• Nenhum resultado encontrado

Informação 99 ( ) SEI /15-4 / pg. 1

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Informação 99 ( ) SEI /15-4 / pg. 1"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

AGÊNCIA ESTADUAL DE REGULAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DELEGADOS DO RIO GRANDE DO SUL Av. Borges de Medeiros, 659 - 13º andar - Bairro Centro - CEP 90020-023 - Porto Alegre - RS - www.agergs.rs.gov.br

CNPJ 01.962.045/0001-00

INFORMAÇÃO Nº 99/2015 - DT

DATA: Porto Alegre, 10 de dezembro de 2015.

De: Caroline Sanders da Silva – Técnica Superior - Contadora

PARA: Diretor de Tarifas

PROCESSO: 002199-39.00/15-4

OBJETO: Análise do Pedido de Revisão Tarifária Extraordinária da Travessia hidroviária

de veículos entre os municípios de Rio Grande (RS) e São José do Norte (RS)

Senhor Diretor,

O presente expediente tem por objeto analisar a solicitação de revisão extraordinária de tarifas feita pela delegatária F. Andreis & Cia. Ltda. relativa ao serviço de travessia hidroviária de veículos entre os municípios de Rio Grande e São José do Norte.

A empresa protocolou o pedido de revisão extraordinária das tarifas em 29 de outubro de 2015 declarando que está acumulando sucessivos prejuízos tendo em vista que o Conselho Superior desta Agência aprovou reajustes abaixo do percentual sugerido pela Diretoria de Tarifas, citando como exemplo os exercícios de 2012, 2013 e 2015.

Primeiramente, elucida-se que o parecer emitido por esta Diretoria é um parecer preliminar segundo consta no artigo 157, § 1° e § 2°do Regimento Interno,

Art. 157. Concluídos os pareceres técnicos, o expediente administrativo será remetido ao Conselheiro Relator para exame.

§ 1º O parecer preliminar emitido pela Diretoria de Tarifas e Estudos Econômico-Financeiros referente ao pedido de reajuste tarifário será disponibilizado na Internet, após exame do Conselheiro Relator, no prazo de até 30 (trinta) dias, contados do recebimento do expediente administrativo devidamente instruído, prorrogáveis excepcionalmente, por igual período, mediante justificativa. (grifo nosso)

§ 2º Tratando-se de pedido de revisão tarifária, o parecer preliminar emitido pela Diretoria de Tarifas e Estudos Econômico-Financeiros será disponibilizado na Internet, após exame do Conselheiro Relator, no prazo de até 60 (sessenta) dias, contados do recebimento do expediente administrativo devidamente instruído, prorrogáveis excepcionalmente por 30 (trinta) dias mediante justificativa. (grifo nosso)

Cabe lembrar que o Conselho Superior é o órgão colegiado de direção superior da AGERGS, constituído por 7 (sete) membros, intitulados Conselheiros, nomeados para mandato de 4 (quatro) anos, com as indicações estabelecidas pela Lei Estadual n° 10.931/97, e ao qual compete, conforme descreve o artigo 7° do Regimento Interno em seus incisos XII, XX e XXII, entre outras atividades,

XII - apreciar, discutir e decidir sobre matéria de competência da AGERGS, encaminhada pelo Conselheiro-Presidente ou por Conselheiro, ouvidos os órgãos técnicos, quando necessário; (grifo nosso)

XX – editar atos normativos regulatórios aplicáveis aos delegatários dos serviços públicos regulados pela Agência; (grifo nosso)

XXII - aprovar pareceres e notas técnicas, inclusive para fins de publicação, tendo em vista o interesse e relevância para a regulação dos serviços públicos delegados. (grifo nosso)

Das decisões do Conselho Superior poder-se-á recorrer consoante expresso nos artigos 170, 171 e seu Parágrafo único, 172 e 173 do Regimento Interno da AGERGS,

(2)

Art. 170. Da decisão do Conselho Superior cabe pedido de reconsideração no prazo de 10 (dez) dias contados da publicação no Diário Oficial do Estado.

Art. 171. Constituem pressupostos para o pedido de reconsideração à decisão referente ao reajuste e à revisão de tarifas a legitimidade, a tempestividade e o interesse processual.

Parágrafo único. São legitimados para o pedido de reconsideração o poder concedente, os delegatários do serviço público e os terceiros cujos direitos ou interesses forem afetados pela decisão do Conselho Superior.

Art. 172. Constituem pressupostos específicos para o pedido de reconsideração da decisão referente ao reajuste de tarifas:

I – ofensa a dispositivo constitucional ou legal; II – fato superveniente à decisão do Conselho Superior; III – erro material da decisão.

Art. 173. O pedido de reconsideração será formulado por escrito, com as razões de fato e de direito que fundamentam a pretensão, acompanhado dos documentos julgados necessários pelo requerente.

A Resolução Normativa n° 06/2012 que disciplina o processo administrativo desta Agência para os reajustes e as revisões de tarifas nos serviços públicos delegados define revisão tarifária como

um instrumento de recomposição da tarifa no qual são examinados os critérios e os parâmetros de produção dos serviços, bem como a metodologia de cálculo, visando à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do serviço público delegado.

Torna-se relevante citar nessa Informação que uma das condições para que o parecer preliminar desta Diretoria seja disponibilizado nos prazos do artigo 157, parágrafos 1° e 2°, é o recebimento do expediente administrativo adequadamente instruído, segundo expresso no §3° do mesmo artigo

§ 3º Constitui condição para a observância dos prazos estabelecidos nos parágrafos anteriores deste artigo a adequada instrução do pedido de reajuste ou revisão tarifária pelo requerente, com os documentos elencados em ato próprio emitido pela AGERGS. (grifo nosso)

Registra-se ainda que a delegatária F. Andreis & Cia. Ltda. não instruiu o processo, visto que não inseriu os dados necessários para a comprovação da situação de possível desequilíbrio econômico-financeiro e/ou para análise dos custos que não estariam sendo cobertos pelo valor da tarifa indispensáveis para a realização de uma revisão. Em sua solicitação, a empresa somente anexou a Ata n° 46/2015, relativa à sessão do Conselho Superior que decidiu o percentual de reajuste do ano de 2015 em 9,74%, e as Resoluções n° 45/2003, n° 33/2012 e n° 129/2015, as quais tratam dos reajustes tarifários dos respectivos exercícios e da revisão extraordinária de 2012. Além das legislações aplicáveis citadas no início desta Informação, a falta de documentação impossibilita que a agência reguladora realize uma recomposição tarifária, ou seja, uma revisão das tarifas aplicáveis à travessia de veículos entre os municípios de Rio Grande e São José do Norte com base nos custos.

Analisando os fatos ocorridos nos exercícios de 2012, 2013 e 2015, a seguir descritos: 2012 – a empresa protocolou na AGERGS os pedidos de reajuste e de revisão extraordinária das tarifas para a Travessia de Veículos. Por meio das Informações DT nº 13/2012 e nº 27/2012, a Diretoria de Tarifas sugeriu um reajuste de 3,57% e um índice revisional de 34,52% positivos, sendo esse último apreciado na Audiência Pública nº 02/2012 realizada na cidade de São José do Norte em 27/02/2012. A revisão extraordinária teve origem na necessidade de utilização de uma segunda balsa em face à crescente demanda do serviço. Na respectiva audiência pública ainda foi sugerido pelo Deputado Alexandre Lindnmeyer e acolhido, mais tarde, na Informação n° 27/2012, que o índice de revisão fosse aplicado em duas parcelas iguais. Posteriormente, o Conselho Superior da AGERGS decidiu por aplicar integralmente o índice de reajuste e como índice revisional o percentual de 20%, em duas parcelas, já que as informações contábeis apresentadas pela delegatária não eram confiáveis e o cálculo apresentado pela Diretoria de Tarifas representava uma estimativa de custos com a implantação da segunda balsa.

2013 – A empresa registrou novamente um pedido de revisão extraordinária das tarifas em função da interdição do Canal Miguel da Cunha, o que acarretou em elevação dos custos com combustíveis, manutenção, mão-de-obra, entre outros, e diminuição da demanda, e em respeito à determinação da Resolução Homologatória n° 33/2012. A Diretoria de Tarifas realizou uma projeção dos

(3)

custos para o período de interdição do canal resultando em um aumento de 67,69% sobre a tarifa. Posteriormente, o Conselho Superior da AGERGS decidiu por aplicar o índice de 33,84%. A tarifa majorada do veículo-equivalente de 26,60 perdurou de 10 de maio a 26 de outubro de 2013.

2015 – Em 2015, a empresa protocolou um pedido de reajuste, com base na Resolução Decisória nº 98/2014, a qual implantou o reposicionamento tarifário na forma de revisão em 2014, cujo resultado foi uma elevação de 8,84% na tarifa então vigente do veículo-equivalente. O percentual de reajuste calculado por esta Diretoria de Tarifas para o exercício de 2015 foi de 9,76%. Contudo, houve um erro algébrico no item defasagem temporal da Informação n° 38/2015, que deveria resultar em 1,6236%, gerando um reajuste final de 9,7418%. O equívoco foi apontado e retificado pelo Conselho Superior. A seguir, o Diretor de Tarifas, em seu Encaminhamento n° 26/2015, apontou que deveria ter sido utilizada uma outra metodologia considerada mais adequada para o cálculo da atualização inflacionária dos itens de custo utilizados como base na Revisão de 2014 e propôs o índice de 14,83% relativo ao período de outubro de 2013 a maio de 2015. Em sessão, o Conselho Superior deliberou por aplicar o índice de 9,74%, conforme a Resolução Decisória RED n° 129/2015, visto que o programado e o solicitado pela empresa era a ocorrência de um reajuste das tarifas. O conceito de reajuste tarifário está descrito na Resolução Normativa n° 06/2012 como “um instrumento de atualização das tarifas adotado em razão dos efeitos inflacionários, com a finalidade de manter o equilíbrio econômico-financeiro do serviço público delegado”.

No exercício de 2012 foi realizado um cálculo estimativo de elevação de custos com a implantação de uma segunda balsa para a prestação do serviço de travessia de veículos. Por sua vez, embora exibindo diversas impropriedades, como insuficiência de conteúdo, inconsistência de valores e ausência de assinatura de profissional capacitado, em desrespeito aos padrões mínimos exigidos nas normas gerais de contabilidade e na Resolução Normativa da AGERGS nº 137/2002, verificou-se que algumas despesas declaradas nas informações contábeis de 2012 da autorizatária expressam quantitativos que se aproximam das estimativas empregadas nos cálculos da Informação DT-AGERGS n° 13/2012. Dessa forma, efetua-se uma análise com base nos valores dos custos projetados na Informação DT n° 13/2012 e na receita efetivamente auferida pela empresa no período, uma vez que o percentual aprovado pelo Conselho Superior da Casa foi de 20%, o qual foi inferior ao calculado pela Diretoria de Tarifas (37,63%), sendo aplicado em duas parcelas de 10%: a primeira em 26/04/2012 e a segunda em 20/03/2013.

A Tabela A, a seguir, apresenta o custo projetado com a introdução de uma segunda balsa, calculado com base na estrutura de custos de 2010, atualizada para 2012 e majorada pelo percentual de 41,05%, referente aos custos adicionais de operação.

TABELA A

A Tabela B demonstra a tarifa aplicada em cada mês do ano de 2012, após a inserção da segunda balsa e com a aplicação das tarifas homologadas pelo Conselho Superior da AGERGS, a demanda total para o equivalente no período e a receita total obtida, resultante da tarifa aplicada x demanda do veículo-equivalente.

(4)

TABELA B

Realizando-se uma comparação dos valores das tarifas para o veículo-equivalente, pode-se concluir que o custo de R$ 17,14 foi coberto pela receita de R$ 17,48, uma vez que o aumento real no fluxo de demanda foi superior ao estimado.

Apesar de a solicitação feita pela delegatária, em essência, possuir natureza recursal e não de revisão extraordinária como foi protocolada, a partir da leitura dos fatos ocorridos nos exercícios em estudo e das legislações citadas inicialmente, entende-se que cabe, ainda, uma análise comparativa entre o que foi planejado e realizado no exercício de 2013 em função da metodologia utilizada na época para atualização inflacionária e das estimativas de aumento de custos com a ocorrência da interdição do Canal Miguel da Cunha.

O cálculo da tarifa é realizado a partir da seguinte fórmula: Custo Total/Quantidade de demanda do veículo-equivalente

A Tabela 1 fornece a demanda efetiva no exercício de 2013 e a demanda do veículo-equivalente.

Tabela 1

A Tabela 2 apresenta uma síntese de custos ocorridos e admitidos em 2013, utilizados como base de cálculo para a tarifa de 2014.

(5)

Fonte: Informação DT- AGERGS n° 38/2014

A Tabela 3 demonstra o valor da tarifa para o veículo-equivalente com base nos custos ocorridos e admitidos em 2013, cujo total já foi citado na Tabela 2.

Tabela 3 – Cálculo da Tarifa para o veículo-equivalente com base nos custos efetivamente

ocorridos em 2013

A Tabela 4, a seguir, demonstra a tarifa aplicada em cada mês do ano de 2013, a demanda total para o veículo-equivalente no período e a receita total obtida, resultante da tarifa aplicada x demanda do veículo-equivalente. Com o cálculo da tarifa para o veículo-equivalente a partir das tarifas aplicadas e fixadas na Resolução Decisória n° 52/2013 do Conselho Superior da AGERGS, pode-se concluir que a receita obtida (Tabela 4) com os percentuais aprovados pelo Conselho Superior foi suficiente para cobrir os custos efetivamente ocorridos (Tabela 3), já que as tarifas aplicadas à época foram calculadas com base em previsões de custos em razão da interdição do canal Miguel da Cunha.

(6)

Portanto, conclui-se que a delegatária teve os seus custos cobertos, uma vez que a tarifa encontrada utilizando-se como base os custos ocorridos em 2013 (R$ 20,72) é inferior à tarifa calculada com base na receita obtida no mesmo período (R$ 22,18).

Documento assinado eletronicamente por Caroline Sanders da Silva, Técnico Superior, em 12/01/2016, às 16:54, conforme Medida Provisória nº 2.200-2/2001.

A autenticidade do documento pode ser conferida no site

https://sei.agergs.rs.gov.br/processos/verifica.php informando o código verificador 0080512 e o código CRC 709E6336.

002199-39.00/15-4 0080512v24

Referências

Documentos relacionados

segunda guerra, que ficou marcada pela exigência de um posicionamento político e social diante de dois contextos: a permanência de regimes totalitários, no mundo, e o

de lôbo-guará (Chrysocyon brachyurus), a partir do cérebro e da glândula submaxilar em face das ino- culações em camundongos, cobaios e coelho e, também, pela presença

Após extração do óleo da polpa, foram avaliados alguns dos principais parâmetros de qualidade utilizados para o azeite de oliva: índice de acidez e de peróxidos, além

A democratização do acesso às tecnologias digitais permitiu uma significativa expansão na educação no Brasil, acontecimento decisivo no percurso de uma nação em

b) Execução dos serviços em período a ser combinado com equipe técnica. c) Orientação para alocação do equipamento no local de instalação. d) Serviço de ligação das

O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito das variáveis doses de resíduos de culturas de inverno uniformemente distribuídos no solo, profundidades de atuação do sulcador de adubo

responsabilizam por todo e qualquer dano ou conseqüência causada pelo uso ou manuseio do produto que não esteja de acordo com as informações desta ficha e as instruções de

psicológicos, sociais e ambientais. Assim podemos observar que é de extrema importância a QV e a PS andarem juntas, pois não adianta ter uma meta de promoção de saúde se