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Avaliação do programa “Luz para Todos” no Estado do Amazonas sob o aspecto da qualidade do fornecimento de energia elétrica: resultados parciais

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Avaliação do programa “Luz para Todos” no Estado

do Amazonas sob o aspecto da qualidade do

fornecimento de energia elétrica: resultados parciais

Elival Martins dos Reis Jr e Elizabeth Ferreira Cartaxo

Mestrando em Engenharia de Recursos da Amazônia (UFAM). Professor de Física do Campus Coari do Instituto Federal do Amazonas (IFAM); Professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Yana Miranda Borges.

Professora de Estatística do Campus Manaus-Centro do Instituto Federal do Amazonas (IFAM).

Sandro Simas de Jesus

Mestrando em Engenharia de Recursos da Amazônia (UFAM). Professor do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia – ICET/UFAM.

Resumo  O programa Luz para Todos no Estado do

Amazonas proporcionou um grande avanço em termos de inclusão elétrica e social. A partir dessa premissa, o propósito deste estudo é avaliar o programa Luz para Todos sob o aspecto da qualidade do serviço de fornecimento de energia elétrica fornecida aos beneficiados pelo programa. O estudo inclui em sua metodologia a pesquisa de campo, bibliografia e documental, onde foi possível verificar a qualidade do serviço elétrico. Os resultados decorrentes da aplicação dos questionários e os registros feitos ao longo das observações in loco demonstram um número inferior de interrupções previstas

pelo parâmetro FIC. Entretanto, interrupções com duração superior ao estipulado para as localidades em questão por meio do parâmetro DIC são frequentes.

Palavras-chaves Programa “Luz para Todos”, indicadores de

continuidade, qualidade do fornecimento.

I. INTRODUÇÃO

Além dos benefícios provenientes do acesso e uso contínuo da eletricidade, ainda há interesse no fornecimento de energia elétrica dentro dos níveis aceitáveis de qualidade do produto e serviço que possam permitir execução de qualquer tipo de atividade. Essa preocupação vem se acentuando principalmente nos últimos anos devido à inserção intensa de equipamentos eletroeletrônicos, máquinas industriais e agrícolas automatizadas, sensíveis às mínimas variações dos níveis de qualidade de energia elétrica.

Há também uma preocupação constante com o fornecimento contínuo de energia elétrica aos grandes centros urbanos e industriais, uma vez que este garante os processos industriais

elival@ifam.edu.br; elizcartaxo@gmail.com; yanaborges@ifam.edu.br;

ssjesus@ufam.edu.br.

Este trabalho contou com suporte da Fundação de Amparo à Pesquisa do

Estado do Amazonas – FAPEAM e do Campus Coari do Instituto Federal do

Amazonas.

e de serviços, que muitas vezes são sensíveis as menores interrupções do fornecimento de energia elétrica, podendo gerar danos significativos à economia quando interrupto, mesmo que momentaneamente.

A chegada da energia elétrica às regiões menos favorecidas, de difícil acesso e baixa renda, proporciona um impacto positivo na melhoria da qualidade de vida e acesso a condições básicas para o exercício da cidadania [1].

Deste modo, o fornecimento de energia elétrica ao meio rural é tão importante para o processo de desenvolvimento civilizatório e socioeconômico quanto é essencial para a manutenção dos processos produtivos e comerciais existentes no meio urbano, já que permite ao homem do campo o acesso à educação, serviços de saúde, cultura, entretenimento, lazer, oportunidades de novos postos de trabalho e renda, proporcionando-lhe melhores condições de vida.

O acesso à energia elétrica em quantidade e qualidade, com tarifas razoáveis e continuidade garantida, é fator relevante quando se pensa em promover o desenvolvimento social e econômico, pois permite tanto a comunidade quanto aos seus moradores desfrutar de um conjunto de bens e serviços essenciais para o bem-estar social e econômico da população. Neste sentido, a avaliação dos programas de eletrificação rural torna-se necessária, pois exerce a função de subsidiar a correção de eventuais desvios de metas [2] e ainda a qualidade do produto e serviços ofertados.

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II. METODOLOGIA

A coleta dos dados foi realizada mediante pesquisa de campo, cuja finalidade era obter dados para estimar e avaliar o cumprimento dos indicadores individuais (DIC e FIC), nas localidades atendidas pelo PLpT no Estado do Amazonas por meio de extensão da rede de distribuição,

Os critérios de escolha das localidades foram: a distância entre a localidade e o parque gerador e o tempo de atendimento pelo PLpT. Por esses critérios foram escolhidas duas localidades de conjuntos elétricos distintos, cuja distância ultrapassa 30 km e que foram beneficiadas há pelo menos quatro anos.

A coleta de dados in loco ocorreu mediante três etapas: i)

reconhecimento de área; ii) aplicação de questionários aos

moradores e entrevistas guiadas com técnicos responsáveis pela instalação e manutenção do PLpT e iii) registro de

eventuais cortes de energia elétrica ocorridos entre os meses de novembro e dezembro de 2014 no intervalo de tempo de trinta dias.

Os resultados foram obtidos mediante análise comparativa e descritiva de dados. O reconhecimento de área consistiu no contato inicial com os representantes administrativos, agentes de saúde das comunidades e moradores além do percurso “a pé” de toda localidade, a fim de identificar o número total de residências e ainda a quantidade de moradias desocupadas e/ou com ligação clandestina de energia.

O objetivo desta etapa foi definir a quantidade de questionários a serem aplicados. Em seguida foi realizada a aplicação dos questionários aos beneficiados pelo PLpT juntamente com a realizadas das entrevistas com os responsáveis pela instalação e manutenção do programa em cada localidade. Todas as respostas fornecidas foram transcritas em tempo real e posteriormente lidas para que os entrevistados pudessem confirmar suas respostas, modificá-las ou acrescentar algo mais.

Os questionários utilizados nesta etapa do processo são compostos por 25perguntas distribuídas em cinco seções cujo objetivo foi levantar informações acerca da quantidade, frequência e duração das interrupções; período do ano e natureza dos cortes; ocorrência de fenômenos elétricos; como a concessionária é notificada e tempo de resposta; qualidade do atendimento prestado pela concessionária; principais dificuldades enfrentadas no processo de instalação e manutenção da rede de distribuição de energia elétrica. A terceira etapa consistiu na observação e registros da quantidade e tempo das interrupções elétricas com duração igual ou superior a três minutos [3] por observadores locais no período de trinta dias, bem como registrar se a falta de energia foi decorrente de um corte repentino ou precedido dos fenômenos elétricos observáveis luz fraca/brilhosa demais e/ou TV com imagem reduzida.

A primeira coleta de dados foi realizada entre os dias 12 e 15 de novembro de 2014, na Comunidade Vila do Itapéua (Fig. 1), mediante entrevista a 43 beneficiados atendidos regularmente pela concessionária de energia de um total de 65. Os registros dos cortes de energia foram realizados entre os dias 14 de novembro e 15 de dezembro.

Fig. 1. Comunidade Vila do Itapéua, Coari. Fonte: Google Earth.

A segunda visita ocorreu entre os dias 19 e 21 de novembro na Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Fig. 2) Nesta oportunidade foram entrevistados 20 moradores do total de 24 beneficiados. Entre os dias 20 de novembro e 21 de dezembro de 2014 foram registros os eventos de cortes de energia elétrica.

Fig. 2. Comunidade Nossa Senhora Perpétuo Socorro, Itacoatiara. Fonte: Google Earth.

Todos os dados foram classificados, sistematizados e tabulados. O tratamento dos dados foi realizado mediante análise descritiva e os resultados obtidos são decorrentes do estudo comparativo dos dados obtidos com os limites fixados para os indicadores individuais de continuidade DIC e FIC [4] para os conjuntos elétricos onde estão localizadas as comunidade disponíveis no portal eletrônico da ANEEL ano base 2014 - perímetro não urbano [3]

III. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi fundada em 1942 e eletrificada somente em 2010 por meio da instalação de 30,06 km de rede elétrica [5] proveniente da UTE de Novo Remanso que beneficiou incialmente 124 moradores.

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seguidas de cortes de energia e 95% dos entrevistados afirmam que costuma haver cortes repentinos de energia elétrica semanalmente.

Das observações realizadas in loco foram registradas nove

interrupções pelos 1º observadores e 12 pelo observador nº 2. Quantidade inferior ao número de interrupções estipuladas pelo parâmetro FIC, 17,24/mês. Com média de três registros por semana para o 2º observador, valor previamente mencionado na fase das entrevistas. O tempo de duração máximo dos cortes foi de 15,06 h e de mínima de 0,27 h. A unidade consumidora pertencente ao 2º observador registrou 39,59 h sem eletricidade, enquanto o observador nº 1 ficou sem fornecimento por 29,57 h. Os valores registados ao longo do período de estudo superou o limite estabelecido para o indicador DIC de 27,01 h/mês (Conjunto elétrico do Médio e Baixo Amazonas), chegando a 46,57% acima do limite determinado no caso da unidade consumidora pertencente ao observador nº 2.

Fig. 3. Gráfico: DURAÇÃO DAS INTERRUPÇÕES (h) X REGISTROS.

Fonte: Estudos de campo.

Comparando o tempo de duração dos cortes de energia elétrica com o limite fixado para o indicador DIC - 27,01 h/mês -, para as localidades pertencentes ao conjunto elétrico do Médio e Baixo Amazonas, as quais pertencem às unidades consumidoras, verifica-se que as unidades em questão ficaram sem abastecimento elétrico em torno de 27,11% a mais do tempo estabelecido pelo parâmetro DIC.

Segundo o 1º observador, 58,33% das interrupções foram precedidas dos fenômenos elétricos observáveis luz fraca/brilhosa demais e/ou TV com imagem reduzida. Já o observador nº 2, anoutou que 77,78% dos registos de falta de eletricidade foram decorrentes de cortes repentinos de energia, conforme verifica-se na Fig. 4.

Fig.4. Gráfico representativo dos fenômenos elétricos pré-interrupções observados na Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro entre 20 de Novembro e 24 de Dezembro de 2014.

Fonte: Estudos de campo.

Esses resultados remetem a possíveis distúrbios elétricos cuja natureza não pode ser determinada neste estudo, uma vez que as observações basearam-se na impressão visual resultante das variações do fluxo luminoso de lâmpadas e imagens de aparelhos de TV, sem o auxilio de medidores.

Para 38,46% dos moradores entrevistados, os cortes de energia são decorrentes da queda de árvores/galhos, além de fatores associados a problemas de geração de energia, 30,77 (Fig. 5), sendo mais frequentes no mês de outubro, de acordo com 23,08% dos comunitários respondentes.

Fig. 5. Fatores causadores de interrupção de energia elétrica na Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, segundo a percepção dos entrevistados.

Fonte: Estudos da Pesquisa.

No concernente a percepção da qualidade do serviço de energia elétrica, 55% dos beneficiados, afirmam perceber o serviço prestado como “bom”. Apesar de 95 % dos entrevistados não terem opinado quanto à qualidade do atendimento realizado, foi notória a insatisfação quanto ao 0,00

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00

12/11 22/11 2/12 12/12 22/12

OBSER. 1 OBSER. 2

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Fatores Verificados (%) 0,00

20,00 40,00 60,00 80,00 100,00

Falta repentina de energia eletrica

Luz fraca ou brilhosa demais/TV com imagem

reduzida Fenômenos observados (%)

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serviço de entrega de faturas, que não é realizado há três anos. Este fato, segundo os moradores, resulta em inadimplência, pois há dificuldades em obter as faturas via internet para pagamento.

Já a Vila do Itapéua foi universalizada mediante a instalação de 29,75 km de rede AT, ao longo da estrada que liga a sede do município à localidade, e 1,51 km de rede BT [5] dentro da comunidade beneficiando incialmente 106 moradias. Para efeitos de resultados foram considerados somente as moradias com atendimento regular pela distribuidora e ocupadas, totalizando 65. A análise dos dados obtidos pela aplicação dos questionários aos moradores da Vila do Itapéua indica que o serviço elétrico prestado a comunidade pelo PLpT sofre cerca de três interrupções diárias com duração média de duas horas de acordo com 56,82% dos moradores entrevistados. Para 97,73% dos entrevistados há ocorrência de oscilações visíveis de eletricidade ao menos uma vez por semana. Destes, 87,33% afirmam que essas oscilações são seguidas de cortes de energia e, 95,45% afirmam também, haver cortes repentinos de energia elétrica semanalmente. Das observações realizadas na comunidade foram efetuados 24 registros de interrupções elétricas pelo 1º e 2º observador. Quantidade superior ao definido para indicador FIC, 17,24 h/mês para o conjunto elétrico do Médio Solimões e Juruá, com média de seis registros semanais por observador, o dobro do mencionado pela maioria dos moradores entrevistados ao longo da pesquisa.

O tempo total de duração das interrupções variou de observador a observador, apesar de terem registrado a mesma quantidade de ocorrências. O primeiro 1º observador registrou 70,93 horas de falta de energia elétrica, enquanto, o nº 2, registrou 92,01 horas de ausência de eletricidade, cuja duração máxima foi de 23,65 horas para o 1º observador e mínimo de 0,17 horas para o segundo (Tabela I), ao longo do período estudado.

TABELA I – ANÁLISE DESCRITIVA (h) NO PERÍODO DE 14 DE

NOVEMBRO A 14 DE DEZEMBRO 2014.

Medidas OBSER. 1 OBSER. 2

Média 2,93 3,83

Desvio Padrão 2,83 2,83

Mínimo 0,12 0,07

Máximo 18,65 23,65

DIC 70,21 92,01

Fonte: Estudos de Campo.

Houve ainda registros de queda de tensão (luz fraca) nos dias 16, 22 e 29/11 e em 12/12/2014, totalizando quatro registros. O estudo comparativo entre o tempo total das interrupções e o limite fixado para o indicador DIC de 27,01 h/mês aponta períodos de interrupções 3,5 vezes maior que a estipulada, no caso do observador nº 2.

Há exemplo do ocorrido em Nossa Senhora Perpétuo Socorro, os registos feitos pelos observadores ao longo do período de 30 dias, nos permitem notar uma significativa correlação entre os eventos, conforme aponta a Fig. 6, que apresenta o gráfico do tempo de duração das interrupções elétricas registras na Comunidade Vila do Itapéua no período de 14 de novembro a 14 de dezembro de 2014, podemos

notar a existência 11 registros simultâneos no decorrer do estudo.

Fig. 6. Gráfico: DURAÇÃO DAS INTERRUPÇÕES (h) X REGISTROS.

Fonte: Estudos de campo.

De acordo com os registros feitos pelos observadores, as interrupções de elétricas foram predominantemente oriundas de corte repentino de carga (Fig. 7), que segundo informações prestadas pelos próprios comunitários, ficaram mais frequentes após a ligação da Costa do Juçara, comunidade localizada na margem oposta do Rio Solimões, beneficiada pelo PLpT em 2013 por meio de cabos subaquáticos originários da extensão que atende a Vila do Itapéua.

Fig. 7. Gráfico representativo dos fenômenos elétricos pré-interrupções observados pelos residentes da Comunidade Vila do Itapéua entre novembro e dezembro de 2014.

Fonte: Estudos de campo.

Quando arguidos sobre os motivos que levavam aos eventuais cortes de energia, Apontaram também, as fortes chuvas e queda de arvores e/ou galhos sobre a rede de distribuição de energia, Fig.8, como outros elementos responsáveis pelos problemas de suprimento elétrico que

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00

7/11 17/11 27/11 7/12 17/12

OBSER. 1 OBSER 2

0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00

Falta repentina de energia eletrica

Luz fraca ou brilhosa demais/TV com imagem

reduzida Fenômenos observados (%)

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costumam ocorrer principalmente entre os meses de outubro e novembro, segundo os entrevistados. Período semelhando ao verificado na comunidade citada acima. Nota-se que a manutenção preventiva da rede reduz a incidência das interrupções cuja origem esta associada a quedas de árvores e galhos sobre a linha de distribuição.

Fig. 8. Gráfico dos fatores causadores de interrupção de energia elétrica observados pelos residentes da Com. Vila do Itapéua entre novembro e dezembro de 2014.

Fonte: Resultado da Pesquisa.

Realidade diferente da vivenciada pelos moradores da Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, onde a ausência de manutenção preventiva reflete em um percentual elevado de cortes de energia devido à queda de galhos e arvores. No tocante a qualidade do serviço elétrico prestado, 47,72% dos entrevistados consideram “regular” e 10% consideram “bom”. Apesar de 39,02% dos pesquisados perceberem como “bom” o serviço de atendimento realizado pela concessionaria, houveram diversos relatos de negligência par parte da concessionária em relação a manutenção corretiva da rede de distribuição. Segundo um morador, os próprios servidores da concessionária responsáveis pela manutenção do PLpT na localidade, orientam os consumidores há não fazerem ligações para o

call center da empresa, para que a empresa não pague multa

pela demora em atender as chamadas. De acordo com os comunitários, em determinada situação a comunidade ficou sem energia elétrica por volta de quarenta e oito horas e que ao entrarem em contato com a concessionária foram informados que o fornecimento já havia sido normalizado. A situação torna-se ainda mais preocupante, à medida que 97,29% dos moradores entrevistados afirmam fazerem uso do

call center da empresa para solicitarem reparos na rede de

distribuição, pois somente desta forma o atendimento é realizado mais rápido, “quando ligamos para o call center a

equipe de manutenção vem mais rápido do que quando ligamos para o escritório local da Eletrobrás (MORADOR, Vila do Itapéua, em 14/11/2014)”.

Ao ser questionado quando às reclamações dos moradores, o representante do escritório local da Eletrobrás Amazonas

Energia ponderou que dependendo da natureza do problema (técnico ou climático) as equipes realizam a manutenção em até 72 horas, ponderando ainda, que a logística e o acesso à rede elétrica são principais fatores que dificultam a manutenção da rede e solução das perturbações do sistema de distribuição.

IV. CONCLUSÃO

O objetivo da pesquisa foi avaliar o PLpT sob o aspecto da qualidade do serviço de energia elétrica. Os resultados indicam uma qualidade duvidosa do serviço de fornecimento de energia elétrica prestado aos moradores das localidades estudas com períodos de interrupção superiores aos estabelecidos pela ANEEL para o parâmetro DIC. Com relação ao número de interrupções somente a Vila do Itapéua sofreu interrupções acima da meta estabelecida para o indicador FIC. A realização de manutenção preventiva demostrou ser um importante meio para reduzir a quantidade interrupções decorrente da queda de árvores ou galhos sobre as linhas de distribuição, entretanto não pode ser considerado único. As Fig. 4 e 7 sugerem a ocorrência de fenômenos relacionados à qualidade da energia elétrica que podem ter contribuído para ocorrência de eventuais cortes de carga. No tocante ao atendimento prestado pela concessionária, fica demonstrada com clareza a deficiência do serviço. Na primeira comunidade há a ausência da entrega das faturas, já na Vila do Itapéua, foram detectados indícios de negligência, por parte da concessionária, apontados pelos beneficiados do PLpT, quanto à resolução de problemas de fornecimento, ocorrendo de a comunidade permanecer até 48 horas sem energia. Ressalta-se que dependendo da natureza da perturbação, o atendimento se realiza em até 72 horas. Devido à metodologia aplicada, que prezou pela observação de campo realizada por locais e sem uso de medidores, não foi possível identificar os fenômenos elétricos observados assim como, excluir os dias críticos. Isto deixou nosso trabalho mais carente de informações, contudo, fica como sugestão para estudos futuros, a identificação dos distúrbios observados.

REFERÊNCIAS

[1] REIS, L. B. D.; SILVEIRA, S. Energia Eletrica para o

Desenvolvimento Sustentável. 2ª. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2012.

[2] GUSMÃO, M. V. et al. O programa de eletrificação rural "Luz no

Campo": resultados iniciais. In.: ENCONTRO DE ENERGIA NO

MEIO RURAL, Campinas, abril 2002. Disponível: < http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC00000000220020 00200035&script=sci_arttext&tlng=pt>. acessado em: 28 de janeiro de 2015.

[3] BRASIL. Divulgação dos limites dos indicadores DIC,FIC,DMIC e

DICRI. Site da Agência Nacional de Energia Elétrica, 2015.

Disponivel em:

<http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/srd/indqual/default.cfm>. Acesso em: 15 Janeiro 2015.

[4] SILVA, M. P. C. D.; LEBORGNE, R. C.; ROSSINI, E. A Influência da Metodologia de Regulação nos Indicadores de Continuidade DEC e

FEC. Anais do V Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos, Foz do

Iguaçu, p. 1-6, Abril 2014.

[5] ELETROBRÁS AMAZONAS ENERGIA. Relatório de Ligações

Realizadas. Oficio DDLE – DD – nº 090/2014.

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Fig. 1. Comunidade Vila do Itapéua, Coari. Fonte: Google Earth.
Fig. 5. Fatores causadores de interrupção de energia elétrica na Comunidade  Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, segundo a percepção dos entrevistados
TABELA I  –  ANÁLISE DESCRITIVA (h) NO PERÍODO DE 14 DE  NOVEMBRO A 14 DE DEZEMBRO 2014
Fig.  8.  Gráfico  dos  fatores  causadores  de  interrupção  de  energia  elétrica  observados  pelos  residentes  da  Com

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