalho a todos que sempre me fizeram acreditar na realização dos meus sonhos e trabalharam muito para que eu pudesse realizá-los.

A Anna Carolina, minha namorada, que sempre me apoiou nas horas difíceis e compartilhou comigo as alegrias.

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AGRADECIMENTOS

Registro meus agradecimentos a todos os que compartilharam o trilhar desse caminho percorrido, contribuindo, direta e indiretamente, para que eu realizasse esta pesquisa. Agradeço, especialmente, à minha mãe, pelo apoio para que eu concretizasse este trabalho, e minha namorada, Anna Carolina, que esteve sempre ao meu lado, entendendo os momentos de ausência e dando-me apoio. Ao professor doutor Luis Otávio Teles Assumpção, meu orientador, que possibilitou aprendizagens únicas, por meio do grande incentivo e orientação que me foram concedidos durante essa jornada.

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ACADEMIAS DE MUSCULAÇÃO NO ESPAÇO ESCOLAR: EDUCAÇÃO OU ESTRATÉGIA DE MARKETING?

MARCO AURÉLIO DE SANTANA MACHADO

Resumo:

Mudanças na dinâmica da Educação Física têm provocado importantes alterações no ambiente escolar, dentre elas, estão ás academias de musculação nas escolas. Com o objetivo de analisar se houveram transformações educacionais e/ou pedagógicas com a presença das academias de musculação, realizamos uma pesquisa qualitativa, com perguntas abertas para professores e alunos em busca de informações mais diretas. Apesar de a academia estar dentro das escolas visualizamos poucas pistas e incidências em relação à parte pedagógica. Este trabalho não é de caráter conclusivo e sua relevância é provocar debates e discussões mais aprofundadas sobre o assunto.

Palavras-chave: Educação física escolar. Escola. Musculação. Mercado.

INTRODUÇÃO

Os hábitos culturais são dinâmicos, mudam de forma contínua e prolongada (Santos, 1994). As academias de musculação que, muitas vezes, eram vistas como ambiente para se conquistar o corpo perfeito, hoje parecem buscar mais a qualidade de vida. Influência da mídia ou não, o ser humano está sentindo a necessidade de se movimentar e as academias vem acompanhando este processo de mudança.

A busca incessante por novos estilos de vida, com hábitos mais saudáveis vem inserindo a educação física nas mais diversas áreas da sociedade. Cada vez mais ela ocupa novos espaços no cotidiano das pessoas, gerando maior demanda e inúmeras novas necessidades.

Observamos as mudanças em diversos ambientes. Por exemplo, os jogos de vídeo games, tecnologicamente programados para movimentar o corpo das crianças e jovens simulando partidas de tênis, corridas, basquete. Os hotéis, que antes ofereciam como diferencial ar condicionado ou piscinas de hidromassagem, começam a se dedicar à construção de espaços próprios para a prática de exercícios. Empresas estão se preocupando cada vez mais com a qualidade do trabalho, trazendo a ginástica laboral para melhor rendimento de seus funcionários. Corretores vendem apartamentos com academias de musculação para seus condôminos. As próprias academias oferecem pacotes especiais para executivos e trabalhadores se exercitarem no mais diferentes horários.

Este processo de mudança na dinâmica da educação física tem provocado importantes alterações também no ambiente escolar. Um feito marcante é que muitas escolas estão trazendo para seu próprio espaço academias de musculação que, antes, ficavam fora desse ambiente.

Quais consequências, quais rearranjos, quais alterações, quais mudanças educacionais e pedagógicas, quais expectativas, quais são as novas dinâmicas que

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este processo em curso tem provocado, quais são os mais objetivos dessas mudanças?

No artigo “Musculação na Escola” a autora Tycianne Varela (2011) defende a ideia que “a musculação na escola, através das aulas de educação física, ajuda a desenvolver o conjunto das qualidades motoras das crianças. A importância e a necessidade da prática da musculação para melhorar o desempenho do aluno são reconhecidas e incentivadas. Ressaltando que a musculação na escola deve ser adaptada e desenvolvida de acordo com faixas etárias e não trabalhos de fisiculturismo e hipertrofia”.

JUSTIFICATIVA

Nos EUA, por exemplo, já existem inúmeras academias de musculação dentro do próprio espaço escolar. Isso efetivamente configura uma importante mudança cultural. No Brasil o exemplo é seguido por instituições particulares, e também na rede pública de ensino. Por exemplo, no estado do Ceará, “as aulas de educação física de 62 Escolas de Ensino Médio da Rede Estadual, da Capital e Interior, estão bem diferentes. Agora, no lugar da tradicional quadra poliesportiva, os estudantes realizam seus exercícios em academia. Em Fortaleza, 11 escolas já foram contempladas” (Diário do Nordeste, janeiro 24, 2011).

“A Secretaria da Educação (Seduc) informou que o projeto tem o intuito de oferecer ao professor um espaço diferenciado da sala de aula. Ao todo, compõem a academia duas estações de musculação, quatro esteiras elétricas, quatro bicicletas ergométricas, cinco aparelhos de abdominal solo, uma balança e também um tatame com 30 peças” (Diário do Nordeste, janeiro 24, 2011).

Por esses e outros exemplos é notório que a educação física mudou em muitos aspectos. Queremos investigar as consequências e os desdobramentos oriundos das academias de musculação estarem hoje cada vez mais presentes no espaço das escolas.

OBJETIVO GERAL

Analisar as possíveis transformações educacionais e pedagógicas com a presença das academias de musculação no espaço escolar.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar e analisar a utilização e a importância da academia de musculação no Colégio Presbiteriano Mackenzie do Lago Sul - DF e no Centro Educacional Católica de Brasília (CECB).

Demonstrar as atividades desenvolvidas e seus objetivos para com a musculação.

Investigar a partir de que momento essa pratica tornou parte do currículo escolar.

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HIPÓTESE DE TRABALHO

O conteúdo e as informações de estudo obtidas através de pesquisas bibliográficas permite-nos levantar a hipótese de que, possivelmente, a academia de musculação no espaço escolar apresente poucos benefícios pedagógicos aos alunos, deixando transparecer que esse fenômeno, na verdade, é uma muito bem articulada estratégia de marketing comercial.

METODOLOGIA

O presente estudo teve uma pesquisa qualitativa com roteiro elaborado diretamente sem referências, contendo perguntas abertas, buscando informações direcionadas aos professores e alunos a respeito dos dados que se desejou obter.

A população de estudo foram dois professores de educação física e dez alunos das aulas de musculação, sendo, um professor da academia de musculação do CECB, um professor e dez alunos das aulas de musculação do Colégio Presbiteriano Mackenzie do Lago Sul - DF.

LOCAL E UNIVERSO

O local da pesquisa foi o Centro Educacional Católica de Brasília (CECB) e o Colégio Presbiteriano Mackenzie do Lago Sul - DF com alunos de idade igual ou superior a quatorze anos.

A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Eugene Sandow marcou a história da cultura física por ser considerado o pai da musculação e criador do fisiculturismo. Criou aparelhos de musculação, publicou livros, revistas e até mesmo cursos de ginástica por correspondência. Foi um dos precursores na área de personal trainer e da ginástica laboral, desenvolvendo exercícios para reduzir as dores do parto. Sandow se destacou como um dos primeiros defensores do ensino da Educação Física nos colégios e escolas.

Antigamente a Educação Física era vista somente pela parte biológica. Após a construção de um conceito pedagógico o processo de aprendizado passou a atingir não só a parte física, como também a inserção do indivíduo no contexto sociocultural. No século XIX, no Brasil, a Educação Física foi influenciada por médico higienistas por uma visão de corpo biológica, médica, higiênica e eugênica.

A Educação Física escolar inserida na dimensão e cultural contribuiu de forma significativa para o aprofundamento da qualificação dos debates. O ser humano passou a ser visto além de sua dimensão biológica, e o indivíduo se inseriu em um contexto e em um momento histórico.

A própria dinâmica escolar passou a ser considerada como prática cultural, sendo então, a educação física um componente que se soma às outras disciplinas

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não sendo um conteúdo isolado. Sua prática não deve ser considerada meramente como um instrumento técnico.

A cultura escolar da Educação Física deve ser vista como um processo dinâmico com sutilezas, mudanças e representações sociais. Por exemplo, o professor que atua na escola leva ao aluno não apenas seus conhecimentos técnicos, mas um conjunto de valores, hábitos e tradições que provém de suas vivências, e que são atualizadas continuamente.

FUNÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA EM RELAÇÃO AO PCN

O professor de Educação Física deve procurar uma relação com o trabalho desenvolvido na proposta pedagógica da escola, com a importância do seu componente curricular, com seriedade e compromisso na formação do educando, trabalhando dentro da sua função de mediador, evidenciando aos seus alunos que no espaço escolar eles aprendem a entender e aceitar as diferenças corporais e de comportamento entre os indivíduos.

Conforme o PCN (BRASIL, 1999, p. 156), “A Educação Física precisa buscar sua identidade como área de estudo fundamental para a compreensão e entendimento do ser humano, enquanto produtor de cultura. Para tanto, os professores devem ter um planejamento de atividades de acordo com a escola e a equipe pedagógica, utilizando seus conhecimentos e desenvolvendo projetos, aulas que venham ao encontro dos interesses e necessidades dos alunos”.

Além disso, o PCN também afirma, que “Uma Educação Física atenta aos problemas do presente não poderá deixar de eleger, como uma das suas orientações centrais, a da educação para a saúde. Se pretende prestar serviços à educação social dos alunos e contribuir para uma vida produtiva, criativa e bem sucedida, a Educação Física encontra, na orientação pela educação da saúde, um meio de concretização das suas pretensões”. (BRASIL, 1999, p.156)

PCN (BRASIL, 1999, p.164), Principais competências e habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos na Educação Física no Ensino Médio:

• “Compreender o funcionamento do organismo humano, de forma a reconhecer e modificar as atividades corporais, valorizando-as como recursos para a melhoria de suas aptidões físicas”;

• “Desenvolver as noções conceituais de esforço, intensidade e frequência, aplicando-as em suas práticas corporais”;

• “Refletir sobre as informações específicas da cultura corporal, sendo capaz de discerni-la e reinterpreta-las em bases científicas, adotando uma postura autônoma na seleção de atividades e procedimentos para a manutenção ou aquisição da saúde”;

• “Assumir uma postura ativa, na prática das atividades físicas, e consciente da importância delas na vida do cidadão”;

• “Compreender as diferentes manifestações da cultura corporal, reconhecendo e valorizando as diferenças de desempenho, linguagem e expressão”;

• “Participar de atividades em grandes e pequenos grupos, compreendendo as diferenças individuais e procurando colaborar para que o grupo possa atingir os objetivos a que se propôs”;

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• “Reconhecer na convivência e nas práticas pacíficas, maneiras eficazes de crescimento coletivo, dialogando, refletindo e adotando uma postura democrática sobre os diferentes pontos de vista propostos em debates”;

• “Interessar-se pelo surgimento das múltiplas variações da atividade física, enquanto objeto de pesquisa, áreas de grande interesse social e mercado de trabalho promissor”;

• “Demonstrar autonomia na elaboração de atividades corporais, assim como capacidade para discutir e modificar regras, reunindo elementos de várias manifestações de movimento e estabelecendo uma melhor utilização dos conhecimentos adquiridos sobre a cultura corporal. Tais objetivos devem ser atingidos a partir da utilização de estratégias diversificadas, desde o ensino e a vivência de modalidades esportivas, até a experimentação de linguagens como os jogos, a dança o circo, entre outras”.

Ressalta o PCN, “Os movimentos do corpo “certos” ou “errados” são determinados socialmente, indicando o comportamento adequado. O estabelecimento de padrões culturais de movimento acontece como se fosse um fenômeno natural. O jeito de andar, a postura corporal, a maneira de gesticular, o olhar, o ouvir, enfim, a conduta motora aparece como ação puramente biológica. A apreensão de determinado fenômeno depende dos instrumentos sígnicos de que se dispõem. Estes instrumentos vão moldar as ações internas e externas do indivíduo e vão, portanto, influenciar as relações entre as pessoas”. (BRASIL, 1999, p. 162)

A expectativa do desenvolvimento da linguagem corporal está no conjunto de atividades e projetos que envolvam jogos, danças, lutas e outros esportes. Onde os trabalhos do educador consegue estimular os alunos, permitindo que eles questionem e resolvam situações, adquirindo aos poucos condutas e valores relativos ao grupo e a si próprios.

FUNÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NAS ESCOLAS

Sabe-se que o trabalho pedagógico desenvolvido na Educação Física escolar deve estar, prioritariamente, voltado para a construção da cidadania dos sujeitos, formando elementos críticos e participativos no meio social em que estão inseridos.

Afirma o doutor em Desenvolvimento Humano e Educação Especial David Gallahue (professor da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos) em suas palestras sobre a importância das aulas de Educação Física. "O desenvolvimento motor é parte de todo o comportamento humano. O desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento afetivo e o desenvolvimento motor estão relacionados" (Portal da Ed. Física, Maio 08, 2012).

Nas práticas esportivas, nas brincadeiras recreativas ou nos jogos com disputas, os participantes aprendem a lidar com sentimentos de perda, frustração, ansiedade, paciência, respeito ao próximo, dentre outros. Seu objetivo principal deve ser a aquisição, pelo aluno, da qualificação sócio-histórico-cultural necessária para promover o desenvolvimento de uma racionalidade crítica, autônoma e participativa. Os objetivos particulares do esporte de alto rendimento, como superação de limites, busca de vitórias, quebra de recordes, etc, no caso da Educação Física escolar ficam no plano secundário.

E no caso da mudança das academias de musculação que tem, cada vez mais, se transferido para as escolas? Esse espirito da educação física escolar tem realmente proporcionado maior desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social

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aos alunos, ou a academia de musculação no espaço escolar apresenta poucos benefícios pedagógicos?

Nossa pesquisa buscará responder se é ou não aconselhável a substituição das aulas de educação física pelas aulas de musculação, como vem ocorrendo em muitas escolas brasileiras.

MUDANÇA CULTURAL:

Velhos Hábitos, novas tendências.

A cultura aparece como a condição da própria existência humana, pois é com ela que a existência adquire a sua verdadeira significação e o sentido do seu próprio destino.

Com as exigências do seu meio ambiente, ocorre na cultura o processo de adaptação que exige a interação de grupo com outros grupos externos, como podemos citar a globalização que traz uma tendência multicultural. As mudanças não param, com elas geram processos de aculturação, no qual vai alterar o estado atual da sua vida, lhe obrigando a desenvolver estratégias de adaptação ao novo meio social e laboral. Quando a cultura não é capaz de resolver os problemas atuais de seu grupo, ela se torna obsoleta e como consequência cai na desatualização. É a cultura com os elementos que a compõem que lhe dar direção para trilhar novos caminhos.

A mudança cultural atualmente ocupa um grande campo na sociologia e na antropologia aplicada, devido aos vários processos adaptativos, um desses é a adaptação às novas tecnologias.

Antes era raro receber um e-mail até mesmo porque nem todos tinham condições de comprar um computador, hoje em dia é raro remeter uma carta. A adaptação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ou simplesmente os Correios, soube aproveitar o estouro da internet para a entrega de produtos de todas as partes do país e do mundo. As pessoas se encontram menos, porque se conectam mais. Um bom exemplo disso é o número de amigos que você tem na sua agenda telefônica, comparados ao número de membros nas suas redes sociais. Dentre tantos outros hábitos culturais como: danças, rituais, receber e enviar informações, consumir e fabricar, está também à procura pelo bem estar e saúde.

Quando se pensa em novas abordagens e novas tendências, naturalmente novas perspectivas surgem, como uma possibilidade de que novos resultados possam ser obtidos devido à tentativa de renovação. Na Educação Física escolar não é diferente, pois com o surgimento das novas abordagens pedagógicas acredita-se que uma renovação no campo prático é possível.

CULTURA

Cultura é uma palavra que vem do latim (colere), e significa cultivar. Segundo o antropólogo britânico considerado o pai do conceito moderno de cultura, Edward B. Tylor cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.

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No dicionário da língua portuguesa, Michaelis, a palavra cultura em um de seus 15 significados diz que Cultura é “toda ação, efeito, arte ou maneira de cultivar a terra e plantas”. Em outra definição ele diz que é “a aplicação do espírito a uma coisa ou estudo”. Pois bem, se a cultura está associada às atividades humanas e tudo aquilo que foi constituído com tais influências o convívio social está diretamente ligado a essas atividades e suas mudanças.

ACULTURAÇÃO

As influências de um grupo social sobre outro com um processo de desconstrução da identidade estar associado à ideia de descaracterização/desestruturação social-cultural e perda de identidade. Conceito pouco apropriado para o contexto atual, pois pelas correntes antropológicas contemporâneas, a cultura não morre, ela se ressignifica, ou seja, faz com que pessoas possam atribuir novas significado a acontecimentos através da mudança de sua visão de mundo.

Exemplo como o processo decorrente do contato mais ou menos direto e contínuo entre dois ou mais grupos sociais, pelo qual cada um desses grupos assimila, adota ou rejeita elementos da cultura do outro, seja de modo recíproco ou unilateral, e podendo implicar, eventualmente, subordinação política. O estado que resulta desse processo. Outro exemplo é a Adaptação de um indivíduo a uma nova cultura com que estabelece contato, seja em seu local de origem, seja em outro local para que se tenha mudado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quando perguntados se faziam ou se já haviam feito musculação fora do colégio Presbiteriano Mackenzie a maioria dos entrevistados respondeu afirmativamente dizendo que já se envolviam com estas atividades há longo tempo. Percebemos um envolvimento prévio dos alunos com a prática de musculação e com academias fora do ambiente escolar, o que lhes permitiu melhor comparar as academias.

Em relação à pergunta sobre a preferência de se praticar tal atividade (musculação) dentro ou fora da escola, os entrevistados responderam, sem hesitar, que é melhor a academia da escola. Focaram e acentuaram questões como: comodidade (estacionamento, menos tumulto e horários), praticidade por já estarem no colégio e melhor assistência profissional estreitando assim a relação professor-aluno.

A seguinte questão focava na motivação e estímulo das academias na escola. Os alunos defenderam o ambiente como mais agradável, acolhedor, financeiramente mais viável e que, pelo fato da comodidade, o estímulo é maior. A motivação maior é por conta das amizades (aluno-aluno e aluno-professores), que crescem dentro e fora do ambiente da academia.

Em relação à frequência dos alunos na academia as respostas foram variadas, pois, alguns frequentam diariamente, outros em torno de 3 a 5 vezes por semana.

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Sobre o acompanhamento de um professor e sua preocupação com as atividades dos alunos (fichas, exercícios e avaliações) em relação às academias fora da escola os entrevistados, por unanimidade, citaram que o acompanhamento individual dos alunos, a orientação direcionada para cada tipo de frequência e o fato de ser menor e mais vazia facilitava a relação entre os praticantes e tornava a academia na escola melhor.

Entrevistamos os professores do Colégio Presbiteriano Mackenzie e do Centro de Ensino Católica de Brasília (CECB), que possuem academias desde 2004 e 2007 respectivamente. Foram unânimes ao citar a credibilidade das academias de musculação nos colégios.

Em relação ao que as academias dos colégios ofereciam aos alunos, o Mackenzie respondeu que há musculação e condicionamento físico, e o CECB disponibiliza treinamento de musculação para alunos acima de 14 anos que praticam alguma modalidade esportiva nas escolinhas de esporte da escola.

O grande número de academias no mercado é suficiente para atender a todos, inclusive estudantes. Por que então levar para as escolas academias de musculação, perguntamos. O Mackenzie tem como objetivo trazer comodidade para a comunidade escolar, e oferecer diferenciais como estacionamento, atendimento personalizado e horários comuns com atividades escolares. Já o CECB pretende auxiliar o desenvolvimento dos alunos que já são atletas com um acompanhamento personalizado e diferenciado das academias externas.

Após a entrada da academia na escola o Mackenzie notou uma melhora na qualidade de vida dos alunos, e o CECB notou maior motivação.

Questionados sobre as diferenças entre as academias dentro da escola e as de fora, o Mackenzie citou que a missão da academia é prestar um atendimento que vise os objetivos individuais dos alunos levantando a bandeira da qualidade de vida e não do modismo. O CECB diz que na escola o acompanhamento é diferenciado, por ser personalizado.

Partindo do ponto de vista educacional e pedagógico o Mackenzie notou que a orientação alterou os efeitos nas atividades prevenindo lesões nas formações de exercícios, e que os alunos são sempre consultados sobre novas atividades e mudanças de objetivos traçando assim novas metas. O CECB é contra a substituição das aulas de educação física pela prática de musculação. Afirma que tal alteração prejudica a intenção de se desenvolver a função educativa da educação física.

Sobre a maior motivação e o estímulo das academias escolares, o Mackenzie afirma não existir o modismo das academias tradicionais e sim a variedade de atividades para estes jovens, não tornando repetitivos os exercícios de musculação. O CECB motiva e estimula o aluno com a academia por acompanhar o atleta conciliando a musculação com a modalidade esportiva praticada.

Outro ponto de questionamento foi a não compilação da academia de musculação com a aula de educação física. No Mackenzie a junção de tais atividades resulta em problemas motivacionais, uma vez que os alunos sempre procuram novas atividades, não querendo se prender aos exercícios repetitivos, mesmo que eles tragam benefícios. O CECB diz que essa alteração prejudica a intenção de se desenvolver o ser integral que é uma das funções educativas fundamentais da educação física.

O acompanhamento do professor com o aluno durante a aula de musculação no Mackenzie respeita o princípio da individualidade e o objetivo de cada um; o atendimento é individualizado. No CECB este acompanhamento se dá quando o

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técnico indica o aluno para a prática de musculação. Depois é feita a avaliação física do atleta e o treino é prescrito somente com o objetivo de fortalecimento muscular, nunca de hipertrofia e/ou trabalho de reabilitação.

Há diferenças entre academias fora e dentro da escola. Nas escolas as academias passam a ser chamadas de “salas de aula”, o que sugere a importância do elemento pedagógico-escolar. Esta mudança de postura faz sentido até certo ponto para o Mackenzie, pois o foco das atividades e o público alvo interferem nesse status, e cabe ao gestor da academia direcionar o desenvolvimento das atividades com orientação e esclarecimento das ações executadas para o alcance dos objetivos.

Existem alguns casos em que a escola terceiriza os serviços das academias substituindo as aulas de Educação Física pela prática de musculação. Questionados sobre a melhora no caráter pedagógico as Instituições obtiveram respostas diferentes. O Mackenzie afirma que cabe a cada instituição analisar seu histórico e pesar os benefícios que a parceria pode trazer e causar. O CECB defende que esse processo de concessão prejudica todos os lados. Os alunos não se desenvolvem integralmente dentro dos princípios pedagógicos da Educação Física e os professores licenciados que não possuem especialização em musculação são excluídos desse processo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebemos que apesar de a academia esta dentro das escolas visualizamos poucas pistas e incidências em relação à parte pedagógica, pois os alunos enfatizaram a oportunidade cômoda, e os pais a variedade. Os professores se empenham, porém se limitam a certas atividades. Para as Instituições parece ser mais uma estratégia de mercado do que uma proposta pedagógica.

A maioria dos alunos já havia feito musculação fora da academia da escola, e optam por se exercitarem na escola pela comodidade, viabilidade financeira, amizades entre eles e com os professores. Eles se sentem mais envolvidos com o acompanhamento individual e a orientação direcionada com suas fichas de exercícios e avaliações.

Do outro lado, as Instituições visam oferecer diferenciais como: estacionamento, atendimento personalizado e promover atletas, ou seja, uma visão muito parecida com as academias do mercado. Do ponto de vista educacional e pedagógico, os professores traçam metas para o alcance dos objetivos individuais e demonstraram intenção em desenvolver a prática educativa da educação física. No entanto ainda precária. O estimulo dos professores do CECB, por exemplo, é conciliar o treinamento do atleta com a musculação.

Apesar de, nas escolas, as academias serem chamadas por alguns de “salas de aula” (o que sugere a importância do elemento pedagógico-escolar) esta mudança de postura faz pouco sentido até certo ponto, pois o foco das atividades e o público alvo interferem no status, com direcionamento e desenvolvimento da marca da Instituição de ensino.

De toda forma, foi constatado que a figura do professor é de suma importância, pois apenas assim os alunos se desenvolvem integralmente dentro dos princípios pedagógicos da Educação Física.

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Conforme o PCN (BRASIL, 1999, p. 156), “A Educação Física precisa buscar sua identidade como área de estudo fundamental para a compreensão e entendimento do ser humano, enquanto produtor de cultura. Para tanto, os professores devem ter um planejamento de atividades de acordo com a escola e a equipe pedagógica, utilizando seus conhecimentos e desenvolvendo projetos, aulas que venham ao encontro dos interesses e necessidades dos alunos”.

O trabalho não foi totalmente conclusivo em relação ao assunto, e sua maior importância, foi provocar um debate e uma discussão maior, aprofundando este novo redirecionamento das academias. Há, portanto, elementos pedagógicos, mas ainda muito incipientes.

A dimensão de marketing e mercado nos pareceu mais relevante nas academias.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARANTES, André. Jogos Escolares. Brasília, UCB: 2012 (mimeo). BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação

Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental – Educação Física. Brasília, 1997.

DAOLIO, Jocimar. A Cultura da Educação Física Escolar.

<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAADxMAK/educacao-fisica-escolar>. Acesso em: 07 de agosto 2012.

DIÁRIO DO NORDESTE,

2011.<http://nordestevinteum.wordpress.com/2011/01/24/academia-nas-escolas-publicas-do-ceara>. Acesso em: 26 de fevereiro 2012.

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GALLAHUE, David. PORTAL DA ED. FÍSICA, 2012.

<http://www.educacaofisica.com.br/index.php/escola/canaisescola/educacao-fisica-escolar/21183-importancia-educacao-fisica-escola>. Acesso em: 08 de Março 2012. História Da

Musculação.<http://ganharmassa.com.br/musculacao/historia-musculacao.aspx>. Acesso em: 14 de agosto 2012.

MICHAELIS: moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1998-(Dicionários Michaelis).

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, SECRETARIA DA EDUCAÇÃO MÉDIA E

TECNOLÓGICA. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio / Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica / Brasília: Ministério da Educação, 1999.

Mudança Cultural. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. < http://www.infopedia.pt/$mudanca-cultural>. Acesso em: 24 de fevereiro 2012. PORTAL DA ED. FÍSICA, 2012.

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SANTOS, José Luiz. O que é cultura?. V. 14, São Paulo: Círculo do Livro, Editora Brasiliense, 1994. (coleção Primeiros Passos).

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TYLOR, Edward Burnett. Cultura.<http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura>. Acesso em: 24 de fevereiro 2012.

VARELA, Tycyanne. Musculação Na Escola.

<http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Musculação-Na-Escola/127648>. Acesso em: 29 de maio 2012.

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Roteiro De Perguntas

Professores:

1. Quando teve inicio a academia de musculação na escola? 2. O que a academia oferece?

3. Existem grande numero de academias no mercado. Por que trazer a academia de musculação para dentro da escola?

4. Quais mudanças têm ocorrido a partir dessa entrada da academia na escola? 5. Existem diferenças entre academia de musculação na escola e fora da escola? Quais?

6. a) Do ponto de vista educacional e pedagógico o que realmente alterou com essa mudança?

b) As escolas trabalham com informações e dados para melhorar aulas e realizar pesquisas. Os dados colhidos nas academias dentro as escola tem sido utilizado com esse objetivo? Como?

7. A academia na escola gera maior motivação e estimulo do que as academias que não estão na escola? Por quê?

8. Por que academia de musculação e aula de educação física? Por que não estão juntas?

9. Como é feito o acompanhamento do professor com o aluno durante a aula de musculação?

10. Há professores que chegam a dizer que a diferença entre academia fora e dentro da escola é tomada por um novo nome: as academias passam a ser chamadas de “salas de aula”, tamanha a importância do elemento pedagógico-escolar. Isso é verdade? Faz sentido essa mudança? Ela indica uma mudança, uma nova postura?

11. Qual a sua opinião em relação ao processo de concessão, onde as escolas terceirizam serviços nas academias de fora substituindo as aulas de Educação Física pela pratica de musculação? Melhorou o caráter pedagógico?

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Roteiro De Perguntas Alunos:

1. Fez musculação fora da escola? Onde? 2. Prefere dentro ou fora da escola? Por quê?

3. A academia na escola gera maior motivação e estimulo do que as academias que não estão na escola? Por quê?

4. Qual sua frequência na academia?

5. Existe acompanhamento do professor com o aluno durante a aula de musculação? (Onde você sente uma preocupação maior do professor com suas atividades?) Fichas, exercícios, avaliações... Em relação as academias fora da escola é melhor ou pior essa avaliação?

Referências

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