Sessão de Debate
Património do Tejo
Carlos A. Cupeto carlos.cupeto@arhtejo.pt; Tatiana Plantier tatiana.plantier@arhtejo.pt; Rui Abreu rui.abreu@arhtejo.pt
www.arhtejo.pt
Somos:
•
6.6 mil milhões;
•
80 % dos Europeus vive em cidades;
•
40 milhões de chineses por ano abandonam o campo para
viver em cidades.
•
Vivemos em meio urbano;
•
…longe do campo que já esquecemos;
•
As estações do ano acabaram;
•
Vivemos iludidos pelas tecnologias de climatização;
•
O ciclo da água pertence ao passado;
•
A água não é mais do que algo que sai da torneira e se
escoa pelo ralo.
HOTEL
Turismo dos anos 40 com recurso a férias pagas.
ALDEAMENTOS E GRANDES URBANIZAÇÕES
Turismo dos anos 60 a 90, sem quaisquer preocupações ambientais e virado
para um turismo de massas.
ECOTURISMO, TURISMO de NATUREZA, TURISMO ACTIVO
Turismo alternativo em franca implementação nos anos 90 ligado às preocupações ambientais e à
crescente necessidade de contacto com a natureza e com
Utilizado pela primeira vez na década de 80 por Hector Eballos
Ecoturismo é um neologismo
formado a partir do prefixo
eco (do grego OIKOS = casa)
Por outras palavras, o “Ecoturismo é o turismo praticado em
casa, leia-se, no meio (ambiente) onde vivemos”.
A Organização Mundial do Turismo (OMT) apresenta o turismo
sustentável como “um modelo de desenvolvimento económico
concebido para melhorar a qualidade de vida da comunidade
receptora, para proporcionar aos visitantes uma experiência de
qualidade e, simultaneamente, manter a qualidade do
ambiente, algo que tanto a comunidade anfitriã como os
visitantes dependem”.
Turismo Sustentável vs. Turismo de Massas
Diferem em
três
campos:
•
Estratégias de desenvolvimento;
•
Oferta turística;
TURISMO DE MASSAS TURISMO SUSTENTÁVEL ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO • Grande escala; • Alterações na paisagem;
• Desrespeito pela capacidade de carga do meio;
• Centrado.
• Pequena escala;
• Pouca alteração da paisagem; • Respeito pela capacidade de carga do meio;
• Centralidade não tão marcada.
(Fullana; Ayuso, 2002)
TURISMO DE MASSAS TURISMO SUSTENTÁVEL
OFERTA TURÍSTICA
• Investidores e/ou operadores estrangeiros;
• Grandes empresas;
• Oferta estandardizada e homogénea;
• Empregados sem formação.
• Investidores e/ou operadores locais;
• Pequenas e médias empresas; • Oferta especializada;
• Empregados com formação especializada (ambiental).
(Fullana; Ayuso, 2002)
TURISMO DE MASSAS TURISMO SUSTENTÁVEL
PROCURA TURÍSTICA
• Turistas passivos (“Sol e praia”);
• Grandes grupos;
• Programa organizado; • Falta de interesse sobre a cultura local;
• Contacto com um meio artificial.
• Turistas activos;
• Grupos reduzidos e visitantes individuais;
• Programa personalizado; • Interesse pela cultura local; • Contacto com a Natureza e a população local.
(Fullana; Ayuso, 2002)
Em geral os reservatórios de maior riqueza específica são também os mais ameaçados. No caso da bacia do Mediterrâneo temos uma flora de enorme riqueza: há 22,500
espécies endémicas de plantas vasculares que é 4 xs o número existente no resto da Europa.
2010, Ano Internacional da Biodiversidade.
Celebração da diversidade da vida na Terra, acentuando o seu valor. ≈80% da biodiversidade da Europa está na península Ibéria.
Bacia do Mediterrâneo é considerada um "hotspot” de biodiversidade (apenas 34 em todo o mundo).
Portugal tem cerca de 2/3 do seu território incluído neste "hotspot“.
•
Que valor tem este recurso?
•
Portugal tira partido deste recurso?
•
Viver num Parque Natural, em Portugal, é bom ou mau??
Questões
Pistas para as respostas
IUCN - Unidade Internacional para a Conservação da Natureza
alerta para as ameaças à biodiversidade e apresenta soluções
para evitar a sua perda
http://www.iucn.org/what/tpas/biodiversity
A resposta
eu vivo bem aqui
(esta é a melhor terra do mundo)
Nenhuma outra actividade consegue ser tão
transversal
e
conciliar
tão eficazmente as estratégias
• Maior selectividade dos consumos;
• Melhoria da qualidade de vida;
• Mais interesse pelo meio (flora, fauna, paisagem, ruralismo);
• Interesse crescente pelo encontro de culturas.
O Ecoturismo resulta de uma procura de lazer mais personalizada e de
Relativamente ao produto, traduz-se em:
• Aumento do nº de períodos de férias e à diminuição da sua duração;
• Aumento da procura de férias temáticas;
• Maior respeito pelo ambiente e pelo aparecimento de novos
Forno comunitário
Rota dos fósseis
Museu do azeite
Idanha-a-velha
E/ European Ramblers Association European Ramblers Association
Rotas europeias de longa distância
Rotas europeias de longa distância
E7 – Rota Mediterrânica - 4330 Km
Hungria –Eslovénia –Itália – França – Andorra – Espanha – Portugal
E7 – Rota Mediterrânica - 4330 Km
Hungria –Eslovénia –Itália – França – Andorra – Espanha – Portugal
a pé, porque
não há melhor forma para conhecer uma região;
não há melhor forma para conhecer um rio;
não há melhor forma de viver um rio;
Tejo a Pé
Proposta/desafio:
Tejo como destino turístico ambientalmente
certificado
Certificação do Tejo como destino turístico (ferramentas):
• Agenda 21;
• NP EN ISO 14001 / EMAS;
• Normas específicas à área de negócio: Green Globe /Committed to
Green;
Resultados:
• Aumento da procura por parte dos operadores turísticos;
• Melhoria da imagem externa do Tejo;
• A diversidade biológica é preservada;
• Os recursos são utilizados eficientemente e os desperdícios são
minimizados;
• A poluição é limitada a níveis que os sistemas naturais podem
suportar sem danos (capacidade de carga);
Resultados:
• Recordar o essencial (“os antigos sabiam qualquer coisa que
parecemos ter esquecido” A. Einstein);
• Ideias que criam riqueza (inovação);
• Produtos que oferecem uma qualidade de vida superior;
• Produtos de baixo impacte ambiental (baixo prejuízo) e de elevado
beneficio;
Tejo a
pé…
ALBINO, J. et al. (1994) – Impacte do Turismo no Ambiente, Direcção-Geral do Turismo, Lisboa
DRUMM, A.; MOORE, A. (2002) – Introdução ao Planejamento de Ecoturismo, Volume 1, The Nature Conservancy, Arlington
DRUMM, A.; MOORE, A. (2002) – Desenvolvimento do Ecoturismo – Um Manual para Planejadores e Gestores de Conservação, Volume 1, The Nature Conservancy, Arlington
CALDEIRA CABRAL (1980) – o Continuum Naturale e a Conservação da Natureza, Seminário Conservação da Natureza, Lisboa
CUPETO, C. (2003) – Ecoturismo, a sustentabilidade do turismo do séc. XXI, versão on-line no site
http://www.ciari.org/opiniao/ecoturismo.htm (10-03-06)
FULLANA, P.; AYUSO, S. (2002) – Turismo Sostenible, Rubes Editorial S.L., Barcelona
IFT (2002) – Ciclo de Debates 2000 – Livro de actas do Seminário Turismo e Natureza – perspectivas de Intervenção, Instituto do Financiamento e Apoio ao Turismo, Lisboa
MARCOS, E. (2004) – Análise do Ecoturismo no Parque Natural do Douro Internacional, Trabalho Final do Curso de Ciências do Desporto variante Gestão e Lazer, Instituto Politécnico de Bragança, Bragança
DRUMM, A . et al. (2004) – The Business of Ecotourism Management and Development, Volume 2, The Nature Conservancy, Arlington.