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Diagnóstico da qualidade ambiental e seus fatores de influência na orla marítima da Ilha do Maranhão do período de dezembro de 2015 a dezembro de 2016 / Diagnosis of environmental quality and its influence factors in the maritime slope of Maranhão Island

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.34580-34591 jun. 2020. ISSN 2525-8761

Diagnóstico da qualidade ambiental e seus fatores de influência na orla

marítima da Ilha do Maranhão do período de dezembro de 2015 a

dezembro de 2016

Diagnosis of environmental quality and its influence factors in the

maritime slope of Maranhão Island from the period from december

2015 to december 2016

DOI:10.34117/bjdv6n6-122

Recebimento dos originais:08/05/2020 Aceitação para publicação:05/06/2020

Marcelo Vieira Sodré Barbosa

Engenheiro Ambiental pela Faculdade Pitágoras de São Luís.

Endereço: Rua 05, quadra 08, casa 16 Tambaú. Bairro Paço do Lumiar. São Luís, MA. Brasil.

E-mail: marcelovieirasb@gmail.com.

Amanda Lima Moraes dos Santos

Mestranda em Recursos Hídricos e Saneamento – UFAL.

Instituição: Universidade Federal de Alagoas – UFAL.

Endereço: Rua 7 de setembro, n 388, bairro tabuleiro do Martins. Maceió - AL. Brasil. E-mail: moraes.al22@gmail.com

Paula Veronica Campos Jorge Santos

Doutora em Biodiversidade e Biotecnologia – UFMA.

Instituição: Secretaria de Estado de Planejamento- SEPLAN – MA. Endereço: Avenida Luizão n º58ª, Bairro Vila Luizão. São Luís, MA. Brasil.

E-mail: veve.inifap@gmail.com.

Deoclides dos Santos Costa Dias

Secretário adjunto de Recursos Ambientais do Maranhão. Instituição: Secretaria de Estado de Meio Ambiente - SEMA-MA.

Endereço: Avenida dos Holandeses n 04, Quadra 6, Edifício Manhattan, Bairro Calhau, São Luís, MA Brasil.

E-mail: deoclides@gmail.com

Rafael Carvalho Ribeiro

Secretário de Estado de Meio Ambiente do Maranhão.

Instituição: Secretaria de Estado de Meio Ambiente - SEMA-MA.

Endereço: Avenida dos Holandeses n 04, Quadra 6, Edifício Manhattan, Bairro Calhau, São Luís, MA Brasil.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.34580-34591 jun. 2020. ISSN 2525-8761

Victor Lamarão de França

Doutorando em Biodiversidade e Biotecnologia pela UFMA. Instituição: Secretaria de Estado de Meio Ambiente - SEMA-MA

Endereço: Avenida dos Holandeses n 04, Quadra 6, Edifício Manhattan, Bairro Calhau, São Luís, MA Brasil.

E-mail: vlamarao@gmail.com

RESUMO

Este trabalho apresenta uma avaliação das condições de balneabilidade da orla marítima da Ilha do Maranhão, no período de dezembro de 2015 a dezembro de 2016. Evidencia-se também fatores de influência das condições de balneabilidade, como o índice de precipitação e os investimentos em saneamento na localidade. No Maranhão, a melhoria da qualidade das águas salgadas, da região de praias, exige atenção, tendo em vista que a região é amplamente utilizada por banhistas e recebe boa parte dos turistas que visitam a capital maranhense. A metodologia utilizada foi a análise a partir dos laudos de balneabilidade emitidos pela SEMA - MA, índices pluviométricos fornecidos pelo INMET e informações do Governo do Estado. Os resultados mostram que os meses em que a precipitação mostrou- se mais alta foram os em que as praias apresentaram as piores condições de balneabilidade. Além disso, foi possível observar que os investimentos do governo do Estado do Maranhão por meio de programas como o Mais Saneamento já demonstram os primeiros resultados positivos.

Palavras-chave: Balneabilidade; Precipitação; Mais Saneamento; Região Costeira; Turismo

Costeiro.

ABSTRACT

This work presents an assessment of the bathing conditions of the seafront of Ilha do Maranhão, from December 2015 to December 2016. It also highlights factors influencing the bathing conditions, such as the precipitation index and investments in sanitation. in the locality. In Maranhão, the improvement of the quality of salt water in the region of beaches requires attention, considering that the region is widely used by bathers and receives a good part of the tourists who visit the capital of Maranhão. The methodology used was the analysis from the bathing reports issued by SEMA - MA, rainfall indexes provided by INMET and information from the State Government. The results show that the months in which rainfall was the highest were those in which the beaches had the worst bathing conditions. In addition, it was possible to observe that the investments of the government of the State of Maranhão through programs such as Mais Saneamento already demonstrate the first positive results.

Keywords: Bathing; Precipitation; More Sanitation; Coastal Region; Coastal Tourism.

1 INTRODUÇÃO

No Maranhão, o uso das águas para recreação de contato primário, associado ao desenvolvimento da atividade turística, é bastante significativo. Por se tratar de uma região litorânea, a procura por atrativos turísticos ou áreas de lazer está geralmente associada às praias

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.34580-34591 jun. 2020. ISSN 2525-8761 próximas dos centros urbanos. Como exemplo, a capital do estado, São Luís, concentra exuberantes praias, e constantemente é recebe fluxo de turistas que em sua maioria são atraídos por essas condições naturais.

Contudo, o uso de água para recreação em ambientes naturais pode trazer uma série de perigos àqueles em contato direto com a água (WHO, 1999), visto que a exposição a doenças transmitidas por contato com a água contaminada ou sua ingestão. Dessa forma, o monitoramento da balneabilidade é um instrumento indispensável para fornecer segurança ao banhista e, sobretudo, uma resposta quanto à qualidade sanitária do ambiente (Francener et al., 2011).

Em São Luís, é comum que o sistema público de esgotamento sanitário utilize o mar (bacia oceânica) como um dos corpos receptores de efluentes in natura advindos de vários usos, como bares, restaurantes, hotéis e condomínios da orla marítima. Além desses direcionamentos, diretos ao mar, existem ainda rios que desaguam ao longo da orla, e que ao longo do seu trajeto também carreiam esgotos, dentro outros resíduos líquidos e sólidos, que congregam para a contaminação e poluição da bacia oceânica.

De acordo com o Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento - SNIS (2015), apenas 8,07% do esgoto da capital maranhense era tratado. Logo, o esgotamento de efluentes brutos nos corpos hídricos da Ilha configura-se como é um problema que representa riscos à população, mas além de tudo é também um desafio para a gestão atual, visto a necessidade de resolução de um problema que perdura por anos.

Tendo em vista essa problemática, a caracterização e a avaliação da qualidade da água das praias da orla marítima de São Luís são fundamentais para conhecimento público e mobilização para criação de políticas de uso e conservação. Cabe destacar que o índice de balneabilidade atua com o objetivo de refletir a qualidade das águas de recreação, sendo de suma importância a sua avaliação como uma política de saneamento (Francener et al., 2011).

Neste sentido, o trabalho tem como objetivo diagnosticar as condições de balneabilidade de 21 pontos de amostragens de seis praias da capital maranhense através da associação das condições de balneabilidade ao período chuvoso, testando a hipótese de que com o aumento das chuvas as condições tendem a ser deterioradas. Além disso, busca-se avaliar os avanços com investimentos realizados pelo programa mais saneamento. Almeja-se que, os resultados aqui conseguidos sejam importantes ferramentas de avaliação das melhorias de programas e políticas públicas no saneamento básico implementados nos últimos anos na capital do Estado do Maranhão.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi realizado na região de praias do município de São Luis do Maranhão, com ênfase na área da orla da Baia de São Marcos, composta pelo espigão costeiro, localizado na praia da ponta da areia, seguido da praia de São Marcos, Praia do Calhau, Praia do Caolho e Praia do Olho D’Água, conforme figura 1, abaixo. (BORGES et al. 2011).

Figura 1: Localização da área de estudo, composta pelas praias da região costeira do município de São Luís – MA.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.34580-34591 jun. 2020. ISSN 2525-8761 O conjunto de praias em estudo é bastante frequentado para o desenvolvimento de atividade de turismo, lazer e prática de esportes, ou seja, para usos direitos da água, ressaltando a necessidade de qualidade dos ambientes aquáticos.

2.2 METODOLOGIA

Adotou-se a pesquisa descritiva de caráter quantitativo. Para a coleta de dados foram utilizados o levantamento bibliográfico e a pesquisa experimental conforme orientam Fonseca (2002) e Viertler (2002) para trabalhos em que se busca observar os efeitos que múltiplas variáveis produzem em um objeto.

A amostragem está composta por 21 pontos distribuídos em 6 diferentes praias (Araçagy, Calhau, Olho d’Água, Praia do Meio, Ponta d’Areia e São Marcos), conforme indicadas na figura acima. A área em questão é de abrangência das ações de monitoramento semanal da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais - SEMA, órgão responsável por realizar o acompanhamento das condições de balneabilidade no local.

Para realizar a análise de dados foram tabulados dados de balneabilidade e as médias mensais de precipitação (mm) de São Luís no período de dezembro de 2015 a dezembro de 2016. Os dados foram extraídos do Instituto Nacional de Meteorologia - INMET (2016), da estação de monitoramento nº 82280, em estado de situação operante, que representa o município de São Luis.

As informações da balneabilidade da área em estudo, foram fornecidos pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SEMA e são referentes ao mesmo período dos dados de precipitação. Os laudos de Balneabilidade são documentos emitidos pelo órgão ambiental estadual no qual são informadas as condições de salubridade das praias, sendo as mesmas classificadas em aptas ou não à recreação de contato. De acordo com a SEMA (2016) os documentos são expedidos obedecendo os padrões fixados pela Resolução CONAMA nº 274/00, segundo a qual, as águas das praias serão consideradas PRÓPRIAS, quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras, obtidas em cada uma das cinco semanas anteriores, e colhidas no mesmo local, houver no máximo 100 Enterococos/100 mL(NMP - Número Mais Provável). As águas das praias serão consideradas IMPRÓPRIAS, quando não atenderem aos critérios anteriores, ou quando o valor obtido na última amostragem for superior a 400 Enterococos/100 mL (NMP).

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados analisados perfazem um ano de observação, do período que se estende de dezembro de 2015 a dezembro de 2016. Os resultados sugerem, que em oito meses de observação, do período de dezembro de 2015 a julho de 2016, as condições de balneabilidade são inapropriadas, conforme verificado na tabela 1. Cabe destacar, que esse período de águas improprias para contato direito, é o período de maior precipitação pluviométrica na ilha do maranhão.

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Tabela 1 - Condições de balneabilidade dos 21 (vinte e um) pontos ao longo da orla marítima de São Luís - MA no período de dezembro de 2015 a dezembro de 2016.

PONTOS DEZ 2015 JAN 2016 FEV 2016 MAR 2016 ABR 2016 MAI 2016 JUN 2016 JUL 2016 AGO 2016 SET 2016 OUT 2016 NOV 2016 DEZ 2016

P1 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO PRO PRO NC PRO

P2 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO PRO PRO NC PRO

P3 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO PRO PRO NC PRO

P4 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO IMP PRO NC PRO

P5 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO IMP PRO NC PRO

P6 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO IMP PRO NC PRO

P7 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO IMP PRO NC PRO

P8 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO NC PRO

P9 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO IMP PRO NC PRO

P10 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO PRO PRO NC PRO

P11 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO PRO PRO NC PRO

P12 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO IMP PRO NC PRO

P13 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO PRO PRO NC PRO

P14 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO IMP PRO NC PRO

P15 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO PRO PRO NC PRO

P16 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO PRO PRO NC PRO

P17 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO PRO PRO NC PRO

P18 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO IMP PRO NC PRO

P19 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO IMP PRO NC PRO

P20 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO IMP PRO NC PRO

P21 IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP IMP PRO IMP PRO NC PRO

IMP - Imprópria; PRO - Própria e NC - Não Conforme. Fonte: Adaptado de dados secundários fornecidos pela SEMA – MA

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.34580-34591 jun. 2020. ISSN 2525-8761 Observa-se que partir do mês de agosto observa-se que a maioria dos pontos apresentaram condições favoráveis, ou seja, estavam próprios para banho. E, nos meses de outubro e dezembro de 2016 observa-se que as condições de balneabilidade na orla da capital foram as melhores de todo o período de observação, posto que todos os pontos encontraram-se com índice ótimo de qualidade, cabendo destacar que esencontraram-ses dois meencontraram-ses são os de menores precipitações no local

Assim, as questões de balneabilidade, necessitam serem associadas às questões climáticas, isso porque em períodos de grandes precipitações, os rios tendem a lixiviar o solo e arrastar para a área de desague todos os resíduos líquidos ou sólidos que encontra pela frente. Nesse contexto, na figura 2, abaixo, estão plotados os dados de precipitação média do período. Foi possível observar que os meses de dezembro de 2015, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro de 2016 estão abaixo da média de precipitação. Em estudos realizados por Santos et al (2017), o município de São Luís possui período sazonal bem marcado, sendo os meses de janeiro a maio os mais chuvosos e os de agosto a dezembro os mais secos, e os meses de julho e agosto apresentam-se como de transição.

Assim, ao associar a precipitação com a balneabilidade, os meses mais chuvosos apresentaram piores índices de balneabilidade, caracterização a inaptidão para as atividades de recreação de contato.

Figura 2: Precipitação média, média de precipitação e coeficiente linear de precipitação no período de dezembro de 2015 a dezembro de 2016.

Fonte: Adaptado do INMET 11,3 204,5 140,8 362,1 327,4 264,9 133,4 52,1 13,4 1,8 0 0 42,9

DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

0 50 100 150 200 250 300 350 400 Mé d ia Prec ip ita ção (m m )

Precipitação

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.34580-34591 jun. 2020. ISSN 2525-8761 De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (2007), na avaliação da balneabilidade das praias, além dos aspectos sanitários, devem ser consideradas variáveis como o crescimento da população fixa, a população flutuante e os índices pluviométricos da região, pois essas podem interferir na qualidade das águas.

Essa consideração é bastante importante, pois Andrade (2019) avalia que no Brasil, as pressões socioeconômicas na zona costeira vêm desencadeando, ao longo do tempo, um processo acelerado de urbanização não planejada e intensa degradação dos recursos naturais, os quais são uma ameaça à sustentabilidade econômica e à qualidade ambiental e de vida das populações humanas.

No Estado do Maranhão, a zona costeira possui 640 km de extensão, correspondendo a segunda maior região costeira do Brasil, na qual se encontra características geoambientais diversificadas, tendo grande potencial pesqueiro, turístico, portuário e um rico ecossistema.

Silva e Lima (2013) diagnosticam que no município de São Luís, capital do Estado, a ocupação da zona costeira ocorreu em virtude do crescimento populacional da cidade e que em função desse processo de ocupação foram desenvolvidos projetos visando à urbanização e aproveitamento sócio espacial da área, que passou por um processo de especulação imobiliária e projetos voltados para a indústria do turismo, entretanto, esses investimentos parecem estar apresentando sérios problemas socioambientais. Ou seja, a cidade cresceu bastante, sem os investimentos prévios necessários, e por conter atrativos naturais exuberantes, atrai um grande número de turistas.

Outra verificação climática importante sobre o assunto é que no mês de dezembro a relação entre o índice pluviométrico e a balneabilidade apresenta comportamento diferente do esperado, visto que que nesse mês a precipitação na Ilha é baixa, o que poderia naturalmente melhorar as condições de balneabilidade, no entanto, a mesma pode ser reflexo da drenagem que continua ocorrendo dos rios para o mar, mesmo após a diminuição do período chuvoso, e neste caso, o material carregado encontra-se ainda mais concentrado, indicando que os processos de contaminação ocorrem também dentro das bacias costeiras e ao serem carreados à bacia oceânica somam-se à contaminações existentes lá.

Nesse contexto, cabe considerar a capacidade de depuração que a própria bacia oceânica possui, e sobre esse aspecto é necessário que pesquisas possam descrever essa dinâmica oceânica e a costeira de contaminação.

É bom destacar, que diante desse cenário de inaptidão da região de praias para contatos diretos, que o Governo do Estado do Maranhão, têm investido recursos financeiros para

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.34580-34591 jun. 2020. ISSN 2525-8761 melhoria das condições de saneamento ambienta em todo o Estado, especialmente no município de São Luís. O investimento é fruto do programa Mais Saneamento.

O programa que foi criado em 2015 e começou a ser executado no início do ano de 2016 pela atual gestão do Estado possa otimizar os resultados, uma vez que, foram investidos mais de R$ 14 milhões em obras de saneamento que envolvem a despoluição dos rios Claro, Calhau e Pimenta (afluentes da bacia oceânica), sendo que só as obras de despoluição dos rios Claro e Pimenta preveem a instalação de um novo sistema de tubulação com 4.135 metros de extensão nas margens mais a construção de uma estação elevatória de esgoto de mais de 30 mil metros na região, inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto - ETE Vinhais que é responsável pelo tratamento progressivo de 40% do esgoto da capital, além de 355 km de redes coletoras e interceptoras e a instalação de 35 novas Estações Elevatórias de Esgoto.

Cabe destacar, que investimentos em saneamento, na grande maioria das vezes são imperceptíveis, geralmente encontram-se sobre nossos pés, mas que não há outra forma de resolução definitiva dos problemas que envolvem qualidade de águas que não sejam a correta forma de destinação de resíduos e rejeitos, e nesse contexto, o governo do estado encontra-se desenvolvendo uma importante política pública, posto que o saneamento está associado às condições de saúde da população, à economia local e ao desenvolvimento da cidade.

Por mais que a curto prazo não se reconheçam os esforços públicos que estão sendo realizados, a médio e longo prazo, a expectativa é que se consiga gradativamente a descontaminação e despoluição dessas importantes feições geomorfológicas, e que a população sinta os benefícios dessas ações. A expectativa é que ao longo dos anos as melhorias venham a aparecer gradativamente e que os meses que apresentem altos índices de precipitação mostre indicadores melhores, como fruto dos investimentos que o setor público tem realizado.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando ocorre a precipitação, o escoamento superficial transporta poluentes da superfície terrestre, acumulados desde a última chuva, e cargas de esgoto oriundas de vazamentos na rede coletora ou de ligações clandestinas na rede de drenagem. Assim, tanto as galerias pluviais, como os cursos d’água e o escoamento superficial não canalizado são considerados vias de transporte de bactérias indicadoras e patogênicas para as praias.

Os índices de precipitação influenciam na balneabilidade das praias de São Luís. Com o período seco, tem-se o decaimento do número de sedimentos a serem carreados aos corpos

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.6, p.34580-34591 jun. 2020. ISSN 2525-8761 hídricos e consequentemente às praias encontram-se em melhores condições de balneabilidade, o que ocorrer entre os meses de agosto a dezembro, que mostraram os melhores indicadores de qualidade das praias.

Os investimentos que estão sendo realizados pelo Governo do Estado mostram-se como a forma de resolução definitiva da falta de saneamento no local, a expectativa é que os investimentos do programa Mais Saneamento melhorem de forma definitiva as condições de balneabilidade da orla marítima da ilha de São luís, e como consequência ajudem a alavancar o turismo na capital do Estado, especialmente na na região litorânea de modo a movimentar mais ainda a economia do Estado.

De forma adicional, é importante que campanhas de educação e conscientização ambiental possam ser realizadas como forma de conciliar as melhorias definitivas com ações pontuais relevantes, a exemplo da conscientização dos empresários do ramo turísticos quanto às formas adequadas de destinação e acondicionamento dos resíduos sólidos e líquidos, o estabelecimento de parcerias com órgãos de fiscalização para e entidades de meio ambiente que somem esforços para a melhorias constantes na áreas.

REFERÊNCIAS

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Figura 1: Localização da área de estudo, composta pelas praias da região costeira do município de São Luís – MA
Tabela 1 - Condições de balneabilidade dos 21 (vinte e um) pontos ao longo da orla marítima de São Luís - MA  no período de dezembro de 2015 a dezembro de 2016
Figura 2:  Precipitação média, média de precipitação e coeficiente linear de precipitação no período de dezembro  de 2015 a dezembro de 2016

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