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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SEMENTES

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA

E TECNOLOGIA DE SEMENTES

MORFOLOGIA DE PARTES DA PLANTA E SUPERAÇÃO DE

DORMÊNCIA EM SEMENTES DE NANDINA DOMESTICA THUNB

ADRIANO ANTÔNIO PEROTTI

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Pelotas, sob a orientação do Prof. Dr. Nilson Lemos de Menezes, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação Ciência e Tecnologia de Sementes, para obtenção do título de Mestre Profissional.

PELOTAS

Rio Grande do Sul - Brasil 2007

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA

E TECNOLOGIA DE SEMENTES

MORFOLOGIA DE PARTES DA PLANTA E SUPERAÇÃO DE

DORMÊNCIA EM SEMENTES DE NANDINA DOMESTICA THUNB

ADRIANO ANTÔNIO PEROTTI

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Pelotas, sob a orientação do Prof. Dr. Nilson Lemos de Menezes, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação Ciência e Tecnologia de Sementes, para obtenção do título de Mestre Profissional.

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA

E TECNOLOGIA DE SEMENTES

MORFOLOGIA DE PARTES DA PLANTA E SUPERAÇÃO DE

DORMÊNCIA EM SEMENTES DE NANDINA DOMESTICA THUNB

ADRIANO ANTÔNIO PEROTTI

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Pelotas, sob a orientação do Prof. Dr. Nilson Lemos de Menezes, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação Ciência e Tecnologia de Sementes, para obtenção do título de Mestre Profissional.

PELOTAS

Rio Grande do Sul - Brasil 2007

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DADOS DE CATALOGAÇÃO NA FONTE: Bibliotecária Dirce Lucia Mestriner CRB 930/9

P453m Perotti, Adriano Antônio

Morfologia de partes da planta e superação de dormência em sementes de NANDINA DOMESTICA THUNB. /Adriano Antônio Perotti. - Pelotas: UFPel. RS. 2007.

38f.

Orientador: Prof. Dr. Nilson Lemos de Menezes.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pelotas Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel.

Programa de Pós-Graduação em ciência e Tecnologia de Sementes.

Pelotas, RS. 2003.

1.NANDINA DOMESTICA THUNB – espécie ornamental.

2. Aspectos morfológicos. 3. Bamb u japonês. I.Universidade Federal de Pelotas. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes. – UFPel. RS. II.

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MORFOLOGIA DE PARTES DA PLANTA E SUPERAÇÃO DE

DORMÊNCIA EM SEMENTES DE NANDINA DOMESTICA THUNB

AUTOR: Adriano Antônio Perotti

ORIENTADOR: Professor Nilson Lemos de Menezes, Dr.

Comissão Examinadora

Prof. Dr. Nilson Lemos de Menezes. Profa Drª Maria Ângela André Tillmann. Prof. Dr. Orlando Antonio Lucca Filho. Prof. Dr. Carlos Rogério Mauch.

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A Deus, por estar sempre presente em minha vida. À minha família, pela força, compreensão e carinho em diversos momentos de necessidade. A minha noiva, Daiana, que

sempre valorizou muito esta idéia. Ao orientador,

pela boa vontade e rapidez na orientação das etapas deste trabalho de dissertação.

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AGRADECIMENTOS

FLORICULTURA OESTE LTDA - por patrocinar os experimentos necessários para a realização deste trabalho de pesquisa. COODETEC – por permitir a realização de testes de germinação em seu laboratório de análise de sementes. FAG – Faculdade Assis Gurgacz, por disponibilizar seus laboratórios para realização de experimentos e pesquisas.

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O solo é duro, e arar a terra, um peso. O vento está forte, mas mesmo cansado, continuo labutando; entretanto o jugo é do Senhor! E até me admiro de estar com o jugo dele. Se eu me limitar a arar o terreno, isto basta para o semeador lançar a semente. Meu irmão, se você não colocou a mão no arado, persista nele até terminar de arar todo o terreno. “e não desmoronemos, isto é, não caiamos, deixando em nosso lugar uma lacuna”. Contudo não estamos limitados por ele. As pequenas leiras produzem grandes homens. Muitos deles araram a terra com aflições, e com isso, deixaram seu nome gravado na história. Aquele que persiste atinge alturas que nunca sonhou, e êxtases espirituais com que nunca imaginou. Então, prossigamos lutando no vale, mas olhando para os montes. Um dia olharemos para trás e teremos uma surpresa. Depois seguiremos em frente com renovada coragem. ‘Fomos criados para subir não para rastejar; uma única alma q ue ama a Deus intensamente pode atear fogo no universo todo.’

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SUMÁRIO

Introdução geral ... 08

Morfologia da planta, inflorescência, fruto, semente e plântula de Nandina domestica Thunb. ... 09 Resumo ... 09 Abstract ... 10 1. Introdução ... 11 2. Material e Métodos ...14 3. Resultados e Discussão ...16 4. Considerações Finais... 24 5. Referências Bibliográficas...25

Superação de dormência em sementes de Nandina domestica Thunb. ... 27 Resumo ... 27 Abstract ... 28 1. Introdução ... 29 2. Material e Métodos ... 32 3. Resultados e Discussão ... 34 4. Conclusões ... 36 5. Referências Bibliográficas ... 37

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INTRODUÇÃO GERAL

A Nandina domestica Thunb é uma espécie de grande interesse ornamental, porém não existem informações, no Brasil, suficientes para seu pleno uso. Os dados disponíveis produzidos no exterior mostram plantas com respostas distintas daquelas aqui obtidas, provavelmente, devido às variações de solo, clima e o desconhecimento das exigências da espécie quanto ao manejo cultural. Assim, é de suma importância conhecer a espécie à medida que se incentiva seu uso.

O trabalho foi desenvolvido na Floricultura Oeste Ltda., em Cascavel – PR e dividido em duas etapas, a saber:

- Morfologia da planta, inflorescência, fruto, semente e plântula de Nandina

domestica Thunb;

- Superação da dormência em sementes de Nandina domestica Thunb.

O conhecimento da espécie através da descrição da planta e suas partes constituintes, bem como investigar as causas e estabelecer métodos para superar a dormência facilitará o estudo da germinação, a produção de mudas e o manejo cultural da Nandina domestica Thunb.

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MORFOLOGIA DA PLANTA, INFLORESCÊNCIA, FRUTO, SEMENTE

E PLÂNTULA DE NANDINA DOMESTICA THUNB.

Autor: Adriano Antônio Perotti

Orientador: Prof. Dr. Nilson Lemos de Menezes

Resumo – O trabalho objetivou descrever e ilustrar aspectos morfológicos da planta, inflorescência, fruto, semente e plântula de Nandina domestica Thunb. Avaliaram-se vinte matrizes instaladas na área de produção da Floricultura Oeste Ltda, na região metropolitana de Cascavel – PR. Foram observados, nas plantas, os seguintes aspectos: raiz, caule e folhas. Nas inflorescências foram descritos: o tipo, cor e as estruturas reprodutivas. Nos frutos, observaram-se os seguintes aspectos: cor, massa e diâmetro. Nas sementes, verificou-se forma, tamanho e determinou-se a massa, nas plântulas, foram observadas a protrusão da raiz primária, o hipocótilo, epicótilo, plúmula e os cotilédones. As observações foram realizadas com auxílio de lupa de mesa e as medidas foram tomadas com paquímetro digital. A flor de

Nandina domestica é diclamídea, com ovário súpero, e o fruto é uma baga vermelha

impermeável, contendo duas sementes, as quais possuem formato elíptico, com embrião homócromo e germinação epígea.

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MORPHOLOGY OF THE PLANT , INFLORESCENCE, FRUIT, SEED

AND SEEDLING OF NANDINA DOMESTICA THUNB

Author: Adriano Antônio Perotti

Adviser: Prof. Dr. Nilson Lemos de Menezes

Abstract - The work aimed to describe and to illustrate morphologic aspects of the plant, inflorescence, fruit, seed and seedling of Nandina domestica Thunb. In the accomplished tests, were evaluated twenty head offices installed in the production area of the Floricultura Oeste Ltda, in the metropolitan area of Cascavel - PR. Were observed in the plants the following aspects: root, stem and leaves. In the inflorescences were described: the kind, color and the reproductive structures. In the fruits, the following aspects were observed: color, mass and diameter. In the seeds, were verified forms, size and mass. In the seedling, were observed the protrusion of the primary root, hipocótilo, epicotyls, plúmula and cotyledons . The observations were accomplished with aid of table magnifying glass and the measures were taken with digital pachymeter. The flower is diclamídea, with superior ovary, the fruit is an impermeable red berry, containing two seeds, which possess elliptic format, with homócromo embryo and epigeous germination.

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1. Introdução

A espécie Nandina domestica thunb é uma dicotiledônea que tem um excelente potencial ornamental e arbustivo, porém inexistem dados resultantes da pesquisa sobre esta espécie no país. O conhecimento da morfologia dos frutos, sementes, plântulas e da planta como um todo é necessário para a identificação da espécie. Esse conhecimento pode servir para melhorar a conservação da fauna e da flora, contribuir nos estudos de sucessão ecológica e projetos ornamentais; pois o manejo da planta e sua reprodução estão intimamente ligados a estes conhecimentos.

Importância da espécie

A Nandina dom estica Thunb pertence à família Berberidaceae e recebe, popularmente, o nome de bambu japonês, em razão da semelhança de sua folhagem rendilhada com algumas espécies de bambu e, também, por sua vasta utilização no Japão. Esta planta é classificada como arbusto perene, extremamente resistente a diferentes temperaturas, podendo apresentar perda de suas folhas quando a temperatura ambiente for menor que 10°C, mas tem um potencial de crescimento grande na primavera, quando retoma a exuberância anterior, principalmente em plantas adultas com sistema radicular bem desenvolvido.

Esta espécie atinge estatura de 3 a 5 metros, porém pode ser mantida em tamanho médio compacto, com o uso de poda. Isso permite que a planta possa ser usada em jardins, pátios ou plantações em grandes áreas, ou ainda em plantações múltiplas como uma tela ou cerca viva. Em locais fechados, seu crescimento como planta de vaso também é satisfatório.

O que torna essa planta especial é a cor que apresenta no jardim, durante todas as estações do ano. A folhagem nova emerge como um luminoso bronze avermelhado pela primavera e, logo em seguida, ocorre a formação de belas panículas de flores brancas. Com a mudança das estações, a folhagem se torna verde azulado, em seqüência o verde vai aparecendo lentamente; agrupamentos de bagas verdes substituem as flores, até o fim do verão, as bagas amadurecerão

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tornando-se de cor vermelho intenso. No outono, a cor da folhagem começa a mudar para cor-de-rosa e vermelho. As bagas permanecerão até uns dois meses após a maturidade fisiológica. Toda essa variação garante à N. domestica larga utilização em paisagismo, com pouca manutenção.

A Nandina pode ser cultivada em sombra parcial, mas as cores de sua folhagem são mais intensas quando seu crescimento for a pleno sol, com pequena quantidade de sombra na parte mais quente do dia. A planta possui propriedades medicinais (Ikuta , 1994), tendo como princípio ativo a Nandinina, que confere nome ao gênero, porém a ingestão direta de folhas e frutos pode ser tóxica, em razão das altas concentrações daquele elemento na seiva bruta.

Nos cultivos em que a planta atinge as maiores estaturas, sua madeira adquire grande valorização, porque pode ser utilizada na confecção de palitos aromáticos. Classificação Botânica Reino – Plantae Subreino – Tracheobionta Superdivisão – Spermatophyta Divisão – Magnoliophyta Classe – Magnoliopsida Subclasse – Magnoliidae Ordem – Ranunculales Família – Berberidaceae Gênero – Nandina Thunb. Espécie – Nandina domestica

Origem

A Nandina domestica é originária da Índia (Ohwi, 1984; Krussmann, 1985; Huxley,1992). Foi introduzida no Japão antes do século XVI (Coats, 1992). O cultivo dessa espécie é amplo nos Estados Unidos da América do Norte, por causa dos vários atributos que formam uma paisagem completa.

A China e o Japão são considerados como fontes para seleções de plantas anãs, por apresentar grande variabilidade da espécie nesses locais.

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Importância da morfologia

A morfologia da Nandina domestica tem merecido atenção como parte de estudos morfo-anatômicos, com o intuito de ampliar o conhecimento e facilitar a identificação da espécie, dentro de um enfoque ecológico (Oliveira, 1993).

O tamanho, a forma e o tipo de deiscência dos frutos, são caracteres imprescindíveis para a classificação deles. Assim, os estudos morfológicos de frutos contribuem para a identificação das espécies, bem como sua distribuição geográfica e interação com a fauna (Barroso, 1999).

Uma das maiores dificuldades encontradas pelos estudiosos de plantas ornamentais exóticas é a carência de informações descritivas das espécies, entretanto , sabe-se que os estudos morfológicos e de propagação contribuem para o melhor entendimento da biologia da espécie e fornecem suporte para trabalhos de regeneração por sementes em condições naturais (Salles, 1987). Nos estudos de sucessão, em que o conhecimento da regeneração natural é importante, a identificação das plântulas e plantas no estádio juvenil é imprescindível, por caracterizar o potencial de estabelecimento das espécies na comunidade vegetal (Finger, 1977; Kuniyoshi, 1983).

Objetivos

O trabalho objetivou descrever e ilustrar aspectos morfo -anatômicos da planta, inflorescência, fruto, semente e plântula de Nandina domestica Thunb.

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2. Metodologia

As plantas de Nandina domestica Thunb, avaliadas neste trabalho, consistiram de matrizes instaladas na área de produção da Floricultura Oeste Ltda, na região metropolitana de Cascavel – Paraná.

Foram selecionadas vinte matrizes da espécie, baseando-se nos seguintes aspectos: tronco bem formado, sem tortuosidade, massa verde abundante e com uma inflorescência.

As matrizes selecionadas foram acompanhadas semanalmente, a partir do estágio de formação da estrutura reprodutiva, quando se efetuou a coleta de amostras dos estróbilos da espécie, em diferentes fases de desenvolvimento. Os estudos morfológicos e anatômicos foram realizados com material fresco.

Morfologia da planta – para descrição da planta foram avaliadas as matrizes selecionadas, comparando-as com as descrições efetuadas por (Dirr, 1990).

Morfologia da inflorescência – descreveram-se as inflorescências formadas nas matrizes selecionadas, exemplificando-as por meio de fotografias digitais.

Morfologia e biometria de frutos – nos estudos da morfologia do fruto observaram-se os seguintes aspectos: tipo e coloração. As observações foram com auxílio de lupa de mesa com braço flexível. Para a biometria dos frutos, coletaram-se, no final da maturação e antes do início da deiscência, frutos de vinte matrizes, tendo uma distância mínima entre elas de 20 m. Após a homogeneização dos frutos, 50 exemplares foram tomados ao acaso, para determinação do diâmetro, da massa e consistência do epicarpo e mesocarpo. Os frutos foram macerados e despolpados em água corrente para a obtenção das sementes.

Morfologia e biometria das sementes – as sementes foram descritas, considerando-se os seguintes aspectos: forma, textura e coloração. Para a realização da biometria das sementes, coletaram-se 50 sementes ao acaso, para mensuração individual do comprimento, largura e espessura, em sementes não embebidas, com auxílio de paquímetro digital. Determinou-se, ainda, o número de sementes por quilograma e a massa de mil sementes, a qual foi realizada utilizando-se oito repetições de 100 utilizando-sementes, de acordo com as recomendações das Regras

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Germinação das sementes e morfologia das plântulas – para avaliação da morfologia da germinação, quatro sub-amostras de 50 sementes foram selecionadas ao acaso e semeadas em papel toalha umedecido com água destilada na proporção de 2,5 vezes a massa do papel e colocadas em germinador regulado a 25°C. No interior do germinador estabeleceu-se fotoperíodo de 12 horas (luz: escuro), com lâmpadas fluorescentes de luz branca fria.

As observações em dias alternados permitiram o acompanhamento detalhado do processo germinativo e a descrição morfológica foi realizada em estereomicroscópio, enfatizando os caracteres úteis das identificações da espécie em estudo. Considerou-se como plântula a fase de desenvolvimento na qual o material se apresentava com raiz, hipocótilo, epicótilo e protófilos (primeiro par de folhas surgido após a abertura dos cotilédones). Analisou-se o tipo de germinação, forma, cor, consistência da raiz e epicótilo.

Para as determinações biométricas de frutos, sementes e massa de mil sementes foram calculadas as médias aritméticas, coeficientes de variação e os intervalos de variação dos valores obtidos.

Os métodos e termos empregados para descrever os aspectos morfológicos das plantas, inflorescência, frutos, sementes, germinação e plântulas basearam-se nos trabalhos de Joly (1993), Damião Filho (1993), Oliveira (1993), Chaves (1994), Beltrati (1994), Barroso (1999) e Souza (2006).

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3. Descrição

Morfologia da Planta

A Nandina domestica Thunb. é um arbusto perene, ereto e ramificado, com formação de vários caules finos, de textura semi-herbácea, que compõe massa verde densa e abundante em toda a sua extensão. Sua estatura pode atingir de 3 a 5 metros, variando com o modo de cultivo e as condições do solo (Figura 1).

Em seu sistema radicular apresenta raiz primária axial longa, levemente sinuosa, enrugada, cilíndrica, de coloração marrom escuro da base até a região mediana e tons cada vez mais escuros em direção ao ápice, com linhas de cores mais escuras em sua totalidade. As raízes secundárias são finas, tenras, longas e de coloração semelhante à raiz primária, distribuídas ao longo da mesma. As raízes terciárias são muito curtas, finas, te nras, seus pêlos absorventes são presentes e podem ser vistos sob microscópio estereoscópio, a partir de 100 dias após a semeadura, na região de transição hipocótilo-radícula, como observou (Dirr, 1990).

O caule é longo e reto, marrom escuro da base até a região média, sendo que no restante até seu ápice apresenta coloração mais clara (misto de verde com vermelho), chegando a ter cores verdes no ápice. Essa mudança na epiderme torna-o glabrtorna-o nesta regiãtorna-o.

As folhas (Figura 2) são compostas com vários folío los lanceolados e ápice agudo, bordo interno, nervação peninérvea bem evidente com coloração verde, sendo as nervuras secundárias e terciárias impressas na face dorsal, denotando como translúcido a face ventral. As folhas podem ser concolores (verde-claras em ambas as faces) ou discolores (verde-claro na face ventral e vermelho-claro na face dorsal), adquirindo uma coloração cor-de-rosa. Esse fenômeno ocorre de acordo com a época do ano; verde-claro nas estações quentes e misto de verde com vermelho nas estações frias. Seu limbo apresenta-se denso, firme e não piloso. As folhas jovens são formadas sem que ocorra a expansão total das anteriores, apresentando pecíolo mediano, verde claro e cilíndrico. Na axila da folha há uma pequena gema vegetativa, laminar, pilosa, com posterior desenvolvimento, originando ramos laterais semelhantes ao principal.

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Os folíolos ficam avermelhados durante o outono e o inverno, caracterizando uma coloração específica ornamental e, posteriormente, retomam a cor natural nos períodos de temperaturas elevadas, na primavera e, definitivamente, no verão apresenta m o verde em toda a sua estrutura foliar.

Figura 1 – Planta de Nandina domestica Thunb.

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Figura 2. Folhas compostas de Nandina domestica Thunb

Morfologia da inflorescência

As inflorescências terminais (Figura 3) contêm flores brancas, numerosas, formadas no verão (dezembro a fevereiro), estas perduram por 30 dias, até o início do outono (março), resultam em frutos esféricos e vistosos. As inflorescências medem entre 13 e 25 centímetros, normalmente tendo-se uma por planta. Ocorre autopolinização, e às vezes polinização cruzada anemófila; esta última é desejável para aumentar a variabilidade da espécie.

As flores são perfeitas, com cálice trímero e seis pétalas brancas pequenas, que caracterizam a sua cor. São diclamídeas, com corola dialipétala e ovário súpero. Suas brácteas não se transformam em nectário, o que é comum para a família dessa espécie (Figura 4).

A flor, actinomorfa, apresenta um único pistilo, ovário unilocular (às vezes com falso septo ou unilocular por um aborto), dois óvulos, sépalas dispostas em um único verticilo, e o gineceu é unicarpelar, acompanhado por seis estames.

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Figura 4. Flor de Nandina domestica, com detalhes das estruturas reprodutivas.

Morfologia do fruto

O fruto é uma baga vermelha, de aspecto liso e brilhante, globular, possui duas sementes e apresenta algumas vezes cores mais claras na parte inferior, como tons de amarelo claro ou desbotado, amadurecem no outono e persistem no inverno (Dirr, 1990). Possui epicarpo fino, porém resistente, o que o torna impermeável (Figuras 5 e 6). O mesocarpo é formado por uma massa branca e viscosa, com certa quantidade de ar o que garante proteção às sementes, (Figura 7). Na base do fruto forma-se uma cicatriz circular homócroma, que surge quando o pedúnculo é removido por completo, ou pequena parte deste é quebrada e fica como estrutura pontiaguda e protetora do fruto.

Os frutos de N. domestica apresentam dimensões variáveis (Tabela 1), com diâmetro médio de 8,9 mm, massa média de 0,22 g. O número total de frutos varia de 98 a 310, por inflorescência.

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Tabela 1. Dimensões do fruto de Nandina domestica Thunb, Cascavel - PR. 2006. Valor

Características dos

frutos Máximo Mínimo Médio

Desvio Padrão CV (%) Diâmetro (mm) 10,1 7,5 8,9 8,34 9,37 Massa (g) 0,28 0,17 0,22 0,039 17,72 N° por inflorescência 310 98 209 80,04 38,20

Figura 5. Infrutescência de Nandina domestica Thunb com frutos maduros.

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Figura 7. Frutos de Nandina domestica cortados longitudinalmente.

Morfologia da semente

A semente é circular elíptica em forma de meio globo oco no seu interior, as duas sementes no fruto são idênticas e juntas, formam um globo completo e oco. A semente possui base e ápice proporcionais bem rígidos, textura lisa e coloração de amarelo escuro com manchas ferrugíneas que se destacam nas bordas (hidratada, Figura 8 A), e coloração de marrom claro também com manchas ferrugíneas, mas em menor quantidade (desidratada, Figura 8 B). O embrião circular pequeno, homócromo, localizado na base da semente.

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Figura 8. Sementes de Nandina domestica. A – hidratadas, coloração amarelo; B – sementes secas, coloração marrom claro, com manchas ferrugíneas.

Germinação e morfologia da plântula

A germinação de N. domestica é epígea e cada semente desenvolve somente uma plântula. A plântula apresenta raiz primária longa, fina, cilíndrica e de consistência tenra, de coloração mista na base (cor clara e tons ferrugíneos) e esbranquiçada no ápice; raízes secundárias pequenas, finas, cilíndricas, tenras e de cor clara. Raízes terciárias muito pequenas, finas, de mesma coloração das raízes secundárias; verifica-se a presença de pelos pequenos e translúcidos, ao longo das raízes. Hipocótilo longo de cor clara, com pêlos, e raízes secundárias; epicótilo esbranquiçado e fino, robusto, ereto , cilíndrico e longo. As características do hipocótilo tais como tamanho, coloração, conformação geral são úteis na delimitação de gênero e na identificação em nível de espécie (Oliveira, 1993).

Os cotilédones são classificados, quanto à sua forma e função, na categoria de cotilédones de reserva; são maciços, apresentam fusão parcial e são divididas em porções crassas e esverdeadas.

A plântula possui duas folhas primárias no ápice. A plúmula é esverdeada e conspícua, dando início ao crescimento das folhas primárias. Em seguida, as folhas primárias se expandem, originando nomófilos simples, peciolados, com limbo de forma elíptica, margem lisa e venação reticulada penada (Figura 9). Na planta jovem, observa-se nomófilos mais desenvolvidos e cotilédones em início de fenecimento.

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Figura 9. Etapas da formação da plântula de Nandina domestica Thunb , até a constituição de uma plântula normal.

Analisando a biometria das sementes, observou-se que o comprimento médio da semente de N. doméstica foi de 5,57 mm, a largura média de 6,32 mm e a espessura, em média, 2,37 mm, de acordo com a Tabela 2. Observou-se que as sementes de N. domestica apresentaram umidade inicial de 23,4 %. O número de sementes por quilograma foi de 25.316 e a massa de 1000 sementes foi de 39,5 g.

Tabela 2. Sementes de Nandina domestica Thunb, Cascavel – PR. 2006. Valor

Dimensões das

Sementes* Máximo Mínimo Médio

Desvio

Padrão CV (%)

Comprimento (mm) 6,5 5,1 5,57 0,582 1,044

Largura (mm) 7,0 5,2 6,32 0,636 1,006

Espessura (mm) 3,1 1,8 2,37 0,531 2,240

Massa de 1000 sementes N° de sementes por kg

39,5 25.316

? Média de 100 sementes ? Umidade inicial 23,4 %

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Considerações Finais

O debate sobre a preservação da natureza e a necessidade do homem melhor relacionar-se com ela tem feito crescer a demanda pelo planejamento paisagístico, da organização dos espaços livres, urbanos ou não, em direção ao equilíbrio sustentável e não predatório, para o melhor viver.

O paisagismo tem longa tradição no país, com origens no final do século XVII, com o projeto para o Passeio Público do Rio de Janeiro, concebido por Mestre Valentim, durante a gestão do vice-rei Dom Luis de Vasconcelos. Apesar disso, ainda são poucos os incentivos tanto para produção como em pesquisa, visando o desenvolvimento de tecnologia que permita a implantação de cultivos comerciais, direcionados ao paisagismo, entretanto, estes poucos investimentos tem permitido ao Brasil posição de destaque em floricultura tropical e projetos paisagísticos de reconhecida beleza, que emolduram a arquitetura nacional.

Para a execução de um projeto paisagístico é fundamental que se tenha conhecimento das plantas. É importante saber tipo, porte, folhagem, época de floração, local de adaptação, modo de reprodução, entre outras características. Com esta justificativa o trabalho descreveu as partes da planta, inflorescência, fruto, sementes e plântula do bambu japonês – Nandina domestica thunb.

A Nandina domestica é um arbusto bastante utilizado na Ásia, que pode atingir até 5 metros de estatura, com folhas compostas multicoloridas, de verde a vermelho, por isso apresenta grande interesse ornamental, porém está sendo, desse modo, descrita pela primeira vez no Brasil. As flores são brancas, os frutos são bagas vermelhas brilhantes, cada uma com duas sementes. O conhecimento detalhado de suas partes permitirá a identificação, a produção de mudas e o estabelecimento do manejo cultural adequado para sua inclusão nos projetos paisagísticos brasileiros.

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4. Referências Bibliográficas

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SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE NANDINA

DOMESTICA THUNB.

Autor: Adriano Antônio Perotti

Orientador: Dr. Nilson Lemos de Menezes

Resumo: Sementes viáveis de Nandina domestica Thunb, após a colheita não germinam ou apresentam germinação lenta mesmo em condições favoráveis de ambiente, sendo estes comportamentos atribuídos à dormência. Portanto, existe a necessidade de se utilizar métodos pré-germinativos para superar a dormência e permitir a expressão da capacidade germinativa do lote. O objetivo do trabalho foi verificar a eficiência dos tratamentos de estratificação e ácido giberélico na superação da dormência das sementes de N. domestica. Foram utilizadas sementes provenientes da área de produção da Floricultura Oeste Ltda, no município de Cascavel – PR. Os tratamentos para superação da dormência foram: estratificação úmida a 5°C± 2°C, pelos períodos de zero, 15, 30 e 45 dias e as doses de ácido giberélico de zero, 5,10, 15 e 20 mg L-1. Os períodos de estratificação e as doses de ácido giberélico favoreceram a emergência das plântulas. Concluiu-se que o tratamento de estratificação úmido a 5°C±2°C, por 30 a 45 dias e a dose de 20mg L-1 de ácido giberélico são eficientes na superação da dormência das sementes e antecipa a emergência das plântulas de Nandina domestica thunb.

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DORMANCY OVERCOME IN SEEDS OF THE NANDINA DOMESTICA

THUNB.

Author: Adriano Antônio Perotti

Adviser: Dr. Nilson Lemos de Menezes

Abstract – Viable seeds of Nandina domestica Thunb, after the crop, don't germinate or present slow germination even in fa vorable atmosphere conditions, such behaviors are attributed to the dormancy. Therefore, there is the need of using some germination methods to overcome the dormancy and to allow the expression germination capacity of the terrain. The objective of the work was to verify the efficiency of the bedding treatments and giberelic acid in the overcome of the overcoming of the dormancy of the seeds of N. domestica. Seeds from the production area of the Floricultura Oeste Ltda were used, in the municipal district of Cascavel - PR. The treatments for overcome the dormancy were: humid bedding to 5°C± 2°C, for the zero periods, 15, 30 and 45 days and the doses of zero acid giberelic, 5,10, 15 and 20 mg L-1. The bedding periods and the doses of acid giberelic favored the emergenc y of the seedling. It was concluded tha t the humid bedding treatment to 5°C±2°C, for 30 to 45 days and the dose of 20 mg L-1 of giberelic acid is efficient in the overcoming of the dormancy of the seeds and it advances the emergency o f the seedling of Nandina domestica thunb.

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1. Introdução

O estudo de métodos adequados em tecnologia de sementes tem merecido atenção no meio científico, visando a informações que permitam avaliar a qualidade fisiológica da semente, tanto para sua preservação, como para a utilização dessas espécies vegetais com os mais variados interesses. Apesar do aumento considerável no desenvolvimento de técnicas para permitir a expressão do potencial germinativo das sementes, necessita-se de estudos específicos para cada espécie, que permita resolver problemas, como é o caso da germinação de Nandina

domestica. É necessário estabelecer as condições adequadas para a germinação

das sementes e superação da dormência e com isto reduzir o tempo de produção de mudas, ou simplesmente justificar a produção de mudas via sementes, e não por métodos de estaquia, que são empregados normalmente nesta espécie.

A Nandina domestica floresce e produz frutos em ambiente sombrio ou sol pleno (Dirr, 1990). Por conter embriões rudimentares, as sementes devem ser armazenadas em condições ligeiramente úmidas a 5°C, para obter germinação uniforme no final da primavera ou início do verão. (Dehgan, 1984; Hartmann & Kester, 1997). A germinação desta espécie tende a ser lenta e acontece em período superior a 60 dias. (Gibson, 1982). Sementes armazenadas em ambiente frio durante nove a dez meses não perdem a viabilidade e germinam prontamente. (Afanaiev, 1943; Dirr & Heuser, 1987).

As tentativas para superar a dormência por estratificação fria, combinações de substâncias químicas e aumento da pressão de oxigênio durante germinação nem sempre produziram efeitos positivos (Afanaiev, 1943). Porém, Dehgan (1984), ao investigar a germinação das sementes de Nandina domestica, verificou que a estratificação fria de sementes determinou bons resultados na formação de plântulas normais (78%), com o tempo de germinação mais curto (três semanas). Entretanto, o ácido giberélico com temperatura de 30°C não produziu maior germinação do que sementes não tratadas.

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Tipo de dormência da espécie

Mesmo com a remoção do tegumento, as sementes de N. domestica não germinam com a velocidade desejável para a produção de mudas, causando dificuldades na produção via sementes. A dormência das sementes dessa espécie é indesejável, pois a rápida germinação e o crescimento uniforme das mudas são requeridos para a exploração comercial de ornamentais.

A dormência determinada por causas localizadas no embrião é comum em espécies ornamentais, podendo ser devido ao embrião imaturo ou presença de mecanismos de inibição fisiológica, que o impedem de se desenvolver.

A N. domestica apresenta dormência embrionária, o seu embrião rudimentar ou imaturo demora em retomar seu crescimento, mesmo em condições favoráveis, necessita ndo de um período de tempo adicional, após a maturação do fruto para completar seu desenvolvimento, normalmente este período é de seis a doze meses.

As causas do desenvolvimento incompleto do embrião durante a formação da semente na planta-mãe não estão bem elucidadas (Borguetti, 2004), porém acredita-se que o deacredita-senvolvimento do embrião reflita as condições climáticas predominantes na região durante o período de pós-maturação das sementes (Baskin & Baskin, 1998).

Tratamentos para superar a dormência.

O método a ser empregado para superar a dormência depende do tipo de dormência presente na semente e, geralmente, baseia-se no desempenho das sementes no teste de germinação (Marcos Filho, 2005).

A estratificação consiste num tratamento úmido à baixa temperatura, que promove a maturação do embrião e auxilia nas trocas gasosas e embebição. Normalmente , utiliza areia bem lavada, que apresente grãos com textura em torno de 1,0 mm de diâmetro (média), para facilitar a posterior separação das sementes com o uso de peneiras. O recipiente utilizado deve permitir boa drenagem evitando-se acumulação de água no fundo o que causa o apodrecimento das evitando-sementes.

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A temperatura requerida para a estratificação a frio está entre 2°C e 7°C, (Popinigis, 1985), a qual ajuda ativar enzimas hidrolíticas e modificar o balanço hormonal entre promotores e inibidores da germinação (Marcos Filho , 2005). As sementes são colocadas entre duas camadas de areia com 5 cm de espessura, por período variável de estratificação que pode atingir até seis meses. Uma vez encerrado o período de estratificação, as sementes devem ser semeadas imediatamente, pois se forem secas poderão ser induzidas à dormência secundária.

O estabelecimento da dormência durante a formação das sementes é um processo ativo, que envolve síntese protéica, atividade respiratória e consumo de ATP (Bewley & Black, 1994). Na dormência embrionária, o processo é afetado por fatores bióticos (hormônios responsáveis pela germinação) e abióticos de forma não bem definida, embora existam evidências de que uma dessas causas seja o desequilíbrio hormonal, produzido, principalmente, pela ausência de giberelinas (Taiz & Zeiger, 2004; Marcos Filho, 2005).

As giberelinas são fitohormonios que podem controlar numerosas e variadas respostas morfogenéticas, tais como a germinação, a divisão celular, a elongação e a iniciação floral. Acredita-se que estejam, também, envolvidas na desrepressão dos genes que codificam as enzimas hidrolíticas e na produção de RNA mensageiro segundo o DNA modelo (Galston & Davies, 1972).

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2. Material e Métodos

Os frutos de Nandina domestica Thunb foram colhidos no campo de produção de sementes da empresa Floricultura Oeste Ltda, em agosto de 2006, no município de Cascavel – Paraná, em plantas distribuíd as, no mínimo, a 10 metros de distância entre si. Em seguida,foi feita a retirada das sementes por maceração, e a lavagem em água corrente. As sementes foram mantidas em condições ambientais de laboratório por 96 horas, para desidratação (Barbosa et al., 1984), a fim de permitir maior absorção do ácido giberélico (AG3) em solução aquosa.

Para conhecimento da espécie foram estabelecidos dois testes de germinação, para confirmar a dormência e verificar o procedimento de germinação normal sem tratamentos. O primeiro, em laboratório, com substrato rolo de papel a 20°C e o segundo em canteiro, na área experimental da Floricultura Oeste Ltda. No primeiro teste obteve -se a germinação de 92% aos 73 dias e no segundo de 78% aos 90 dias, respectivamente.

Realizou-se, também, um teste de hidratação das sementes para verificação da permeabilidade do tegumento das sementes à água e poder considerar o embrião como o local de origem da dormência. Esse teste foi realizado em laboratório, com uma amostra de vinte sementes, representativa ao lote, na qual se determinou a massa das sementes, em balança eletrônica de precisão até a oitava hora, confirmando-se a absorção de água pelas sementes, através do tegumento intacto.

Os seguintes tratamentos foram utilizados para a superação da dormência das sementes: estratificação úmida pelos períodos de zero, 15, 30 e 45 dias, em geladeira regulada a 5°C±2°C; ácido giberélico (AG3) nas doses de zero, 5, 10, 15 e

20mg L-1, formando 20 combinações (Figura 01).

As sementes ficaram imersas por 24 horas nas respectivas soluções-tratamentos, excluindo o tratamento zero, no qual as sementes ficaram imersas por igual tempo em água destilada. Após cada combinação de tratamento (ácido giberélico e estratificação), 200 sementes foram semeadas em canteiros protegidos

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estratificação, as sementes foram tratadas com uma solução a 0,5% de Captan 750TS.

A avaliação da emergência foi efetuada a cada dois dias, a partir da semeadura, tendo sido concluída 60 dias após o início dos tratamentos. O tratamento testemunha, sem estratificação e sem ácido giberélico, manteve as sementes nas parcelas de semeadura por 60 dias, enquanto os tratamentos compostos por 45 dias de estratificação ficaram em campo por 15 dias. Na avaliação final foram conferidas as sementes não germinadas na parcela, confirmando a superação da dormência pela germinação daquelas e a emergência das plântulas.

O delineamento adotado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições, em arranjo fatorial, onde o fator estratificação teve quatro níveis e o fator dose de AG3 teve cinco níveis. Realizou-se a análise de variância e regressão polinomial

para efeitos dos tratamentos.

Figura 1 – Estratificação de sementes de N. domestica, em geladeira 5°C±2°C.

Figura 2 – Área experimental; 20 tratamentos com 4 repetições, totalizando 80 células; com 50 sementes cada.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise da variância não identificou interação entre os fatores considerados tratamentos (P<0,05).

Quando submetidas aos tratamentos de estratificação, as sementes de N.

domestica mostraram efeito significativo dos diferentes períodos. Observou-se

através da curva de tendência apresentada na Figura 3, o aumento da emergência com a dilatação do período de estratificação, concordando com os resultados obtidos por Dehgan (1984), nesta mesma espécie.

O período de 45 dias de estratificação mostrou a maior emergência de plântulas, no entanto a maior diferença foi observada entre os períodos de 15 e 30 dias.

O maior período de estratificação aumentou a velocidade de germinação após o tratamento, pois a avaliação final foi 15 dias após a semeadura.

As sementes reagem diferentemente à duração do período de estratificação, resposta que se verificou neste experimento. As sementes de uma população não exibem a mesma intensidade de dormência, sendo assim o período crescente que favorece algumas sementes pode estressar aquelas não dormentes e assim não permitir efeito linear crescente dos tratamentos.

Figura 3. Porcentagem de emergência de plântulas de Nandina domestica

Estratificação y = 42,287 + 0,0636x + 0,0126x2 R2 = 0,9752 0 20 40 60 80 0 15 30 45 Dias de Estratificação Emergência (%)

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Observou-se efeito positivo da aplicação do ácido giberélico sobre a emergência das plântulas de N. domestica (Figura 4). A curva de tendência mostrou acréscimos na emergência com o aumento das doses até 20 mg L-1, esses resultados, embora lógicos, deferem daqueles obtidos por Dehgan (1984), que não observou efeitos do AG3 sobre a germinação da N. domestica. A discrepância

verificada parece ser atribuída à dose elevada (100 mg L-1 ) usada por aquele autor.

Alguns autores (Taiz & Zeiger, 2004; Marcos Filho , 2005), também, consideram como causa da dormência o deseqüilibrio hormonal produzido pela ausência de giberelinas. A ação desses fitohormonios contribui para a superação de exigências de baixa temperatura (Metivier, 1979) e auxilia na superação da dormência, como parece ter ocorrido até a dose de 20 mg L-1, do experimento em discussão.

Os tratamentos aplicados para superação da dormência parecem ter um perfil de ação similar. A estratificação úmida com o uso de temperaturas baixas induz a produção de fitohormonios. As giberelinas são os fitohormonios mais importantes da germinação por agirem tanto na superação da dormência, no silenciamento de genes envolvidos na manutenção da dormência (Koornneeff et al., 2002), como na progressão do alongamento embrionário e, também, por promover a síntese de enzimas envolvidas na mobilização de reservas (Bewley, 1997). No entanto, o processo de germinação depende de vários fitohormonios, que podem ser induzidos pela estratificação.

A ausência de interação entre os tratamentos talvez possa ser explicada pela sobreposição dos efeitos, fato que também justificaria os efeitos negativos verificados com doses maiores, tais como 50, 100, 150 e 200 mg L-1, aplicadas em sementes estratificadas por 30 dias. Esses dados não foram apresentados, porque todas as doses apresentaram efeitos prejudiciais, indicando que doses elevadas podem ser fitotóxicas. Na dose de 50 mg L-1, algumas sementes começaram a germinar e logo em seguida o processo foi interrompido. Nas doses superiores, a maioria das sementes não iniciou o processo de germinação.

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Na exploração comercial de N. domestica é conveniente o uso da estratificação úmida como primeira opção para superação da dormência, visto que o investimento é menor e maior o custo benefício, comparado com o ácido giberélico.

AG3 y = 42,287 - 0,0048x + 0,0286x2 R2 = 0,9845 0 10 20 30 40 50 60 70 0 5 10 15 20 Concentração de AG3 (mg/L) Emergência (%)

Figura 4. Porcentagem de emergência de plântulas de Nandina domestica

Thunb, após tratamento das sementes com diferentes doses com ácido giberélico. Cascavel, 2006.

4. CONCLUSÕES

Tanto a estratificação úmida a 5°C±2°C, por 30 a 45 dias, quanto a dose de 20 mg L-1 de ácido giberélico são eficientes na superação da dormência das sementes e antecipam a emergência das plântulas de Nandina domestica thunb.

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