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Fotograma 1. PALAVRAS-CHAVE: cinema; metalinguagem; existencialismo.

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Academic year: 2021

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Bruno Olhero BOTAS2

Bruna Isabela Nascimento ZIDIOTTI 3 Gabriela dos Santos SILVA4 Grazielli Ferracciolli Amaral PATRICIO5

Guilherme Henrique de SOUZA6 Isa Dias Colombo SANTOS7 Letícia Loureiro BRANDÃO8

Natália Ribeiro FOLGOSI9

Paulo Mateus Franco Constantino de SOUZA10 Rahessa da Silva VITÓRIO11

Yasmin Zagotti IUGA12 Alexandre Marino FERNANDEZ 13

Armando Ribeiro FILHO14 Ricardo Tsotomu MATSUZAWA15

Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, SP.

RESUMO

Projeto interdisciplinar do quinto semestre de Rádio e TV pela Universidade Anhembi Morumbi na produção de um curta-metragem para as matérias de Direção de Fotografia, Trilha Sonora e Direção de Atores onde o personagem principal se vê decadente e busca atingir um nível de arte que nunca alcançou, com isso, a fotografia foi um recurso para expressar o transtorno do personagem.

PALAVRAS-CHAVE: cinema; metalinguagem; existencialismo.

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Trabalho submetido ao XXIII Prêmio Expocom 2016, na Categoria Fotografia em movimento, modalidade IV. 2 Aluno líder do grupo e estudante do 7º. Semestre do Curso Rádio e TV, email: brunobotas8@gmail.com. 3

Estudante do 7º. Semestre do Curso Rádio e TV email: bzidiotti@hotmail.com. 4

Estudante do 7º. Semestre do Curso Rádio e TV email: gabrielasa.gs@gmail.com. 5

Estudante do 7º. Semestre do Curso Rádio e TV email: gui__s@hotmail.com. 6

Estudante do 7º. Semestre do Curso Rádio e TV email: ferracciolli@hotmail.com. 7

Estudante do 7º. Semestre do Curso Rádio e TV email: isacolombo@hotmail.com.br. 8

Estudante do 7º. Semestre do Curso Rádio e TV email: leticia.loureiro16@gmail.com. 9

Estudante do 7º. Semestre do Curso Rádio e TV email: nataliafolgosi@gmail.com. 10

Estudante do 7º. Semestre do Curso Rádio e TV email: pama_net@hotmail.com 11

Estudante do 7º. Semestre do Curso Rádio e TV email: rahessav@gmail.com. 12

Estudante do 7º. Semestre do Curso Rádio e TV email: yasmin_iuga@hotmail.com. 13

Orientador do trabalho. Professor do Curso Rádio e TV, email: alemarino@gmail.com. 14

Orientador do trabalho. Professor do Curso Rádio e TV, email: armando.ribeiro2512@terra.com.br 15

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1 INTRODUÇÃO

Produzido pela Unha de Gato Produções, produtora fictícia do grupo universitário, o curta-metragem “Fotograma” de 2015, narra a trajetória de Armando Guido¹, diretor de cinema em decadência, com um passado repleto de filmes premiados, mas que por reviravoltas da vida artística vive um presente sem muita inspiração. O curta-metragem acompanha este momento, onde o diretor inicia o processo de seu novo longa-metragem que julga desnecessário e medíocre. Quando uma antiga paixão, a atriz Rafaela Mendonça reaparece em sua vida, junto à garota surge também um lapso criativo, o diretor tem a ideia mais visceral e impactante de sua existência, que na sua percepção, o levará ao nível artístico pleno. Armando decide gravar com uma câmera de cinema sua própria morte. O filme busca mostrar a conturbada vida e mente de um artista, discutindo o conceito de tempo e permanência do ser através da arte.

A equipe de fotografia formada por Bruno Botas e Grazielli Ferracciolli pauta sua premissa fotográfica a partir das emoções do protagonista e pontuam em movimentos de câmera, enquadramentos, temperatura de cor e iluminação, características que dialoguem com o sensorial do diretor Armando Guido.

Aproveitando o ambiente da narrativa, o backstage do cinema. Trabalhamos o conceito de metalinguagem, narrando o filme em diferentes camadas, em diferentes pontos de câmera. As imagens registradas pela câmera da equipe de fotografia misturam-se as imagens captadas pelas câmeras que o protagonista opera dentro do filme. Durante todo o filme vemos três câmeras intradiegética (CÁNEPA; CARREIRO, 2014) revelando o olhar próprio do artista, o diretor Armando Guido. Mostrando deste modo o filme ora com mais distância e ora com extrema proximidade, embaralhando realidade e ficção dentro da obra,

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2 OBJETIVO

Iniciamos com a aproximação e tratamento visual da história como espelho do emocional do nosso protagonista. Através da metalinguagem propusemos a experimentação do uso de quatro câmeras dentro do filme. O protagonista em diferentes cenas opera diferentes câmeras embaralhando e contribuindo para trazer mais informações através das entrelinhas e pontos de subjetividade do espectador em relação ao personagem.

Traçar uma narrativa em camadas de profundidade, que nos leva a diferentes realidades, de filme dentro do filme. Ou mais profunda ainda, filme dentro do filme, dentro do filme. Um labirinto onde a equipe de fotografia buscou dar dicas e pontuar explicações ao espectador para a compressão da obra.

Uso de diferentes conceitos fotográficos, independentes entre si, em relação aos quatro pontos de câmera que o filme apresenta. O diretor Armando Guido comanda as três câmeras dentro do filme e por isso essas imagens seguem o seu próprio conceito fotográfico, enquanto as imagens registradas pela equipe de fotografia apresentam outra forma de abordagem e de comportamento, que se mostra completamente contrastante com a linguagem adotada pelo personagem.

Na parte técnica, a equipe de fotografia desafia-se ao uso de equipamentos que até então nenhum dos fotógrafos do curta havia trabalhado. Foram feitas diversas pesquisas e outros vários testes para a escolha e o manuseio destes equipamentos. Visando adequação a narrativa do filme e possível condição financeira do projeto.

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3 JUSTIFICATIVA

Conforme levantado nos tópicos anteriores à percepção fotográfica do curta se dá através da relação direta ao protagonista e também a temática do ambiente em que o roteiro foi apresentado. Deste modo escolhemos tratar a câmera como extensão do personagem principal, onde a trama não era apenas percebida por ele, mas também por algum aspecto fotográfico, hora indicado em algum quadro, hora na questão de iluminação, outra vez no modo em que a câmera se movia, por exemplo.

Visando contribuir com a narrativa o uso da metalinguagem também é explorado, justificado pela importância que o protagonista dá a imagem captada e dialogando com a questão principal do filme, a importância e a permanência através da imagem.

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4 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS

Godard (2003, p.84) levanta dois tipos de comportamentos de câmera em relação à narrativa, são os seguintes: “Cinema livre”, onde a premissa fotografia é pautada no sensorial e a câmera reage de forma mais solta à história de acordo com as sensações; deste modo os enquadramentos aparecem de maneira mais fluida e natural em contrapartida a esta primeira visão aparece o “cinema rigoroso”, onde todos os quadros são extremamente pensados e colocados de forma decidida a mostrar o recorte exato daquilo que o filme precisa de informação de acordo com sua narrativa.

“Em linhas gerais, há dois tipos de cineastas. Os que caminham pela calçada olhando o chão e os que o fazem de cabeça erguida. Os primeiros, para ver o que ocorreu ao seu redor, estão obrigados a levantar a cabeça com frequência e repentinamente, e a girá-la tanto à direita quanto à esquerda, abarcando com várias vistas o campo que se oferece ante os olhos. Estes primeiros veem. Os segundos não veem nada, miram, fixando sua atenção num ponto preciso que lhe interessa.” Godard (2003, p.84).

Quando iniciamos o processo fotográfico do curta-metragem, um dos objetivos principais era o controle fotográfico completo do filme, com a intenção de que este conhecimento pudesse nos possibilitar mais à frente a desconstrução de parte do planejado e abrir margem para o improviso de acordo com o sensorial e da relação câmera personagem. Tentando unir o planejamento prévio e calculado “cinema rigoroso”, com momentos de improviso e liberdade de percepção “cinema livre”.

Para essa experimentação, decidimos primeiro entender exatamente o que o filme necessitava e o primeiro passo após a conclusão do conceito foi a decupagem completa do roteiro e a partir daí a filmagem do filme inteiro antes mesmo da gravação, com o objetivo de estudo visual (no nosso caso pelo tempo de entrega do projeto, nem todas as cenas foram filmadas antes do filme de fato ser captado). Conceito baseado nas obras da diretora brasileira Ana Muylaert, que gravou em versão teste todos os seus longas antes de gravá-los de fato.

Esse estudo prévio nos possibilitou visualizar os momentos exatos onde podíamos sair um pouco do planejado e improvisar e quais momentos precisam aparecer dentro do recorte exato anteriormente calculado. O que nos deixou com maior segurança no set de gravação e minimizou os erros durante o processo.

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do filme. A primeira linguagem é a do personagem Armando Guido, e a segunda é mostrada através das imagens captadas pela equipe de fotografia do filme, gerando duas lógicas de entendimento imagético completamente distinto dentro da obra.

O conceito entre essas duas realidades se dá de maneira completamente contrastante, através, por exemplo, da textura da imagem, da temperatura de cor, da qualidade visual e principalmente da forma de movimentação.

Quando vemos a câmera operada pela equipe de fotografia, nota-se o uso de cem por cento de câmera na mão, a escolha foi pensada para sentir com peso e com certa irregularidade as cenas, visando acompanhar através dos movimentos à curva emocional do protagonista em cada momento, como se respirássemos o filme junto dele. Outro objetivo foi de fazer contraste claro com as imagens intradiegéticas da narrativa, as imagens que o diretor Armando Filho captura sempre são apresentadas de forma estática, como se congeladas, o que dialoga com a principal discussão do filme, a questão da permanência através da arte. A possibilidade de frisar um fotograma para a eternidade. Por esse motivo optamos pela câmera estática nestes momentos, mise en scène que faz referência ao início do cinema, com o uso do plano tableau², contemplando a ação e os movimentos do personagem e deixando que estes sejam os únicos movimentos destas cenas, como em um palco de teatro, uma tela, uma imagem estática.

Explorando a metalinguagem, o filme transita em camadas de filme dentro filme, e o jogo entre os diferentes pontos de câmeras que o personagem do filme captura junto com as imagens registradas pela equipe de fotografia se misturam e colocam o espectador em uma espécie de labirinto fílmico. “O recurso de “filme dentro do filme” pode ser entendido como uma narração por reflexo, na qual o filme e o filme nele exposto se misturam e se

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por Andrade, à câmera subjetiva é mostrada através da câmera em que o personagem Armando Guido vai filmar sua própria morte, em alguns momentos vemos ajustes de câmera pelo olhar da própria, um zoom, o preparo do enquadramento, colocando o espectador dentro do olhar artístico do protagonista. Pretendíamos com esse recurso dar indícios ao espectador do que era câmera intradiegética, fazendo contraste com as imagens captadas pela equipe de fotografia do filme. Além de reverenciar o artista e seu olhar, premissa maior do enredo, dando ao personagem Armando Guido a possibilidade de filmar com sua própria câmera, com o seu ponto de vista sua morte.

O outro ponto levantado por Andrade também é explorado no filme é a “metalinguagem na estrutura”. Em uma das cenas de “Fotograma”, uma poesia é contada na boca de diferentes personagens, o texto se refere nas entrelinhas ao estado de espírito do protagonista, com o objetivo de narrar em uma camada mais profunda e subjetiva determinada parte de seus sentimentos. A equipe de fotografia grava essa cena inteira, escondendo do espectador que aquela sequência se trata de um “filme dentro do filme”, quando finalmente Armando Guido corta bruscamente a cena aos berros e traz o filme de volta a camada real. O objetivo neste instante é o de surpreender o espectador, além de ambienta-lo ao espaço de trânsito do personagem principal.

Finalizando a questão da metalinguagem, através do simbólico o filme levanta a questão do peso da imagem e do valor de uma câmera na mão para o cineasta. Nosso personagem no momento que decide dar fim a sua vida segura uma câmera super 8 em mãos, que em dados momentos se mostra como uma arma de fogo. O dedo no gatilho da câmera, o dedo no gatilho da arma. “Dizem que no segundo antes da morte vemos um filme passar por nossa cabeça...” (BOTAS, 2015).

A câmera é a arma do cineasta e o disparo do gatilho que antecede a morte, é representado no filme pela sequência de momentos eternizados através de toda a carreira cinematográfica do diretor do filme... Fotogramas!

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5 DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO

O início do processo do filme se dá a partir da leitura algumas obras audiovisuais, são filmes que dialogam com o meio artístico e discutem o subconsciente do artista, a relação de permanência e plenitude através do meio artístico. Os seguintes títulos são norte para a construção do roteiro e posteriormente para base referencial dos demais setores, incluindo a direção de fotografia. 8 ½ (1963) de Federico Fellini, Cisne Negro (2011) de Darren Aronofsky e Birdman (2015) de Alejandro Gonzáles Iñarritu. Após a definição teórica e de conceito na parte fotográfica baseada nos pontos levantados nos tópicos anteriores, iniciamos a fase de pesquisa técnica e de testes em diferentes equipamentos, para ver qual seria a melhor opção de acordo com o nosso propósito.

Junto à definição das locações a equipe de fotografia apresentou a decupagem completa do filme a direção e juntos acabaram definindo todos os enquadramentos que o filme iria possuir, após 100% das locações definidas a decupagem sofreu ajustes de acordo com os lugares. No estúdio da universidade a equipe de fotografia emulou alguns cenários, e realizou primeiramente um fotoboard do filme e posteriormente testes de gravação das cenas que exigiam maior pesquisa da equipe. A equipe gravou e passou o material a ilha de edição, onde algumas cenas do filme foram montadas em versão teste para ajustes finos e percepção do que funcionava de fato ou não.

A captação do filme foi realizada em três diárias de gravação, num total de quatro locações, o estúdio da universidade, o apartamento do diretor, o estúdio de revelação fotográfica e uma externa, na fachada de um estacionamento.

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6 CONSIDERAÇÕES

“Fotograma” foi o trabalho interdisciplinar de quinto semestre do curso de Rádio e Tv da Universidade Anhembi Morumbi no ano de 2015, que reunia em avaliação conjunta das disciplinas de Direção de Fotografia, Trilha Sonora e Direção de Atores, ministrada pelos respectivos professores e orientadores, Ricardo Matsuzawa, Alexandre Marino e Armando Filho. A “Unha de Gato Produções” entendeu o projeto não apenas como um trabalho acadêmico, mas sim como uma oportunidade de testar o aprendizado de todas as matérias anteriores estudadas nos dois anos de curso até então, aplicando o conhecimento teórico e prático neste projeto. A parte fotográfica do curta-metragem foi orientada pelo professor Ricardo Matsuzawa que nos deu suporte, conteúdos referenciais e fundamentação técnica para a captação das imagens.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Ana Lúcia. O filme dentro do filme. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999; ARONOVICH, Ricardo. Expor uma História. Editora: Gryphyus, 2004;

AUMONT, Jaques. O cinema e a encenação. Trad. Pedro Elói Duarte. Lisboa: Texto&Grafia, 2008

BOTAS, Bruno. Roteiro Fotograma. São Paulo, 2015.

CANEPÁ, Laura Loguercio e CARREIRO, Rodrigo. Câmera intradiegética e

maneirismo em obras de George A.Romero e Brian de Palma. Revista Contracampo,

v.31, n.1 ed. Dezembro-março ano 2014. Rio de Janeiro, 2009.

GODARD, Jean-Luc. Bergmanorama. In: BAECQUE, Antonie de (org.). La Política de los autores. Trad Mariana Miracle. Buenos Aires, 2003.

JUNIOR, Luiz Carlos Oliveira. A mise en scène no cinema. Do clássico ao cinema de

fluxo. São Paulo, 2010.

PEREIRA, Marco Antônio Monteira. A metalinguagem no cinema: Um estudo do

Referências

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