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Tratamento da Hipersensibilidade Dentinária com Fotobiomodulação

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Tratamento da Hipersensibilidade Dentinária com

Fotobiomodulação

Andreia Filipa Mariz Azevedo

Dissertação conducente ao Grau de Mestre em

Medicina Dentária (Ciclo Integrado)

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Andreia Filipa Mariz Azevedo

Dissertação conducente ao Grau de Mestre em

Medicina Dentária (Ciclo Integrado)

Tratamento da Hipersensibilidade Dentinária Com

Fotobiomodulação

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Declaração de Integridade

Eu, acima identificado, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste trabalho, confirmo que em todo o trabalho conducente à sua elaboração não recorri a qualquer forma de falsificação de resultados ou à prática de plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria do trabalho intelectual pertencente a outrem, na sua totalidade ou em partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

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DECLARAÇÂO DO ORIENTADOR

Eu, Luís Miguel Moutinho da Silva Monteiro, com a categoria profissional de Professor Auxiliar do Instituto Universitário de Ciências da Saúde, tendo assumido o papel de Orientador da Dissertação intitulada “Tratamento da Hipersensibilidade Dentinária com Utilização de Fotobiomodelação”, da aluna do mestrado integrado em Medicina Dentária,

Andreia Filipa Mariz Azevedo, declaro que sou de parecer favorável para que a Dissertação possa ser depositada para análise do Arguente do Júri nomeado para o efeito para Admissão a provas públicas conducentes à obtenção do Grau de Mestre.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, por todo o esforço, por toda a força e apoio, por toda a dedicação e por todos os valores transmitidos que me permitiram chegar ao fim desta etapa, ultrapassando todos os obstáculos.

Ao meu avô, por todo o carinho e fé.

Ao meu namorado, pela motivação, por toda a ajuda e por caminhar lado a lado comigo. Obrigada a ele, mas também à sua família por todo o apoio e incentivo.

Há restante família e amigos que se mantiveram ao meu lado.

Aos meus colegas, binómia e amigos que levo destes últimos cinco anos, por toda a entreajuda, pelos conhecimentos partilhados e por termos traçado este percurso de altos e baixos juntos.

Ao meu orientador, o Professor Doutor Luís Monteiro, um agradecimento especial por todos os conhecimentos transmitidos, disponibilidade e dedicação na elaboração deste estudo. A todos os professores que com a sua sabedoria enalteceram o meu percurso académico. A todos um imenso obrigada!

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RESUMO

A hipersensibilidade dentinária (HD) é um dos problemas mais comuns, que causam dor e desconforto, referidos nas consultas de Medicina Dentária.

O objetivo geral deste estudo foi avaliar a eficácia clínica da fotobiomodulação, comparando a eficácia de um laser díodo com a de um laser Nd:YAG, no tratamento da HD.

Foram incluídos no estudo dezoito pacientes com 110 dentes afetados por HD. Estes dentes foram aleatoriamente distribuídos por três grupos. No grupo 1 foi aplicado um laser díodo com comprimento de onda de 635nm; 100mW de potência; 8J/cm2 de dose de energia,

durante 40 segundos por ponto de contacto, que apresenta área de 0,8cm2. No grupo 2 foi

aplicado o laser Nd:YAG, com comprimento de onda de 1064nm; 1W potência; frequência de 10Hz, durante 60 segundos por ponto de contacto, que possui área de 320µm2. Já no grupo

3, o grupo controlo, foi aplicado um laser placebo, no qual a ponta de um dos lasers referidos foi posicionada, mas sem apresentar efetividade.

A HD foi avaliada antes, imediatamente e uma semana após o tratamento, com uma escala visual analógica (EVA) e com a escala de Schwarz.

Tanto o laser díodo (p< 0.001) como o Nd:YAG (p< 0.001), apresentaram efeitos imediatos na redução da dor, que se prolongaram no período de seguimento clínico de uma semana, nomeadamente mais significativa no grupo 2, comparativamente ao grupo placebo. Concluímos que a fotobiomodulação é eficaz no tratamento da HD, nomeadamente o laser Nd:YAG.

PALAVRAS-CHAVE: “Dentin hypersensitivity”; “Low level laser”; “Treatment”; “Oral medicine” e “photobiomodulation”.

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ABSTRACT

Dentin hypersensitivity (HD) is one of the most common problems, which cause pain and discomfort, referred to in Dentistry consultations.

The general objective of this study was to evaluate the clinical effectiveness of photobiomodulation, comparing the effectiveness of a diode laser with that of an Nd:YAG laser, in the treatment of HD.

Eighteen patients with 110 teeth affected by HD were included in the study. These teeth were randomly assigned to three groups. In group 1, a laser diode with a wavelength of 635nm was applied; 100mW of power; 8J/cm2 of energy dose, for 40 seconds per contact

point, which has an area of 0.8cm2. In group 2, the Nd:YAG laser was applied, with a

wavelength of 1064nm; 1W power; frequency of 10Hz, for 60 seconds per contact point, which has an area of 320µm2. In group 3, the control group, a placebo laser was applied, in

which the tip of one of the referred lasers was positioned, but without being effective. HD was assessed before, immediately and one week after treatment, using a visual analogic scale (VAS) and the Schwarz scale.

Both the diode laser (p <0.001) and the Nd: YAG (p <0.001), had immediate effects on pain reduction, which lasted for a week of clinical follow-up, namely more significant in group 2, compared to group placebo.

We conclude that photobiomodulation is effective in the treatment of HD, namely the Nd:YAG laser.

KEYWORDS:“Dentin hypersensitivity”; “Low level laser”; “Treatment”; “Oral medicine” and “photobiomodulation”.

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ÍNDICE DE ABREVIATURAS

HD – Hipersensibilidade Dentinária

Nd:YAG - Neodymium-doped yttrium aluminium garnet

EVA – Escala visual analógica

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Descrição da Escala de Schwarz. ... 5

Tabela 2 - Caracterização e distribuição da amostra. ... 7

Tabela 3 - Média da dor aos diferentes estímulos ± desvio padrão, antes do tratamento, nos diferentes grupos em estudo. ... 8

Tabela 4 - Média da dor aos diferentes estímulos ± desvio padrão, imediatamente após o tratamento, nos diferentes grupos em estudo. ... 9

Tabela 5 - Média da dor aos diferentes estímulos ± desvio padrão, uma semana após o tratamento, nos diferentes grupos em estudo. ... 9

Tabela 6 - Média da dor causada pela aplicação dos lasers ± desvio padrão. ... 12

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Diagrama do fluxo da estratégia de pesquisa utilizada neste estudo. ... 3

Figura 2 - Diferenças no nível de dor ao térmico evaporativo entre os três grupos experimentais, uma semana após a aplicação dos lasers. ... 10

Figura 3 - Diferenças no nível de dor ao estímulo mecânico entre os três grupos experimentais, imediatamente apósa aplicação dos lasers. ... 10

Figura 4 - Diferenças no nível de dor ao estímulo evaporativo entre os três grupos experimentais, imediatamente após a aplicação dos lasers. ... 11

Figura 5 - Diferenças no nível de dor ao estímulo evaporativo entre os três grupos experimentais, uma semana após a aplicação dos lasers. ... 11

Figura 6 - Diferenças no nível de dor ao estímulo térmico entre os três grupos experimentais, imediatamente após a aplicação dos lasers. ... 11

Figura 7 - Diferenças no nível de dor ao estímulo térmico entre os três grupos experimentais, uma semana após a aplicação dos lasers. ... 11

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xiii ÍNDICE GERAL 1. INTRODUÇÃO ... 1 2. OBJETIVOS E HIPÓTESES ... 2 3. MATERIAIS E MÉTODOS ... 3 3.1 Metodologia Científica ... 3 3.2 Metodologia da Investigação ... 4 3.2.1 Seleção de Pacientes ... 4 3.2.3 Desenho do Estudo ... 5 3.2.4 Análise Estatística ... 6 4. RESULTADOS ... 7 5. DISCUSSÃO ... 12 6. CONCLUSÕES ... 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 15 ANEXOS ... 17

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1. INTRODUÇÃO

Hoje em dia a Hipersensibilidade Dentinária (HD) é uma queixa bastante comum entre a população e é frequentemente relatada por parte dos pacientes nas consultas de Medicina Dentária. (1–5)

É descrita como uma forte dor dentária, tipicamente aguda e de curta duração, de intensidade variável, localizada e que é despoletada em resposta a diferentes estímulos sensoriais, que atuam na dentina exposta, sem que essa dor seja correlacionada ou explicada por quaisquer outra patologia dentária. (1–4,6,8,10,11,13–16)

Estímulos térmicos (como alimentos ou bebidas quentes e/ou frias); táteis ou mecânicos (como a escovagem dentária ou simplesmente o toque); químicos (pela ação de alimentos ácidos ou açucarados); evaporativos (através de jato ou sopro de ar) ou osmóticos (por alterações de pressão osmótica), por norma não causam resposta num dente saudável, no entanto, na presença de dentina exposta pode surgir a HD. (1–6,8,10,11,13–16)

O aparecimento da dentina advém quer da perda do esmalte, quer de recessões gengivais, onde existe exposição da superfície radicular por perda dos tecidos periodontais de suporte e posterior perda do cemento. (5,6,9–11)

A abrasão, pela força excessiva na escovagem dentária ou pela utilização de dentífricos abrasivos; a erosão, pelo consumo de bebidas ou alimentos ácidos; a abfração, pela sobrecarga oclusal e a atrição, quer fisiológica com o avançar da idade, quer patológica, no caso de pacientes bruxómanos, são os diferentes processos que provocam a perda do esmalte e podem consequentemente levar à HD. (6,8,13,15,16)

Na comunidade científica, a teoria hidrodinâmica é a mais amplamente aceite e explica que os diferentes estímulos acima referidos, perante uma dentina exposta, provocam o movimento do fluído que se encontra no interior dos túbulos dentinários, o que causa alterações de pressão intrapulpar e que por sua vez ativam os recetores nociceptivos das terminações nervosas da polpa. (3,4,6,9,11–17)

Com isto, tarefas básicas diárias ficam comprometidas devido à dor, o que condiciona a qualidade de vida dos pacientes. Muitos deixam de se alimentar corretamente, restringindo a ingestão de alimentos e líquidos, quentes e frios, açucarados e ácidos, começam a proteger os dentes mais sensíveis com a língua, mastigam para o lado oposto dos dentes

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2

mais afetados e evitam a escovagem dentária, o que por sua vez pode acarretar outros problemas mais graves. (1,7,9,12,16)

Devido ao carácter multifatorial da HD por vezes torna-se difícil distingui-la clinicamente de outras causas potenciais de sensibilidade dentária como a presença de lesões de cárie, restaurações fraturadas ou transbordantes, pulpites e dentes fraturados, sendo desta forma necessário realizar um diagnóstico diferencial prévio. (6,9,11,15)

Com o aumento da esperança média de vida e com os avanços na saúde oral e na prevenção, a prevalência de HD tem vindo a aumentar pois a população consegue manter os seus dentes naturais na cavidade oral durante mais anos, sem os perder por lesões de cárie, o que aumenta a probabilidade de aparecerem lesões não cariosas e/ou recessões gengivais e assim provocar HD. (5,6,11,12)

A prevalência de HD referida na literatura varia entre 3% e 98%, e estes são valores muito díspares que podem ser explicados pelas diferenças entre as diversas populações de pacientes em estudo, pelo método utilizado para a avaliação da HD e pelos diferentes cenários clínicos que variam em cada estudo. (2,3,7,9,10,12,15)

A região cervical, por vestibular, é a mais afetada, sendo que é mais comum surgir nos pré-molares e caninos e menos frequente nos pré-molares. (6,9,11–13)

Atualmente existem inúmeros métodos terapêuticos para a HD como dentífricos dessensibilizantes; materiais restauradores; adesivos dentinários e diferentes tipos de laser, entre outros. (2,8,10,15)

A fotobiomodulação surgiu recentemente como possível tratamento da HD e incita a bioestimulação dos tecidos biológicos dentários. (2,4,12–14,18)

2. OBJETIVOS E HIPÓTESES

Este trabalho teve como objetivo geral realizar um estudo onde se pretendeu avaliar a eficácia clínica da fotobiomodulação, comparando a utilização do laser díodo (635nm) e do laser Nd:YAG (1064nm), com um grupo placebo, no tratamento da HD.

Como objetivos específicos avaliamos o nível de dor causada pela aplicação dos lasers e as suas possíveis complicações. A hipótese que colocamos na realização deste trabalho foi que a aplicação da fotobiomodulação é efetiva e que nos dá resultados significativamente diferentes do grupo placebo.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Metodologia Científica

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica na base de dados “PUBMED” (Via National Library of Medicine), usando as seguintes combinações de termos de pesquisa: “((dentin hypersensitivity) AND treatment ) AND oral medicine”; ““((dentin hypersensitivity) AND photobiomodulation) AND treatment”; “(((dentin hypersensitivity) AND oral medicine) AND low level laser) AND treatment”; “((low level laser) AND treatment) AND dentin hypersensitivity” e “((low level laser) AND photobiomodulation) AND dentin hypersensitivity”.

Os critérios de inclusão na pesquisa envolveram artigos de revisão e estudos randomizados interventivos, escritos em inglês e relacionados com o tema em questão. Já os artigos publicados antes de

2000, os que não demonstram interesse para o tema e os

duplicados foram

excluídos. Estes últimos

foram removidos

utilizando o motor de citação Mendeley.

Para determinar se os artigos atendiam ao objetivo do estudo foi realizada uma avaliação preliminar dos seus títulos e resumos.

Figura 1 - Diagrama do fluxo da estratégia de pesquisa utilizada neste estudo.

Os artigos selecionados foram lidos na íntegra e avaliados individualmente quanto ao objetivo deste estudo. A estratégia de busca utilizada está explícita na Figura 1.

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3.2 Metodologia da Investigação

Quanto à investigação, foi realizado um estudo clínico, randomizado, controlado, duplo cego e com grupo placebo, em pacientes que se apresentaram na Clínica Filinto Batista, do Instituto Universitário de Ciências da Saúde, entre 23 de junho de 2020 e 21 de julho de 2020, com queixas e diagnóstico compatíveis com HD. A aplicação do tratamento foi efetuada por um profissional com formação em lasers e a avaliação da HD foi efetuada por um observador clínico.

O estudo decorreu de acordo com Princípios Éticos para a Investigação Médica em Seres Humanos (Declaração de Helsínquia da Associação Médica Mundial).

Inicialmente foi entregue a cada doente um consentimento informado, livre e esclarecido, e um documento com a explicação do estudo (ver exemplares em anexos), para que tomassem conhecimento do mesmo. Assinando estes documentos os pacientes declararam aceitar participar na investigação, autorizando que fossem realizados registos fotográficos e que os dados obtidos com o estudo possam ser utilizados para outros trabalhos científicos, desde que anonimizados.

O trabalho foi aprovado pela comissão de ética do Instituto Universitário de Ciências da Saúde – IUCS com o número de registo 22/CE-IUCS/2020 e datado de 6 de março de 2020.

3.2.1 Seleção de Pacientes

Os critérios de inclusão foram a vitalidade e a ausência de lesões cariosas, restaurações, pulpites, anomalias congénitas ou fissuras, nos dentes em estudo.

Já os critérios de exclusão foram pacientes com doenças sistémicas; pacientes em tratamento ou a tomar medicamentos ou drogas que possam alterar a perceção da dor; pacientes com histórico de branqueamento dentário ou submetidos a cirurgia periodontal; pacientes que usaram algum dentífrico dessensibilizante nos últimos 3 meses e pacientes grávidas ou que estejam a amamentar (9).

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3.2.3 Desenho do Estudo

Foi realizado um estudo clínico de intervenção, randomizado, controlado, duplo cego e com grupo placebo.

Antes de iniciar o tratamento propriamente dito realizou-se a anamnese para obter a história clínica pregressa do doente.

A avaliação da evolução do nível de dor e a seleção de quais os dentes com HD foi feita através da escala EVA (escala visual analógica) e da escala de Schwarz. A EVA varia entre zero (sem dor) e dez (dor insuportável), enquanto que a escala de Schwarz varia entre um e quatro (16,19). Os graus de dor desta última estão descritos na Tabela 1.

Tabela 1 - Descrição da Escala de Schwarz.

Simulamos em todos os dentes três estímulos distintos: mecânico, evaporativo e térmico. O mecânico consistiu no toque da parte cervical do dente com a ponta de uma sonda, em direção mésio-distal. No evaporativo, perpendicularmente ao longo eixo do dente, em cervical, por vestibular, foi aplicado um jato de ar à temperatura ambiente (19ºC-23ºC), a uma distância de 0,5cm, durante 5 segundos. O térmico resultou da aplicação de uma pequena bola de algodão com spray de cloreto de etilo diretamente na região cervical dos dentes durante 1 segundo.

Todos os estímulos foram efetuados pelo mesmo operador (sem este saber qual o tipo de laser atribuído a cada dente), na mesma cadeira odontológica e com as mesmas condições de trabalho.

Os pacientes receberam questionários (ver exemplares em anexos) com a escala EVA e a escala de Schwarz, onde após cada estímulo registaram o nível de dor em cada dente, sendo

Escala de Schwarz (19)

1 Nenhum desconforto durante a aplicação do estímulo.

2 Pouco desconforto durante a aplicação do estímulo.

3 Leve desconforto ou dor durante a aplicação do estímulo.

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6

que este procedimento e o preenchimento dos questionários foram realizados antes, imediatamente e 1 semana após a aplicação do laser.

Apenas dentes com valores iniciais de EVA iguais ou superiores a 4 e valores iniciais na escala de Schwarz iguais ou superiores a 2 foram incluídos no estudo.

A amostra de 110 dentes com HD foi aleatoriamente distribuída em 3 grupos, por sorteio. No grupo 1 foram incluídos 38 dentes, irradiados em vestibular e lingual, pelo laser díodo (Lasotronix Smart M®, Piaseczno, Polónia), com um comprimento de onda de 635nm;

100mW de potência; 8J/cm2 de dose de energia, durante 40 segundos por ponto de contacto, que possuiu uma área de 0,8cm2.

No grupo 2 foram incluídos 36 dentes, irradiados em vestibular e lingual, pelo laser Nd:YAG (Fotona LightWalker®, Liubliana, Eslovénia), com um comprimento de onda de 1064nm; 1W

de potência; frequência de 10Hz, durante 60 segundos por ponto de contacto teórico, que possui uma área de 320µm2.

Já no grupo 3 foram incluídos 36 dentes e corresponde ao grupo controlo que recebeu laser placebo, no qual a ponta de um dos lasers, acima mencionados, foi posicionada, mas sem emissão de energia, ou seja, sem efetividade.

A aplicação do laser foi efetuada por outro operador, sem o conhecimento dos resultados da avaliação da HD.

Durante a aplicação do laser todos os indivíduos envolvidos usaram óculos de proteção, pelo que as normas de segurança inerentes ao procedimento se fizeram cumprir.

Todos estes parâmetros utilizados estão dentro da variância dos parâmetros utilizados por outros estudos semelhantes e foram selecionados de acordo com as recomendações do fabricante de cada material.

No mesmo questionário que avalia a HD os doentes responderam, imediatamente após a aplicação do laser, se sentiram alguma complicação ou queixa em cada dente e classificaram, segundo a escala EVA e a escala de Schwarz o nível de dor causado pelo tratamento.

3.2.4 Análise Estatística

Neste estudo a análise estatística foi realizada com o programa IBM SPSS® Statistics versão

(22)

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Para cada grupo foram calculadas estatísticas descritivas, como a média e o desvio padrão. Inicialmente o teste de Kolmogorov-Smirnov foi utilizado para apurar a distribuição normal dos dados. Como estes não seguiram uma distribuição normal foram utilizados testes não paramétricos. O teste de Kruskal-Wallis e o método de Pairwise foram então realizados para comparação entre os grupos experimentais. O nível de significância foi definido como p≤0,05.

4. RESULTADOS

A amostra foi composta por 110 dentes com HD, pertencentes a 18 doentes, onde 69,1% dos dentes (n=76) pertencem a doentes do género feminino e 30,9% (n=34) a doentes do género masculino. A idade média dos indivíduos que participaram neste estudo foi de 30,65±0,90 anos e a mediana foi de 28 anos, sendo que as idades variaram entre os 22 anos (idade mínima) e os 55 anos (idade máxima).

Localizaram-se na maxila 42,7% (n=47) dos dentes em estudo e 57,3% (n=63) na mandíbula. Quanto ao grupo de dentes, 78,2% (n=86) foram monorradiculares e 21,8% (n=24) plurirradiculares.

A caracterização e distribuição da amostra está apresentada na Tabela 2.

Tabela 2 - Caracterização e distribuição da amostra.

Variável N %

Género dos pacientes Feminino Masculino Total 76 34 110 69,1% 30,9% 100% Local Maxila Mandíbula Total 47 63 110 42,7% 57,3% 100% Grupo de dentes Monorradicular Plurirradicular Total 86 24 110 78,2% 21,8% 100

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Pelo teste de Kruskal-Wallis verificamos que não houve diferenças significativas entre os três grupos em estudo relativamente à idade (p=0,06), ao grupo de dentes (p=0,35) e à localização dos mesmos (p=0,84), à exceção do género, onde se verificaram diferenças significativas (p=0,001).

Na tabela 3 estão descritos, consoante os diferentes estímulos usados, os valores médios de dor ± desvio padrão no momento antes do tratamento.

Tabela 3 - Média da dor aos diferentes estímulos ± desvio padrão, antes do tratamento, nos diferentes grupos em estudo.

Nas Tabelas 4 e 5 estão descritos os valores médios de dor ± desvio padrão, pela escala EVA e pela escala de Schwarz, imediatamente e uma semana após o tratamento, nos três diferentes grupos do estudo e consoante os diferentes estímulos de avaliação da dor.

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Tabela 4 - Média da dor aos diferentes estímulos ± desvio padrão, imediatamente após o tratamento, nos diferentes grupos em estudo.

* Verificaram-se, pelo teste de Kruskal-Wallis com o método de Pairwise, diferenças estatisticamente significativas entre cada dois dos três grupos experimentais em estudo (p<0,005).

Tabela 5 - Média da dor aos diferentes estímulos ± desvio padrão, uma semana após o tratamento, nos diferentes grupos em estudo.

*Verificaram-se, pelo teste de Kruskal-Wallis com o método de Pairwise, diferenças estatisticamente significativas entre cada dois dos três grupos experimentais em estudo (p<0,005).

Realizamos a análise das variáveis de estímulo mecânico, evaporativo e térmico correspondentes à avaliação imediatamente e uma semana após o tratamento. Na análise do estímulo mecânico, imediatamente após o tratamento, pela escala EVA e pela de Schwarz, verificamos uma redução significativa da média de dor dos grupos de laser ativo em comparação com o grupo placebo. No estímulo evaporativo, ocorreu diminuição significativa da média de dor dos grupos de laser ativo em comparação com o grupo placebo, para ambas as escalas, imediatamente após o tratamento. O mesmo se verificou para o estímulo térmico (Tabela 4).

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10

No tempo de avaliação uma semana após o tratamento, através das duas escalas, apuramos que se manteve uma redução significativa da média de dor dos grupos de laser ativo em comparação com o grupo placebo, para todos os estímulos. (Tabela 5).

Tanto no grupo de laser díodo como no de laser Nd:YAG houve uma redução do nível médio de dor entre as avaliações de HD imediatamente e uma semana após o tratamento. No grupo de laser díodo essa redução foi maior que no Nd:YAG, na avaliação pela escala EVA. Na avaliação pela escala de Schwarz, a redução do nível médio de dor entre as avaliações de HD imediatamente e uma semana após o tratamento foi igual nos dois grupos de laser ativo. No grupo placebo, pelo contrário, verificou-se um ligeiro aumento do nível médio de dor entre as avaliações de HD imediatamente e uma semana após o tratamento, nas duas escalas.

As figuras 2, 3, 4, 5 e 6 mostram, através da escala EVA, as diferenças entre o grupo de laser placebo, o grupo de laser díodo e o de laser Nd:YAG, relativamente ao nível de dor provocada pelos diferente estímulos, no período de seguimento clínico respetivo.

Figura 3 - Diferenças no nível de dor ao estímulo

mecânico entre os três grupos experimentais, imediatamente após a aplicação dos lasers.

Figura 2 - Diferenças no nível de dor ao térmico evaporativo entre os três grupos experimentais, uma semana após a aplicação dos lasers.

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11

Figura 4 - Diferenças no nível de dor ao estímulo

evaporativo entre os três grupos experimentais, imediatamente após a aplicação dos lasers.

Figura 5 - Diferenças no nível de dor ao estímulo

evaporativo entre os três grupos experimentais, uma semana após a aplicação dos lasers.

Figura 7 -Diferenças no nível de dor ao estímulo térmico entre

os três grupos experimentais, imediatamente após a aplicação dos lasers.

Figura 6 - Diferenças no nível de dor ao estímulo

térmico entre os três grupos experimentais, uma semana após a aplicação dos lasers.

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12

Relativamente às complicações apenas um paciente relatou sentir calor em cinco dentes durante a aplicação do laser díodo. No grupo de pacientes em que se aplicou este laser (grupo 1) mais nenhum doente relatou qualquer queixa após o tratamento.

No grupo 2, em que foi aplicado o laser Nd:YAG, seis pacientes, perfazendo um total de 12 dentes, disseram sentir picadas, calor e um pequeno desconforto durante a sua aplicação. Quanto ao laser placebo, grupo 3, não foi referida nenhuma queixa. De qualquer forma, aquando da avaliação através da escala EVA e da escala de Schwarz, os valores médios de dor causada pela aplicação dos lasers ativos foram muito baixos, principalmente no laser díodo. No grupo controlo estes valores foram nulos (tabela 6).

Tabela 6 - Média da dor causada pela aplicação dos lasers ± desvio padrão.

*Verificaram-se, pelo teste de Kruskal-Wallis com o método de Pairwise, diferenças estatisticamente significativas entre cada dois dos três grupos experimentais em estudo (p<0,005).

5. DISCUSSÃO

O rápido progresso da utilização de fotobiomodulação através dos lasers em Medicina Dentária proporcionou a aplicação dos mesmos com o objetivo de reduzir a HD (6). Verificamos que no nosso estudo 69,1% dos doentes são do sexo feminino e 30,9% do sexo masculino. Tal indica que existe maior prevalência de HD no sexo feminino. O mesmo se verificou nos estudos de Lund et al. (13), Bal et al. (17) e de Romeo et al. (20).

No presente estudo, os estímulos utilizados para avaliação da HD foram selecionados com base noutros estudos com características semelhantes a este e que também os utilizaram com o mesmo objetivo (5,6,14,16,18,20).

Também a escala EVA e a escala de Schwarz foram escolhidas para mensurar a dor provocada pela HD aos diferentes estímulos, com base na literatura científica (16,19).

(28)

13

Na literatura é mencionado que a terapia com fotobiomodulação resulta num efeito analgésico, pela alteração da transmissão nervosa da polpa dentária, e aumenta a atividade celular metabólica dos odontoblastos, que intensifica a produção de dentina reparadora, e oclui os túbulos dentinários (4,10,18).

No nosso estudo os resultados da terapia com fotobiomodulação no tratamento da HD parecem ser satisfatórios.

Os dois tratamentos com laser ativo diminuíram a HD aos estímulos mecânico, evaporativo e térmico, ao contrário do grupo placebo.

Os resultados deste estudo estão de acordo com o estudo de Tabatabaei et al. onde foi observada a eficácia tanto de um laser díodo como de um Nd:YAG na redução da HD. A diminuição pelo Nd:YAG foi mais significativa (6).

Também o estudo de Orhan et al. e o de Gojkov-Vukelic et al. (12) demonstraram a eficácia da utilização de um laser díodo no tratamento da HD (18).

Há literatura que menciona a complexidade de uso dos lasers como uma desvantagem em comparação com tratamentos mais convencionais, no entanto, o facto de ser um tratamento mais rápido e confortável para o doente apresenta grandes vantagens (16). Devido à falta de uniformidade entre os protocolos de aplicação dos lasers, entre a forma de avaliação da HD e entre a amostra em estudo é difícil comparar entre os estudos já existentes (16).

Amostras maiores de pacientes e períodos de acompanhamento mais longos, dariam resultados mais fidedignos e mostrariam, ou não, a ação duradoura da terapia com laser. Devido à Covid-19 houve grandes limitações no tamanho da amostra uma vez que vários doentes que tinham sido previamente diagnosticados com HD desistiram do tratamento, pois encontravam-se em isolamento profilático, positivos ao vírus ou até com medo de se dirigirem ao consultório dentário, com receio de o contraírem.

De qualquer forma, usamos uma metodologia duplamente cega, com grupo placebo e com vários estímulos de avaliação (mecânico, evaporativo e térmico), o que poderá levar à compreensão do verdadeiro efeito da fotobiomodulação no tratamento da HD.

Esperamos no futuro aumentar o tamanho da amostra e o tempo de avaliação pós tratamento, de maneira a confirmar os resultados deste trabalho.

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6. CONCLUSÕES

Com base no estudo realizado pode concluir-se que a fotobiomodulação parece ser eficaz no tratamento da HD. Tanto o laser díodo como o Nd:YAG levaram à redução significativa da HD, nomeadamente o laser Nd:YAG.

Não se verificaram complicações significativas, como dor à aplicação do tratamento, principalmente no laser díodo.

Futuramente são necessários mais estudos para confirmar os resultados verificados neste trabalho.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Bekes K, Hirsch C. What is known about the influence of dentine hypersensitivity on oral health-related quality of life? Clin Oral Investig. 2013 Jun;17(SUPPL.1):45–51. 2. Sgolastra F, Petrucci A, Severino M, Gatto R, Monaco A. Lasers for the treatment of

dentin hypersensitivity: a meta-analysis. J Dent Res. 2013;92(6):492–9.

3. Liang X, Wei Z, Hu D, Ruan J. Prevalence of dentin hypersensitivity among the residents of Xi’an city, China. Acta Odontol Scand. 2017;75(6):387–93.

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ANEXOS

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Referências

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