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A narração no Vestibular. Aula de redação para vestibulares Professora Carolina Ferreira Leite

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Academic year: 2021

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A narração no Vestibular

Aula de redação para vestibulares Professora Carolina Ferreira Leite

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A narração no Vestibular

Como já vimos na aula anterior, pode-se dizer que narração é a apresentação, por meio de um narrador, de fatos ou acontecimentos, vividos por personagens, em determinado tempo e espaço.

Mas, qual a diferença da narração comum e da narração cobrada em vestibulares?

A diferença é o teor crítico. A narração é uma estória, informa indiretamente, através de personagens, ações destes, enredo, etc. Já a dissertação informa diretamente: vai direto ao ponto.

Mesmo assim, no vestibular, a narração deve ser crítica, uma estória mais profunda do que a que costumeiramente se lê em livros, jornais, revistas e sites.

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A narração no Vestibular

A linguagem na narração:

OBJETIVA – é uma linguagem denotativa, dicionaresca,

autoexplicativa e predomina o uso da 3ª pessoa.

SUBJETIVA – é uma linguagem conotativa, figurativa,

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A narração no Vestibular

Exemplo de narração objetiva:

O incêndio

Ocorreu um pequeno incêndio na noite de ontem, em um apartamento de propriedade do Sr. Marcos da Fonseca.

No local habitavam o proprietário, sua esposa e seus filhos. Todos eles, na hora em que o fogo começou, tinham saído de casa e estavam jantando em um restaurante situado em frente ao edifício. A causa do incêndio foi um curto-circuito ocorrido no precário sistema elétrico do velho apartamento.

O fogo despontou em um dos quartos que, por sorte, ficava na frente do

prédio. O porteiro do restaurante, conhecido da família, avistou-o e imediatamente foi chamar o Sr. Marcos. Ele, mais que depressa, ligou para o Corpo de Bombeiros.

Embora não tivesse demorado a chegar, os bombeiros não conseguiram

impedir que o quarto e sala ao lado fossem inteiramente destruídos pelas chamas. Não obstante o prejuízo, a família consolou-se com o fato de que aquele incidente não ter tomado maiores proporções, atingindo os apartamentos vizinhos. (Do livro Técnicas Básicas de Redação, ed. Scipione, p.21)

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A narração no Vestibular

Exemplo de narração subjetiva:

Com a fúria de um vendaval

Em uma certa manhã acordei entediada. Estava em minhas férias escolares do mês de

julho. Não pudera viajar. Fui ao portão e avistei, três quarteirões ao longe, a movimentação de uma feira livre.

Não tinha nada para fazer, e isto estava me matando de aborrecimento. Embora soubesse que uma feira livre não constitui exatamente o melhor divertimento do qual um ser humano pode dispor, fui andando, a passos lentos, em direção àquelas barracas. Não esperava ver nada de

original, ou mesmo interessante. Como é triste o tédio! Logo que me aproximei, vi uma senhora alta, extremamente gorda, discutindo com um feirante.

O dono da barraca tentava em vão acalmar a nervosa senhora. Não sei por que brigavam, mas sei o que vi: a mulher, imensamente gorda (...) erguia seus enormes braços e, com os punhos cerrados, gritava contra o feirante. Comecei a me assustar, com medo de que ela destruísse a

barraca (e talvez o próprio homem) devido a sua fúria incontrolável. Ela ia gritando e se

empolgando com sua raiva crescente e ficando cada vez mais vermelha, assim como os tomates, ou até mais.

De repente, no auge da ira, avançou contra o homem já atemorizado e, tropeçando em alguns tomates podres que estavam no chão, caiu (...) no asfalto, para o divertimento do pequeno público que, assim como eu, assistiu àquela cena incomum. (idem, p. 22 e 23)

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A narração no Vestibular

Tipos de discurso na narração:

DIRETO: é quando o narrador da voz aos personagens, há diálogos. Predomina o tempo presente, a presença de verbos discendi

(perguntar, responder, dizer, etc.) e pontuação característica;

INDIRETO: é quando o narrador fala pelos personagens, não da voz, não há diálogos diretos. Predomina o tempo passado.

INDIRETO LIVRE: é a mistura dos outros dois tipos de discurso: ações dos personagens misturadas com a voz do narrador, assim como o tempo passado e o tempo presente.

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A narração no Vestibular

Exemplo de discurso direto

O primeiro dia no cursinho

Maria Helena acabava de se matricular em um famoso cursinho, desses que preparam os alunos para os vestibulares. Logo no primeiro dia de aula, depois de subir os seis lances de escada que a

conduziam à sua sala de duzentos e quarenta alunos, entrou na sala espantada com a quantidade de colegas. Assistiu às três primeiras aulas (ou conferências) que os professores deram com o auxílio de microfones.

Quando bateu o sinal do intervalo, ela perguntou a um colega de classe: - Você, por acaso, sabe onde fica a lanchonete?

- Fica no térreo - respondeu-lhe o colega gentilmente.

Ela então começou a descer (...) escadas, acompanhada por uma quantidade incontável de

pessoas, ou seja, os colegas das outras quinze salas de aula existentes em cada andar. Sentia-se como uma torcedora saindo do Morumbi depois de um clássico.

Após algum tempo chegou ao térreo e lá avistou uma aglomeração comparável ao público que comparecia aos comícios das “Diretas”.

- Por favor, você sabe onde fica a lanchonete? Disseram que estava no térreo - perguntou Maria Helena para uma moça que estava ao seu lado.

- Mas você já está na lanchonete!

Descobriu então que estava no lugar procurado, mas não dava para ver a caixa registradora,

situada a alguns metros dela, de tanta gente que havia. Ela já estava na fila do caixa e não sabia. (idem, p. 30 e 31)

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A narração no Vestibular

Exemplo de discurso indireto

O primeiro dia no cursinho

Maria Helena acabava de matricular-se em um famoso cursinho, desses que preparam os alunos para os vestibulares. Logo no primeiro dia de aula, depois de subir os seis lances de escada que a conduziam à sua sala de duzentos e quarenta alunos, entrou na sala espantada com a quantidade de colegas. Assistiu às três primeiras aulas (ou conferências) que os

professores deram com o auxílio de microfones.

Quando bateu o sinal do intervalo, tentou encontrar a lanchonete que ficava no térreo. Maria Helena então começou a descer os seis lances de escadas, acompanhada por uma

quantidade incontável de pessoas, ou seja, os colegas das outras quinze salas de aula existentes em cada andar. Sentia-se como uma torcedora saindo do Morumbi depois de um clássico.

Após algum tempo chegou ao térreo e lá avistou uma aglomeração comparável ao público que comparecia aos comícios das “Diretas”. Olhou para todos os lados e não viu lanchonete alguma.

Pouco tempo depois, descobriu que a lanchonete era lá mesmo, mas não dava para ver a caixa registradora, situada a alguns metros dela, de tanta gente que havia. Ela já estava na fila do caixa e não sabia. (idem, p. 30)

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A narração no Vestibular

Exemplo de discurso indireto livre

“Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respiração presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um

momento em que esteve quase... quase!

Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entretanto, qualquer urubu... que raiva...” (Ana Maria Machado)

“D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. Para que estar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos. Irmãos.” (Graciliano Ramos)

“O matuto sentiu uma frialdade mortuária percorrendo-o ao longo da espinha.

Era uma urutu, a terrível urutu do sertão, para a qual a mezinha doméstica nem a dos campos possuíam salvação.

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A narração no Vestibular

Tipos de narradores

• Narrador-personagem: além de contar a história em primeira pessoa, faz parte dela, sendo por isso chamado de

personagem. É marcado por características subjetivas, opiniões em relação aos fatos ocorridos, sendo assim uma narrativa

parcial, já que não se pode enxergar nenhum outro ângulo de visão. A narrativa é dotada de características emocionais

daquele que narra. Esse tipo de personagem tem visão

limitada dos fatos, de modo que isso pode causar um clima de suspense na narrativa. O leitor vai fazendo suas descobertas ao longo da história junto com a personagem, como neste trecho:

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A narração no Vestibular

Tipos de narradores

Quando avistei-a sozinha na arquibancada da quadra, percebi

que era a melhor oportunidade para definitivamente conhecê-la. Então pedi a meu melhor amigo Fabrício que me ajudasse com o plano que eu tinha bolado. Mas enquanto eu passava algumas coordenadas para Fabrício vi Marcos da 8ª série se aproximar e sentar ao lado dela. Será que eles estavam ficando? Mas logo o Marcos...

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A narração no Vestibular

Tipos de narradores

• Narrador-observador (neutro): conta a história do lado de

fora, na 3ª pessoa, sem participar das ações. Ele conhece todos os fatos e, por não participar deles, narra com certa

neutralidade, apresenta os fatos e os personagens com imparcialidade. Não tem conhecimento íntimo dos

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A narração no Vestibular

Tipos de narradores

Aos quatorze anos, Miguel Strogoff, que desde os onze acompanhava o pai nas frequentes incursões pela estepe, matara seu primeiro urso. A vida na estepe dera-lhe uma força e resistência incomuns e o rapaz podia passar vinte e quatro horas sem comer e dez noites sem dormir, sem aparentar excessivo desgaste físico, conseguindo sobreviver onde outros em pouco

tempo morreriam. Era capaz de guiar-se em plena noite polar, pois o pai lhe ensinara os segredos da orientação – valendo-se de sinais quase

imperceptíveis na neve e nas árvores, no vento e no voo dos pássaros. (Júlio Verne, Miguel Strogoff, p. 16)

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A narração no Vestibular

Tipos de narradores

• Narrador intruso (onisciente): Não participa da história, mas faz várias intervenções com comentários e opiniões acerca das ações das

personagens. O foco narrativo é em 3ª pessoa.

“Flávia logo percebeu que as outras moradoras do prédio, mães dos

amiguinhos do seu filho, Paulinho, seis anos, olhavam-na com um ar de superioridade. Não era para menos. Afinal o garoto até aquela idade — imaginem — se limitava a brincar e ir à escola.”

“Se tinha medo, então era para a natação mesmo que ele iria entrar. Os medos devem ser eliminados na infância. Paulinho ainda quis argumentar. Sugeriu alpinismo. Foi a vez de os pais tremerem. Mas o medo dos pais é outra história. Paulinho entrou para a natação.”

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A narração no Vestibular

Tipos de textos narrativos

Entre os tipos de textos mais conhecidos, estão: • Romance, • Novela • Conto • Crônica • Fábula • Parábola • Apólogo

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A narração no Vestibular

Tipos de textos narrativos

• Romance: em geral é um tipo de texto que possui um núcleo principal, mas não possui apenas um núcleo. Outras tramas vão se desenrolando ao longo do tempo em que a trama

principal acontece. O Romance se subdivide em diversos

outros tipos: Romance policial, Romance romântico, etc. É um texto longo, tanto na quantidade de acontecimentos narrados quanto no tempo em que se desenrola o enredo.

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A narração no Vestibular

Tipos de textos narrativos

• Novela: muitas vezes confundida em suas características com o

Romance e com o Conto, é um tipo de narrativa menos longa que o Romance, possui apenas um núcleo, ou em outras palavras, a

narrativa acompanha a trajetória de apenas uma personagem. Em comparação ao Romance, se utiliza de menos recursos narrativos e em comparação ao Conto tem maior extensão e uma quantidade maior de personagens.

OBS: A telenovela é um tipo diferente de narrativa. Ela advém dos folhetins, que em um passado não muito distante eram publicados em jornais. O Romance provém da história, das narrativas de

viagem, é herdeiro da epopeia. A novela, por sua vez, provém de um conto, de uma anedota, e tudo nela se encaminha para a

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A narração no Vestibular

Tipos de textos narrativos

• Conto: É uma narrativa curta. O tempo em que se passa é

reduzido e contém poucas personagens que existem em

função de um núcleo. É o relato de uma situação que pode acontecer na vida das personagens, porém não é comum que ocorra com todo mundo. Pode ter um caráter real ou fantástico da mesma forma que o tempo pode ser cronológico ou

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A narração no Vestibular

Tipos de textos narrativos

• Crônica: por vezes é confundida com o conto. A diferença básica entre os dois é que a crônica narra fatos do dia a dia, relata o cotidiano das pessoas, situações que presenciamos e já até prevemos o desenrolar dos fatos. A crônica também se utiliza da ironia e às vezes até do sarcasmo. Não

necessariamente precisa se passar em um intervalo de tempo, quando o tempo é utilizado, é um tempo curto, de minutos ou horas normalmente.

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A narração no Vestibular

Tipos de textos narrativos

• Fábula: É semelhante a um conto em sua extensão e estrutura

narrativa. O diferencial se dá, principalmente, no objetivo do texto, que é o de dar algum ensinamento, uma moral. Outra diferença é que as personagens são animais, mas com

características de comportamento e socialização semelhantes às dos seres humanos.

• Parábola: é a versão da fábula com personagens humanas. O

objetivo é o mesmo, o de ensinar algo. Para isso são utilizadas situações do dia a dia das pessoas.

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A narração no Vestibular

Tipos de textos narrativos

• Apólogo: é semelhante à fábula e à parábola, mas pode se

utilizar das mais diversas e alegóricas personagens: animadas ou inanimadas, reais ou fantásticas, humanas ou não. Da

mesma forma que as outras duas, ilustra uma lição de sabedoria.

• Anedota: é um tipo de texto produzido com o objetivo de

motivar o riso. É geralmente breve e depende de fatores como entonação, capacidade oratória do intérprete e até

representação. Nota-se então que o gênero se produz na

maioria das vezes na linguagem oral, sendo que pode ocorrer também em linguagem escrita.

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A narração no Vestibular

Tipos de textos narrativos

• Lenda: é uma história fictícia a respeito de personagens ou

lugares reais, sendo assim a realidade dos fatos e a fantasia estão diretamente ligadas. A lenda é sustentada por meio da oralidade, torna-se conhecida e só depois é registrada através da escrita. O autor, portanto é o tempo, o povo e a cultura.

Normalmente fala de personagens conhecidas, santas ou revolucionárias.

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A narração no Vestibular

Tipos de textos narrativos

Estes tipos citados são os mais conhecidos tipos de textos narrativos, mas podemos ainda destacar uma parcela dos textos

jornalísticos que são escritos no gênero narrativo, muitos outros tipos que fazem parte da história, mas atualmente não são mais

produzidos, como as novelas de cavalaria, epopeias, entre outros. E ainda as muitas narrativas de caráter popular (feitas pelo povo) como as piadas, a literatura de cordel, etc.

Devido à enorme variedade de textos narrativos, não é possível abordar todos ao mesmo tempo, até mesmo porque cotidianamente novas formas de narrar vão sendo criadas tanto na linguagem escrita quanto na oral, e a partir destas vão surgindo novos tipos de textos narrativos.

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Fontes de consulta

• http://portuguesvestibular.blogspot.com.br/2013/06/narracao -descricao-e-dissertacao-com.html - acesso em 01/07/2016 • http://professoredmundo.com.br/index.php/vestibular-redacao-narrativa/ - acesso em 01/07/2016 • http://oblogderedacao.blogspot.com.br/2012/05/narracao-para-o-vestibular-i.html - acesso em 01-07-2016

Referências

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