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DIREITO DE PREFERÊNCIA DEVER DE COMUNICAÇÃO DA VENDA

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Tribunal da Relação de Coimbra Processo nº 316/04

Relator: TOMÁS BARATEIRO Sessão: 16 Maio 2004

Votação: UNANIMIDADE Meio Processual: APELAÇÃO

DIREITO DE PREFERÊNCIA DEVER DE COMUNICAÇÃO DA VENDA

Sumário

1. Tem sido entendido que a renúncia ao direito de preferência é válida independentemente de qualquer forma especial, mas para haver renúncia relevante é necessário que se declare categoricamente que não se pretende exercer o direito quaisquer que sejam as condições que se venham a verificar na transacção do imóvel .

O termo “a quo” do prazo de 6 meses referido no artº 1410º do C. Civ. pode situar-se depois do momento em que a alienação teve lugar, mas não pode situar-se antes dele, só podendo ter início a partir da data da escritura de compra e venda

Texto Integral

ACORDAM NO TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE COIMBRA

*

I - A e mulher B propuseram a presente acção declarativa, de processo

sumário, contra os seguintes Réus: 1ºs – C e mulher D; 2ºs – E e mulher F; 3º - G; 4º -H; 5º -I; 6º -J; 7ºs – L e mulher M(todos melhor identificados nos autos).

1 – Os Autores alegam que são donos e legítimos possuidores de metade indivisa de um prédio rústico sito em Olival da Relva freguesia de Antuzede, inscrito na respectiva matriz sob o nº 1030, o qual confronta de sul com prédio rústico inscrito na mesma matriz sob o nº 1031 que era da propriedade dos ora seis primeiros Réus.

Por escritura pública de 23/5/00, estes venderam tal prédio (conjuntamente com um terceiro prédio, o inscrito na matriz predial rústica da freguesia de Vil de Matos sob o nº 2861), sucedendo que os ditos seis primeiros RR, ao

procederem a tal venda aos sétimos RR, não lhes deram aos Autores a

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possibilidade de exercerem a preferência de tal venda, que lhes assistia por o seu prédio ter área inferior à unidade de cultura.

Só em quatro de Dezembro de 2000, quando diligenciavam pela aquisição da outra metade do prédio deles AA aos comproprietários respectivos, é que tiveram conhecimento das cláusulas do contrato ora ajuizado bem como dos elementos essenciais da alienação, sendo certo que tendo os ora 7ºs RR.

realizado despesas no montante global de 733.200$00 eles AA irão depositar no prazo legalmente estipulado este montante.

Os Autores pedem que, na procedência da acção, lhes seja reconhecido o direito de preferência referenciado, havendo para si os dois prédios

mencionados e assim fazerem-se substituir aos adquirentes na titularidade do respectivo direito de propriedade, bem como sejam os Réus compradores condenados a proceder à entrega do prédio aos AA., entregando-o livre e devoluto de pessoas e bens, no mínimo, nas condições em que se encontrava no momento da escritura.

2 - Deduziram os quintos e sextos Réus a sua contestação (a fls 84 a 88), através da qual começam por excepcionar com a inexistência do direito de preferência, com a fundamentação de que à data da efectivação da compra e venda ora posta em causa, os AA ainda não tinham inscrito a seu favor na C.R.

Predial a titularidade do seu próprio prédio.

Deduzem também a excepção da caducidade da eventual preferência por alegadamente não haverem depositado o preço devido nos oito dias seguintes no despacho que ordena a citação dos RR.

Impugnam genérica e especificamente toda a matéria da P.I. que não resulte do teor dos documentos autênticos e juntos aos autos.

Concluem no sentido de que, na procedência das excepções deduzidas, devem ser absolvidos do pedido e, em qualquer caso, improcedente a acção com a sua consequente absolvição do pedido.

3 - Por sua vez, os 1ºs, 2ºs, 3º, e 4º Réus apresentaram também contestação (folhas 95 a 104), através da qual começaram por excepcionar com a

caducidade do exercício do direito de preferência por não ter sido o mesmo tempestivamente deduzido, e a renúncia oportuna ao exercício do mesmo dito direito de preferência, sendo certo que, em todo o caso a acção deverá

improceder quanto ao outro prédio igualmente vendido na mesma escritura ora em causa.

Concluem no sentido de que, na procedência das excepções peremptórias deduzidas, devem eles RR ser absolvidos da instância ou, caso assim se não entenda, ser a acção julgada improcedente e não provada com a sua

consequente absolvição do pedido.

4 - Finalmente deduziram também os sétimos Réus a sua contestação (folhas

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108 a 114), na qual deduzem igualmente as excepções da caducidade do

direito de preferência e da renúncia ao mesmo, referindo ainda que os Autores estão a litigar de má fé.

Concluem no sentido de que a acção deve ser julgada improcedente por não provada e os Autores condenados, como litigantes de má fé, em multa e indemnização, em montante a liquidar oportunamente .

5 - Os Autores responderam àquelas contestações (folhas 135 a138, 142 a 145 e 150 a 153), pugnando pela improcedência das excepções respectivamente deduzidas, nos termos que aqui se dão por integralmente reproduzidos.

6 - Entretanto (a folhas 175 e seguintes) noticiaram os Autores haverem adquirido a restante metade indivisa do prédio com o artigo matricial rústico 1030 donde neles se ter consolidado desde 12/3/01 a propriedade plena e integral do mesmo.

7 – No despacho saneador, julgaram-se improcedentes as excepções de

“ilegitimidade” de “inexistência do direito de preferência” e de “ caducidade da eventual preferência”, mas relegou-se para momento ulterior o

conhecimento e decisão sobre a excepção da caducidade do exercício do direito de preferência e a renúncia a esse direito de preferência.

Prosseguiu-se com a operação da selecção da matéria de facto mediante a devida especificação dos factos assentes e a quesitação em base instrutória dos factos controvertidos.

8 – Oportunamente, teve lugar o julgamento, tendo-se ampliado a base instrutória com aditamento dos quesitos 57º e 58º.

Encerrada a discussão da matéria de facto, respondeu-se aos quesitos nos termos que constam de folhas 531 a 533.

9 – Por sentença de 13/5/03, decidiu-se julgar a acção apenas parcialmente procedente, porque apenas parcialmente provada, em consequência do que:

a) se condenaram os Réus a reconhecer aos Autores o direito de preferência na venda do prédio rústico melhor identificado sob o “Nº1” na escritura pública celebrada em 23.05.2000 e melhor referenciada na D) dos factos assentes, havendo aqueles o direito de ficar para si com tal prédio,

substituindo-se aos outorgantes adquirentes nessa escritura e na consequente titularidade do respectivo direito de propriedade;

b) essa aquisição e substituição é condicionada ao depósito, no prazo de 10 dias, pelos AA. do montante de € 5.486,78, no que vão estes condenados também;

c) se condenam ainda ambos os RR. compradores a, no mesmo prazo de 10 dias, procederem à entrega do prédio rústico referido na al. a) aos AA., livre e devoluto de pessoas e bens e nas precisas condições em que se encontrava à data da transacção alcançada nos autos de procedimento cautelar de embargo

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de obra nova apenso.

Vão os RR. Absolvidos do demais que contra si havia sido formulado.

II – De tal sentença recorreram os 1ºs, 3º, 4º e 7ºs Réus, tendo depois alegado os 1ºs, 2ºs e 7ºs Réus, com as seguintes conclusões:

1ª - Os Autores renunciaram ao direito de preferência reclamado nos autos, ao declararem não pretender adquirir o imóvel, objecto da sua preferência, pelo preço de 1.500 contos.

2ª - Da projectada venda, do citado imóvel, foi dado verbalmente

conhecimento a ambos os Autores, não só pelos Réus vendedores, como da mesma tiveram conhecimento inclusive da data da realização da respectiva escritura – 23 de Maio do ano de 2000 – pelos seus vizinhos e até pelos próprios Réus no dia da sua outorga.

3ª - No presente caso, o projecto de venda e cláusulas do respectivo contrato foram pelos Réus vendedores transmitidas aos Autores, quando por estes foram verbalmente informados do preço da venda – Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra de 14 de Março de 1989, páginas 44 e 45 Tomo II, do Ano XIV-1989-Colectânea de Jurisprudência.

4ª - Quanto à forma de pagamento do preço e ainda na esteira do mui douto Acórdão atrás citado, este só terá que ser comunicado quando este não for a pronto, o que não sucedeu no presente caso, isto é, o preço foi pago na

totalidade no acto da outorga da escritura de compra e venda, conforme expressamente exarado nesta.

5ª - Os Autores, ao declararem que pelo preço que lhes foi comunicado e constante da escritura, não estavam interessados, renunciaram ao direito de preferência reclamado.

6ª - Os Autores, por terem tido conhecimento do projecto e posterior venda do terreno em questão, deram início à contagem do prazo que porventura lhes assistia para exercerem o seu direito de preferência, prazo este expirado à data da propositura da presente acção.

7ª - A petição inicial, ao entrar em Juízo, refere ter os Autores tido

conhecimento da outorga da escritura em finais de Novembro, princípios de Dezembro do ano de 2000, pelo que a acção terá em seu entender sido instaurada atempadamente o que e a ser valorados os depoimentos das

testemunhas arroladas nos termos e pelas razões atrás fundamentadas, e que atrás se mencionam e alguns de tais depoimentos se transcrevem, tal não se verifica, isto é, a presente acção foi proposta intempestivamente.

8ª - Entre outras disposições, a sentença violou o disposto nos artigos 416 e seguintes do Código Civil, assim como o preceituado no artigo 1410 do mesmo diploma legal.

Em contra alegações, os Autores entendem que deve ser julgado improcedente

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o presente recurso, mantendo-se a decisão recorrida.

III – Na primeira instância, consideraram-se provados os seguintes factos:

1 - Por escritura publica de 26.06.1992, celebrada no 3º Cartório Notarial de Coimbra, Otília da Conceição Cardoso dos Santos e marido, Tibério Duarte Marques, declararam vender a Fernando de Assunção Machado, ora Autor, o qual no mesmo acto declarou aceitar tal venda, metade indivisa de um prédio rústico composto de terra de semeadura e oliveiras, sito no Olival da Relva, lugar e freguesia de Antuzede, concelho de Coimbra, com a área total de 792 m2, a confrontar no todo a Norte com João Rodrigues, Sul com António de Almeida Júnior, Nascente e Poente com caminho, inscrito na matriz predial rústica sob o artº 1030º e descrito na C.R.Predial de Coimbra sob o nº 394 da freguesia de Antuzede, fracção essa cuja aquisição se encontra registada a favor do ora Autor, casado com a ora Autora, pela cota G 20000609008-Ap.8 de 2000/06/09, como tudo melhor resulta das certidões de fls 9 a 11 e 12 a 14 (docs. nºs 2 e 3 da p.i. aqui dados por reproduzidos para este efeito) - al. A) dos factos assentes.

2 - A outra metade do prédio supra identificado encontrava-se inscrita a favor de Carolina de Almeida Carvalho, casada com António Maria Ferreira, pela cota G 19881107009 – Ap.9 de 1988/11/07, tendo como causa de aquisição a partilha e sujeito passivo Manuel Carvalho dos Santos, casado com Maria da Conceição Almeida, como tudo melhor resulta da mesma certidão de fls 9 a 11, doc. Nº 2 da p.i., aqui dado por reproduzido (al. B) dos factos assentes).

3 - Por escritura pública de 12.03.2001, celebrada no 1º Cartório Notarial de Coimbra, Carolina de Almeida Carvalho e marido António Maria Ferreira declararam vender a Fernando de Assunção Machado, ora A., o qual no mesmo acto declarou aceitar tal contrato, e que consolidava a propriedade plena do imóvel, a restante metade indivisa do prédio identificado supra na al.

A) e a que se aludiu na al. B) supra, como tudo melhor resulta da certidão de fls 184 a 187, que os AA. denominaram como doc. nº 17, aqui dado por

integralmente reproduzido para todos os efeitos legais ( al. C) dos factos assentes).

4 - Por escritura pública de 23.05.2000, celebrada no 1º Cartório Notarial de Coimbra, Vitorino Alves de Almeida e mulher Elisa Rosa da Conceição Almeida (ora 1ºs RR.), Armindo Alves de Almeida (ora 2º R.), Lúcio António Brito de Almeida (ora 3º R.), Fernando Brito de Almeida (ora 4º R.), Elisabete Cristina Martins Bispo (na qualidade de procuradora de Carla Alexandra Martins de Almeida, esta ora 5ª Ré), e Pedro Miguel Martins de Almeida , ora 6º R.), declararam vender a José Alberto das Neves Rodrigues, casado com Maria de Fátima Marques Pereira Rodrigues (ora 7ºs RR.), tendo este último no acto

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declarado aceitar tal venda, o que foi igualmente autorizado por Gilberta da Piedade Afonso de Almeida (ora 2ª Ré), na qualidade de esposa do dito 2º Réu, pelo preço global de PTE. 650.000$00, que declararam os outorgantes

vendedores já haver recebido do outorgante comprador, os seguintes prédios:

- Nº 1, por PTE. 400.000$00, o prédio rústico composto de terra de semeadura e oliveiras com a área de 792 m2, sito em Olival da Relva, da freguesia de Antuzede, concelho de Coimbra, a confrontar do Norte com Manuel de

Carvalho Santos, Sul com Alberto Ferreira das Neves, Nascente e Poente com caminho, inscrito na matriz predial respectiva sob o artº 1031º, descrito na C.R. Predial de Coimbra sob o nº 1338/ Antuzede;

- Nº 2, por PTE. 250.000$00, o prédio rústico composto por terra de pinhal e mato, com a área de 1000 m2, sito em Carvalhais, freguesia de Vil de Matos, concelho de Coimbra, a confrontar do Norte com António José Freire, Sul com António dos santos, Nascente com António dos Santos e Poente com Joaquim de Almeida, inscrito na matriz predial respectiva sob o artº 2861º, descrito na C.R.Predial de Coimbra sob o nº 1206/Antuzede, (al. D) dos factos assentes).

5 - A fls 27, como doc nº 9 da p.i., encontra-se uma missiva em que figuram como remetentes os António Maria Ferreira e Carolina de Almeida Carvalho aludidos na al. B), datada de 28.11.2000, endereçada ao ora A., Fernando de Ascenção Machado, através da qual aqueles comunicam a este dar-lhe o direito de preferência na projectada venda da sua ½ do artº 1030º da

freguesia de Antuzede, em precisos termos que aqui se dão por integralmente reproduzidos (al. E) dos factos assentes).

6 - A fls 28/29, como doc. nº 10 da p.i., encontram-se duas cartas de igual teor em que figuram em ambas como remetentes os ora AA., endereçadas cada uma delas a cada um dos referidos António Maria Ferreira e Carolina de

Almeida Carvalho, através das quais os ora AA. manifestavam o seu interesse, de princípio, na aquisição da metade referida na al. E), cartas essas ambas registadas com A/R e datadas de 5.12.2000, constando os ditos A/R a fls 30 e 31 como docs. nºs 11 e 12 da p.i., os últimos ambos assinados por “Carolina Carvalho” o que tudo aqui se dá por reproduzido para estes efeitos (al. F) dos factos assentes).

7 - Pela aquisição aludida na al. D), o aí adquirente e ora 7º Réu, José Alberto das Neves Rodrigues, através do conhecimento de sisa nº 551/2000 e com data de 18 de Maio de 2000, pagou um total de PTE. 52.000$00 (certidão de fls 33/34, junta como doc. nº 14 da p.i., aqui dada por reproduzida para este efeito) - al.G) dos factos assentes.

8 - Dá-se por integralmente reproduzido o teor da conta nº 168, referente à escritura exarada no livro 220-A, folhas 100, referente à compra no valor de 650.000$00, no total de PTE. 24.700$00, emitida em 23.05.2000 em nome do

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mesmo ora 7º R., José Alberto das Neves (doc. nº 15 da p.i., junto em certidão de fls 165 a 166, aqui dado por reproduzido) - al. H) dos factos assentes.

9 - Na C.R.P. de Coimbra, pela requisição do registo da aquisição aludida na al.

D) pelo ora 7º R., foi devido o preparo inicial de PTE. 6.500$00 (doc. nº 16 da p.i., nos termos da certidão junta aos autos de fls 179 a 182, aqui dada por reproduzida para este efeito) – al. I) dos factos assentes.

10 - Nos docs nºs 7 e 13 da p.i., juntos aos autos a fls 20 e 32,

respectivamente, consta a sua emissão pela entidade “certificadora” em 4.12.2000 (al. J) dos factos assentes).

11 - A fls 48 consta o conhecimento de depósito da quantia de PTE. 733.200

$00 efectuada pelos AA. à ordem do Juiz de Direito do 5º Juízo Cível,

proveniente do “preço de compra e demais despesas do imóvel inscrito sob o artº 1030º da matriz urbana da freguesia de Antuzede - Coimbra”, datado de 2000.12.21 ( al. K) dos factos assentes).

12 - O artigo matricial rústico 1030º aludido nas als A), B) e C) confina a sul com o artigo matricial rústico 1031º aludido na alínea D) como prédio “Nº 1”

(resposta ao quesito 1º).

13 - Na confrontação Sul do dito artº 1031º encontram-se implantadas há já mais de dez anos duas residências/casas de habitação de que são proprietárias duas filhas do Alberto Ferreira das Neves que figura na matriz como titular ainda do correspondente prédio (resposta ao quesito 2º).

14 - E os demais confrontantes são caminhos (públicos) - resposta ao quesito 3º.

15 - A comunicação aludida na al. E) foi efectivamente emitida em 28.11.2000 e recebida pelos AA. em 29.11.2000 (resposta ao quesito 4º).

16 - De seguida encetaram os AA. contactos e desenvolveram diligências no sentido de procurarem saber da situação do prédio confinante artº matricial rústico 1031º (resposta ao quesito 5º).

17 - Só em 4.12.2000, ao obterem os docs. aludidos na al. J), tiveram os AA.

conhecimento integral das cláusulas, condições e teor das vendas aludidas na alínea D) - resposta ao quesito 6º.

18 - O prédio artigo matricial rústico 1031º não confinava com quaisquer prédios pertença dos vendedores na dita escritura referida na al. D) - resposta ao quesito 7º.

19 - E sempre foi este prédio destinado a terreno de cultura (resposta ao quesito 8º).

20 - Não o destinando, no momento da aquisição, o ora 7º Réu à construção urbana (resposta ao quesito 9º).

21 - A partir de Maio/Junho de 2000, parte do mesmo tem sido cultivado pela mãe do ora 7º Réu (resposta ao quesito 11º).

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22 - Os 1ºs, 2ºs, 3º, e 4º RR. receberam, por sucessão, alguns imóveis sitos na freguesia de Antuzede, entre os quais os referenciados artºs matriciais

rústicos 2861º e 1031º (resposta ao quesito 15º).

23 - Tendo há muito projectado a venda dos mesmos (resposta ao quesito 16º).

24 - E face à possibilidade de compra do artº matricial rústico 1031º por um terceiro, tiveram esses RR. o cuidado de notificar os AA da sua intenção (resposta ao quesito 17º).

25 - Para tanto enviaram-lhes uma carta a comunicar o projecto de venda (resposta ao quesito 18º).

26 - Estes últimos não se pronunciaram (resposta ao quesito 19º).

27 - Também essa venda não se efectivou (resposta ao quesito 20º).

28 - Ao surgir nova hipótese de venda do terreno em causa, no princípio de Maio de 2000, os RR. comunicaram aos AA. a sua intenção de procederem à venda (resposta ao quesito 21º).

29 - Transmitiram-lhes o preço, que diziam ser de 1.500 contos (resposta ao quesito 23º) .

30 - Fizeram-no de uma forma verbal na pessoa dos ora AA. (resposta ao quesito 24º).

31 - No acto os AA. disseram que por aquele preço não estavam interessados (resposta ao quesito 25º).

32 - À data o A. marido havia sido alvo de um acidente de trabalho, pelo qual ficou a receber uma pensão (resposta ao quesito 26º).

33 - O A vivia com algumas dificuldades económicas (resposta ao quesito 27º).

34 - Os AA. habitam junto do imóvel sito no artº matricial rústico 1030º (resposta ao quesito 31º).

35 - Em data não concretamente apurada houve diálogo entre familiares e amigos dos 7ºs RR. com os AA., os quais confirmaram a venda (resposta aos quesitos 33º e 34º).

36 - A comunicação que os seis primeiros RR. fizeram aos AA. refere-se única e exclusivamente ao prédio artº matricial rústico 1031º (resposta ao quesito 37º).

37 - A venda de um dos terrenos, na dita escritura da al. D) não se encontra pendente da venda de outros (resposta ao quesito 38º).

38 - Na mesma altura RR. vendedores e compradores chegaram a acordo quanto ao negócio também do artº matricial rústico nº 2861º (resposta aos quesitos 39º e 40º).

39 - A venda de ambos os ditos prédios ocorreu na mesma escritura só para evitar maiores despesas (resposta ao quesito 41º).

40 - Os artigos matriciais rústicos 2861º e 1031º são propriedades fisicamente distintas entre si e autónomas (resposta ao quesito 48º).

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41 - O preço da aquisição do artº rústico inscrito sob o artº 1031º, identificado na escritura a que alude a al. D) dos factos assentes sob o Nº 1, foi na

realidade pelo valor de PTE. 1.500.000$00 (resposta ao quesito 57º) .

IV – Deverá ter-se presente que a decisão recorrida só poderá ser alterada na parte impugnada pelo recurso, e o âmbito deste se determina em face das conclusões das respectivas alegações, abrangendo as questões aí contidas (artigos 684-nº3 e 690-nº1 do C.P.C.).

1 - Nas suas alegações de recurso, e na sua conclusão 7ª, os apelantes que as subscrevem fazem algumas críticas à decisão sobre a matéria de facto.

No entanto, pelo que alegam não deveria alterar-se a resposta a qualquer dos quesitos, sendo certo que não foi dado integral cumprimento ao disposto no artigo 690-A do C.P.C.. Na verdade, em qualquer das conclusões (e mesmo no corpo das respectivas alegações) não se mencionaram os concretos pontos de facto que consideram incorrectamente julgados. Isto é, os apelantes não indicaram os diversos pontos da base instrutória que consideram

incorrectamente julgados, e quais os depoimentos (ou outros elementos probatórios) que imponham resposta diversa em relação a cada um desses pontos. Não se observou o preceituado naquela disposição legal para impugnação da decisão sobre a matéria de facto, embora, pelo

desenvolvimento das suas alegações, parece que se referem sobretudo à parte da base instrutória que respeita ao prazo de caducidade de seis meses do artigo 1410-nº1 do Código Civil. Não tendo sido devidamente impugnada a decisão sobre a matéria de facto, não deve alterar-se a resposta a qualquer quesito, já que não se concretizou qual ou quais foram incorrectamente julgados, nem o sentido em que o deviam ser.

De qualquer maneira (mesmo que tivesse sido impugnada a decisão sobre a matéria de facto, com observância do artigo 690-A do C.P.C.), embora se tenha procedido à gravação da audiência final, deverá entender-se que a prova é apreciada na globalidade, e não apenas em aspectos parciais. Mesmo com os depoimentos gravados, a alteração da matéria de facto pela Relação não deve ter lugar a não ser em caso de evidente desconformidade entre os elementos de prova e a decisão, devendo ter-se em conta que o Juiz, perante quem foi prestado o depoimento, está em melhores condições, do que quem o ouve gravado, para apreciar a sua veracidade, tendo em conta a espontaneidade e convicção de quem o presta, a sua maior ou menor precisão e outros

pormenores, que só quem está perante o depoente poderá apreciar e que ajudam a formar a convicção do julgador.

A força probatória dos depoimentos das testemunhas é apreciada livremente pelo Tribunal (artigo 396 do Código Civil), e parte dos documentos dos autos são particulares, sem força probatória plena e de livre apreciação por parte do

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julgador (artigos 366 e 373 a 378 do mesmo Código). Para se alterar a decisão sobre a matéria de facto, é necessário demonstrar-se que houve erro na

apreciação da prova, o que será difícil quando os meios de prova poderão ser equívocos no sentido pretendido pelos recorrentes ou quando sejam

contrariados por outros elementos de credibilidade idêntica, ou que assim se possam ou devam considerar.

Embora seja permitida a reapreciação dos elementos de prova constantes do processo, podendo a 2ª instância adquirir uma convicção diferente daquela a que chegou a 1ª, alterando a decisão do tribunal recorrido em certos pontos questionados, como se diz no Acórdão da Relação do Porto de 19/9/00 (Col.

2000-IV, páginas 186/187), não se impõe a realização de novo e integral julgamento nem se admite recurso genérico contra a errada decisão da matéria de facto. No mesmo acórdão se diz que, “porque se mantêm

vigorantes os princípios da imediação, da oralidade, da concentração e da livre apreciação da prova e guiando-se o julgamento humano por padrões de probabilidade e nunca de certeza absoluta, o uso, pela Relação, dos poderes de alteração da decisão da 1ª instância sobre a matéria de facto deve

restringir-se aos casos de flagrante desconformidade entre os elementos de prova disponíveis e aquela decisão, nos concretos pontos questionados”.

Só quando os elementos dos autos levem inequivocamente a uma resposta diversa da dada na primeira instância, é que se deve alterar a resposta a qualquer quesito, estando-se perante um erro de julgamento.

O mesmo não sucederá quando existam elementos de prova contraditórios (ou de interpretações diferentes), devendo neste caso valer a resposta dada no tribunal recorrido, já que se entra no âmbito da convicção e liberdade de julgamento, que não cabe a este Tribunal da Relação controlar

(artigo 655 do C.P.C.).

2 – Como se deduz do aludido no número anterior, embora mal impugnada a decisão sobre a matéria de facto (nem devendo conhecer-se de tal

impugnação), parece que os impugnantes se referem sobretudo à parte da base instrutória que respeita ao prazo de caducidade de seis meses do artigo 1410-nº1 do Código Civil.

Assim, nos termos desta disposição legal, os Autores deveriam propor esta acção, dentro do prazo de seis meses, a contar da data em que tiveram conhecimento “dos elementos essenciais da alienação”...”

Seguramente que, entre esses elementos figuram o preço, as condições do seu pagamento e a pessoa do adquirente.

Como se diz na sentença recorrida, à luz daquele dispositivo legal e

interpretação pacífica que do mesmo é feita, é perfeitamente irrelevante um conhecimento singelo que porventura tivesse havido da intenção de venda ou

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até de um preço pretendido.

Referiu-se também que os Réus não lograram provar a factualidade que alegaram para este efeito e cujo ónus lhes incumbia (artº 343-nº 2 do Código Civil), mencionando-se as respostas negativas aos quesitos 22º, 28º a 30º, 32º, 35º, 36º, 42º a 47º e 49º a 56º e restritivas aos quesitos 23º e 33º (34º) ao que acresce os Autores haverem feito a prova positiva de que só em 4/12/00

tiveram conhecimento integral das cláusulas, condições e teor das vendas em causa (resposta ao quesito 6º), que são as que se encontram tituladas na escritura pública de 23/5/00.

Na fundamentação das respostas a quesitos acabados de referir e outros, relacionados com a não verificação da aludida caducidade, invocaram-se os depoimentos das testemunhas Mário Morais, António Morais, António

Abrantes e Jorge Santos. E, quanto a testemunhas que teriam presenciado uma conversa do Réu Armindo Alves de Almeida para os Autores (Maria de Lurdes Abrantes e Cristina Carpinteiro de Almeida), referiu-se que “não

deixaram de reconhecer que se encontravam a alguma distância do local onde decorreu a conversa, não logrando convencer quanto à efectiva circunstância de terem sido transmitidas todas as cláusulas da projectada venda, pois que em sentido negativo igualmente apontavam os próprios depoimentos de parte dos co-RR. Armindo Almeida, Gilberta Almeida e Vítor Almeida –

independentemente da contradição detectada até entre alguns destes

depoimentos quanto à efectiva data/tempo em que teve lugar a deslocação ao local...”.

É certo que os apelantes indicam alguns depoimentos no sentido da sua versão, mas há outros em sentido diferente (e contraditório), o que confirmámos ao ouvir as cassetes com o respectivo registo.

No entanto, como se referiu na fundamentação das respostas aos quesitos, há depoimentos de parte que apontam no sentido de não terem sido transmitidas aos Autores todas as cláusulas do projecto de venda, nem desta após a sua concretização.

Na verdade, o Réu Vitorino Alves de Almeida referiu que, na conversa com os Autores, não disse a quem iam vender, nem a data da escritura; o Réu

Armindo Alves de Almeida disse que, quando ofereceu o prédio aos Autores, ainda não tinham comprador, e depois de terem comprador não falou no preço; e a Ré Gilberta da Piedade Afonso de Almeida disse também que, na conversa com os Autores, não foi referido a quem iam vender, nem quando ia ser feita a escritura.

Havendo elementos para qualquer das versões, e não os tendo seguros para contrariar a que vingou na primeira instância, não a podemos alterar.

Na verdade, há que continuar a respeitar os princípios da oralidade,

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imediação, concentração e livre apreciação da prova, só devendo alterar a decisão da matéria de facto da primeira instância em casos de flagrante desconformidade entre os elementos de prova disponíveis e aquela decisão, o que não é o caso dos presentes autos.

Mesmo que a decisão sobre a matéria de facto tivesse sido correctamente impugnada (o que não aconteceu, como se referiu atrás), não havia razão para lhe fazer qualquer alteração, improcedendo o que em contrário se pretende com a conclusão 7ª, das alegações dos apelantes.

3 – Na sentença recorrida entendeu-se que os Autores tinham direito de preferência nos termos do artigo 1380-nº1 do Código Civil, em relação ao prédio a que corresponde o artigo matricial rústico 1031, mencionado no Nº1 da escritura de 23/5/00, não estando em causa neste recurso a verificação dos requisitos legais quanto a esse direito de preferência, mas apenas o saber se houve renúncia a tal direito, ou se caducou o seu exercício.

Nos termos do nº4 do artigo 1380 do Código Civil, “é aplicável ao direito de preferência conferido neste artigo o disposto nos artigos 416º a 418º e 1410º, com as necessárias adaptações”.

Como resulta do artigo 416 (aqui aplicável por força do artigo 1380-nº4), do Código Civil, querendo vender o prédio em causa nestes autos, os Réus

vendedores deviam comunicar ao titular do direito de preferência (neste caso os Autores), “o projecto de venda e as cláusulas do respectivo contrato” (nº1), devendo o titular exercer o seu direito dentro do prazo de oito dias, sob pena de caducidade, salvo se lhe for assinalado prazo mais longo (nº2).

Assim, ao pretenderem vender o prédio em causa nestes autos, impunha-se aos vendedores a obrigação de darem conhecimento do projecto de venda aos Autores. A estes, enquanto preferentes, cabia apenas a demonstração desta qualidade e a da concretização do negócio.

Aos Réus cabia a demonstração de que o direito de preferência daqueles se extinguiu ou foi exercido fora de prazo (artigos 342-nº2 e 343-nº2 do Código Civil).

Como se diz na sentença recorrida, tem sido entendido que a renúncia é válida independentemente de qualquer forma especial, mas para haver renúncia relevante é necessário que se declare categoricamente que não se pretende exercer o direito quaisquer que sejam as condições que se venham a verificar.

No entanto, os Réus não lograram provar tal renúncia por parte dos Autores (respostas negativas aos quesitos 42º a 47º).

E os factos constantes das respostas aos quesitos 21º e 23º a 25º são também insuficientes para se considerar idónea a comunicação nos termos do artigo 416 do Código Civil, sendo certo que não consta terem sido indicadas aos Autores todas as cláusulas do contrato (designadamente condições de

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pagamento e pessoa do adquirente). E, considerando não provado que os vendedores efectuassem a comunicação, dentro do condicionalismo a que se achavam legalmente obrigados, também não pode falar-se em renúncia por parte dos Autores.

Assim, conclui-se pela improcedência da pretendida renúncia ao exercício do direito de preferência por parte destes, improcedendo o que em contrário se pretende com as conclusões 1ª a 5ª das alegações dos apelantes.

4 - Nos termos do artigo 1410-nº1 do Código Civil, "o comproprietário a quem se não dê conhecimento da venda.., tem o direito de haver para si a quota alienada, contanto que o requeira dentro do prazo de seis meses, a contar da data em que teve conhecimento dos elementos essenciais da alienação...".

O artigo 416 do Código Civil é aplicável antes da alienação da coisa a que respeita o direito de preferência.

Verificado o incumprimento do que se prescreve no nº1 deste artigo, como se referiu supra nº3, põe-se agora a questão da caducidade do direito de agir nos termos do artigo 1410-nº1 do Código Civil.

O direito deve ser então exercido neste caso dentro do prazo legalmente

estipulado, sob pena de caducidade. Esta norma pressupõe a concretização do negócio de compra e venda, e o respectivo prazo não começa a correr, antes desta, mas a partir da data em que o titular do direito de preferência "teve conhecimento dos elementos essenciais da alienação".

Como se diz no Ac. da R.C. de 29/10/85 (Col. 1985-IV, página 84), "o termo a quo do prazo de 6 meses, referido no artº 1410º do C. Civil, pode situar-se depois do momento em que a alienação teve lugar, mas não pode situar-se antes dele”.

Só é a partir da data da escritura pública de compra e venda que tal prazo poderá ter início - nunca antes dessa data. Se, nessa data, o preferente teve conhecimento da venda e dos elementos essenciais da alienação, é a partir daí que se contam os seis meses; se só posteriormente à data da escritura pública os preferentes tiveram esse conhecimento, o prazo de seis meses inicia-se em data posterior (ou seja na data do conhecimento da venda e dos elementos essenciais da alienação). .

No caso de não ter sido feita regularmente a comunicação nos termos do artigo 416 do Código Civil, o preferente só pode exercer o seu direito após a venda.

"É no momento em que se opera a alienação que o direito de preferência se radica no seu titular, que ingressa efectivamente, não apenas virtualmente, no património deste" (Ac. S. T.J. de 28/7/87 - B.M.J. 369°, página 539).

No caso destes autos, a alienação só se efectivou com a escritura pública, essencial para a sua validade (artigo 875 do Código Civil).

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Não podendo os Autores exercer o seu direito até à respectiva escritura, antes da data desta não começou a correr o prazo de caducidade a que nos vimos referindo (artº 329 do C.C.).

Como também se refere no Acórdão desta Relação de 29/10/85, supra citado,

"os elementos essenciais de uma alienação só são cognoscíveis, como tais, depois da alienação ter ocorrido".

Como já atrás se mencionou (supra nº2), referindo a sentença recorrida, os Réus não lograram provar a factualidade que alegaram para este efeito e cujo ónus lhes incumbia (artº 343-nº 2 do Código Civil), mencionando-se as

respostas negativas aos quesitos 22º, 28º a 30º, 32º, 35º, 36º, 42º a 47º e 49º a 56º e restritivas aos quesitos 23º e 33º (34º) ao que acresce os Autores haverem feito a prova positiva de que só em 4/12/00 tiveram conhecimento integral das cláusulas, condições e teor das vendas em causa (resposta ao quesito 6º), que são as que se encontram tituladas na escritura pública de 23/5/00.

Assim, improcede também a aludida excepção de caducidade, assim como as restantes conclusões (6ª e 8ª) das alegações dos apelantes.

V – Em função do exposto, acorda-se em julgar improcedente a apelação e confirmar a decisão recorrida.

Custas pelos 1ºs, 2ºs e 7ºs Réus (ora apelantes).

Coimbra, 18/5/04

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