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Projeto modelagem matemática no setor produtivo do ifmt – Campus Juína: caminhos iniciais / Mathematical modeling project in the productive sector of ifmt - Campus Juína: initial paths

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Academic year: 2020

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Projeto modelagem matemática no setor produtivo do ifmt – Campus Juína:

caminhos iniciais

Mathematical modeling project in the productive sector of ifmt - Campus Juína:

initial paths

DOI:10.34117/bjdv6n5-608

Recebimento dos originais: 13/04/2020 Aceitação para publicação: 29/05/2020

Jefferson Bento de Moura

Formação acadêmica: Doutorando em Educação pela Universidade Federal de São Carlos Instituição: Instituto Federal de Mato Grosso – Campus Juína

Endereço: Rua das Perdizes, 40N, Módulo 04, Cidade de Juína – MT, 78320-000, Brasil E-mail: professor.je@gmail.com

RESUMO

O projeto de pesquisa tem por objetivo compreender como a Modelagem Matemática pode ser utilizada como recurso metodológico no ensino de matemática para o curso técnico em agropecuária do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologias de Mato Grosso – Campus Juína e mostrar de que forma ela pode contribuir para a formação dos futuros técnicos em agropecuária, meio ambiente e comércio. A metodologia utilizada será Analise de Conteúdo (Bardin, 1994), a partir dos dados analisados do setor produtivo utilizaremos de algumas etapas da modelagem matemática com base em Biembengut e Hein (2014) e Barbosa (2001). A partir dos conteúdos analisados poderemos utilizar a Modelagem Matemática como metodologia de ensino da matemática e propor alguns modelos que serviram como um norte para que se possa trabalhar a modelagem caso desperte o interesse de algum docente ou discente em trabalhos futuros.

Palavras-chave: Ensino. Modelagem matemática. Técnico em Agropecuária. ABSTRACT

The research project aims to understand how Mathematical Modeling can be used as a methodological resource in the teaching of mathematics for the technical course in agriculture at the Federal Institute of Education, Science and Technologies of Mato Grosso - Campus Juína and to show how it can contribute to the training of future technicians in agriculture, the environment and trade. The methodology used will be Content Analysis (Bardin, 1994), from the analyzed data of the productive sector we will use some stages of mathematical modeling based on Biembengut and Hein (2014) and Barbosa (2001). From the analyzed content, we can use Mathematical Modeling as a methodology for teaching mathematics and

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propose some models that served as a guide for modeling to work if it arouses the interest of any teacher or student in future work.

Keywords: Teaching. Mathematical modeling. Agriculture and Livestock technician. 1 INTRODUÇÃO

Uma das principais indagações dos alunos para o professor de matemática é “onde eu irei utilizar isto” e as vezes o professor se depara com essa dificuldade de fazer uma relação da matemática vista em sala de aula e nos livros didáticos com a realidade dos alunos. Assim nosso projeto é uma tentativa de trazer a Modelagem Matemática como uma metodologia de ensino buscando mostrar para o aluno que a matemática está presente no cotidiano do seu curso.

Atualmente um dos desafios para professores de matemática em sala de aula e buscar o interesse pela disciplina por parte dos alunos, logo a Modelagem Matemática pode vir a contribuir uma vez que o aluno passa a ver as possibilidades de se utilizar da matemática para diversas áreas do conhecimento além de mostrar toda a interdisciplinaridade existente correlacionando com outras áreas afins.

Com esse intuído a pesquisa visa à verificação da possibilidade de encontramos elementos para elaboração de uma proposta de ensino de matemática no curso técnico em agropecuária, sendo essa proposta a utilização da Modelagem Matemática a fins de possibilitar aos alunos maior conhecimentos das possíveis aplicações da matemática bem como seu desenvolvimento na disciplina e em sua formação como futuros técnicos.

Inicialmente iremos realizar um levantamento dos dados produzidos pelos professores da área técnica no setor produtivo do campus. E por meio do método de Análise de Conteúdo de Bardin (1994) buscaremos estabelecer uma relação interdisciplinar entre a área técnica e a matemática no ensino de função, mostrando assim as possíveis contribuições que a Modelagem Matemática pode trazer para o processo de ensino e aprendizagem bem como na formação dos futuros técnicos em agropecuária do Instituto Federal de Educação, Ciências e tecnologia de Mato Grosso – Campus Juína.

É esperado que de alguma maneira a pesquisa contribua para a reflexão acerca da utilização da Modelagem Matemática como uma alternativa para o ensino de matemática e no trabalho interdisciplinar.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O CURSO DE TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA DO IFMT CAMPUS JUÍNA

O Projeto Pedagógico do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Nível Médio do IFMT - campus Juína salienta que o curso tem por objetivo principal

Formar profissionais aptos a atuarem no setor agropecuário, que atendam às diversas necessidades no âmbito das práticas agrárias, com visão crítica da realidade onde estão inseridos e espírito empreendedor e competência para acompanhar as mudanças nas diferentes fases da cadeia produtiva animal e vegetal, visando o desenvolvimento regional e nacional. (IFMT, 2015, p. 15)

Diante de tal objetivo é importante que o currículo oportunize aos alunos não somente a aquisição de competências e habilidades técnicas para o exercício da profissão, mas, também, o desenvolvimento de valores éticos, morais, culturais, sociais, políticos e ecológicos.

O Projeto Pedagógico orienta que ensino seja integrado, praticado através da articulação entre as disciplinas e do uso de materiais pedagógicos que possibilitem a aproximação entre teoria e prática, tendo como objetivo formar profissionais responsáveis, capazes de planejar, orientar e executar técnicas visando à eficiência produtiva e econômica das atividades agropecuárias. Como podemos ver nos objetivos específicos do Projeto:

Proporcionar aos estudantes a construção, no ambiente escolar, de sensos de competência e valores que lhes tornem capazes de serem responsáveis pela parte que lhes cabem para a promoção humana e o desenvolvimento social;

Oferecer aos educandos uma formação mais completa, de caráter integral para a leitura do mundo e atuação como cidadão pertencente à sua cidade, estado e país, integrado dignamente a sua sociedade política;

Estimular a utilização dos conhecimentos adquiridos em cada disciplina em curso no desempenho profissional, de forma que saiba dialogar, trabalhar em equipe, tenha rapidez e coerência de ideias e cálculos, seja dinâmico e criativo, com conhecimentos gerais sobre o que acontece em seu país e no mundo;

Proporcionar a apropriação de conhecimentos - da ciência, tecnologia, da cultura do trabalho - envolvidos de forma indissociável na atuação enquanto Técnicos em Agropecuária e cidadãos. (IFMT, 2015, p. 15-16)

Ao analisarmos os objetivos específicos do Projeto Pedagógico do curso do IFMT Campus Juína e sua relação do ensino de matemático fomos levados aos estudos dos resultados obtidos por Knijnik e Giongo (2009), no qual, ao problematizarem a educação matemática no currículo escolar em um curso de Agropecuária de uma escola estadual técnica agrícola, obtiveram dois resultados importantes: a existência de duas matemáticas praticadas naquela instituição – a matemática da disciplina Matemática

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e a matemática das disciplinas técnicas, ambas vinculadas às formas de vida escolar e às suas gramáticas específicas.

A discussão sobre a interdisciplinaridade da matemática com a área técnica praticada no curso técnico em agropecuária a partir da perspectiva da Modelagem Matemática pode ser muito produtiva para se pensar questões relativas ao currículo, tanto da educação básica quanto da graduação.

2.2 MODELAGEM MATEMÁTICA

O ensino de matemática no ensino básico continua a ser um desafio, a sempre dificuldade em relacionar e contextualizar a matemática ensinada em sala de aula com a realidade do aluno. A consequência desde processo de ensino e a não compreensão e a dificuldade no processo de uma aprendizagem significativa em sala de aula, partindo desse ponto trazer uma modalidade que possa dar significado ao que se ensina em sala de aula pode ser uma alternativa.

Biembengut e Hein nos diz que:

Dessa forma, a modelagem matemática no ensino pode ser um caminho para despertar no aluno o interesse por tópicos matemáticos que ele ainda desconhece, ao mesmo tempo que aprende a arte de modelar, matematicamente. (BIEMBENGUT E HEIN, 2013, p.18).

A matemática pode neste sentido se tornar mais significativa para o aluno, partindo de uma situação-problema real até chegar em um modelo matemático que represente a situação real, e este modelo pode ser utilizado como mediador do conhecimento matemático através do intermédio do professor.

A modelagem matemática nesse sentido pode então contribuir para o ensino de matemática a tornando mais significativa e despertar no aluno esse interesse que é um ponto chave na aprendizagem das diversas áreas de ensino.

Modelagem Matemática de forma bem intuitiva podemos descrever como um modelo que descreve uma situação real em termos matemáticos, de forma mais clara. Segundo Biembengut e Hein:

A ideia de modelagem suscita a imagem de um escultor trabalhando com argila, produzindo um objeto. Esse objeto é um modelo. O escultor munido de material, argila, técnica, intuição e criatividade, faz seu modelo, que na certa representa alguma coisa, seja real ou imaginaria. (BIEMBENGUT E HEIN, 2013, p.11).

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Então a imagem desse escultor trabalhando representa os alunos sobre a supervisão do professor, produzindo um objeto que é um modelo representando uma situação-problema que na certa à matemática envolvida. Nesta perspectiva, a Modelagem Matemática pode proporcionar ao aluno situações nas aulas de matemática em que o aluno pode ser criativo e motivado a solucionar problemas pela curiosidade do momento em questão. Segundo Almeida:

Neste sentido podemos argumentar que o ensino da matemática, numa perspectiva crítica, não está centrado em ensinar os alunos a desenvolver e criar modelos matemáticos, mas além disso, é importante que o aluno possa interpretar e agir em situações sociais estruturadas ou influenciadas por estes modelos. (ALMEIDA, 2003, p.2).

Sendo assim é interessante que o aluno possa vir a criar um modelo matemático partindo de situações problemas reais é torná-los capaz de interpretar e agir em situações sociais estruturadas que sejam de certa forma influenciadas por estes modelos.

Barbosa (2004) acredita que a Modelagem pode potencializar a intervenção das pessoas em possíveis debates e tomadas de decisões sociais em que envolve aplicações matemáticas o que pode ser uma oportunidade para alargar a construção e a consolidação de uma sociedade democrática.

Nesta perspectiva a Modelagem além de contribuir para a educação matemática em sala contribui também para o desenvolvimento do indivíduo como cidadão crítico e ativo na sociedade em que está inserido.

Barbosa (2001) considera que a modelagem matemática se configura em três níveis: Nível 1 – com a problematização de alguma situação do mundo real. A partir das informações que a situação problema oferece, os alunos realizam uma investigação para solucioná-lo. Nível 2: O professor apresenta um problema já existente para que os alunos investiguem e os mesmos coletem os dados durante o processo. Nível 3: A partir do tema gerado, os alunos coletam as informações, seja quantitativa ou qualitativa, elaboram e trabalham na elaboração do problema.

Em relação às três etapas Barbosa (2001, p. 2) complementa: “À medida que se vai percorrendo do nível 1 para o 3, aumenta-se o “grau de abertura” e espera-se que os alunos assumam paulatinamente a condução das atividades”.

Neste sentido devido a demanda de trabalhos a serem realizados pelos alunos e fundamental que o mesmo tenho interesse na situação que está sendo analisada para que se obtenha maior desempenho nos níveis a serem elaborados.

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Segundo Bienbengut e Hein (2014, p.13) essa interação, que permite representar uma situação “real” com “ferramental” matemático (modelo matemático), envolve uma série de procedimentos. Esses procedimentos podem ser agrupados em três etapas, subdivididas em seis subetapas, a saber:

a) Interação

• Reconhecimento da situação-problema;

• Familiarização com o assunto a ser modelado (referencial teórico). b) Matematização

• Formulação do problema/hipótese;

• Resolução do problema em termos do modelo. c) Modelo matemático

• Interpretação da solução;

• Validação do modelo/ avaliação.

Bienbengut e Hein (2014) fala que a Modelagem Matemática pode valer com método de ensino aprendizagem de Matemática em qualquer nível escolar, seja das series iniciais até um curso de pós-graduação, sendo seus objetivos:

• aproximar uma outra área do conhecimento da matemática; • enfatizar a importância da Matemática para a formação do aluno; • despertar o interesse pela Matemática ante a aplicabilidade; • melhorar a apreensão dos conceitos matemáticos;

• desenvolver a habilidade para resolver problemas; e estimular a criatividade.

3 METODOLOGIA

A pesquisa será desenvolvida por meio da análise de conteúdo, buscando a construção de ideias e suas perspectivas sobre o ensino da matemática, com ênfase no estudo da Modelagem Matemática aplicado ao setor produtivo do IFMT- Campus Juína. Estudos teóricos e de autores importantes além dos conteúdos obtidos do setor produtivo permitiram formulação da uma investigação.

Para a coleta de informações, deveremos utilizar os seguintes materiais como fonte de pesquisa: artigos científicos, monografias, dissertações, trabalhos de conclusão de curso e livros capazes de propiciar o desenvolvimento da pesquisa.

Trata-se de uma pesquisa de aspectos metodológicos de análise de conteúdos na perspectiva qualitativa, pois a partir das análises de conteúdos propor a Modelagem Matemática como metodologia

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de ensino para o curso técnico em agropecuária no setor produtivo. Segundo Bardin, a análise de conteúdo,

É um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens… a intenção da análise de conteúdo é a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção (ou, eventualmente, de recepção), inferência esta que recorre a indicadores (quantitativos ou não) (1994, p. 38).

Segundo Minayo (1999, p. 199), essa é a forma “mais comumente usada para representar o tratamento dos dados de uma pesquisa qualitativa”. Richardson (2012) destaca que ao utilizar esse método é necessário primeiramente, realizar uma leitura a fim de organizar as ideias envolvidas para, então, analisar os elementos e as regras que a determinam, e acrescenta:

Pela sua natureza científica, a análise de conteúdo deve ser eficaz, rigorosa e precisa. Trata-se de compreender melhor um discurso, de aprofundar suas características (gramaticais, fonológicas, cognitivas, ideológicas, etc.) e extrair momentos mais importantes. Portanto, deve basear-se em teorias relevantes que sirvam de marco de explicação para as descobertas do pesquisador. (RICHARDSON, 2012, p. 224)

Ainda segundo o autor citado (2012, p. 225), um dos objetivos da análise de conteúdo é “Analisar as características de um texto (mensagem) sem referência às intenções do emissor ou aos efeitos da mensagem sobre o receptor”; desse modo, por meio da análise dos livros, pretende-se aqui, fazer uma análise entre os dados do setor produtivo e as menções em livros, periódicos entre outros para o desenvolvimento da pesquisa.

A organização sistemática dos instrumentos utilizados na coleta de dados será desenvolvida nas seguintes etapas:

 Mapeamento dos principais referenciais bibliográficos e identificação das atividades realizadas no setor produtivo do IFMT Campus Juína

 Levantamento dos dados disponíveis no setor produtivo que podem ser utilizados no processo de modelação matemático;

 A partir das análises dos dados propor a Modelagem Matemática como uma possível metodologia de ensino a ser utilizada no curso técnico em agropecuária Campus Juína através do setor produtivo e Elaboração de propostas de ensino de matemática para o curso técnico em agropecuária.

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4 EXEMPLO DE APLICAÇÃO DE MODELAGEM EM SETOR PRODUTIVO

Nesta seção apresentaremos a experiência relatadas por Oliveira, Conceição & Barbosa (2015) cujo intuito foi construir um modelo matemático a partir dos conteúdos do ensino médio que represente o desempenho do crescimento de mudas de maracujá (em observação) utilizando quatro substratos distintos, onde foi trabalhado diferentes métodos de adubação. (Oliveira et al., 2015).

A pesquisa interdisciplinar dos autores foi desenvolvida por alunos do 2º ano integrado do curso Técnico em Agropecuária do Instituto Federal Baiano, campus Teixeira de Freitas–Ba. Os trabalhos da pesquisa foram desenvolvidos em parceria com os alunos do curso de Matemática da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, dentro do Programa de Bolsa de Iniciação à Docência, (PIBID).

No IFMT campus Juína no ano de 2018 os professores agrônomos desenvolveram um projeto de pesquisa que envolvia a “taxa de vingamento de frutos com ou sem polinização artificial em cultivares de maracujazeiro amarelo na região de Juína - MT” (FERREIRA, et.al., p. 147, 2018). Porém observa-se que não tivemos a participação de professores de matemática no deobserva-senvolvimento das ações do projeto.

Por meio da pesquisa de Oliveira et al., 2015 podemos ver a importância de envolver os alunos bolsistas na busca de atividades pedagógicas que envolvam o setor produtivo, contribuindo para a integração entre teoria e prática, e buscando uma aproximação entre o ensino superior do IFMT campus Juína com o ensino técnico para a melhoria de qualidade da educação e da formação.

1ª etapa: Interação com o assunto

A interação com o assunto é a etapa inicial da pesquisa em relação ao assunto a ser modelado. É o momento de reconhecimento, de busca modo indireto ou direto, pesquisa in loco (visita no local, experiência de campo, coleta de dados de pesquisadores da área).

Neste processo de inteiração ao assunto os autores Oliveira, Conceição & Barbosa (2015) levaram os alunos a pesquisarem a cultura do maracujá e suas formas de adubação, conforme seus estudos a palavra maracujá é uma denominação indígena, de origem tupi, e significa “alimento em forma de cuia”. O maracujazeiro pertence à família Passiflorácea, essa é amplamente distribuída nos trópicos e regiões temperadas. Composta por 18 gêneros e mais de 630 espécies; o maracujá gênero Passiflora é o mais importante economicamente e possui 129 espécies conhecidas. Nativa do Brasil, 83 espécies são endêmicas, podendo ser utilizadas como alimento, remédios e ornamento (Cervi et al., 2010).

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O cultivo do maracujazeiro no Brasil adquiriu expressão econômica somente após 1970, com a espécie Passiflora edulis Sims, a partir do desenvolvimento da indústria de processamento de sucos e também pela crescente demanda da fruta fresca pelo mercado consumidor. (Oliveira et al., p. 4, 2015).

A produção de maracujá passou a apresentar importância econômica no Brasil, ao classifica-lo como o maior produtor e consumidor mundial da fruta. Desde 1995, a área plantada com maracujá-azedo no Brasil, estava em torno de 36 mil hectares, mas em 2007, houve um aumento expressivo de 30% da área plantada que foi de 46.866 ha. Em 2010, a área plantada foi de 62.200 ha com uma produção 920.000 t (IBGE, 2012). Nos últimos quatro anos, a produção e a área plantada praticamente dobraram e a demanda pelos frutos de maracujá é cada vez maior, assim como o valor pago pela produção. (Oliveira et al., p. 4, 2015)

O maracujá pode ser cultivado em quase todas as regiões do Brasil, sendo assim, o cultivo se espalha pelo país em pequena média e grande produção demostrando sua importância econômica é social sendo um gerador de empregos e de renda no mercado de insumos no campo nas indústrias, atacado e varejo. (Oliveira et al., p. 4, 2015).

Mesmo sendo uma cultura de retorno rápido do investimento, os baixos preços pagos pelo fruto, aliados aos altos custos de produção, têm levado obrigatoriamente a se fazer com frequência o diagnóstico do comportamento econômico-financeiro de cada ciclo da cultura. Dai nasce a necessidade de desenvolver métodos capazes de avaliar o crescimento da planta e indicar ao produtor qual e o melhor método, para se produzir mais com menos custos. (Oliveira et al., p. 4, 2015).

2ª etapa: Matematização:

Esta é a etapa mais complexa do processo de construção do modelo matemático, ela se divide em formulação do problema e resolução. É nela que vai se descrever a situação-problema em forma de símbolos matemáticos.

Neste processo os autores Oliveira, Conceição & Barbosa (2015) fizeram o levantamento das mudas de maracajá e durante o desenvolvimento as mesmas permaneceram no viveiro do IFB.

Conforme (Oliveira et al., p. 5, 2015) para identificar modelos matemáticos na produção de mudas de maracujá avaliando seu desenvolvimento em amostras com diferentes substratos, que foram identificados como testemunhas. Sendo ao todo, quatro testemunhas T1, T2, T3, T4. Cada uma contendo cinco amostras com um substrato específico; evitando decorrentes perdas por fatores ambientais (clima, chuva, ventos etc.) ou biológicos (pragas e doenças). Deve-se registrar que, para o desenvolvimento deste trabalho, fez-se necessário uso de sacolas para a produção de mudas. No entanto, para lavouras de

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maracujazeiro em grande escala recomenda-se o uso de recipientes do tipo bandejas, tubetes e sacos plásticos (10 x 20 cm ou 18 x 30 cm).

Para análise dos resultados de sua pesquisa Oliveira, Conceição & Barbosa (2015) utilizaram dados coletados durante dois meses, realizando quatro medições com intervalo médio de quinze dias. O modelo que mais atendeu os objetivos dos autores foi uma função do primeiro grau de forma linear. Por meio desta função linear 𝒇(𝒙) = 𝒂 . 𝒙, onde a mesma é definida por ser uma função onde existe apenas uma constante e o valor de 𝒃 é sempre zero. (OLIVEIRA et al., 2015)

Para a construção dessa modelagem foi levada em conta dois principais fatores: o tempo e o crescimento diário do maracujá, levando em consideração ainda o fato de que algumas plantas abortaram, reduzindo a quantidade de dados a serem utilizados na construção do modelo. Confirmando o que diz Biembengut (2009) que, “a Modelagem Matemática é a arte de modelar que leva o aluno a reflexão de situações reais”, este estudo possibilitou a revisão e utilização de conteúdos matemáticos visto em sala de aula que aparentemente não sabíamos como poderia ser aplicado até a proposta deste projeto. (Oliveira, p. 6, 2015)

Descrevemos abaixo o que representa cada variável nas formulas encontrada do modelo elaborado.

Figura 01: Representação das variáveis.

Fonte: Oliveira, Conceição & Barbosa (2015)

3ª etapa: Modelo Matemático

Com a pesquisa Modelagem Matemática aplicada a cultura do Maracujá os autores abordaram uma pesquisa com base na produção de mudas de maracujá com o propósito de encontrar um substrato que melhorasse o desenvolvimento produtivo das mudas da planta em questão. Os autores chegaram a conclusão de que alcançaram uma nova aplicação da tecnologia com uso da função linear, que proporcionou uma avaliação e análise do desenvolvimento dessas mudas o MCGP (Medida e Crescimento Geral de Produção); sendo capaz de fornecer tal análise, através de dados coletados de

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forma simples. Dessa forma foi possível garantir ao produtor, qual o melhor substrato a se utilizar na produção de suas mudas.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização desta pesquisa proporcionara uma reflexão sobre a interdisciplinaridade, visto que a matemática que é ofertada em sala de aula pode fugir um pouco da realidade dos alunos e as vezes não é visível essa relação com as demais disciplinas. Sendo assim a modelagem matemática nos auxiliara no desenvolvimento como instrumento de aprendizagem tornando essa transição de algo que se encontra na realidade dos alunos para o que é visto em sala.

Partindo do ponto de que é interessante a interdisciplinaridade, o curso de Técnico em Agropecuária nos proporciona um leque de possibilidades para se trabalhar a Modelagem Matemática, a possibilidade de os alunos indagarem situações reais através da matemática certamente pode vir a auxiliar no seu rendimento nas disciplinas de matemática.

A pesquisa busca trazer uma reflexão sobre o uso da Modelagem Matemática e os benefícios que ela pode vir a trazer, auxiliando os professores a fazer essa relação entre as disciplinas das áreas técnicas e a matemática. Buscar o interesse dos alunos pela matemática acabou sendo um desafio nos dias atuais proporcionar uma visão diferente da que e vista muitas vezes em sala de aula pode mudar a concepção do aluno e então atrair o seu interesse, já que ele observa que está ciência e a base para o alicerce de várias outras.

Barbosa (2001) diz que, trata-se de uma oportunidade para os alunos indagarem situações por meio da matemática sem procedimentos fixados previamente e com possibilidades diversas de encaminhamento, sendo assim a pesquisa tem como objetivo buscar essa reflexão sobre a modelagem matemática e como ela pode contribuir de maneira significativa nas aulas de matemática e no desempenho dos alunos, dentro das possibilidades de cada um.

Com o desenvolvimento do projeto espera-se realizar o levantamento de dados do setor produtivo do IFMT Campus Juína que podem servir de propostas para o ensino de matemática a partir da modelagem matemática e assim mostrar aos professores de matemática propostas que estabelecem uma relação entre as áreas dos saberes técnico e de formação geral.

São muitos os conteúdos matemáticos que estão inseridos nas disciplinas técnicas oferecidas no IFMT Campus Juína. Está presente pesquisa pode ser relevante tanto para reflexão em relação à formação dos técnicos em agropecuária, quanto para mudança de nossas práticas educacionais. Espera-se

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evidenciar que é imprescindível que ocorra nos cursos integralizados uma ampla reflexão de um ensino de matemática efetivamente contextualizada às práticas profissionais.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, J. C. Modelagem Matemática e os professores: a questão da formação. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/espmat/disciplinas/funcoes_modelagem/modulo_VI/pdf/Mod-Mat-formacao-professores.pdf> , Acesso em: 26/03/2019.

BARBOSA, J. C. Modelagem Matemática: O Que é? Por Que? Como?. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/espmat/disciplinas/funcoes_modelagem/modulo_VI/pdf/Mod-Mat-formacao-professores.pdf >, Acesso em: 26/03/2019.

BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.

BIEMBENGUT, M. Salett; HEIN, Nelson. Modelagem Matemática no Ensino. 5. ed.; 4ª reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2014.

CARMO, J. Modelagem como Alternativa Metodológica para o Ensino de Matemática. Disponível em:

<https://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/4806/5/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20-%20Josemi r%20do%20Carmo%20-%202014.pdf >, Acesso em: 26/03/2019.

IFMT, Campus Juína. Projeto Pedagógico do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Nível Médio. Juína-MT, 2015.

KNIJNIK, Gelsa. GIONGO, Ieda Maria. Educação Matemática e currículo escolar: um estudo das matemáticas da escola estadual técnica agrícola de Guaporé. ZETETIKÉ – Cempem – FE – Unicamp – v. 17, n.32 – jul/dez – 2009.

OLIVEIRA, L.; CONCEIÇÃO, E. J.; BARBOSA, R. A.. Aprendendo matemática por meio da modelagem matemática aplicada a cultura do maracujá. In: EMEM. Anais. Juiz de Fora, 2015. Disponível em: <http://www.ufjf.br/emem/files/2015/10/APREDENDO-MATEM%C3%81TICA-

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Figura 01: Representação das variáveis.

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