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Afetividade como instrumento facilitador no processo de ensino-aprendizagem / Affectivity as a facilitating tool in the teaching-learning process

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Academic year: 2020

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Afetividade como instrumento facilitador no processo de ensino-aprendizagem

Affectivity as a facilitating tool in the teaching-learning process

DOI:10.34117/bjdv6n2-031

Recebimento dos originais: 30/12/2019 Aceitação para publicação: 04/02/2020

Nataely dos Prazeres Sousa Tomas

Mestranda em Ciências da Educação pela Atenas College University – EUA Instituição: Atenas College University – EUA

Endereço: Rua A, 481- Umari, Bom – Jardim – PE, Brasil, CEP: 55730-000 E-mail: nataelysousatomas@gmail.com

Graciela Ferreira da Silva

Mestranda em Ciências da Educação pela Atenas College University – EUA Instituição: Atenas College University – EUA

Endereço: Rua Manoel José Pessoa, 93ª, Bairro São Sebastião – Surubim – PE, Brasil, CEP:55750-000

E-mail: gfsilva22@hotmail.com Maria Silvânia Santos de Oliveira

Mestranda em Ciências da Educação pela Atenas College University – EUA Instituição: Atenas College University – EUA

Endereço: Rua Urcicino de Albertins 17 A, Loteamento Maracajá – Surubim – PE, Brasil, CEP:55750-000

E-Mail: silvaniafernandes2@hotmail.com Nagraely dos Prazeres Sousa

Mestranda em Ciências da Educação pela Atenas College University – EUA Instituição: Atenas College University – EUA

Endereço: Aroeiras, 05 – Zona Rural – Bom – Jardim – PE, Brasil, CEP: 55730-000 E-mail: nagraely@gmail.com

RESUMO

A escola da atualidade caracteriza-se por apresentar aspectos que antes não eram relevantes para o processo de ensino-aprendizagem. Hoje em dia, com todo o desencadear das formações familiares e das transformações ocorridas nos hábitos da população, a escola acabara por se adequar a estas novas mudanças. Diante disto, o corpo discente se apresenta cada dia mais carente de atenção e de afeto, cabendo a escola, em muitas vezes, tentar suprir essa carência. Daí surge o principal objetivo desta pesquisa, investigar as relações de afetividade entre professores e alunos e relacionar com o (in) sucesso do processo de ensino e aprendizagem utilizando a psicopedagogia como suporte. A mesma utilizou um estudo bibliográfico com abordagem qualitativa. A afetividade se mostra tão importante para o ambiente escolar quanto as intervenções psicopedagógicas, visto que, se ambas forem praticadas de maneira correta, trazem benefícios para a vida e convívio de todo o ambiente escolar. Assim, o afeto se torna um aliado para a construção de um ser pensante e reflexivo e a psicopedagogia, um dos caminhos para a solução de diversos problemas que podem surgir no ambiente escolar. Palavras-chave: Afetividade, Ensino-aprendizagem, Psicopedagogia

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ABCTRACT

Today’s school is characterized by presenting aspects that were not previously relevant to the teaching-learning process. Nowadays, with all the triggering of family formations and changes in the habits of the population, the school ended up adapting itself to these new changes. In view of this, the student body is increasingly lacking in attention and affection, with the school, in many cases, tryng to supply this lack. Hence the main objective of this research arises, to investigate the relationships of affection between teachers and students and to relate to the (in) success of the’teaching and learning process using psychopedagogy as a support. It used a bibliographic study with a qualitative approach. Affection is shown to be as important for the school environment as psychopedagogical interventions, since, if both are practiced correctly, they bring benefits to the life and conviviality of the entire school environment. Thus, affection becomes an ally for the construction of a thinking and reflective being and psychopedagogy, one of the ways to solve various problems that may arise in the scool environment.

Key words: Affectivity, Teaching-learning, Psychopedagogy

1 INTRODUÇÃO

Falar de uma educação para todos muitas vezes reflete a ideia de que de fato ela acontece. Muitos são os obstáculos e paradigmas que a rodeia, impedindo-a de ser realizada. Uma vez que a responsabilidade de educar se tornou perante a sociedade, função única e exclusiva da escola. A responsabilidade de educar não se deve apenas a escola e sim, ao conjunto, um auxilia o outro de forma a complementar na formação do indivíduo. A primeira educação é aquela que acontece nos primeiros anos de vida, a que é de responsabilidade dos pais e familiares (a familiar), existe também a realizada por grupos sociais, como a das igrejas, todas essas irão construindo o ser e acrescentando em sua personalidade.

Hoje, ao alcance de todos, o que se pretende é que a escola não seja só um veículo de transmissão de conhecimentos e saberes, mas que contribua significativamente para o enriquecimento cultural, cívico e artístico do aluno, assim como para a sua realização pessoal e formação integral. Após assumir papéis bem diferentes de uns anos atrás, a escola se deparou com diferentes culturas, saberes e valores e, com fenômenos de indisciplina preocupantes.

A afetividade exerce forte influência no cognitivo, pois quando uma criança se sente amada, querida e respeitada pelo seu professor, certamente este aluno sentirá vontade de aprender. De acordo com Cunha (2008), torna-se importante a atitude que o professor deve ter ao procurar conhecer seu aluno de forma particular, principalmente no que diz respeito aos seus estágios cognitivos de desenvolvimento, para que deste modo, possa utilizar recursos adequados e estimulantes, facilitando de forma significativa o aprendizado de seu aluno.

É justo ressaltar a importância de se ter uma boa relação em sala de aula por parte de professores para com seus alunos. Isso acarreta numa maior segurança por ambas as partes durante a vida escolar. O professor precisa conhecer seu aluno para assim poder entendê-lo. Segundo Piaget (2005), a afetividade é

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um dos principais elementos da inteligência, isto, se for administrada na medida certa, pois o excesso exercerá o efeito oposto.

O ensino encontra-se aparentemente desconfigurado do que realmente deveria ser, uma vez que, os diversos problemas que se encontram no ambiente escolar acabam por transmitir um sentimento de desânimo e descrença em relação ao sucesso da aprendizagem. Diante disto se faz muito importante que exista um elo entre o educador e o educando, criando uma relação de respeito, afetividade e confiança. Como se sabe, a afetividade é um dos itens que faz com que tanto o aluno quanto os professores se sintam mais motivados a estarem na escola desenvolvendo suas funções.

Para tanto, esta pesquisa se justifica por investigar as possíveis e esperadas relações de afetividade que devem existir no meio educacional. Além disso, engrandecerá o conhecimento de diversas pessoas que tem interesse pelo tema proposto, tornando um ponto positivo para o meio acadêmico. Será de extrema importância para o enriquecimento do vocabulário e pela experiência em se trabalhar com aprofundamento dentro da realidade escolar, o que tornará esta pesquisa uma fonte de aprendizado e de conhecimento profissional, estimulando as possíveis tomadas de decisões que serão necessárias quando inseridas no contexto do trabalho escolar.

Assim sendo, a presente pesquisa apresenta como objetivo geral investigar as relações de afetividade entre professores e alunos e relacionar com o (in) sucesso do processo de ensino e aprendizagem utilizando a psicopedagogia como suporte. Como específicos: Apresentar os benefícios adquiridos na sala de aula através da aplicabilidade das relações afetivas; Indicar a afetividade e o trabalho do psicopedagogo como facilitadores no processo de aprendizagem; apontar o papel do psicopedagogo como forma de contribuir no processo de ensino-aprendizagem.

A escola cada dia mais necessita de ações que estimulem a boa relação do professor para com o aluno, assim como de todos que fazem parte deste ambiente. Os pais também necessitam auxiliar nesse processo, uma vez que, é através da parceria com todos os envolvidos nesse contexto que se pode colher frutos positivos. Faz-se necessário que decisões sejam tomadas com o intuito de promover uma boa relação, criando deste modo, um vínculo afetivo no processo de ensino e aprendizagem.

Para tanto, o problema que norteia esta pesquisa é: A afetividade facilita o processo de ensino-aprendizagem? A mesma possui como hipótese: A afetividade pode ser o meio facilitador para o processo de ensino-aprendizagem. Estes questionamentos serão necessários para que se alcance os resultados relevantes da pesquisa, dando um rumo para o meio acadêmico e pessoal e desmitificando possíveis hipóteses errôneas a respeito do tema.

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2 AFETIVIDADE

De acordo com o Aurélio On-Line, afetividade é substantivo feminino referente a “Conjunto dos fenômenos afetivos (tendências, emoções, sentimentos, paixões etc.) e, ou, força constituída por esses fenômenos, no íntimo de um caráter individual.” No entanto, existem outros vários conceitos referentes ao tema, porem sempre destinados a sentimentos e relações humanas.

A afetividade tem papel fundamental no processo de desenvolvimento da personalidade da criança. Para tanto, Wallon (1975) afirma que a afetividade é um domínio funcional através do qual o desenvolvimento depende da ação de dois fatores: o orgânico e o social. Referindo-se a isto diz que a constituição biológica da criança ao nascer não será a lei única do seu futuro destino. Os seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas circunstâncias sociais da sua existência, onde a escolha individual não está ausente.

Com isso, o autor reflete a ideia de que a afetividade pode ser influenciada pelo meio social onde o indivíduo está inserido, alterando as fontes de onde essa afetividade possa ser iniciada, além de suas formas de expressão.

Sabe-se que as relações sociais são muito importantes para o desenvolvimento humano em todos os aspectos, na sala de aula não é diferente, tendo em vista que para aprender é necessário que antes se crie um ambiente agradável e confortável favorável a aprendizagem. Nesse sentido, Goldane (2010, p. 13) destaca:

A aprendizagem ocorre por meio das interações sociais e estas são originadas por meio dos vínculos que estabelecemos com os outros, pode-se dizer que toda aprendizagem ocorre por meio das interações sociais e estas são originadas por meio dos vínculos que estabelecemos com os outros, pode-se dizer que toda aprendizagem está impregnada de afetividade.

A afetividade se torna importante no âmbito educacional por proporcionar um maior estímulo ao aprendiz, uma vez que, a relação entre professor e aluno deve aproximar ambos, criando um vínculo de confiança e harmonia.

Para Freire (1996), a pratica educativa deve estar voltada em favor da autonomia e do desenvolvimento dos educandos, que perde completamente o sentido sem o querer bem e sem o gosto e a alegria pela pratica que desenvolve. Sendo assim, o autor atenta para o fato de que se não há envolvimento afetivo relacionado ao gostar do que se faz a pratica educativa perde o significado.

De acordo com Cunha (2008, p.51):

Em qualquer circunstância, o primeiro caminho para a conquista do aprendiz é o afeto. Ele é um meio facilitador para a educação. Irrompe em lugares que, muitas vezes, estão fechados às possibilidades acadêmicas. Considerando o nível de dispersão, conflitos

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familiares e pessoais e até comportamentos agressivos na escola hoje em dia, seria difícil encontrar algum outro mecanismo de auxílio ao professor mais eficaz.

Na escola atual, ter um bom relacionamento e um laço de afetividade com o aluno se torna importante por proporcionar ao mesmo mais segurança em relação a sua forma de pensar e agir. Para uma escola inclusiva, a afetividade, mais que um marco inicial, se torna a chave principal para o acolhimento, acarretando num processo de aprendizagem muito mais satisfatório.

O afeto exerce um poder sobrenatural em derrubar certas muralhas emocionais, além de romper bloqueios psicológicos e promover um bem-estar ao aluno. Dando força a esta ideia, Saltini (2008, p. 12) diz que:

Inicialmente, educar seria, então, conduzir ou criar condições para que, na interação, na adaptação da criança de zero até seis anos, fosse possível desenvolver as estruturas da inteligência necessárias ao estabelecimento de uma relação lógico-afetivo com o mundo.

O autor enfatiza que as relações dentro da sala de aula são importantes por viabilizar formas de afeto, além de compartilhar experiências com outras pessoas, ajudando o aluno a se desenvolver intelectualmente. Outro fator importante neste processo de aprendizagem é a relação afetiva estabelecida pela família, onde laços familiares de afeto influenciam de maneira significativa na aprendizagem.

Vale destacar que todas as formas de afeto e dialogo são bem-vindas e necessárias principalmente para as crianças que precisam se sentir seguras e queridas para que assim possam desenvolver com prazer e entusiasmo suas possibilidades e capacidades.

3 APRENDIZAGEM E AFETIVIDADE

Em algumas vezes, as crianças não estão completamente preparadas para ingressar na escola, visto que esse ingresso representa o primeiro afastamento da família. Assim, o professor se torna cada vez mais importante diante da acolhida do aluno, fazendo, por meio do processo de afetividade, com que esse aluno possa interagir com os demais e com o ambiente. Faz-se necessário que a criança se sinta acolhida e possa entender que o processo natural de separação com os pais seja um momento em que ele crie dentro de si a noção de responsabilidade.

As crises emotivas da criança podem ser reduzidas de acordo com o crescimento da mesma. Algumas cenas que são comuns na infância podem ser controladas pela razão, por meio de um trabalho de desenvolvimento da pessoa. As emoções podem ser subordinadas por meio do controle das funções psíquicas superiores, o que chamamos de razão. A criança volta de maneira natural ao mundo real, tentando organizar os conhecimentos que foram adquiridos até o momento, o que traduz novamente o predomínio da função cognitiva.

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Na visão de Vasconcellos, (2009, p.173) “O ensino se dá sempre em condições concretas, sendo necessário, portanto, analisar o contexto em que está inserido. Buscamos um currículo que tem por base os sujeitos, seus tempos de vida, suas necessidades, desejos, projetos”.

Desse modo, segundo o autor citado acima, ressalta-se a importância de atuar conforme a realidade dos sujeitos envolvidos no processo de ensino aprendizagem de forma a contribuir significativamente na sua formação em todos os seus aspectos.

Sendo assim, o processo de educação acaba se tornando um processo de construção do sujeito. A criança quando está em casa, na escola ou em qualquer que seja o lugar, está se constituindo como ser humano, por meio de suas experiências com o outro, naquele lugar e naquele instante. O processo de construção do real se dá por meio de informações e de desafios sobre as coisas do mundo, porem o aspecto afetivo nesta construção precisa continuar presente.

Para freire (1997) ensinar não está pautado em transferir conhecimentos e sim criar possibilidades para que o aluno construa suas possibilidades de aprendizagem. Desse modo, aproximar-se do aluno quanto ao aspecto de conhecer suas fragilidades e habilidades possibilita ao educador um leque de possibilidades na construção do conhecimento junto aquele indivíduo. Dessa maneira, o professor poderá estimular seu educando de forma a possibilitar uma aprendizagem prazerosa.

Para Piaget (1975), é visível e incontestável que o afeto apresenta um papel essencial e significativo no funcionamento da inteligência. Sem o afeto não haveria o interesse nem tão pouco a necessidade e a motivação e assim, perguntas e problemas jamais seriam colocados, não havendo inteligência. A afetividade se porta como uma condição de alta necessidade na constituição da inteligência. Consideram-se dois aspectos importantes no desenvolvimento intelectual: um afetivo e um cognitivo. Ainda para Piaget (1975, p. 265):

Afeto e cognição resultam de uma adaptação contínua e interdependente, em que os sentimentos exprimem os interesses e os valores das ações ou das estruturas inteligentes. Enquanto os esquemas afetivos levam à construção do caráter, os esquemas cognitivos conduzem à formação da inteligência.

Tanto a vida afetiva como a vida social, como forma de adaptação, acabam se apoiando numa assimilação contínua de situações presentes e de situação que se passaram anteriormente. Essa assimilação acaba sendo responsável pela existência de esquemas afetivos, ou seja, de maneiras relativamente estáveis de sentir e de reagir em relação aos outros.

O processo de assimilação e de acomodação ocorre de maneira natural, isto porque os esquemas pessoais são como os outros, afetivos e cognitivos. Existe apenas uma diferença de grau, uma vez que as pessoas provocam reações diferenciadas das reações provocadas pelos objetos. Um bebê que apresenta

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prazer no seu relacionamento inicial com a mãe, acaba por repetir posteriormente esse sentimento com ela, tendendo a generalizá-lo com outras pessoas como avós, tias, etc. (PIAGET, 1975).

Entretanto, precisa haver modificação no esquema afetivo, ou seja, é necessário acomodar os modos de sentir atuais aos modos de sentir passados. A impressão afetiva acaba sendo a consciência de uma necessidade ou de um interesse capaz de dirigir o organismo a mobilização com o intuito de satisfazê-la e assim, atingir o equilíbrio. Em outras pasatisfazê-lavras, a afetividade representa a fonte de energia que mobiliza a inteligência, sem que que a mesma seja alterada, da mesma maneira que o combustível de um carro provoca o funcionamento do motor sem que haja modificação na máquina (PIAGET, 1954.)

Ainda para o autor, cada um dos personagens do meio ambiente da criança traz consigo uma espécie de esquema afetivo em suas relações, isto é, sínteses ou moldes dos vários sentimentos sucessivos que este personagem provoca. Esse conjunto de esquemas acaba por constituir o caráter da pessoa (PIAGET, 1954).

Fica claro o quanto as relações afetivas contribuem no processo de ensino aprendizagem, de forma a garantir uma aprendizagem estimulante e prazerosa. As emoções estão presentes e influenciam no nosso dia a dia. De acordo com essa temática Davis e Oliveira (1994, p.83-84) destacam que:

As emoções estão presentes quando se busca conhecer, quando se estabelece relações com objetos físicos, concepções de outros indivíduos. Afeto e cognição constituem aspectos inseparáveis, presentes em qualquer atividade, embora em proporções variáveis. A afetividade e a inteligência se estruturam nas ações e pelas ações dos indivíduos. O afeto pode, assim, ser entendido como uma energia necessária para que a estrutura cognitiva passe a operar. E mais: ele influencia a velocidade com que se constrói o conhecimento, pois quando as pessoas se sentem seguras, aprendem com mais facilidade.

Diante disto, se faz necessário que seja trabalhado a articulação entre afetividade e aprendizagem em suas inúmeras situações, considerando-a como ponto chave para a prática pedagógica e não a julgando como uma simples alternativa da qual podemos lançar mão quando queremos fazer uma atividade diferente no ambiente escolar. Essa articulação precisa ser um objetivo constante de todos que concebem o espaço escolar como locais privilegiados na função humana.

Os conhecimentos passam a ser construídos através da ação e da interação. O sujeito aprende a partir do momento que se envolve de maneira ativa no processo de produção do conhecimento, por meio de mobilização de suas atividades mentais e na interação com o outro. Sendo assim, a sala de aula é o ambiente ideal para formação, harmonização, uma vez que a afetividade em suas diversas manifestações possa ser utilizada em prol da aprendizagem, visto que, o afetivo e o intelectual são faces de uma realidade em comum, o desenvolvimento do ser humano.

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Como é sabido, a família é a base de tudo na vida do ser humano, pois é nela que aprendemos os primeiros ensinamentos da vida em sociedade, os primeiros conceitos de cultura, de afeto e de carinho. É através da família que desfrutamos nosso primeiro contato com o outro, com as relações externas.

“O caráter social da afetividade é a relação afetividade-inteligência, sendo esta fundamental para todo o processo de desenvolvimento do ser humano” (Vygotsky, 1984). Deste modo, cabe ao educador integrar o que amamos com o que pensamos, trabalhando de uma só vez, a razão e a emoção. Só se aprende a amar, quando se é amado.

Segundo Paula e Faria (2010), as crianças precisam sentir-se amadas pelos pais, e pela família. O amor lhes dá segurança, fazendo com que tenham mais vontade de participar e explorar o mundo que as cerca, fazendo com que tenham mais vontade de participar e explorar o mundo.

Quando os pais se fazem presentes, mostrando interesse pelo filho, pelas coisas que está fazendo ou deixando de fazer e pelos seus progressos e necessidades, se torna notável que as crianças apresentam maior motivação para aprender, pois se sentem orgulhosas e apreciadas por seus feitos, gerando estimulo para progredir.

“A família é essencial para que a criança ganhe confiança, para que se sinta valorizada, para que se sinta assistida” (CHALITA, 2004, p.26). Por isso se faz importante criar um elo de comunicação entre a família e a escola. Ambas necessitam uma da outra.

É importante ressaltar que o sucesso ou o fracasso escolar da criança é influenciado por diversos fatores, sendo o envolvimento da família com essas crianças o fator principal. As expectativas de pais em relação ao futuro são fatores que podem cooperar ou não para que essas crianças estejam motivadas para um bom desempenho no processo de aprendizagem e durante toda a vida escolar.

5 A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO AMBIENTE ESCOLAR

A psicopedagogia tem, nos últimos anos, contribuído satisfatoriamente no processo de ensino aprendizagem tornando-se um aliado a mais para o professor na identificação e consequentemente na busca de soluções de problemas de aprendizagem. De acordo com Portillho (2003, p. 125):

A Psicopedagogia tem por objeto de estudo a aprendizagem do ser humano que na sua essência é social, emocional e cognitivo- o ser cognoscente, um sujeito que para aprender pensa, sente e age em uma atmosfera, que ao mesmo tempo é objetiva e subjetiva, individual e coletiva, de sensações e de conhecimentos, de ser e vir a ser, de não saber e de saber. Essa ciência estuda o sujeito na sua singularidade, a partir do seu contexto social e de todas as redes relacionais a que ele consegue pertencer [...].

A psicopedagogia também pode ser considerada uma metodologia específica de trabalho. A mesma precisa levar em consideração todo o contexto em que se desenvolve a ação pedagógica: família,

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comunidade e escola. Focando a instituição de educação infantil, se faz necessário levar em consideração tanto as características dos educadores como da própria instituição.

É necessário que na escola favoreçam as experiências que possam complementar e enriquecer o que as crianças possam ter adquirido fora dela. Isto pode ser alcançado ao ser feito uma análise concreta da situação do contexto familiar e social das crianças em relação ao conteúdo e as atividades propostas pelo professor. Trabalhar com a realidade dos educandos será sempre uma forma positiva para se alcançar melhores resultados.

Também se faz indispensável, na educação infantil, considerar os aspectos afetivos e relacionais que irão possibilitar as crianças se sentirem bem na escola, despertarem a vontade de aprender e de participar das atividades propostas. As relações entre a família e escola precisam promover aos pais e mães a compreensão, aceitação e valorização do trabalho dos professores e da equipe psicopedagógica encarregadas da ação educativa. A parceria com a família é primordial para o sucesso de todos os envolvidos.

O trabalho psicopedagógico realizado em instituições de ensino obriga o psicopedagogo a se situar diante de uma perspectiva interdisciplinar para assim, poder compreender os problemas que se apresentam. Neste aspecto, outra dimensão significativa do trabalho psicopedagógico na instituição de educação e o seu caráter preventivo. Na perspectiva preventiva, pensar a escola à luz da psicopedagogia implica em nos debruçarmos sobre a formação do professor (CAVICCHIA, 1996).

A psicopedagogia se faz indispensável na compreensão dos problemas de aprendizagem, na reflexão e na intervenção das questões relacionadas ao desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo visíveis nas situações de aprendizagem.

O trabalho psicopedagógico atua não somente no interior do aluno por meio da sensibilização para a construção do conhecimento, mas necessita de uma transformação interna por parte do professor, com o intuito de desenvolver no aluno a autopercepção não só do mundo como do outro.

A Psicopedagogia, em especial a Institucional, ainda se mostra de maneira tímida e insuficiente, visto que muito se tem a expandir no universo educacional, uma vez que não faz parte da realidade das escolas públicas.

A orientação do Psicopedagogo Institucional mediante o professor precisa se mostrar constante, discutindo tanto a relação professor-aluno, como também as que dizem respeito ao conteúdo, a atuação do aluno, as formas avaliativas e inclusive a relação e a receptividade com os pais. Assim sendo, o professor necessita rever de forma constante a sua prática, a relação afetiva e as dificuldades vivenciadas na relação com o aluno para que assim, através das relações e das intervenções os resultados possam aparecer positivamente de maneira a gerar bons resultados tanto para o aprendiz, quanto para quem faz a mediação dos conheciementos.

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6 METODOLOGIA

Essa pesquisa teve como objetivo investigar as relações de afetividade entre professores e alunos e relacionar com o (in) sucesso do processo de ensino e aprendizagem utilizando a psicopedagogia como suporte. Tratou-se de uma pesquisa exploratória tendo como tema afetividade como instrumento facilitador no processo de ensino e aprendizagem.

Para coletar informações fez-se uso de um estudo bibliográfico com abordagem qualitativa. A pesquisa foi desenvolvida através do diálogo com as ideias de alguns autores como Cunha, Freire, Piaget, Vasconcellos, Vygotsky, Wallon, entre outros, renomados por possuir grandes conhecimentos a cerda do tema em estudo. Além desses autores também foram utilizados como suporte para essa pesquisa revistas cientificas e artigos.

Durante a pesquisa muitos questionamentos foram esclarecidos, mas também outros vieram à tona levando a refletir quanto a pratica educacional e a importância do tema na atualidade.

A discussão se faz necessária, pois apesar de ser um assunto bastante discutido ainda se percebe essa carência de afetividade e da relação família escola de forma a contribuir na formação dos educandos principalmente na Educação Infantil e series iniciais. Desse modo, a pesquisa se torna pertinente, uma vez que, o estudo e a atualização são primordiais e contribuem significativamente na pratica pedagógica.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Falar da importância da afetividade para a Educação Infantil é algo que sempre se faz necessário, visto que disto depende a qualidade da vida humana. A afetividade faz parte de nossas vidas desde a fase intrauterina até as últimas horas, sendo caracterizada como uma fonte responsável por gerar potência e energia, se tornando o alicerce sobre o qual se constrói o racional conhecimento. Por isto a Educação Infantil se enquadra entre um período de grande importância na formação intelectual e emocional do indivíduo, se integrando como parte da educação básica.

Nesta modalidade de ensino todos os esforços e formas de se ensinar devem ser levadas em consideração, uma vez que o indivíduo está em fase de construção de sua personalidade e de seu ser. Diante disto, o professor assume um papel muito importante diante desta modalidade de ensino por se tornar um espelho para os educandos. Daí a importância de se criar um vínculo de afetividade entre o aluno e o professor.

Os estudos aqui apresentados mostram evidencias de que a pratica é eficaz, pois permite aos profissionais ampliarem suas possibilidades de ação e gera no educando confiança e prazer em aprender através da relação de afeto que gera ao mesmo tempo respeito fazendo com que professores, alunos, pais e os demais envolvidos nesse processo alcancem com êxito seus objetivos. Vale ressaltar que cada um deve fazer a sua parte nesse processo sem transferir responsabilidades a outrem.

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Considerando a pesquisa, foi possível perceber que se faz necessário investimentos em formação continuada para professores com o tema em questão disponibilizar a parceria do psicopedagogo nas instituições de ensino também é algo primordial, pois na maioria das escolas, principalmente públicas, ainda não dispõem desse suporte necessário. Outro fator básico, porem essencial é a parceria entre escola e família, de modo a contribuir no processo de ensino aprendizagem. Vale ressaltar que cada um deve assumir suas responsabilidades sem transferi-las a outrem.

Conclui-se que a afetividade aliada a intervenções psicopedagógicas, bem como, a parceria com os pais contribui de forma significativa no processo de ensino aprendizagem. Pois a partir dessa realidade a criança será acompanhada integralmente em todos os aspectos podendo então construir o conhecimento de modo prazeroso, sentindo-se confiante em si e nos que estão a sua volta.

Espera-se que essa pesquisa contribua para a pratica pedagógica de diversos profissionais para que se compreenda a importância de aliar temas importantes ao desenvolvimento infantil em sua pratica pedagógica gerando uma aprendizagem eficaz e significativa.

REFERÊNCIAS

CAVICCHIA, Durlei de Carvalho. Psicopedagogia na instituição educativa: a creche e a pré-escola. In: SISTO, Fermino Fernandes; et al. Atuação psicopedagógica e aprendizagem escolar. Petrópolis/RJ: Vozes, 1996.

CUNHA, A. E. ; Afeto e aprendizagem, relação de amorosidade e saber na prática pedagógica. Rio de Janeiro, Wak, 2008.

CHALITA, G. Educação. A solução está no afeto. São Paulo: Gente, 2004.

DAVIS, Cláudia; OLIVEIRA, Zilma de. Psicologia na Educação. 2.ed. São Paulo: Cortez, 1994

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 2.ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GOLDANI, A; TOGATLIAN, M. A; COSTA. R. A. Desenvolvimento, Emoção e Relacionamento na Escola. Rio de Janeiro: Epapers, 2010

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LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 6 ed. 7 reimpr. São Paulo: Atlas, 2009.

PAULA, P. Revista Eletrônica Saberes da Educação – Volume 1 – nº 1 - 2010

PIAGET, J. A construção do real na criança. 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.

PORTILHO, Evelise Maria Labatut. Conhecer-se para conhecer. In: BARBOSA, Laura Monte Serrat. Psicopedagogia um portal para inserção social. Petropolis-RJ: Vozes, 2003.

SALTINI, C. J. P.; Afetividade e inteligência. Rio de Janeiro, Wak, 2008

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em Ciências Sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

VASCONCELLOS, Celso dos S. Currículo: A Atividade Humana como Princípio Educativo. 2.ed. São Paulo: Libertad, 2009

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

WALLON, H.; Psicologia e Educação da Infância; Lisboa; Estampa, 1975.

Referências

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