Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p.60206-60223 aug. 2020. ISSN 2525-8761
Aprendendo genética molecular a partir de métodos alternativos
Learning molecular genetics from alternative methods
DOI:10.34117/bjdv6n8-439
Recebimento dos originais:08/07/2020 Aceitação para publicação:21/ 08/2020
Laís Corrêa de Lima
Bióloga pela Universidade Federal do Espírito Santo Instituição: Ceunes/Ufes
Endereço: Universidade Federal do Espírito Santo, Centro Universitário Norte do Espírito Santo Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas Rodovia BR 101 Norte, Km 60 – Litorâneo, São
Mateus-ES, Brasil
E-mail: laiscorrealima@live.com
Karina Carvalho Mancini
Doutora em Biologia Celular e Estrutural pela Universidade Estadual de Campinas Instituição: Ceunes/Ufes
Endereço: Universidade Federal do Espírito Santo, Centro Universitário Norte do Espírito Santo Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas, Rodovia BR 101 Norte, Km 60 – Litorâneo, São
Mateus-ES, Brasil
E-mail: karina.mancini@ufes.br
Andreia Barcelos Passos Lima Gontijo
Doutora em Genética e Melhoramento pela Universidade Federal de Viçosa Instituição: Ceunes/Ufes
Endereço: Universidade Federal do Espírito Santo, Centro Universitário Norte do Espírito Santo Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas, Rodovia Governador Mario Covas – Litorâneo,
São Mateus-ES, Brasil E-mail: andreia.lima@ufes.br
RESUMO
O ensino de Genética Molecular muitas vezes é visto como abstrato ou complexo, devido à dimensão e complexidade de seus componentes e processos estudados. Com o objetivo de facilitar o ensino e integrar a academia à educação básica, foi desenvolvido um projeto de Iniciação Científica Junior (FAPES/CNPq) intitulado “Aproximando a Genética do contexto escolar” que contou com a participação de oito alunos de ensino médio. Durante a execução, foram realizadas aulas teóricas e práticas utilizando diferentes metodologias ativas, de forma a intercalar os métodos de ensino para estimular a participação e desenvolvimento dos alunos. Assim, foram planejados mapas conceituais, rodas de debates, visitações e experimentos em laboratórios e espaços da universidade, jogos e modelos didáticos, além da confecção de materiais didáticos a fim de dinamizar o ensino acerca do fluxo da informação gênica, tópico escolhido pelos alunos participantes por considerarem de maior dificuldade de assimilação. Os resultados mostraram que métodos de ensino diversificados, práticos e dinâmicos e a construção de materiais didáticos que
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ilustram os processos celulares de Replicação, Transcrição e Tradução promovem a curiosidade e o interesse científico, atuando de forma positiva no ensino-aprendizagem.
Palavras chaves: Biologia Molecular, Didática, Ensino-aprendizagem.
ABSTRACT
The teaching of Molecular Genetics is often seen as abstract or complex, due to the size and complexity of its components and processes studied. With the objective of facilitating teaching and integrating the academy to basic education, a Junior Scientific Initiation project (FAPES/CNPq) entitled "Bringing Genetics closer to the school context" was developed with the participation of eight high school students. During the implementation, theoretical and practical classes were held using different active methodologies in order to intermediate the teaching methods to stimulate student participation and development. Thus, conceptual maps, discussion wheels, visits and experiments in laboratories and university spaces, games and didactic models were planned, in addition to the confection of didactic materials in order to dynamize the teaching about the flow of genetic information, topic chosen by the participating students because they consider of greater difficulty of assimilation. The results showed that diversified, practical and dynamic teaching methods and the construction of teaching materials that illustrate the cellular processes of Replication, Transcription and Translation promote curiosity and scientific interest, acting in a positive way in teaching-learning.
Keywords: Molecular Biology, Didactics, Teaching-learning.
1 INTRODUÇÃO
A Biologia compreende o estudo da vida, do ambiente, suas relações e evoluções, se dividindo em diversas áreas de pesquisa, desde estruturas moleculares e microscópicas até às organizações macroscópicas. A Genética é o ramo que dentro da Biologia estuda as características hereditárias dos organismos, o material genético, observando e compreendendo a estrutura, organização e transmissão destes (WERNECK et al., 2014).
Esta área pode ser dividida em duas grandes frentes de estudo, a Genética Clássica, conhecida como mendeliana, que tem como foco de estudo a hereditariedade e variação gênica e a Genética Molecular, com enfoque no estudo dos materiais genéticos, suas estruturas e processos (KLUG et al., 2010).
A Genética Molecular vem ganhando destaque dentro da Ciência desde a década de 1930, quando geneticistas pesquisavam quais eram as moléculas que apresentavam os genes e, que possuíam a capacidade de se modificar de forma estável e repentina, diversificando os organismos, até culminar com as descobertas sobre as funções e estrutura do DNA, realizadas graças as imagens de raio X de Rosalind Franklin na década de 1950 (WATSON et al., 2015; SANTOS e MOREIRA, 2017)
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Desde a descoberta da dupla hélice do DNA, as pesquisas moleculares evoluíram-se a descobertas inimagináveis e unindo com o conhecimento de outras áreas, permitiram o desenvolvimento de técnicas e equipamentos avançados (SANTOS e MOREIRA, 2017). Hoje se tornou possível manipular a molécula de DNA e aplicá-la em diversos ramos da sociedade, como o melhoramento genético no agronegócio, testes de perícia forense e fabricação de alimentos transgênicos.
Graças ao aumento da disseminação da Ciência, informações sobre temas como clonagem, teste de DNA, melhoramento genético, organismos transgênicos e doenças genéticas vem cada vez mais ganhando espaço midiático, seja em programas de TV, filmes ou séries e se tornando parte de discussões populares (PAIVA, 2008). Porém, nem sempre esse conhecimento chega até a população de forma explicativa e compreensível, por vezes sendo apresentado apenas quando se trata de algum tema “inovador” ou polêmico (MOREIRA e LAIA, 2008).
Dentro do ensino de Biologia, a Genética é considerada umas das temáticas que mais apresenta dificuldades em seu ensino, devido à sua complexidade e abstração, terminologias científicas e está intimamente ligada com a Biotecnologia, além de deveras vezes seu conteúdo ser ministrado de forma fragmentada, descontextualizada ou desatualizada, sendo assim, é necessário pensar em estratégias que suprem essas dificuldades (MONTALVÃO NETO, 2015).
É notável uma continua busca em direção ao aperfeiçoamento dos processos educativos visto que o modelo tradicional é alvo de grandes críticas (PERUZZI e FOFONKA, 2014). Apesar dos avanços nas propostas curriculares, a maioria das escolas de nível básico ainda apresenta o modelo tradicional de educação como único método de ensino, tal modelo trata o professor como detentor do conhecimento e o aluno um mero receptor (PAULINO, 2000; SOBRINHO, 2009; MIRANDA, 2013).
Portanto, o ensino de Biologia dinamizado, com aulas práticas laboratoriais e experimentais, estimula nos estudantes a curiosidade e habilidades como a observação, organização de dados, reflexão e discussão, podendo também despertar uma vocação cientifica (MIRANDA, 2013; PERUZZI e FOFONKA, 2014).
Segundo Hoernig e Pereira (2004), atividades práticas no ensino de Biologia estimulam um contato com a natureza e os fenômenos teóricos estudados pelos alunos, oportunizando a exploração e a comprovação de teorias e processos, tornando uma Ciência palpável, possível de ser observada e manipulada.
Nesta perspectiva, é de extrema importância a ministração de aulas práticas e dinâmicas no ensino de Genética Molecular, visando facilitar o estudo de conteúdos ditos como difíceis e
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abstratos, por ser uma Ciência não vista a olho nu, com terminologias e processos que muitas vezes intimidam os estudantes.
Considerando que os estudantes do Ensino Médio estão concluindo uma etapa importante de seus estudos, é de se esperar que eles tenham direito a um ensino de qualidade que fundamente de forma teórico-prático a nova etapa que se iniciará futuramente, seja o ensino superior, o mercado de trabalho ou de forma ampla, sua vivência como adulto em sociedade (MELO e CARMO, 2009).
Dentro deste contexto, foi desenvolvido um projeto de Iniciação Científica Júnior (EDITAL FAPES/CNPq Nº 13/2018) intitulado “Aproximando a Genética do contexto escolar”, em parceria com uma escola da rede de ensino estadual do município de São Mateus-ES, contando com a participação de alunos das três séries do ensino médio.
Visando proporcionar um olhar diferenciado para o Ensino de Genética Molecular, fazendo uso de métodos de ensino ativos, aproximando o conhecimento e vivência acadêmica ao cotidiano escolar, utilizando práticas e matérias didático para lucidar essa proximidade.
2 MATERIAL E MÉTODOS
O projeto de Iniciação Cientifica Junior – PIC Jr (FAPES/CNPq), realizado entre os meses de março e novembro de 2019, envolveu a participação de oito alunos da educação básica, uma professora de Ciências/Biologia da mesma escola, uma aluna de graduação do curso de licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Espírito Santo Ufes/Ceunes (monitora) e uma docente da mesma universidade (coordenadora).
Inicialmente foi realizado um alinhamento teórico por meio de encontro semanais na escola e na universidade. Houve a elaboração de uma programação envolvendo temas diversos da Genética molecular associados a diferentes metodologias de ensino, totalizando 17 encontros.
Durantes esses encontros foram realizadas atividades teóricas e práticas, visitas a núcleos de pesquisas da Universidade, atividade experimentais em laboratórios e dinâmicas em sala de aula.
Ao final do alinhamento teórico, iniciou-se a fase de elaboração e construção de materiais didáticos. Para que os materiais produzidos fossem de encontro com a grade curricular da escola e necessidade dos estudantes, foram escolhidos como tema os processos celulares de Replicação, Transcrição e Tradução por apresentar maior dificuldade de assimilação pelos participantes do projeto.
Após a escolhas dos temas, ficou a cargo dos alunos participantes pensar quais materiais didáticos gostariam de construir, como jogos e modelos. Após todos apresentarem suas ideias, o grupo discutiu quais atenderiam mais o propósito de serem materiais dinâmicos e interativos. Foram
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propostos 3 materiais didáticos, sendo produzido um modelo para cada uma das três temáticas (replicação, transcrição e tradução). Para a confecção foram utilizados diversos materiais, como: E.V.A, papéis cartões, lona, biscuit, colas, botões, imãs entre outros
Todos os participantes da pesquisa, seus responsáveis legais e a escola foram informados dos objetivos do trabalho e assinaram termos de consentimento livre e esclarecido autorizando a realização da pesquisa e a publicação dos resultados.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 ALINHAMENTO TEÓRICO
Procurando promover um ensino diversificado e significativo, os encontros do alinhamento teórico tiveram discussões sobre conteúdos diversos com a adoção de diferentes metodologias ativas de ensino como aulas práticas, visitas a núcleos de pesquisas da Universidade, atividade experimentais em laboratórios e dinâmicas em sala (Quadro 1)
Quadro 1: Programa de atividade desenvolvidas na etapa do alinhamento teórico
ENCONTROS CONTEÚDOS RECURSOS DIDÁTICOS LOCAL
1 Revisão sobre Citologia Conversa diagnostica e aula expositiva Escola
2 Núcleo e material genético Aula expositiva dialogada e mapa
conceitual Escola
3 Introdução a microscopia e
identificação de núcleos
Aula prática em laboratório e uso de
modelos didático Universidade
4 DNA e RNA, e DNA
recombinante
Prática com jujubas, “Doces Moléculas” e aula expositiva esquematizada
Escola
5 Técnicas aplicadas ao DNA (PCR,
Eletroforese e Sequenciamento)
Aula expositiva, esquematização e
expositiva apostila Escola
6 Introdução ao laboratório de
Genética
Apresentação do laboratório e
procedimentos de biossegurança Universidade
7 Extração de DNA Aula prática com o uso de protocolo Universidade
8 Eletroforese Aula prática com o uso de protocolo
Universidade
9 PCR Aula prática com o uso de protocolo
Universidade
10 Análise dos resultados das
técnicas Roda de conversa e questionário
Universidade
11 Biotecnologia vegetal 1:
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12 Cultura de tecido vegetal Visita técnica ao laboratório de
pós-graduação Universidade
13 Biotecnologia vegetal 2: Plantas
transgênicas Roda de conversa e Multimídias Escola
14 Biotecnologia animal: Clonagem
e Melhoramento Genético Aula expositiva e esquematização Escola
15 Clonagem e Melhoramento
genético Roda de conversa e Discussão de artigo Escola
16 Biotecnologia humana: Terapia
Gênica e vacinas recombinante Aula expositiva e esquematização Escola
17 Revisão de conteúdos Dinâmica “Caça ao tesouro” e
questionários Universidade
Encontro 1: Por meio de uma conversa diagnóstica foram levantados quais eram os
conhecimentos prévios dos alunos. Em função disso, foi realizada uma revisão sobre citologia – as células, suas estruturas e organelas.
Encontro 2: Por meio de uma aula expositiva foi trabalhado o tema núcleo celular e material
genético. Com alguns conceitos revistos, foram estudados a estrutura, organização e funcionalidade do material genético através de esquemas e desenhos. Como forma de organização de ideias alunos em duplas elaboraram mapas conceituais. Moreira (2013) e Souza e Boruchovitch (2010) descrevem mapa conceitual como diagramas dimensionais que demostram relações hierárquicas de uma disciplina ou parte dela, podendo estruturar, organizar, relacionar e refletir sobre conceitos.
Encontro 3: No laboratório de Microscopia da Universidade, os alunos fizeram uso de
microscópios para observar diferentes células especializadas dos tecidos histológicos, suas morfologias e núcleos (Figura 1), tendo a disposição modelos tridimensionais de células fornecidos pelo projeto de extensão intitulado “Formando Pesquisadores: A Biologia Celular Na Prática”. Além da observação de lâminas permanentes, os alunos montaram lâminas frescas para a visualização de células de suas mucosas bucais.
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Figura 1: Apresentação do laboratório de Microscopia: aula utilizando os microscópios e modelos tridimensionais de células. Fonte: acervo pessoal.
Encontro 4: A dinâmica “Doces Moléculas” adaptado (LIMA et al., 2017) foi realizada na
escola, teve por objetivo a construção da molécula de DNA com doces (jujuba). Os alunos foram divididos em três grupos e entregue a cada um deles um papel com uma sequência simples de bases nitrogenadas para ser usada como molde para construir uma dupla hélice de DNA e usando jujubas de cinco cores distintas, com cada cor representando uma das bases nitrogenadas (adenina, timina, citosina, guanina e uracila). Dessa forma, cada grupo construiu seu DNA, associando cada base nitrogenada e seu correspondente na sequência fornecida (Figura 2).
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Figura 2: Dinâmica "Doces Molecular". Fonte: acervo pessoal.
A seguir foram distribuídas novas sequências de bases que representavam um gene já transcrito em RNA mensageiro para que, por meio de sua molécula de DNA, identificassem qual destes genes era seu correspondente. Após essa atividade prática, foram discutidas as “aplicações técnicas da molécula de DNA”. Foi abordada inicialmente a técnica de DNA recombinante (método de construção, funcionalidade e aplicações práticas no cotidiano).
Encontro 5: Foram apresentadas outras três técnicas clássicas para a manipulação do DNA:
PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), eletroforese e sequenciamento de DNA. Para o auxílio teórico, foi elaborada e disponibilizada uma apostila dos conteúdos, por meio de aula expositiva dialogada e esquematização houve a introdução das técnicas, utilizando esquemas de seus processos e métodos, discutindo suas aplicações nas áreas cientifica, técnica e do cotidiano, como exemplo, o teste de paternidade.
Buscando um melhor entendimento das aplicações do DNA foram planejadas quatro aulas experimentais no laboratório de Genética e Biologia Celular da Universidade, todas sob supervisão da coordenadora do projeto, também coordenadora do laboratório, com auxílio da monitora do PIC Jr e de um aluno de graduação monitor do laboratório.
Encontro 6: Na primeira aula prática laboratorial foi realizada uma apresentação do
laboratório, sua estrutura e os projetos de pesquisas em desenvolvimento. Também foi realizado um breve treinamento sobre as técnicas de biossegurança, uso de equipamentos e procedimentos.
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Encontro 7: Na segunda visita ao laboratório foi realizada uma prática de extração de DNA,
na qual cada estudante levou suas amostras, podendo ser de origem animal ou vegetal, como frutas, pena de pavão, pelo de cachorro, aranha e alimentos processados como calabresa e pé de moleque; com o auxílio da mesma equipe foram executadas todas as etapas do protocolo (Figura 3).
Figura 3: Realização de Extração de DNA. Fonte: acervo pessoal.
Encontro 8: A terceira aula laboratorial foi de análise do DNA extraído, na qual os
estudantes executaram a técnica de eletroforese e puderam observam os resultados de suas amostras.
Encontro 9: Na quarta visita ao laboratório, os alunos realizaram à técnica de PCR,
utilizando um marcador genético genérico com o intuído de observar se houve amplificação da sequência alvo e identificar quais amostras possuíam essa sequência genômica (Figura 4).
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Figura 4: Realização da técnica de PCR. Fonte: acervo pessoal.
Encontro 10: Em uma sala de aula da universidade foi realizada uma discussão sobre os
resultados das técnicas aplicadas ao DNA. Por meio de um estudo dirigido foi discutido cada passo das técnicas, a ação dos reagentes utilizados e os possíveis erros e situações que influenciam os resultados. Como parte do alinhamento teórico no âmbito da Biotecnologia foram planejadas aulas dentro da temática Biotecnologia vegetal, animal e humana.
Encontro 11: Tendo como temática a Micropropagação vegetal, houve uma aula teórica
expositiva utilizando como auxilio o projetor de multimídias (Data show), abordando os estudos sobre a técnica de Micropropagação, os métodos mais utilizados, suas aplicações e funcionalidades tanto na relação com a pesquisa cientifica quanto no aspecto comercial.
Encontro 12: Após o conteúdo teórico de Micropropagação vegetal foi realizada uma visita
ao laboratório de Cultura de tecidos vegetais da universidade. Os participantes do núcleo de pesquisa expuseram seus projetos e linhas de pesquisas e aplicaram uma atividade prática, no qual cada participante pôde realizar um procedimento básico do cultivo in vitro. Durante as semanas seguintes foram enviadas fotos do desenvolvimento das plantas cultivadas dos participantes (Figura 5).
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Figura 5: Visita técnica e atividade prática no laboratório de Cultura de tecidos vegetais. (A) Amostras produzidas no dia da prática. (B) Amostras após umas semanas, já apresentado estruturas morfológicas das plantas.
Fonte: acervo pessoal.
Encontro 13: Para o estudo do tema “plantas transgênicas” a monitora do PIC Jr levou para
sala de aula diversos alimentos que apresentavam em seu rótulo a marca de identificação da presença de componentes transgênicos, os estudantes puderam comer e analisá-los, procurando informações sobre qual era o componente transgênico. No decorrer da aula surgiram questionamentos sobre mitos e verdades sobre organismos transgênicos e o consumo destes alimentos no cotidiano de cada participante. Posteriormente foi solicitada a construção de um mapa conceitual sobre Biotecnologia vegetal.
Encontro 14: Para o estudo do tema Biotecnologia animal foram ministradas aulas teóricas
expositivas e dialogadas sobre os métodos e características do melhoramento genético, sendo levantadas pelos participantes características e funções que eles consideravam importantes e como esse melhoramento pode e/ou influencia na evolução. Também foi abordado a Clonagem animal, mostrando os diferentes tipos de métodos para a execução da técnica, casos famosos de resultados positivos, como a ovelha Dolly, além de uma revisão sobre divisão celular, sendo um assunto levantado dentro da interação com os estudantes.
Encontro 15: Foi proposta uma discussão de artigos das áreas de melhoramento e Clonagem
animal. Os participantes se dividiram em dois grupos, cada qual com um tema, representado na forma de artigo científico, de fácil compreensão, que levaram para casa para ser lido e estudado.
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Cada aluno teve liberdade de escolher seu método de apresentação, com alguns escolhendo apresentar em uma roda de conversa, outros com tópicos ou desenhos no quadro. Em relação a Biotecnologia aplicada à pesquisa humana foram abordados dois temas: Vacinas recombinantes e Terapia gênica.
Encontro 16: O conteúdo de Vacinas recombinantes foi exposto utilizando o método de
mapa conceitual; foram abordados os tipos de vacinas, os métodos de desenvolvimento, suas aplicações, as vantagens e desvantagens, utilizando as próprias vacinas que eles já haviam tomado como exemplos. Os tópicos relacionados à Terapia gênica foram trabalhados por meio de aula expositiva dialogada, abordando o princípio da técnica, os procedimentos realizados, as diferenças e semelhanças entre a Terapia celular e gênica, sendo levantadas várias questões sobre o uso ou não da tecnologia e testes com humanos. Aproveitando os questionamentos foi realizada uma roda de conversa sobre questões éticas e morais, em que cada participante expos suas considerações e opiniões.
Encontro 17: No encerramento das atividades do alinhamento teórico foi proposta uma
prática de “caça ao tesouro”. Cada um dos participantes procurava as charadas escondidas e, cada charada continha dicas do local do tesouro e perguntas acerca dos conteúdos estudados. Um estudante ao responder corretamente passava para o próximo encontrar outra charada, levando assim até o tesouro - uma caixa de bombons. Para se definir a ordem dos participantes no “caça ao tesouro” foi realizada uma série de perguntas de verdadeiro ou falso e o participante que teve mais acertos pôde organizar a sequência da saída de todos os outros.
Durante todo processo de ensino-aprendizagem desta fase de alinhamento teórico foi possível observar como a Genética Molecular é uma área que estimula o aluno a conhecer e se aproximar da Ciência. No entanto, se abordada de forma descontextualiza ou superficialmente pode causar grandes dúvidas e até mesmo uma compreensão distorcida.
Foi evidente que durante as aulas teóricas mais expositivas, os alunos se tornavam mais dispersos e desinteressados em comparação com as aulas dinâmicas ou práticas laboratoriais, isso não desvaloriza de forma alguma aula trabalhada de forma expositiva, mas demonstra a importância de buscar estratégias que tirem os estudantes da forma padrão e engessada de ensino que eles conhecem.
A utilização de ferramentas que tornem o processo de ensino-aprendizagem mais efetivo e dinâmico é de suma importância, visto que promove um maior envolvimento dos alunos na reorganização da prática e fuga do tradicionalismo (MELO E CARMO, 2009).
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Berbel (2011) apresenta que as metodologias ativas têm o potencial de despertar a curiosidade dos alunos, no qual eles se inserem na teorização trazendo aspectos novos e há a estimulação do sentimento de envolvimento na aprendizagem, além do empenho nos estudos e afins. Tais interações podem ser vistas no encontro de debate de artigo, onde cada aluno expressa sua interpretação ao mesmo tempo em que os outros alunos complementavam e interagiam com suas próprias compreensões, ou no encontro que foi trabalhado terapia gênica, onde os questionamentos das participantes levaram a uma discussão acerca de ética e moral dentro da ciência.
A interação que os estudantes do ensino médio tiveram com a estrutura da universidade, juntamente com as aulas prática laboratoriais e a diversificação do processo de ensino-aprendizagem teve grande importância na motivação para o estudo e possivelmente uma vocação cientifica. Como reforça Peruzzi e Fofonka (2014) argumentando que a vivência da aula prática contribui para o aperfeiçoamento do conhecimento dos alunos, que se reconstrói de forma inovadora, com base em uma consciência crítica.
Desta forma, é parte da função da universidade promover um conhecimento comprometido à transformação social, um saber que ultrapasse as paredes acadêmicas, atingindo a sociedade (MIOTTO, 2016). Como corrobora Mendes (2008, p. 2):
A universidade tem então como função não só formar mestres e doutores, isto é, construir conhecimentos científicos, contribuindo para o desenvolvimento da ciência, por meio da pesquisa, mas desenvolver atividades de ensino e extensão, contribuindo com a avaliação e a implantação de políticas públicas, atendendo às necessidades de diferentes setores da sociedade. É da universidade a responsabilidade de veicular esses conhecimentos disponibilizando-os a comunidade, e a forma de fazê-lo seria por meio de atividades de parcerias com a rede pública de ensino.
Atividades como a apresentada no presente trabalho, proporcionadas pela parceria entre universidade, escola e órgãos financiadores de pesquisa, mostram que é possível desenvolver uma abordagem educacional de qualidade, na qual os estudantes possam compreender a Ciência, utilizando-a de forma correta para a construção de uma sociedade melhor. Como salienta Braga e Matos (2013) para a Ciência não é preciso que os cidadãos a entenda, mas é crucial para o desenvolvimento da democracia.
4 DESENVOLVIMENTO DOS MATERIAIS DIDÁTICOS
A fim de construir instrumentos que facilitem o ensino de tal temática foram planejados e elaborados três materiais didáticos, representados por modelos lúdicos, em que cada modelo se refere a uma etapa dos processos que abrangem o fluxo da informação genética dentro da célula: Replicação, Transcrição e Tradução.
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Replicando o DNA: Para demonstrar o processo de replicação do DNA foi construído o modelo que apresenta um DNA compactado no formato de um cromossomo, montado de corda tingida e prendedores de roupas coloridos de 4 cores diferentes, representando os pares de bases nitrogenadas da dupla hélice (Figura 6). Para demonstrar que a formação das novas fitas de DNA é um processo semiconservativo, foram recortadas duas cordas de 30cm e tingidas de uma cor diferente, de modo que cada uma delas ficasse fixada por imãs, uma em cada extremidade da fita molde do DNA. Como suporte do modelo foi utilizado um quadro negro (50x70cm) de forma a possibilitar que o professor ou alunos escrevam informações ou legendas acerca do processo representado.
Figura 6: Modelo "Replicando o DNA". Fonte: acervo pessoal.
Do DNA ao RNA: O modelo tem como objetivo demonstrar de forma dinâmica o processo de transcrição do DNA para originar a molécula de RNA. Para ilustrar que esse processo ocorre no interior do núcleo celular, a organela foi construída em um tapete de EVA montável com diâmetro de 1m (Figura 7). Para representar a dupla fita do DNA foram produzidas duas tiras de lona preta com 3 m cada, interligada por um zíper e para formar a sequência do DNA foram colados na lona quadrados coloridos de EVA representando cada base nitrogenada. O modelo é acompanhado de duas caixas de papelão encapadas, em que uma serve para guardar os genes (sequência) que deverão ser transcritos em RNA e a outra para guardar as peças de EVA que representam as bases nitrogenadas que serão utilizadas na construção da fita de RNA. Essas bases apresentam um botão na parte posterior (traseira) a fim de serem colocadas e retiradas com facilidade da fita de RNA aqui representada por uma tira de lona de 1m.
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Figura 7: Modelo "Do DNA ao RNA". Fonte: acervo pessoal.
Produzindo Proteínas: O processo de tradução foi representado em um modelo (Figura 8) construído em uma base metálica, contendo os seguintes materiais: fitas de RNA mensageiro e o código genético impresso em papel e plastificados, a estrutura do ribossomo (15cm) e dos aminoácidos foram confeccionados com biscuit corado e envernizado. Todas as estruturas apresentam imãs colados na parte traseira para serem fixadas e movimentadas na base metálica.
Figura 8: Modelo "Produzindo Proteínas". Fonte: acervo pessoal.
Setúval e Brejano (2009) evidenciam que o dinamismo dos modelos didáticos auxilia na fixação de conteúdo, sendo um instrumento pedagógico que promove a articulação entre teoria e prática. A utilização de modelos no ensino de Biologia vem se tornando uma alternativa educacional que visa o debate e reflexões, ampliando a participação ativa dos estudantes no processo de aprendizagem (DUSO, 2012).
Justina e Ferla (2006) relatam que modelos didáticos representam um sistema figurativo que o estudante consegue esquematizar o assunto, tornando-o mais compreensivo. Desta forma, vemos
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a relevância dos materiais didáticos no ensino tanto como recurso didático na prática, como na forma de contato e manipulação do conteúdo pelos alunos.
Ferreira e colaboradores (2013) argumentam que materiais didáticos são ótimos instrumentos facilitadores da prática pedagógica e um recurso valioso uma vez que materiais biológicos e estrutura laboratorial são escassos para o desenvolvimento de aulas práticas. Os materiais didáticos-pedagógicos são apontados por docentes e graduandos de Biologia como sendo um notável auxiliador no processo de ensino-aprendizagem (JUSTINA e FERLA, 2006).
Nesta perspectiva, o estudo a partir de materiais didáticos se torna um processo dinâmico e prazeroso, auxiliando na visualização e compreensão, podendo ser criados e utilizados tanto por professores e alunos na construção do saber (ORLANDO et al., 2009).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto de iniciação científica mostrou-se uma ferramenta facilitadora na compreensão das temáticas de Genética molecular. De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que a diversificação de metodologias de ensino, a produção de materiais didáticos pelos alunos e o contato com a universidade favoreceram o seu processo de ensino-aprendizagem.
A utilização de diferentes metodologias se mostrou importante ferramenta no ensino-aprendizagem e na motivação dos alunos, pois permite que a Ciência se aproxime do cotidiano, dinamizando a visualização e compreensão de processos e conceitos antes apenas teóricos.
A cada encontro realizado ficou evidente a importância da universidade na mudança da sociedade quando o assunto é educação, pois a interação dos alunos com o campus, com professores e alunos do nível superior proporcionou e despertou um maior interesse científico neles.
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REFERÊNCIAS
BERBEL, N.A.N. As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estudantes. Semina, v.32, p. 25-40, 2011.
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