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Avaliação de impacto do programa identidade digital

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Academic year: 2020

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(2) AVALIAÇÃO DE IMPACTO DO PROGRAMA IDENTIDADE DIGITAL. Coordenação: Marcelo Cortes Neri mcneri@fgv.br www.fgv.br/cps. Equipe do CPS: Ana Beatriz Urbano Andari Ana Lucia Salomão Calçada André Luiz Neri Carolina Marques Bastos Helen Harris Luisa Carvalhaes Coutinho de Melo Paloma Madanelo de Carvalho Samanta dos Reis Sacramento Monte. 2.

(3) Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Fundação Getulio Vargas.. Avaliação de Impacto do Programa Identidade Digital / Coordenação Marcelo Côrtes Neri. - Rio de Janeiro: FGV/IBRE, CPS, 2006. [93] p. (inclui Sumário Executivo). 1. Tecnologia da informação - Aspectos sociais. 2. Exclusão digital. 3. Inclusão digital. 4. Isolamento social. 5. Inclusão social. I. Neri, Marcelo Côrtes. II. Fundação Getulio Vargas, Instituto Brasileiro de Economia. Centro de Políticas Sociais.. ©CPS/IBRE/FGV 2006. 3.

(4) AVALIAÇÃO DE IMPACTO DO PROGRAMA IDENTIDADE DIGITAL. Sumário Executivo. O projeto foi desenvolvido em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (SECTI-BA), sob o comando de Rafael Lucchesi. A pesquisa contou com total apoio da equipe do programa Identidade Digital, liderada por sua Diretora Denise Bezerra com apoio especial de Emerson Casali. Seguem agradecimentos especiais a Sonia Pinto, Maria Oliveira Costa, Cristiano Barreto e a todos os demais colaboradores. A SECTI em parceria com a Secretaria de Combate a Pobreza representada por Clodoaldo Piasa, vem unindo esforços a fim de usar a inclusão digital como meio para se chegar à inclusão social.. 4.

(5) Introdução Este trabalho avalia os impactos do Programa Identidade Digital (PID) que através de infocentros, promove o acesso público à tecnologia da informação e comunicação no âmbito do Estado da Bahia. O programa está inserido dentro dos esforços de combate à pobreza e à desigualdade sendo financiado com recursos do fundo com o mesmo objetivo. O programa se revela bastante bem focalizado sendo 90,45% dos seus beneficiários incluídos na faixa de renda familiar de até 2 salários mínimos mensais da população-alvo explícita do fundo. Além de possuir foco efetivo na população de baixa renda, o programa atinge predominantemente crianças e adolescentes sendo 87.4% dos beneficiários possuem até 21 anos de idade. O programa of i gradativamente conferindo mais ênfase às parcerias com prefeituras e atuando através de escolas. Por exemplo, entre os beneficiários com menos de um mês no programa 84% eram estudantes contra 80% daqueles com mais de um ano de conexão com o programa. Esta mudança é explicada tanto por razões de oferta como de demanda, isto é tanto pela possibilidade de operacionalização através das prefeituras como pelas virtudes do público-alvo estudantil. O binômio estudantes pobres confere especial retorno social a ni iciativa de inclusão digital. Pois além de chegar aos mais desprovidos o faz durante a fase inicial da vida quando a capacidade de transformação de suas vidas é maior e quando o tempo de recuperação do investimento realizado é maior. Diversos estudos têm demonstrado que o foco na infância e na juventude, além de permitir chegar com mais facilidade a população mais pobre revela maior retorno prospectivo de ações educacionais. A inclusão digital é por definição uma política voltada para frente e, portanto indicada a quem tem um horizonte de tempo futuro maior pela frente como os mais jovens. Outras vantagens da iniciativa de inclusão digital em questão são explorar o paradigma do computador coletivo em oposição ao computador pessoal (PC) o que permite a socialização dos custos de obsolescência tecnológica dos equipamentos pelo aumento da taxa de utilização dos mesmos. Outra vantagem se refere ao potencial incremento da qualidade do uso proporcionado pela possibilidade de direcionar o conteúdo de acesso. 2. Metodologia. O objetivo central deste trabalho é avaliar os impactos do programa Identidade Digital na vida das pessoas. Para tanto foi criado um questionário, com cerca de 80 perguntas que foram aplicadas através da internet a uma amostra de 10522 usuários do programa. A estrutura do questionário foi composta de questões que permitem a comparabilidade direta com questões de outras bases de microdados tais com a PNAD, o suplemento especial da PNAD, o PISA, o Saeb entre outros. As perguntas do questionário foram divididas em 8 blocos: ?? O primeiro bloco contém informações que permitem a identificação do entrevistado, como número do questionário e nome do entrevistado. Esse bloco nos permite também obter informações pessoais como sexo, idade, grau de instrução e migração; além de condições de moradia. ?? O segundo bloco priorizou informações gerais sobre uso, locais de acesso e habilidades com computadores. ?? O terceiro bloco de perguntas diz respeito ao acesso a internet. Neste é possível identificar os locais de acesso à internet, freqüência de uso e as finalidades do acesso. ?? O quarto bloco refere-se exclusivamente ao acesso nos infocentros. É composto por um conjunto de questões sobre as características dos infocentros, freqüência dos usuários,. 5.

(6) finalidades de uso e impactos percebidos. O bloco também avalia os monitores e as perspectivas de melhoras em relação ao futuro do infocentro. ?? O quinto bloco investiga de forma geral quais os diversos meios de comunicação e freqüência de utilização pelos usuários dos infocentros. ?? O sexto bloco diz respeito à situação educacional dos usuários. Neste bloco será possível identificar os níveis de ensino e freqüência escolar dos usuários. Além disso, captaremos para aqueles que não freqüentam escola, os motivos que os levaram a isso. ?? O sétimo bloco diz respeito à ocupação. São 7 perguntas que englobam questões tais como tipo de atividade desempenhada pelo usuário, a forma de ocupação, idade em que começou a trabalhar e os meios utilizados para ingressar no mercado de trabalho.. ?? O oitavo bloco compreende questões gerais sobre a família dos usuários http://www.fgv.br/cps/pesquisas/midba. A fim de avaliar os impactos do PID, utilizamos dois tipos de grupo populacionais, a saber: em primeiro lugar, medimos a importância relativa de cada quesito no total de beneficiários do programa, e depois será feita uma avaliação comparando os usuários pelo tempo de cadastro nos infocentros. Nesse caso, comparamos aqueles com pelo menos um ano de cadastro aos que possuem menos de 1 mês. (respectivamente, 17,24% e 10% dos entrevistados totais). Os que estão cadastrados há mais tempo também são os que utilizam o infocentro com maior freqüência, durante a semana, (36,87% vão mais de 4 vezes contra 31,43% dos mais novos). Na população total, esse percentual é 32,76%. 3. Para Que ? – IMPACTOS PERCEBIDOS Talvez a medida mais importante para avaliar os efeitos do programa são os novos conhecimentos adquiridos pelos seus beneficiários ao longo do tempo. Perguntamos a cada um dos 10500 entrevistados sobre suas potencialidades, dificuldades e percepções na utilização de diferentes ferramentas de informática tais como no uso de programas específicos (editores de texto, planilhas, banco de dados, etc), na capacidade de realizar tarefas básicas (abrir arquivo, salvar arquivo, imprimir etc), na utilização de elementos de governo eletrônico (recadastramento de CPF, pagamento de impostos e tributos, etc), nos campos de mudanças percebidas em suas vidas (aprendizado, trabalho, lazer etc), nas motivações para utilização das ferramentas, nas perspectivas de realização futura, entre outros. Os usuários cadastrados há mais tempo, apresentam vantagens relativas positivos em todos os índices de alfabetização digital, indicando uma curva de aprendizado ascendente. Os resultados demonstram robustez do impacto do programa em várias esferas da vida das pessoas. Senão vejamos: A fim de facilitar as comparações de analfabetismo digital, dicotomizamos o espectro de respostas de cada questão, utilizamos como parâmetro o percentual de pessoas que conseguem fazer sozinhos determinadas tarefas. Agregamos os outros itens (fazerem as tarefas acompanhados, não saberem fazer com ou sem interesse). O banco de dados disponilizado no site http://www.fgv.br/cps/pesquisas/midba oferece a oportunidade de explorar outras categorias de qualidade de uso, dimensões temporais intermediárias entre os extremos considerados, outros cortes alternativos (faixas de renda familiar, e etc). Começando com a análise de utilização de programas (software) específicos: processadores de textos (65,66% daqueles com mais de um ano no infocentro contra 40,74%. 6.

(7) daqueles com menos de um mês) e planilhas eletrônicas (36,94% contra 24,14%). Os jogos, no outro extremo, atingem de forma mais igualitária os dois grupos (77,7% contra 69,83%). Os índices de alfabetização para o total de usuários, são respectivamente, 50,89%, 28,18% e 74,54% para cada um das três ferramentas citadas. Consegue fazer sozinho no computador 77,70. 40,74. 74,67. 69,83. 65,66. 64,32. 36,94 32,17 27,59. 24,14 18,19 15,71. processador de textos. planilha. 19,70 14,94. 18,41 13,79 9,26. criar programas. banco de dados. apresentações. Menos de 1 MÊS. 21,94. jogos. apresentação multimídia. desenhar com mouse. criar páginas na internet. Mais de 1 ANO. Fonte: CPS/FGV - pesquisa de campo dos beneficiários do PID.. Após analisarmos a familiaridade dos usuários com diferentes programas, resolvemos testar suas habilidades com comandos básicos de informática, tais como abrir programas, editar, salvar, deletar arquivos, entre outros. Novamente, os usuários mais antigos se destacam entre os outros indicando impacto positivo do programa (ver gráfico abaixo). As maiores va ntagens são: cópia de arquivos para CDs (41,11% contra 22,71%) e impressão (60,52% contra 34,07%). Na população de beneficiários total, esses índices são 31,27% e 45,05%, respectivamente. Consegue fazer sozinho no computador 82,39. 78,65 61,85. 60,33. 80,01. 60,52. 55,30. 53,49. 53,03. 55,75. 47,46 38,09. 41,11 34,07. 34,47. 22,71 13,70 10,80. abrir um programa. eliminar virus abrir arquivos. editar arquivos. copiar arquivos para CDs. Menos de 1 MÊS. salvar arquivos. imprimir. deletar arquivos. mover arquivos. Mais de 1 ANO. Fonte: CPS/FGV - pesquisa de campo dos beneficiários do PID. Facilidades na utilização da internet também são relativamente maiores para aqueles que estão a mais tempo cadastrados no PID. De todos os itens analisados, os mais difundidos entre os usuários do PID, são: entrar na internet com 92,71% do total (97,29% dos mais antigos contra 84,05% dos mais novos); fazer pesquisas com 80,85% (93,62 contra 66,64%); e enviar emails com 73,24 (87,99% contra 59,43). O principal diferencial de aprendizado entre os dois grupos se dá na hora de baixar arquivos (61,51 contra 35,95%), mas está presente em todas as categorias mensuradas.. 7.

(8) Consegue fazer sozinho na internet 93,62. 91,41. 97,29 87,99. 84,05. 78,25 66,64 57,22. 61,51. 59,43. 51,69. 49,91 35,95. usar programas de busca. comunicação em tempo real. pesquisas na internet. entrar na internet. 48,52 32,41. 29,49. baixar arquivos anexos em e- baixar músicas enviar e-mails mail. Menos de 1 MÊS. Mais de 1 ANO. O infocentro é a principal fonte de alfabetização digital segundo 51% os beneficiários totais do programa, relativamente ainda mais importante para aqueles que estão há mais tempo (50% contra 48% dos que estão há menos de 1 mês). O tempo de cadastro também parece contribuir para capacitar as pessoas a aprenderem sozinhas (12,66% contra 9,65%) e a um maior uso nos locais de trabalho (8,07% contra 4,25%). No total, 11,57% são autodidatas e 6,11% aprenderam no trabalho. Por outro lado, mais tempo de acesso está associado a uma menor influência da escola, amigos e família no processo de aprendizado. Quem te ensinou mais sobre como usar a internet ? 53,37. 55,66. 21,66 14,71. 12,66 9,65. 6,34. 4,74 4,32. 4,51. Escola. Infocentro. Amigos Menos de 1 MÊS. Família. 8,07 4,25. Sozinho. Trabalho. Mais de 1 ANO. Fonte: CPS/FGV - pesquisa de campo dos beneficiários do PID.. Em seguida, avaliamos os infocentros como meios de interação entre usuários e autoridades públicas. Em geral, os mais antigos utilizam de forma mais intensa serviços eletrônicos importantes como: recadastramento de CPF (27,68% contra 11,69%), pesquisa ou inscrição em concursos públicos (9,10% contra 7,05%), declaração de imposto de renda (14,26% contra 4,52%). No total, os índices são 15,8%, 12,1% e 6,99%, respectivamente. Acesso a serviços de saúde, boletim de ocorrência policial são menos freqüentes entre aqueles que estão há mais tempo, o que não deve ser considerado como um impacto negativo do programa, podendo também indicar uma menor freqüência de ocorrência dos eventos adversos.. 8.

(9) Utilizou a internet para interagir com autoridades públicas 27,68 23,74. 22,05 15,11. 14,26 12,18. 11,69 9,10 7,05 4,08. 2,54 1,97. Menos de 1 MÊS. Outros. Pesquisa ou Incrição em Concursos. Informações osbre Serviços Públicos. Serviços de Saúde. 1,97. Boletim de Ocorrência. Recadastramento CPF. IPVA. Declaração de Imposto de Renda. 2,432,25. 4,85 2,44 Certidões negativas. 4,52. Mais de 1 ANO. Fonte: CPS/FGV - pesquisa de campo dos beneficiários do PID.. Perguntamos aos usuários sobre o principal impacto da internet em suas vidas. Aprendizagem, o mais importante, foi citado por 70,62% deles, embora menos para quem esteja a mais tempo no programa (69,3% contra 73% dos mais novos). Impactos no lazer, foi o segundo mais reportado, com 11,69% do total (12,29% contra 9,87%) e emprego / trabalho com 8,57% (9,19% e 7,61%). Com passar do tempo há maior diversificação das ferramentas utilizadas na internet, talvez por isso aprendizagem seja mais importante para usuários novos, enquanto que os antigos exploram um leque maior de opções. Principal impacto da internet na sua vida 73,00. 69,30. 7,61. 9,87. 9,19. 5,84 1,38. Aprendizado. 12,29. Emprego ou trabalho. Acesso a serviços públicos. Menos de 1 MÊS. 5,54. 1,97. Lazer. Encontrar pessoas. Mais de 1 ANO. Fonte: CPS/FGV - pesquisa de campo dos beneficiários do PID.. Os antigos usuários possuem mais expectativas futuras quanto aos benefícios trazidos pela internet indicando um processo de ampliação da fronteira de possibilidades de realização individual. A maior parte dos beneficiários, em particular os mais antigos, esperam se beneficiar da experiência adquirida em questões relacionadas ao mercado de trabalho (74,9% contra 70,45%). Em segundo lugar, esperam mais agilidade na busca de conhecimento (48,15% contra. No futuro, como você espera se beneficiar da internet 74,94 70,45. 48,15 36,00 29,28. 26,18. 19,79. 17,58. 16,98. 13,18. emprego. ensino a distância. agilidade na busca de conhecimento Menos de 1 MÊS. agilidade na utilização de serviços. Mais de 1 ANO. facilidade de compra e venda. 9.

(10) 36%). No total, os percentuais são 71,82% e 40,78%, respectivamente. Observamos, grande preocupação dos usuários no que diz respeito a utilização das ferramentas/conhecimentos adquiridos através da internet para alcançar melhores oportunidades de trabalho. A inclusão digital ajuda não só o indivíduo em sua capacitação para o mercado, como também se torna aliada na busca de novas oportunidades de trabalho. Cerca de 20,3% dos usuários já utilizaram o infocentro para busca de emprego ou enviaram currículos pela internet, principalmente aqueles com mais de um ano de cadastro, conforme podemos visualizar no gráfico a seguir (28,06% dos mais antigos contra 21,17% dos mais novos). Apenas 10,37% dos usuários que enviaram currículos pela internet tiveram algum tipo de retorno através de entrevistas. Quando focamos em nossos grupos de comparação por tempo de acesso, os mais antigos tiveram menores chances de retorno (10,16% contra 13,72%). O mesmo acontece com a probabilidade de contratação (1,99% contra 3,61). Na população total, 2,67% dos usuários obtiveram sucesso. Ou seja, a probabilidade de contratação trabalhista efetiva é baixa e menor entre os usuários mais antigos que buscaram trabalho através da internet, embora estes busquem mais trabalho que os demais. A fim de medir quanto o infocentro é importante nas decisões dos indivíduos, perguntamos aos entrevistados se eles pretendem trabalhar com tecnologia da informação e comunicação. 65,18% dos beneficiários totais afirmaram possuir essa vontade. Com passar do tempo, isso se torna ainda maior como pode ser visto ao compararmos os usuários antigos com os novos (66,91% contra 64,04%), indicando uma ampliação de horizontes. 4. Por que ? – IMPACTOS PERCEBIDOS Quando avaliamos a importância da meta da inclusão digital é interessante também considerarmos a percepção dos indivíduos em relação à informática, pois a motivação para utilizar os infocentros vem dos usuários. A atitude dos indivíduos sobre tecnologia da informação pode ser moldada e elaborada ao longo do tempo através do uso dos infocentros, onde os usuários se tornam cada vez mais familiares com informática, assim descobrindo novos fins para freqüentar o infocentro. Porém, muitas vezes é a visão inicial de informática que vai determinar o interesse do individuo em enriquecer seu conhecimento na área. Perguntamos aos 10.500 entrevistados como eles se sentiam em relação à informática. Observamos que os usuários mais antigos, que já possuem um domínio maior sobre os recursos disponibilizados através da informática, têm mais facilidade em associar o uso de informática com os estudos e trabalho; ou seja, para estes, informática já oferece um retorno prático e concreto. Em ambas as categorias reconhecendo a necessidade do uso de informática, os usuários mais antigos se destacam (25,31% contra 22,88%, e 7,50% contra 6,95%). Enquanto isso, usuários mais antigos demonstram maior entusiasmo pelo conhecimento de ITC (68,41% contra 66,25%), também assinalando ter maior dificuldade e resistência à informática (1,76% contra 0,66%). O reconhecimento dos avanços oferecidos pelo computador e o entusiasmo por informática demonstram que há uma demanda dos indivíduos por acesso a esta tecnologia, assim como disponibilidade da mesma. É justamente este serviço que o infocentro oferece. Através do questionário implementado, identificamos porque os usuários acham importante freqüentar infocentros. Entre as opções disponíveis, a que foi considerada de maior importância foi utilizar o tempo para estudar, fazer pesquisas e trabalhos escolares (68,39%0, seguido por “utilizo este tempo para me divertir” (51,75%) e “utilizo este tempo para me comunicar com outras pessoas” (51,52%). Em geral, os usuários mais antigos atribuíram maior importância a todas as categorias disponíveis, sugerindo que ao longo do tempo, o usuário vai se tornando mais familiarizado com os recursos disponíveis através da informática, e então conhecendo. 10.

(11) outros modos de aproveitar os bens tecnológicos ainda desconhecidos ao usuário mais novo. Isto se torna claro quando consideramos que a categoria onde novos e antigos usuários atribuem quase o mesmo nível de importância ao uso do infocentro é no quesito “utilizo este tempo para me divertir.” Em atividades com um retorno social maior e mais concreto, como o uso do infocentro para pesquisas e trabalhos escolares (75,62% contra 60,31%) ou participação de cursos e oficinas (19,98% contra 10,47%) são mais reconhecidos pelos usuários com mais de um ano. Já o enriquecimento do capital social através de melhor exercício da cidadania é reconhecido por quase o dobro de usuários mais antigos do que mais novos (20,64% contra 11,14%). Freqüentar o Infocentro é importante para 75,62 60,31. 59,30. 59,29. 52,26 46,86. 45,16 39,12 30,76. 28,44. Menos de 1 MÊS. 20,64. 18,41. 11,14. 7,55. melhores oportunidades de trabalho. exercer cidadania. participar de cursos e oficinas. aprender softwares. aprender coisas novas. comunicar-se com outras pessoas. divertir. trabalhos e pesquisas escolares. 10,47. 17,17 12,13. melhorar condições da comunidade. 19,98. 4,97. não sabe dizer. 37,92. Mais de 1 ANO. Fonte: CPS/FGV - pesquisa de campo dos beneficiários do PID.. 5. Onde? Fornecemos abaixo uma visão completa dos locais de acesso a internet pelos usuários do PID. Como já esperado, os centros de acesso público são os mais utilizados, principalmente entre os usuários mais antigos, 64,46% do total utiliza em locais de acesso gratuito (64,93% dos antigos contra 51,70% dos mais novos) e 55,38% do total em centros pagos (63,91% contra 42,40%). Por outro lado, os níveis mais baixos de acesso são em casa com 6,76% do total e no trabalho com 6,26%, estes mais presentes entre usuários novos: casa (6,66% dos antigos contra 8,22% dos novos) e trabalho (6,47% contra 7,06%). Utilizou a internet nos últimos 3 meses ? 64,93. 63,91. 51,70 42,90. 42,40 32,82. 32,86. 24,81. 8,22 6,66. 7,06 6,47. casa. trabalho. escola ou curso. centro público gratuito. centro público pago. outros locais. Fonte: CPS/FGV - pesquisa de campo dos beneficiários do PID.. 11.

(12) Questionados sobre onde esperam acessar a internet no futuro, 80% deles apontam o domicílio como principal local (83,21% contra 76,64%). O segundo lugar mais apontado é o trabalho, cerca 10% da população (7,31% e 10,81%) SOBRE OS INFOCENTROS E MONITORES É muito importante avaliarmos a infra-estrutura do projeto e o desempenho de seus monitores na visão dos próprios usuários. Nesse intuito, perguntamos aos entrevistados o que eles acham dos infocentros: 63,64% consideram o local bem cuidado (64,20% dos mais antigos contra 61,13% dos mais novos), 40,79% acham o horário de funcionamento adequado (50,19% contra 40,79%) e 39,12% acham adequados seus equipamentos e mobiliários (42,79% contra 34,90%). Quando perguntamos o que eles acham de seus monitores, encontramos boas taxas de aprovação, ainda maiores entre os usuários mais antigos. Em primeiro lugar, 56,78% dos usuários consideram seus monitores muito bons. Vale apontar para índices de aprovação semelhantes entre os dois grupos de análise (58,42% dos mais antigos contra 58,18% dos mais novos). Complementarmente avaliamos o nível de aprovação dos monitores em diferentes itens. Os mais citados são: respeito ao horário de funcionamento com 86,49% do total de entrevistados (87,43% dos mais antigos contra 83,84% dos mais novos) e o esclarecimento de dúvidas com 85,89% do total (89,19% contra 82,30%).. Sobre o monitor do infocentro 89,19 82,04 76,36. 82,30. 83,84. 87,43 75,13. 78,90. 76,85. 81,57. 80,04 74,54 62,01 46,53. atende de forma educada e indiscriminada. esclarece dúvidas sobre mantém o infocentro mantém lista e ordem utilização de aberto durante o horário de chagada com computadores de forma de funcionamento atendimento clara preferencial a idosos e gestantes. Menos de 1 MÊS. orienta sobre uso seguro da internet. desenvolve oficinas. disponibiliza regimento interno em local de fácil acesso. Mais de 1 ANO. Fonte: CPS/FGV - pesquisa de campo dos beneficiários do PID.. 6. Quem? e Quando ? Quando traçamos o perfil dos usuários do Programa Identidade Digital, observamos que ao decorrer da implementação do projeto, houve uma mudança no público que freqüenta os infocentros. Em geral, através dos resultados abaixo, podemos inferir que houve um aumento na oferta do programa para aqueles mais excluídos digitalmente. Sendo assim, o programa intensificou seu foco de combate a pobreza através da inclusão digital. Os quesitos aonde ocorreram as mudanças mais significativas favoráveis a erradicação da pobreza foram: renda, idade e escolaridade. Estas características, entre outras, serão discutidas detalhadamente para que possamos interpretar o impacto do PID na população baiana.. 12.

(13) Renda: Com o objetivo de utilizar a inclusão digital como meio para combate à pobreza, o público alvo do PID é composto por aqueles com renda familiar de até dois salários mínimos. Este grupo compõe 90,45% dos usuários do PID. Entre os usuários mais recentes e os mais antigos, houve uma redistribuição na divisão de renda, pois o porcentagem daqueles que recebem menos de um salário mínimo é maior entre os usuários mais recentes (52,34% contra 37,82%). Isto indica que possa ter ocorrido um atrativo maior para os de renda mais baixa no período recente. Já a participação dos que recebem 1 a 2 salários mínimos diminuiu (50,52% para 38,43%) . Também podemos usar o acesso a Bolsa Família como outra variável que pode indicar a redistribuição do público alvo do PID. Da população total dos usuários, 62,93% pertencem a domicílios que recebem o Bolsa Família. Porém, se considerarmos somente os cadastrados mais recentes, observamos que esta participação aumenta para 64,94% (contra 59,52%). Gênero: Utilizando a amostra do questionário, concluímos que dentre os usuários do PID, 51,73% dos usuários são homens, enquanto 48,27% são mulheres. O projeto tem se tornado mais feminino. Cor ou Raça: Entre os entrevistados, 71,46% se denominaram de cor preta/parda. Posição na Família: De acordo com posição na família, percebemos que os filhos representam a posição da família mais representativa da população total (90,36). Estado Civil: Em termos de estado civil dos usuários do PID, está não mudou significativamente com o decorrer do tempo. 95,22% da população total é solteira, enquanto próximos dois maiores grupos são compostos daqueles que tem casamento civil e religioso (1,21%) e união consensual (1,76%). Imigração: Da população que participa do PID, 90,49% são nativos da Bahia, enquanto 62,30% freqüentam infocentros em seu município de origem. Idade: Os dois maiores grupos etários são compostos por aqueles de 10 a 15 anos (50,63%) e de 16 a 20 anos (32,25%). Estes dados confirmam que o programa tem tido uma demanda maior por aqueles na faixa etária estudantil. Freqüenta Escola: Quando perguntamos sobre a freqüência escolar, certificamos que a maioria dos usuários são realmente estudantes, e que a procura destes pelo PID tem aumentado. O foco nos estudantes oferece maior retorno no investimento em inclusão digital, pois o jovem permanece incluído durante muitos anos a mais do que os mais velhos, assim contribuindo para o mercado de trabalho. Na população total, 84,03% são estudantes que freqüentam escola ou universidade. A oferta voltada para a população jovem de baixa renda, em grande parte estudantes, difere do foco inicial do programa, como podemos ver pelo gráfico abaixo, que mostra um crescimento na porcentagem de estudantes participando no programa (uma mudança de 80,55% para 84,47%). Neste público de estudantes, 93,70% freqüenta escola pública, enquanto 6,27% estuda em escola particular. Apesar de não ter havido um deslocamento no tipo de escola freqüentado, houve uma mudança no curso freqüentado pela maioria dos estudantes, refletindo o público mais jovem. Atualmente, 42,15% dos que freqüentam escola estão cursando o ensino fundamental, enquanto 29,86% estão cursando o ensino médio. Vemos que a composição dos que freqüentam o ensino médio é dominada por aqueles que estão no programa há mais de um ano (37,61% contra. 13.

(14) 22,876%). Simultaneamente, o grupo que cursa o ensino fundamental é em grande parte composto por aqueles usuários mais recentes (43,84% contra 35,66%). Apesar da alta taxa de repetição na educação, esta mudança diversificação dos cursos freqüentados indica que o PID tem se tornado mais jovem ao longo do tempo. Curso que frequenta 43,84 37,61. 35,66. 22,76. 11,63 5,07. 4,586,10. 5,68 3,94. Menos de 1 MÊS. 4,41 1,88. 4,69 2,65. 4,22 2,04. 1,870,47. 0,500,28. Mais de 1 ANO. Fonte: CPS/FGV - pesquisa de campo dos beneficiários do PID.. Tradicionalmente, a escolaridade materna indica o nível de escolaridade do indivíduo. Sendo assim, perguntamos aos entrevistados sobre a escolaridade materna, assim como a paterna. Na população total, 86,36% dos indivíduos têm mães que sabem ler e escrever, enquanto o mesmo em relação aos pais só se aplica para 77,21% dos indivíduos. Nas amostras intertemporais, há uma queda forte na escolaridade da mãe assim como a do pai (87,81% contra 83,86% e 78,12% contra 74,93% respectivamente). Sabe ler e escrever ? 87,81 83,86 78,12 74,93. mãe. pai. Menos de 1 MÊS. Mais de 1 ANO. Fonte: CPS/FGV - pesquisa de campo dos beneficiários do PID.. Esta ocorrência é comprovada através dos índices de escolaridade de ambos os pais. No caso dos usuários mais antigos, 18,57% possuem mães que terminam o ensino médio, este tendo a maior representação na amostra. Já no caso dos mais novos, o nível escolar com a. 14.

(15) maior representatividade foi “Não completou a 4ª série” (23,48%). Este índice está acima da proporção da população total, registrada em 19,44%. 8. Expansão do PID A presente nota quantifica no âmbito do Município de Salvador o impacto da expansão do programa Identidade Digital sobre o número e a proporção de pessoas com acesso a computador. Este exercício permite simular diferentes cenários de expansão do número de telecentros sobre a taxa de inclusão digital na população do município e na população de baixarenda alvo do programa. Os cenários atual e prospectivos traçados resultam de interações entre as estimativas populacionais do IBGE para 2006 com as projeções de crescimento da taxa de acesso a computadores. Estas estimativas foram obtidas a partir do processamento de microdados do Censo de 2000, da Pesquisa Nacional de Amostras a Domicílio de 2002 e de 2004 e pela Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2003 por parte do Centro de Políticas Sociais da FGV. O número estimado de excluídos digitais em Salvador totaliza cerca de 2.2 milhões em 2006, cerca de 82% da população, sendo a proporção de excluídos 18% da população. A tabela abaixo simula o impacto de diferentes ritmos de expansão do programa em Salvador. Neste exercício usamos um número médio de 3 mil novos cadastrados por telecentro. Por exemplo, a criação de 10 novos centros elevaria a taxa de inclusão digital para 10.1% da população e baixaria o número de excluídos digitais em Salvador em 2006 para 2.17 milhões de pessoas, e assim por diante. Cenário de Expansão do Identidade Digital – População Total de Salvador Número de Novos INFOCENTROS EXCLUIDOS % de Excluídos Cenário Base 2200059 81.01 10 2170059 79.90 20 2140059 78.80 30 2110059 77.69 40 2080059 76.59 50 2050059 75.48 100 1900059 69.96. % de Incluídos 18.99 20.10 21.20 22.31 23.41 24.52 30.04. O público-alvo do programa Identidade Digital como parte integrante da estratégia de combate à pobreza do Governo do Estado da Bahia é a população com renda familiar até 2 Salários Mínimos para o município de Salvador. A tabela abaixo replica os impactos do programa para este subgrupo da população. Observamos que a taxa de inclusão digital na população de baixa renda que é de 8% na ausência da expansão do programa subiria para 10.53%, representando um incremento de 30% na taxa.. 15.

(16) Cenário de Expansão do Identidade Digital – População de Baixa Renda de Salvador Número de Novos INFOCENTROS EXCLUIDOS % de Excluídos Cenário Base 1096481 91.99 10 1066481 89.47 20 1036481 86.95 30 1006481 84.44 40 976481 81.92 50 946481 79.40 100 796481 66.82. % de Incluídos 8.01 10.53 13.05 15.56 18.08 20.60 33.18. A inclusão digital doméstica considerada em nossas projeções pode ser desagregada por características sócio-demográficas e espaciais diversas de forma a permitir o acompanhamento de outros grupos sócio-econômicos como afro-descendentes, estudantes, pessoas com deficiência e etc. O Censo possibilitaria acoplada a outras bases de dados à abertura dessas informações a nível infra-municipais, conforme o mapa abaixo.. Mapa da Ex clu sã o Digita l - Salvad or. 3. 31 - 5. 13 5. 13 - 6. 93 6. 93 - 10. 5 10. 5 - 23. 86 23. 86 - 37. 26. 16.

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Referências

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