Estações de Trabalho
Hélio Camargo Jr.
Marcos Daisuke Oyama
INPE
dezembro/2001
Apresentação
No documento final do I-EPGMET (Encontro dos Alunos de Pós-Graduação em Meteorologia), realizado em 2000, expressa-se claramente que os alunos gostariam de ter cursos introdutórios dos principais softwares e linguagens de programação utilizados pela comunidade de Meteorologia do INPE. Desde então, essa demanda permaneceu presente, mas adormecida. Recentemente, em setembro, com a retomada das discussões sobre a necessidade de cursos, propôs-se a elaboração de apostilas simples, básicas, voltadas para o usuário que nada ou muito pouco conhece do software ou da linguagem de programação. Dessa proposta nasceu o Projeto Apostila.
O Projeto Apostila é composto de 5 grupos. Cada grupo foi responsável pela elaboração de uma apostila sobre um software ou uma linguagem de programação. Os grupos são: Rosane Chaves e Daniel Andres (Grads); Rita Andreoli e João Carlos Carvalho (Fortran); Luis Marcelo de Mattos Zeri (Matlab); Pablo Fernandez e Emanuel Giarolla (Latex); e Hélio Camargo e Marcos Oyama (Unix). Os grupos, durante 2 meses, trabalharam intensamente (sem se descuidar das suas dissertações e teses) para produzir as apostilas. A apostila que você está recebendo é fruto do esforço de um dos grupos.
Gostaríamos de agradecer a todos os colegas que revisaram a versão "0" das apostilas: Alexandra Amaro de Lima, Antônio Marcos Mendonça, Edna Sousa, Elizabeth Reuters, Everson dal Piva, José Francisco de Oliveira Júnior, Marcos Yoshida, Maurício Bolzan, Patrícia Moreno Simões, Paulo Marcelo Tasinaffo, Raimundo Moura, Rodrigo de Souza e Wantuir Aparecido de Freitas. As sugestões, críticas e os comentários apresentados foram de grande valia. Muito obrigado!
Gostaríamos, também, de agradecer a Anísio Moliterno por disponibilizar a área pública da fractal para os arquivos de exemplos das apostilas.
As apostilas não têm o objetivo de competir com os cursos que são oferecidos pelo CPTEC ou INPE, mas complementar. A idéia é que o usuário, após estudar a apostila, possa caminhar sozinho, consultando manuais ou os colegas; ou seja, torne-se independente. A apostila é uma ponte, não o fim. Recomenda-se aos leitores da apostila que façam os cursos oferecidos em São José dos Campos ou Cachoeira Paulista: sempre temos algo a aprender! Além disso, no futuro, as apostilas podem servir de base para cursos ministrados por alunos-instrutores.
Espera-se que, no futuro, outros Projetos Apostila sejam realizados, melhorando e atualizando as apostilas existentes. Além disso, outras apostilas (p.ex. Fortran 90), poderão ser elaboradas.
Boa leitura!
Instalação dos exemplos
Peça a alguém do Suporte (ou algum colega que conheça um pouco de UNIX) para instalar os exemplos na sua área. As instruções são as seguintes:
1. Transfira (via ftp, como usuário anônimo) o arquivo instala_apostila da área pública da fractal ( /pub/software/apostila ) para o home do usuário.
(em negrito está o que você deve digitar; θ é a tecla Enter)
nevasca:/home/fulano>ftp fractal θ Name (fractal:fulano):anonymous θ Guest login ok...
Password:fulano@cptec.inpe.br θ #ATENÇÃO: não irá aparecer na tela!
Guest login ok...
ftp>cd pub/software/apostila θ ftp>asc θ
ftp>get instala_apostila θ ftp>quit θ
nevasca:/home/fulano>
2. Abra a permissão de execução de instala .
nevasca:/home/fulano>chmod u+x instala_apostila θ
3. Execute instala_apostila (e entre com as informações pedidas durante a instalação).
nevasca:/home/fulano>instala_apostila θ
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Explicação
Para permitir que o usuário acompanhe e faça atividades da apostila, o diretório unix_ap é criado no home do usuário.
O diretório unix_ap contém:
dados.txt - arquivo em ASCII
nome - arquivo em ASCII
saudacao - arquivo em ASCII
exemplos - diretório que contém:
turma.jpg - figura em jpg
cem - diretório que contém 89 arquivos em ASCII
livro - diretório que contém :
apendice - arquivo em ASCII
cap1 - arquivo em ASCII
cap2 - arquivo em ASCII
cap3 - arquivo em ASCII
cap_intro - arquivo em ASCII
Sumário
Considerações iniciais... 01
1 - O ambiente gráfico das estações de trabalho ... 02
2 - Comandos básicos do UNIX ... 10
3 - Comunicando com a rede... 17
3.1 - Telnet ... 17
3.2 - Ftp ... 19
3.3 - Email ... 22
4 - Resumo dos comandos... 23
Referências e links... 24
Considerações iniciais
Esporadicamente, o diálogo com o computador ainda é considerado traumático por muitos. A quebra da barreira que existe entre as mãos do usuário e o teclado é penosa e difícil, pelo menos até a aprendizagem mínima da linguagem ou da ferramenta que se vai utilizar. O intuito deste material é quebrar essa barreira de maneira simples e sem grandes traumas.
Especificamente, o objetivo desta apostila é familiarizar o usuário com os recursos mais básicos disponíveis nas estações de trabalho (WS, WorkStations). A apostila é indicada para todos que nunca ou pouco utilizaram as WS, mas estão acostumados a trabalhar em PCs - normalmente, sob o Microsoft Windows
∗.
Por um lado, as WS possuem um ambiente gráfico muito semelhante ao Windows. Nesse ambiente, há a coexistência de muitas janelas e utiliza-se frequentemente o mouse. Da mesma forma que no Windows, podemos ativar, minimizar, maximizar e mover janelas, e executar comandos clicando nos menus. Para o iniciante (em WS), esse ambiente vai lhe parecer bastante familiar (e amigável). Alguns recursos do ambiente gráfico - aqueles que o usuário deve, obrigatoriamente, saber - estão mostrados no Capítulo 1.
Por outro lado, grande parte do trabalho em WS se desenvolve em uma janela particular do ambiente gráfico: o Terminal. No Terminal, trabalhamos com o sistema operacional UNIX e utilizamos, exclusivamente, o teclado.
O que é UNIX? De uma maneira simples, o UNIX é um sistema operacional que gerencia a capacidade de um computador e a aloca entre todos os seus usuários. Para os mais "veteranos", podemos dizer, pragmaticamente, que trabalhar com o UNIX é semelhante a trabalhar com o DOS - por exemplo, no Windows 95/98, o Terminal seria a janela "Prompt do MS-DOS". No UNIX, trabalhamos com comandos digitados e executados via teclado, da mesma forma que no DOS. Os principais comandos do UNIX de gerenciamento de arquivos - aqueles que consideramos de maior utilidade ao iniciante - estão apresentados no Capítulo 2.
Para completar o conjunto de ferramentas que o iniciante deve dominar, apresentamos alguns comandos de comunicação com a rede no Capítulo 3. Um resumo dos comandos (para consulta rápida) é encontrado no Capítulo 4.
Em todos os Capítulos, recomenda-se fortemente que o usuário siga as instruções e faça os exemplos. A apostila é baseada em atividades nas quais o usuário deve, realmente, "botar a mão na massa". Faça as atividades (e tente outras coisas, não se sinta limitado às instruções da apostila - não tenha medo) à medida que você avança na leitura.
Esperamos que, com o estudo deste material, o leitor consiga ganhar conhecimento e confiança para utilizar as estações de trabalho.
∗
Para aqueles que já dominam os recursos apresentados nesta apostila, e que queiram aprofundar os seus
conhecimentos de UNIX, uma outra apostila está sendo elaborada, devendo ser disponibilizada no início de 2002.
1 - O ambiente gráfico das estações de trabalho
Neste Capítulo, vamos mostrar como entrar (log in) e sair (log out) do sistema, e mostrar alguns recursos do ambiente gráfico das estações de trabalho. Como foi apresentado nas Considerações iniciais, esse ambiente nos lembra o do Microsoft Windows.
Pedimos uma atenção especial à janela chamada Terminal. No Capítulo 2, quando abordarmos os comandos básicos do UNIX, utilizaremos exclusivamente o Terminal.
Siga, sequencialmente, as instruções.
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1. Antes de utilizar o sistema, é necessário contactar o administrador da rede e abrir uma conta.
Então, você recebe um username e um password (senha).
Atenção
• No UNIX, as letras maiúsculas e minúsculas são consideradas diferentes; portanto, o username fulano é diferente de Fulano .
• Na sua senha, procure colocar caracteres especiais (p.ex. !, @, #, $ etc), letras maiúsculas e números. Isso contribui para a segurança do sistema.
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2. Escolha uma estação de trabalho para utilizar o sistema. Cada estação - também chamada de máquina - possui um nome (em SJC, temos a nevasca, urano, terra, netuno, fractal, fenix etc; em CP, temos nomes indígenas: yabae, guara, tajyra, sassy etc). Vamos escolher a nevasca (lembre-se que poderia ser qualquer outra estação). Ligue o monitor e espere (alguns segundos) até aparecer a janela mostrada na Figura 1 (se o monitor estiver ligado, mas a tela estiver preta, basta mexer o mouse e esperar que o monitor "acorde" - isso pode levar alguns segundos). Siga as instruções da Figura 1.
Figura 1
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3. Após pressionar Enter, aparecerá a janela mostrada na Figura 2a. Estando em CP, siga as instruções da Figura 2a. Estando em SJC, verifique, antes, o tipo de sessão.
• Se for o "Common Desktop Environment" (Figura 2b), então siga as instruções da Figura 2a.
• Se não for o "Common Desktop Environment", mude o tipo de sessão seguindo as instruções da Figura 2c (no caso, de "Open Windows" para "Common Desktop Environment"). Então, siga as instruções da Figura 2a.
Figura 2a
Figura 2b
Figura 2c
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4. Se os dados (username e password) foram corretamente preenchidos, aparecerá uma área de trabalho, conforme mostrado Figura 3, indicando que você entrou no sistema. Note que a área de trabalho é muito semelhante à do Microsoft Windows. Na parte inferior da área de trabalho, há uma barra de menus. A partir dela, vários recursos e aplicativos que podem ser acionados. Há, também, o Terminal (ATENÇÃO: em CP, essa janela é chamada dtterm). Se o Terminal não aparece na sua área de trabalho, não se preocupe; no item 7, mostra-se como fazê-lo aparecer.
Figura 3
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5. Ao entrar no sistema, você pode utilizar até 4 áreas de trabalhos. Clique nos botões One, Two, Three e Four da barra de menus para entrar em cada uma dessas áreas. Por exemplo, a Figura 4 mostra como mudar para a área Two. Note que cada área possui um fundo de tela diferente
*.
Figura 4
*
Os nomes One, Two, Three e Four podem ser mudados; se você estiver na área One, clique no botão One, edite o
nome desejado e pressione a tecla Enter.
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6. Estando em alguma das áreas de trabalho disponíveis, vamos abrir um editor de texto ("Text Editor") semelhante ao Notepad do Windows. Siga as instruções mostradas na Figura 5.
Figura 5
Surgirá, na área de trabalho, um editor de texto, que é mostrado na Figura 6. Digite algumas palavras, grave (clique em File-Save) e feche o editor (clique em File-Close). O procedimento de gravar, abrir e fechar arquivos é igual ao usado em micros.
Figura 6
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7. Vamos abrir um Terminal. Mesmo que já haja uma janela aberta, você pode abrir outras - e ficar com um monte de janelas na sua área de trabalho! Estando em CP, siga as instruções mostradas na Figura 7a; em SJC, na Figura 7b.
Figura 7a (CP)
Figura 7b (SJC)
Surgirá, na área de trabalho, uma janela Terminal (em CP, dtterm), que é mostrado na Figura 8.
O cursor é o retângulo preto que fica piscando quando a janela está ativa. O cursor indica onde irá aparecer o que digitarmos no teclado. O prompt é um conjunto de caracteres que nos mostra a máquina que está sendo usada - nevasca; e o diretório em que estamos - fulano , que está "dentro"
(i.e. é um subdiretório) do diretório home . Note que a sequência de diretórios está separada por /.
Figura 8
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8. O usuário interessado em aprender mais sobre os recursos disponíveis do ambiente gráfico (por exemplo, File Manager, semelhante ao Windows Explorer) pode consultar um help on-line. Siga as instruções mostradas na Figura 9 para acessar esse help.
Figura 9
Aparecerá a janela mostrada na Figura 10. Basta clicar nos tópicos (linhas sublinhadas) ou ícones para navegar pelo help.
Figura 10
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9. Vamos sair do sistema. Siga a instrução mostrada na Figura 11.
Figura 11
Aparecerá a janela mostrada na Figura 12, no meio da tela, pedindo a confirmação da saída. Siga a instrução mostrada na Figura 12 (em CP, no botão esquerdo, está escrito "Continue logout" ao invés de OK).
Figura 12
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Comandos básicos do UNIX
Em 12 etapas, apresentamos os comandos mais básicos (e, talvez, os mais utilizados) do UNIX.
Siga, sequencialmente, as instruções.
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1. Entre no sistema. Ative o Terminal, clicando nela com o mouse (o deve estar piscando). O prompt mostra que estamos no diretório fulano . Em caso de dúvidas, leia o item 7 do Capítulo 1.
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2. Para mudar de diretórios, utiliza-se o comando cd . Vamos entrar no diretório unix_ap , que é um subdiretório de fulano .
ATENÇÃO
Daqui em diante:
- as atividades que você deve realizar estão em cor vermelha;
- as letras em negrito são as que você deve digitar;
- a letra grega θ representa a tecla Enter;
- o prompt e as respostas do UNIX estão em fonte normal;
- e os comentários são feitos após o #;
- os exemplos em cor preta são somente para serem lidos;
- a verificação - se um comando foi executado com sucesso - está em azul (e você deve realizar).
nevasca:/home/fulano>cd unix_ap θ # θ representa a tecla Enter nevasca:/home/fulano/unix_ap>
O prompt mostra que entramos em unix_ap . Vamos, agora, retornar ao diretório fulano .
nevasca:/home/fulano/unix_ap>cd .. θ #ATENÇÃO: há um espaço entre cd e ..
nevasca:/home/fulano>
O prompt mostra que retornamos ao diretório fulano . No UNIX, o .. significa diretório anterior; e
. , diretório atual. Execute:
nevasca:/home/fulano>cd . θ #ATENÇÃO: há um espaço entre cd e .
o que acontece?
*Podemos mudar de diretórios, "um a um" ou "de uma vez" (por exemplo, quando conhecemos a sequência de diretórios). A partir de fulano , de duas formas, vamos até o diretório / (também conhecido por "raiz", pois contém todos os outros diretórios) e voltar ao unix_ap .
#mudando "um a um"
nevasca:/home/fulano>cd .. θ nevasca:/home>cd .. θ
nevasca:/>
nevasca:/>
nevasca:/>cd home θ
nevasca:/home>cd fulano θ
nevasca:/home/fulano>cd unix_ap θ nevasca:/home/fulano/unix_ap>
#mudando "de uma vez"
nevasca:/home/fulano>cd ../.. θ nevasca:/>
nevasca:/>
nevasca:/>cd home/fulano/unix_ap θ nevasca:/home/fulano/unix_ap>
*