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DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

MBA EM GESTÃO PÚBLICA

IMPLANTAÇÃO DAS UNIDADES DE POLÍCIA PACIFICADORA –

UPP – NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. UMA POLÍTICA

PÚBLICA EFICIENTE PARA A REDUÇÃO DAS TAXAS DE

CRIMINALIDADE?

POR: CATHARINA ARAUJO AVELLO DIVERIO

ORIENTADOR:

Prof. LUIZ EDUARDO CHAUVET

Rio de Janeiro 2016

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

MBA EM GESTÃO PÚBLICA

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Pública.

Por: Catharina Araujo Avello Diverio

IMPLANTAÇÃO DAS UNIDADES DE POLÍCIA PACIFICADORA –

UPP – NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. UMA POLÍTICA

PÚBLICA EFICIENTE PARA A REDUÇÃO DAS TAXAS DE

CRIMINALIDADE?

Rio de Janeiro 2016

(3)

AGRADECIMENTOS

Aos meus colegas de trabalho da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, e aos meus amigos Marcela, Marcus e Carla que me deram muito apoio durante esta especialização.

(4)

DEDICATÓRIA

Dedico aos meus queridos pais Sirley Diverio e Hed Diverio, a minha amada e inesquecível avó Tereza e ao meu marido Daniel.

(5)

RESUMO

Desde a década de 1990, o tema da segurança pública tem representado nas agendas políticas uma questão muito sensível aos gestores públicos, em virtude dos altos índices de violência urbana, em especial, as elevadas taxas de homicídios. A Segurança Pública tem sido caracterizada como um problema primordialmente da alçada da polícia, esquecendo-se da participação de todos, pessoas físicas e jurídicas e não somente de um Estado, conforme preceitua a nossa Constituição Federal.

A violência é o resultado da combinação de processos econômicos, políticos e sociais. É um problema complexo e está associado principalmente no ambiente urbano a fatores como desemprego, desigualdade, exclusão social, baixa escolaridade, habitações inadequadas e estrutura familiar. Tem grande impacto na economia, principalmente no turismo, atividade fundamental para o estado e na atração de investimentos.

Com o enfoque no problema da violência no Estado, o Governo começou a estudar projetos estratégicos que perseguirá com tenacidade para a reconquista da segurança pública, da cidadania e dos territórios dominados pelo poder paralelo. As Unidades de Polícia Pacificadora – UPP – Projeto de segurança pública materializado pelo Estado, promove uma redução significativa nas taxas de criminalidade e atua na melhoria da percepção de segurança pelo cidadão, gerando impacto para toda a sociedade.

(6)

METODOLOGIA

Quanto à metodologia, esta pesquisa caracteriza-se como pesquisa bibliográfica, uma vez que o trabalho consistirá na coleta, seleção, análise e interpretação da literatura existente sobre o assunto, composta de livros, teses e dissertações, artigos de jornais e revistas, manuais de metodologia de trabalho de instituições públicas, pronunciamentos de organismos oficiais e não oficiais da atividade de auditoria independente.

Também foram consultados “sites” da Internet, e vídeo de reportagens pertinentes ao tema do trabalho.

As técnicas de pesquisa que serão utilizadas serão as seguintes:

a) Quanto aos procedimentos: classifica-se como Pesquisa bibliográfica, pois objetivou a geração de conhecimentos para possibilitar a elaboração de um trabalho que discuta sobre um determinado prisma o tema em questão.

b) Quanto à abordagem do problema: Caracteriza-se como Pesquisa Qualitativa, pois se busca a análise de dados para a elaboração do trabalho a partir de fontes fidedignas sobre o tema em questão.

c) Quanto aos seus objetivos: o trabalho pode ser classificado como Pesquisa Exploratória. Realizando a busca de dados para sua elaboração em diversos meios, envolvendo também a pesquisa bibliográfica, que proporcionou maior conhecimento e familiaridade do tema em questão, proporcionando a elaboração da hipótese de pesquisa.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I - Projeto das Unidades de Polícia Pacificadora - UPP 12

1.1 Inspiração para o Projeto 12

1.2 O que é UPP? 13

1.3 Objetivos do Projeto 13

1.4 Cenário Atual 14

1.5 Estratégia 17

CAPÍTULO II - Planejamento e Processo de Implantação 19

2.1 Planejamento 19

2.2 Processo de Implantação 20

2.3 Fases do Projeto 20

2.4 Administração 22

CAPÍTULO III - Balanço de Indicadores da Política de Pacificação 25

3.1 Balanço de Indicadores 25

3.2 Metodologia 26

3.3 Unidades de Polícia Pacificadora Avaliadas 26

3.4 Evolução dos Registros de Homicídios e de Atividade Policial em áreas de

UPP 28

3.4.1 Homicídio Doloso 30

3.4.2 Homicídio Decorrente de Intervenção Policial 31

(8)

3.4.4 Apreensão de Drogas 33

3.4.5 Apreensão de Armas 33

3.5 Avaliação Geral 34

CAPÍTULO IV - Unidades de Polícia Pacificadora na Mídia 36

4.1 Reportagens 36

4.2 Observações Críticas ao Projeto 42

CONCLUSÃO 43

(9)

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 01- Expansão da Política (datas de instalação das UPP) 16

Figura 02 – Comunidades Ocupadas 27

Figura 03 – Taxas de homicídio doloso no estado e na cidade do RJ 28

Figura 04 – Taxas de homicídios decorrente de intervenção policial 29

Figura 05 – Taxas de homicídio doloso em áreas com UPP 30

Figura 06 – Taxas de homicídio decorrente de intervenção policial 31

Figura 07 – Taxas de ocorrências de flagrantes 32

Figura 08 – Taxas de ocorrências de apreensão de drogas 33

(10)

INTRODUÇÃO

Nas décadas de 1980 e 1990 o Rio de Janeiro ficou conhecido pela violência extrema e pelos grupos armados de traficantes que dominavam as favelas cariocas na chamada “guerra do tráfico”. A expressão “cidade partida”, cunhada pelo escritor Zuenir Ventura, simboliza o muro imaginário das desigualdades sociais que dividia o morador do asfalto e do morro em duas realidades distintas.

“A ‘Cidade Partida’ sintetiza a ideia de uma divisão sócio espacial da cidade entre favela e não favela, como se não houvesse mediações. As áreas de não favela, mais conhecidas como bairros, são habitadas por pessoas de bem, com maior nível de renda, mais Educação e melhores hábitos. Nas favelas, também conhecidas como morro e comunidade, moram pessoas mal educadas e pobres que aliadas a malandros e bandidos conquistam meios de viver. Tal divisão é uma construção que norteia o imaginário e as representações sociais da cidade do Rio de Janeiro do século XX.” (ZUENIR Ventura, 1994).

Marcado pela baixa qualidade de vida e pelo abandono do poder público, a favela se tornou uma verdadeira fortaleza de quadrilhas organizadas que exerciam autoridade nesses locais. Já os bairros de classe média e alta, com boa infraestrutura de serviços públicos, acabaram acuados por tiroteios e pela guerra das facções.

A violência no Estado do Rio de Janeiro é vista como um dos mais importantes inibidores econômicos de desenvolvimento econômico e da melhora da qualidade de vida no Estado. Além dos elevados níveis de insegurança, criminalidade e violência urbana, destacam-se como os mais visíveis entraves ao desenvolvimento do Estado os seguintes fenômenos: desigualdade social e pobreza, ocupação territorial desordenada e favelização, informalidade excessiva, baixa articulação dos atores sociais, econômicos e políticos e gestão ineficiente.

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Para reduzir a violência, em 2007, o Governo do Rio de Janeiro iniciou uma nova política de segurança publica representada pela implantação das UPP (Unidades de Polícia Pacificadoras) em comunidades controladas pelo tráfico de drogas. O projeto inédito foi inspirado numa experiência parecida realizada nas cidades de Bogotá e Medelin, na Colômbia.

Na época, pesou também o fato da cidade ter sido escolhida para sediar megaeventos como a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016, que colocam em evidencia a capacidade do governo de controlar o território. Sendo assim, o projeto tem como objetivo principal a retomada de regiões antes dominadas pelo tráfico, a redução da criminalidade, a melhoria da percepção de segurança pelo cidadão, conquistada através de um aparato institucional e administrativo que transforme o Estado em um lugar mais seguro para viver e investir, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e do ambiente de negócios.

Neste trabalho abordaremos a questão da violência nessas últimas décadas, quais os impactos e os resultados efetivos da Política de Segurança Pública do Estado, materializada no Programa das Unidades de Polícia Pacificadora – UPP.

No primeiro capítulo iremos dissertar qual foi a inspiração para implantação do Programa das Unidades de Polícia Pacificadora no Estado, o que é a UPP, quais são os objetivos, como está o cenário atual, e qual a estratégia utilizada.

O segundo capítulo vai dissertar sobre o planejamento estratégico, quais são as principais fases do projeto e como é realizada a administração das unidades pelo comando da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

(12)

No terceiro capítulo abordaremos os indicadores de resultados, fazendo uma análise sobre os efeitos nas taxas de criminalidade do Estado, avaliando se esta Política Pública de Segurança é eficiente ou não.

No quarto capítulo, discutiremos sobre reportagens relacionadas ao tema, publicadas na mídia, e finalizaremos com observações críticas a política de pacificação.

CAPÍTULO I

COMO SURGIU O PROJETO DAS UPPS

1.1. Inspiração para o Projeto

Com inspiração no modelo bem-sucedido implantado na área de Segurança Pública em Medellín, na Colômbia, o programa das Unidades de Polícia Pacificadora, as UPP, instalou sua primeira unidade em dezembro de 2008, no Morro Santa Marta, em Botafogo, na Zona Sul.

O plano de reforçar a presença do Estado nas comunidades via prestação de serviços públicos, segue caminho semelhante ao de Medellín, que há aproximadamente 11 anos começou um trabalho para melhorar as condições sociais em comunidades pobres e violentas. Medellín, segunda maior metrópole Colombiana, com 2,3 milhões de habitantes, chegou a ser considerada a cidade mais perigosa do mundo em 1992.

Nas comunidades mais pobres de Medellín, que é marcada, como o Rio, pela desigualdade social, os ganhos foram notórios a partir de uma política nacional de pacificação que determinou, ao longo de mais de uma década a redução dos índices de violência, e a melhoria dos indicadores econômicos sociais.

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1.2. O que é UPP?

As UPP são Unidades de Polícia Pacificadora materializada pela Política de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro.

As UPP trabalham como os princípios de polícia de proximidade, um conceito que vai além da polícia comunitária e tem sua estratégia fundamentada na parceria entre a população e as instituições da área de segurança pública. A atuação da polícia pacificadora, pautada pelo diálogo e pelo respeito à cultura e às características de cada unidade, aumenta a interlocução e favorece o surgimento de lideranças comunitárias.

O programa engloba parcerias entre os governos – municipal, estadual e federal – e diferentes atores da sociedade civil organizada. Projetos educacionais, culturais, esportivos, de inserção social e profissional, além de outros voltados à melhoria da infraestrutura, estão sendo realizados nas comunidades por meio de convênios e parcerias firmados entre diferentes segmentos do poder público, iniciativa privada e terceiro setor.

1.3. Objetivos do Projeto

O Programa de Polícia Pacificadora tem como objetivos:

- A retomada de territórios antes dominados por grupos criminosos ostensivamente armados e estabelecer o Estado Democrático de Direito;

- Devolver à população local a paz e tranquilidade públicas, necessárias ao exercício e desenvolvimento integral da cidadania. Contribuir para quebrar a lógica de “guerra” existente no Estado do Rio de Janeiro.

- Permitir a entrada ou a expansão dos serviços públicos e da iniciativa privada, tradicionalmente limitada pela ação do poder paralelo dos grupos criminosos;

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- Aumentar a formalização das atividades econômicas e dos serviços no local, bem como da vida dos moradores em geral, historicamente submetidos a condições de informalidade;

- Contribuir com uma inserção maior desses territórios e seus habitantes no conjunto da cidade, desativando a visão tradicional de “cidade partida” que caracteriza o Rio de Janeiro.

1.4. Cenário Atual

Atualmente existem no estado do Rio de Janeiro 38 UPP instaladas, sendo 37 delas localizadas na capital, em 196 comunidades que reúnem cerca de 600 mil habitantes. Essas áreas contam com um efetivo policial de aproximadamente 9 mil PMs, o que corresponde a 18% do efetivo total da Policia Militar do Estado. Segue abaixo relação das unidades implantadas, data da instalação e a sua localização geográfica na cidade do Rio de Janeiro.

Zona Sul

Santa Marta – Instalação: 19.12.2008

Babilônia e Chapéu Mangueira – Instalação: 10.06.2009 Pavão-Pavãozinho e Cantagalo – Instalação: 23.12.2009 Tabajaras e Cabritos – Instalação: 14.01.2010

Escondidinho e Prazeres – Instalação: 25.02.2011 Rocinha – Instalação: 20.09.2012

Vidigal – Instalação: 18.01.2012 Cerro-Corá – Instalação: 03.06.2013

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Zona Norte Borel – Instalação: 07.06.2010 Formiga – Instalação: 01.07.2010 Andaraí– Instalação: 28.07.2010 Salgueiro – Instalação: 17.09.2010 Turano – Instalação: 30.10.2010

São João, Matriz e Quieto – Instalação: 31.01.2011 Macacos – Instalação: 30.11.2011

Mangueira – Instalação: 03.11.2011 Nova Brasília – Instalação: 18.04.2012 Fazendinha – Instalação: 18.04.2012 Adeus e Baiana – Instalação: 11.05.2012 Alemão – Instalação: 30.05.2012

Chatuba – Instalação: 27.06.2012 Fé e Sereno – Instalação: 27.06.2012 Parque Proletário – Instalação: 28.08.2012 Vila Cruzeiro – Instalação: 28.08.2012 Jacarezinho – Instalação: 16.01.2013 Manguinhos – Instalação: 16.01.2013

Barreira do Vasco e Tuiuti – Instalação: 12.04.2013 Caju – Instalação: 12.04.2013

Arará e Mandela – Instalação: 06.09.2013 Lins - Instalação: 02.12.2013

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Zona Oeste

Cidade de Deus – Instalação: 16.02.2009 Batan – Instalação: 18.02.2009

Vila Kennedy – Instalação: 23.05.2014

Centro

Providência – Instalação: 26.04.2010

Coroa, Fallet e Fogueteiro – Instalação: 25.02.2011 São Carlos – Instalação: 17.05.2011

Baixada Fluminense

Complexo da Mangueirinha – Instalação: 07.02.2014 A extensão total das áreas das UPPs: 9.446.047 m²

(17)

No gráfico acima podemos verificar a expansão da Política de Segurança do Estado em relação ao número de pessoas beneficiadas, através das datas de instalação das unidades.

1.5.

Estratégia

Como estratégia, os policiais, ao invés de invadirem periodicamente as comunidades, permaneceram dentro delas, com a intenção de retomar o controle do território e evitar os confrontos armados. O contingente policial é formado principalmente por policiais recém-formados do Centro de Formação de Aperfeiçoamento de Praças da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (CFAP), inspirados pela doutrina da polícia comunitária ou de proximidade.

A proposta das UPP baseia-se em princípios da polícia de proximidade, pautando as relações com os moradores pelo diálogo, respeito às características e à cultura de cada favela, realizando e facilitando o surgimento de lideranças comunitárias e a interlocução entre moradores e instituições públicas. Os policiais da UPP não são policiais de confronto e “guerra”, e sim de mediação de conflitos e de relação com a comunidade. Os policias são orientados a estreitar laços com a comunidade em que atuam, conhecendo os moradores e os problemas que possam gerar crimes e conflitos. São pressupostos básicos do policiamento comunitário: ação proativa, ação preventiva, integração dos sistemas de defesa pública e defesa social, transparência, cidadania e ação educativa.

“caracteriza-se Polícia Comunitária ou de proximidade como uma filosofia e uma estratégia organizacional que proporcionam uma nova parceria entre a população e a polícia. Baseia-se na premissa de que tanto a polícia quanto a comunidade devem trabalhar juntas para identificar, priorizar e resolver problemas contemporâneos, tais como: crimes, drogas, medo do crime, desordens físicas e morais e, em geral, a decadência do bairro, como o objetivo de melhorar a

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qualidade geral da vida na área.” (TROJANOWICZ, Robert; BUCQUEROUX, Bonnie, 1994).

A parceria entre os governos municipal, estadual e federal, além do apoio financeiro, administrativo e colaborativo de instituições privadas, levou às comunidades ocupadas pelas unidades, alguns projetos culturais, educacionais e de inserção social e profissional, além de melhorias na limpeza e coleta de lixo nas áreas pacificadas.

As UPP tornaram-se o principal projeto de políticas de segurança pública da cidade, tendo em vista a sua proposta ir contra aos ideais de confronto armado dentro de comunidades, criando então uma imagem de uma polícia de proximidade, que acolhe e aproxima da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), os moradores locais.

Após forte apoio midiático, o projeto inicial das UPP logo ganhou força e expandiu-se para outras comunidades devido à grandiosidade e os benefícios proporcionados pela execução do projeto, que acabaram influenciando positivamente o programa de pacificação e disseminando opiniões favoráveis a expansão, dando “carta branca” ao setor de segurança pública, para que mais comunidades sejam contempladas com as unidades.

Anteriormente o Estado do Rio chegou a experimentar outros modelos alternativos de policiamento, como o Policiamento Comunitário no Morro da Providência e em Copacabana ou, mais recentemente, o Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais (GPAE), mas nenhum desses projetos recebeu suficiente investimento ou teve a sua continuidade assegurada o tempo bastante para poder ter um impacto significativo.

(19)

CAPÍTULO II

PLANEJAMENTO E PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO

2.1. Planejamento

Durante as fases iniciais do processo de planejamento estratégico, o governo atuou em três eixos principais. O primeiro foi a reconstrução da gestão pública estadual, através da introdução de técnicas gerenciais, em atuação articulada com os diversos entes federativos buscando o equilíbrio financeiro orientado para resultados. O segundo a reconquista da segurança pública, procurando melhorar a percepção de segurança pelo cidadão e uma redução dos índices de criminalidade. O terceiro eixo esta relacionado a articulação e a promoção de investimentos.

Estabelecidos o enfoque e os legados pretendidos, assim como a visão do futuro, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (SEPLAG) por meio do processo de planejamento estratégico, formulou a organização de uma cesta de indicadores que pudesse detalhar a visão e os legados, a construção de cenários de referência, e também a organização de uma carteira de projetos estratégicos destinados a perseguir metas. Começaram estudos para um novo projeto para o Estado, o começo de uma nova política pública de segurança que visa a melhoria da violência que vem ocorrendo no Estado.

2.2. Processo de Implantação

A política de combater o crime organizado no Rio nasceu inspirada na experiência Colombiana de retomar áreas que estavam no poder da guerrilha. Em novembro de 2008, a polícia decidiu expulsar do Dona Marta os traficantes que bloqueavam o acesso de serviços públicos à favela. Era preciso fazer alguma coisa.

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A Secretaria de Segurança já andava estudando maneiras de recuperar territórios, mas ainda não tinha modelo pronto. Desde o começo, a iniciativa trouxe algumas características que se repetiram em todas as demais. A incursão principal foi precedida de outras menores, com o intuito de prender ou afugentar os “chefões” do tráfico.

Uma vez controlada a situação, instalou-se uma base avançada de policiamento comunitário para reforçar os vínculos com a população. Dois meses depois, esse formato foi ampliado e replicado na comunidade Cidade de Deus. Sem efetivo especializado, as bases passaram a operar com um rodízio de PM que eram convocados para trabalhar em sua folga. Em seguida, o programa se consolidou com a entrada de oficiais recém-formados dentro do novo perfil de atribuições e estratégias mais definidas de ocupação.

Para instalar uma UPP é preciso, antes de tudo, a ocupação da localidade pelo Estado, neste caso, pelo menos inicialmente, a própria polícia. Posteriormente entra a técnica, a inteligência, a utilização de armas, a necessidade de presídios adequados para promover a reinclusão dos meliantes a sociedade, e, uma legislação e justiça mais célere e rigorosa.

Através do emprego da filosofia de Polícia Comunitária as UPP pretendem garantir dois princípios básicos que, por força do tráfico de drogas e da atuação das milícias, estão escassos, ou inexistentes nessas localidades: a democracia e a cidadania. O direito de ir, vir e permanecer, a possibilidade de se divertir, trabalhar e estudar, são frustradas pela ausência do Estado, que já faz tempo não proporciona saúde, educação e segurança aos moradores que cotidianamente convivem no âmbito da criminalidade.

2.3. Fases do Projeto

Assim como o programa de segurança pública da Colômbia, o projeto das UPP tem como objetivo retomar controle estatal das comunidades e devolver a população seus direitos de cidadão, que antes não podiam ser

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exercidos devido ao domínio do tráfico de drogas. A implantação da UPP consiste em um programa de cinco etapas, sendo elas:

- 1ª Fase – Preliminar, de Planejamento ou Levantamento de Dados: Nesta

primeira fase colhem-se vários tipos de informações sobre o local, é feito o levantamento de dados sócio-econômicos, populacionais, quantidade de escolas e igrejas, número de domicílios existentes no local. É a fase de planejamento da ocupação no local. O Instituto de Segurança do Estado do Rio de Janeiro – ISP – é responsável, por emitir relatórios estatísticos sobre roubos de veículos, homicídios dolosos, roubos cometidos nas comunidades, dentre outros delitos.

Nesta fase também é analisado a quantidade de meliantes que integram a facção e o armamento utilizado, são também levantados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública, junto com a Polícia Militar e Civil que avaliam a influencia da facção e a sua área de atuação nos bairros vizinhos e demais regiões na cidade. É nessa fase também que se determina a quantidade de materiais e equipamentos necessários para a implantação da unidade pacificadora. Quando as informações são concluídas é repassado as informações ao comando da Polícia Militar, que em conjunto com o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) se inicia a segunda fase, a de ocupação.

- 2ª Fase – Retomada, Ocupação ou Intervenção Tática: Entrada das Forças

armadas na comunidade a ser pacificada, representadas aqui pelo BOPE e pela Tropa de Choque, cabe ressaltar que no processo de ocupação de algumas comunidades, como exemplo clássico do Complexo do Alemão, foram utilizadas também Tropas da Força Nacional (composta por quadros das Polícias Civil, Militar e Federal) e das Forças armadas do Exército, Marinha e Aeronáutica, juntamente com o apoio judiciário, efetuando mandados de busca e apreensão, para não ocorrerem processos contra invasão de privacidade, e afins. Esta fase não tem um prazo determinado para ser finalizado, depende diretamente da resistência dos criminosos e a complexidade do local a ser ocupado. É o momento de se obter o controle total da região.

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- 3ª Fase – Estabilização: Momento seguinte a entrada na comunidade, em

que há presença do BOPE no local, aguardando possíveis criminosos que se entregam ou que retornam após terem fugido, e contem as repressões e oposições a pacificação. Há a construção da base fixa da UPP no local. Surge à presença da UPP Social, como intuito de tentar aproximar um diálogo entre a comunidade e a Polícia, e realizar a coleta de dados estatísticos para futura análise.

- 4ª Fase - Implantação: Inauguração da sede da UPP no local. Presença de

animadores infantis, celebridades para os moradores e autoridades influentes. Ocorre uma festa de caráter familiar na sede da UPP.

- 5ª Fase - Avaliação e Monitoramento: É a fase de avaliação dos serviços

prestados a comunidade pelos policiais da UPP. É a fase que ouve-se os moradores, com o intuito de avaliar a qualidade da intervenção, saber quais os benefícios que trouxe para a comunidade, ou seja, avaliar os resultados da operação realizada.

2.4. Administração

Apesar de ter sido criada somente três anos após a instalação da primeira UPP, na comunidade de Santa Marta em 2008, o Comando de Polícia Pacificadora – CPP - é muito importante para padronizar a ação e a formação das UPP. Possui um rígido organograma, tendo em seu topo o Comandante Geral, cargo nomeado pelo Governador do RJ. Logo abaixo ha uma divisão: Estado Maior Operacional e Estado Maior Administrativo.

O Estado Maior Administrativo e responsável pela saúde e educação dos policiais e oficiais em operação do Estado, enquanto o Estado Maior Operacional se responsabiliza pelas atividades em campo, com repartições como a própria CPP e o COE (Comando de Operações Especiais - o BOPE, por exemplo). O CPP, dentro da organização policial militar, é comparado aos Comandos de Policiamento de Áreas – CPA – que são as organizações

(23)

responsáveis por comandar um determinado conjunto de batalhões. Tanto os CPA quanto a CPP correspondem à parte operacional da Policia Militar.

Mesmo seguindo ordens da CPP, cada UPP possui sua liberdade administrativa, ficando a cargo do comandante delegar as funções em caráter interno. Visando obter um trabalho de maior qualidade pelos oficiais da UPP, sua administração leva em conta a realidade e as condições de vida de cada um deles, criando escalas diferenciadas se necessário, mostrando assim a humanização da corporação. Se um policial trabalha insatisfeito, ele gera um trabalho ruim para a sociedade, o que se torna perigoso já que o policial lida diretamente com ela.

Após a implementação da UPP, a UPP Social fica responsável pelo levantamento de dados como a quantidade de apreensões de pessoas e de drogas, e do relatório sobre as mudanças que ocorrem na comunidade com a chegada da UPP, como por exemplo, a extinção de alguns cargos do trafico. A chegada da UPP possibilitou a entrada do poder estatal e, portanto, a chegada de serviços públicos antes não prestados devido ao controle exercido pelas facções criminosas, como a regulamentação da luz pela empresa Light e a melhoria do saneamento básico das comunidades. Além disso, outros serviços passaram a ser executados nas comunidades pacificadas como entrada de programas sociais, de creches estaduais e da FAETEC (Fundação de Apoio a Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro).

A UPP Social tem os objetivos de promover o desenvolvimento social, incentivar o exercício da cidadania, derrubar fronteiras simbólicas e realizar a integração plena da cidade. Ela conta com uma equipe de gestão que atua diretamente nos territórios pacificados, produzindo informações detalhadas sobre cada área de UPP, reconhecendo os que já atuavam no local antes da pacificação, fortalecendo as vias de diálogo entre moradores, lideranças e gestores públicos, mobilizando as instituições capazes de suprir as demandas de cada comunidade e apoiando a execução das ações previstas. São muitos, certamente, os desafios que o projeto terá pela frente.

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Ela começa a sua atuação em cada território pela articulação de ações que consolidem os avanços trazidos pela pacificação e revertam os legados da violência e da exclusão territorial: apoio a organizações e projetos locais; recuperação de espaços públicos; regularização urbana, de serviços e negócios; oportunidades para a juventude e iniciativas cidadãs, culturais, esportivas e de lazer que apaguem de uma vez por todas as fronteiras do passado.

O ciclo de ação do programa se completa com a realização, baseada no diálogo com as comunidades e nas principais necessidades identificadas, de Planos de Políticas Integradas que promovam o pleno acesso de cada território aos serviços públicos e direitos garantidos nas demais áreas da cidade.

Existem hoje 38 UPP ativas no Rio de Janeiro, atuando em 25 regiões da cidade. Como o trafico fazia parte da cultura e ate mesmo da identidade da maioria dos morros, o grande objetivo das UPP e retomar o controle estatal das comunidades e devolver a população seus direitos de cidadão. Com isso possui como meta atingir o público infantil, com idade inferior a 15 anos, tendo em vista uma mudança de cultura para as próximas gerações e um resultado em longo prazo.

Juntamente com este fato, a UPP visa mudar a cultura ligada ao tráfico na comunidade, devolver a tranquilidade e a paz para a comunidade (visando a retomada da qualidade de vida), preservar a vida das pessoas a fim de garantir suas liberdades e tornar o organograma da UPP e seu modus operandis um programa referencia de segurança publica. A UPP tenta operar e investir na prevenção da criminalidade, e não na ação pós-crime.

(25)

CAPÍTULO III

BALANÇO DE INDICADORES DA POLÍTICA DE

PACIFICAÇÃO

3.1. Balanço de Indicadores

O Programa de Polícia Pacificadora, iniciado em 2008, possui os seguintes objetivos: recuperação de territórios sob o controle de grupos ilegais armados, restauração do monopólio legal e legítimo da força pelo Estado e a diminuição da criminalidade violenta, sobretudo a letal.

Atualmente existem no estado do Rio de Janeiro 38 UPP instaladas, sendo 37 delas localizadas na capital, em 196 comunidades que reúnem cerca de 600 mil habitantes. Essas áreas contam com um efetivo policial de aproximadamente 9 mil PMs, o que corresponde a 18% do efetivo total da Polícia Militar do Estado.

Apresentaremos a seguir o Balanço de Indicadores da Política de Pacificação, realizado pelo Instituto de Segurança Pública – ISP. A consolidação dos resultados tem por objetivo fazer um balanço dos principais indicadores do projeto, no período correspondente aos anos de 2007 (ano anterior ao início da política) até o final de 2014. Selecionamos indicadores relacionados à letalidade violenta e à atividade policial, por dizerem respeito diretamente aos objetivos expressos da política.1

O balanço demonstra a evolução dos registros de homicídios e de atividade policial em áreas beneficiadas com UPP. A taxa de homicídio doloso em áreas de UPP foi de 7,4 mortes por 100 mil habitantes (40 vítimas) em

1

http://arquivos.proderj.rj.gov.br/isp_imagens/Uploads/RelatorioUPPvfinal.pdf - Retirado do Site do Instituto de Segurança Pública do RJ no dia 20 de abril de 2016

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2014, número que é um terço da taxa verificada em 2007, ano em que a primeira comunidade foi ocupada. O maior benefício da política foi em termos de redução dos homicídios decorrentes de intervenção policial. Houve 20 mortes decorrentes de intervenção policial em áreas de UPP em 2014, o que equivale a uma redução de 85% se comparado ao registrado em 2008 (136 vítimas). Os números de atividade policial indicam ainda que a atuação da polícia aumentou muito nas comunidades beneficiadas após a ocupação.

3.2 Metodologia

As informações utilizadas para elaboração do balanço de indicadores têm como fonte o banco de dados dos registros de ocorrência das Delegacias de Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro, disponibilizado ao Instituto de Segurança Pública por meio do Departamento Geral de Tecnologia da Informação e Telecomunicações.

3.3 Unidades de Polícia Pacificadora Avaliadas

Para compor o presente estudo, foi feito um levantamento de dados extraídos do Instituto de Segurança Pública (ISP), do Rio de Janeiro, relativos às áreas circunscritas às respectivas UPP:

- Santa Marta, Cidade de Deus, Jardim Batan, Babilônia e Chapéu Mangueira, Babilônia, Pavão, Pavãozinho, Cantagalo, Ladeira dos Tabajaras/Cabritos, Providência, Borel, Formiga, Andaraí, Salgueiro, Turano, Macacos, São João, Quieto e Matriz, Coroa, Fallet e Fogueteiro, Escondidinho e Prazeres, Completo de São Carlos, Mangueira, Vidigal, Fazendinha, Adeus/Baiana, Alemão, Nova Brasília, Chatuba, Fé/Sereno, Parque Proletário, Vila Cruzeiro, Rocinha, Manguinhos, Jacarezinho, Caju, Barreira/ Tuiuti, Cerro-Corá, Arará/Mandela, Lins, Camarista Méier, Mangueirinha e Vila Kennedy. Os dados referem-se a delitos ocorridos no decorrer dos anos de 2007 a 2014, como pode ser compreendido nos gráficos a seguir.

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No mapa abaixo do município do Rio de Janeiro, podemos verificar as UPP instaladas (na cor cinza) e as demais comunidades que não foram ocupadas pelo projeto (na cor amarela), representando uma tendência para ocupação das comunidades localização no centro, zona norte, especialmente nas áreas do entorno do estádio do Maracanã e zona sul, principal região turística da cidade.

Figura 02 – Comunidades Ocupadas

Antes da análise das informações contidas nos gráficos, torna-se necessário ressaltar que o ano de 2015 não pode ser comparado como os anos anteriores, visto que ainda não foram imputados no banco de dados do Instituto de Segurança Pública – ISP - valores para todos os meses do referido ano.

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3.4 Evolução dos Registros de Homicídios e de Atividade

Policial em áreas de UPP

Conforme demonstrado na figura 3, as taxas de homicídio na cidade e no estado do Rio de Janeiro já estavam em trajetória de queda desde o início dos anos 2000. Entretanto, a partir de 2009, primeiro ano após o início da Política de Pacificação, nota-se uma queda mais acentuada na taxa da cidade do Rio, ampliando a distância entre as curvas da capital e do estado. Em 2014, enquanto a taxa no estado foi de 30 vítimas de homicídio doloso por 100 mil habitantes, na capital ela foi de 19 vítimas por 100 mil habitantes. Note-se que em 2007 as taxas do estado e da capital eram muito similares (39 por 100 mil e 38 por 100 mil, respectivamente). Como 37 das 38 UPP estão localizadas na capital, esse dado sugere um efeito relevante da Política de Pacificação na redução da taxa de homicídio nas áreas beneficiadas e em seu entorno.

Figura 03 – Taxas de homicídio doloso no estado e na cidade do Rio de Janeiro

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Tendência semelhante pode ser observada nas curvas de mortes em intervenção policial. No começo dos anos 2000, havia uma considerável diferença entre as taxas da capital (13,7 por 100 mil habitantes) e do estado (8,4 por 100 mil habitantes). A partir do início da Política de Pacificação, como fica claro na figura 4, observa-se uma queda importante nessas taxas, ainda mais acentuada na capital do estado, que recebeu 37 das 38 UPP já instaladas. Em 2014, a taxa de homicídios por intervenção policial foi de 3,5 por 100 mil habitantes no estado, e de 3,8 por 100 mil habitantes no município do Rio de Janeiro.

Figura 04 – Taxas de homicídio decorrente de intervenção policial no estado e na cidade do Rio de Janeiro

A seguir, apresentamos a comparação entre as taxas das áreas beneficiadas por UPP e as taxas do total do município do Rio de Janeiro para cinco indicadores de criminalidade e de atividade policial diretamente relacionado aos objetivos da Política de Pacificação: homicídio doloso, homicídio por intervenção policial, ocorrência em flagrante, apreensão de drogas, e apreensão de armas.

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3.4.1 Homicídio Doloso

Podemos observar na figura 5 uma queda nas taxas de homicídio doloso tanto das áreas com UPP quanto no município do Rio como um todo. Nota-se, porém, que com o início da política de pacificação, a queda nas áreas com UPP é mais acentuada, mantendo-se sempre em níveis bastante inferiores ao do total da capital. A taxa das áreas com UPP cai de 30,9 por 100 mil habitantes (167 vítimas) em 2007, ano anterior ao início da Política de Pacificação, para 7,4 por 100mil habitantes (40 vítimas) em 2014. No mesmo período, a taxa do município do Rio foi de 38,4 por 100 mil habitantes em 2007 (2.336 vítimas) para 19,3 por 100 mil habitantes em 2014 (1.246 vítimas).

Figura 05 – Taxas de homicídio doloso em áreas com UPP e no município do Rio de Janeiro

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3.4.2 Homicídio Decorrente de Intervenção Policial

A figura 06 nos mostra que os homicídios em decorrência de intervenção policial nas áreas beneficiadas com UPP tiveram uma queda consistente desde o início da Política de Pacificação. Em 2007, a taxa das áreas que viriam a receber UPP (30,3 por 100 mil habitantes, equivalendo a 164 vítimas) era mais do que o dobro da taxa da capital do estado como um todo (14,8 por 100 mil habitantes, equivalendo a 902 vítimas). Em 2014, puxada pela forte queda no número de vítimas nas áreas com UPP, as taxas convergiram para níveis bem inferiores aos observados no ano anterior ao início da Política de Pacificação: 3,7 por 100 mil habitantes nas áreas com UPP (20 vítimas) e 3,8 por 100 mil habitantes na capital (244 vítimas).

Figura 06 – Taxas de homicídio decorrente de intervenção policial em áreas com UPP e no município do Rio de Janeiro

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3.4.3 Ocorrências em Flagrante

Observando a figura 7, notamos um acentuado crescimento nas taxas de ocorrências em flagrante a partir do início da política de pacificação, sobretudo em 2010, ano de importante ampliação do número de territórios beneficiados pela política. Esse crescimento é ainda mais relevante nas áreas com UPP, cuja taxa de ocorrências em flagrante ultrapassa a do município a partir de 2011.

Figura 07 – Taxas de ocorrências de flagrantes em áreas com UPP e no município do Rio de Janeiro

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3.4.4 Apreensão de Drogas

Na figura 08 podemos observar uma acentuada elevação na taxa de apreensão de drogas nas áreas de UPP a partir do início da Pacificação, em 2008. Esse dado indica uma maior presença do policiamento ostensivo nas áreas ocupadas por UPP.

Figura 08 – Taxas de ocorrências de apreensão de drogas em áreas com UPP e no município do Rio de Janeiro

3.4.5 Apreensão de Armas

No sentido inverso do que ocorre nas taxas de apreensão de drogas, notamos na figura 02 uma queda acentuada nas taxas de apreensão de armas no município e nas áreas com UPP a partir do início da Política de Pacificação. Em 2007, a taxa de armas apreendidas nas áreas com UPP era de 129,4 por 100 mil habitantes (equivalente a 699 armas, sendo 44 fuzis). Ainda que em menor grau, essa queda também é observada quando analisamos o município

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do Rio de Janeiro como um todo: de 72,1 armas apreendidas por 100 mil habitantes em 2007 (4.389 armas) para 38,8 armas apreendidas por 100 mil habitantes em 2014 (2.506 armas).

Figura 09 – Taxas de ocorrências de apreensão de armas em áreas com UPP e no município do Rio de Janeiro

3.5 Avaliação Geral

Após aproximadamente 8 anos instalação da primeira UPP, podemos observar a redução de crimes considerados mais violentos, como homicídios dolosos, mortes violentas, autos de resistência e, também, o número de ocorrência de roubos como constatado no estudo realizado pela Instituto de Segurança Pública (ISP). O impacto da redução desses crimes é significativo e junto à percepção de segurança passada aos moradores das demais áreas da cidade. Agrega-se ao programa o incentivo por meio de ações do SEBRAE, à regulamentação de atividades econômicas realizadas no interior das favelas, o que transmite uma visão positiva do projeto como um todo.

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Os crimes relativos a roubos tiveram uma redução considerável em áreas de UPP. Porém, concomitantemente, ocorrências de crimes relativos a vítimas de desaparecimento, vítimas de lesões dolosas, vítimas de ameaças e vítimas de estupro começaram a aumentar. Logo, percebe-se que, apesar de uma relação de crimes armados, há um aumento relevante de outros crimes. Cabe ressaltar também, um crescente avanço no processo migratório da criminalidade.

Sob qualquer aspecto que se analise, as UPP representam uma virada brutal na política de segurança pública do Rio, marcada por décadas de complacência e “frouxidão” no trato do crime e da bandidagem. Junto com a recuperação territorial, a instalação desses postos avançados tem devolvido direitos básicos de cidadania a 113.000 pessoas que vivem nas comunidades hoje ocupadas pela polícia.

Evidentemente, o programa ainda tem problemas e pode ser melhorado, mas mesmo em áreas mais complicadas, em que a operação não está completamente instalada, os resultados são bastante palpáveis. Na Cidade de Deus, por exemplo, marginais ainda tem poder suficiente para articular reações. Isso não significa, no entanto, que não haja progressos. Desde a instalação da UPP, a Escola Municipal Pedro Aleixo, que antes tinha um ponto de tráfico nos seus arredores, registrou amento na frequência de alunos e de matrículas. Mesmo com problemas, a taxa de homicídio reduziu drasticamente nos últimos anos. Uma mudança e tanto, que vem sendo percebida e apoiada pelos cariocas.

Desde que as UPP foram implantadas, os índices de criminalidade estão caindo nas comunidades, nos bairros do entorno e em outros pontos da cidade. Nas comunidades pacificadas, as ocorrências mais frequentes têm sido relacionadas à perturbação da ordem (briga entre vizinhos, barulho, entre outras) e a violência doméstica vem depois. A polícia pacificadora também tem atuado na solução de conflitos evitando, assim, que esses se transformem em

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problemas maiores no futuro. Antes, os moradores sequer reconheciam o seu direito de reclamar, de ter seus direitos respeitados.

CAPÍTULO IV

UNIDADES DE POLÍCIA PACIFICADORA NA MÍDIA

4.1 Reportagens

O site do canal internacional de notícias “BBC” produziu uma reportagem, na qual apontou os pontos positivos, negativos e os desafios do projeto materializado pela Política de Pacificação do Estado. Destacamos, abaixo, o teor da matéria2:

“Oito anos após a implantação da primeira UPP, o projeto expulsou traficantes e reduziu o número de homicídios e a taxa de criminalidade nas 38 unidades beneficiadas espalhadas pelas comunidades do Rio de Janeiro, além de estar relacionado a uma melhoria nos índices de educação.

Apesar dos avanços, o processo de pacificação ainda recebe críticas, sobretudo a urgência do que moradores e especialistas consideram ser o ‘segundo passo’, com a oferta de serviços básicos como saúde, creches, saneamento, iluminação pública, correios e coleta de lixo.

No campo da educação, um sinal de avanço é a melhora dos índices de aprendizado entre alunos de 170 escolas localizadas num raio de 500 metros das favelas pacificadas. Entre 2009 e 2011, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) aumentou em 40,6% nas regiões pacificadas e em 22,2% no sistema de ensino público em geral. A taxa corresponde ao

2

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/10/141026_eleicoes2014_governo_rio_upp_jp_r m - Retirado do Site da BBC no dia 20 de abril de 2016

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desempenho dos estudantes do 6º ao 9º ano em exames oficiais.

Por outro lado, além da queixa quanto à falta ou deficiência de serviços - que restringem a cidadania dos moradores e a integração com aqueles que vivem fora das favelas -, há também denúncias indicando que a violência persiste, com alegações de abusos praticados por soldados de UPP; o caso do pedreiro Amarildo, cuja investigação indica provável morte após tortura; confrontos em favelas já pacificadas e a migração do tráfico para outras áreas da cidade e do Estado.

Para Ignácio Cano, do Núcleo de Estudos da Violência da UERJ, os grandes objetivos das UPP foram atingidos: diminuição da violência, eliminação da lógica de guerra e retomada de territórios.

‘Agora, achar que a favela, da noite para o dia, vai ser como o 'asfalto', é ingenuidade. Estamos falando de um processo de dez, 15 anos’, diz, embora concorde que o governo deva aumentar os investimentos em projetos que melhorem serviços básicos.

Ele também ressalta que nunca foi meta das UPP erradicar totalmente o tráfico. ‘Todos os lugares têm venda e consumo de drogas. Ipanema e Leblon também têm. A questão era eliminar o tráfico armado, e retomar o controle nessas regiões, o que Estado conseguiu.’

Cano diz que, em geral, após as ocupações a cúpula do tráfico vai para outros morros da mesma facção ainda não pacificados e os intermediários continuam operando nas comunidades. ‘Claro que como 'convidado' de outro traficante, em outras favelas, esses chefes têm sua capacidade de atuação muito limitada, coordenando pequenos crimes.’

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Joana Monteiro, do Ibre/FGV-Rio, concorda que existe uma ‘realocação’ do tráfico, mas que se trata de algo difícil de precisar e quantificar.

‘Há dados que mostram que no mesmo mês em que o Complexo do Alemão foi pacificado, por exemplo, houve mais registros de tiroteios relacionados ao tráfico em regiões não pacificadas, como o Morro dos Macacos.’

Para a pesquisadora, expandir a política, sobretudo intensificando as UPP na Zona Norte, é um desafio para o futuro.

Quanto à melhoria de serviços, condições de vida e chegada de mais infraestrutura, ela avalia que deve-se levar em conta que o resultado de "décadas de abandono não será revertido rapidamente".

‘Achar que a UPP transformará as favelas num eldorado é uma ilusão, levando em consideração um ordenamento urbano irregular de muitos e muitos anos.’

A análise é partilhada por José Mário Hilário dos Santos, presidente da Associação de Moradores do Santa Marta. ‘A UPP não é uma panaceia, não é a solução de todos os problemas. Ela só vem permitir que as comunidades não sejam mais consideradas áreas de risco, e que com isso o Estado não possa mais justificar a impossibilidade de entrar, proporcionando a cobrança dos nossos direitos e criando condições para a verdadeira transformação social.’

Para ele, o principal desafio da política como um todo continua sendo expandir o projeto para além da segurança pública. ‘Se você entra apenas com a polícia, estamos falando de uma ocupação, e não uma pacificação. A paz só pode ocorrer com a cidadania.’

José Mário diz que na Santa Marta os três maiores problemas atualmente são a coleta de lixo, as tarifas de luz muito altas e as

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condições de moradia. Mas embora sejam mais gritantes em outras favelas, mesmo na ‘UPP modelo’ há denúncias de abusos.

‘A diferença é que aqui a gente resolve na hora. Eu tenho os caminhos para levar questões como essas diretamente ao governo. Se houver abuso, a gente consegue tirar (o soldado da UPP da comunidade).’

Há três anos em posições de comando em três diferentes UPP (Cidade de Deus, Cerro-Corá e Santa Marta, sob sua chefia há três meses), o capitão Jeimison Barbosa diz que é exatamente a construção de uma relação de confiança entre o morador e o soldado o maior desafio ainda a ser atingido.

DESAFIOS

‘Há pouco tráfico, os assassinatos foram muito reduzidos e o que mais atendemos, ao menos na Santa Marta, são casos de lesão corporal, brigas de vizinhos, violência doméstica, além de idosos ou mulheres em trabalho de parto que precisam ser levados ao hospital. Agora o difícil é conquistar e manter a confiança do morador.’

Barbosa cita dois fatores cruciais para isso: o temor de que a política de pacificação seja abandonada após as eleições do próximo ano ou depois da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016; e, mais uma vez, a falta de muitos serviços considerados essenciais.

‘Claro que é algo de longo prazo, mas instalar delegacia da UPP não é o suficiente. A vida do morador precisa melhorar para ele acreditar no projeto.’

Mas apesar dos problemas e da insatisfação pelo longo prazo para as transformações, Eduarda La Roque, presidente do

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Instituto Pereira Passos e chefe da UPP Social, que mapeia as necessidades das comunidades após a ocupação, diz que há exemplos positivos do que já foi conquistado nestes cinco anos. Ela cita que as clínicas familiares, por exemplo, elevaram o índice de cobertura de saúde preventiva, de 3% para 75% nas regiões pacificadas. Nos últimos cinco anos mais de 6,5 mil vagas de creches foram criadas nessas comunidades, e unidades das Escolas do Amanhã representaram um ganho em ensino para as crianças em UPP.

Ela avalia, no entanto, que ‘os desafios continuam sendo grandes’. “Trata-se de um tecido social muito complexo. Muitos locais ainda são guetos isolados. Não é fácil instituir o Estado em comunidades que tinham regras totalmente excepcionais de funcionamento. Precisamos integrar, mas com base no diálogo.”

A reportagem afirma que o projeto reduziu as taxas de criminalidade no Estado e melhorou os índices de educação nas comunidades beneficiadas. Cita também que, apesar dos avanços, o ‘segundo passo’ precisa ser melhorado, referindo-se a oferta de serviços púbicos prestados a esta população. Para os estudiosos no assunto, a UPP atingiu o objetivo, ou melhor, está no caminho, e que é preciso que todos tenham a consciência que a favela da noite para o dia não será ‘asfalto’, devido aos longos anos de segregação social e abandono do Estado.

Em outra reportagem, o Secretario de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, em entrevista ao jornal “O Globo” realizou um balanço do projeto e mencionou o futuro da Política de Pacificação do Estado, conforme veremos a seguir:3

3

http://g1.globo.com/hora1/noticia/2016/03/numeros-da-violencia-crescem-e-colocam-em-xeque-upps-no-rj.html - Retirado do Site G1 no dia 20 de abril de 2016

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FUTURO

“Um dos idealizadores do projeto, o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio Janeiro, José Mariano Beltrame, admitiu recentemente que a política de pacificação ‘precisa de ajustes'.

Ao fazer um balanço do projeto de pacificação, Beltrame disse que ocorreram várias conquistas e que as UPP têm conseguido cumprir com o papel para o qual foram pensadas. Ele reconheceu, no entanto, que ainda há muito a avançar.

‘Eu acho que nós estamos hoje num estágio onde você tem muito menos armas do que você tinha, você tem hoje muito menos crimes dentro desses lugares onde você tinha, se houver e acontecer crime lá dentro as pessoas podem ir numa delegacia registrar e a polícia ir lá investigar e prender. É lógico que eu não vou dizer que nós vivemos num mundo perfeito, num mundo ideal, que todos nós planejamos e nem temos hoje os efeitos que causou na população há oito ou dez anos atrás, mas eu acho que o quadro hoje é significativamente melhor do que era antigamente’.

Sobre os projetos previstos para as UPP, o secretário destacou a execução de obras em algumas comunidades para poder ampliar a atuação. “Estamos passando por uma reconstrução e construção de algumas bases que nós estamos fazendo, principalmente dentro do Complexo da Penha e do Alemão, para que a gente possa colocar ali policiamento em pontos que os comandantes acham importante para que se evite que certas pessoas atravessem a comunidade. Não é um trabalho fácil. É um trabalho difícil, nós temos um número muito grande de menores envolvidos nessas atividades, não temos mais assim lideranças significativas”.

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O Secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, na reportagem, faz um balanço do projeto e menciona que várias conquistas foram realizadas, que a UPP está cumprindo o seu papel pela a qual foi pensada, mas que precisam de ajustes para continuar avançando.

4.2 Observações Críticas ao Projeto

A partir de uma tentativa de controle social, segundo preceitos sociológicos nos quais o Estado age coercitivamente sobre os indivíduos, busca-se através da “pacificação” a retirada ou anulação de um poder paralelo, comandado pelo tráfico de drogas, para a instalação de sua soberania estatal, como forma de resolução de problemas, não levando em consideração as tensões causadas por militares dentro dos territórios descritos, nem ao menos a organização espacial e social vivida por moradores.

A expectativa de uma nova realidade de paz, tranquilidade, liberdade e prosperidade nas favelas pacificadas, começaram a mostrar um declínio. Serviços básicos como coleta de lixo, abastecimento de água, tratamento de esgoto, postos de saúde, creches e áreas de lazer, estão carentes de atenção e de investimento do Estado. Além de problemas estruturais na administração e execução dos serviços essenciais aos moradores, a dificuldade na relação entre os moradores e policias, em algumas comunidades mais resistentes, é determinante na consolidação do projeto de pacificação. Inicialmente, os moradores mostraram-se entusiasmados com a ocupação das forças de segurança e, acabaram colaborando com denúncias que levaram à apreensão de drogas, armas e traficantes do local. Porém, como dito anteriormente, imagem que historicamente remete a figura do policial à violência, abuso e corrupção, cria uma espécie de barreira sempre que ocorre algum desentendimento.

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CONCLUSÃO

As Unidades de Polícia Pacificadora representam uma importante ‘arma’ do Governo do Estado do Rio e da Secretaria de Segurança para recuperar territórios perdidos para o tráfico (ou para os milicianos) e levar a inclusão social à parcela mais carente da população.

Criadas pela Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro, as UPP trabalham com os princípios da Polícia Comunitária, que é um conceito e uma estratégia fundamentada na parceria entre a população e as instituições da área de segurança pública. Polícia mais próxima da população e população mais próxima da polícia, por isso mesmo, é conhecida como polícia de proximidade. Trata-se de um novo modelo de policiamento, uma nova estratégia de política de segurança, implantado no Rio de Janeiro, uma cidade que há décadas sofre com a violência endêmica (generalizada, difusa, descontrolada).

Diante do reiterado fracasso das tentativas anteriores no sentido de minimizar este grave problema que é antes de tudo social, não se pode deixar de registrar que o Brasil já nasceu dividido em ricos e pobres, favorecidos e desfavorecidos, privilegiados e marginalizados; de outro lado, a criminalidade é mesmo, antes de tudo, um problema da sociedade, parece natural sonhar que as UPP possam contribuir seriamente para isso. Elas estão gerando uma grande expectativa, não só por parte dos moradores das áreas atingidas, mais também por todos que acompanham atentos a experiência, seja por interesse acadêmico, seja pela possibilidade, dependendo dos resultados alcançados, de transferir o modelo para outras cidades brasileiras ou até para outros países.

Por se tratar de uma experiência relativamente recente, qualquer conclusão em relação ao sucesso ou fracasso das UPP poderia ser tida por apressada ou, pelo menos, provisória. Além disso, a própria concepção de

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“sucesso” ou “fracasso” pode ser relativizada, dependendo do observador que faz seu juízo de valor e dos meios empregados para atingir os fins almejados.

O que podemos constatar, finalizado o presente trabalho, é que a Política de Pacificação, conseguiu reduzir as taxas de criminalidade, porém, para que o projeto alcance todos os seus objetivos, o Estado, por sua vez, precisa realizar mais investimentos direcionados a prestação dos serviços públicos, a inclusão social e no desenvolvimento da comunidade, pois estas são as ferramentas decisivas no combate a violência. A pacificação, em linhas gerais, funciona como um facilitador nesse processo, e sozinha nunca conseguirá alcançar resultados efetivos e duradouros.

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BIBLIOGRAFIA

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Como Começar. RJ: PMERJ, 1994, p.04.

MATSUDA Fernanda, GRACIANO Mariângela, OLIVEIRA Fernanda. Afinal, o

que é segurança pública? 1ª edição. São Paulo: Global Editora, 2009.

FISCHER, Rosa Maria. O direito da população à segurança: cidadania e

violência urbana. Petrópolis: Editora Vozes, 1985.

CANO Ignácio, BORGES Doriam, RIBEIRO Eduardo. Os donos do morro: uma

avaliação exploratória do Impacto da Unidades de Polícia Pacificadora – UPP – no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Editora Heinrich Boll Stiftung, 2014.

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Referências

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