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As vantagens da consorciação de capins com leguminosas

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Academic year: 2021

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As vantagens da consorciação

de capins com leguminosas

Pasto de melhor qualidade, maior ganho de peso animal, economia nos gastos com

adubação nitrogenada, recuperação de áreas degradadas, maior cobertura de solo e melhor proteção, além da garantia de um processo não poluente e ambientalmente correto. Estas são algumas das vantagens da consorciação de capins com leguminosas em pastagens no cerrado brasileiro. Não se trata de nenhuma novidade para o pecuarista, embora o emprego desta técnica, anteriormente, tenha implicado em limitações até pela própria falta de

tradição e conhecimento dos pecuaristas e técnicos em usar e manejar adequadamente as pastagens consorciadas.

O uso de leguminosas consorciadas com capins em pastagens de regiões de clima

temperado é secular. Nessas regiões, leguminosas como o trevo branco e o cornichão são capazes de fixar 600 Kg/ha/ano de nitrogênio. Nos trópicos, caso brasileiro, a consorciação tem se mostrado eficiente no fornecimento de nitrogênio a baixo custo, com maiores taxas de ganho de peso animal na seca e nas águas, maior longevidade do pasto e com oferta de forragem de boa qualidade, levando em conta a digestibilidade e a quantidade de proteína e minerais da planta. Em pastagens tropicais, leguminosas como a soja perene, Centrosema, Siratro, cultivares de desmodium e de estilosantes, em condições favoráveis, fixam de 50 a mais de 250 Kg/ha/ano de nitrogênio. Em Leucena, já foi registrada a fixação biológica de até 650 Kg/ha/ano desse nutriente. O estilosantes Campo Grande, que está sendo lançado pela Embrapa Gado de Corte - uma das 40 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento -, é apropriado para solos arenosos de média a baixa fertilidade, apresenta altas taxas de produção de sementes, cuja colheita pode ser mecanizada, tem a capacidade de fixar, em estande puro, até 180 Kg/ha/ano de nitrogênio e sua concentração de proteína bruta gira em torno de 22%.

Algumas limitações - a prática da consorciação já foi tentada exaustivamente em diversas regiões brasileiras, nem sempre com êxito. Uma das razões é que muitas leguminosas exigem solos de alta fertilidade e porque certas variedades são susceptíveis a doenças provocadas por fungos e nematóides ou, ainda, por estas não se adaptarem às regiões de implantação. Nesse último caso, especialmente, as leguminosas não resistem às baixas temperaturas típicas do inverno em várias regiões brasileiras.

Apesar disso, as leguminosas continuaram a ser usadas na pecuária com relativo sucesso. É o que acontece com a Leucena em solos profundos e sem problemas de excesso de

alumínio; do Guandu em Mato Grosso do Sul; da Puerária e do Calopogônio no Norte do País, bem como do Ovalifolio e Centrosema em regiões de clima quente e úmido. Para a recuperação de pastagens degradadas no Cerrado, a Embrapa já lançou o estilosantes Mineirão e, mais recentemente, o Campo Grande.

Conceito - como consorciação de pastagens entende-se o plantio simultâneo de gramínea (capim) e leguminosa, que crescem juntas e são consumidas pelo gado sob pastejo ao mesmo tempo. Pastagens compostas por dois ou mais capins não são consorciadas, mas misturadas, e, de um modo geral, não são indicadas ao produtor devido à tendência de domínio de um capim sobre o outro. A consorciação com leguminosas, por sua vez, implica em equilíbrio do sistema do ponto de vista biológico e econômico.

Dentre os nutrientes mais necessários às plantas forrageiras, o nitrogênio é um dos que pesam no bolso do pecuarista, ao lado de fósforo e potássio. Os três elementos são escassos nos solos da região de Cerrados, mas o nitrogênio, após a implantação da

pastagem, é indispensável para sua manutenção. Apesar de ser abundante na atmosfera, o nitrogênio é um elemento que quase sempre falta no solo, de onde é retirado pelas raízes das plantas. Vital ao metabolismo vegetal (nos processos de crescimento, produção de tecidos e formação de proteína, entre outros), o nitrogênio deve ser fornecido ao solo

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obrigatoriamente, sob pena de afetar seriamente a produção, qualidade e estabilidade dos pastos e a produtividade animal. A forma mais rápida de fornecer nitrogênio ao solo é via aplicação de fertilizantes químicos nitrogenados, que, por sua vez, são muito caros - já que estes são produzidos a partir do petróleo - e, em grande quantidade, podem causar

problemas ambientais, como a contaminação dos lençóis freáticos do subsolo.

É aí que reside a principal vantagem das leguminosas. Por meio de nódulos que se formam nas suas raízes (sob a ação de uma bactéria denominada Rhizobium), o nitrogênio

atmosférico é fixado pelas leguminosas. Essa capacidade os capins ou não possuem ou a desenvolvem com baixa eficiência e por meio de outros mecanismos.

ADUBAÇÃO VERDE:

COMO CONTRIBUIR PARA A SAÚDE DA HORTA, DO HOMEM E AINDA OBTER LUCRO. Leucaena leucocephala (Leucena):

Fixação de 360 a 400 kg/ha/ano de N2

Canavalia ensiformes (Feijão-de-porco): Boa produção de matéria orgânica A adubação verde é utilizada pelos agricultores há mais de mil anos, em distintas regiões do mundo, para melhorar as propriedades físicas , químicas e biológicas dos solos agricultados, muito antes, pois, do advento da adubação química. A eficiência da adubação verde é comprovada também no controle de nematóides, quando se utilizam leguminosas específicas, problema para o qual os produtos químicos, além de caros, não apresentam resultados satisfatórios.

O adubo verde promove ainda a reciclagem de nutrientes de camadas profundas do solo para a superfície, em formas assimiláveis pelas plantas cultivadas, quando utilizadas espécies com sistema radicular profundo. Alguns estudos indicam que, por essa característica, tal prática promove o rompimento das camadas de compactação sub-superficiais do solo resultantes da mecanização (pé-de-grade), o que melhor explorado poderia se constituir em uma excelente alternativa aos atuais métodos mecânicos de subsolagem, de elevado custo e consumo energético.

Mas onde talvez resida seu maior potencial é na capacidade de substituir parcialmente os fertilizantes nitrogenados derivados do petróleo, através da fixação biológica do Nitrogênio efetuada pelas leguminosas , via atuação do Rhizobium, bactéria que age em simbiose com as plantas fixadoras de nitrogênio no solo, auxiliando-as nesta tarefa.

Dados de pesquisas dão conta que as leguminosas, quando cultivadas em condições favoráveis, fixam facilmente 60 a 100 Kg/ha/ano de Nitrogênio, havendo casos excepcionais em que tais valores atingem 360 a 400 Kg/ha/ano. (exemplo: Leucena).

No caso brasileiro, as pesquisas com adubação verde tiveram continuidade até meados dos anos 60, quando as preocupações passaram a se concentrar na viabilização do modelo industrial químico-mecânico, e as práticas biológico-vegetativas foram relegadas a um segundo plano, além do fato de ser vista com alguma reserva pelos agricultores, pois as tecnologias disponíveis exigiam que se perdesse uma safra agrícola (ano) para se proceder o seu cultivo. Estudos recentes, no entanto, demonstraram que é perfeitamente viável se proceder a adubação verde nos períodos de entre-safra (fevereiro/março a julho/agosto) na região centro-sul , ou ainda como planta companheira (plantada nas entrelinhas da cultura), superando-se assim este inconveniente.

Além destas características a adubação verde contribui para controle de:

Ervas daninhas: A adubação verde pode contribuir para o controle de ervas daninhas, não

só pelo grande volume de massa verde e palha (cobertura morta), (que impedem a passagem de luz que é essencial para a germinação da erva daninha), como também por alelopatia (ou seja, liberando substâncias pelas raízes que inibem a germinação das ervas).

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Inibição alelopática do picão-preto (Bidens pilosa, à direita) pelo solo plantado com

mucuna (à esquerda)

Inibição alelopática da guanxuma (Sida rhombiofolia) pelo azevém (à direita); à esquerda, efeito do

centeio

Pragas e doenças: A adubação verde pode quebrar o ciclo dos patógenos e insetos praga.

É importante neste caso que a escolha da espécie utilizada como adubo verde seja feita em função da cultura, pois tendo esta semelhanças botânicas com a cultura pode haver efeito contrário, servindo de abrigo aos patógenos e insetos.

Incorporação de matéria orgânica: A adubação verde contribui para a manutenção da

estruturação e fertilidade do solo. Isto não quer dizer que seja dispensável a calagem: esta deve ser feita normalmente com base na análise de solo e de acordo com a cultura a ser cultivada.

É importante salientar que a incorporação da espécie utilizada como adubo verde deve ser feita antes da formação das sementes (caso haja), não permitindo que esta se transforme em planta invasora, o que poderia trazer para o produtor todos os problemas inerentes a esta situação. Não havendo produção de sementes, pode ser feita quando o adubo verde estiver seco, facilitando a mecanização neste processo. No Brasil conta-se hoje com diversas espécies vegetais que se prestam como adubo verde, podendo ser elas de verão ou inverno, leguminosas ou gramíineas, dentre as quais pode-se citar :

Leguminosas N fixado Kg/ha/ano1

Centrosema 112 Soja perene 160-450 Guandu 41-280 Leucaena leucocephala 310-800 Feijão-de-porco 49-190 Mucuna preta 157 Calopogônio 370-450

1- Citado por Gomez e Zandstra (1977) e se refere ao total de N acumulado no solo.

Diante destas características, pode-se concluir que a utilização da adubação verde em conjunto com outras práticas culturais (manejo integrado de pragas e doenças, e rotação de cultura), concorre substancialmente para a redução ou até mesmo o não uso de agrotóxicos (fungicidas, nematicidas, herbicidas etc..), e de adubos químicos principalmente os nitrogenados, possibilitando ao agricultor menor custo de produção, menor risco de intoxicação dos trabalhadores e dos alimentos, e o cultivo por vários anos na mesma área. Isto seria quase impossível no cultivo tradicional devido ao surgimento de pragas e doenças. Poderá ainda o produtor receber preço diferenciado pelo produto, seguindo uma tendência mundial de produção de alimentos mais saudáveis, sem causar tanto desequilíbrio ao meio ambiente.

A evolução do consumo de fertilizantes e defensivos agrícolas no Brasil revela um crescimento acelerado no período correspondente ao chamado "milagre econômico". A sustentação dos níveis de consumo destes insumos atingidos na última década, parece exigir um "novo milagre" se considerarmos a grave conjuntura econômica por que passa este país altamente dependente do exterior.

Neste caso, a adubação verde poderia constituir em determinadas circunstâncias uma fonte alternativa de insumos importados, em especial os fertilizantes nitrogenados.

No entanto, se efeitos positivos podem advir da adubação verde, é necessário prevenir seus possíveis efeitos negativos. Há indicações de que uma consorciação de determinadas espécies de leguminosas em culturas econômicas perenes pode acarretar redução de rendimento destas, devido à provável competição por fatores vitais. Cabe salientar ainda os riscos de multiplicação de patógenos (nematóides, fungos etc.) por leguminosas

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hospedeiras, em detrimento das culturas econômicas suscetíveis, e os danos às plântulas da cultura que sucede a incorporação do adubo verde sem suficiente antecedência.

Uma reativação de estudos na área de adubação verde exige uma modernização de sua concepção. Ao lado de estudos básicos que visam informações universalmente válidas, um elenco de projetos tecnológicos devem ser propostos para ajustar a introdução desta prática às circunstâncias de cada local.

Apenas com um programa multidisciplinar integrado e duradouro poderá avaliar-se a dinâmica a dinâmica da introdução da adubação verde num sistema de produção, pelos seus efeitos como cobertura viva ou morta de sua incorporação ao solo.

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Técnicas Especiais ADUBOS VERDES

Pesq. Cient. Edmilson José Ambrosano - (Estação Exp.Agric. Orgânica de Piracicaba - IAC)

Com a pratica da adubação verde é possível recuperar a fertilidade do solo, proporcionando aumento do teor de matéria orgânica, da capacidade de troca de cátions e da

disponibilidade de macro e micronutrientes, formação e estabilização de agregados, melhoria da infiltração de água, diminuição de água e aeração; diminuição diuturna da amplitude de variação térmica, controle dos nematóides e, no caso das leguminosas, incorportação ao solo do nutriente nitrogênio, efetuada através da fixação biológica. Na adubação verde, a razão da preferência pelas leguminosas é principalmente pelo fato destas, em simbiose com bactérias do gênero Rhizobium e Bradyrhizobium, fixarem N do ar em quantidade suficiente para satisfazer suas necessidades e gerar excedentes para a cultura que a sucede.

Algumas leguminosas utilizadas na adubação verde são: crotalárias, feijão de porco, guandu, lablab, calopgônio, centrosema, soja-perene, siratro, etc.

Uso das leguminosas como adubos verdes

As leguminosas (crotalárias, guandu, mucuna, feijões, etc) em comparação com as gramíneas(capins, aveia, milheto, etc) são mais ricas em nitrogênio (N), fósforo(P), potássio (K) e cálcio (Ca). A adubação verde porém, não supre o solo em relação às suas deficiências minerais totais. Em solos deficientes em P, K, Ca, Mg, há necessidade de aplicar no solo os referidos elementos, de preferência quando instalar culturas econômicas, usadas em sucessão ou rotação com o adubo verde.

O enterrio de restos vegetais pobres em nitrogênio, como capins, bagaços, palhas, etc, nem sempre proporcionam os resultados esperados, isto porque a flora microbiana não tem à sua disposição as quantidades suficientes de nitrogênio para o seu desenvolvimento. Ao contrário, as leguminosas em decomposição, são mais ricas, e apresentam proporção mais favoráveis à biologia do solo e efeito positivo nas lavouras.

O sistema radicular das leguminosas pode alcançar elevada profundidade com capacidade de absorver água e extrair nutrientes minerais destas camadas do solo, proporcionando assim, uma reciclagem e redistribuição de nutrientes. Outros fatores importantes a considerar são: a proteção oferecida pela cobertura vegetal, as menores amplitudes diuturnas da variação térmica do solo, a proteção ao impacto das gotas da chuva e ao escorrimento superficial, proporcionando uma temperatura no solo mais estabilizada e protegendo o solo contra importantes perdas de nutrientes de água e do solo.

Rotação de culturas com leguminosas

Um sistema de rotação de culturas empregando leguminosas traz, além dos benefícios citados, incremento na produtividade e economia de adubo nitrogenado na cultura que a sucede, no esquema de sucessão ou de rotação.

O fato de certas leguminosas serem más hospedeiras de nematóides, formadoras de galhas e serem de fácil produção de sementes contribui para a difusão de seu uso em sistemas de produção. A ação das leguminosas sobre os nematóides pode ser caracterizada sob dois

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aspectos: primeiro, pela ação direta na inadequada hospedagem de algumas espécies e, segundo, pelo maior equilíbrio microbiológico que as leguminosas utilizadas conferem ao solo por ocasião da distribuição da fitomassa.

Uso de leguminosas para melhoria da fertilidade do solo

Durante as últimas décadas, devido a intensificação dos cultivos e aumento da disponibilidade de fertilizantes químicos de baixo custo, houve um declínio no uso da adubação verde(Singh et al., 1991).

Atualmente, observa-se a procura de um sistema de produção agrícola que seja capaz de recuperar a fertilidade do solo, incluindo a utilização de leguminosas como cobertura no outono-inverno, que têm apresentado resultados satisfatórios, na obtenção de renda extra e quanto aos efeitos benéficos na cultura subseqüente(Bulisani et al., 1987).

Segundo Franco & Souto (1984) as leguminosas usadas em adubação verde, fixam em média, 188 Kg de N/ha/ano, sendo estes adicionados ao solo, podendo assim racionalizar o uso de N. Com esta prática, pode-se recuperar a fertilidade do solo, perdida devido ao manejo inadequado e à adoção de monocultivo, obter N para a cultura seguinte e evitar, assim, adubos altamente solúveis que podem poluir o ambiente.

São observados resultados positivos quanto ao fornecimento de N para a cultura seguinte, nas culturas do milho cultivadas após a soja, no algodão após a soja, na cana-de-açúcar após a soja, em áreas de reforma, e no milho após o tremoço.

Sistemas de cultivo das leguminosas

Segundo Bulisani et al. (1987) há vários sistemas de cultivo, incluindo a utilização de leguminosas como cobertura do solo no outono-inverno, que têm apresentado resultados satisfatórios, tanto para obtenção de renda extra no período da entressafra de culturas de verão (milho, soja, algodão, etc.) como em termos de produção e melhoria do solo

beneficiando a cultura subseqüente.

A semeadura de mucuna-preta em linhas alternadas em associação ao milho é um exemplo desta prática que ocorreu na região da Alta Mojiana, no início dos anos 70. Além da mucuna-preta, pode-se utilizar outras espécies como a crotalária e guandu, que são cultivados, principalmente em sucessão à soja, em plantio direto. A crotalária, semeada até o final de abril, apresenta crescimento e cobertura do solo satisfatório, no início de junho. O guandu apresenta menor flexibilidade, necessitando semeadura mais antecipada, em fevereiro até início de março coadunando-se, portanto, somente com cultivos precoces. Outra opção na utilização das leguminosas é a produção de silagem ou mesmo banco de proteína no outono-inverno. O Lab lab purpureus (PRAIN) Kumari ex. M. Chandrabose & N.C. Nair, sinonímia Dolichos lablab L. pode prestar-se a essa finalidade e à de adubo verde, tanto associado ao milho em cultivo simultâneo, quanto em sucessão a essa gramínea. Em fruticultura de clima temperado, principalmente de figueiras e videiras, já se estuda, em caráter exploratório, a substituição do "mulch" de palha de capim ou bagaço de cana-de-açúcar aplicados no outono-inverno, pelo cultivo nesse período, nas entrelinhas com leguminosas ou gramíneas. Dentre as leguminosas, destacam-se pela adaptabilidade ao sistema, o chícharo (Lathirus sativus) e o tremoço amargo (Lupinus albus) e dentre as gramíneas a aveia-preta (Avena strigosa) e centeio (Secale cereale). É crescente o interesse por esta tecnologia por parte dos agricultores na região frutícula de Campinas e Sorocaba. O Vale do Paranapanema, no Estado de São Paulo, é uma região ao sul do paralelo 22 graus que apresenta uma melhor distribuição pluvial, com amplas possibilidades de implantação de leguminosas de outono-inverno em sistema de plantio direto, nos meses de fevereiro a maio.

Seriam indicados para as semeaduras mais antecipadas a soja, a crotalária e a mucuna-anã; para as mais tardias o tremoço, chícharo, e possivelmente ervilha e grão-de-bico. Além dos fatores sócio-econômicos e culturais, pode se apontar como fatores limitantes ao pleno desenvolvimento das plantas nos sistemas agrícolas que incluam leguminosas como

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cobertura do solo, no período de outono-inverno. ADUBAÇÃO VERDE

1.LEGUMINOSAS

 Fazem associação com microorganismos (fungos e bactérias), beneficiando o solo.

 Aumenta a disponibilidade dos nutrientes

 Favorece a absorção de adubos parcialmente solúveis como fósforo de rochas.

 Grande produção de massa vegetal. Ex: crotalária 20 ton/ha MS

 Sistema radicular muito desenvolvido. Ex. nabo forrageiro, guandu

 Produz reciclagem de nutrientes, são fixadores de nitrogênio.

 Pela ação das micorrizas, com N ligado à matéria orgânica, absorve até 300 kg N/ha. 2. GRAMÍNEAS

 Fornecedoras de carbono = matéria orgânica

 Aumenta a capacidade de troca de cargas do solo.

 Favorece a ligação entre os micronutrientes

 Protege e melhora a estrutura do solo.

 Mantém a atividade dos microorganismos e minhocas no solo

 Também possuem micorrizas, que não fixam N, porém aumentam o sistema radicular.

ADUBOS VERDES DE VERÃO ( plantio em outubro até março)

CROTALÁRIA JUNCEA – outubro a maio

 Grande produção de massa seca (20 ton/há)

 Ciclo de 180 dias; 300 a 400 kg N/ha

 Não precisa incorporar no florescimento, pode ficar no terreno (proteção)

 Reduz nematóides (galhas) devido ser má hospedeira de nematóides.

 Favorece a presença de predadores na matéria orgânica. CROTALÁRIA PAULINA

 Crescimento mais lento que a C. juncea, porém tem ciclo maior 260 dias.

 Maior teor de nitrogênio 300 kg/N/há

 Preferível quando preciso deixar descansar até as vésperas do plantio. CROTALÁRIA SPECTABILIS

 Tem porte baixo, indicado para plantio intercalar de plantas perenes (café, citros).

 Ciclo 90 a 100 dias, 60 a 120 kg N/ha

 Controle de de nematóides FEIJÃO DE PORCO

 Hábito de crescimento determinado, não trepadeira

 Efeito alelopático, como herbicida natural. Ex: tiririca e cana.

 Plantada no meio da cana, não compete e protege o solo até fechar a cana.

 Plantio intercalar em pomares MUCUNA ANÃ – outubro a março

 Crescimento determinado, ciclo de 160 dias

 Má hospedeira de nematóides

 Recomendado para horta, sendo exigente em fertilidade do solo. MUCUNA PRETA

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 Problema de tegumento duro, impermeável à água, precisa quebrar a dormência.

 Má hospedeira de nematóides GUANDU

 Sistema radicular profundo: subsolador biológico do solo

 Fixa até 280 kg de N ha

 Pode ser utilizada como forrageira e cobertura intercalar a culturas perenes MILHETO (GRAMINEAS)– set/março

 Cobertura vegetal, forrageira

 40 a 50 ton . mv e 8 a 10 ton. ms ADUBOS VERDES DE INVERNO

(plantio de março a junho) GRÃO DE BICO (LEGUMINOSA)

 Produz até 3 ton/grãos por hectare

 Precisa irrigar

CHÍCHARO/ERVILHACA (LEGUMINOSA)

 Alto teor de fibra, de lenta decomposição, protege o solo

 Efeito sobre as ervas daninhas, reduzindo-as.

 Plantio intercalar em pomares. AVEIA PRETA (GRAMÍNEA) – março a junho

 30 a 60 ton mv e 2 a 6 ton ms

 Alto teor de fibra, protege o solo, reduzindo a presença de ervas daninhas.

 Cobertura vegetal, forrageira e supressora de nematóides TREMOÇO (LEGUMINOSA) – março a junho

 Arbustivo ereto, produzindo 30 a 40 ton/ha

 130 a 170 kg N/ há

 Alto teor de alcalóides

NABO FORRAGEIRO (CRUCÍFERA)- março a junho

 Herbácea determinada

 Produz 25 a 50 ton/ha

 Plantio intercalar em pomares

Fontes de pesquisa:

 "INTRODUÇÃO À AGRICULTURA ORGÂNICA" Eng. Agr. Silvio R. Penteado

Marcelo Tadeu Sampaio1  Wilson Roberto Maluf 2

1 Aluno do 8° período de Agronomia/UFLA

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