1199200620
FUNDACAO GETULIO UARGAS
1111111111111111111111111111111111111111ESCOLA DE ADMINISTRACAO DE EMPRESAS DE SAO PAULO
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ESTUDO DE CASO SOBRE OS MECANISMOS DE
DEFESA
CONTRA A INFLACAO
UTILIZADOS
POR UMA EMPRESA NACIONAL
EM SITUACAO
DE FORTE RITMO DE
ASCENSAO DE PRECOS
Fundação Getulio Vargas ,
Escola de Administração . de Empresas de sao Paulo ··
Biblioteca
1111 11111111
1199200620
DJSSIRIACAO APRESDtrADA AO CURSO DI POS-GRADUACAO DI ADIIIHISIRACAO DA ESCOLA DI ADIIIHISIRACAO DI DIPRISAS DI SAO PAULO, DA I'UHDACAO GETULIO VARGAS, COIIO REQUISitO PARA A OBIDtCAO DO TITULO DI MISIB DI ADIIIHISIRACAO, COM COHCDftRACAO HA ABA DI ADIIIHISIRACAO COHIABIL I fiHAHCEIRA.
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ORIDtrADOR: PROF. AHIOHJO LUIZ DI CAIIPOS CIJRGILSao Paul o
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eJi:.Q.R.. São Pau 1 o, . FGV /EAESP, i 991 , 319 p • <Disser t aç: ão de Mestrado apresentada ao Curso de P6s-Graduaç:ão da EAESF'/FGV, 'rea de Concentraç:ão: Administraç:ão Cont,bile Financeil·a
>.
RE.S ..
UliO.:
A sit uaç:ão de a 1 ta in flaç:ão vigente na economia brasileira desde meados da d'cada de oitenta, forç:a as organizaç:5es empresariais a encontrar mecanismos que alimentem seu sistema de informaç5ese
possibilitem o cumprimento de contratose
o processo de tomada de decis5es. Utilizando a·t,cnica do estudo de caso, este trabalho acompanha a exper1encia de uma organização empresarial em seu processo de adaptação l realidade econ8mica, apds diagnosticar que o seu sistema de informaç5es apresentava um nível muito reduzido de efic,cia, ao não incorporar dados sobre as variaç:5es de preç:os na economia. O uso da indexaç:io de valores monet,rios acompanhado de medidas de reorganização administrativa, da incorporaç:ão de novos controles econ8micos e financeiros e da expansão da automatizaç:ão levaram a empresa a um novo est,gio de gestão.ESTUDO DE CASO SOBRE OS MECANISMOS DE
DEFESA
CONTRA A INFLACAO
UTILIZADOS
POR UMA EMPRESA NACIONAL
EM SITUACAO
DE FORTE RITMO DE
ASCENSAO DE PRECOS
SaliYal SilYa e Menezes
Banca ExaMinadora
Prot. Antonio Luiz
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Caapos Gurttl (JGUIIAISP>PNf. doao Cill'los Hopp (JGU/IAISP>
Prot. Paulo César Milonf <USPIFIA>
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pro·l'unda n,g'o ::gl:' de.i:·f,"i surpn:'endf:!r Jogo
a o p r .i 111l:' .i r o e :·<"a 111e ·'·'
Ignicio M. Rangel
Cot) ~ANGELo Z.M. A zn•~mç~o 9rmm~l~~rm C~~o dw ~mnw~ro)o
Tempo 9rmm~~-~ro0 &9~3) em. wd&ç~o0 p~g. 3 .
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que soube transmitir-me, com precisio e pac1encia, os princípios da razio, da coragem e da honestidade.
<in tm:::mor.i.~n
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Ao meu F'ai
~ minha Mie, de quem herdei a disposiçio
e
a energia para alcan~ar os meus objetivos.~ Maria José, ao lado de quem viví os momentos mais significativos de minha carreira e de qu•m recebi os mais expressivos apoios para que continuasse pet·severante.
Aos meus familiares, a quem sacrifiquei com minha ausência.
Aos colegas siceros e colaboradores recebi valiosos incentivos.
de quem
Aos alunos que tive e tenho, na Universidade de Sio F'aulo e em outras institui~5es, que slo uma das principais raz5es para mais este empreendimento.
Aos poucos e verdadeiros amigos que nunca se negaram a me indicar "o caminho das pedras".
~sl~n~f~&q s osel,9,q mo?
.sbsbl1~snoA sb s mges~o~ ~b
~t~,Sn9 h g or~taoq~lb s rsb~srl msup sb P9BM srlnim ~
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ao ~s~ns~Is E,sqafsm eo:tnsmom ao ~viv msup sb obsi os ~~aoL st7&M ~
2<:> ir.h::r:J::n w-::wp sb ~:> F.i"IÍ'?rl"fB::i srln.fm ~·)b aov.i::tF.;:;:).Í:l.íni?.Í<'•
saaFuni1no:J sup &Tsq aoloqs aovíaas1qxs aism
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A realiza~io do presente trabalho
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fruto dacontribui~io de muitas pessoas que, direta ou indiretamente,
incentivaram-nos a realizi-lo.
As falhas nele apresentadas, entretanto, sio devidas apenas ao seu autor.
Agradeçemos, primeiramente, ao Professor Antonio Luiz de Campos Gurgel, nosso Orientador, que, al&m da contribui~io
dir~t~ p~r~ ~ conclu~~o d~ disserta~lo, nos concedeu virias
vezes a oportunidade de exercermos as fun~6es de monitor para as disciplinas do Departamento de Contabilidade, Finan~as e Controle, da EAESP/FGV, atrav&s do que aprendemos a importincia das atividades docentes e de pesquisa.
Agradecemos, tamb~m, ao Professor Jorge Queiroz de Moraes Junior, de quem fomos orientando e monitor, por seu decisivo apoio, desde a &poca da graduação, para que levissemos
adiante nossos objetivos acadlmicos.
~-,.
Tamb~m, somos gratos aos Professores Joio Carlos Hopp e Samuel Hazzan, ambos membros da Banca Examinadora da presente dissertaçio, o primeiro pelo brilhante curso de Contabilidade de Custos, na Pós-Gradua~io <Mestrado e Doutorado) da EAESP/FGV, que nos ajudou a consolidar o interesse pelos estudos sobre indexa~io e sobre gestio em ambientes inflacionários, e o segundo, de quem fomos monitor e virias vezes aluno, na EAESP/FGV e na FEA/USP, pelas palavras de apoio e incentivo que, como amigo e colega, nos dirigiu para que
f8ssemos persistente em nossa carreira.
Nossa gratidio tamb~m se estende a cada um dos professores de graduaçio e de pós-gradua~io que tivemos, sobretudo aqueles (felizmente a maioria absoluta> que agiram com muita responsabilidade no seu ofício de formar pessoas.
Somos particularmente gratos aos funcionários da EAESP/FGV, sejam eles bed~is, secretárias, telefonistas, atendentes, servidores da biblioteca e da livraria, serventes e zeladores, chefes de se~io, servidores do setor de comunica~io
e das fotocópias <xerox), funcionários do CPD, das secretarias e dos departamentos, o quais, com pequenas e grandes contribuiç5es, nos ajudaram a somar esfor~os no sentido de consolidar a nossa formaçio acadimica e profissional.
t'h (obE-·ioJvot:r mr:; ·r .r r;:r; ':?.t.UP ·~'b ·I ·:.r'·tc!0-2 ' .f; I I I
Por fim, gostaríamos de registrar que aquelas pessoas e institui,5es que omitimos nestas linhas por raz5es de espa'o ou por esquecimento e que mereceriam ser lembradas pela importincia que tiveram em nossa carreira, certamente tim seus lugares reservados em nossos coraç5es e teria, para todo e sempre, a nossa mais elevada gratidio.
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Solival Silva e Menezes Noveml:n- o, i 99 i .
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pág. 1. Apresentaçio •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• i
2. Objetivos da Dissertaçio ••••••••••••••••••••••••••••••••• 20
3. A T~cnica do Estudo de Caso •••••••••••••••••••••••••••••• 29
4. Hist6rico da Empresa Examinada ••••••••••••••••••••••••••• 38
5. A Situaçio Inflacionária do Brasil nos Anos Recentes ••••• 54
6. A Situaçio Precedente na Organizaçio Estudada •••••••••••• 68
7.
A Crise de Sucessio ••••••••••••••••••••••••••••••••••••• i008. O Diagn6stico dos Problemas ••••••••••••••••••••••••••••• 107
9. Dificuldades da Gestio em Economia Inflacionária •••••••• i25
10. Principais Medidas Adotadas ••••••••••••••••••••••••••••• 152 10.1. Reorganizaçio Administrativa •••••••••••••••••••••• i55 10.2. Administra;io Participativa ••••••••••••••••••••••• i83 10.3. Indexaçio Como Um Instrumento de Defesa ••••••••••• i89
11. Inovaç5es na Gerincia de Controladoria •••••••••••••••••• 202 11.1. &rea de Custos e Contabilidade •••••••••••••••••••• 206 11.2. &rea de Cr~dito e Cobrança •••••••••••••••••••••••• 237 11.3. &rea de Controle Financeiro e Pagamentos •••••••••• 244
12. Inovaç5es na Gerincia de Administraçio •••••••••••••••••• 254 12.1. &rea de Recursos Humanos •••••••••••••••••••••••••• 256 12.2. O Papel Decisivo da &rea de Sistemas e Computaçio.262
13. Inovaç5es nas &reas Comercial e de Engenharia ••••••••••• 266 13.1. &rea de Tráfego e Suprimentos ••••••••••••••••••••• 269 13.2. &rea de Execuçio e Acompanhamento ••••••••••••••••• 275 13.3. Cadastro e Concorrincia ••••••••••••••••••••••••••• 280 13.4. O Papel Fundamental da &rea de Orçamentos ••••••••• 282 13.5. &rea de Contratos ••••••••••••••••••••••••••••••••• 285
14. Consideraç5es Gestio Financeira em Economia Inflacionária •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 289 15. Considera,5es Finais •••••••••••••••••••••••••••••••••••• 296 AIJ s t r· a(: t ... a " 1:1 . . . ., . . . ~~ a. ... a . . . "301 16. Bibliografia •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 302
.,.
·)f ·lf XA e c on ôm i c <:l. c on t emp odin e a,
particularmente a de origem ke~nesiana e qi.H~ constitui o
paradigma teórico vigente no mundo ocidental,
economias capitalistas model·nas estão hm d am(:~n t <.'.l.d as na
suposição de que a moeda possui um valor estável permitindo a
exist~ncia de um sistema de contratos interligando os vários
agentes econômicos, sejam eles empresas ou pessoas físicas ( ~. )
Esse mundo econômico com estabilidade de
também, a prerrogativa de permitir o p ,. o cesso
decisório regular no lmbito das organizaç5es empresariais,
abrangendo não apenas o curto prazo, mas extens5es temporais
mais amplas, como decis5es estratégicas de longo prazo.
Essa concepção teórica tem consequ~ncias
nos variados campos do conhecimento humano relacionados com as
organizaç5es empresariais, de modo que a moderna teoria
cont<ibi 1 jl()l" exemp 1 (:>, bem como a prática
decorrente da aplicação dessas teorias, também se fundamentam
na hipótese da estabilidade de
pre~os ( f ? . )< :1.) c ... r-:v""'LHO • 1=- •• J . c. " A l t " ' :t1., .P"laç:IKa .,. 1-l:l.i:>.,.\" :1.1., .Plm.c;:lltc:>: um,.. V:l.mllt«:> F· dl m ·-I< .,. ~ 1., "".,. :1. a n m." :1. n E:.Mt ... ;l,.m..t. . .m. Q.lft. &.:..c;;.,iU"l-'õUD..;I..xfl. E" . .f.t..l •. :~.t. •. :I.E...lr.. P v<:> l • :1. 0 • 1., «:> • -4
< 4 0 ) o u t - d e 3 o :1.990 P"'Q-~5.
lã: • li1 • .â.Gi-'ü • .C:U.U"l.t. •. :l •. l:\ . .!3. :J:.b .. 4tUiU:..!:I. P 1:1
A realidade histórica, pon2m,
paÍses avançados, considerados ricos e desenvolvidos, qU<:tn
t ()
dos países pobres do Terceiro Mundo, insiste em negar
posicionamento, havendo raros momentos na vida recente das
na~5es contemporineas em que a estabilidade de pre~os -foi <:1.
tônica<:;nQ
Para o economista John Ma~nard l<e~nes,
p\·ecLu·sm· de linhas teóricas hoje situadas na -fronteira das
discuss6es sobre empreendimentos, uma economia avançada tem
como característica para distingui-la de uma economia primitiva
a existincia de uma moeda est,vel da qual
transaç5es -financeiras e os contratos podem ser exp\·essos,
possibilitando a realizaçio de transaç6es duradouras ao longo
do tempo ( 4 )
Esse economist <":\, po\·ém, m<:\1 sabia que, ao
contririo da realidade por ele vivida no início do século e que
serviu para suas proposituras teóricas, o mundo contemporineo
viveria verdadeiras C\" :ises de instabilidade de p\·eços,
especialmente no período pÓs-II Guerra Mundial, iguais ou mais
C :H) SJ:NGiã.R •
< 4 , I< 1;;: v 1.., 1;: m • .J • M • :.r..t ... ~. ~;U~t..t:~.~.\:..m..:l. :.r.b.~.~;u::.!:l. -'l~:P.. .\W.ru;!.l.~.!:I..IYA~..I:-..t... .:t:..1:-..t>. •. «u:..111 .. 1n..t.. .IIUl.d.
)
exemplo~ que experimentadas nos
A economia mundial
economias dos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento,
como o <~SP(~C ia 1 após a queda definitiva do padrio
déc<;~.da de setenta>, passaram a experimentar
n~con·entes de ascensio de preços que só cessaram, am alguns
a implementa~io de rÍgidos programas de saneamento
econ8mico e a custos sociais imensur6veis<~,.
Em nosso país, eX<~mp 1 O,
inflacionária vem tm\\ n: a n d o a realidade econ8mica empresarial
praticamente desde o século passado <P>, tendo se agudizado na
década de cinquenta e início dos anos sessenta e se tornado uma
verdadeira catástrofe <:\PÓS as crises do petróleo da década de
seus desdobramentos na crise de endividamente que se todo o mundo subdesenvolvido na década de oitenta e início dos anos noventa.
Essa complexa
economias capitalistas tem sido estudada com atençio nio apenas
( \."l) EIUI<;:I ... S • •=·c:•1 :L t: :L .. , ... .
C.':'" :L m :L a~o :L 1"\
:cu;: v :c '-· 1 •• 1e1 • •=· .
01\1'\c:t r~ a c:: :1. "'1 :J:1'\t: :l.t: l.lt: :I.C:U'\01\1
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n :&:&"\ .P1. m.t: :teu"\ p
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El•·m:r.~.1 ~.lll\1'\ li:~o<tl>Cit\" :1..,.1'\C::,.." < Sl. l='ll\l.l1c:> • 1n:L•naoc:• • c:t ... :r.ao1nl"''""' • : 1 . 9 S 7 ) .
·, .
. ·•
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eC<lnomi~:;t<ls, uma de
particularmewnte na~:; contábil
financeira, preocupados as dificuldad<~s cau~:;adas
de ()S p\·oblemas
<~mpn~sar i ais •
uma preocupa,lo em diagnosticar os
problemas causados pela in·rtação, estudiosos buscam,
quando possível, solu,5es para o curto o longo
pra~os em,, a serem implementadas pelas organiza,5es.
de estabilidade de preços aparece,
estudos de contadores, financistas e economistas
como um fundament<l lógico ind:isp<~ns<ivel os
desdobramentos práticos posteriores das decis5es e para que se
viabilize contextualmente um sistema de contratos interagentes
que penni b1
opera~ão nos organismos econ8micos empresariais<9
) .
A instabilidade de
cont <~xt o, COm() um desvio da nonna 1 idad<~
e;;..,,,..,...,
:Lm,..,c:: :Lm E4'""'"~:L leo>:L•·m";[ ,.., .P l mq: li( r.> (:lc&l"' t: ,. <.'> c:lm ~~ .. .. JM\nce:I.\""C:) • l=•c:\UJ,•••l< Cit)t:J 1"'1 ~4B :1. rft.t ... lft.'1 emer 9<~, () neste ~. V<:>l.:l.olllp
C 9 ) c:!ÃI'=VAI •• I-ICl p I=' • . J . ('.!. " Â l t: \1\ :t: 1"1 .P l mq: llta "" 1-1:1.1:. C0\" ~.1"1 .P '1 \1\t;: llta: LIIYI"" V :1. mllta ~
nonna 1 id<1de, a esh'\b i 1 idade,
registrada da maioria dos trabalhos que tratam do tema.
Mas, compreender esses desvi()S
retorno ~ normalidade nio parece suficiente para lidar com o problema da inflaçio.
asp(o?C tos de
econ8mica, social (-?política significado que vêm
Ao fazer variar o poder de compra da moeda, a inflaçio CJUe 0 seu V<!l. 1 ()l"
t emp ol· a 1· i am<o?n te desconhecido ganhos inesperados, :i.nexo1·ave 1 ment <-?,
contratuais, sobretudo aquelas que estabelecem compromissos
l-1ais gn:we, ainda, (~ que a :inflaçio, (!\0
provocar o desconhecimento temporário do valor real da moeda e ao impossibilitar um conhecimento im<o?d:i.ato da
dos Pl-eÇ()S
•=·ol :Lt: :I.C::41l P r.~ r :1. ttl :1. m :L '"'
que afetam determinado organismo empresarial, imp5e
\
&;,.G; •• c;u'l . .Q..In.õl..m. E:.GA.l.;, .. t:..~ • ..c;;.m. • ._. '" ·• -:1. 01• r
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Clat"tt: C0tntoo, .. aor•t.;~ tã:c::c:at"\atn~""l\\1'\d•,.•SC!)C!: :l.mt: t:J'' :l.t"\
C :1. :1. ) !~AI:;:VÃI •. I-If.l p I='. -1. !~.. "A '1 t:"" :t t"' .Pl ""t;: Sltc:> m 1-1 :L p CIO\" :L t"\ .Pl ""t;: Sito: Utn"" V :L m!Ka
dificuldades muito significativas ao processo de tomada de decis5es, colocando por terra a validade de qualquer sistema de informaç5es que for incapaz de interpretar e entender o funcionamento do sistema de preços da economia.
Essa fuga da normalidade, isto
é,
esse surto de instabilidade ou surto inflacion,rio, caso fosse uma ocorrincia episódica ou temporiria, com alguma chance de reversibilidade, nio teria maiores consequincias sobre o cotidiano dos negócios empresariais, a nio ser algum custo operacional igualmente temporário e episódico, facilmente repartido entre os agentes econ8micos participantes de determinado mercado.O problema para a gestio empresarial
é
que nioé
isto que ocorre em boa parte das economias dos países subdesenvolvidos.Nas economias periféricas, como é o caso do Brasil, a crise de instabilidade de preços j ' se tornou recorrente e mesmo as tentativas mais duras implementadas para
conti-la nio atingiu qualquer sucesso, pelo menos at~ o final
Ao que tudo :indica, aliás, <~ g\·avidade
deste momento reside justamente na possibilidade de que o surto
de elevad<~ e significativamente se
transforme, repentinamente, em um surto hiperinflacionário,
jogando t (:>da a economia
desorganizaç:io, d<~sabast ec im<~nt o da moeda
l'l<lJ.: l()n(i\ '1 ( ~. :!1) a
Para os organismos empresariais seria o
C<~OS completo, com de atividade,
generalizadas e a impossibilidade do cumprimento de contratos
ou de tomada de decisões com um mínimo de racionalidadea
Do ponto de vista dos trabalhos sobre o
t (~In(\\, o reencontro com a estabilidade para
recuperar a racionalidade prdpria do mundo dos negdcios.
vo1.:1.<2>p
3: ,.., .P 1 me::
:L,,,..,
tof\y• ~. m""f.l :&u· mm
:L
1 lli.l"' t: , .• ao loJ:L,,..,., .. :L
1"1 .P 1 mq: IICc:t CIIO 11\:CIIOc:: CII041lmSICc:t" :L'"A estabilidade esperada nio é sequer a estabilidade absoluta, mas, pelo menos, oscilaç5es pouco bruscas em torno de um ponto comum no sistema de preços.
Episódios inflacionários, de duraçio efimera que nio causem maiores cónsequincias sobre as decis5es e os contratos sio aceitáveis, sobretudo se houver a busca decisiva da reversio, patrocinada pelo governo com a contribuiçio da sociedade.
Todavia, no caso do Brasil nio é isso que vem ocorrendo, especialmente a partir da década de oitenta, quando a crise de preços se torna permanente e com amplos desdobramentos, resultando em um cenário complicado, com inflaçio acelerada, sem soluçio aparente, nio obstante os vários planos econ8micos aplicados no período.
O Brasil iniciou os anos oitenta com a inflaçio relativamente estabilizada, apesar de situada em níveis muito elevados.
O nível alto da variaçio de preços, somado l necessidade de financiamento da dívida externa fez com que o governo adotasse, nos primeiros anos da década, um rígido programa de estabilizaçio calcado na recessio econ8mica,
afetando significativamente o desempenho das empresas no
período compreendido entre os anos de 1981 e 1984<~4>
A cd.se de instabilidade, não
cessou, e a inflação, motivada por causas diversas <sobre as
quais não trataremos aqui), continuou em seu ritimo ascendente,
atingindo patamares cada vez mais altos.
h! o ano de i <?86, após um ripido surto de
recuperação econ8mica, e como a inflação não dava mostras de
ceder, experimentamos plano de estabilização
econ8mica calcado na surpresa, baseado em algumas medidas de
impacto, dentre as quais se destacavam o congelamento de preços
Denominado plano Cruzado (nome da nova
moeda criada em substituição ao então cruzeiro), este primeiro
choque econ8mico, de natureza heterodoxa, como o classificaram
os economistas, ofereceu uma trégua ~ sociedade, fazendo com
que houvesse temporariamente a ilusão da estabilidade de
Pa l-<:l.d oxa lmen te, no caso do
experimentamos uma trégua na instabilidade, vi v<;:-ndo a 1 ~F.t.ns
poucos dias de normalidade econ8mica, quando o que se espera,
pelo menos do ponto de vista teórico, é que se experimentem
surtos rápidos de instabilidade seguidos por períodos mais
longos de estabilidade de preços.
Em outras palavras, a t8nica no Brasil tem
sido a instabilidade enquanto a exce~io os raros momentos de
estabilidade.
Por vários motivos, mas, sobretudo, por
falhas de gestio e por interesses que nio se limitaram aos
aspectos econ8rnicos e financeiros, o plano Cruzado se revelaria
o primeiro de uma série de choques econ6micos de eficácia
duvidosa que seriam aplicados no Brasil.
Para a gestio financeira das empresas, o
Cruzado representou o início de um drama operacional, pois, com
a reforma monetária e a elimina~io de índices de preços
regulares para indexaçio e previsio, após um longo período de
aprendizado, iniciou-se, também, uma fase constituida pela
estruturaçio e desestruturaçio de controles, ~ medida que o
governo impunha novidades no "front" da batalha contra a
inflaçio, sobretudo através de novos planos econ6rnicos •
Esse primeiro plano de estabilizaçio, cerca
de quatro meses depois de sua aplicaçio <em fevereiro de 1986),
sofreria urna primeira n c1rurg1a · · 11 ou correçio de rumos, com o
chamado Cruzado II ou "Cruzadinho'', que procurou ajustar alguns
pre~os p~blicos e rearranjar pre~os relativos na economia, causando impactos na estrutura de gestio empresarial, sobretudo
porque representou a senha para a volta e a permanincia da
in t1 a<;: ia.
Vive\· :Í.<1mos, no período dos cinco anos
seguintes, mais quatro experiincias de choques de estabilizaçio
(os planos Bresser, Veria, Collor
I
e CollorII),
cada qual,. ep 1· (~sentando 8nus talvez imensuriveis para as empresas, em
termos de aprendizado e de reorganiza<;:io, j i que quase todos
exigiam readapta~5es bruscas ls regras econ8micas.
exemplo,
O padrio monetirio e sua denominaçio, por
se alteraram duas vezes entre 1986 e 1990, pois
tivemos a cria~io da moeda "cruzado" em substituiçio ao
11
CI"Uzeil"011
, <~m 1986, e a substituiçio do "cn.tzado
11
pelo
·''cn.J.zeil·o", (~m 1990, além de so-fl·ennos, por duas vezes, o co\·te
de tris zeros na unidade de conta monetiria nacional.
Sofremos, também, o impacto da "dança dos
índices", como ficou conhecida a açio do governo na escolha de
:índice de preços representativos para indexar suas operaç5es e
as das empresas, e na definiçio da forma de cilculo dos
índices, quando nio na elimina.;io dos próprios :índices, como
fez com a antiga variaçio do BTN <b8nus do tesouro nacional),
substituida, no ~ltimo plano, por um pseudo-indexador, misto
de taxa de juros com previsio inflacioniria~ denominado TR <taxa referencial de juros>.
Os planos de estabilizaçio, além de nio
eliminarem a inflaçio <razio principal alegada para a sua
aplicaçio), levaram as empresas a conviverem com cenirios de
absoluta incerteza, com muito mais instabilidade que a vigente
antes da cada plano, especialmente com a
constataçio de que a aceleraçio dos preços sempre se verificou
maior ap6s as medidas de emergincia<~cr.>.
A P<lrtir da segunda metade dos anos
oitenta, além dos planos de estabilizaçio aplicados via choque
na ec(:>nomia <e talvez em detorrincia deles mesmos), passamos a
viver em uma realidade chamada pelos economistas de ''alta
inflaçio'', sempre assustados pelo fantasma da hiperinflaçio.
A bem da verdade, os pr6prios economistas
tim dificuldades em estabelecer uma classificaçio precisa para
a inflaçio, sobretudo em definir o que seja hiperinflaçio, pois um nível de inflaçio mensal de cerca de 85%, como o que vigorou
em março de 1990, antes do plano Collor nio pôde ser
classificado adequadamente, inclusive porque a economia nio de
( :1 • .r.) 1 •. :C MA • :!:1"1 .P'l ~c:: :l.c:u ... ~r :l.c:a"
llJ -1\':..l!U.I..l..$~... Q d t / 0 9 / 9 0 . ,,. " ' " -
C::·-Q-< :1.7) c::AI:O:VAI •. I-IC:l • 1::- •• J . C . " A 'l t: m :J: 1"1 .P 'l mç IKc:> «> 1-1 :J.t:> ""\":I. I'\ .P '1 mt;: IK<:>: UIYim V :1. <ttllto •=·ó<t•·-·1< ... !:li'\ ... :1. >I' I'\"'" ... - :1.0.
desest rub..u-ou como em antigas hiperinflacionirias.
então, com <1 noção de
continuamos a viver num período de alta inflação, com os
índices de preço tendo seu crescimento acelerado mis a mis<~7).
~ neste período de alta inflaç:ão que a
economia empresarial
impondo-se a necessidade de modificação nos controles e na
forma de gestão.
Ji
não&
possível conviver com um sistemade que não apresente ou simule a verdadeira
dinimica dos preços da economia.
Em alta inflação, as taxas de crescimento
<nível de aceleração da inflação> são tão elevadas
que a denominação de contratos na moeda legal da economia se
O v a 1 0\" real da moeda se deprecia com muita
rapidez, impondo a necessidade de alguma forma de controle que
permita, minimamente, visualizar a trajetória do valor real da
moeda < u;) >
< ~-til> CAI:O:VAI •• I-!0 • c:· •• J . ~~. " A l t: m. :f.t"O .P l m.ç 11\:c:> «> 1-1 ~-I=>..,, •• :L'"' .P "1 m.q: 11\:<:>: Utnm. V~. 4U.Slta •=·<.'lo&••• I<-~ ... :1. ... """ :LI"O .G;.m .. '..f .. ~ ••• fll..l;. • .m. ~;l..m. lv.:s.;..QJ.:u;un..;l. . .m. l;:..c;~.l. .. :r. .. tul..r. . .m. • V<:>"l.~.Qip
A gestio dos negócios corre o risco de se ver paralizada caso nio se criem mecanismos adicionais de controle que facilitem as transa~5es, pois torna-se difícil aceitar compromissos futuros em uma unidade monetiria cuja desvalorizaçio seja automática e, mais grave ainda, imprecisa.
~s empresas ~ imposto o 8nus de se adaptarem ao novo contexto de instabilidade, sob pena de se tornarem apenas perdedoras no processo inesperado ou imprevisível de oscilaçio dos pre~os. Credores se tornam prejudicados e devedores beneficiados em situaçio de instabilidade, podendo inverterem-se, instantaneamente,
pap~is quando um choque econ8mico
é
arquitetado e implementadosem que os agentes sejam preparados.
Neste contexto, surgem inova~5es na gestio financeira das empresas, visando, sobretudo, a garantir um mínimo de visibilidade sobre o comportamento do valor real da moeda e mesmo dos bens <estoques, equipamentos, instala~5es).
A característica mais notável deste período de alta inflaçio ~ a sua continuidade e persistincia, pois, nio se consegue solapar a evoluçio da instabilidade atravis dos planos econ6micos e a inflaçio já nio
é
efimera e passageira como nos casos mais comuns retratados pela literatura econ6mica.A continuidade da alta inflaçio exige que, nas empresas se deixe de esperar pela soluçio do problema da instabilidade de preços, de se combater a inflaçio, procurando elimin,-la, e se passa para uma etapa importante de criaçio de mecanismos de sobrevivincia e de convivincia com a dura realidade da dinimica ascendente dos preços.
Imp5e-se, entio, a necessidade de se criarem mecanismos, verdadeiras inovaç5es nos controles que possam levar as empresas a se defenderem.
Uma dessas inovaç5es ~ a indexaçio dos contratos e dos valores nominais <inclusive dos bens), visando a torná-los mais realistas, embora contendo, em muitos casos, imprecis5es que poderio causar perdas ou ganhos inadvertidamente.
Essas inovaç5es tornam os contratos executáveis e compreensíveis e permitem gerar uma base de
informaç5es mais segura para o processo de tomada de decisões.
Estabelece-se um novo sistema de controle e de contratos baseados em um modelo de indexaçio e verifica-se o nascimento de um novo sistema de informaç5es, reformulando-se o sistema antigo, nio adaptado
à
instabilizaçio de preços, ou criando-se um modelo preparado para subsidiar o decisor com15
' !
v
dados e informaç5es com recuperaçio do valor real perdido com a in-fl<H;:io.
Todo o processo nio se dá sem traumas, requerendo o aprendizado de novas regras, com custos adicionais de treinamento e formaçio, além de novos formulários e novos sistemas de organizaçio e métodos.
Do ponto de vista prático,
readaptaçio ao novo momento econ8mico, requerendo-se por outro lado a adequaçio das normas e convenç5es inerentes ~ realidade.
Essa adequaçio pode até apresentar efeitos pragmáticos no campo do Direito, como se deu com a adoçio da correçio monetária dos ativos permanentes e do patrim8nio líquido e, mais recentemente, com a adoçio da correçio integral das demonstraç5es financeiras<~•>.
Todavia, em alta inflaçio haja indicativos de que a maioria das organizaç5es elaboram e adotam mecanismos de adaptaçio, poucos trabalhos tem sido feitos visando a divulgar essas inovaç5es.
Esta dissertaçio, portanto, tem em vista retratar essa situaçio através de uma experiincia concreta.
C :1. fJI' ) 'T' fllliO: &,.1 :t 111 Á 1.. 111 A 111 111 t'l 1:1 :t A 1:1 t'l 111 • l:l.iii.Jn~:U':UI~:t.X: • .l!Ul:J'J.i11 .. 11L l:<.' •. ;l...tl • .m..ll..C::~ .. ;I..l::.M~-:IIk MU\'1. 1!1-.ca.mu:l..m. C..Q..I:I •• 11Lt..lll..t:t.t..m. • r.~ • t=· m Ll 1 "' , "" t: 1 m m , :t. 9 m m •
Ao longo da presente monografia, tentaremos justamente relatar uma experiincia na qual uma empresa brasileira se viu forçada a se adaptar a essa situaçio de instabilidade caso pretendesse
atuaçio.
sobreviver em seu campo de
Nosso objetivo principal ~ documentar como se deu a adoçio de regras e/ou inovaç5es, adaptando a empresa a uma economia inflacioniria cr8nica, defendendo-se contra as perdas inesperadas.
Mais que isso, tornando possível a gestio sob inflaçio atrav~s da alimentaçio de um sistema de informaç5es com uma base de preços compreendida ao longo do tempo.
Optamos pelo estudo de caso, pois nos pareceu a melhor forma de retratar uma experiincia empírica dentro de um contexto econ8mico de grande variaçio.
Tivemos o privil~gio de partir de uma situaçio em que uma empresa nacional de serviços operava sem nenhuma adaptaçio ~ realidade inflacioniria~ atuando com improvisaç5es e incorrendo em perdas monetirias.
Seu sistema de informaç5es era
diante das variaç5es inesperadas de preços da economia
brasileira, convivendo, nos ~ltimos anos, com um regime de alta
inflação, qualquer mecanismo de defesa ou
Trata-se de um trabalho com
eminentemente descritivo, não significando, de modo algum, que
a situação retratada deva servir para outra empresa, mesmo em
realidade semelhante.
A organização estudada, antes de implantar
as mudanças aqui retratadas, viveu uma crise de sucessão típica
de empresas familiares, a qual possibilitou a entrada de um
novo diretor que tomaria a decisão de efetuar as transformaç5es
aqui retratadas, em consenso com os demais membros da direção
da empresa.
Após analisar cuidadosamente a situação
existente na empresa antes das mudanças, o novo diretor
diagnosticou que um dos motivos que levaram a organização a
apresentar um mal desempenho econ8mico e financeiro, bem como a
se ver mergulhada
a incapacidade de
em problemas de organização e controles fora
\~
seus dirigentes anteriores de
interpreta~a
~~~b~rm dm mn~rwntmr wrmndwm pmrdmm pwlm &n~lm~~o mlmv~dm qum mntw~mdmu a plmna C o l l o r X <~hmwmnda m m~M na m~m dm mmr~o/~0)
m mm mamtrmvm murprmmm ~om o ~hoqum m~onam&~o mpl&~mda pmla
grave situaçio inflacion~ria na qual adentrou o país nos anos recentes.
Essa incapacidade fez com que medidas
necess~rias deixassem de ser tomadas no sentido de melhorar o
sistema de informaç5es gerenciais, continuando, a empresa, a operar com um nível elevado de improviso e desorganizaçio.
Em vista disto, prop8s mudanças que levaram a empresa a adotar um novo padrio de gestio, particularmente no imbito econ8mico e financeiro, tendo a indexaçio como fulcro, resultando em um sistema de informaç5es mais eficiente e eficaz.
Ao longo dos ~ltimos dezoito meses, compreendidos entre abril de 1990 e setembro de 1991, acompanhamos a evoluçio dos acontecimentos na empresa, retratando, na presente dissertaçio, o caminho de adaptaçio adotado pela empresa.
w:~.,J.J::.:.J
..
l!:l.W~....
.D.ê ....D..l.S.S.E:.Riê.C.Ã.O.
O presente trabalho monográfico tem por
objetivo retratar o modo pelo qual uma organizaçio empresarial
se adapta para se defender em uma economia inflacionária.
elaborar uma
descritiva e empírica, visando a retratar a situaçio vivida por
uma emp r (~sa nacional qual
denominaremos ENS <empresa nacional de serviços><•~>.
Nosso trabalho nio tem, em hipótese alguma,
provavelmente pouco servindo,
serem aplicadas diretamente por
organizaç5es, mesmo situadas em realidade semelhante i da
empresa aqui retratada.
Consideramos que o Brasil vem enfrentando,
há alguns anos, uma crise duradoura e persistente em seu
sistema de preços, apresentando uma singular (~ acelerada
instabilidade que foge ~s características históricas marcadas
por surtos inflacionários ocasionais e fortuitos.
<m~> Trmt~-m~ d~ umm IDmpr~mm do rmmo d~ ~onmtru~mo ~~v~l ~ mwrv~~om d~ ~ngwnhmr~m. Nmo d~vulgmrmmom o nomw d~ orgmn~~mç~m
~m r®mp~~to m m~um d~rmtorwm. Om mmmbrom dm ~mn~m ~Hmm~nmdorm
~ c:f ce , .. \n. 1n J!)n\\""(P.C::m\" ·l>mvo•·· >I\ v e> '1
Vivenciamos, em nosso país, uma
experiincia de alta inflaç~o, permanente e duradoura no tempo.
Consideramos, tamb&m, que nos ~ltimos dez
ou doze anos o país vem experimentando um longo período de
instabili~ade de preços, marcados por breves ocasi5es de
estabilidade, o que torna a economia brasileira singular, pois
seria longos períodos de estabilidade com
esporádicas ocasi5es de instabilidade.
Consideramos, por fim, que esse quadro de
instabilidade vem sendo agravado pela aplicaçio de sucessivos
planos econ8micos de eficácia duvidosa, tornando complexas a
realizaç~o de tarefas na administraçio de negdcios,
particularmente na gest~o financeira de empreendimentos.
Em face desse quadro, houvemos por bem
realizar um estudo de caso, selecionando uma empresa que passou
recentemente pela experiincia de diagnosticar a complexidade
desse cenário e que verificou a necessidade de implementar
mudanças em seu modelo de gestio, sob pena de continuar
enfrentando perdas monetárias s~bitas decorrentes das variaç5es
de preços inesperadas ou imprevisíveis da economia brasileira.
Acompanhamos a empresa por um período de
J
dezoito meses, iniciando nossas observaç5es em abril de 1990 e
Durante o primeiro período de seis meses de nossas observaç5es, a empresa conviveu com uma grave crise sucess6ria, pr6pria de sua estrutura familiar, o que impediu a
um diagn6stico preciso, por parte de sua Diretoria, dos motivos de suas eventuais perdas<mm>.
Acreditava-se que a desorganizaçio de seu sistema de informaç5es e o despreparo do seu "staff" fossem as raz5es principais de alguns insucessos contabilizados no passado recente.
Com um sistema de informaç5es mal estruturado, nio era possível sequer verificar que as falhas decorriam da inexistincia de um melhor planejamento e que a base de dados para a tomada de decis5es sofria o contínuo e corrosivo efeito da inflaçio.
Algumas vezes a empresa viu seus orçamentos serem derrotados pelas crises de ascençio de preços, adotando indexadores em contratos que nio permitiam recuperar os 6nus de uma inflaçio crescente e acelerada.
Outras vezes, obteve ganhos inesperados, pois a implementaçio de planos econ6micos seguidos de
congelamentos de preços lhe proporcionava vantagens na irea de suprimentos ou na aplicaç~o de regras contratuais sem redutores
de indexaç~o.
Notou-se, contudo, que era necessário elaborar um diagnóstico preciso sobre as necessidades organizacionais da empresa, perticularmente em termos de controles financeiros.
Durante o segundo período de seis meses de observaçio, embora convivesse com os problemas cotidianos, próprios de sua estrutura familiar, inclusive com a continuaçio da crise
de
sucessio que nos referimos acima, um novo diretor<tamb~m sócio), com formaçio específica em Administraçio de
Empresas, foi admitido
à
empresa e decidiu iniciar um trabalho concreto de modernizaç~o da organizaçio, adequando-a para um novo período de crescimento<•m>.Seu diagnóstico principal, como trataremos ao longo do trabalho, indicou a existincia de graves falhas no sistema de informaç5es da empresa, sobretudo no que se refere
à
manutençio da qualidade das informaç5es sobre valores monetários, já que a base de dados econ8micos e financeiros da empresa era permanentemente afetada pela variaçio dos preços na economia.
cmm) ~mt~ m~gundo p~r~odo dm obm~rvm•m~m. ~"~~~ou-m~ ~m o u t u b r o d~ &9900 ~"~~rrmnda-m~. mpro~~mmdmm~nt~. ~m rnmr•a dm &99&.
F<11ha$ no sistema de informaç5es podem ser
diagnosticadas em atuam ou não <~m ··~.mb i <~n te~;;
infla c i on <h i o~;;.
Todavia, par:et.
economia com alta instabilidade no sistema de preços, como
é
ocaso da economia brasileira, o sistema de informaç5es necessita com a dinimica dos preços, sob pena de se perder inesperados proporcionados pela
Assim, algumas das medidas implementadas, o
visando, sobretudo, a auxiliar os gestores da empresa a
tanto nas
financeira e contibil, quanto nas ireas de execução de serviços de engenharia e comercial.
Nosso
adotadas, esperando com i s~;;o
objetivos de de me~;;t rado, qual
documentar o exame de uma situação real, descrevendo-a do ponto de vista acadimico.
(fi!:-4)
1..,.,. ...
1U. :1. 4U.t (f)oJYIW.. c:l C* :i. 1"\ .P C:ll , .. IYI m. Ç i~S !li) ofiL ($Jo "'-=~···"*"1 .... m<::.,. :L t: .,, "'1:> "l :1. c::"' c:l"' m.c:a 11L :1. ottL t: m '" "" c:l t/!J cr. ct ,., t: , .. c:a '1 Í'R. c:l ca ,.. :i. ll\ "
~~::: c:,'"" ofrt. :1. tu. t: :1. '"' c:t c:a d m I..L IYI c:; Ct 1"\ ,;J L.L 1"\ t: c:t .P c:t \'' ITI 11\ 'J. C:) L\ c:lru c:t l\\C:I C:ttU
:1. '"' .P c:11 -.·· ITtt.n. ç: l~S «., ,.,u, c::c:lt"'t't , .. :I.I!)U,C«'Ifl f::)l'f\'1 .. 11\\
"'
ru •P :L c:: ;f. c:: :1. m -. t: :1. v :l c:t '"' c:l q.., filei>'"" ... c:: :1."' "1 • ... :1. d ...In i c i<:t.remos mon 09 \"a f i a justificando a escolha da técnica do estudo de caso como instrumento de pesquisa, mostrando o porqui da nio ado~io de abordagens estatísticas ou probabilísticas para relatar a experiincia vivida pela empresa examinada<~~).
Como se veri nos itens seguintes,
tratando-um C<3.SO <:t.brang<~nt<~, envolv<~nd<) muitas variiveis
independentes, as técnicas estatísticas, nio obstante suas qualidades e até a nossa preferincia pessoal por estudos com maior fundamentaçio lÓgica, se revelariam incapazes de retratar aspectos muitas vezes nio quantificiveis ou passíveis de serem traduzidos probabilisticamente.
O passo se9uinte será a apresentaçio de um breve histórico da organizaçio pesquisada, destacando-se suas origens e alguns aspectos de sua trajetória, como a composiçio de sua diretoria, o processo sucessório experimentado nos Ültimos dois <:t. b <~ \" t u ,- a p a\" <:t. uma
ocon·inc i<:\ de C\":Í.S(~S de
dificuldades para enfrentar os momentos econ8micos delicados vividos pelo seu setor de atuaçio nos Ültimos anos, culminando, por fim, com a entrada de um novo diretor qu<~ d~~c :i.d iu contribuir com modifica~5es importantes que resultaram na
c1· i ação de instrumentos de defesa contra a instabilidade de
I..J.osso t l"<!l.ba 1 h(:> p os t (-?1" i (:>\"ITI<-?n te,
apresentando uma síntese da economia inflacion~ria em que se
transformou o Brasil nos ~ltimos anos, vivendo um período de
alta inflação com aplicação de planos de estabilização de
efic~cia duvidosa que só contribuiram para conturbar o cen~rio
onde atuam as empresas nacionais, gerando a necessidade de
adaptação e aprendizado sob imposição de perdas
irreversíveis aos participantes do processo econ8mico'•~>.
d<:1. s:i.tuaç~io
organização estudada, antes da efetivação das mudanças,
é
onosso
t
rabal h(:>,, e
mostrar, dentro das limitaç5es de um estudo de caso, como se
ponto de vista do sistema de
informaç5es e das gest5es econ8mico e financeira antes da
entrada do novo diretor que prop8s modificaç5es no modelo de
A crise de sucessão vivida pela empresa em
períodos recentes não poderia deixar m<~nc ionada no
< m :? ) t:~ :m. 1:) :r. t: u. 1 c:21 ~'!.i 1
, À m :L t: '·' 11\. c;: m: c:21 :t: '"' .p '1 m. t:: :1. c:' '"' lfL ,.. :t lft. c:l C.) I'A , •• m. tiL :1. '1 , ... c21 .,.., A'"" c:21 tiL
l;".:ec::ml"\t •"'"''' 1:)11\g :1.1"'\m. t'54
< li?. m > th" 1:> :r. t: ... 1 ,,. .r. , .-, m :1. t: ,..,,. c;: 11t "' •=· ,. '* c:: '* .. J .. ,. .. t: .. , '"' '" c.1 , •• s;1 "" '"' :1. '""" c;: 11t "' 1;;: "' t: .... :1 "" <:1 "" "
presente trabalho, sob pena de nio entendermos o significado da
entrada do novo profissional na estrutura da organizaçio,
qual promoveria modificaç5es importantes em seu modelo de
Em seguida, trataremos de expor o processo
de diagndstico dos principais problemas que a empresa vinha
enfrentando no passado recente, quais ainda nio
inteiramente eliminados<~0>.
Também, t \"a t ::1 \"<~mos de \·essa 1 t ar as
dificuldades da administraçio de negdcios em uma economia
inflacioniria, como a brasileira, especialmente no que tange ~s
distorç5es causadas no sistema de informaç5es pelas variaç5es
no sistema de preços, l<~v::;~.ndo, muitas vezes ~ tomada de
decis5es erradas ou muito arriscadas do ponto de vista das
possíveis perdas inflacionirias<~L>.
Uma síntese das principais medidas adotadas
encontrada nos tris sub-itens que apresentamos em
d<·:::
::1d m in :i s t \"a t :l v::1, do modelo adm in :l st \" aç~io
part:lcipativa como nova abordagem de gestio e, finalmente, a
<:110) C~>I\I:>:Ct:<.l'l<:> G "C:l X:o:Lmgl'\<!iiiLt:~.<::<'.> <:l<:>iiL 1"'\"<:>l:>liDIYim.m" 1:>>1\g:LI'\>1\ ~.0~
medida de defesa <:\mb i en t <e in .P 1 <:\C :l on á,. i <l com
instabilizaçio acelerada qu<~
é
da escolha de um índice de preços adequado'~m>.1-J.os :i.tf::-:-ns finais
<":\S
contábil, d~~ modi.Picaç5es na área de
suprimentos <~ das
colocando a empresa num novo contexto de gestio, pr6prio de uma
noss<l monográf'ico, teceremos algumas consideraç5es sobre
economia inflacionária, encaminhando-nos para presente dissertaçio.
C :lU!'!) c:m1=> :1: t: '-' 1. <:> :1.0 "1=·•· :I. o·• c:: :1.1:> .,, :1.11> 1-l«>d ~. d "'"' Ac:l C:)t: )-..<:1m<"" 1=> >\\Q :I. o-."' :1. ~Ea
c mm,
c,,.,,.
:c t: u1. '" :1.:1. , ... 1\\. c;),.,, .. mo-. c:: :L .... c:l.., c:! c:11 ... t: , .. c:i ·1 m. c:l a, .. :L :m ' '1»>1\g ~.o-.'" fl~0fl~ p c::m1» :1: t: u "1 c:> :1. fl~
":C,., c:>vmç:
l~m11> o-. m til<*'".,._ c:: :1. m c:l«> Ac.1 IYI :1. '"':L 11lt: , •. mq: lttc:>"3 • ê. .... J.Ji.C.l~.l.C.ê .... l.HJ.. .. .I~:~~.T.Ul.:l..f.J ...
LI.J.;: ....
C.A~SQNo presente trabalho optamos por utilizar a
t~cnica do estudo de caso, pois pareceu para n6s a metodologia
mais ad(~quada
modificaç5es em sua estrutura de gest~o para enfrentar uma
economia complexa cama a brasileira<~4>.
Tínhamos como opç~o alternativa utilizar
uma ab m· d ag (-õ'ITI realizando uma pesquisa a partir de
amostras probabilísticas.
Todavia~ as abordagens estatísticas nos
pareceram que exigiriam um grau muito elevado de quantificaçio
d<lS V<":\ r :i.<iV('i: :i.~;;., o que nos levaria a um trabalho diferente do aqui realizado, talvez insuficiente para retratar a experiincia
por n6s examinada, compost<:l. pm· um n~mero muito alto de
variáveis independentes.
Procuramos as informaç5es disponíveis sobre
o estudo de caso e constatamos tratar-se de uma metodologia de
pesquisa bastante utilizada em países como os Estados Unidos,
onde algumas universidade se destacam por terem no estudo de
( tll4) r.lc:>l:>\"., ti!><U.t: <+> m<ILIILL.LI"ot: <:> ._,..,\ .. (;)(;)J:•AI •• p IYJ .1•1. ''TI..,.,. C~miiL.., r.lt: LL<.i~:J'' ~.I'\ t'>.A':l.
~r..J:-o.t:..l!!~:U:I.J.Ur..t.:.:l...c:u:-o. .t:...C:~ A;:.Jtl.tll..!fl..I!I..I:S~.b. A~:x: • .GA.Gõ.Mt..C:I.A.kX:.Mt.tlk .~ • ..l':l. .tit.GU:õ .. õld\1-..l. .ti~..c;.;l. .. ~~t.A':l .. 4õõ . .!fl . .'llk P I •• <:> 1'\ cl<:> '" P Am:l.m ~ubl:l.mh:l.ng H~umrop :1.964 ~mp. Mzu. pmg. &Q4 - &9m.
cascl os verdadeiros fundamentos do aprendizado de seus
A técnica do estudo dt:~ caso e ' Um<1
importante ferramenta de investiga~io social, de amp '1<:1.
aplica~io, particularmente nos países desenvolvidos, embm-<1
(~X i st am poucas acerca da sua validade e importincia
e mesmo sobre suas deficiincias.
Seu uso é bastante intensivo, especialmente em ciincias humanas, onde as técnicas estatísticas (sua natural
nem sempre suprem eficientemente a tarefa de
retratar a realidade experimentada e vivida em determinado
período de tempo.
O estudo de caso refere-se a uma particular
unidade que sofre um diagnóstico e experimenta transformaç5es
decorrentes, retratando os procedimentos adotados ao longo do
tempo e os ajustamentos necessirios.
H~ d~vidas sobre se o estudo de caso pode
ser classificado como um método, uma técnica de pesquisa ou uma
essa discussio se esvazia quando se
destacam suas características positivas,
propriedade de retratar uma particular situaçio,
( :iJt'!i) C-lOOI:I p t=•mu. "1 c:l • c:: :L a .
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determinado momento histdrico, considerando as variiveis
, • 4
paSS1VelS ~e serem apreendidas pelo observador.
Na defesa de uma classificaçio mais
precisa, hi autores que enfatizam tratar-se, o estudo dP caso,
de uma t~cnica, a qual deve considerar todos os aspectos
pertinentes a uma dada situaçio, empregando como unidade de
estudo uma pessoa, uma instituiçio ou grupo individualizado, e
estudar seu comportamento, relatando uma fase histdrica do
elemento escolhido.
Foi isso que tentamos fazer examinando a
trajetdria da empresa ENS.
A oposiçio natural ao estudo de caso, como
j~ frizamos, ~a abordagem estatística, a qual, aliás, seria a
nossa preferida na realizaçio de investigaç5es, dessa natureza,
sobretudo, o nível possível de precisio de suas inferincias,
particularmente control~vel quando a extraçio da amostra ou a
seleçio da populaçio estudada feita com cuidados
probabilísticos.
A
opçlo pelo estudo de caso, todavia, sefez porque verificamos conter, esta t~cnica, as qualidades
essenciais aplicadas ao estudo de uma organizaçio em
determinado momento histdrico.
31
Percebemos, por exemplo, que o estudo de
uma ~nica unidade de observaçio (no caso uma empresa de
servi~os) composta por m~ltiplas facetas de
dificilmente poderia se compor em um estudo estatístico e muito menos probabilístico.
Assim sendo, o estudo de caso se revelou
como mais apropriado para a nossa interferincia na realidade da organizaçio estudada, sem, contudo, perder em qualidade.
Orientados pela bibliografia disponível
sobre o tema, seguimos alguns critérios para o estudo de caso,
principalmente no tocante i coleta e processamento dos dados, o
que fizemos em tris fases: escolha dos pontos a serem
analisados, coleta dos dados e informa~5es e, finalmente, sua
interpreta~io.
Na escolha dos pontos a serem analisados,
procuramos nos orientar com cuidado, especialmente na sele~io
dos temas que poderiam ser considerados representativos.
Tratando-se, nosso objetivo, de retratar
uma experiincia de defesa e/ou adapta~io de uma organizaçio
perante a inflaçio que assola a economia brasileira nos anos
recentes, pareceu-nos importante destacar os pontos que sofriam
diretamente a influincia das variaç5es de preços, nio obstante
muitos outros aspectos organizacionais serem importantes na determinaçio da açio a ser adotada pelos dirigentes da ENS.
Preocupamo-nos em selecionar tópicos que apresentassem uma certa continuidade ao longo do tempo de nossas observaç5es.
T:.:unb ém, CUid<:J.mOS para que os assuntos estudados e acompanhados apresentassem certa amplitude do ponto de vista do tema, embora fossem grandes as dificuldades: em
organiza~io, dada a intrincada rede de influincias a que cada
assunto que circula em uma empresa está sujeito.
A questio da continuidade das observaç5es
·roi, nós, o mais importante procedimento que nos
impusemos, pois partimos do princÍpio de que situaç5es sociais, nio obstante sujeitas a mudanças decorrentes de condutas human<:1.s, sio contínuas no tempo e a interrupçio de sua
observa~io certamente poderia afetar a base analítica que
tentamos construir.
. /
Outra de nossas t=n-e(Kf .. lP<:1.r;5es dis~:.e l-<~sl:{(~ito
à
objetividade e clareza dos dados e informações coletados, de modo a COITIPOl-ITI(JS uma base de análise que reproduzisse razoavelmente a situaçio vivida pela empresa no períod6 de <lC omp an h am(~n to.~ medida em que
informaç5es~ procuramos realizar um processo de documentaçio,
registrando-os em arquivos previamente organizados,
valendo-nos, especialmente de recursos da informitica.
Esse processo de documentaçio envolveu a
classificaçio dos problemas e a definiçio de objetivos do
estudo, de modo a termos uma linha mestra de atuaçio definida
~
~
enquanto acompanhivamos a realidade vivida pela empresa. I
Na tarefa de documentaçio, procuramos,
também, especificar a forma ou a técnica empregada na coleta de dados, especificando tratar-se de dados obtidos em entrevistas,
coleta de formulários já elaborados, leitura de demonstrativos
e documentos, dentre outros.
Naturalmente, em cada etapa de nosso
trabalho valemo-nos da experiincia que acumulamos,
particularmente nos ~ltimos cinco anos, em análise de situaç5es
organizacionais, especialmente aquelas relacionadas às ireas
contábil e financeira das empresas.
Durante todo o período de coleta de dados e
informaç5es, análise da situaçio e da realizaçio de algumas
inferincias, procuramos estar conscientes das 1imitaç5es
próprias do estudo de caso.
A primeira grande questio que nos incomodou
foi a relativa ~ incapacidade pritica de coletar o maior n~mero
possível de dados e informaç5es para compor nossa base de dados e acompanhamento.
Sabíamos ser impossível dominar todas as
variiveis envolvidas, bem como sabíamos que a coleta das
informaç5es consideradas principais de um modo racional e
organizado era o procedimento requerido para que nossos estudos apresentassem validade científica.
que nos preocupou disse
respeito ao fato de que nossa presença na empresa para
realizar as observaç5es poderia afetar de algum modo o meio
unidade examinada.
evj.tamos
frontal e diretamente na organizaçio, iniciando nossos contatos através da Diretoria da empresa, procurando descer lentamente a cada setor ou departamento, contatando as pessoas ou examinando
os S(~ITIPr<~ POUCO
inconvenientes, especialmente em fim de expediente.
Procuramos, também, sempre que possível,
atu<':l.ndo, na maioria das vezes,
reuniões cu em ambientes informais, como na área de lazer e no func :i.onár j.os ..
Uma outra l:i.mitaçio que nos preocupou desde o início de nossos trabalhos foi até que ponto nossa influência tendenciosos os resultados das modificações na
influência est:av<:l. relacionada com nossa aproximaçio ao diretor responsável pela implantaçio das modificaç5es operadas na empresa.
Procuramos, entio, evitar toda e qualquer op :in i ~~o que pudesse resultar in fl uênc :Í.::':I., mesmo ttU<:\ndo estávamos em situaçio de completa :informalidade com os membros
No que tange, ainda,
às
nos preocupou a possível tendência a generalizar em c (:>n c 1 u sõ(~S :::\ partir de observações particulares, O qU(-?, a nosso ver, é umtécnica do (~st udo
l ... t::lll"\ d (!:llt"l p ... :L""
Evitamos, mas n~o somos capazes de afirmar
se conseguimos, criar juízos de valor a partir dos tópicos
examinados, procurando meramente retratar cada situaç~o,
tornando-nos meramente descritores das várias situaç5es com que nos deparamos.
Deste modo, acreditamos ter evitado o
caráter normativo de nosso trabalho, situando-nos apenas no
nível descritivo.
Mais~ ainda, acreditamos ter sido possível
retratar uma experiincia importante para documentar o
comportamento de uma organizaçio brasileira, no particular
contexto de um ambiente de alta inflaçio como o vigente no fim
4 •
1·H.S.JJ.i[~.l.C.O....
:O.ê.. .... l:.l1E'.HJ.;.:~~-'~···J.;hXB.J.11N.ê.l•AA empresa objeto. de nossos estudos foi
fundada, em Slo Paulo, no ano de 1975<~7>.
d:i.vulg<:1.ção de sua denominação
verdadeira obedece i solicitação de seus diretores P foi
orientada pelos membros da Banca Examinadora da presente
d :i. sse\· t ação, por ocasião do nosso exame de qua 1 i f :i. c <"-G: ão,
sobretudo visando preservar a continuidade do trabalho que vem
~H~n do ,-e a 1 :i. zad o!' interferincias ou fuga d(~
Chamaremos a empresa de EWS, numa alusão à
sua nacionalidade e ao seu campo de atividades, pois se trata
de uma empresa nacional de prestação de serviços.
EWS significa, portanto, ''Empresa Nacional
e assim nos referiremos a ela sempre que
necessá l" i o.
construç~io c:i.víl
O ~:;et ()\" de atividades da EWS
é
o dafundação partiu da dissolução de uma
\ '
dirigida por um dos seus atuais sócios,
sentindo a necessidade de
reestruturar suas atividades de negócios, na metade dos anos
S\"""
AC,
C> qual foi oresponsável pela injeçiC> dos capitais necessáriC>s à criaçio de
uma empresa sólida e com pretens5es aC> crescimentC>.
Durante os cinco primeiros anos de sua
existincia, a ENS colecionou sucessos em suas empreitadas,
jamais apresentando prejuízos operacionais.
O
sócio-engenheiro,JCC,
cumpria o papel dedirigente administrativo e técnicC> da empresa,
principal formulador de diretrizes operacionais.
Seu sócio e pai,
AC,
embora fosse umempreendedor de lC>ngo percurso, nio se mostrava
à
vontade naempresa, pouco colaborando com a gestio da organizaçio durante
todo o tempo em que permaneceu na condiçio de proprietário do
negócio.
depreender através de·
nossas observaç5es, o sócio-capitalista (denominaçio que
julgamos apropriada ao pai, IH~s te caso) foi
determinados momentos da vida da empresa, principalmente quando
":)(')