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"O Meu Desejo a Vida do Meu Povo" (Est 7,3): os Jovens da Bíblia Provocando Subjetividades e Autonomias na Trajetória da Pastoral da Juventude

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ARTIGOS

“O MEU DESEJO É A VIDA DO MEU

POVO” (EST 7,3): OS JOVENS DA BÍBLIA

PROVOCANDO SUBJETIVIDADES E

AUTONOMIAS NA TRAJETÓRIA DA

PASTORAL DA JUVENTUDE*

JOILSON DE SOUZA TOLEDO**

Resumo: a Pastoral da Juventude (PJ) aparece como um segmento da Igreja Católica que fomenta escolhas, posturas e subjetividades que contribuem para que seus membros lidem de forma sadia com a diversidade e a adversidade. O que estaria por trás destas posturas e trajetórias? Este artigo se propõe a partir de aportes da história cultural e de gênero analisar três publicações de referência sobre personagens e perícopes da literatura sagrada cristã que marcaram a trajetória da PJ e assim reconhecer elementos de suas místicas, opções metodológicas e escolhas políticas. Estas publicações apontam para pessoas jovens marcadas pela autonomia, pelo protagonismo e por uma vivencia criativa e afirmativa de situações de adversidade. Palavras-chave: Bíblia. Juventudes. Imaginário.

N

o continente Latino-Americano e, mais especificamente no Brasil, há séculos temos textos bíblicos sendo utilizados para os mais diversos interesses de grupos dentro e fora das igrejas. Sua interpretação tem sido usada por vários grupos para legitimar suas demandas e projetos bem como para fundamentar disputas entre grupos, tendências e movimentos mais diversos. Também posturas discriminatória e intolerantes, por vezes, são tomadas a partir de uma interpretação da Bíblia. Com isso os estudos sobre a literatura sagrada cristã aparecem como uma contribuição nas pesquisas sobre a maneira como nossas sociedades fomentam tanto visões intolerantes, quanto práticas respeitosas onde convicções, escolhas e origem diversas conseguem conviver.

Iniciamos entendendo a Pastoral da Juventude como expressão do Cristianismo da Libertação e apresentamos os aportes da história cultural de análise dos textos sagrados. * Recebido em: 03.03.2016. Aprovado em: 23.03.2015.

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Trazemos os personagens bíblicos relatados em obras de referencial para esta pastoral e deba-teremos, de forma mais aprofundada, sobre a figura de Ester. A escolha se dá pelo fato de uma perícope de Ester ter sido a iluminação bíblica da Ampliada Nacional de Imperatriz1 e por ela mostrar a vivencia de uma jovem mulher numa situação de adversidade. Por fim levantamos algumas implicações das opções hermenêuticas feitas pela PJ.

PASTORAL DA JUVENTUDE: O MÍNIMO DO MÍNIMO

Antes de acessar os jovens da Bíblia destacamos pela PJ convém, ater-nos um pouco em quem é este grupo. Trazer, aqui, o mínimo do mínimo como afirma Hilário Dick (2013) no título de uma de suas obras. Para tanto retomando a apresentação que Michael Löwy faz da obra Juventude Católica: o novo discurso da Teologia da Libertação, livro que resultou da dissertação de mestrado de Flávio Sofiati. Ao descrever católicos marcados por uma práxis e um pensar teológico libertadores, Löwy (apud SOFIATI, 2012, p. 13) argu-menta que:

Esse movimento inclui setores significativos do clero – padres, freiras, ordens religiosas, bispos – dos movimentos religiosos leigos, como a Ação Católica, a JUC, a JOC, das comissões pastorais – como Justiça e Paz, Pastoral da Terra, Pastoral Operária, Pastoral da Juventude – e das comunidades eclesiais de base (CEB’s). Trata-se de uma ampla e complexa rede que ultrapassa os limites da Igreja como instituição, e que reúne, a partir dos anos 1970, milhões de cristãos que partilham a “opção prioritária pelos pobres” – um compromisso social que não mais considera o pobre como objeto da caridade cristã, mas como sujeito histórico de sua própria libertação.

Mais diretamente, alguns parágrafos depois, Löwy (apud SOFIATI, 2012, p. 14) afirma categoricamente que

A Pastoral da Juventude, com suas características próprias analisadas de forma precisa por Flá-vio Sofiati, é uma das manifestações desse cristianismo da libertação – provavelmente, mais sensível do que outras tendências culturais individualistas presentes na sociedade, a partir dos anos 1990.

Na obra que sintetiza suas pesquisas dos últimos 10 anos, Sofiati (2014, p. 71) apresenta a PJ inferindo que a mesma “corresponde aos grupos das paróquias e das CEB’S, das grandes cidades ou do interior, sendo a maior e, também, a mais articulada e estruturada dentre as pastorais específicas. Sua atuação na comunidade eclesial e nas paróquias enfatiza a ação do jovem no interior da IC2”.

Os membros da PJ são impulsionados ao compromisso com o Reino de Deus como elemento central de seu projeto de vida e vivem o seguimento de Jesus comprometidos nos mais diversos campos da vida eclesial e social. Estes jovens também vão aprendendo a ver o ser mulher, o ser negro, o ser de uma determinada região do país como elemento a ser cultivado. Nas músicas, nas danças, nas ambientações e na maneira de interpretar a Bíblia padrões normativos sociais e de beleza são construídos e desconstruídos. A abertura e a relação com experiências de mudanças sociais marcam a espiritualidade e as opções pedagógicas da PJ, conforme Silva, Vieira e Silva (2012, p. 45-6). Reconhecendo os mecanismos so-ciais anti-evangélicos, tais como a exclusão social, o racismo, a homofobia e o patriarcado, os jovens da PJ sentem-se chamados a transformá-los.

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IMAGINÁRIO E REPRESENTAÇÕES: A HISTÓRIA CULTURAL COLABORANDO NA PESQUISA BIBLICA

Para o diálogo da pesquisa bíblica com a história cultural tomamos por referência a abordagem que Ivoni Richter Reimer (2008a, 2008b, 2002, 2006, 2012a, 2012b, 2013), faz de autores desta área, em especial da obra História & História Cultural de Sandra Pesavento (2014). A partir destas autoras e dialogando com outros autores pretendemos reconhecer “texto como representação do [ser-no-] mundo” (RICHTER REIMER, 2008b, p. 44; RI-CHTER REIMER, 2012, p. 241).

A PJ parte de um interesse similar ao que RICHTER REIMER (2008a, p. 5) esbo-ça na apresentação de Imaginários da Divindade “desconstruir e reconstruir imagens do sagra-do presentes nos texto e na história da interpretação”. Desta forma, neste artigo, pretendemos identificar que os textos bíblicos, “não apenas as fontes são importantes para os estudos da história, mas também sua história interpretativa e seus efeitos nas construções de relações his-tórico-sociais em diversos contextos e temporalidades” (RICHTER REIMER, 2012, p. 247). A interpretação feita pelas igrejas constitui jaulas e janelas que ora aprisionam, ora possibilitam o contato com o sagrado que os textos originalmente pretendiam possibilitar (RICHTER REIMER, 2008a, p. 5-7). O olhar lançado e a interpretação dada aos textos sagrados alimentam posturas fraternas ou intolerantes, com isso viabilizam ou dificultam a convivência numa sociedade cada vez mais plural. Convém perguntar-se pelo tipo de teologia em que esta é formulada a partir dos textos sagrado e, neste caso específico, o tipo de teologia formulado pela PJ. No anseio de que

Os textos vão transpirando indicativos para possibilidades de abrir e construir janelas – e por que não portas? – para a divindade e para nós sairmos da jaula e sermos aquilo para o qual existimos e somos: vida comprometida com a liberdade que pressupõe compromisso com a própria vida! O paradoxo entre liberdade e serviço está longe de ser experimentado em plenitude... (RICHTER REIMER, 2008a, p. 6).

Em Milagre das Mãos, cura e exorcismos de Jesus em seu contexto histórico-cultural Richter Reimer (2008b), em dois capítulos, dialoga com Pesavento e outros referenciais da história cultural. Nele a autora tem o intuito de

contribuir na construção de elementos teóricos para a compreensão de textos e imagens como for-mas de representação de mundo e de existência, as quais constituem o imaginário que é permeado de valores e expectativas. Vamos elucidar como de acordo com esse referencial, a representação é portadora também do poder simbólico que mobiliza e controla a vida social através do ‘dizer’ e do ‘fazer crer’ (2008b, p. 43).

Richter Reimer nos recorda que os textos bíblicos são frutos de um longo processo também marcado por opções e conflitos (2008b, p. 44). Eles são documentos literários que contribuem para solidificar ou reler tradições. São uma narrativa testemunhal que tem como raiz a vida de comunidades de fé. O texto se apresenta como uma “representação do acon-tecido” (RICHTER REIMER, 2008b, p. 47). Os textos bíblicos testemunham como as co-munidades perceberam e interpretaram fatos e experiências, mas também as narrativas sobre personagens jovens da bíblia mostram como são percebidos e interpretados por grupos, hoje.

Nesta pesquisa abordaremos não só textos bíblicos, mas as figuras bíblicas que emer-gem de interpretações de perícopes onde encontramos pessoas jovens. Este tecido é feito com

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um material prévio da bíblia e da cultura, mas presume e testemunha escolhas. São leituras de um jeito de ser e agir. Conforme afirma Theissen (apud RICHTER REIMER, 2008b, p. 46) “textos são formas especificas de uma agir humano; são ações simbólicas que se utilizam de signos polissêmicos e por isto necessitam de interpretação”. Tanto o texto como sua inter-pretação são marcados por escolhas, vivências e intencionalidades.

Convém, aqui, trazer três conceitos significativos para a nossa pesquisa: represen-tação, imaginário e identidades. São aportes da história cultural significativos para a pesquisa bíblica e trabalhados por pesquisadores e referências como Richter Reimer. A pertinência destes conceitos para olhar a interpretação feita pela PJ de textos bíblicos está em sua força mobilizadora. A força das representações reside em sua capacidade de dizer e fazer crer, “pela sua capacidade de mobilização e de produzir reconhecimento e legitimidade social” (PESA-VENTO, 2014, p. 43).

Segundo Pesavento (2014, p.39) seguindo a reflexão de clássicos como Mauss e Durkheim as forças integradoras têm perfil de

[...] expressar por normas, instituições, discursos, imagens e ritos, tais representações formam como que uma realidade paralela à existência dos indivíduos, mas fazem os homens viverem por elas e nelas.

As representações construídas sobre o mundo não só se colocam no lugar deste mundo, como fazem com que os homens percebam a realidade e pautem a sua existência. São matrizes geradoras de condutas e práticas socais, dotadas de força integradora e coesiva, bem como explicativa do real. Indivíduos e grupo dão sentido ao mundo por meio das representações que constroem da realidade.

Segundo Tânia Navarro Swain (1994, p. 52) a representação simbólica pode tan-to reforçar como questionar formas de ver e conceber. Juntan-to ao conceitan-to de representação é fundamental para esta análise a abordagem sobre o imaginário feita por Swain (1994, p. 52) entendendo-o como um conjunto de representações que interferem na construção da realidade, já que ela “reforça os sistemas vigentes/instituídos e ao mesmo tempo atua como poderosa corrente transformadora”. Por isso podemos dizer que o imaginário constrói iden-tidades e reforça/impulsiona militâncias. Nele temos uma forma cifrada de representar o mundo.

Segundo Falcon (apud RICHTER REIMER, 2008b, p. 50) “o imaginário social é assim uma força reguladora da vida coletiva que, ao definir lugares e hierarquias, direitos e deveres, constitui um elemento decisivo de controle dessa mesma vida coletiva, aí incluído o exercício do poder”.

Para Pesavento (2014, p. 43) o imaginário seria um

Sistema de ideias e imagens de representação coletiva que os homens, em todas as épocas, construí-ram para si dando sentido ao mundo [...] O imaginário é histórico e datado, ou seja, em cada época os homens constroem representações para conferir sentido ao real. Essa construção de sentido é ampla, uma vez que se expressa por palavras/discursos/sons, por imagens, coisas, materialidades e por práticas, ritos, performances. O imaginário comporta crenças, mitos, ideologias, conceitos, valores, é cons-trutor de identidades e exclusões, hierarquiza, divide, aponta semelhanças e diferenças no social. Ele é um saber-fazer que organiza o mundo, produzindo coesão ou conflito.

Em sequência Pesavento (2014, p. 47) argumenta que o imaginário é uma realidade densa que comporta o vivido, o almejado, o sentido...

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é composto de um fio terra, que remete às coisas, prosaicas ou não, cotidiano da vida dos homens, mas comporta também utopias e elaborações mentais que figuram ou pensam sobre coisas que, con-cretamente, não existem. Há um lado do imaginário que se reporta à vida, mas outro que se remete ao sonho e ambos os lados são construtores do que chamamos de real.

Em uma entrevista à Revista Famecos, Michel Maffesoli (2001, p. 76) afirma que o imaginário é o “estado de espírito de um grupo, de um país, de um Estado-nação, de uma comunidade, etc. O imaginário estabelece vínculo. É cimento social. Logo, se o imaginário liga, une numa mesma atmosfera, não pode ser individual”.

Sendo o imaginário e as representações estas forças de coesão, de formação e trans-formação de grupos e comunidades são também espaço de construção e desconstrução de identidades, subjetividades e militâncias neste processo de construção de identidades. Pesa-vento (2014, p. 89-90) argumenta que

Identidade é uma construção simbólica de sentido, que organiza um sistema compreensivo a partir da ideia de pertencimento. A identidade é uma construção imaginária que produz a coesão social, permitindo a identidade da parte com o todo [...] Para a elaboração identitária, que cria o senti-mento partilhado de pertencer a um grupo dado, as identificações se dão a partir do defrontasenti-mento com o outro, identificações de reconhecimento estas que podem ou não guardar relações de proxi-midade com o real. As representações de identidade são sempre qualificadas em torno de atributos, características e valores socializados em torno daqueles que integram o parâmetro identitário e que se colocam como diferencial em relação à alteridade.

A experiência do sagrado vivida no seio de uma comunidade confessional é um processo de configuração da identidade. São uma série de atributos vivenciados de forma va-lorativa que vão configurando uma maneira de ser destes jovens que estão na PJ porque falar de identidade é falar de relação. Sendo assim, esta série de atributos visualizados e vivenciados na PJ possibilita a construção de espaços onde no ser negro, ser mulher, ser nordestino, entre outras realidades dos jovens são reconhecidos como repleto de valores e belezas. Onde as dife-renças não são hierarquizadas, onde a tolerância e o respeito são pressupostos e as relações de poder são sonhadas e ensaiadas de forma diversa as da sociedade capitalista.

Segundo Pesavento (2014, p. 91-2):

A identidade deve apresentar um capital simbólico de valoração positiva, deve atrair a adesão, ir ao encontro das necessidades mais intrínsecas do ser humano de adaptar-se e ser reconhecido social-mente [...] Enquanto construção imaginária de sentido, as identidades fornecem como que uma compensação simbólica a perdas reais da vida.

Estas identidades constituem numa memória, que

no caso, patrimonializa as lembranças, levando os grupos à coesão social e a uma comunidade sim-bólica de sentido partilhada. Cria identidades, enfim, atividades de referência imaginária que situam os indivíduos no mundo. Construídas. Inventadas sem serem necessariamente falsas. Desejáveis e confortantes, porque positivadas. Ou incômodas e mobilizadoras de ação reivindicatória, revanchis-ta e punitiva, porque vivenciadas como injusrevanchis-tas e negativas (PESAVENTO, 2005, [s/p.]).

A memória torna-se impulsionadora de escolhas pessoais e processos coletivos, de práxis libertadora e de subjetividades autônomas. Um jeito de ser que é alimentado e alimenta uma maneira de interpretar a Bíblia, que se dá com o suporte das figuras jovens da Bíblia.

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OS JOVENS NA BÍBLIA: UM OLHAR PANORÂMICO

Em se tratando dos personagens bíblicos temos três obras que marcam a trajetória da PJ. Em 1992 a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil promovia a primeira Campanha da Fraternidade com a Temática Juventude: Juventude, Caminho Aberto (CNBB, 1991). Segundo o costume da CNBB, o Texto Base é construído a partir do método ver-julgar-agir e o momento do julgar tem uma dimensão bíblica apresentada de forma condensada em cerca de 10 páginas. Um ano depois Hilário Dick, na época da equipe do Instituto de Pastoral da Juventude de Porto Alegre (IPJ)3 organiza um roteiro de reuniões para grupos de jovens inti-tulado O Jovem na Bíblia apresentando facetas de vários personagens bíblicos. Alguns possi-velmente bem conhecidos de pessoas que frequentam igrejas, já outros, gratas surpresas. Em 2003 o mesmo autor publica Gritos Silenciados, mas evidentes onde Dick, ao tratar da história da juventude, dedica um capítulo à literatura sagrada de judeus e cristãos. Esta obra se dedica a apresentar uma pesquisa sobre pessoas jovens do Antigo Testamento.

Conforme informamos, iremos abordar de forma panorâmica os personagens do Antigo Testamento que aparecem nestes três livros; na próxima parte deste artigo nos dete-remos em Ester. Desta forma, deixadete-remos os personagens do Novo Testamento para futuras pesquisas.

É pertinente o que Dick (2003, p. 31) nos recorda:

Os jovens sempre existiram, mas, como “juventude”, são bem recentes. Por isso, contar ou descrever a história da juventude como grupo social específico, constitui uma aventura. Tentar descobrir o modo de ser dos jovens em tempos antigos, como são os que encontramos no Antigo Testamente, na Grécia e em Roma, toma o aspecto de uma aventura arriscada e difícil.

De José do Egito (CNBB, 1991, p. 73) se ressalta sua capacidade de discernimento e tino administrativo. Dick (1992) traz em alguns títulos que sinalizam o caminho herme-nêutico: “Tudo começa com José sendo Jovem” e “Quem é ‘novo’, sabe discernir” (1992, p. 15). José se mostra como o jovem que vai construindo seu espaço no mundo adulto (2003, p. 34).

Sobre Isaac e Rebeca, Dick (1992, p. 7-12) dá mais ênfase à pessoa de Rebeca, a noiva de Isaac (1992, p. 11). O Texto Base da CF 1992 estabelece um paralelo entre Abraão e Rebeca (CNBB, 1991, p. 74). O casal Isaac e Rebeca sinaliza o discurso dos adultos (2003, p. 33-4).

Em O Jovem na Bíblia (DICK, 1992) temos alguns encontros que falam sobre Moi-sés. São intitulados lições de vida 1 e 2 (1992, p. 19-22). Na meditação sobre Ex 2, 11-22 aparece o conflito com a classe dominante (1992, p. 20). A segunda lição se dá na atitude de partilha de poder em Números 10,11-11,29 (1992, p. 21-2). Segundo Dick (2003, p. 35-6), “é Moisés, o centro de toda a narrativa épica, chamado Êxodo [...] tudo começou na juventude de Moisés, fazendo desde então, uma opção de classe, de raça e de cultura [...] A história de Moisés recorda que muita coisa se decide na juventude de uma pessoa”.

Samuel é apresentado no Texto Base da CF como quem inicia uma grande lista de profetas que testemunham Javé presente na história (1991, p. 73). Ele viveu o momento turbulento de transição entre o sistema tribal e a monarquia (1992, p.33). Seu nascimento igualmente testemunha a presença de Deus na história. Dick (2003, 39-40) ao ler a vocação de Samuel, a partir da juventude, lembra:

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Importante destacar que o motor de toda essa mudança foi um jovem que, depois de descobrir sua vocação, não se recusou em servir o povo, mesmo quando este não caminhava inspirado naquilo que ele, como juiz achava melhor [...] foi na juventude, vivida no templo, que ele aprendera a ser o homem que Deus queria.

Em Dick (1992), o autor afirma que o profeta é uma pessoa com uma experiência profunda de Deus e experiência profunda da realidade do povo. “O profeta é fruto de uma conjuntura e fruto da consciência que a pessoa tem do seu compromisso com a justiça e o direito” (1992, p. 37).

As lições de vida 3 e 4 apresentam duas jovens desconhecidas. Na primeira temos uma jovem pobre, a jovem sem nome nos ensina que Deus não se limita ao povo de Israel;

Ele é Javé para todos, como aparece em 2 Rs 5,1-27 (DICK, 1992, p. 23). Em relação a

es-tas perícopes Dick comenta: “Essa novidade ecumênica, protagonizada por uma jovem sem nome, localiza-se cerca de 800 anos antes de Cristo. A mocinha mostrou, no seu gesto, que a religião verdadeira não pode deixar de ser radicalmente humana” (2003, p. 37). A juventude aparece como quem testemunha a universalidade da misericórdia de Deus. A meditação de 2Rs 9,1-16 aparece na quarta lição. “O profeta torna-se, ao mesmo tempo, a consciência das exigências dessa aliança tanto da parte de Deus como da parte do povo” (1992, p. 26). Sobre este episódio, Dick se indaga: “O que podemos perguntar é pelo porquê da preferência do profeta por um mensageiro jovem. E, mais do que isso: por que os generais – adultos e res-ponsáveis da ordem – acataram essa ordem transmitida de forma tão inusitada e ‘juvenil’”? (2003, p. 37).

Partindo de uma visão idealizada de Davi (1Sm 16-17) o Texto Base da CF 1992 afirma que “a confiança e esperteza de Davi mostram que o grande recurso do povo fraco e oprimido é a criatividade que desmonta o poder opressor” (CNBB, 1991, p. 74). No roteiro que comenta 1Sm 17, 1-58 o subsídio O Jovem na Bíblia, ao mostrar Davi em sua juventude, faz um paralelo com a situação do povo latino americano dizendo que estes cenários e estas mensagens bíblicas são fonte de resistência (DICK, 1992, p. 50). No relato de vocação de Davi, o escolhido é o mais jovem, o que nos ensina muitas coisas, segundo o autor

principalmente para quem deseja acreditar na força histórica dos pobres e para quem teima em dizer e proclamar que na juventude habita um força social de transformação [...] não é com as velhas ar-maduras que se constrói, realmente, o novo [...] É nas pequenas coisas, nas pedras escolhidas a dedo no riacho da vida, que mora a vitória dos filhos de Deus, isto é, daqueles que compreendem que, para ser feliz, é preciso saber o obedecer, como filho a Deus e servir, como irmão, ao próximo que mora longe e perto de cada um de nós (1991, p. 53-4).

Segundo CNBB (1991) a narração do jovem que desobedece ao rei para se manter fiel às leis de Deus, no segundo livro de Macabeus (2Mc 7,1-42), é testemunha de uma inten-sa perseguição e sinaliza a disposição ao martírio. Seria “uma das páginas mais comoventes de toda a Bíblia” (1991, p. 74). Segundo Dick, “a luta pela liberdade religiosa era, também, uma luta pela independência política” (2003, p. 43). Assim, segundo o mesmo autor, “se nem todo jovem é novo e nem todo velho é velho, a novidade afirmada por jovens, no entanto, tem um peso especial” (1992, p. 76).

Dick, a partir deste texto comenta o reconhecimento do lugar e das possibilidades do jovem na sociedade como força vitalizadora de um povo (MANNHEIM apud DICK, 2003, p. 44). “É o jovem levando seus conterrâneos a ser sujeitos de sua história. O que

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im-pressiona é as leituras do fato não acentuarem o aspecto juvenil, exercendo influência no todo da comunidade” (2003, p. 44).

“A intervenção corajosa do jovem Daniel em favor de Susana inocente lembra o empenho dos profetas em favor dos fracos e indefesos” (1991, p. 75), segundo o Texto Base da CF 1992. A perícope estudada é o capítulo 13 do livro que aborda a postura dos sacerdotes que mentem e julgam para subjugar uma jovem a sua vontade. A estória é desmascarada por Daniel (DICK, 2003, p. 45). Daniel encarna a honestidade corajosa, a postura da novidade que se posiciona diante de uma hipocrisia (DICK, 1992, p. 71; DICK, 2003, p. 45-6).

Na história do jovem Tobias temos a presença de Deus que protege os pequenos (1991, p. 75). Dick (2003, p. 43) comenta que

Num contexto complexo de invasão cultural e de opressão à cultura autóctone, Tobias é mais do que um simpático enamorado que aceita, sem mais, a ordem tradicional de seu pai e de sua mãe. Quem “salva” a tradição é um jovem [...] É por meio do jovem que a felicidade começa a brilhar de novo em vários mundos conturbados.

Salomão aparece, no Texto Base da CF 1992, como aquele que pede a Deus a sa-bedoria para julgar com justiça (1991, p. 75). Ele não é citado em O Jovem na Bíblia o que prova uma opção por uma pesquisa mais crítica.

O profeta Ezequiel traz um episódio aonde o amor a uma jovem é sinal do amor de Deus para com seu povo. Um amor que vai além das infidelidades (CNBB, 1991, p. 75, DICK, 2003, p. 46-7).

Rute escolhendo ficar com sua sogra Noemi, nos aponta um segundo paralelo en-tre uma jovem mulher e o pai na fé de judeus, cristãos e muçulmanos. Segundo Dick, “com Abraão, Rute deixa suas seguranças e enfrenta a beleza que há no provisório e nos caminhos ignorados que a generosidade vai despertando” (1992, p. 31; DICK, 2003, p. 38). Esta jovem aparece como um exemplo de fé, de ousadia e de fidelidade. Alguém que escolhe construir mudanças a partir dos pobres, pois, dentro da realidade de sua época

Noemi, a pobre viúva de Belém, estava condenada a não ter nem terra nem história. Rute, com seu gesto carregado de surpresa, fez que ela reconquistasse sua terra e tivesse história [...] Uma jovem--mulher que, apesar de estrangeira, devolve a honestidade aos filhos de Israel, ajudando na preserva-ção das tradições que constroem um povo, dando-lhe vida e libertando-o da amargura da exclusão (DICK, 2003, p. 38).

Em relação à novidade, perspectiva que perpassa todo o capítulo do Texto Base da CF 1992, Rute “está na luta pelos direitos” (1992, p. 31). Dick chega a propor que “o livro de Rute precisa ser redescoberto na dimensão feminina e juvenil, afirmando valores que apro-ximam o econômico, o afetivo e o cultural” (2003, p. 38).

Em diálogo com as ciências sociais, Dick traz o conceito de agente revitalizador, de Mannheim (apud DICK, 2003, p. 39). Este afirma que “a juventude é um dos mais importantes recursos espirituais latentes para a revitalização da sociedade de sua época (1940), tendo que tornar-se força desbravadora de uma democracia militante” (DICK, 2003, p. 39).

Dick ainda analisa outras jovens mulheres que, de formas diversas, trazem em suas trajetórias as consequências dos costumes de sua época. A primeira é Diná (Gn 34) que é estuprada por um não-judeu, recordando a postura da sociedade patriarcal e a força da tribo.

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“Não é a jovem intervindo na história; é a jovem vivendo a pressão dos valores éticos e cultu-rais que rodeavam” (DICK, 2003, p. 33).

As outras figuras são as filhas de Ló (Gn 19, 30-37). Estas têm relações sexuais com o pai para garantirem a descendência. “Com seu gesto difícil de compreender, encontraram uma forma de serem protagonistas de sua história, intervindo nela. Mais do que solucionar uma questão pessoal, significam – como jovens e solteiras – uma visão de mundo hebraica” (2003, p. 33).

Ao concluir o capítulo em que aborda os jovens no Antigo Testamento, Dick lem-bra que, mesmo não sendo juventudes, isto é, jovens articulados, os jovens aparecem naquilo que provocam a sociedade. Em sua maneira de concluir sua pesquisa Dick (2003, p. 47-8) sinaliza o desafio, a necessidade e a intencionalidade de visibilizar as figuras jovens do Antigo Testamento. Segundo o autor:

Todas as figuras juvenis que procuramos olhar com ligeireza – sejam elas reais, históricas ou fruto da imaginação de um povo – exercem um papel importante na sociedade, mesmo que esta (a socie-dade) tenha medo, receio ou vergonha de dizê-lo [...] Temos consciência de que somente pinçamos algumas figuras e que não fomos – talvez – suficientemente exigentes no campo da exegese e da hermenêutica, mas o que foi apresentado não pode ser considerado uma leitura fundamentalista. O que desejamos é mostrar um viés histórico e sociológico que custa a aparecer quando se estuda a história da humanidade. A humanidade não é feita somente de adultos e de homens; ela é construída da mesma forma, pelos jovens e pelas mulheres, só que isso é considerado – algumas vezes – como secundário (DICK, 2003, p. 47-8).

ESTER: O FEMININO QUE ENCANTA E LUTA PELA VIDA

Depois de uma visão panorâmica das pessoas jovens no Antigo Testamento, ater-nos-emos mais em Ester. Indo além das três obras com que estamos dialogando, trare-mos a iluminação bíblica da Ampliada de Imperatriz: O meu desejo é a vida do meu povo (Est 7,3), bem como com um artigo de Wander Torres Costa por ocasião da mesma. O Texto Base da CF 1992 nos lembra que “foi pela influência de Ester junto ao rei, que conseguiu salvar seu povo” (1991, p. 74). Ao apresentar o contexto histórico e literário, Dick afirma que “Ester tem aspectos de Moisés...” (1992, p. 55). Também nos oferece elementos para fazer a conexão essencial entre o livro e a festa do Purim (1992, 57-8), elemento importante para se entender a relevância do livro em espaços judaicos. O livro de Ester é, de alguma forma, a narrativa que dá origem a esta festa popular. “A festa dos ‘Purim’, que era para ser uma festa de extermínio judaico, torna-se, por isso, uma festa da libertação, recordada por muitos séculos” (DICK, 1992, p. 58).

Quando temos uma figura feminina assumindo um lugar de destaque, mesmo sen-do a Bíblia um livro com muitos traços patriarcais, a categoria de gênero deve ser acionada. Conforme Richter Reimer (2004, p. 35) o “sistema patriarcal caracterizado pela construção de hierarquizada de valores e normas que tomam por base as experiências de homens brancos, ricos e poderosos que dominam a casa e a sociedade”. Este debate se torna mais relevante ao ser aplicado à reflexão sobre textos bíblicos, pois “as religiões têm contribuído muito para a discriminação e opressão de mulheres, quando afirma sua subordinação aos homens como sendo vontade de Deus” (RICHTER REIMER, 2004, p. 44). Contudo, “a própria Bíblia nos autoriza a falar de Deus com outras imagens que transcendem a realidade do masculino” (RICHTER REIMER, 2004, p. 45). Um sinal disso é o livro de Ester.

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Dick (1992, p. 58) questiona “Que reflexões de novidade suscita essa estranha figu-ra de figu-rainha, de figu-raça judaica, toda engolfada no império de não-circuncisos?”. Na abordagem que o autor faz da jovem rainha, a feminilidade e a compaixão são as primeiras características destacadas (1992, p. 58-9). Temos nela uma jovem que sabe encontrar saídas diante da dis-criminação e risco de morte.

Ao abordar o feminino, segundo Richter Reimer (2004, p. 38), se faz necessário evidenciar o termo gênero que

não é sinônimo de mulher, nem é categoria exclusiva, usada apenas para mulheres, nem se refere ape-nas aos “problemas” de mulher. Ele é usado para analisar as relações socioculturais e religiosas entre as pessoas [...] O gênero, portanto, marca a diferença [...] São modos de ser e de interagir enquanto homens e mulheres, moldados pela cultura, ideologia, história, religião. E tudo isso é aprendido. Segundo Dick (1992, p. 59), “talvez um dos textos mais fortes de todo o livro de Ester seja aquele em que Mardoqueu recorda à sobrinha o papel que lhe cabe naquele mo-mento da história do seu povo”. Mais uma vez iluminando a realidade da América Latina com a literatura sagrada, Dick (1992, p. 60) afirma que

o livro de Ester, um conto que analisa a situação da comunidade judaica espalhada entre as na-ções estrangeiras, parece a história do povo latino-americano espalhado pelo continente americano buscando sobreviver das suas culturas oprimidas, que muitos desejam que sejam desconhecidas e apagadas da história.

Segundo o mesmo autor, “de grande estatura juvenil também é a história de Ester” (2003, p. 41) e sobre a estória dela ele comenta:

Mais do que ver nela uma linda mulher capaz de conquistar o coração do rei, devemos aprender a ver, em Ester, uma jovem que sabe amar sua pátria e ser suficientemente astuta para salvar os seus compatriotas. Misturam-se, nessa história, vários elementos: o erótico, o politico, o religioso, o cultural e o econômico. Seria, no entanto, errado deixar de lado o protagonismo feminino e juvenil (DICK, 2003, p. 42).

PARA CONCLUIR: LEITURA DA BÍBLIA QUE INCITA A UMA LEITURA DA VIDA A iluminação bíblica da Ampliada Nacional de Imperatriz era: “O meu desejo é a vida do meu povo” (Est 7,3) sintetizando, de alguma forma, as subjetividades autonomias na trajetória dos jovens da PJ, mostrando uma sensibilidade de quem se coloca a serviço da vida. Alguém que, de alguma forma, confunde sua vida com a vida de seus concidadãos. Não com sua vida, mas com seus processos de libertação. A expressão “desejo” conecta as estratégias escolhidas por Ester e pelos jovens da PJ com o mais profundo de seus corpos.

Ao levantar este debate, a PJ contribui para a compreensão dos jovens que estão inseridos nesta questão. Em especial, na construção de espaços, processos e ideias que possi-bilitam, a homens e mulheres, repensarem sua relação, na certeza de que “é necessário acabar com a desigualdade, opressão, a injustiça que se baseia na diferença dos corpos, em nível sexual, racial/étnico, social, de idade... E isso é tarefa de homens e mulheres conjuntamente, buscando construir um mundo de relações justas, gostosas e prazerosas para todas as pessoas, incluindo também todas as outras criaturas” (RICHTER REIMER, 2004, p. 47).

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Desta forma, a PJ com seu jeito de interpretação da Bíblia, deixa entrever a uma maneira de abordar os jovens nesta mesma Bíblia, mostrando possibilidades hermenêuticas e práxis. Seu jeito de ler os textos sagrados reforça e abre caminho para militâncias e auto-nomias, para relações onde as diferenças não são hierarquizadas e a adversidade é enfrentada com coragem e criatividade.

“MY WISH IS MY LIFE PEOPLE” (This 7.3): CAUSING THE BIBLE SUBJECTIVI-TIES AUTONOMIES YOUNG AND THE JOURNEY OF THE YOUTH MINISTRY Abstract: the Ministry of Youth (PJ) appears as a segment of the Catholic Church that encourages choices, at-titudes and subjectivities that contribute to its members deal in a healthy way with the diversity and adversity. What was behind these positions and trajectories? This article aims from contributions of cultural history and gender analyze three reference publications on characters and pericopes of Christian sacred literature that marked the trajectory of PJ and thus recognize elements of their mystical, methodological options and policy choices. These publications point for young people marked by autonomy, the role and a creative and affirmative experiences of situations of adversity.

 

Keywords: Bible. Youths. Imaginary Notas

1 As Ampliadas Nacionais são as instâncias máximas de deliberação da Pastoral da Juventude. Acontecem a cada três anos. É costume desta pastoral nomear as Ampliadas pelo nome da cidade em que acontece o evento. No caso, a Ampliada Nacional de Imperatriz ocorreu na cidade de Imperatriz/MA de 08 a 15 de janeiro de 2011.

2 Em seu livro, Sofiati usa a sigla IC para referir-se à igreja católica.

3 O Instituto de Pastoral da Juventude de Porto Alegre foi um centro de pesquisa, formação e assessoria para a juventude, mantido por um conjunto de Congregações Religiosas, que existiu de 1980 à 2010.

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