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Determinantes da adopção da tecnologia cloud computing nas organizações portuguesas

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IÊNCIAS

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MPRESARIAIS

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DETERMINANTES DA ADOÇÃO DO

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NAS ORGANIZAÇÕES PORTUGUESAS

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M

ANSOS

M

AGALHÃES

C

ARVALHO

O

RIENTAÇÃO

:

MESTRE NUNO CRESPO

PROFESSORA DOUTORA WINNIE PICOTO

(2)

[1]

RESUMO

Apesar de ser um conceito muito recente e vagamente conhecido, existe a perceção generalizada que o ‘Cloud Computing’ revolucionará a era das Tecnologias e dos Sistemas de Informação.

A partir da literatura sobre Cloud Computing e sobre a teoria Tecnologia-Organização-Ambiente (TOE), foi desenhado um modelo que inclui um total de dez determinantes da adoção de Cloud Computing. Com o objetivo de analisar a relevância destes determinantes na adoção do Cloud Computing nas organizações Portuguesas, foi desenvolvido um inquérito que foi lançado durante os meses de Abril e Maio de 2013. Este inquérito foi lançado a empresas Portuguesas que usam serviços de Cloud

Computing, tendo sido recebidas 138 respostas válidas.

O teste empírico do modelo, feito através da utilização da técnica de análise de dados Partial Least Squares (PLS), confirmou a relevância de seis dos dez determinantes inicialmente avançados, como importantes para a adoção de Cloud Computing. Concluiu-se que a Ansiedade Tecnológica, a Conveniência, a Compatibilidade e a Confiança no Fornecedor influenciam positivamente a adoção de Cloud Computing, enquanto a Pressão Competitiva e as questões de Segurança registam relações negativas com a variável da adoção de Cloud Computing.

Palavras-Chave: Cloud Computing, Adoção, Tecnologias e Sistemas de Informação,

(3)

[2]

ABSTRACT

Despite being a recent and unclearly known concept, there is a widespread perception that the 'Cloud Computing' will revolutionize the era of Technology and Information Systems.

Drawing from the literature on Cloud Computing and on technology-organization-environment theory (TOE), a model is developed which includes a total of ten determinants of adoption of Cloud Computing. With the purpose to analyze the relevance of these determinants on the adoption of Cloud Computing in Portuguese organizations, a survey was conducted during the months of April and May of 2013. This survey was launched to Portuguese organizations that use Cloud Computing services, and a total of 138 valid responses was obtained.

The empirical test of the model, using Partial Least Squares (PLS) data analysis technique, confirm the relevance of six of the ten initially presented determinants of adoptions of Cloud Computing. Technology anxiety, convenience, compatibility and confidence in the supplier were found to positively influence the adoption of Cloud

Computing, while the competitive pressure and the security issues were considered to

have a negative influence.

Keywords: Cloud Computing, Adoption, Technology and Information Systems,

(4)

[3]

Índice

Índice de Tabelas ... 4 Índice de Figuras ... 4 1. Introdução ... 5 2. Revisão da Literatura ... 7

2.1. Importância das Tecnologias para as Organizações ... 7

2.2. Cloud Computing ... 9

2.2.1. Categorias do Cloud Computing (Paas, Iaas, Saas) ... 12

2.2.2. Características do Cloud Computing (Privada, Pública) ... 13

2.3. Vantagens do Cloud Computing ... 14

2.4. Determinantes da Adoção do Cloud Computing ... 16

2.5. Teorias de Adoção de Tecnologia e Inovação ao Nível Organizacional ... 17

2.5.1. Teoria da Difusão de Inovação (IDT) ... 17

2.5.2. Teoria Tecnologia-Organização-Ambiente (TOE) ... 18

3. Desenvolvimento do Modelo Conceptual e Hipóteses ... 19

3.1. Modelo de Pesquisa ... 19 3.2. Fatores Tecnológicos ... 20 3.2.1. Conveniência ... 20 3.2.2. Segurança ... 20 3.2.3. Compatibilidade ... 21 3.2.4. Complexidade ... 21 3.2.5. Vantagens relativas ... 22 3.3. Fatores Organizacionais ... 23 3.3.1. Ansiedade tecnológica ... 23 3.3.2. Know-how TI ... 23 3.3.4. Nº de Trabalhadores TI ... 24 3.4. Fatores Ambientais ... 25

3.4.1. Pressão parceiros /Confiança no Fornecedor ... 25

3.4.2. Pressão competitiva ... 25

4. Metodologia ... 26

4.1. Recolha de Dados ... 27

5. Análise dos Dados e Resultados ... 28

5.1. PLS (Partial Least Squares) ... 28

5.2. Modelo de Medida ... 29

5.3. Modelo Estrutural ... 33

(5)

[4]

7. Conclusão ... 35

8. Referências Bibliográficas ... 38

9. Anexos ... 43

Anexo 1: Listagem de medidas dos constructos ... 43

Anexo 2: Loadings e Estatísticas dos Constructos e dos Items ... 45

Anexo 3: Cross-loadings entre os items e os constructos ... 47

Anexo 4: Análise de Hipóteses ... 48

Anexo 5: Inquérito ... 49

Anexo 6: Convite para Participação no Inquérito ... 53

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Definições de Cloud Computing ... 11

Tabela 2 - Estatística Descritiva da Amostra ... 28

Tabela 3 – Indicadores de Modelo de Medida ... 30

Tabela 4 - AVE e Correlações das Variáveis Latentes ... 31

Tabela 5 - Questões utilizadas no inquérito e respetiva revisão da literatura... 43

Tabela 6 - Fiabilidade, Loadings e Estatísticas t ... 45

Tabela 7 – Cross Loadings ... 47

Tabela 8 - Contraste de Hipóteses (Sumário) ... 48

Índice de Figuras

Figura 1 - Impacto das TI na Organização ... 8

Figura 2 - Modelo de Pesquisa TOE ... 19

(6)

[5]

1. Introdução

A globalização tem tido ao longo dos anos um impacto crescente na vida das pessoas, o que tem permitido um fluxo de troca de ideias e informações nunca antes visto. As empresas deixam de estar circunscritas ao seu espaço físico, tendo abertas as portas do mundo.

As Tecnologias de Informação (TI) têm tido um papel muito importante na facilitação desta globalização e têm-se também revelado um instrumento de trabalho cada vez mais eficaz e produtivo no contexto empresarial. Estas tecnologias, quando vistas de forma estratégica, podem tornar as empresas mais competitivas, permitindo também a utilização de novas estratégias empresariais (Ried et al., 2010).

De facto, as tecnologias de informação proporcionam maior facilidade na troca de informação, levando a melhorias significativas no mundo empresarial, quer seja em termos de melhoria de eficiência interna, permitindo melhorar os processos de negócio reduzindo custos e ainda obter vantagens competitivas. O reconhecimento da importância deste instrumento de trabalho e a sua utilização em larga escala, segue a par com o aumento da confiança no seu manuseamento e segurança (Armbrust et al., 2009).

No caso particular da Internet, a importância pode ser testada pelas vantagens que são reconhecidas pelas empresas que identificam inúmeras oportunidades que podem ser exploradas por elas, como por exemplo conhecer, partilhar e armazenar informação, gerir recursos, efetuar vendas virtualmente, ainda aumentar a abrangência geográfica das suas atividades, tornando-se em empresas globais (Zhu & Kraemer, 2005).

O Cloud Computing é um conceito emergente, mas na verdade a maior parte das pessoas, têm vindo a usar estes serviços, tais como a Dropbox, Facebook, Google Docs, Skype ou o MSN Messenger. Todos estes serviços estão alojados na Cloud, e são massivamente

(7)

[6]

utilizados, sem que muitos utilizadores conheçam de facto o conceito que está por detrás da disponibilização dos mesmos. É de realçar que a evolução o Cloud Computing nos últimos anos revelou-se um dos maiores avanços na história da computação (Marston et

al., 2010).

John McCarthy, foi um dos principais criadores da conhecida inteligência artificial (Foster et al., 2008). No início da década de 60, McCarthy criou o conceito de Cloud por tempo partilhado, permitindo a utilização simultânea de um computador por dois ou mais utilizadores para a realização de determinadas tarefas através do aproveitamento do intervalo de tempo entre cada processo. Tornou-se então mais fácil aproveitar da melhor forma os recursos de um computador (na época um dispositivo muito caro), diminuindo os custos e levando o utilizador a pagar apenas os recursos que necessita – sendo esta a base do atual conceito de Cloud (Fernández et al., 2011).

Embora os indivíduos possam usar ativamente serviços Cloud oferecidos na Internet (Horrigan, 2008), continua a ser um conceito desconhecido para as empresas e até mesmo para alguns dos profissionais de TI (Lin & Chen, 2012).

O presente trabalho foi realizado com o objetivo de analisar quais as variáveis antecedentes que explicam a adoção do Cloud Computing nas organizações portuguesas. Como foi anteriormente mencionado, Cloud Computing, é um conceito emergente, que tem atraído muita atenção tanto a nível comercial como acadêmico (Lin & Chen, 2012). Cada vez mais as empresas têm adotado este tipo de serviços, com o objectivo de usufruirem de avanços tecnológicos a custos acessíveis (Sultan, 2011).

Este estudo procura assim, apresentar as características, as vantagens e os modelos do

Cloud Computing, e identificar quais os fatores que influenciam a sua adoção.

(8)

[7]

literatura existente sobre Cloud Computing e nos modelos teóricos da Difusão de Inovação proposto por Roger em 1965 e na framework Tecnologia-Organização-Ambiente (TOE) desenvolvida por Tornatzky e Fleischer. Foi então realizado um inquérito online baseado em escalas disponíveis na literatura para as variáveis latentes identificadas no modelo conceptual para a recolha dos dados que permitiram fazer a análise do modelo estrutural através do Smart PLS.

Este trabalho encontra-se dividido em cinco partes, para além desta primeira parte introdutória, as restantes são compostas pela revisão da literatura, modelo conceptual, metodologia, análise dos dados e resultados, e conclusão.

2. Revisão da Literatura

Neste ponto é analisada a importância das Tecnologias para as Organizações, seguido por teorias e estudos sobre Cloud Computing e, por último, são apresentadas as teorias de adoção de inovação ao nível organizacional.

2.1. Importância das Tecnologias para as Organizações

As TI (Tenologias de Informação) estão hoje presentes no quotidiano das pessoas e das empresas, em todas as áreas de atividade, como auxiliares fundamentais da gestão e do apoio à decisão (Laudon & Laudon, 2007). Conseguir adotar as TI de modo a obter vantagem competitiva é hoje crucial para a capacidade das empresas melhorarem a sua performance e de se adaptarem e anteciparem às mudanças do mercado num contexto cada vez mais global e competitivo (Levy & Powell, 2005). As empresas mais inovadoras e avançadas na utilização das TI poderão apresentar mais argumentos competitivos face aos seus concorrentes no mundo empresarial (Levy & Powell, 2005).

(9)

[8]

Segundo dados da IDC Portugal (2012), as TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) são essenciais para o negócio das PME em Portugal. Das 425 PME inquiridas no estudo da IDC, 61% reconhecem que as Tecnologias de Informação têm muito impacto no negócio, principalmente a nível da informação de suporte à decisão e na sua produtividade, e que apenas 1% considera que esse impacto é negativo.

Os gestores têm que pensar nas tecnologias de informação de forma abrangente, de modo a usufruírem da informação que é criada e posteriormente utilizada pelos negócios (Serrano et al., 2004).

Davenport (2004) considera que os impactos/efeitos positivos e negativos das TI nas organizações podem ser analisados consoante as mudanças tecnológicas, estruturais e comportamentais identificadas na organização, conforme apresentado na Figura 1.

Figura 1 - Impacto das TI na Organização

Davenport, 2004

O grau de concorrência que existe atualmente no panorama empresarial, faz com que o sucesso de uma empresa dependa grandemente dos níveis de qualidade que apresentam ou que procuram estabelecer, através da inovação dos seus serviços, produtos ou tecnologias (Rascão, 2004). A qualidade é algo que se afigura imprescindível para uma obtenção de quota de mercado e do reconhecimento do produto ou serviço, sendo através deste reconhecimento que se consegue chegar ao consumidor e fideliza-lo, seja qual for o produto/serviço oferecido (Serrano et al., 2004). A tecnologia deve ser utilizada como

(10)

[9]

uma aliada para encontrar e manter os melhores padrões de qualidade, a um custo que possa ser suportado pela organização.

A redução de Custos, a diferenciação, o aumento da oferta, o melhoramento da qualidade e da satisfação, detetar nichos de mercado e a mudança das bases da concorrência, são algumas das principais vantagens competitivas, apresentadas por Rascão (2004) para as empresas utilizadoras de TI.

Uma empresa que não possua uma estratégia de TI pode ter como consequências a diminuição de vantagens competitivas, levando a uma maior dificuldade em atingir os objetivos propostos, como consequência das limitações do sistema (Serrano et al., 2004). É neste contexto de crescente utilização de sistemas e tecnologias de informação por parte das organizações e dos seus colaboradores, e da necessidade de racionalizar os recursos necessários para suportar esta utilização que é também cada vez mais ubíqua, que surge o conceito de Cloud Computing, que é descrito no próximo capítulo.

2.2. Cloud Computing

Sosisky (2010) afirma que o conceito de Cloud Computing é considerado ilusivo desde o início da indústria da computação. Contudo não existe uma única definição de Cloud, na medida em que continua a ser um conceito pouco claro para algumas pessoas (Böhm et

al., 2009).

Segundo a Associação da Indústria de Software e Informação dos EUA (2011), o Cloud

Computing é a evolução natural da gestão das TI's facultando a flexibilidade e agilidade

necessárias para gerir os novos modelos de negócio num contexto de mudança e surge como um novo paradigma de computação. Este paradigma de computação em nuvem é estudado a partir de vários aspetos, tais como definições, características distintas, e tecnologias de habilitação.

(11)

[10]

A primeira empresa a desenvolver Cloud Computing foi a Saleforce, em 2000, quando disponibilizou um software para interagir com os clientes, levando a que se substituíssem os produtos físicos por serviços virtuais. Outro pioneiro foi a Amazon, quando criou o

Amazon Web Service em 2006, e ainda a Google, com a oferta de um serviço online

gratuito de e-mail (Gmail), com capacidade ilimitada.

Cloud Computing ou “Computação em Nuvem”, é o reflexo da convergência de duas

grandes tendências na área das tecnologias de informação - primeiro a eficiência das TI, em que os recursos dos computadores são utilizados de forma mais eficiente através de

hardware e software escalável e, segundo, pela agilidade dos negócios, em que o Cloud Computing pode ser usado como ferramenta competitiva de processamento de

informação em massa, e simultaneamente, na análise de computação intensiva de negócios e aplicações móveis interativas que respondem em tempo real às necessidades dos utilizadores (Marston et al, 2011). Os serviços Cloud podem ser utilizados de forma simples e universal (Wang et al., 2009), e podem ser caracterizados como um serviço

on-demand (Schnjakin et al., 2011).

O conceito de Cloud Computing inclui um conjunto de diferentes serviços bastante abrangentes: desde e-mails, publicidade e site online, processamento de texto, armazenamento, gestão, partilha e disponibilização de dados, de software, de aplicações e de serviços, e diversas outras aplicações de consumo massivo, através da internet (Cusumano, 2010).

Outra implicação importante do uso desta tecnologia pelas organizações é que transforma o CAPEX em OPEX (Capital Expenditure em Operational Expenditure) ou seja, transforma investimento em despesas operacionais, redirecionando o investimento para o

(12)

[11]

O Cloud Computing pode então ser definido como um modelo baseado na Internet, onde a partilha de informação, software e recursos é feita através de computadores e outros dispositivos. Este serviço permite ao utilizador o acesso à informação a partir de diferentes dispositivos, em locais distintos, o que permite uma maior mobilidade e flexibilidade, dando a cada utilizador a opção de escolha sobre a forma de utilizar e gerir a Cloud. Para tal, o utilizador apenas necessita de ter acesso à Internet. Os dados e as aplicações necessários para aceder aos serviços Cloud não são armazenados nos dispositivos do utilizador, mas sim em servidores remotos, geridos pelo fornecedor de TI (Chandran & Angepat, 2010).

Existem dez características apresentadas por Vaquero et al. (2009) que caracterizam o Cloud Computing: facilidade de utilização, virtualização, ter foco na Internet, diversidade de recursos, fácil adaptação, escalabilidade, otimização de recursos, pay-per-use, serviço de SLAs (acordos de nível de serviço) e infraestrutura de SLAs.

Markus Klems (2009) afirma que a escalabilidade, a disponibilidade e otimização de recursos são os elementos-chave para a gestão. Estes são fornecidos de forma a garantir uma maior autonomia na gestão de recursos e na criação de um ambiente dinâmico. Alguns autores focam a sua definição nos serviços proporcionados por esta tecnologia, afirmando que Cloud Computing é uma combinação de diferentes serviços prestados através da Internet (Haag & Cumming, 2010), tal como se apresenta na Tabela 1:

Tabela 1 - Definições de Cloud Computing

Autor /

Referência Ano Definição

Armbrust et

al. 2010

O Cloud Computing tem o potencial de transformar uma grande parte da indústria de TI, tornando o software ainda mais atraente como um serviço. Han 2010 Cloud Computing não é novo para nós porque temos usado alguns dos seus

serviços, como o Google, durante anos. Jena &

Mahanti 2001

Um número crescente de empresas estão a adotar os serviços de Cloud

Computing

Patel et al. 2009 Esta forma de computação denomina-se Cloud Computing e é extremamente atrativa, do ponto de vista financeiro, para os potenciais clientes.

(13)

[12]

Marston et al. 2011

O termo implica a agilidade dos negócios. O Cloud Computing não é apenas sobre o preço – é também sobre as empresas serem capazes de usar as ferramentas computacionais, que podem ser implantadas e escaladas rapidamente, e ao mesmo tempo que reduzir a necessidade de grandes investimentos iniciais que caracterizam empresas de TI de hoje.

Erenben 2009

O Cloud Computing ocorre num servidor remoto. Os requisitos de hardware do utilizador são muito mais baixos do que seriam de outra forma, reduzindo tanto os requisitos de manutenção e o custo.

Behrend et al. 2010

A implementação bem sucedida e a sua aprovação, dependem de fatores técnicos de TI, características da organização que introduz a tecnologia e a resposta dos indivíduos dentro da organização para as novas ferramentas tecnológicas.

Chandran &

Angepat 2010

O Cloud Computing é um modelo baseado na Internet, onde o

compartilhamento de informações, software e recursos são fornecidos para computadores e para outros dispositivos on-demand.

Marston et al. 2011

Cloud Computing representa a junção de duas grandes tendências das TI: a

eficiência dos recursos tecnológicos e a capacidade de aliar a tecnologia à constante mudança nos negócios, sendo que a tecnologia é cada vez mais vista como uma forma de ganhar vantagem competitiva no mercado.

Comissão

Europeia 2012

O Cloud Computing tem o potencial de reduzir despesas de TI dos usuários e permitir que muitos dos novos serviços sejam desenvolvidos. Utilizando o

Cloud, mesmo as mais pequenas empresas pode chegar a mercados cada vez

maiores, enquanto os governos podem tornar os seus serviços mais atraentes e eficientes, mesmo controlando os gastos.

Kaplan 2008

Uma ampla variedade de serviços baseados na web que visam permitir que os utilizadores obtenham uma ampla gama de capacidades funcionais numa base "pay-as-you-go", que antes exigiam grande investimento em hardware /

software e habilidades profissionais para os adquirir. O Cloud Computing é a

realização dos ideais anteriores do “utility computing”, sem as complexidades técnicas ou preocupações de implantação complicadas...

Haff 2008

... Realmente existem apenas três tipos de serviços que são baseados em nuvem: SaaS, PaaS e Cloud Computing. Não tenho a certeza se ser altamente escalável é um requisito para caber em qualquer categoria.

Pritzker 2008 O Cloud é uma grande rede de recursos com a alocação de recursos à medida... virtualizado... e preços vantajosos

Gaw 2008 Pode utilizar a internet para permitir que as pessoas acedam a serviços de tecnologia. Esses serviços devem ser altamente escaláveis...

Sheynkman 2008

O Cloud foca-se em fazer uma camada de hardware de consumo à medida e capacidade de armazenamento. Este é um primeiro passo importante, mas para as empresas a aproveitarem o poder da nuvem e aplicarem infraestrutura completa, precisa de ser facilmente configurado, implantado, dinamicamente dimensionado e gerido em ambientes de hardware virtualizados

2.2.1. Categorias do Cloud Computing (Paas, Iaas, Saas)

Existem diversos tipos de Cloud com as suas características próprias. Dependendo da capacidade fornecida e requisitada pelo utilizador, os serviços Cloud podem ser divididos em três categorias: Infrastructure-as-a-Service (IaaS), Plataform-as-a-Service (PaaS), e

(14)

[13]

Infrastructure-as-a-Service (IaaS) consiste na disponibilização ao utilizador de

uma grande quantidade de recursos tecnológicos, como por exemplo a capacidade de processamento, armazenamento e de trabalho, em rede, como um serviço. Relativamente ao armazenamento, o utilizador apenas paga o que utiliza, sem precisar de investir num disco rígido, e sem ter conhecimento onde estão alojados os seus dados (Gong et al., 2010). Através da virtualização, os utilizadores podem aceder, redimensionar e dividir os seus recursos para construir sistemas convergentes (Vaquero et al., 2009). Esta categoria pode também ser denominada por Hardware-as-a-Service (HaaS).

Platform-as-a-Service (PaaS) é um meio facilitador para o desenvolvimento e

implementação de aplicações sem o custo e gestão do hardware e software subjacentes. (Marston et al., 2011) Esta categoria abstrai-se da infra-estrutura, englobando o interface aplicacional, na Cloud. Fomenta a ligação entre hardware e aplicações (Gong et al., 2010). Resultante da sua importância, as grandes empresas estão a caminhar para o domínio das plataformas Cloud. Exemplos disso são a Google App Engine e a Azure, da

Microsoft.

Software-as-a-Service (SaaS) pretende substituir as aplicações existentes no

computador, por software alojado na nuvem, numa dinâmica pay-per-use, ao invés de comprar licenças de software a preços elevados (Gong et al., 2010). Um exemplo de utilização são os serviços online de aplicações essenciais para o desempenho de funções no escritório, tais como o Office365 da Microsoft (Vaquero et al., 2009).

2.2.2. Características do Cloud Computing (Privada, Pública)

A indústria Cloud refere diversas vezes que existem diferentes camadas da arquitetura de computação em nuvem e de modelos de entrega (Marston et al, 2011).

(15)

[14]

A Cloud pública é caracterizada por estar disponível publicamente a partir de um fornecedor de serviço através da Internet, com vista no mercado e não exclusivamente para uma organização. É visto como uma forma de implementar soluções de TI a baixo custo (Marston et al, 2011).

Por outro lado, a Cloud privada oferece muitos dos benefícios de um ambiente de Cloud pública, como o facto de ser flexível, mas ser gerida dentro da organização, não estando disponível publicamente. Oferecem maior controlo sobre a infra-estrutura, e são maioritariamente dirigidas a grande empresas (Marston et al, 2011).

É importante distinguir estas diferentes características, para explicar que existem vários tipos de Cloud Computing, e que a utilização deste tipo de tecnologia não é homogéneo nas várias organizações. O presente estudo procura também perceber e distinguir as várias formas de adoção do Cloud Computing que são usadas pelas organizações Portuguesas.

2.3. Vantagens do Cloud Computing

Chandran & Angepat (2010) apresentaram um conjunto de vantagens para os utilizadores de Cloud, que englobam:

a) o utilizador paga os recursos usados e o tempo de utilização, não sendo,

portanto, necessário, pagar uma licença integral de uso, como acontece no modelo tradicional de fornecimento de software,

b) qualquer empresa, independentemente da sua categoria ou dimensão, pode

adotar estas soluções,

c) é mais fácil e rápida a implementação de um servidor virtual,

(16)

[15]

d) a possibilidade de, em caso de falha de um servidor, o utilizador poder contar

com a alta disponibilidade dos restantes que fazem parte da estrutura do Cloud e que continuam a oferecer o serviço, sendo a falha rapidamente localizada e solucionada,

e) a informação espalhada pelas diferentes sedes é armazenada na Cloud e pode

ser acedida em qualquer hora, em qualquer local,

f) os ambientes de Cloud são facilmente escaláveis,

g) a recuperação de ficheiros em Backup é facilitada em soluções IaaS, e

h) a facilidade de manuseamento e acesso por parte do utilizador, que para tal não

precisa de se informar e de conhecer toda a estrutura do Cloud Computing desde quantos servidores executam determinada ferramenta e quais as configurações de hardware utilizadas, até ao tipo de gestão de escalonamento de informação e à localização física do

data center, sendo a única preocupação do mesmo saber que a informação que depositou

está disponível “na nuvem”, independentemente da sua forma.

Outras vantagens estão também referenciadas na literatura que consideraram o Cloud

Computing como vantagem competitiva para os utilizadores desta tecnologia, tais como a

flexibilidade de pagamento (Rhoton, 2011), decréscimo de investimento em tecnologia (Barnatt, 2010), facilidade e rapidez de upgrade de software (Barnatt, 2010), aumento de confiança e estabilidade (Williams, 2010), a compatibilidade com os sistemas operacionais (Williams, 2010), fomentar a inovação (Turner, 2010), acesso remoto em qualquer dispositivo (Rhoton, 2011), rapidez na implementação (Choubey et al., 2011), facilidade de utilização (Barnatt, 2010), promoção da competitividade (Dimitrakos, 2010) e ser uma tecnologia ecológica (Sultan, 2010).

Também é possível identificar um conjunto de desvantagens na utilização de serviços

Cloud Computing, como a manutenção e supervisão das aplicações serem geridas por

(17)

[16]

dependência de conectividade de rede, e por último, o facto de o utilizador não ter noção física de onde se encontram alojados os seus dados (Chandran & Angepat, 2010).

É importante ainda referir que a qualidade do serviço é um fator chave na determinação da eficiência destes serviços (Chandran & Angepat, 2010).

2.4. Determinantes da Adoção do Cloud Computing

As empresas devem adotar soluções Cloud de forma gradual, através do aumento do número de processos e desenvolvimento da infraestrutura de TI e de equipamentos eletrónicos (Low et al., 2011).

As ferramentas de gestão devem ser integradas, de modo a que os benefícios da adoção de Cloud Computing sejam percebidos e a sua implementação seja bem sucedida, só assim podem ser considerados como uma decisão estratégica (Applegate et al., 2007). A adoção do Cloud Computing pode envolver uma elevada complexidade e originar mudanças organizacionais, dado o seu carácter transversal (Serrano et al., 2004). O seu sucesso depende de fatores técnicos, das características da organização e do responsável de implementação de TI (Behrend et al., 2010).

Existem cinco impulsionadores da adoção do Cloud Computing: vantagem relativa, apoio da gestão de topo, dimensão da organização, pressão competitiva e pressão de parceiros (Low et al., 2011).

Ried et al. (2010) apresentam três forças de mercado que influenciam a adoção do Cloud

Computing pelas organizações empresariais: o TI integra-se no negócio – os utilizadores

analisam o investimento da adoção, visto esta tecnologia impulsionar a migração de aplicativos funcionais de forma a facilitar a interligação e compartilhamento de funções, originando uma melhoria de resultados no negócio; arquitetura de serviços mais eficaz – a migração da informação para data centers é considerada a principal mudança na

(18)

[17]

arquitetura dos serviços TI nas organizações, que consequentemente origina uma utilização mais eficaz de recursos TI e de novas plataformas com níveis de serviços mais elevados; popularidade da tecnologia Cloud Computing – com a globalização os consumidores tornaram-se mais aptos e interessados em novas tecnologias, aumentando a sua taxa de utilização e expectativas.

2.5. Teorias de Adoção de Tecnologia e Inovação ao Nível Organizacional

Duas das teorias de adoção de tecnologia mais utilizadas nos estudos relacionados com a adoção de inovações tecnológicas por parte das organizações são a Teoria IDT (Rogers, 2003) e a Teoria TOE (Tomatzky & Fleischer, 1990). Nos pontos abaixo serão apresentadas breves descrições de ambas as teorias.

2.5.1. Teoria da Difusão de Inovação (IDT)

A inovação foi considerada por Rogers (2003) como uma ideia que é percebida pelo individuo ou por outra unidade de análise, como algo novo, e a difusão como o processo pelo qual a inovação é comunicada tanto através dos membros de um sistema social, como através de canais. A junção destes comportamentos resulta na teoria da Difusão da Inovação, que visa explicar como a inovação leva a adoção e a ponderar se esta estratégia será bem sucedida (Rogers, 2003).

Os quatro componentes-chave da difusão de inovação são: a inovação, os canais de comunicação (processo onde os indivíduos criam e partilham informação entre si, com o intuito de chegar a um objetivo comum), o tempo (esta variável é usualmente ignorada na pesquisa de caracter mais comportamental) e o sistema social (conjunto de indivíduos inter-relacionados, unidos na resolução de um problema, com vista a um objetivo comum) (Rogers, 2003).

(19)

[18]

O processo de decisão-inovação engloba cinco fases: conhecimento, persuasão, decisão, implementação, e confirmação, que são desenvolvem em cadeia de forma ordenada no tempo (Rogers, 2003).

2.5.2. Teoria Tecnologia-Organização-Ambiente (TOE)

Com o intuito de descrever os componentes organizacionais que afetam as decisões de adoção de inovações tecnológicas pelas empresas, Tornatzky e Fleischer (1990) desenvolveram a teoria Tecnologia-Organização-Ambiente (TOE). Esta teoria defende que existem três contextos que influenciam a tomada de decisões sobre a adoção de novas tecnologias: tecnológico, organizacional e ambiental.

O contexto tecnológico analisa as tecnologias (tanto externa como interna) consideradas fundamentais para a produtividade organizacional (vantagens relativas, compatibilidade, complexidade, testes e observação) (Tornatzky & Fleischer, 1990).

O contexto organizacional engloba as diversas características da empresa, tais como a dimensão da empresa, a complexidade da sua estrutura, a centralização, os recursos disponíveis e a qualidade dos recursos humanos. Todos estes fatores contribuem para a aceitação da inovação (Tornatzky & Fleischer, 1990).

O contexto ambiental é definido pelo cenário no qual a empresa direciona os seus negócios, influenciada pela indústria, concorrência, interações com o governo e os recursos fornecidos por terceiros (Tornatzky & Fleischer, 1990).

Este foi o modelo adotado para a realização deste estudo. A adoção de novas inovações tecnológicas requer a existência de um portfólio de tecnologia, uma estrutura organizacional definida e uma estratégia ambiental (Swanson, 1995). Diversos autores utilizaram esta teoria para explicar a adoção de tecnologia para investigar: a influência de antecedentes sobre o uso do e-business (Zhu & Kraemer, 2005); o valor de negócio num

(20)

[19]

estudo multinacional de 624 organizações (Zhu & Kraemer, 2005); fatores que afetam a adoção de sistemas abertos (Chau & Tam, 1997); o valor de e-business ao nível da empresa (Lin & Lin, 2008). Existem diversos fatores que afetam a adoção de Cloud

Computing, mas podem ser todos classificados em contextos tecnológicos,

organizacionais e ambientais (Low et al., 2011).

3. Desenvolvimento do Modelo Conceptual e Hipóteses

Neste ponto é desenvolvido o modelo de pesquisa e as hipóteses.

3.1. Modelo de Pesquisa

Este estudo foca-se nos fatores que influenciam o impacto da adoção de serviços Cloud

Computing nas Empresas Portuguesas.

Neste sentido foi proposto um modelo de pesquisa, apresentado na Figura 2, de forma a compreender a influência de cada um dos fatores na adoção do Cloud Computing:

(21)

[20]

Este modelo foi baseado em dois modelos propostos por Low, Chen e Wu em 2011, e o segundo modelo por Shen, Huang, Chu e Hsu em 2010 (Low et al,. 2011; Shen et al., 2010), que estudam a adoção de tecnologia. As variáveis foram escolhidas com base neste dois modelos.

3.2. Fatores Tecnológicos

3.2.1. Conveniência

A conveniência é um critério situacional de escolhas de ações durante o processo de procura de informação, que inclui a escolha da fonte de informação, o grau de satisfação e a facilidade de uso dessa mesma fonte. (Connaway et al., 2011). Este conceito é baseado na teoria da escolha racional (Green, 2002), onde os indivíduos atuam consoante o seu próprio interesse de acordo com as suas preferências, valores ou utilidades (Friedman & Hechter, 1998). O desenvolvimento de bens e serviços de conveniência tem aumentado, e consequentemente tornou-se base de sustentação para a tomada de decisões de compra (Anderson & Shugan, 1991). Assim, propomos a seguinte hipótese:

H1: A conveniência está positivamente relacionada com a adoção de serviços

Cloud Computing.

3.2.2. Segurança

A segurança pode ser definida como a ausência de ameaças aos valores adquiridos (Möller, 2001), resultante do estabelecimento e manutenção de medidas protetoras que permitem a realização de diversas funções, apesar dos riscos constantes, nomeadamente na utilização de sistemas de informação. (Committe on Nacional Security Systems, 2010) As características de segurança incluem: confidencialidade, integridade, consistência, disponibilidade, controlo e autenticação (Mesjasz, 2004).

(22)

[21]

Um dos maiores obstáculos relativamente à adoção dos serviços Cloud Computing é a segurança (Jansen & Grance, 2011), pelo que se existir o sentimento de segurança pode-se perspetivar a maior adoção de soluções Cloud Computing. Deste modo, pode-pode-se sugerir que:

H2: A segurança esta positivamente relacionada com a adoção de soluções

Cloud Computing.

3.2.3. Compatibilidade

O conceito de compatibilidade refere-se ao nível em que a inovação é percebida de modo a ser consistente com a organização interna e com os sistemas de informação (Lin & Chen, 2012). O ambiente organizacional interno engloba as estruturas das organizações, a estratégia de negócio, os valores existentes, as experiências, as práticas de trabalho e as necessidades organizacionais. Os sistemas de informação interna incluem a capacidade, a infraestrutura, a tecnologia de domínio e a técnica de implementação (Kang et al., 1998). Em estudos sobre a adoção da tecnologia web, verificou-se que as primeiras organizações a adotarem tecnologias, colocam mais ênfase nos benefícios percebidos e na sua compatibilidade com as normas existentes na organização (Beatty et al., 2004). A compatibilidade com os valores existentes, a experiência, as necessidades de negócios e a infraestrutura tecnológica são fundamentais para os profissionais de TI (Lin & Chen, 2012). Deste modo, pode-se argumentar que:

H3: A compatibilidade esta positivamente relacionada com a adoção de soluções Cloud Computing.

3.2.4. Complexidade

A complexidade pode ser analisada pelo grau de dificuldade de implementação de uma inovação (Lin & Chen, 2012). A inovação mais complexa, requer conhecimentos mais

(23)

[22]

técnicos e um esforço maior para a sua implementação, o que irá reduzir a sua probabilidade de adoção (Teo et al., 1995).

Este conceito também pode ser aplicado ao Cloud Computing, devido à complexidade da infraestrutura ter impacto na adoção de solução na nuvem (Vouk, 2008). Assim, pode-se apresentar a seguinte hipótese:

H4: A complexidade está negativamente relacionada com a adoção de soluções Cloud Computing.

3.2.5. Vantagens relativas

Vantagem relativa é o grau de perceção em como o uso de uma tecnologia é benéfico, comparativamente com a não utilização dessa mesma tecnologia. As organizações tendem a adotar a inovação, quando percebem que esta será benéfica no aumento da eficiência e eficácia (Lin & Chen, 2012). A vantagem relativa do Cloud Computing engloba o investimento, a capacidade, a agilidade de implementação, a confiabilidade, a compatibilidade, a facilidade de uso e a flexibilidade (Miller, 2008). O Cloud Computing é mais rentável a nível de desempenho (Kondo et al., 2009.), permitindo uma distribuição mais ágil de recursos (Vouk, 2008).

A perceção de vantagem relativa é considerada uma vantagem da computação em nuvem, tanto a nível técnico como económico, incentivando os profissionais de TI a adotar o uso

de Cloud Computing para fornecer produtos e serviços aos seus clientes (Lin & Chen,

2012). Pode-se assim argumentar que:

H5: A existência de vantagem relativa esta positivamente relacionada com a adoção de soluções Cloud Computing.

(24)

[23] 3.3. Fatores Organizacionais

3.3.1. Ansiedade tecnológica

A ansiedade tecnológica é um estado psicológico em que os consumidores mostram medo ou ansiedade quando utilizam novas tecnologias (Cohen & Waugh, 1989). A ansiedade tecnológica é observada como sofrimento emocional generalizado, pela tendência de um indivíduo apreensivo ou a fobia em relação ao uso de tecnologias (Igbaria & Iivari, 1995). O papel da ansiedade tecnológica varia consoante o contexto de investigação. Em alguns casos é considerada como um antecedente que influencia a crença pessoal e consequentemente altera as variáveis comportamentais (Schlenker & Leary, 1982).

A ansiedade tecnológica foi negativamente influenciada pelo uso do computador (Chau & Tam, 1999) e influenciou a crença na utilidade e facilidade de utilização de uma nova tecnologia (Venkatesh & Davis, 2000).

Em suma, a ansiedade tecnológica afeta o sofrimento emocional do indivíduo relativamente ao uso de tecnologia, pelo que se pode apresentar a seguinte hipótese:

H6: A ansiedade tecnológica esta positivamente relacionada com a adoção de soluções Cloud Computing.

3.3.2. Know-how TI

O Know-How do utilizador é constituído pelo conhecimento e pelas habilidades que lhes permitem utilizar um produto ou serviço de forma eficaz (Alba & Hutchinson, 1987). Foram identificadas cinco dimensões que medem o Know-How do consumidor: o esforço cognitivo, a estrutura cognitiva, a análise, a elaboração e a memória (Shen et al., 2010). Foram realizados diversos estudos que compararam as diferenças entre especialistas e iniciantes na resolução de problemas, que concluíram que os especialistas têm

(25)

[24]

representações mentais mais completas no que diz respeito á realização das tarefas atribuídas (Chi, 1982). Os especialistas são capazes de codificar melhor as novas informações (Chase & Simon, 1973), e tem com maior facilidade acesso a estratégias de resolução de problemas (Larkin et al., 1980).

Em suma, quanto mais Know-How se tem sobre uma matéria, mais fácil será a sua compreensão e resolução, devido a um maior controlo sobre o meio ambiente. Tendo por base estes argumentos, é possível apresentar a seguinte hipótese:

H7: A existência de know-how sobre TI esta positivamente relacionada com a adoção de soluções Cloud Computing.

3.3.4. Nº de Trabalhadores TI

As aptidões e conhecimentos dos colaboradores da organização são uma fonte de valor competitivo (Hall & Khan, 2002), e é um dos fatores principais de adoção de TI (Caselli & Coleman, 2001). O sucesso da difusão e da implementação de TI depende em grande parte da habilidade dos trabalhadores (Rosenberg, 1972). Os colaboradores da área tecnológica rapidamente identificam o valor do conhecimento e procuram aplicá-lo de forma a aumentar a produtividade (Nonaka et al., 2000). A sua adaptação depende do capital humano e do conhecimento da nova tecnologia (Riddell & Song, 2011).Podemos então apresentar a seguinte hipótese:

H8: O número de trabalhadores de TI está positivamente relacionada com a adoção de soluções Cloud Computing.

(26)

[25] 3.4. Fatores Ambientais

3.4.1. Pressão parceiros /Confiança no Fornecedor

Na presente pesquisa, a confiança é direcionada para o fornecedor serviços Cloud

Computing.

A confiança é definida como a vontade de assumir riscos (Mayer et al., 1995), e existe quando uma parte confia na integridade de um parceiro (Morgan & Hunt, 1994), também conhecido como “motivo de confiança” (Cremer & Dewitte, 2002). O resultado da confiança advém da crença de uma empresa na outra, em que a realização de uma ação vai resultar em ações positivas (Anderson & Narus, 1990).

Relativamente às tecnologias de informação, a confiança, a tranquilidade e a credibilidade são fundamentais (Tamimi & Sebastianelli, 2007), principalmente em partilha e compras na Internet (Warrington et al., 2000). O desempenho a nível global será reforçado caso os problemas de desconfiança forem reduzidos (Beccerra & Gupta, 1999). Com base nestes argumentos é possível apresentar a seguinte hipótese:

H9: A confiança no fornecedor (tecnológico) está positivamente relacionado com a adoção de soluções Cloud Computing.

3.4.2. Pressão competitiva

Diversos economistas acreditam que a propagação de uma inovação terá impacto positivo ou negativo consoante a intensidade da concorrência (Hsu et al., 2006).

O poder criado pelo efeito monopólio é propício para o avanço técnico. Esta afirmação é justificada pelo facto da inovação ser tanto um meio para o aumento do lucro como para o manter (Shumpeter, 1961). As empresas com maior poder de monopólio são as que, estão mais inclinadas para a inovação, sendo mais capazes de perceber os benefícios da inovação. Por outro lado, uma empresa detentora de bastante poder pode sentir-se menos

(27)

[26]

ameaçada e consequentemente não sentir a necessidade de inovar (Karmien & Schwartz, 1975). Segundo Levy e Powell (2005), as TI têm um grande impacto nas relações entre fornecedores,empresa e clientes. Deste modo, pode-se apresentar a seguinte hipótese:

H10: A pressão competitiva está positivamente relacionada com a adoção de soluções Cloud Computing.

4. Metodologia

Para a realização deste Trabalho Final de Mestrado, foi realizado um inquérito a diversas empresas que utilizam Cloud Computing.

A ferramenta utilizada para a realização do inquérito foi o questionário, de tipo fechado, composto por 20 questões. Um convite solicitando a participação das organizações no estudo foi enviado através de email dirigido aos responsáveis da empresa (donos, gerentes, diretores gerais) ou aos responsáveis da área informática das organizações (Diretor informático ou responsável informático), que assim também são os responsáveis pela adoção de soluções Cloud nas organizações envolvidas.

A elaboração do inquérito foi feita com base na bibliografia utilizada na revisão da literatura, focado no âmbito do estudo em questão. Sempre que possível, as questões usaram medidas já utilizadas em estudos similares, nomeadamente estudos que considerassem a adoção de determinadas tecnologias pelas empresas (Shen et al., 2010; Low et al., 2011). Sendo a adoção dos serviços de Cloud Computing um tópico ainda pouco explorado empiricamente, a maioria das medidas sofreram alterações de adaptação a esta tecnologia em particular. A tabela 5 apresenta as questões utilizadas e a respetiva revisão da literatura.

O inquérito foi dividido em quatro partes: Primeiro foi apresentado um breve resumo do objetivo do estudo e do conceito de Cloud Computing, seguidamente são colocadas

(28)

[27]

questões sobre a adoção de serviços Cloud Computing. Na terceira secção são colocadas questões sobre barreiras e motivações à adoção de Cloud Computing e, por último, apresenta questões relativas à caracterização do respondente e da empresa.

Na terceira e quarta secções, uma vez que estavam a ser utilizadas variáveis latentes, as mesmas foram medidas utilizando escalas de Likert de 7 pontos, variando as mesmas entre “1 = Discordo Totalmente” e “7 = Concordo Totalmente”. Todas as questões eram de carácter obrigatório.

Após preparação e operacionalização dos constructos identificados no modelo de pesquisa, foi efetuada a recolha de dados. Os mesmos foram trabalhados com o intuito de analisar e retirar toda a informação relevante para testar o modelo de pesquisa.

4.1. Recolha de Dados

A ferramenta utilizada para a realização do inquérito foi o LimeService (http://www.limeservice.com).

Inicialmente foram realizados três pré-testes, onde três empresas selecionadas responderam ao inquérito acompanhadas pela autora, de forma a identificar potenciais dificuldade na sua elaboração. Após essa fase o inquérito final foi lançado para 993 empresas através de email (Figura 5 em anexo). De modo a aumentar a taxa de respostas, foram efetuados três follow-ups por email.

Foram recolhidas um total de 138 respostas completas, conseguidas no período de 35 dias (4 de Abril a 8 de Maio), o que equivale a uma taxa de resposta de 14%.

A Tabela 2 apresenta a informação demográfica da amostra do inquérito, em termos de sector de atividade, número de colaboradores da Empresa, número de colaboradores da área de TI e o respetivo cargo na Empresa.

(29)

[28]

Tabela 2 - Estatística Descritiva da Amostra

A grande percentagem de respostas foi conseguida através do Diretor/ Responsável de Informática das empresas inquiridas. Os dados demográficos mostram que 50% das respostas são provenientes de pequenas empresas, sendo que em 76% do universo, tem menos de dez colaboradores a trabalhar na área de TI.

5. Análise dos Dados e Resultados

Neste capítulo será testado o modelo proposto e as hipóteses de investigação. 5.1. PLS (Partial Least Squares)

O PLS (Partial Least Squares) é uma técnica de análise de dados baseado em Modelos de Equações Estruturais (SEM), e é utilizado para examinar modelos de medida e estruturais.

(30)

[29]

O PLS foi escolhido por diversas razões: por ser uma técnica adequada a amostras pequenas (Hulland, 1999); por ser o mais apropriado para teorias e estudos em fases iniciais de construção (Jöreskog & Wold, 1982); e porque o PLS é o mais indicado para testar modelos grandes e complexos com variáveis latentes (Henseler et al., 2009). O software utilizado para testar as hipóteses propostas por este estudo foi o Smart PLS

2.0 (Henseler et al., 2009).

Neste estudo, o modelo proposto é bastante complexo, com muitas variáveis latentes e caminhos estruturais, sendo o PLS o mais adequado visto que o Cloud Computing ainda não foi muito explorado a nível da investigação, em Portugal.

5.2. Modelo de Medida

De forma a avaliar o modelo de medida, foi realizado um conjunto de análises, para aferir a fiabilidade dos items, a fiabilidade da consistência interna, a validade convergente, e a validade discriminante.

De forma a melhorar alguns critérios de avaliação do modelo de medida, foram eliminados dois items: um item na medição do constructo de Conveniência (Q7 –it2) e outro item na medição do constructo de Segurança (Q11 –it13) (Tabela 5 apresentada no Anexo 1).

A fiabilidade da consistência interna permite aferir em que medida os items estão livres de erro aleatório, podendo a escala ser considerada como consistente (Henseler et al., 2009). Uma vez que são utilizadas escalas reflexivas, para analisar a fiabilidade da consistência interna foi utilizado o Cronbach’s alpha e o Composite Reliability. Segundo Straub (1989), o valor mínimo do Cronbach’s alpha, deverá ser de 0,7. Como se pode verificar na Tabela 3, todos os constructos apresentam valores superiores a este valor de corte. A Composite Reliability mede a consistência interna e o seu valor não deve ser

(31)

[30]

inferior a 0,6 (Henseler et al., 2009). Como pode ser observado na Tabela 3, todos os constructos têm valores superiores a 0,8, indicando boa consistência interna dos constructos.

A fiabilidade dos items é medida através da análise das correlações simples (loadings) entre os items e as variáveis latentes que os mesmos medem. Os items deverão apresentar

loadings superiores ao valor de referência de 0,7 (Carminas & Zeller, 1979). Como

podemos observar na Tabela 6, apresentada no Anexo 2, a maioria dos items tem valores superiores ao valor de referência (0,7), pelo que se pode considerar que os constructos utilizados no presente estudo usam items fiáveis. Apenas 3 items registam loadings ligeiramente abaixo de 0,7 (entre 0,63 e 0,68), mas ainda assim, estes valores são muito superiores aos loadings de 0,4, valores a partir dos quais é sugerido retirar os items da análise (Hulland, 1999).

Assim, de acordo com a informação apresentada na Tabela 6 (Anexo 2) e na Tabela 3, e após a análise dos indicadores das cargas, podemos concluir que, todos os items são fiáveis e todos os constructos apresentam boa consistência interna.

Tabela 3 – Indicadores de Modelo de Medida

AVE

Composite

Reliability R Square

Cronbachs Alpha

Adoção de Cloud Computing 0,5912 0,9199 0,6613 0,8998 Ansiedade Tecnológica 0,5613 0,8636 0 0,8269 Compatibilidade 0,8619 0,9493 0 0,9201 Complexidade 0,7748 0,9104 0 0,873 Conveniência 0,8896 0,9416 0 0,8759 Know-How TI 0,7925 0,9502 0 0,9351 Nº Trabalhadores TI 1 1 0 1 Pressão Competitiva 0,6374 0,8398 0 0,7226 Pressão Parceiros 0,7831 0,9558 0 0,9444 Segurança 0,7949 0,9394 0 0,915 Vantagens Relativas 0,7323 0,9315 0 0,9073

(32)

[31]

Quando são usados diversos items para medir um determinado constructo, para além da fiabilidade individual de cada indicador e a fiabilidade da consistência interna, deve-se analisar a validade convergente dos items em conjunto, que mais não é do que aferir se um conjunto de indicadores representa apenas um e o mesmo constructo subjacente (Hulland, 1999).

Uma vez que já atrás se analisaram os Cronbach’s alpha e as Composite Reliability dos constructos incluídos no estudo, e cujos valores são superiores aos valores mínimos de referência, a análise da validade convergente também costuma ser efetuada usando a Variância Média Extraída (AVE), critério que demonstra a unidimensionalidade dos indicadores e deve ter um valor mínimo de 0,5, de forma a confirmar a validação convergente aceitável (Henseler et al., 2009). Todos os constructos têm o valor de AVE acima de 0,5 (valores apresentados na diagonal da Tabela 4, o que significa que a variável latente consegue explicar mais de 50% da variância dos seus indicadores.

Tabela 4 - AVE e Correlações das Variáveis Latentes

Legenda: AC- Adoção de Cloud Computing; AT- Ansiedade Tecnológica; CT- Compatibilidade; CX- Complexidade; CV- Conveniência; KH- Know-How TI; NT- Nº Trabalhadores TI; PC- Pressão Competitiva; PP- Pressão Parceiros; SG- Segurança; VR- Vantagens Relativas.

A diagonal principal representa os valores da AVE das variáveis latentes.

Os valores abaixo da diagonal principal representam os quadrados das correlações entre as variáveis latentes. AC AT CT CX CV KH NT PC PP SG VR AC 0,768 AT 0,404 0,749 CT 0,341 0,122 0,928 CX 0,016 0,072 0,017 0,880 CV 0,503 0,295 0,454 0,010 0,943 KH 0,307 0,215 0,346 0,022 0,332 0,890 NT 0,007 0,018 0,002 0,001 0,003 0,012 1,000 PC 0,194 0,476 0,114 0,072 0,227 0,073 0,027 0,798 PP 0,364 0,192 0,273 0,005 0,528 0,281 0,008 0,144 0,884 SG 0,101 0,187 -0,000 0,085 0,041 0,006 0,002 0,081 0,026 0,891 VR 0,388 0,262 0,326 0,042 0,508 0,126 0,000 0,256 0,286 0,007 0,855

(33)

[32]

Por último, a validade discriminante afere de que forma as medidas de um determinado constructo diferem das medidas de outros constructos no mesmo modelo, ou seja, se dois constructos são conceptualmente diferentes devem apresentar diferença suficiente (Henseler et al., 2009; Hulland, 1999). A validade discriminante é analisada através de dois indicadores: o critério Fornell-Larcker e os Cross Loadings.

O critério Fornell-Larcker (1981) afirma que um conjunto de indicadores representa uma e a mesma construção básica, e deve ser demonstrada através da sua unidimensionalidade. Portanto, uma variável latente deve partilhar uma maior variância com os seus indicadores atribuídos do que com qualquer outra variável latente.

Para avaliar a validade discriminante, o AVE de cada variável latente deve ser maior do que o quadrado das correlações com todas as outras variáveis latentes, só assim poderá ser considerado um bom instrumento de medição (Henseler et al., 2009). No caso do presente estudo, tal como é visível na Tabela 4, os AVE de todos os constructos são maiores do que o quadrado das correlações que cada um dos constructos tem com todos os outros constructos.

Complementarmente, o critério Cross Loadings é utilizado na análise da validade discriminante. Cada item deve ter uma correlação maior com a variável latente à qual está assignado do que com outra qualquer variável latente, de forma a que este critério possa ser validado. Como se pode verificar na Tabela 7 (Anexo 3) o critério é satisfeito para todos os constructos. Deste modo, é possível afirmar que o instrumento apresenta uma boa validade discriminante.

Em síntese, uma vez que todos os constructos cumprem regras estabelecidas em termos de fiabilidade dos items, fiabilidade da consistência interna, validade convergente e validade discriminante, demonstram a adequação do modelo de medida, ou seja, os

(34)

[33]

constructos usados no presente modelo são válidos e fiáveis, pelo que se pode de seguida analisar as relações que se estabelecem entre eles (Henseler et al., 2009; Hulland, 1999). 5.3. Modelo Estrutural

Depois de confirmar que o modelo de medida cumpre os requisitos, foi analisado o modelo estrutural. A técnica aplicada foi o bootstrapping, tendo sido geradas 1.000 amostras de 138 respostas. Esta técnica foi utilizada com o intuito de avaliar o modelo estrutural. Os resultados apresentados na Figura 3, obtidos através do modelo PLS, apoiam todas seis das dez hipóteses inicialmente definidas.

Para medir o modelo estrutural, é essencial avaliar o critério dos valores R2 das variáveis latentes endógenas (Henseler et al., 2009). Chin (1998) apresenta os valores de R2 de 0,19, 0,33 e 0,67 como fraco, moderado e forte, respetivamente.

Figura 3 - Resultados do PLS

* Significativo P<0,1 ** Significativo P<0,05 *** Significativo P<0,01

(35)

[34]

Como pode ser observado, a adoção de Cloud Computing, a única variável endógena do modelo, exibe um valor superior a 0,33, mas muito próximo de 0,67, o que significa que o modelo consegue explicar a variação substancial desta variável.

6. Discussão

Neste ponto pretende-se discutir os resultados apresentados, bem como, identificar quais os fatores que tem maior impacto na adoção de Cloud Computing.

De forma a atingir objetivos propostos, adaptaram-se modelos conceptuais existentes na literatura e através de um inquérito online, foram recolhidos os dados necessários.

Baseado no modelo conceptual, este estudo conseguiu explicar parcialmente a Adoção de

Cloud Computing (R2 =0,66). Os resultados indicam que os principais determinantes da Adoção de Cloud Computing são a Ansiedade Tecnológica e a Conveniência.

Neste estudo, a Ansiedade Tecnológica é o fator que mais influencia a Adoção de Cloud

Computing nas organizações portuguesas (path coefficiente de caminho 0,448,

significativo a p<0,01). Este resultado pode ser explicado pelo impacto da globalização e da crescente competitividade entre as organizações. Os resultados também indicam uma forte influência da Conveniência sobre a Adoção de Cloud Computing (path coeficiente de 0,245, significativo a p<0,05), e isto deve-se ao facto de cada vez ser mais rentável e eficaz para as organizações, terem os seus serviços alojado em data centers especializados, terem sempre as últimas versões de software e hardware, e terem armazenamento ilimitado. O terceiro fator com maior influência é a Segurança (path

coefficiente de -0,156, significativo a p<0,05).

A Confiança no Fornecedor e a Pressão Competitiva também apresentam um nível de influência interessante sobre a Adoção de Cloud Computing (path coefficiente de 0,127 e

(36)

[35]

-0,127, respetivamente, ambos significativos a p<0,05, respetivamente). Low et al. (2011), concluíram que a Confiança no Fornecedor é um fator determinante, podendo ter efeitos positivos sobre as decisões de adoção de TI.

A Complexidade, o Know-How, o Número de Trabalhadores TI e as Vantagens Relativas não foram considerados significativos. Este resultado é inconsistente com estudos anteriores (Wang et al., 2010; Low et al., 2011). Estes fatores podem ser parte de uma barreira para a adoção de Cloud Computing pelas organizações portuguesas.

Os fatores Segurança e Pressão Competitiva, influenciam negativamente a adoção de

Cloud Computing.

A Segurança é o primeiro fator a influenciar negativamente a Adoção de Cloud

Computing (path coefficiente de -0,156, significativo a p<0,01). Muitas organizações não

consideram os serviços Cloud Computing seguros devido ao seu carácter virtual. A localização real dos seus conteúdos confidenciais é desconhecida por muitos, levando a insegurança e desconfiança. Em segundo e último lugar, a Pressão Competitiva é também indicada como um fator que influencia negativamente a Adoção de Cloud Computing (path coefficiente de -0,127, significativo a p<0,1). Esta conclusão não está de acordo com os estudos de Low et al. (2011) e de Chong & Ooi (2008), que afirmam que as empresas estão mais propensas a responder rapidamente num ambiente competitivo.

7. Conclusão

A evolução do Cloud Computing nos últimos anos é um dos maiores avanços na história da computação (Marston et al., 2010). Para impulsionar a adoção de Cloud Computing, é fundamental esclarecer quais os fatores que explicam essa mesmo adoção. Para tal, deve ser estudado o impacto da sua adoção nas organizações.

(37)

[36]

Os serviços de Cloud Computing devem ser adotados de forma gradual, consoante as necessidades da organização, através do desenvolvimento de infraestruturas e formação dos colaboradores. As organizações devem dar a conhecer os benefícios da adoção de serviços Cloud, de forma a sensibilizar as restantes organizações a adotarem também. O modelo apresentado engloba dez proposições baseadas na teoria TOE de Tornatzky e Fleischer (1990), de forma a explicar qual os fatores determinantes da adoção do Cloud

Computing nas organizações portuguesas. Este estudo pretende também informar as

organizações das vantagens ao adotar estes serviços.

O estudo em questão apresenta quatro conclusões principais sobre os determinantes da adoção de Cloud Computing nas organizações portuguesas:

• A adoção de serviços Cloud Computing depende de contextos tecnológicos, organizacionais e ambientais da organização;

• Desta análise resultaram oito relações positivas (das quais quatro são não significativas) e duas relações negativas relacionadas com a adoção de serviços Cloud

Computing;

• Em Portugal, os fatores que mais influenciam a adoção de Cloud Computing, são a Ansiedade Tecnológica, a Conveniência, a Segurança, a Compatibilidade, a Confiança no Fornecedor e a Pressão Competitiva;

• Dois dos fatores estudados influenciam negativamente a adoção de Cloud

Computing: a Segurança e a Pressão Competitiva.

Existem diversas vantagens na adoção destes serviços, tais como: a redução dos custos de entrada para as organizações, o acesso imediato aos recursos, facilidade de implementação de serviços e possibilidade de criação de novas aplicações que aumentem o desempenho (Marston et al., 2010).

(38)

[37]

Este estudo apresenta algumas limitações que devem ser trabalhadas em trabalhos futuros. A amostra recolhida engloba apenas organizações portuguesas, não sendo possível generalizar os resultados diretamente para outros países. Por outro lado, o conjunto de determinantes usados neste estudo não esgotam todas as possibilidades de determinantes que poderão influenciar a adoção de Cloud Computing, podendo estudos futuros explorar outros determinantes.

O conceito de Cloud Computing ainda não foi muito explorado em Portugal, o que permite identificar estudos futuros muito interessantes. Primeiro, perceber como a adoção de Cloud Computing garante o aumento no retorno de investimento às organizações em serviços web. Segundo, seria interessante estabelecer uma métrica eficaz que permita às organizações uma avaliação mais eficiente para medir o aumento de desempenho. Em terceiro lugar, comparar as vantagens e os riscos associados à adoção de serviços Cloud

Computing.

Imagem

Figura 1 - Impacto das TI na Organização
Tabela 1 - Definições de Cloud Computing  Autor /
Figura 2 - Modelo de Pesquisa TOE
Tabela 2 - Estatística Descritiva da Amostra
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Referências

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