FLÁVIA LILIAN TEDESCO LEONICE MARIA MEES
ANÁLISE PARA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA DE UMA MICRO EMPRESA DO RAMO DE CONFECÇÃO INFANTO JUVENIL
FLÁVIA LILIAN TEDESCO LEONICE MARIA MEES
ANÁLISE PARA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA DE UMA MICRO EMPRESA DO RAMO DE CONFECÇÃO INFANTO JUVENIL
Trabalho de Conclusão de Curso de Ciências Contábeis, da Faculdade Sul Brasil, exigido como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel.
Orientador: Prof. Me. Gilmar José Camargo.
FLÁVIA LILIAN TEDESCO LEONICE MARIA MEES
ANÁLISE PARA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA DE UMA MICRO EMPRESA DO RAMO DE CONFECÇÃO INFANTO JUVENIL
Trabalho de Conclusão de Curso de Ciências Contábeis, da Faculdade Sul Brasil, FASUL, exigido como requisito parcial para obtenção do Título de bacharel, sob orientação do Professor Me. Gilmar José Camargo, considerado _________________________ pela Banca Examinadora, com a nota ___________.
FOLHA DE APROVAÇÃO
____________________________________________________ Prof. Me. Gilmar José Camargo
Orientador - FASUL
_____________________________________________________ Prof. Esp. Ruben Gomes de Siqueira
Avaliador
_____________________________________________________ Prof. Me. Evandro José Machado
Avaliador
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter nos concedido saúde е
força nos momentos que nos deparamos com os desafios da graduação.
Aos nossos familiares, pela compreensão e apoio recebidos durante a trajetória rumo ao conhecimento.
Ao Prof. Me. Gilmar José Camargo, que dedicou seu tempo e sua sabedoria para nos orientar.
RESUMO
Este trabalho teve como tema a formação do preço de venda, por se tratar de um assunto amplamente discutido entre empresários, pelo fato de não existir uma única fórmula para a formação do preço de venda, necessitando ser adaptado individualmente a cada empresa. A pesquisa foi efetuada em uma microempresa do ramo de confecção infanto juvenil, sediada na cidade de Toledo – PR. Devido à empresária não efetuar a distribuição dos custos que a mesma possuía para seu funcionamento. A formação do preço de venda era feito de forma simples e direta aos produtos, atribuía-se um percentual sobre o valor de compra, percentual este ao qual a empresária não sabia qual o seu real lucro líquido na venda. Com intuito de adequar este processo, de forma a obter o conhecimento de seus custos e despesas para então formar o preço, realizamos o estudo na empresa em questão. Foram utilizadas notas fiscais de entrada e demais comprovantes de pagamento dos custos e despesas que a empresa apresentou assim como alguns dados que a empresária repassou. Para chegar ao preço de venda desta empresa foi utilizado o método do indicador mark-up, sendo este dentre os vários métodos, o mais indicado para esta empresa. Dessa forma, foi possível a identificação dos custos e despesas para a formação do preço de venda e a relação entre o preço de venda praticado e o sugerido pela pesquisa, considerando todas as informações coletadas na empresa e alocadas dos mesmos aos produtos.
ABSTRACT
This work had as its theme the formation of the selling price, because it is a subject widely discussed among entrepreneurs, because there is no single formula for the composition of the sales price, needing to be individually adapted to each company. The research was carried out in a micro branch of Children and Youth confection, headquartered in Toledo - PR. Due to the entrepreneur fails to make the distribution of costs that it had for its operation. The formation of the selling price was made of simple and direct way to products, attributed to a percentage of the purchase price, this percentage to which the entrepreneur did not know what its actual net profit on the sale. In order to accommodate this process, in order to obtain the knowledge of its costs and expenses and then build the price, we conducted the study at the company in question. Incoming invoices and other proof of payment of costs and expenses that the company used were presented as well as some data that the entrepreneur passed. To reach the sales price of this company was used the method of mark-up window, which is among the various methods, the most appropriate for this company. Thus, the identification of costs and expenses was possible for the formation of the selling price and the relationship between the sale price and practiced suggested by the research, considering all the information gathered in the company and allocated to the same products.
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1- Fórmula do mark-up ... 33
QUADRO 2 - Demonstração de Despesas ... 38
QUADRO 3 - Custos Diretos ... 40
QUADRO 4 - Custos Indiretos ... 41
QUADRO 5 - Preço de Venda Praticado ... 42
QUADRO 6 - Rateio dos Custos Indiretos ... 43
QUADRO 7 - Índice Mark-up ... 44
QUADRO 8 - Formação do Preço de Venda... 45
QUADRO 9 - Preço de Venda Moderado ... 46
QUADRO 10 - Preço de venda com Base na Taxa Selic ... 47
QUADRO 11 - Quadro Comparativo de Preços de Venda ... 48
QUADRO 12 - Preço de Venda Mínimo ... 49
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ... 10
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 12
1.1 CONTABILIDADE GERENCIAL ... 12
1.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS ... 14
1.2.1 Classificação de Custos ... 14
1.2.1.1 Custos variáveis ... 15
1.2.1.2 Custos fixos ... 15
1.2.1.3 Semivariáveis ... 16
1.2.1.4 Custos diretos e indiretos ... 17
1.2.1.5 Custo padrão ... 18
1.3 METODOS DE CUSTEIO ... 20
1.3.1 Custeio por Absorção ... 21
1.3.2 Custeio Direto/Variável ... 22
1.3.3 Custeio Baseado em Atividade – ABC ... 22
1.4 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ... 24
1.4.1 Formação de Preço de Venda a Partir do Custeio por Absorção ... 24
1.4.2 Formação de Preço de Venda a Partir do Custeio Direto/Variável... 25
1.4.3 Formação de Preço de Venda a Partir do Mercado ... 25
1.4.4 Multiplicador Sobre os Custos (Mark-Up) ... 26
1.4.5 Ponto de Equilíbrio... 27
1.4.6 Margem de Contribuição ... 27
2 METODOLOGIA ... 29
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS PARA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ... 36
3.1 HISTÓRICO DA EMPRESA ... 36
3.1.1 Formação de Preço de Venda Utilizada ... 37
3.2 CUSTOS PARA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ... 38
3.2.1 Despesas ... 38
3.2.2 Custos Diretos ... 39
3.2.2 Custos Indiretos ... 40
3.2.3 Preço de Venda Praticado ... 42
3.2.5 Formação do Preço de Venda ... 44
3.2.5.1 Formação do preço de venda moderado e com base na taxa selic ... 45
3.2.6 Preço de Venda Mínimo ... 48
3.2.7 Comparações entre Preço de Venda Atual com o Preço Otimista e o Preço Mínimo ... 49
CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 50
INTRODUÇÃO
Este estudo teve a perspectiva de compreender a importância da contabilidade de custos e da contabilidade gerencial na formação do preço de venda, em uma empresa do ramo de confecção infanto juvenil. Conforme Martins (2003) a contabilidade de custos passou de uma simples forma de resolver problemas de mensuração de estoque e de resultado, para uma eficiente ferramenta de auxílio da contabilidade gerencial. A contabilidade de custos não pode simplesmente utilizar de regras e princípios para o fornecimento de dados aos gestores, sendo necessárias adaptações para cada empresa, pois cada uma possuiu uma realidade.
A contabilidade gerencial de acordo com Hong (2006) é desenvolvida para atender às necessidades de planejamento, controle e avaliação de desempenho dos processos internos da empresa, para apoiar a tomada de decisão, e melhorar o desempenho da organização.
O estudo foi desenvolvido em uma microempresa do ramo de varejo de roupas infantis e juvenil, com intuito de verificar os custos ligados a comercialização dos produtos, e também analisar o método de formação do preço de venda.
O dia a dia de uma empresa muitas vezes pode parecer um redemoinho, em meio a tantos problemas e decisões a serem tomadas, porém os gestores necessitam de tempo para avaliar sua empresa e verificar seus custos para a geração de preços de venda, isto lhe trará ótimos benefícios como, maior flexibilidade, competitividade da empresa e aumento de sua riqueza.
A partir da análise dos custos, a empresa pode comercializar os seus produtos com uma margem que assegure o aumento da riqueza, devendo ela acompanhar seus custos e tributos no seu cotidiano, utilizando ferramentas e métodos de formação de preço.
O objetivo geral da pesquisa foi verificar qual o custo da mercadoria para a posterior formação do preço de venda.
Também teve como objetivos específicos, descrever os benefícios que a contabilidade gerencial e a contabilidade de custos promovem aos gestores, identificar os principais pontos a serem considerados para efetiva formação de preço de venda e analisar os custos incorridos sobre os produtos.
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 CONTABILIDADE GERENCIAL
A contabilidade gerencial é responsável por verificar os processos, medir e analisar as informações, sendo essa, uma ação de traduzir as informações para auxiliar funcionários, gerentes e executivos no desenvolvimento da empresa.
A contabilidade gerencial conforme Atkinson (2008, p. 37, grifo do autor), visava o auxilio aos gerentes da seguinte forma:
Medidas da condição econômica da empresa, como o custo e a rentabilidade de seus produtos, serviços, clientes e atividades, estão disponíveis apenas no sistema de contabilidade gerencial. Além disso, a informação contábil gerencial mede o desempenho econômico de unidades operacionais descentralizadas, como unidade de negócios, divisões e departamentos. Essas medidas de desempenho econômico vinculam a estratégia da organização a sua execução pelas unidades operacionais separadas. A informação contábil gerencial é também um dos principais meios pelos quais operadores/trabalhadores, gerentes intermediários e executivos recebem feedback de seu desempenho, habilitando-os a
aprender pela experiência passada para melhorar o futuro.
Entende-se que a contabilidade gerencial, atua com informações que auxiliam na tomada de decisões, tanto para o presente, como para verificar o que ocorreu e se programar para o futuro, pois adota medidas de desempenho econômico que possibilitam examinar a situação interna da organização (ATKINSON, 2008).
Com o aumento da competitividade, as empresas veem a necessidade de cada vez mais diminuir seus custos e fidelizar seus clientes. Neste contexto, a contabilidade gerencial passou a ser indispensável não só na formação do custo, mas como uma ferramenta de administração e controle para todos os usuários internos da empresa.
Os relatórios contábeis gerenciais são desenvolvidos de acordo com as necessidades nas tomadas de decisões, não possuem padrões a serem seguidos como na contabilidade financeira, permitindo a adaptação no decorrer das análises feitas por seus usuários, atendendo as principais demandas de cada empresa.
A contabilidade pode ser considerada como uma importante ferramenta na administração, e até mesmo como um instrumento gerencial na organização. Para que as informações contábeis geradas pela contabilidade gerencial sejam úteis e almejadas na administração, é preciso entender quais as necessidades da administração, quais os seus objetivos e os planejamentos (PADOVEZE, 2010).
Para Garrinson (2007), as organizações excutam três principais atividades: planejamento, direção e motivação, e controle. Sendo assim a contabilidade gerencial possui um papel de grande relevância neste contexto. No planejamento, as informações da contabilidade gerencial, ajudam a definir uma linha de ação que a empresa pretende seguir, e a forma pela qual será executada a ação. Na direção e motivação, a contabilidade gerencial tem por objetivo auxiliar a tomada de decisões para gestão de informações no dia a dia da empresa, de forma a envolver e mobilizar os funcionários para uma direção, um objetivo. No controle, o intuito é assegurar que o planejamento está sendo executado, mensurar e acompanhar as atividades e seus resultados.
A partir disto, é possível criar um sistema de informação que atenda os usuários internos, em seus diversos níveis. De acordo com Padoveze (2010, p. 45), o gerencialmente contábil é um “[...] conjunto de informações que tratam dos dados
de forma aglutinada, para a visão dos grandes agregados empresariais. Devem ser
números sintetizados, e os relatórios, concisos”. Esse conjunto de informações, portanto, deve ser de forma objetiva e breve, que atenda e auxilie cada área da empresa, isso porque, cada setor demanda uma informação diferente para seu controle e planejamento, o objetivo empresarial é o mesmo, mas as necessidades de informações para auxiliar suas atividades são distintas.
A função da contabilidade gerencial em seu estágio atual, ainda de acordo com Padoveze (2010, p. 37-38, grifo do autor), incorpora:
desenvolvimento de cenários (c) o controle de metas estratégicas por meio do Balanced Scorecard e (d) o desenvolvimento e implementação de um
sistema global de gestão de riscos.
Contudo, percebe-se que as informações contábeis gerenciais, além do auxílio na tomada de decisões, também possuem o intuito de controle e monitoramento de estratégias, com a identificação dos pontos fortes e fracos da organização.
1.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS
A contabilidade de custos integra o processo administrativo, buscando registrar os custos dos produtos, operações ou funções, comparando seus custos reais e as despesas com os orçados ou predeterminados. Também é considerada uma atividade que processa dados e os organiza de forma ordenada fornecendo informações para que os gestores tomem suas decisões com relação as vendas, produção, custo de compras e estratégias financeiras.
Contabilidade de custos, de acordo com Leone (2009), está voltada a identificação de dados, para o seu posterior aperfeiçoamento, organizando-os e combinando estes de forma a gerar informações de alta importância e utilidade, para os gestores de determinada organização.
Portanto, a contabilidade de custos possui um papel fundamental para as empresas, permitindo que estas obtenham informações confiáveis de seus custos para desenvolver as atividades de controle, planejamento e decisão.
1.2.1 Classificação de Custos
A classificação de custo é de suma importância para a posterior alocação do mesmo no valor do produto a ser comercializado, desta forma, Wernke (2004, p. 12),
define custos como sendo “os gastos efetuados no processo de fabricação de bens ou de prestação de serviços” e para Calderelli (2003, p. 204), custos “Representa as múltiplas aplicações de bens e serviços, para obtenção de um bem de uso ou de
troca”.
necessidade da classificação destes gastos de forma a facilitar a identificação das causas destes custos que interferem diretamente na formação do preço de venda final de determinado produto.
A classificação dos custos é feita através da identificação e do volume comercializado de produtos, isto é, podemos classificar os custos, identificando os custos diretos e indiretos, e de acordo com o volume de vendas verificamos os custos fixos e variáveis.
1.2.1.1 Custos variáveis
Os custos variáveis são aqueles que estão sempre ligados a quantidade de produção ou de venda, pois variam de acordo com o volume. Martins (2003, p. 50), cita exemplo:
[...] o valor global de consumo dos materiais diretos por mês depende diretamente do volume de produção. Quanto maior a quantidade fabricada, maior seu consumo. Dentro, portanto, de uma unidade de tempo (mês nesse exemplo), o valor do custo com tais materiais varia de acordo com o volume de produção; logo, materiais diretos são custos variáveis.
É então possível a verificação, de que, quanto mais se produz, maiores serão os custos variáveis, não havendo a produção, não ocorrem os custos variáveis. Leone (2000), reforça a ideia de que os custos variáveis são aqueles que podem ser evitáveis, uma vez que a empresa pode comandar o volume da atividade ou produção que acarretará no aumento e/ou diminuição dos custos variáveis, diferentemente dos custos fixos que será abordado em seguida.
Guimarães Neto (2012), diz ainda que caso a empresa mantenha por vários meses o mesmo nível de produção, os custos variáveis não variarão durante os meses que o nível de produção for fixo, fazendo com que os custos variáveis se tornem fixos até que se altere o volume de produção, porém este caso não é comum nas empresas.
1.2.1.2 Custos fixos
os custos permanecem constantes em diversas situações, estes custos são fixos. Estes custos independem da quantidade, do volume de vendas, e se mantem o mesmo valor constantemente, são fixados, pois não há vínculo algum com o aumento ou diminuição da produção.
Custos fixos são aqueles gastos que tendem a se manter constantes nas alterações das atividades operacionais, independentemente do volume de produção. São os custos que tem seu montante fixado não em função de oscilações na atividade, ou seja, sem vinculo com o aumento ou a diminuição da produção. Assim estes custos permanecem no mesmo valor independentemente da quantidade produzida. Relacionam-se com a capacidade instalada que a empresa possui e seu valor independe do volume de produção, existindo independentemente de a empresa estar produzindo ou parada (WERNKE, 2004, p. 14).
Portanto, esta classificação de custos fixos sempre irá existir, estando a empresa em plena atividade ou diante de um período onde o fluxo de produção/vendas seja menor.
Leone (2000) também considera os custos fixos como custos não-evitáveis, pois é irreversível a geração deste, justamente pelo fato de se manter constante independente do volume da atividade.
Existe então, a necessidade de uma boa avaliação dos custos fixos da empresa para encontrar o ponto de equilíbrio, onde ela possa honrar com suas obrigações estando em determinado nível de produção.
Para este tipo de custo, o aumento das atividades se torna benéfico, pois com o seu rateio maior, o custo fixo de determinada atividade se torna menor,
tornando o produto mais “barato”, no que se refere a custo fixo.
1.2.1.3 Semivariáveis
Outra classificação de custos muito comum nas empresas, são os custos semivariáveis. Calderelli (2003), define o custo semivariável como “[...] aquele que
registra as oscilações de gastos e despesas que se verificam no ciclo de produção, sem manter entretanto, uma constante proporção nos aumentos ou diminuições das unidades produzidas”.
sua composição há parcelas fixas, que sempre vão existir mesmo não havendo produção.
Wernke (2004, p. 15), menciona “Tais custos têm uma parcela fixa a partir da qual passam a ser vaiáveis”. O exemplo mais comum está na conta de energia
elétrica, pois esta possui uma taxa mínima, a qual é um custo fixo, que sabemos mensalmente que sempre haverá no mínimo esta taxa a pagar, e há ainda, uma outra parcela cobrada a partir do consumo de energia do mês que varia.
1.2.1.4 Custos diretos e indiretos
Tendo em vista, ainda o custo de produção, temos de levar em consideração para a formação do preço de venda aqueles custos que são diretamente ligados a atividade ou indiretamente.
Leone (2000, p. 58), identifica como custo direto “Todo o item de custo que é
identificado naturalmente ao objeto do custeio é denominado de custo direto”.
Portanto, entendemos que os custos diretos são aqueles de fácil identificação e apropriação, pois estão diretamente ligados a determinada atividade, sendo este também, sempre um custo variável, pois depende da execução da atividade ou produção.
O mesmo autor ainda afirma em sua obra que “[...] todo o item de custo que precisa de um parâmetro para ser identificado e debitado ao produto ou objeto do
custeio é considerado um custo indireto”, percebe-se a dificuldade encontrada para definir tal custo, sua identificação é mais trabalhosa e depende de métodos de rateios.
Todos os custos da empresa são classificados em dois grandes grupos: diretos e indiretos. As palavras direto e indireto possuem uma ideia relativa. Essa dicotomia depende do objeto que se deseja custear. Em nosso caso, a administração deseja apurar os custos de suas obras, sejam estas produtivas ou não produtivas. 1. Custos Diretos. São todos os custos que se conseguem identificar com as obras, do modo mais econômico e lógico. 2. Custos Indiretos. São todos os outros custos que dependem do emprego de recursos, de taxas de rateio, de parâmetros para débito às obras.1
1 Afirmações extraídas de circular interna de uma grande empresa industrial do Rio de Janeiro.
Olhando pelo lado aplicável a este trabalho, em uma empresa do ramo de comércio, os custos diretos são aqueles diretamente ligados à venda dos produtos, de fácil identificação, se conhece exatamente quanto cada produto reuniu de custo. Os custos indiretos, por mais que influenciam o preço de venda dos produtos, dependem de parâmetros de rateio para serem alocados, tendo um grau de dificuldade maior para identificá-los.
Calderelli (2003) trás uma visão mais industrial dos custos indiretos, os quais, segundo ele, incorporam despesas na produção de um determinado produto, e cita alguns exemplos como a energia elétrica, combustíveis, conservações de máquinas e outros. E afirma, custos indiretos “são despesas indiretas aquelas
apropriações imateriais aos custos de produção” (CALDERELLI, 2003, p. 213). Os percentuais de rateio utilizados devem ser o mais próximo possível do custo real, é isto que diz Calderelli (2003, p. 205):
[...] que tal custo aproxime-se o mais possível da verdade, pois é quase impossível determinar-se com absoluta segurança e precisão, o custo real da unidade de produção, devido as características complexas próprias das transformações de riquezas.
Entendemos então que para o rateio não existe uma medida objetiva, mas há a necessidade de distribuição dos custos ao produto.
Contudo, como custos diretos são aqueles diretamente ligados a atividade e indiretos aqueles que fazem parte do processo, mas não de forma direta, dependendo de percentuais de rateios, definidos pelo estudo da empresa, para serem levados em consideração na formação de preço de venda.
1.2.1.5 Custo padrão
O custo padrão é entendido como sendo o custo ideal do produto ou serviço. Desta forma o custo padrão é o melhor uso dos insumos e da mão de obra, com perda mínima de matéria prima e sem ociosidade de mão de obra. O custo padrão é um instrumento de controle para os gestores.
quantidade e os preços dos insumos necessários para a produção e o respectivo volume desta (CREPALDI, 2004, p. 180).
Portanto, o custo padrão é uma ferramenta que os gestores utilizam como parâmetros para avaliar se realmente os custos orçados estão efetivamente corretos com os custos reais, assim caso necessário, à empresa pode verificar o que está ocorrendo e corrigir o erro.
O custo padrão é divido em três padrões, onde a empresa deve verificar qual o melhor padrão para a sua realidade.
O custo padrão ideal é dificilmente alcançado, pois se trata de um custo padrão onde não haveria nenhum desperdício de qualquer tipo, sendo ela de matéria-prima, mão de obra ou ainda de equipamentos (CREPALDI, 2004). Portanto o custo padrão ideal não é utilizado devido às empresas não trabalharem em condições ideais, pois todas as empresas enfrentam dificuldades diárias.
O custo padrão corrente fica entre o ideal e o estimado, tornando se necessário à empresa avaliar a eficiência da produção. Conforme Padoveze, (2010,
p. 406) “O custo padrão corrente é tomado como meta para todos os setores da
empresa, mas em patamares que, ao mesmo tempo que ideais e com certa
dificuldade de obtenção, permitam, porém, seu atingimento”.
Desta forma o custo padrão corrente pode ser utilizado nas empresas, devido a sua utilidade para a fixação do custo para determinado produto ou serviço, apesar de ser projetado o custo para certo período ele pode sofrer alterações devido a intempéries que possam ocorrer.
O custo padrão estimado é uma simples projeção para o futuro, onde se pondera a média dos custos utilizados no passado, sem avaliar se houveram desperdícios na produção (CREPALDI, 2004). Consiste, no entanto o custo que a empresa deverá atingir, considerando algumas alterações como um volume maior ou ainda melhoria nos equipamentos utilizados nos processos.
O maior objetivo do custo padrão segundo Martins (2010, p. 316) “[...] é o de fixar uma base de comparação entre o que ocorreu de custo e o que deveria ter
ocorrido”. Desta forma o custo padrão é uma técnica que auxiliará os gestores a verificar os custos projetados e os reais, mas isto somente é possível se a empresa possuir um sistema adequado de custo real.
Portanto, custo padrão trata-se de uma ferramenta eficaz para melhorar o desempenho da empresa, onde poderá corrigir o que não está devidamente adequado, podendo comparar se está utilizando matéria-prima a mais ou está com mão de obra ociosa, e ainda se estão ocorrendo perdas além do esperado. Desta forma poderá tomar as decisões necessárias para diminuir o custo e aumentar a lucratividade na produção.
1.3 METODOS DE CUSTEIO
As empresas vêm se preocupando a cada dia mais com os fatores de produção, buscando formas para diminuir os custos e por consequência aumentar o rendimento da empresa. Desta forma deve haver um sistema de informações com dados básicos. Um acompanhamento diário dos custos, do desempenho, dos processos, dos produtos, dos serviços e dos clientes para assim os gestores tomarem suas decisões ou mesmo realizar seu planejamento estratégico (WERNKE, 2004).
Com isso a contabilidade gerencial deve tentar informar os custos precisos dos produtos ou ainda informar aos gestores o abandono de determinado produto que não é rentável para a empresa, assim como estudar a viabilidade de um novo produto no mercado.
Para se obter um valor do produto correto, com alocação de todos os custos possui-se a necessidade de custeá-los de forma correta. De acordo com Wernke (2004, p. 20):
Portanto, o sistema de custos é se suma importância para a alocação correta dos custos em determinado produto para que não haja de forma errônea seu custeamento e assim uma incorreta formação de preço.
Cada método de custeio possui vantagens e desvantagens no processo de produção e administrativo de cada empresa, existem vários métodos de custeio, mas são três os mais utilizados que são o custeio por absorção, custeio direto/variável e o custeio por atividade. A principal finalidade é a separação dos custos variáveis e fixos, para assim alocar ao produto e formar o preço de venda.
1.3.1 Custeio por Absorção
O custeio por absorção incide na apropriação de todos os custos tanto eles fixos ou variáveis à produção do período, onde os gastos que não ocorrem diretamente para a produção são excluídos. A principal distinção neste custeio é entre o custo e a despesa, isso ocorre devido as despesas e os custos dos produtos vendidos serem direcionados diretamente à conta de resultado do período e os custos referentes aos produtos em fabricação e que não tenham sido vendidos serão acionados nos estoques desses produtos (CREPALDI, 2004).
Entre algumas vantagens sobre o custeio por absorção, Wernke (2004, p. 21) destaca:
atende à legislação fiscal e deve ser usado quando a empresa busca o uso do sistema de custos integrado à Contabilidade;2 permite a apuração do custo por centro de custos, visto que sua aplicação exige a organização contábil nesse sentido; tal recurso, quando os custos forem alocados aos departamentos de forma adequada, possibilita o acompanhamento do desempenho de cada área; ao absorver todos os custos de produção, permite a apuração do custo total de cada produto.
O custeio por absorção possui como principal desvantagem a utilização dos rateios para distribuir os custos entre os departamentos ou produtos, destorcendo os resultados, podendo ser o custo alocado indevidamente a determinado produto (WERNKE, 2004).
Portanto, o custeio por absorção é importante para as empresas, pois é o método derivado da aplicação dos Princípios de Contabilidade geralmente aceitos. Tendo este método como principal característica a apropriação de todos os custos de fabricação aos produtos produzidos.
1.3.2 Custeio Direto/Variável
O método custeio direto/variável possui grande valor para a formação do custo do produto e posterior formação do preço de venda, sendo também uma ferramenta que auxilia os gestores na tomada de decisão. Neste método somente os custos diretos e variáveis são considerados como custo de produção. No comércio o custo variável é somente o custo do produto que será comercializado.
A premissa básica do custeio direto é a de que somente os custos claramente identificados com os produtos ou serviços vendidos (chamados de diretos ou variáveis) devem ser apropriados. Os demais custos necessários para manter a capacidade instalada (indiretos ou fixos) devem ser desconsiderados em termos de custo do produto (WERNKE, 2004, p. 29).
O sistema de custeio direto/variável prevê uma apropriação de modo gerencial, onde apenas considera os custos variáveis dos produtos vendidos, os custos fixos são separados e considerados como despesas do período (WERNKE, 2004).
Desta forma o método em questão possui grande relevância para a tomada de decisão, onde enfatiza a rentabilidade de cada produto sem distorções que podem ocorre pelo rateio dos custos fixos. As desvantagens deste método são a não aceitação pela legislação tributária, exige uma classificação rígida entre os custos fixos e variáveis e pode prejudicar a análise de desempenho quando se tem um valor de custo fixo muito elevado.
1.3.3 Custeio Baseado em Atividade – ABC
método as empresas diminuem os desperdícios, melhoram os serviços, avaliam iniciativas de qualidade e calculam os custos dos produtos com mais precisão.
O custeio ABC é baseado na análise das atividades principais da empresa, portanto não são os produtos em si que provocam o consumo de recursos, mas sim as atividades. Desta forma os custos são averiguados e alocados conforme a medições das atividades executadas (CREPALDI, 2004).
É o método que mede o custo e o desempenho de processos e produtos. Mais especificamente, que: atribui custos às atividades com base no consumo de recursos; atribui custos a produtos ou serviços com base no consumo de atividades; reconhece os fatores que determinam (explicam) os custos das atividades, e o consumo destas pelos produtos ou outras atividades (CREPALDI, 2004, p. 223).
O método tem como objetivo principal melhorar a alocação dos custos e das despesas indiretas fixas aos produtos, formando um custo mais preciso sobre a atividade e consequentemente ao produto. Segundo Wernke(2004, p. 22), “O ABC focaliza as atividades organizacionais como elementos-chaves fornecidos por vários sistemas de informações da empresa, associam os custos da atividade aos produtos
[...]”. Portanto, a empresa necessita de um bom sistema de informação para que a alocação dos custos seja de forma eficiente.
A empresa terá facilidade e precisão com a implantação de um sistema de gerenciamento de custos com base no custeio ABC, Crepaldi(2004, p. 224) destaca:
apurar e controlar seus custos reais de produção e, principalmente, os custos indiretos de fabricação (overhead); identificar e mensurar os custos
da não-qualidade (falhas internas e externas, prevenção, avaliação etc.); levantar informações sobre oportunidades para eliminar desperdícios e aperfeiçoar atividades; eliminar/reduzir atividades que não agregam ao produto um valor percebido pelo cliente; identificar os produtos e clientes mais lucrativos; subsidiar o redimensionamento da plataforma de vendas (distribuidores e revendedores); melhorar substancialmente sua base de informações para tomada de decisões; estabelecer um conjunto de indicadores de performance capaz de medir a eficiência e a eficácia empresarial sob os aspectos produtivos, comercial, financeira e societário.
1.4 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA
A formação do preço de venda é de suma importância para a continuidade da empresa, para isso não basta somente analisar os custos, como os tributos e as despesas com a venda, mas também verificar os prazos de recebimento e avaliar o mercado externo.
Cabe ao produtor a decisão de formar seus preços de venda. No entanto, se errar para maior, perde o mercado; se erar para menor, compromete o negócio. Portanto, o produtor deve aprender a calcular os custos reais de sua atividade, fazer a gestão estratégica dos custos e trabalhar identificando oportunidades de mercado e ganho (CREPALDI, 2004, p. 313).
Pode-se ainda destacar a importância do custo do produto e o valor que o consumidor final pagará ao adquirir o mesmo, para que assim se possa formar o preço de venda correto. De acordo com Martins (2010, p. 218):
Para administrar preços de venda, sem dúvida é necessário conhecer o custo do produto; porém essa informação, por si só, embora seja necessária, não é suficiente. Além do custo, é preciso saber o grau de elasticidade da demanda, os preços de produtos concorrentes, os preços de produtos substitutos, a estratégia de marketing da empresa etc.
Desta forma pode-se dizer que a obtenção do real custo do produto, não é de fácil alcance, mas devem ser analisadas as variáveis que envolvem a formação do preço de venda, onde para cada empresa deverá ser considerado o seu mercado e os seus custos.
1.4.1 Formação de Preço de Venda a Partir do Custeio por Absorção
O custeio por absorção incide diretamente na apropriação de todos os custos sendo eles fixos ou variáveis. De acordo com Martins (2010, p. 37) “[...]
Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos
para todos os produtos ou serviços feitos”. Portanto todos os custos, tanto os diretos como os indiretos, serão alocados aos produtos.
simples de usar e por considerar não só o custo do produto para a formação do preço de venda, mas também, a margem de ganho, as despesas administrativas e financeiras.
Embora muitos autores apontem várias desvantagens teóricas, a apropriação dos custos pela absorção é ainda muito utilizada como já destacada acima, não podendo desconsiderar as dificuldades no rateio dos custos fixos pela falta de padronização, podendo assim destorcer o real custo do produto (MIRANDA; FRANCO, 2005).
1.4.2 Formação de Preço de Venda a Partir do Custeio Direto/Variável
O custeio variável é uma forma de custeamento que considera somente os custos diretos e variáveis incorridos no período de produção, os custos fixos são considerados como despesas, impactando diretamente no resultado do período, pois os custos fixos independem da produção (CREPALDI, 2004).
Para a formação do preço a partir do custeio direto/variável utiliza-se os custos diretos ou variáveis, somando as despesas variáveis identificadas de um determinado produto. Em seguida, aplica-se determinada margem que deverá cobrir a rentabilidade mínima desejada, sendo somado também os custos e despesas fixas que ainda não foram alocados. Utilizando este critério, a margem de contribuição de cada produto será apurada pela análise de custo/volume/lucro na formação do preço de venda (PADOVEZE, 2010).
Portanto a formação de preço de venda a partir do custeio direto/variável é limitada à contabilidade gerencial, para a tomada de decisão, pois não atende os princípios fundamentais da contabilidade, não é aceita pela legislação tributária e desconsidera os custos fixos, distorcendo muitas vezes o real custo do produto.
1.4.3 Formação de Preço de Venda a Partir do Mercado
A formação do preço de venda a partir do mercado analisa o preço do produto pela oferta e demanda, formando o preço através de uma análise do valor comercializado pela concorrência. Desta forma, Padoveze (2010, p. 428) cita que
“[...] praticamente seria desnecessário o cálculo dos custos e subsequente formação
corretamente o preço de mercado do produto através dos preços dos concorrentes
existentes [...]”. Desta forma o que determina a formação de preço de venda seria
uma análise sobre os valores praticados no mercado o que não é por muitas vezes o correto devido aos custos que cada empresa possui.
O preço de mercado consiste no valor máximo pago pelo consumidor, ou seja, o maior valor que empresa poderá atribuir ao seu produto. Assim para a obtenção do custo meta se torna necessário um custeio que contenha todos os custos e despesas incorridos para a comercialização do produto (PADOVEZE, 2010).
Portanto o valor imposto pelo mercado, serve para analisar se o produto que a empresa comercializa ou irá comercializar é viável ou não, tendo que obter lucro e pagar todos os seus custos e despesas com o valor praticado pelo mercado, devendo o gestor analisar a viabilidade do produto em questão.
1.4.4 Multiplicador Sobre os Custos (Mark-Up)
São inúmeros os métodos que podem ser utilizados para a formação do preço de venda, como descritos acima, sendo o índice chamado mark-up, um dos mais utilizado pelos empresários, onde são considerados os tributos sobre a venda, os custos e as despesas incorridas. Padoveze (2010, p. 430, grifo do autor) aponta
“[...] apesar de o mark-up ser um multiplicador aplicado sobre o custo dos produtos,
sua construção está ligada a determinados percentuais sobre o preço de venda[...]”.
Desta forma são computados todos os custos ocorridos para a venda deste produto, além do percentual que se almeja de lucro com a venda.
O mark-up genérico como o próprio nome já diz é utilizado em todos os produtos da empresa, não diferenciando os produtos e os seus custos. Já o mark-up por produto, pode ser desenvolvido a partir dos custos de cada produto, assim criando um índice para a obtenção do lucro de cada item.
1.4.5 Ponto de Equilíbrio
O ponto de equilíbrio trata-se de uma ferramenta gerencial, sendo de muita importância para o gestor identificar a quantidade de vendas, que se faz necessário para cobrir todos os custos e despesas tanto eles fixos ou variáveis. Portanto o ponto de equilíbrio se dá quando não á lucro ou prejuízo, ou seja, onde as receitas totais são iguais aos custos totais.
O ponto de equilíbrio pode ser adaptado conforme a necessidade da empresa, podendo os gestores efetua-lo em unidade ou em valor. Desta forma, Wernke (2004, p. 50) cita que “Essas adaptações originam tipos de ponto de equilíbrio distintos que se ajustam às diversas situações de planejamento das atividades da empresa”.
Portanto, o ponto de equilíbrio é uma ferramenta para uso de curto prazo, que proporciona diversas informações aos gestores, possibilitando que a empresa identifique o mínimo de vendas ou quantidade produzida para cobrir seus custos, podendo através desta analisar e caso necessário alterar o mix de vendas e ainda o valor dos produtos.
1.4.6 Margem de Contribuição
O estudo da margem de contribuição é de grande importância dentro da organização, tendo em vista que é uma ferramenta de auxílio nas tomadas de decisões gerenciais. Para análise da margem de contribuição as despesas devem ser classificadas em fixas ou variáveis, como aborda Crepaldi (2004, p. 128), “Os
custos variáveis são deduzidos das vendas para obter a margem de contribuição. Os custos fixos são subtraídos da margem de contribuição para obter a renda líquida.”
Desta forma, definimos a margem de contribuição sendo o valor resultante das vendas menos as despesas variáveis.
Para Garrinson et. al. (2013, p. 186), margem de contribuição “[...] é o
montante disponível para cobrir as despesas fixas, e então, gerar os lucros do
período”, para tanto, caso essa margem não seja suficiente para cobrir as despesas fixas, não há resultado positivo, mas sim um prejuízo do determinado período.
Crepaldi (2004, p. 128), demonstra alguns pontos, nos quais a margem de
decidir se deve diminuir ou expandir uma linha de produção, (2) avaliar alternativas provenientes da produção, de propagandas especiais etc., (3) decidir sobre estratégias de preço, serviços ou produtos e (4) avaliar o desempenho”.
Contudo, o gerente pode através da margem de contribuição verificar a melhor forma de utilização da capacidade da empresa, de seu potencial de produção ou vendas, pode também através dela estar gerando o valor do preço de venda. E avaliar pedidos nos quais o valor de preço de venda seja menor que o praticado, porém sua margem de contribuição seja maior. Todas essas possibilidades auxiliam e muito na tomada de decisão, como uma ferramenta de avaliação a margem de contribuição trás benefícios aos gestores.
2 METODOLOGIA
Para desenvolver uma pesquisa tem se a necessidade de adotar uma metodologia de pesquisa para assim compreender as características e identificar as melhores técnicas para a realização da mesma. Desta forma o presente trabalho teve como objetivo metodológico a pesquisa exploratória-descritiva de uma empresa do ramo infanto juvenil, da cidade de Toledo. Este método busca explorar as informações, se aprofundando no assunto e descrevendo as analises de acordo com os dados observados.
A pesquisa exploratória, segundo Gil (1996, p. 45):
[...] têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições.
A pesquisa faz uma abordagem maior de informações, buscando mais para que se tenha maior intimidade com os assuntos, maior conhecimento para o levantamento de problemas e hipóteses, fazendo, com isso, uma pesquisa completa. Para Rampazzo (2002, p. 54 apud GOMES; MANCINE, 2014, p. 41), “o
estudo exploratório é normalmente o passo inicial no processo de pesquisa, esse consiste em recolher e registrar os fatos da realidade sem que o pesquisador utilize
meios técnicos especiais”. Para tanto, esta metodologia explora as informações
encontradas em sua real forma para formação das ideias e a busca os objetivos propostos pelo estudo.
A pesquisa exploratória é recomendada quando se tem pouco conhecimento sobre o determinado problema estudado, pois através desta é que se busca um maior conhecimento e familiarização com o assunto, busca conhecer as relações existentes no tema estudado. Para este método de pesquisa é necessário um planejamento flexível, que permita abordar ou entender diversos aspectos de um problema (CERVO et. al., 2007).
A pesquisa descritiva, para Barros e Lehfeld (2004, p. 34), é a “[...] descrição
do objeto por meio da observação e do levantamento de dados [...] das pesquisas descritivas pode-se chegar à elaboração de perfis, cenários etc. [...]”. Cervo et. al.
A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Procura descobrir, com a maior precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e suas características. Busca conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política, econômica e demais aspectos do comportamento humano, tanto do indivíduo tomado isoladamente como de grupos e comunidades mais complexas.
Portanto, a pesquisa descritiva é uma forma de coletar dados em seu habitat natural, fazer uma ordenação destes dados, para assim obter informações através dos estudos dos mesmos. Esta pesquisa ainda pode assumir diversas formas como a dos estudos descritivos, que é o estudo e a descrição das características do caso estudado; a pesquisa de opinião, que busca uma posição das pessoas em relação ao assunto estudado; pesquisa de motivação, através de razões para determinados atos; estudo de caso, o estudo de tal grupo ou individuo, buscado conhecer seu comportamento e suas variações; e a pesquisa documental, através da averiguação de informações documentadas que permite a comparação com outras informações (CERVO et. al., 2007).
Contudo, a pesquisa descritiva, auxiliou o presente estudo, com o levantamento das informações relevantes para a avaliação dos custos na formação do preço de venda, para que assim a empresa possa confrontar os preços praticados atualmente com os que resultaram através desta pesquisa.
Partimos do conceito da contabilidade gerencial de Padoveze (2010), que apresenta tanto a área gerencial quanto a formação do preço de venda, como uma ferramenta de grande relevância, pois todas as empresas visam à riqueza, à qual tem origem na venda de determinado produto ou da prestação de serviços.
Para se obter o preço de venda do produto foi necessária uma análise aprofundada, já que cada empresa tem uma realidade e assim tornando necessário verificar todos os custos e as despesas que a empresa possui e ratear este valor nos produtos para assim obter a receita com o seu devido lucro, pois nada adianta vender o produto quando no final não se obtém lucro ou ainda pior, se vende com prejuízo.
O estudo de caso tornou-se uma pesquisa muito utilizada, que consiste em um estudo intenso e exaustivo. Durante vários anos o estudo de caso era reconhecido como um procedimento pouco rigoroso, servindo apenas para estudos de natureza exploratória, mas hoje é considerada como verificação dos acontecimentos atuais. Segundo Gil (2010, p. 38) diversos propósitos para a utilização do estudo de caso como:
a) explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos; b) preservar o caráter unitário do objeto estudado; c) descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação; d) formular hipóteses ou desenvolver teorias; d) explicar as variáveis causas de determinado fenômeno em situações muito complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos.
Pode-se ainda destacar que o estudo de caso possui limitações já que analisa somente um único fato, gerando um dado que poderá talvez ser usado somente naquela situação, impossibilitando um estudo em âmbito geral.
O Estudo de Caso refere-se ao levantamento com mais profundidade de determinado caso ou grupo humano sob todos os aspectos. Entretanto, é limitado, pois se restringe ao caso que estuda, ou seja, um único caso, não podendo ser generalizado (MARCONI; LAKATOS, 2011, p. 276).
Desta forma, o estudo de caso realizado poderá ser utilizado somente na empresa estudada, mas as demais empresas que possuem a mesma dificuldade poderão utilizar o método que melhor se enquadre para sua realidade.
O tema abordado no estudo de caso deve possuir certa importância para a sua realização, para que se estenda além da empresa em estudo, para as demais com a mesma deficiência. Segundo Severino (2007, p. 121):
O caso escolhido para a pesquisa deve ser significativo e bem representativo, de modo a ser apto a fundamentar uma generalização para situações análogas, autorizando inferências. Os dados devem ser coletados e registrados com o necessário rigor e seguindo todos os procedimentos da pesquisa de campo. Devem ser trabalhados, mediante análise rigorosa, e apresentados em relatórios qualificados.
investigação por meio do estudo de caso, quanto mais o pesquisador se aprofunda no assunto, melhor ele pode analisar a situação encontrada no caso (PÁDUA, 2003).
Pádua (2003, p. 72), cita ainda:
[...] quando se vai investigar um caso como parte da própria formação acadêmica do pesquisador, ao mesmo tempo em que possibilita um conhecimento mais global do contexto, transforma-se em um novo momento de aprendizagem, o que torna mais dinâmico, rico e desafiador o processo de pesquisa.
Contudo, através do estudo de caso, foi possível analisar os dados coletados na microempresa do ramo infanto juvenil, sediada em Toledo – PR, e indicar o melhor método para a formação do preço de venda, não desconsiderando as dificuldades que encontramos para a coleta dos dados e a verificação dos mesmos.
O tema do presente trabalho foi escolhido devido a empresa possuir dificuldades em apurar seus reais custos para alocar na formação do preço de venda, desta forma, foram analisados quatorze produtos selecionados aleatoriamente da coleção outono/inverno 2015.
Como se trata de formação de preço de venda, a empresária não ficou receosa para a disponibilização dos documentos necessários, visto que não necessitamos de dados bancários ou mesmo de fluxo de caixa da empresa.
As coletas de dados foram realizadas através de quatro visitas, sendo estas realizadas uma a cada semana. Onde na primeira visita verificamos juntamente com a proprietária todas as formas de controle que a mesma possuía para desta forma iniciarmos a coleta de dados fisicamente. Coletamos assim nas demais visitas os dados das notas fiscais do período, recibos, folha de pagamento, tributos, despesas administrativas e outras, que possam influenciar seus custos para formação de preço de venda.
A empresa não possui um controle efetivo das entradas e saídas em sistema, portanto, se teve a necessidade de analisar o sistema e os documentos físicos, para melhor análise e verificação dos dados garantindo o alcance dos objetivos do trabalho.
sobre vendas, despesas administrativas e comerciais, e percentual de lucro desejado.
Partindo destes dados, aplicamos o conceito do mark-up multiplicador onde utilizamos a seguinte fórmula:
QUADRO 1- Fórmula do mark-up
Fonte: Autores da pesquisa (2015).
Após ter encontrado o Mark-up multiplicador, este será aplicado sobre o preço de compra do produto, obtendo-se o preço de venda da mercadoria (WERNKE, 2004).
O presente estudo pode ser aplicado em outras empresas que identifiquem dificuldade na formação de preços de venda, porém cada uma deverá realizar uma análise com os levantamentos de todos os seus custos reais, despesas e outras variáveis que lhe pertencerem, para assim aplicar o método que será demonstrado neste estudo de caso, de forma adequada a sua necessidade.
Neste trabalho, utilizou-se da abordagem da pesquisa qualitativa que
emprega “[...] formas de questões relativamente não estruturadas que permitem uma
ampla gama de possíveis respostas [...]” (KOTLER; KELLER, 2006, p. 105). E tem
por finalidade básica “[...] as razões de ordem intelectual [...] que se caracteriza por alcançar o saber, para a satisfação de desejo de adquirir conhecimento [...]”
(ANDRADE, 2001, p. 122).
A pesquisa qualitativa está preocupada com os aspectos da realidade que não podem ser quantificados, buscando o entendimento e esclarecimentos sobre as dinâmicas de relação (FONSECA, 2002).
Esta pesquisa se utiliza do método de coleta de dados feita através de entrevistas diretamente com a fonte de informações, em discussões em grupos ou encontros individuais para ampliar o conhecimento tendo maior profundidade da
A = 100% - DVVs¹ % Mark-up = 100% / A
pesquisa, e isto, normalmente seguem roteiros pré-estabelecidos (FRANCESCHINI
et. al., 2012).
Para tanto, o método qualitativo possui forma mais intensa de detalhes dentro de sua análise do estudo. Para Marconi e Lakatus (2011, p. 269):
A metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano. Fornece análise mais detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento etc.
A preocupação da pesquisa qualitativa está voltada para a analise e a interpretação dos aspectos mais profundos, como antes já comentado, está em busca da compreensão e esclarecimentos sobre as investigações ou estudos feitos.
Franceschini et. al. (2012, p. 114), aponta ainda:
Aplicada antes de uma pesquisa quantitativa, a técnica qualitativa possibilita o levantamento de hipóteses, as percepções e os insigths, entender a
linguagem do consumidor e estruturar instrumentos de coleta de dados quantitativos. Após estudos quantitativos, a qualitativa auxilia na interpretação dos resultados. Nos estágios iniciais do desenvolvimento de produto e de comunicação, um estudo qualitativo é fundamental na elaboração de conceitos e de estímulos para pesquisas quantitativas.
Entende-se através deste trecho que a pesquisa qualitativa, pode ser utilizada em dois momentos, ajuda o pesquisador de diferentes formas nestes momentos, levantando hipóteses e percepções do assunto estudado ou auxiliando na interpretação dos resultados deste.
A pesquisa quantitativa é outra técnica que foi utilizada neste trabalho, que de acordo com Barros e Lehfeld (2004), esta pesquisa possui procedimentos quantitativos, que permite medir, formar dados estatísticos, sendo acolhidas informações através de análises, pesquisas e outros.
A metodologia quantitativa se baseia em elementos amplos e dados
numéricos, e ainda “[...] a ênfase deve recair na quantificação de seus ingredientes, ou seja, na frequência da aparição no texto de certas palavras, expressões, frases,
temas etc.” (MARCONI; LAKATOS, 2011, p. 286).
Se a pesquisa recorre à linguagem matemática, é porque ela quer buscar mostrar em números a quantidade comparativa dos dados para análise de estudo e conclusões de resultados, podendo também fornecer, em alguns casos, informações estatísticas.
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS PARA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA
O estudo de caso voltado para formação do preço de venda demonstrou para a empresa o conhecimento de todas as variáveis envolvidas que estavam diretamente ou indiretamente ligados ao valor de venda, uma vez que não havia este trabalho na empresa.
Para a realização do estudo de formação do preço de venda foram levantados todos os custos que envolvem o produto até a sua venda. Sendo assim, foram auferidos os custos desde a compra do produto, o valor do aluguel, condomínio, fundo promocional, energia, telefone, salários e comissões pagas aos colaboradores.
Neste capítulo será apresentada a forma pela qual a empresa realizava a formação do preço de venda no 1º semestre de 2015 e demonstrado o método para a constituição do valor dos produtos a serem vendidos considerando os custos totais da empresa. Portanto, analisamos os dados coletados e apresentamos o melhor método e procedimentos a serem adotados para a formação do preço de venda, tendo em vista a maximização do lucro da empresa.
3.1 HISTÓRICO DA EMPRESA
A empresa estudada é do ramo de comércio de roupas, calçados e acessórios infanto juvenil, de 0 a 16 anos. Está situada em local estratégico, devido a grande movimentação de pessoas, em sua maioria, de média e alta renda, no município de Toledo – PR. Sendo este o seu público alvo, pois trabalha com mercadorias de qualidade e de um custo elevado. Conta com duas funcionárias para atendimento e organização da empresa além da proprietária que realiza a gestão da empresa.
A empresária já atua em outros dois segmentos, e relatou que no início teve muitas dificuldades em relação às vendas no comércio infanto juvenil, pelo fato da empresa ser nova no mercado, mas no período da realização da pesquisa a empresária estava muito satisfeita neste segmento empresarial.
Sendo uma empresa nova no mercado, com inicio das atividades a partir de junho de 2014, seu faturamento foi de R$ 48.000,00 (quarenta e oito mil reais), já para o ano de 2015 faz a projeção de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). Esta projeção está baseada no aumento das vendas do primeiro semestre. Para atingir este objetivo a empresa investe em publicidade e propaganda, como revistas, TV Indoor, rádio e ainda utilizando redes sociais e aplicativos de celular para informar aos clientes das novidades e promoções da empresa.
3.1.1 Formação de Preço de Venda Utilizada
O preço de venda era calculado pela empresária da seguinte forma, após chegada a mercadoria com sua devida nota fiscal a mesma verificava o preço pago pelo produto e faturava 100%(cem por cento) sobre o valor, mais o percentual de imposto sobre o preço do produto. Não levando em conta os custos em gerais como aluguel, condomínio, fundo promocional, energia, folha de pagamento e demais despesas da empresa.
O estoque dos produtos é administrado através do sistema que a empresa utiliza, onde são lançados logo após o faturamento e baixados na hora da venda, mas a quantidade do produto no sistema não está ajustada com o estoque real, pois a empresária não o utilizou desde o início e ainda não efetuou os devidos ajustes, estando assim em desacordo com o real.
A empresa possui um sistema, mas não é utilizado para a formação de preço e gestão dos custos, sendo utilizado somente para dar baixa de estoque e gerenciar as contas a receber.
3.2 CUSTOS PARA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA
Para a formação do preço de venda foi utilizado o método de custeio por absorção, pelo fato do mesmo atender a legislação fiscal e também por separar a despesa do custo. A despesa é direcionada para á apuração do resultado. Já o custo direto é alocado ao produto, e os custos indiretos são apropriados conforme o percentual vendido de determinado produto.
Os custos envolvidos para a formação do preço de venda são divididos em custos diretos e custos indiretos, segundo Leone (2009) os custos diretos são relacionados diretamente ao produto enquanto o custo indireto deve ser rateado para apropriação no produto.
3.2.1 Despesas
As despesas podem ser consideradas como os esforços que a empresa faz
para a obtenção de receitas, para Calderelli (2003, p. 244) a despesa “representa inversão de capital no sentido de cooperar na produção ou distribuição de riquezas”.
Dentro deste contexto, as despesas então podem ser entendidas como os valores aplicados para a geração do retorno das empresas, as receitas ou prejuízos.
Abrangemos o período de informações de despesas do 1º semestre de 2015 da empresa em estudo, e foram levantados dois gastos considerados como despesas, sendo elas às despesas administrativas e os gastos com publicidade e propaganda. A empresa possui estes gastos todos os meses, porem em valores variados. O QUADRO 02 demonstra as despesas do período citado.
QUADRO 2 - Demonstração de Despesas
DESPESAS JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO TOTAL
PUBLICIDADE E PROPAGANDA R$ 700,00 R$ 700,00 R$ 700,00 R$ 700,00 R$ 700,00 R$ 700,00 R$ 4.200,00 DESPESAS ADMINISTRATIVAS R$ 1.680,00 R$ 332,00 R$ 365,00 R$ 332,84 R$ 91,50 R$ 275,30 R$ 3.076,64 TOTAL R$ 2.380,00 R$ 1.032,00 R$ 1.065,00 R$ 1.032,84 R$ 791,50 R$ 975,30 R$ 7.276,64
Fonte: Autores da pesquisa (2015).
R$ 1.212,77 (um mil, duzentos e doze reais e setenta e sete centavos) e analisando diante da média mensal de faturamento, R$ 32.036,12 (trinta e dois mil, trinta e seis reais e doze centavos), obtida também com dados do mesmo período, obtivemos o percentual médio de despesas mensais de 3,79%. Este percentual será alocado ao valor do produto vendido, através do indicador Mark-up, juntamente com os custos apurados.
3.2.2 Custos Diretos
Os custos diretos, como o próprio nome diz, são os gastos relacionados diretamente ao produto, não sendo necessário alocar e/ou ratear valores a mercadoria. Calderelli (2003) cita que os custos diretos são aqueles que podem ser aplicados direto na produção e exemplifica com dois itens, a matéria prima e mão de obra. Tratando-se de um comércio, pode-se relacionar como o custo direto o valor pago à mercadoria e os impostos incluídos na nota fiscal de compra.
A empresa trabalha com estoques de roupas para cada estação, as aquisições de mercadorias ocorrem em períodos sazonais, onde são adquiridos cada coleção, primavera/verão e outono/inverno. Já na aquisição de acessórios a empresa efetua compras mensais. No entanto o estudo está voltado para a coleção de outono/inverno, não abrangendo valores de preço de venda para estes produtos. Portanto, foram coletadas informações de compras da coleção outono/inverno 2015, sendo realizada a apuração dos custos diretos desta coleção, para a formação do preço de venda.
QUADRO 3 - Custos Diretos
PRODUTOS VALOR ICMS CUSTO
BLASER R$ 52,69 R$ 7,18 R$ 59,87
BLUSA R$ 62,24 R$ 8,49 R$ 70,73
BODY R$ 15,90 R$ 1,91 R$ 17,81
CALÇA R$ 88,60 R$ 12,08 R$ 100,68
CALÇA SKINNY R$ 86,19 R$ 11,75 R$ 97,94
CAMISA R$ 59,04 R$ 8,05 R$ 67,09
CAMISETE JEANS R$ 67,91 R$ 9,26 R$ 77,17
CASACO R$ 71,66 R$ 9,78 R$ 81,44
COLETE R$ 114,22 R$ 15,58 R$ 129,80
CONJUNTO FEMININO R$ 109,38 R$ 14,91 R$ 124,29
CONJUNTO MASCULINO R$ 113,57 R$ 15,49 R$ 129,06
LEGGING R$ 59,04 R$ 8,05 R$ 67,09
SAIA R$ 67,91 R$ 9,26 R$ 77,17
VESTIDOS R$ 138,20 R$ 18,84 R$ 157,04
Fonte: Autores da pesquisa (2015).
Temos, portanto, os custos diretos de 14 (quatorze) produtos, estes foram selecionados a partir de um levantamento de informações aleatórias dos produtos vendidos, conforme relatórios de vendas do próprio sistema da empresa. Fazendo a proporção entre o faturamento mensal da empresa e os produtos selecionados, a mercadoria representa 56,24% do faturamento obtido mensalmente.
3.2.2 Custos Indiretos
Custos indiretos são os desembolsos efetuados pela empresa para a prática de suas vendas, sem estes estarem ligados diretamente ao produto vendido. Wernke (2004, p. 14) define que, os custos indiretos “são os gastos que não podem ser alocados de forma direta ou objetiva aos produtos”, sendo necessário então
Foram considerados como custos indiretos alguns gastos que normalmente são vistos como despesas, isto ocorreu pela característica da atividade da empresa analisada, pois trata se de uma revenda e a mesma não confecciona o produto.
Os custos indiretos foram coletados na empresa em estudo conforme QUADRO 04 representando os valores gastos de janeiro a junho do corrente ano. Para apuração dos valores foram utilizados os relatórios de pagamentos fornecidos pela empresa, juntamente com o relato da empresaria, já que a mesma não possuía um controle efetivo dos custos indiretos. Após a coleta destas informações foi efetuada uma média para posterior rateio dos custos indiretos, utilizados na formação do preço de venda. Relacionamos estes custos no QUADRO 04.
QUADRO 4 - Custos Indiretos
CUSTOS INDIRETOS JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO TOTAL
ALUGUEL R$ 1.250,00 R$ 1.250,00 R$ 1.250,00 R$ 1.250,00 R$ 1.250,00 R$ 1.250,00 R$ 7.500,00 CONDOMÍNIO R$ 659,30 R$ 668,91 R$ 679,39 R$ 655,15 R$ 677,96 R$ 685,54 R$ 4.026,25 ENERGIA R$ 563,90 R$ 495,86 R$ 486,05 R$ 494,71 R$ 572,80 R$ 487,01 R$ 3.100,33 FUNDO DE PROMOÇÃO R$ 455,20 R$ 490,70 R$ 454,98 R$ 453,50 R$ 457,88 R$ 452,26 R$ 2.764,52 TELEFONE R$ 179,43 R$ 155,96 R$ 189,87 R$ 175,72 R$ 190,88 R$ 183,10 R$ 1.074,96 ACIT R$ 80,00 R$ 80,00 R$ 80,00 R$ 80,00 R$ 80,00 R$ 80,00 R$ 480,00 COMISSÃO R$ 152,00 R$ 112,00 R$ 161,00 R$ 175,00 R$ 138,00 R$ 164,00 R$ 902,00 FOLHA DE PAGAMENTO R$ 2.590,30 R$ 3.259,22 R$ 2.783,36 R$ 2.954,14 R$ 3.185,60 R$ 3.336,10 R$ 18.108,72 FGTS R$ 207,22 R$ 260,74 R$ 222,67 R$ 236,33 R$ 254,85 R$ 277,76 R$ 1.459,57 PROVISÃO 13º R$ 215,86 R$ 271,60 R$ 231,95 R$ 246,18 R$ 265,47 R$ 278,01 R$ 1.509,06 FÉRIAS e 1/3 R$ 287,09 R$ 362,12 R$ 309,26 R$ 328,23 R$ 353,95 R$ 370,67 R$ 2.011,32 HONORÁRIOS CONTÁBEIS R$ 252,00 R$ 252,00 R$ 252,00 R$ 252,00 R$ 252,00 R$ 252,00 R$ 1.512,00 TOTAL R$ 6.892,30 R$ 7.659,11 R$ 7.100,53 R$ 7.300,96 R$ 7.679,39 R$ 7.816,45 R$ 44.448,73
Fonte: Autores da pesquisa (2015).
E ainda integrando a classificação dos custos indiretos, a folha de pagamento é composta pelo valor referente ao salário, horas extras e demais obrigatoriedades das duas funcionárias, o FGTS é o valor que a empresa recolhe sobre a folha de pagamento. A provisão do décimo terceiro e férias foram efetuadas para posterior pagamento conforme vencimento. A empresária não faz retirada da empresa, por este fato não está relacionado no QUADRO 04 o pró-labore.
O valor total de custos indiretos apurados foi de R$ 44.448,73 (quarenta e quatro mil, quatrocentos e oito reais e setenta e três centavos),que corresponde aos primeiro semestre de 2015, representando, o valor de R$ 7.408,12 (sete mil, quatrocentos e oito reais e doze centavos) equivalendo à média mensal dos custos indiretos que serão alocados ao custo direto do produto.
3.2.3 Preço de Venda Praticado
A empresa utilizava uma metodologia para a formação do preço de venda em que não há apuração dos custos indiretos, somente utilizando um percentual de 110% sobre o valor de custo, formando assim o seu preço de venda, que está representado no QUADRO 05.
QUADRO 5 - Preço de Venda Praticado
PRODUTOS CUSTO DE COMPRA PV ATUAL
BLASER R$ 59,87 R$ 125,72
BLUSA R$ 70,73 R$ 148,54
BODY R$ 17,81 R$ 37,40
CALÇA R$ 100,68 R$ 211,43
CALÇA SKINNY R$ 97,94 R$ 205,66
CAMISA R$ 67,09 R$ 140,89
CAMISETE JEANS R$ 77,17 R$ 162,06
CASACO R$ 81,44 R$ 171,03
COLETE R$ 129,80 R$ 272,58
CONJUNTO FEMININO R$ 124,29 R$ 261,02
CONJUNTO MASCULINO R$ 129,06 R$ 271,03
LEGGING R$ 67,09 R$ 140,89
SAIA R$ 77,17 R$ 162,06
VESTIDOS R$ 157,04 R$ 329,78