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Serv. Soc. Soc. número106

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Academic year: 2018

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203 Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 106, p. 203-204, abr./jun. 2011

Editorial

Em meio aos impasses e desaios que cercam o debate atual sobre um projeto estratégico de transformação social para o Brasil, este número da revis‑ ta Serviço Social & Sociedade apresenta, como referência analítica, um conjun‑ to de relexões e perspectivas que se colocam para o Serviço Social e para as Políticas Sociais neste início de século XXI, com suas profundas transformações societárias, o agravamento das desigualdades sociais e a “degradação da vida humana e da natureza” como nos lembra Barroco, no primeiro artigo deste número. Contexto que nos convoca para uma extensa, nova e inquietante agen‑ da de questões e no qual, a partir de suas ambiguidades e contradições, emerge uma nova sociabilidade, decorrente das mudanças no mundo do trabalho e da metamorfose do cidadão, sujeito de direitos em consumidor individual do mer‑ cado. O que intensiica e aprofunda, para a proissão, demandas relacionadas à universalização das políticas públicas e realização de direitos para o conjunto da classe trabalhadora, em diversas perspectivas.

É, nesse sentido, que são tratados neste número da Revista, temas relativos à educação e à formação proissional dos assistentes sociais e de outros traba‑ lhadores no âmbito das Políticas Públicas. Nessa direção, é problematizada a formação dos assistentes sociais, um dos eixos fundamentais do projeto prois‑ sional, no âmbito das contrarreformas do ensino superior brasileiro; e as práti‑ cas de educação em Saúde Pública, este último artigo desenvolvido à luz da teoria da Ação Comunicativa de J. Habermas.

Vem de Portugal uma contribuição para a relexão sobre o duo exclusão‑in‑

clusão social, lançando um olhar, a partir da situação em Portugal e na União Europeia, sobre os fatores críticos que conduzem à exclusão social dos grupos mais vulneráveis e analisando as tendências das políticas sociais para combater os problemas emergentes na sociedade atual.

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204 Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 106, p. 203-204, abr./jun. 2011 trabalho “mais simples e de frágil proteção social”, é outro aspecto que expres‑ sa os estreitos limites em que se movem as perspectivas de integração social pela via do trabalho, como nos mostra o texto de Simone Lessa, que traz ao debate os impasses e os paradoxos contidos nessa experiência, que têm como suposto a ideia de que a educação é elemento central na superação da desigual‑ dade social.

Ainda no campo das questões que envolvem o debate sobre as tendências do trabalho na sociedade contemporânea, comparece o estudo instigante sobre os interesses presentes em uma cooperativa de catadores de matérias recicláveis da cidade de Santa Helena (PR), no qual os autores concluem tratar‑se de uma “cooperfraude”, ou seja, uma atividade econômica que suprimiu os princípios

do cooperativismo, isentou o capital das responsabilidades trabalhistas e foi legitimada pelo Estado.

Finalizando o conjunto de artigos que compõem este número, são proble‑ matizados, no campo da gestão pública, os denominados benefícios eventuais como direitos a serem viabilizados em âmbito municipal pela política de assis‑ tência social, bem como os desaios que se apresentam na pesquisa sociourba‑ nística para conhecer e acompanhar trajetórias de vida de moradores do espaço urbano. Como bem dizem os autores Koga e Ramos, “o (re)conhecimento sobre as trajetórias de vida dos chamados “usuários” das políticas públicas poderia representar uma chave importante para processos da gestão pública na qual os cidadãos encontrem‑se na centralidade do interesse e prevaleça a conexão in‑ divisível entre os campos urbano e social”.

Na seção de Resenhas, a professora Beatriz Augusto de Paiva apresenta e comenta o livro O Sistema Único de Assistência Social no Brasil: uma realida‑

de em movimento, recém lançado pela Cortez Editora, destacando a importância

da investigação crítica, do “conhecimento autônomo e coletivo” face aos enor‑ mes desaios para a garantia do direito socioassistencial no Brasil.

Fechamos este Editorial com o alerta da Professora Lúcia Barroco em relação à dimensão política que assume na atualidade o enfrentamento teórico do neoconservadorismo pela proissão, sendo uma tarefa que supõe “a desmis‑ tiicação dos seus pressupostos e dos seus mitos irracionalistas que falseiam a história”. Esperamos que este número da revista Serviço Social & Sociedade

Referências

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