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Análise de resultados e impactos do FECOP nos municípios cearenses com ênfase na educação

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Academic year: 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA

FRANCISCO FARLEY CORDEIRO TEIXEIRA

ANÁLISE DE RESULTADOS E IMPACTOS DO FECOP NOS MUNICÍPIOS CEARENSES COM ÊNFASE NA EDUCAÇÃO

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FRANCISCO FARLEY CORDEIRO TEIXEIRA

ANÁLISE DE RESULTADOS E IMPACTOS DO FECOP NOS MUNICÍPIOS CEARENSES COM ÊNFASE NA EDUCAÇÃO

Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Economia, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Economia.

Orientador: Prof. Dr. Paulo Melo de Jorge Neto.

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T267a Teixeira, Francisco Farley Cordeiro

Análise de resultados e impactos do FECOP nos municípios cearenses com ênfase na educação. / Francisco Farley Cordeiro Teixeira. 2008.

43 f. il.

Orientador: Prof. Dr. Paulo Melo de Jorge Neto

Dissertação (Mestrado Profissional) – Universidade Federal do Ceará. Curso de Pós-Graduação em Economia, CAEN, Fortaleza, 2008.

1. Educação. 2. Pobreza. I. Título.

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FRANCISCO FARLEY CORDEIRO TEIXEIRA

ANÁLISE DE RESULTADOS E IMPACTOS DO FECOP NOS MUNICÍPIOS CEARENSES COM ÊNFASE NA EDUCAÇÃO

Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Economia, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Economia. Área de concentração Economia do Setor Público.

Aprovada em 18 de dezembro de 2008.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________ Prof. Dr. Paulo Melo de Jorge Neto (Orientador)

Universidade Federal do Ceará – CAEN/UFC

___________________________________________________________ Prof. Dr. Mauricio Benegas

Universidade Federal do Ceará – CAEN/UFC

____________________________________________________________ Prof.ª Dra. Eveline Barbosa Silva Carvalho

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RESUMO  

 

O presente trabalho objetiva analisar empiricamente os resultados e impactos do fundo de combate à pobreza (FECOP) nos municípios cearenses, dando ênfase na educação, uma vez que quase metade da população do Estado esta inserida abaixo da linha da pobreza. Além disso, o Ceará é marcado pela má distribuição de renda, e uma das principais estratégias de combate à pobreza e de redução da desigualdade, são as políticas educacionais. Para desenvolver esta avaliação, foram utilizados dois modelos Probit, um que mensura o efeito gestão do município que recebeu recursos do FECOP e outro que avalia o desempenho dos resultados obtidos pelos municípios em decorrência de suas ações, motivados pelo esforço da sua gestão. No tocante aos resultados, pode-se inferir que o efeito-gestão do município o estoque de oferta de serviços da educação não foi determinante para explicar se o município está ou não entre os contemplados com programas de educação custeados com recursos do FECOP e, ainda, os municípios contemplados não se diferenciam dos demais por apresentarem maior esforço de gestão; no segundo modelo, no entanto, que avalia o desempenho dos resultados obtidos na educação é possível inferir que o nível inicial de desempenho da educação tem um efeito positivo em ter ou não programas de educação, e os municípios contemplados pelo FECOP se diferenciam dos demais por apresentarem maior evolução do desempenho; assim como no modelo gestão, a dimensão econômica dos municípios cearenses apresentou menor probabilidade de estes serem contemplados com recursos do FECOP.

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ABSTRACT

This study aims to examine empirically the results and impacts of the fund to combat poverty (FECOP) municipalities in Ceará, with emphasis on education, since almost half the population of this state inserted below the poverty line. Moreover, Ceará is characterized by poor distribution of income, and a major strategy for combating poverty and reducing inequality are educational policies. To develop this assessment, we used two Probit models, one that measures the effect of the management council that received the FECOP and other resources that evaluates the performance of the results obtained by the municipalities due to their actions, motivated by the effort of its management. Concerning the results, it can be inferred that the effect, the stock management of the municipality to provide services of education was not crucial to explain whether or not the municipality is among the programs included with the education funded with resources from FECOP and yet the municipalities covered are no different from the others make greater effort by management, the second model, however, that assesses the performance of results in education it seems that the initial level of performance of education has a positive effect on whether or no education, and cities covered by FECOP differ from the others by greater development of the present, as well as model management, the economic dimension of Ceará municipalities showed lower probability of being covered with these features FECOP.

Keywords: Poverty, Education, FECOP, empirical evaluation.

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LISTA DE TABELAS

 

1 Total de arrecadação do FECOP – 2004/2006 (em R$) ... 19

2 Divisão dos recursos do FECOP por Secretária – 2004/2006 (em R$)... 20

3 Composição dos ISG e do ISD ... 31

4 Resultado do Modelo Gestão... 33

5 Efeito Marginal do Modelo Gestão ... 34

6 Resultado do Modelo Desempenho... 35

7 Efeito Marginal do Modelo Desempenho ... 35

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LISTA DE QUADROS

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LISTA DE ABREVIATURAS

FDA Função de Distribuição Acumulada FECOP Fundo Estadual de Combate a Pobreza GEF Gerência Executiva do Fundo

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços IDM Índice de Desenvolvimento Municipal

IDM - B IBGE

Índice de Desenvolvimento Municipal – Bairros Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INEPE Instituo Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais IPECE Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará ISD Índice Sintético do Esforço Desempenho

ISG Índice Sintético do Esforço de Gestão

LC Lei Complementar

MEC Ministério da Educação

MQO Mínimos Quadrados Ordinários ONG Organização Não Governamental PIB Produto Interno Bruto

SAS Secretaria da Ação Social

SDLR Secretaria do desenvolvimento Local e Regional SEAGRI Secretaria da Agricultura e Pecuária

SEDUC Secretaria da Educação Básica SEFAZ Secretaria da Fazenda

SEGOV Secretaria do Governo

SEPLAG Secretaria do Planejamento e Coordenação SESA Secretaria da Saúde

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 11 2 DEFINIÇÃO DE POBREZA 13

3 O PROGRAMA FECOP 16 3.1 Características e objetivos do Programa 16

3.2 A Educação como estratégia de combate à pobreza 21 3.3 Alguns Programas de educação fomentados com recursos do FECOP 23

3.3.1 Programa Criança Fora da Rua, Dentro da Escola 23 3.3.2 Inclusão social com arte, esporte e educação 24 3.3.3 Incentivo à capacitação de recursos humanos para melhoria do ensino 26

4 BASE DE DADOS E MODELO ECONOMÉTRICO 27

4.1 O Modelo Probit 27 4.2 Descrição das Variáveis 29

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 32

5.1 Modelo Gestão 32 5.2 Modelo Desempenho 34 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 36 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 38

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1 INTRODUÇÃO

Até recentemente, temas sobre pobreza, desigualdade e educação eram vistos, sobretudo como questões de direitos humanos, que precisavam ser enfrentadas por motivos morais e éticos e morais. Foi se tornando, no entanto, evidente que pobreza e desigualdade, juntamente com a ausência de serviços básicos nas áreas de educação e saúde, também são causas importantes das dificuldades que os países enfrentam para sair do círculo vicioso do subdesenvolvimento, ao limitar a capacidade de criar as instituições de que necessitam para desenvolver políticas econômicas e sociais adequadas (SCHWARTZMAN, 2005).

No Brasil, a pobreza é um obstáculo que persiste e se amplia, embora o País seja rico em recursos minerais e ambientais. A nação, porém, é marcada pela má distribuição de renda entre os residentes. O Estado do Ceará, assim como as demais unidades da Federação, compartilham do mesmo problema.

Em 2001, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 53% da população cearense está inserido abaixo da linha pobreza (pessoas com renda domiciliar per capita menor do que ½ salário mínimo). Desses, quase dois milhões de pessoas estão abaixo da linha de indigência; ou seja, vivem com renda domiciliar per capita menor do que ¼ do salário mínimo.

Ainda em 2001, O Estado do Ceará ocupava a 23ª posição em termos de PIB per capita dentre as unidades da Federação, mais o Distrito Federal, o que reflete uma situação de baixo estoque de capital físico e humano. Diante disto, pode-se dizer que o Ceará é um Estado pobre. Em face de tal situação, o Governo do Estado do Ceará lançou em 2003 um Programa de Combate à Pobreza, que tem como mecanismo financeiro FECOP, o qual busca amenizar este problema como um dos seus grandes objetivos, visando à adoção de uma política clara e consistente no combate à pobreza.

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programa tem o intuito de proporcionar condições de ingresso ao mercado de trabalho e de acesso à renda, bem como aos bens e serviços essenciais à vida com a ampliação de investimentos em capital social, físico-financeiro e humano.

O FECOP utiliza como estratégia de programa o investimento em áreas que favoreçam o desenvolvimento do capital humano, por intermédio de melhorias da educação e saúde do Município, do capital social, com o do estímulo às práticas de trabalho cooperativo e associativo da comunidade assistida e do capital físico e financeiro, pelo acesso à infraestrutura 1 e ao crédito para pequenos negócios e transferências de renda.

Diante desses fatos, este estudo se apresenta como uma medida de avaliar se o Programa de Combate à Pobreza criado pelo Governo do Estado tem atingindo seu objetivo. Para a realização desta análise, serão utilizados indicadores relacionados à educação.

Apenas a área da educação será utilizada nessa avaliação, por se entender que constitui uma das principais estratégias de combate à pobreza e também pela facilidade de obtenção e disponibilidade de informações relacionadas à educação.

Este trabalho conta ainda com mais cinco capítulos além desta introdução. O segundo capítulo se encarrega de apresentar o conceito, definição de pobreza e como mensura-lá. No terceiro, se discute o Fundo de Combate à Pobreza de uma maneira mais detalhada, abordando seus objetivos, ações e, ainda, a origem e destino dos recursos. A seguir, o quarto capítulo, apresenta a base de dados e o modelo econométrico, enquanto o quinto traz a análise dos resultados com a estimação do modelo. E por último, no capítulo seis constarão as considerações finais, fazendo uma sinopse dos principais achados, seguida da bibliografia consultada para embasar, teórica e empiricamente, este relatório de pesquisa.

       

1

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2 DEFINIÇÃO DE POBREZA

A pobreza pode ser investigada tanto em seu aspecto unidimensional, ou seja, pela insuficiência de renda, quanto em seu teor multidimensional, mediante a privação das capacidades dos indivíduos de exercerem suas liberdades. A circunstância de ser pobre, quando vista como ocorrência de renda baixa, é uma abordagem unidimensional e é encarada como níveis de renda incapazes de atender as necessidades básicas (TEIXEIRA, 2008). A pobreza também pode ser valorada de várias formas, dentre as quais se destacam as carências material e social, bem como a falta de recursos econômicos. Sua causa resulta de um conjunto de fatores, dentre os quais vale ressaltar os econômicos, socioculturais e históricos.

As consequências da pobreza podem se tornar suas causas. Desta forma cria-se o ciclo da pobreza, também conhecido como armadilha da pobreza. Algumas consequências da pobreza podem ser expressas pela fome, pela baixa esperança de vida, por doenças, pela falta de oportunidades de emprego, pela carência de água potável e de saneamento, pelos maiores riscos de instabilidade política e violência, pela existência de discriminação social contra grupos vulneráveis, existência de pessoas sem abrigo, pela depressão etc.

A definição sobre o que é pobreza não é única, fazendo com que exista uma discussão entre sociólogos, economistas, historiadores, antropólogos e outros cientistas sociais sobre o seu significado. A pobreza possui algumas facetas e pode ser diferenciada entre indivíduos, regiões e países. Não obstante, ela cria fatores de risco que reduzem a expectativa e a qualidade de vida das pessoas. Neste sentido, os indivíduos em situação de pobreza possuem dificuldades em obter uma alimentação adequada, sendo comuns os casos de fome e desnutrição, e, em geral, possuem moradia inapropriada, acesso precário à água tratada ou saneamento básico, o que resulta em doenças e até mesmo em morte.

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pobreza. Assim, a pobreza possui uma dimensão de insuficiência de renda que limita a capacidade de consumo.

Outro trabalho que também considerou a relação entre pobreza e insuficiência de renda é o de Rocha (2001). Em seus estudos, o autor associou a pobreza somente à ocorrência de renda baixa, mais especificadamente a níveis de renda incapazes de atender às necessidades básicas em determinado tempo e lugar.

Para Sen (1979), no entanto, a pobreza deve ser considerada como privação de capacidades e não como baixo nível de renda, que é o critério comumente utilizado para identificá-la. O autor deixa claro, porém, que, ao se analisar a pobreza na perspectiva da privação das capacidades, não se nega que a renda baixa é uma das principais causas do fenômeno e que a falta da renda pode representar uma razão básica da privação de capacidades das pessoas. Ele também expõe que existe um vínculo entre pobreza como inadequação de capacidades e pobreza como baixo nível de renda, sendo que a renda é um meio fundamental para obter capacidades. Com maiores capacidades, as pessoas tendem a ser mais produtivas e obter rendas mais elevadas.

Seguindo esta mesma linha de raciocínio, Lavinas (2003) conceitua a pobreza como um estado de carência e privação que pode submeter a risco a própria condição humana. Portanto, a autora define que ser pobre é ter “sua humanidade ameaçada”, seja pela não-satisfação das necessidades básicas (fisiológicas e outras), seja pela incapacidade de mobilizar esforços em prol da satisfação de tais necessidades.

Lopes (2003), por sua vez, destaca uma abordagem sobre pobreza distinta de Rocha (2001) e semelhante à de Lavinas (2003), que é a da não-satisfação de algumas necessidades básicas. Tal abordagem considera fundamental o acesso a alguns bens e serviços sem os quais as pessoas não usufruiriam uma vida digna; são bens imprescindíveis, como água potável, coleta de lixo, educação, acesso a transporte coletivo, que garantem aos indivíduos uma vida saudável e chances de inserção na sociedade. A característica essencial desta abordagem é a universalidade, já que estas são necessidades de todo e qualquer indivíduo.

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entende-se por carência social a incapacidade do indivíduo de participar da sociedade, por exemplo, não ter acesso à educação e/ou informação. No que concerne à ausência de recursos econômicos, pode-se mensurar o grau de pobreza em níveis de suficiência de recursos.

Diante disso, a pobreza pode ocorrer em termos relativo e/ou absoluto. A de cunho relativo enfatiza a idéia de comparação do indivíduo em termos da sua posição na sociedade com respeito aos seus semelhantes, portanto, esta percepção se aproxima da desigualdade na distribuição de renda.

Por sua vez, a percepção da de feição absoluta refere-se ao estabelecimento de padrões mínimos de necessidades, ou níveis de subsistência, abaixo dos quais as pessoas são consideradas pobres. Sendo assim, a pobreza absoluta permite, ainda, uma divisão entre pobreza primária e secundária. A primária ocorre quando o rendimento auferido pelo indivíduo permite apenas a sua manutenção básica, ou subsistência; a secundária ocontece quando o rendimento é suficiente para satisfazer as necessidades básicas, mas, em razão da má administração dos rendimentos, estas não são satisfeitas.

De acordo com Sen (1976), pode-se considerar que a mensuração da pobreza consiste em duas operações distintas: identificação e agregação. A primeira se refere à identificação de quem são os pobres, enquanto a segunda se preocupa em como combinar as características de pobreza de pessoas diferentes em uma mesma medida.

De modo geral, não é fácil escolher entre as diversas noções de pobres, pois sempre existe uma arbitrariedade inerente em qualquer conceito utilizado para definir pobreza e, além disso, sua mensuração está sujeita a apresentar ambiguidades. Com isso, diante dessas discussões, a seguir serão apresentadas algumas formas de mensurar a pobreza.2

       

2

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3 O PROGRAMA FECOP

3.1 Características e objetivos do Programa

O Fundo de Combate e Erradicação à Pobreza nas esferas federal, estadual e municipal foi concebido com a Emenda Constitucional 31, de 12 de dezembro de 2000, a qual permitiu que fossem criados pelo Poder Executivo Federal, pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios, utilizando como fonte de recursos um acréscimo de alíquotas do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), programas de combate à pobreza.

No Ceará, a criação do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECOP) foi regulamentada pela Lei Complementar (LC) Estadual n° 37, de 26 de novembro de 2003, nos termos da referida Emenda Constitucional Federal. Em conformidade com o art. 1° da LC em referência, o FECOP tem por objetivo viabilizar às famílias cearenses abaixo da linha de pobreza o acesso a níveis dignos de subsistência, cujos recursos devem ser aplicados exclusivamente em ações suplementares de nutrição, habitação, educação, saúde, saneamento básico, reforço de renda familiar e outros programas de relevante interesse social, que vislumbrem a melhoria na qualidade de vida dessas famílias.

Em outras palavras, o FECOP busca reduzir de maneira sistemática a pobreza em áreas selecionadas do Estado do Ceará, focando a população inserida abaixo da linha de indigência. Para alcançar tal objetivo, o Programa adota como estratégia a assistência, ou atendimento, integral às famílias das áreas assistidas, de forma a evitar a pulverização dos recursos para tentar garantir a eficácia do Programa, visando à reintegração ao mercado de trabalho dos indivíduos pertencentes a essas famílias, o que possibilitaria o acesso à renda, bem como aos bens e serviços de primeira necessidade, de forma digna.

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RELAÇÕES DE CAUSALIDADES DIRETAS RELAÇÕES DE CAUSALIDADES TRANSVERSAIS

Fonte: IPECE

O público-alvo do FECOP são as famílias com renda per capita inferior ou igual a ¼

do salário mínimo e, preferencialmente, nos 20 municípios do Estado com o menor Índice de Desenvolvimento Municipal (IDM) e nos dez bairros de Fortaleza com menor IDM – Bairros (IDM-B). O IDM é constituído pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), sendo mensurado a partir de 30 indicadores distribuídos em quatro grupos socioeconômicos, os quais são apresentados no Quadro 1.

As ações e os projetos governamentais são ofertados por políticas de transferência de renda de caráter compensatório, focando as pessoas com baixa capacidade de sair da condição de pobreza, os grupos mais vulneráveis às adversidades e os com potencialidade, ou seja, aqueles que precisam de um apoio inicial e temporário. Ademais, são ofertadas políticas estruturantes, visando à melhoria das condições de habitação, abastecimento de água e saneamento e programas de fortalecimento da agricultura familiar; integração de esporte e educação artística na escola; crédito empreendedor; capacitação profissional e fortalecimento das potencialidades regionais.

Grupo Indicadores Composição dos indicadores

1

Fisiográficos, Fundiários e

Agrícolas.

Precipitação pluviométrica

Percentual de área explorável utilizada Percentual do valor da produção vegetal Percentual do valor da produção animal Salinidade média da água

Quociente locacional de energia rural Produtos

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Índice de distribuição de chuvas

2

Demográficos e Econômicos

Densidade demográfica Taxa de urbanização

Produto interno bruto per capita Receita orçamentária per capita

Percentual do consumo de energia elétrica da indústria e comércio Percentual do produto interno bruto do setor industrial

Percentual de trabalhadores do emprego formal com rendimento superior a dois salários mínimos

3 Infra-estrutura de Apoio

Agências de correios por dez mil/hab. Veículos de cargas por 100 mil/hab. Coeficiente de proximidade

Percentual de domicílios com energia elétrica

Rede rodoviária pavimentada relativa à área do município Emissoras de radiodifusão

4 Sociais

Taxa de escolarização no ensino média Taxa de aprovação no ensino fundamental

Bibliotecas, salas de leitura e laboratórios de informática por escola Equipamentos de informática por escola

Percentual de função docente no ensino fundamental com grau de formação superior

Médicos por 100 mil/hab. Leitos por 100 mil/hab. Taxa de mortalidade infantil

Taxa de cobertura de abastecimento de água Quadro 1: Indicadores que compõem o IDM.

Fonte: IPECE.

Para custear as ações do Programa de Combate à Pobreza, os recursos do FECOP são originários da parcela extra de dois pontos percentuais na alíquota do ICMS, ou do imposto que vier substituí-lo, incidente sobre os produtos e serviços ligados aos setores de bebidas alcoólicas, armas e munições, embarcações esportivas, fumo e cigarros, energia elétrica, gasolina, serviços de comunicação e de outras receitas que vierem a ser destinadas ao Fundo. Ainda, a receita orçamentária do FECOP conta também com dotações orçamentárias a este destinada, doações, auxílios, subvenções e legados, de qualquer natureza, de pessoas físicas ou jurídicas do País ou do Exterior, receitas decorrentes de aplicações de seus recursos e outras destinadas ao Fundo. O quadro seguinte apresenta de forma detalhada os serviços e setores, bem como a alíquota que incide sobre cada um.

Produto/Serviço Nova alíquota

Bebidas alcoólicas 27%

Armas e munições 27%

Embarcações esportivas 19%

Fumo, cigarros e demais artigos de tabacaria 27%

Aviões, ultraleves e asas-deltas 27%

Energia elétrica 27%

Gasolina 27%

Serviços de comunicação (exceto cartões telefônicos de telefonia fixa) 27% Quadro 2: Fonte de arrecadação da receita para o FECOP.

Fonte: SEPLAG.

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De acordo com o Governo, a sobretaxa do ICMS nesses produtos/serviços que geram a origem do recurso do FECOP é, em grande parte, considerada despesa supérflua. Isso tem sido bastante questionado, haja vista que despesas com energia elétrica e serviços de comunicação podem ser consideradas bens necessários por fazerem parte do dia-a-dia da população, podendo assim ser chamadas de básicas, e não deveriam ser oneradas, pois são muito importantes para o acesso a níveis de qualidade de vida que propõe o FECOP.

O Fundo de que se trata tem como gestor financeiro a Secretaria da Fazenda, sendo integrado por um Conselho Consultivo de Políticas de Inclusão Social e uma Gerência Executiva do Fundo (GEF). O Conselho é composto pelas Secretarias do Planejamento e Coordenação (SEPLAG), da Ação Social (SAS), da Educação Básica (SEDUC), da Saúde (SESA), do Trabalho e Empreendedorismo (SETE), da Agricultura e Pecuária (SEAGRI), da Inclusão e Mobilização Social (SIM), do Desenvolvimento Local e Regional (SDLR), da Fazenda (SEFAZ), do Governo (SEGOV) e ainda mais quatro representantes da sociedade civil e um representante da APRECE.

A formulação de políticas e diretrizes dos programas e ações governamentais voltadas para a redução da pobreza e das desigualdades sociais, e ainda a coordenação e a articulação com os órgãos responsáveis pela execução dos programas financiados com os recursos do FECOP, são de competência do Conselho Consultivo de Políticas de Inclusão Social. Por sua vez, a Gerência Executiva do Fundo é responsável pelo planejamento, coordenação e execução das ações desenvolvidas pela Secretaria de Ação Social, no âmbito do FECOP. A Tabela 1 se reporta à arrecadação anual do Fundo entre os anos de 2004 e 2006.

Tabela 1 Total de arrecadação do FECOP – 2004/2006 (em R$)

Arrecadação 2004 % 2005 % 2006 % Total %

Total liberado para

Secretarias

92.093.911 85,13 136.565.300 86,13 175.545.926 99,38 404.205.140 91,16

Saldo a

liberar 16.091.936 14,87 21.907.422 13,87 1.095.620 0,62 39.094.980 8,84

Total 108.185.848 100 158.472.722 100 176.641.547 100 443.300.118 100 Fonte: IPECE.

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foi de um pouco mais de R$ 108 milhões. Desse montante, foram liberados para as secretarias aproximadamente 85%.

Em 2005 a arrecadação do Fundo foi em torno de 46% superior ao exercício anterior, tendo sido arrecadados nesse ano cerca de R$ 158 milhões. O volume de recursos liberado para as Secretarias foi de 86%. Para o ano seguinte, 2006, a tendência de aumento na arrecadação de recursos do FECOP se manteve; entretanto, nesse ano o crescimento foi de apenas 11% em comparação ao ano de 2005, tendo sido arrecadado quase R$ 177 milhões. A quase totalidade desse recurso, porém, foi repassada para as secretarias, chegando a 99,38% do total. A seguir, a Tabela 2 apresenta como os recursos do FECOP foram divididos entre as secretarias durante o período 2004 a 2006.

Observando-se os dados da Tabela 2, tem-se que, durante o período em análise, a Secretaria de Ação Social foi a maior beneficiada com o repasse dos recursos do FECOP. Em outras palavras, entre os anos de 2004 e 2006, o Fundo repassou cerca de 30% da sua arrecadação para a SAS. As outras secretarias que obtiveram maiores repasses nesse mesmo período foram a Secretaria do Desenvolvimento Local e Regional, com 22,67%, seguida da Secretaria da Agricultura e Pecuária, com quase 13%. A Secretaria que menos recebeu recursos do Fundo entre os anos de 2004 e 2006 foi a SOMA, com 0,18%.

Tabela 2 Divisão dos recursos do FECOP por Secretária – 2004/2006 (em R$)

Secretárias 2004 % 2005 % 2006 % Total %

SAS 42.742.658 39,51 39.294.818 24,80 51.288.624 29,04 133.326.101 30,08 SDLR 14.831.309 13,71 36.148.228 22,81 49.533.598 28,04 100.513.137 22,67 SECITECE 4.300.000 3,97 8.300.000 5,20 11.000.000 6,23 23.600.000 5,32 SETE 4.167.913 3,85 5.870.154 3,70 7.045.931 3,99 17.083.999 3,85 SEAGRI 3.546.614 3,28 26.268.709 16,58 27.758.005 15,71 57.573.329 12,99 SEDUC 138.053 0,13 649.411 0,41 1.432.288 0,81 2.219.753 0,50 SEJUV 272.400 0,25 1.876.668 1,18 8.862.070 5,02 11.011.138 2,48 SEINFRA 4.033.351 3,73 8.593.931 5,42 6.366.029 3,60 18.993.312 4,28 SESA 16.901.925 15,62 209.657 0,13 451.450 0,26 17.563.034 3,96 SECULT 459.684 0,42 3.525.661 2,22 2.993.133 1,69 6.978.478 1,57 SRH 700.000 0,65 5.750.510 3,63 8.096.838 4,58 14.547.348 3,28

SOMA - - 77.550 0,05 717.955 0,41 795.505 0,18

Total de recursos do FECOP

108.185.848 85,13 158.472.722 86,13 176.641.547 99,38 443.300.118 91,16

Fonte: Gerência efetiva do Fundo Estadual de Combate à Pobreza – FECOP.

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2005, mais uma vez a SAS foi a que obteve o maior repasse, 25% da arrecadação, enquanto a SOMA foi a que ficaram com o menor repasse, 0,05%. No ano de 2006, novamente a Secretaria de Ação Social recebeu maior recurso, chegando a obter quase 30% da arrecadação do Fundo. A Secretaria de Saúde foi a que menos recebeu nesse ano, apenas 0,26%. Vale ressaltar que, no primeiro ano de implantação do FECOP, em 2004, a SESA foi à segunda Secretaria que mais recebeu recursos do Fundo.

Diante do exposto, tem-se que a área social é a que mais recebe atenção por parte do Fundo, já que foi a maior detentora de recursos oriundos do FECOP. Deve-se ressaltar, entretanto, a importância de outras áreas, como a educação, na luta contra a pobreza e a miséria de uma região. Por isso, a próxima seção faz breve abordagem sobre a importância da educação para a formação do indivíduo e como pode influenciar na incidência de pobreza de uma determinada região.

3.2 A Educação como estratégia de combate à pobreza

A educação constitui um dos elementos-chave do desenvolvimento humano, aumentando as oportunidades do indivíduo em sociedade. Também é essencial para o crescimento econômico, pois aumenta a quantidade e a qualidade do capital humano disponível ao processo de produção. Os principais objetivos na área da educação incluem o alcance de educação básica universal e a erradicação do analfabetismo, de forma a garantir que toda a população tenha oportunidade de desenvolver as capacidades mínimas para combater a pobreza.

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vezes enviesados a favor de setores sociais mais favorecidos, como ocorre com a previdência social no Brasil, assim como com a educação e a saúde (SCHWARTZMAN, 2005).

Entre as políticas sociais, a educação ocupa posição especial, não só de acordo com as teorias de capital humano, que atribuem à educação um papel fundamental para o desenvolvimento econômico, como também pela constatação mais recente de que as desigualdades educacionais são o principal correlato da pobreza e das desigualdades de renda, oportunidades e condições de vida. Apesar do consenso que existe a respeito da importância da educação, há muitas dúvidas sobre o que fazer nesta área, tanto no que se refere à educação formal convencional, na escola fundamental e média, quanto em outras modalidades, como a educação pré-escolar, a educação de jovens e adultos, a educação continuada e o uso de novas tecnologias para a transmissão de conhecimentos. Além disso, existe muita controvérsia a respeito do que fazer em relação à educação superior.

Ha diversos trabalhos que colaboram para a literatura sobre a relação entre a educação e os níveis de pobreza e de desigualdade de renda de uma determinada região. Buscando entender tanto os elevados níveis da desigualdade como as causas de seu crescimento durante a década de 1960, Langoni (1973) indicou que a importância da educação ficou evidente, não só para as diferenças observadas de renda em cada ano, mas também para o aumento de desigualdade durante o período. De acordo com o seu trabalho, os resultados dos coeficientes desta variável são os de maior magnitude e de maior significância entre todas as variáveis incluídas na regressão.

Não obstante, muitos demoraram quase duas décadas a reconhecer os pontos comuns às análises pioneiras de Langoni sobre a importância da educação no combate à pobreza e à desigualdade de renda. Durante esse período, acumulou-se evidência da importância da distribuição da educação e da estrutura dos seus retornos, como determinante principal da desigualdade da renda familiar per capita brasileira.

(23)

Diante da importância da educação para a formação do indivíduo e também para o desenvolvimento socioeconômico de uma região, por intermédio do seu impacto positivo sobre a pobreza e a desigualdade de renda, este trabalho avaliar á o Programa FECOP sob essa vertente. Em outras palavras, este ensaio analisará o efeito de variáveis relativas à educação, que atuam junto ao FECOP no combate à pobreza dos municípios cearenses, verificando o seu impacto na redução do número de famílias que vivem abaixo da linha de miséria. Logo, o próximo capítulo se reserva ao procedimento metodológico, o qual contempla a descrição da base de dados a ser utilizada para desenvolver a investigação empírica, além da metodologia econométrica para realizar tal investigação.

3.3 Alguns Programas de educação fomentados com recursos do FECOP  

3.3.1 Programa Criança Fora da Rua, Dentro da Escola

Os principais objetivos específicos deste Programa são os seguintes: • assegurar matrícula das crianças e adolescentes na rede oficial de ensino;

• 100% das crianças e adolescentes engajadas no Programa freqüentando sistematicamente a escola e apresentando bom desempenho;

• estimular a participação das crianças e adolescentes nos diversos programas de retaguarda; • ensejar à família, uma melhoria de renda através da concessão de 01 (uma) bolsa de

inclusão social; e

• desenvolver ações socioeducativas junto às famílias, ensejando o fortalecimento familiar, acesso a bens, serviços e programas, projetos à geração de renda, viabilizando a sustentabilidade.

Pode-se dizer que o Programa tem como indicadores: • bolsas concedidas superiores à meta prevista em 3,53%; • 100% de cestas básicas concedidas;

• 100% dos vales-transporte concedidos;

• 100% das oficinas temáticas realizadas com as famílias do Programa Fora da Rua Dentro da Escola; e

(24)

O Programa Criança Fora da Rua, Dentro da Escola executou, em 2005, suas ações técnicas operacionais, junto aos seus usuários, firmando-se com uma referência da SAS, junto à criança, adolescentes e suas famílias em situação de risco pessoal e social, nas ruas de Fortaleza.

O caráter de sustentabilidade do Programa decorre, além dos recursos oriundos do FECOP que permitiram sua operacionalização, do trabalho executado por toda uma rede de retaguarda, também pelos outros projetos da SAS e por projetos em parceria com outros setores do Governo do Estado e ONG´s.

A transferência de renda às famílias assistidas com a concessão das bolsas de “Inclusão Social” garantiu a inserção da criança e adolescente na rede formal de ensino, como também o engajamento nos demais projetos com atividades socioeducativas e culturais, evitando o retorno às ruas.

A participação das famílias nas diversas ações voltadas ao empreendedorismo e oficinas temáticas (cidadania, prevenção de doenças, higiene e saúde, gênero, relações familiares, violência e drogas, e planejamento familiar) desenvolvidas pelos centros de atendimento à família permite a promoção pessoal e social dos membros dessas famílias.

Outro grande investimento nas famílias é á concessão de instrumentais de trabalho após uma capacitação em gerenciamento básico.

Ressalta-se a necessidade de se continuarmos contribuindo para a inclusão pessoal e social de crianças e adolescentes oriundas de famílias em situação de vulnerabilidade social, priorizando as que se encontram nas ruas.

3.3.2 Inclusão social com arte, esporte e educação

Esse Programa tem como principais objetivos:

ƒ Facilitar, por via da arte/educação, a humanização e socialização do ser, desenvolvendo as bases para o profissionalismo;

ƒ oferecer oportunidades educativas para o desenvolvimento de competências pessoais, sociais, cognitivas e produtivas;

(25)

ƒ transferir renda mensal para crianças e adolescentes em situação de risco social e pessoal, que vivem nas ruas circunstancial ou permanentemente, vítimas de violência e/ou abuso sexual;

ƒ criar oportunidade de desenvolvimento físico e social, mediante práticas esportivas, descobrindo e valorizando talentos;

ƒ oferecer conhecimentos em técnicas de plantio de horto; e

ƒ proporcionar albergamento a crianças e adolescentes moradoras de rua.

Os indicadores desse Programa são:

ƒ crianças e adolescentes selecionados e cadastradas – 1.400/mês;

ƒ crianças e adolescentes engajados em atividades socioeducativas oferecidas - 7.171 (acumulado no ano);

ƒ encontros de educação familiar realizados – 08; ƒ apresentação dos grupos – 42/ano;

ƒ eventos esportivos realizados – 68/ano; ƒ bolsas concedidas – 80 bolsas/mês; ƒ vales-transporte concedidos – 50.600/ano;

ƒ jovens que retornaram ao convívio familiar – 94/ano; e ƒ crianças e adolescentes albergados – 803/ano.

O Projeto atendeu ao objetivo proposto, oferecendo oportunidades educativas por meio da arte, esporte, profissionalização, recreação, lazer e incentivo e apoio à escolaridade, tanto em sistema em meio aberto como de albergamento, onde os jovens atuam como protagonistas com suporte no desenvolvimento das potencialidades e do fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

As ações executadas buscam encontrar soluções que ofereçam oportunidade de desenvolvimento pessoal e social às crianças, adolescentes e suas famílias em situação de vulnerabilidade.

(26)

3.3.3 Incentivo à capacitação de recursos humanos para melhoria do ensino

(27)

4 BASE DE DADOS E MODELO ECONOMÉTRICO

Este capítulo se dedica à apresentação da metodologia econometrica a ser empregada pela pesquisa para a realização do exercício empírico proposto, bem como a descrição da base de dados a ser utilizada. Sendo assim, o referido capítulo está dividido em duas seções, a primeira das quais privilegia o modelo Probit, enquanto a segunda, se reserva a discussão das variáveis a serem utilizadas pelo modelo econométrico.

4.1 O Modelo Probit

Em modelos de regressão em que a variável dependente Y é de natureza qualitativa, a estimação por Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) apresenta vários problemas. Quando a mesma é binária, assumindo valor zero ou um, indicando se certo evento ocorreu ou não, o principal interesse é estimar a probabilidade de ocorrência do evento. Em geral, independenteemnte da definição de Y, pode-se considerar Y =1 em caso de sucesso e Y =0 em caso de fracasso. Dessa forma, tem-se que:

) ,..., , | 1 ( ) | 1 ( )

(X P Y X P Y X1 X2 Xn

P = = = =

Ao se estudar modelo de resposta binária, é importante recordar alguns fatos básicos sobre variáveis aleatórias com distribuição de Bernoulli. Ao se decidir sobre uma técnica de estimação apropriada, é útil derivar a média e a variância condicional de Y. Como Y é uma variável aleatória com distribuição de Bernoulli, logo:

n nX

X X

Y

E( | )=β01 1+L+β

) 1 ( ) |

(Y X Xβ Xβ

Var = −

A única modificação entre a metodologia empregada e as estatísticas básicas é o fato de que a probabilidade de ocorrência do evento está condicionada ao vetor de variáveis explicativas X .

Dada uma amostra aleatória, a regressão de MQO de Y em produz estimativas consistentes e até mesmo não viesadas dos parâmetros

n X X ,..., , 1 1 j

(28)

entanto, a menos que a amplitude de variação de X seja muito restrita, as probabilidades estimadas podem situar-se fora do intervalo . Além disso, a equação da variância condicional mostra que o modelo é heterocedástico.

] 1 , 0 [

Considerando os problemas com o modelo de probabilidade linear, torna- se então fundamental a utilização de um modelo que possua as seguintes características: primeiro, à medida que X aumenta, aumenta, mas nunca sai do intervalo ; e segundo, a relação entre

) | 1

(Y X

P = ) X ] 1 , 0 [ | 1 (Y

P = e X seja não linear.

Pode-se recorrer à Função de Distribuição Acumulada (FDA) de uma variável aleatória para modelar regressões em que a variável de escolha é dicotômica, assumindo valores entre zero e um. Então, com isso, assume-se a ideia de que o modelo de regressão tem a seguinte forma:

) ( )

| 1

(Y X G P X

P = = (Xβ)≡ ,

onde é uma FDA cuja forma específica pode ser derivada de um modelo econômico. Modelos de regressão onde é uma FDA podem ser derivados de um modelo de variável latente: ) (⋅ G ) (⋅ G ε β + = X

Y* , Y =1[Y* >0]

Assume-se a noção de que a variávelε é continuamente distribuída e independente de

X e a distribuição de ε é simétrica em torno de zero, e ]1[⋅ é uma função indicadora. Como é a FDA de

) (⋅

G ε , e esta é simétrica em torno de zero, então

) ( ) ( 1 ) ( ) | 0 ( ) | 1

(Y X P Y* X P ε X G Xβ G Xβ

P = = > = >−Xβ | = − − = .

O modelo Probit é derivado de uma formulação em termos de uma variável latente em que ε tem uma distribuição Normal-padrão. O modelo será, portanto, estimado por máxima verossimilhança. O logaritmo da função de verossimilhança pode ser escrito como:

)] ( 1 1 ( )] ( log[ )

i iβ )log[ iβ

i y G X G X

l = + −yi − , y=0,1.

(29)

Neste trabalho, a variável dependente Y indica se um município recebeu, ou não, recursos do FECOP na área de educação. Sendo assim, ela assume os valores 1 e 0, respectivamente. Por sua vez, X é um vetor de variáveis independentes composto pelos atributos do município. Outrossim, o modelo a ser estimado pode ser escrito da seguinte forma: ) 1 ( ' * i i i X

Y =β +ε

onde:

De (1) e de (2) tem-se que:

) 3 ( ) 1 , 0 ( ~ ) 2 ( 0 0 0 1 * * N Y se Y Y se Y i i i i i ε ⎪⎩ ⎪ ⎨ ⎧ = = > = ) 4 ( ) ' ( 1 ) ' ( Pr ) 1 (

Prob Yi = = ob εi >−β Xi = −F −β Xi

onde F é a função distribuição cumulativa para ε. A função de verossimilhança é dada por: )] ' ( 1 [ ) ' ( 1

0 i Y i

Y F X F X

L

i

i β β

− − Π − Π = .

A forma funcional de F depende das pressuposições feitas sobre εi. No caso do modelo Probit, assume-se que εi ~N(0,σ2), portanto:

− ∞ − ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ − Π = − σ β β i X i dt t X F ' 2 2 / 1 2 exp ) 2 ( 1 ) ' (

Vale ressaltar que, no modelo Probit, as estimativas dos parâmetros representam o impacto de cada variável explicativa no índice latente, e não na variável dependente. O impacto sobre a variável dependente é denominado efeito marginal, também conhecido como elasticidade. Para determinada variável Xi, esse efeito é calculado pela derivada parcial da função de resposta binária em relação à Xi (CONCEIÇÃO et. al., 2008).

4.2 Descrição das Variáveis

(30)

(INEP) do Ministério da Educação (MEC), a SEPLAG, e ao IPECE (Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Estado do Ceará). O Quadro 3 reporta as variáveis, bem como suas respectivas fontes.

Variáveis Fonte

Percentual de escolas da rede municipal com bibliotecas INEP/MEC Percentual de escolas do ensino fundamental com água potável INEP/MEC Percentual de escolas da rede municipal com internet INEP/MEC Percentual de escolas da rede municipal com laboratório de informática INEP/MEC Percentual de escolas da rede municipal com laboratório de informática INEP/MEC Percentual de escolas da rede municipal com quadra de esportes INEP/MEC

Taxa de abandono no ensino fundamental INEP/MEC

Taxa de escolarização líquida (7 a 14 anos) INEP/MEC

Taxa de aprovação na 4ª série INEP/MEC

Taxa de distorção idade-série no ensino fundamental INEP/MEC Taxa de distorção idade-conclusão no ensino fundamental. INEP/MEC

Produto Interno Bruto municipal IPECE

População residente do município IPECE

Municípios que possuem algum programa de saúde e/ou educação custeado com recursos do FECOP

SEPLAG

Quadro 3: Variáveis utilizadas pela pesquisa. Fonte: elaborado pelo autor.

Como o objetivo desta pesquisa é estimar dois modelos, um para mensurar o impacto da Gestão e o outro para avaliar o Desempenho (ou Resultado), serão a seguir construídos dois índices que agreguem as variáveis conforme suas características. Nesta construção, as variáveis do quadro acima serão transformadas em um índice de esforço relativo. Com apoio nesses indicadores (variáveis), o método do cálculo desses índices consiste em padronizar os indicadores selecionados de cada modelo, de modo que esse valores fiquem no intervalo de 0 a 100, conforme a fórmula:

⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ − − = t t t t m t m piorX melhorX piorX X X relativo

esforço *, 100* ,

onde m é o município e t é o ano.

(31)

forma, o município com o pior resultado terá valor padronizado 0 e o de melhor resultado, valor padronizado 100. 3

Para avaliar o esforço de gestão (oferta de infraestrutura das escolas), cria-se o Índice Sintético do Esforço de Gestão (ISG) como a média aritmética simples para cada período, antes e após a implantação do FECOP, 2001/2002 e 2004/2005. Por sua vez, para avaliar o esforço de desempenho (resultado), cria-se o Índice Sintético do Esforço de Desempenho (ISD) como a média aritmética simples para cada período, antes e após a implantação do FECOP, 2001/2002 e 2004/2005. A Tabela 3 contempla as variáveis expressas em termos de índice de esforço relativo que compõe estes índices.

Tabela 3 Composição dos ISG e do ISD

Índice Composição

Percentual de escolas da rede municipal com bibliotecas Percentual de escolas do ensino fundamental com água potável Percentual de escolas da rede municipal com internet

Percentual de escolas da rede municipal com laboratório de informática Percentual de escolas da rede municipal com laboratório de informática Índice Sintético do

Esforço de Gestão (ISG)

Percentual de escolas da rede municipal com quadra de esportes Taxa de abandono no ensino fundamental

Taxa de escolarização líquida (7 a 14 anos) Taxa de aprovação na 4ª série

Taxa de distorção idade-série no ensino fundamental Índice Sintético do

Esforço Desempenho (ISD) Médi

a A

ri

tm

ét

ic

a do

E

sf

o

o re

la

ti

vo

Taxa de distorção idade-conclusão no ensino fundamental. Fonte: elaborado pelo autor.

        3

(32)

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este capítulo traz discussão dos resultados dos modelos Probit, os quais identificam a probabilidade de um município pertencer ao grupo dos contemplados com recursos do FECOP, como função do perfil da gestão e de desempenho destes municípios no momento antes do FECOP (2001/2002), do esforço empreendido e de outras características de controle. Dessa maneira, estimar-se-ão dois modelos, um para mensurar o efeito da gestão e outro para avaliar o desempenho.

Nestes termos, pode-se dizer que o primeiro modelo se reserva à análise da oferta de educação infantil por parte do município, enquanto o segundo avalia o desempenho dos resultados obtidos pelos municípios, em decorrência de suas ações; ou seja, motivados pelo esforço da sua gestão. Para que se possa mensurar o efeito da variação dos respectivos índices na chance de o município ser contemplado com recursos do FECOP destinado a programas voltados a educação, serão calculados o ISG e ISD antes (2001/2002) e após (2004/2005) o FECOP. Além dessas variáveis, o vetor de variáveis independentes, conta, ainda, com o PIB municipal per capita, no intuito de averiguar se o município com a menor atividade econômica possui maior chance de receber recursos do FECOP.

5.1 Modelo Gestão

O perfil da gestão do município é definido pelo índice sintético de gestão do município antes do FECOP, enquanto o esforço é representado pelo acréscimo do índice sintético da gestão entre o início (2001/2002) e o fim das observações (2004/2005). Neste sentido, quanto maior o estoque de ofertas este município tiver (como, por exemplo, infraestrutura das escolas), melhor o seu perfil, e quanto maior for o seu aumento de ofertas entre o período antes e depois do FECOP, maior foi o seu esforço. Espera-se que os municípios tenham maior esforço.

(33)

Formalmente, o modelo a ser estimado para testar a referida hipótese é descrito pela função abaixo:

) , ,

( i i i

i f ISG ISG PIB

P = Δ

,

onde Pi é a probabilidade de um município i pertencer ao grupo dos contemplados com programas de educação custeados com recursos do FECOP; ISGi é o Índice Sintético de Gestão do município i antes da implantação do FECOP; ΔISGi é a variação do Índice Sintético de Gestão do município i entre o antes (2001/2002) e o depois da implementação do FECOP (2004/2005); PIBi é o logaritmo natural do PIB per capita do município i a preços constantes.

Por sua vez, a variável dependente Y é uma variável qualitativa que assume o valor 1 para os municípios contemplados com programa de educação custeado pelo FECOP e zero para os demais municípios.

Na Tabela 4 são apresentadas as estimativas do modelo usando o ISG em Educação. Para isso, foram necessárias quatro iterações para estimar os resultados. O resultado sugere que o nível inicial de estoque de oferta de serviços de educação, ISGi, não foi determinante para explicar se o município está ou não entre os contemplados com programas de educação custeados com recursos do FECOP.

Além disso, os municípios contemplados não se diferenciam dos demais por apresentarem maior esforço da gestão (mensurado pelo ΔISGi). Por outro lado, os municípios com maior dimensão econômica apresentam a menor probabilidade de terem programas custeados pelo FECOP.

Tabela 4 Resultado do Modelo Gestão

Variáveis explicativas Coeficientes Erro-padrão Estatística z P-valor

Intercepto -0.1275 0.4029 -0.32 0.752

ISG 0.0205 0.0172 1.19 0.234

ΔISG -0.0187 0.0182 -1.03 0.304

PIB -0.0004 0.0002 -2.82 0.005

N 180

Pseudo R2 0,0888 LR chi2(3) 17.78

Log Likelihood -91,22 Prob > chi2 0.0005

Iterações 4

(34)

A Tabela 5 reporta-se aos efeitos marginais, derivados dos coeficientes estimados, no entanto, será feita análise somente dos coeficientes estatisticamente significantes; neste caso, analisar-se-á somente o efeito marginal do PIB municipal per capita na chance de o município ser contemplado com recursos do FECOP pelo modelo Gestão.

Tabela 5 Efeito Marginal do Modelo Gestão

Variáveis Efeito Marginal Erro-padrão Estatística z P-valor

ISG 0.0059 0.00488 1.21 0.228

ΔISG -0.0054 0.00526 -1.02 0.308

PIB -0.0001 0.00004 -3.07 0.002

Fonte: resultados da pesquisa.

A partir do efeito marginal, pode-se inferir que um aumento na dimensão econômica do município (PIB) tem um efeito negativo sobre a probabilidade de um município i pertencer ao grupo dos contemplados com programas de educação custeados com recursos do FECOP, no entanto, tal efeito é ínfimo.

De maneira geral, os resultados não apresentam significância estatística, conseqüentemente, nada se pode inferir que a oferta de infraestrutura em educação seja um determinante para captar programas voltados à educação. Cabe agora verificar o resultado do modelo Gestão na próxima seção.

5.2 Modelo Desempenho

De maneira análoga ao modelo Gestão, o modelo Desempenho pode ser representado pela seguinte função:

) , ,

( i i i

i f D D PIB

P = Δ

Sendo Pi a probabilidade de um município i pertencer ao grupo dos contemplados com programas de educação custeados com recursos do FECOP; ISDi é o Índice Sintético de Desempenho do município i antes da implantação do FECOP; ΔISDi é a variação do Índice Sintético de Desempenho do município i entre o antes (2001/2002) e o depois da implementação do FECOP (2004/2005); PIBi é o logaritmo natural do PIB per capita do município i a preços constantes.

(35)

de educação tem um efeito positivo em relação ao município ter programa de educação custeado pelos recursos do FECOP.

Os municípios contemplados pelo FECOP, ainda, se diferenciam dos demais por apresentarem maior evolução do desempenho (mensurado pela variação do Índice Sintético de Desempenho em Educação, ΔISDi).

No tocante à dimensão econômica dos municípios cearenses, pode-se inferir que os municípios com maior dimensão econômica apresentam menor probabilidade de serem contemplados com recursos do FECOP.

Tabela 6 Resultado do Modelo Desempenho

Variáveis explicativas Coeficientes Erro-padrão Estatística z P-valor

Intercepto 0.6207 0.4825 1.29 0.198

D 0.0428 0.0237 1.81 0.070

ΔD 0.0231 0.0067 3.47 0.001

PIB -0.0235 0.0067 -3.52 0.000

N 179

Pseudo R2 0,1294 LR chi2(3) 26.12

Log Likelihood -87.87 Prob > chi2 0.0000

Iterações 4

Fonte: resultados da pesquisa.

A informação relevante quanto à magnitude dos efeitos marginais apresentados na Tabela 7 é que, das variáveis explicativas utilizadas no modelo, a condição do município antes do FECOP foi o que apresentou maior impacto (o qual é positivo) na chance do município i ser contemplado com programa educacional custeado pelo FECOP.

Tabela 7 Efeito Marginal do Modelo Desempenho

Variáveis Efeito Marginal Erro-padrão Estatística z P-valor

D 0.0124 0.0069 1.79 0.073

ΔD 0.0067 0.0019 3.40 0.001

PIB -0.0068 0.0019 -3.46 0.001

Fonte: resultados da pesquisa.

(36)

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Resolver a desigualdade social, a qual foi constituída historicamente e possui diversas faces, não requer soluções mágicas e simplificadoras. Ademais, o nível de pobreza e a desigualdade social no País estão longe de ser combatidos exclusivamente pela política social. O baixo nível de crescimento econômico, a alta taxa de desemprego, a quantidade de restrições fiscais tão duras são altamente responsáveis pela situação social em que o país se encontra hoje.

A tarefa de se reduzir o nível de pobreza, entretanto, de concentração de renda e de desigualdades sociais não é simples, em particular, no que concerne a discussão sobre a pobreza, que assume no Brasil contornos alarmantes, pela sua extensão, profundidade e complexidade, e atinge mais de cinquenta milhões de pessoas em todo Território nacional, e, ainda, se encontra em qualquer região e apresenta uma grande dispersão entre os mais pobres e os mais ricos. Neste sentido, apontar uma solução para redução da pobreza torna-se uma tarefa complexa.

O Governo do Estado do Ceará, na tentativa de combater o nível de pobreza do Estado, implantou o FECOP, que é um fundo de combate à pobreza. Por meio de investimentos em setores que favoreçam o desenvolvimento do capital humano, do capital social e do capital físico e financeiro, o Programa se propõe a tentar reduzir o nível de pobreza do Estado.

E este trabalho dispôs-se a analisar o FECOP e verificar se os objetivos traçados por esse Programa estão sendo atingidos. Para tanto, foram utilizadas informações referentes à educação, já que, como expresso anteriormente, esta é considerada uma das principais estratégias de combate à pobreza. Com isso, foram estimados dois modelos – um que mensura o efeito gestão do município que recebe o recurso do FECOP e outro que avalia o desempenho dos resultados obtidos pelos municípios em decorrência da implementação de suas ações, ou seja, motivados pelo esforço da sua gestão.

(37)

para explicar se o município está ou não entre os contemplados com programas de educação custeados com recursos do FECOP. Além disso, os municípios contemplados não se diferenciam dos demais por apresentarem maior esforço da gestão. Por outro lado, os municípios com maior dimensão econômica exibiram a menor probabilidade de terem programas custeados pelo FECOP. De maneira geral, os resultados não apresentaram significância estatística, conseqüentemente, não se pode inferir que a oferta de infraestrutura em educação seja um determinante para captar programas voltados à educação.

No segundo modelo, no entanto, que avalia o desempenho dos resultados obtidos na educação que considera as taxas distorção idade-série, abandono, aprovação e reprovação, é possível inferir que os resultados sugerem que o nível inicial de desempenho da educação tem um efeito positivo em relação ao município ter programa de educação custeado pelos recursos do FECOP. E, ainda, os municípios contemplados pelo FECOP se diferenciam dos demais por apresentarem maior evolução do desempenho. Assim como no modelo gestão, a dimensão econômica dos municípios cearenses apresenta menor probabilidade de estes serem contemplados com recursos do FECOP.

(38)

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(40)

APÊNDICE I  

 

Mensuração da Pobreza: Índices Convencionais

A operacionalização do conceito de pobreza exige a utilização de um indicador que possa identificar, em geral, são mais utilizados a renda monetária e o consumo. A partir daí, a questão principal passa a ser determinar um nível de renda, abaixo do qual um indivíduo será considerado pobre, o que caracterizará a chamada linha de pobreza. É importante que o indicador escolhido esteja vinculado ao custo de atender necessidades básicas das pessoas, de acordo com a região geográfica em que vivem.

Para medir o grau de pobreza de determinada sociedade, os índices de incidência de pobreza e insuficiência de renda, ou defasagem de renda, têm sido amplamente utilizados. Define-se a incidência de pobreza (H) pela razão entre o número de pobres q e a população total N, de forma que se tem:

N q

H =

Diante disso, verifica-se que 0 ≤ H ≤ 1 e que H é um indicador de incidência ou extensão da pobreza na população; Entretanto, essa medida é insensível a variações na intensidade da pobreza, uma vez que o valor de H não é afetado se a renda do indivíduo for reduzida.

Definindo Z como a linha de pobreza de forma exógena, yi o nível de renda da i-ésima pessoa e gi como a defasagem de renda do indivíduo i, tem-se:

i

i Z y

g = −

Com isso, tem-se que o índice de defasagem de renda T é dado por:

( )

1

m Z q g T

q

i

i = −

=

(41)

onde m é a renda dos pobres. Normalizando esta equação, T pode ser expresso em percentuais da seguinte forma:

Z m Z qZ

T

I = = −

Nestes termos, o índice de insuficiência de renda pode ser interpretado como a porcentagem da renda média dos indivíduos que ficam aquém do nível de pobreza Z e ainda que 0 ≤ I ≤ 1. I será igual a um somente na situação extrema em que todos os indivíduos têm renda igual a zero.

Essas medidas apresentam defeitos e qualidades complementares, ou seja, H é insensível à intensidade da pobreza de cada indivíduo e I é insensível ao número de pobres. Sendo assim, uma idéia factível seria a utilização do produto HI como medida de pobreza, a qual é definida como índice de insuficiência de renda e 0 ≤ HI ≤ 1. Agora, o valor de HI é afetado tanto pela extensão da pobreza, que é mensurada pelo número de pobres, como pela intensidade da pobreza; no entanto, HI não é afetado por uma redistribuição da renda entre os pobresAlguns autores, porém, passaram a criticar tais índices, elaborando novos indicadores que serão abordados nas próximas seções.

Índice de Pobreza de Sen

Considere um vetor de rendas y=(y1,y2,...,yN) e suponha que < < ... < . Seja S(x) o conjunto de pessoas de uma determinada comunidade com N indivíduos e com renda não superior a y. Se Z for à linha de pobreza, então, S(Z) é um conjunto formado apenas por pessoas pobres. Diante disso, Sen (1976) propôs uma medida agregativa de pobreza, designada por P, definida como uma soma ponderada e normalizada de defasagens individuais de renda gi que pertence ao conjunto S(Z). Desta forma, tem-se que:

1

y y2 yN

=

= q

i i iv Z y

g y Z A P

1

) , ( )

,

( ,

sendo A(Z, y) um parâmetro que depende da normalização escolhida e vi(Z, y) é um peso não-negativo na defasagem de renda gi do indivíduo i.

(42)

Considere uma população com n pessoas cujas rendas yi se encontram em ordem crescente, ou seja, < < ... < . Existem K pessoas pobres, isto é, K pessoas possuem rendimentos inferiores à linha de pobreza Z. Analisando uma família de índices de pobreza, Foster, Greer e Thorkbecke (1984) chegaram à seguinte expressão:

1

y y2 yN

=

= K

i

i

x Z

nZ 1

) ( 1 )

α α

ϕ com α≥ 0

Quando α = 0, essa medida é igual à proporção de pobres H, e quando α = 1, essa medida é igual a HI. O índice de Foster, Greer e Thorkbecke é obtido quando α = 2, ou seja:

=

= K

i

i

x Z

nZ 1

2

2 ( )

1 ) (α

ϕ

(43)

APÊNDICE II

Tabela 8 Municípios contemplados com pelo menos um programa de Educação custeado pelo FECOP Municípios

Aiuaba Chaval Ipaporanga Ocara Santana do Cariri

Alcântaras Choro Irauçuba Parambu Tarrafas

Amontada Cruz Itarema Pereiro Tejuçuoca

Antonina do Norte Farias Brito Itatira Potengi Umirim Arneiróz Fortaleza Jaguaretama Potiretama Uruoca Assaré Graça Jardim Quiterianópoles

Cariré Granja Massapê Reriutaba

Caririaçu Granjeiro Moraújo Saboeiro

Cariús Hidrolândia Morrinhos Salitre

Imagem

Tabela 1 Total de arrecadação do FECOP – 2004/2006 (em R$)
Tabela 2 Divisão dos recursos do FECOP por Secretária – 2004/2006 (em R$)
Tabela 3 Composição dos ISG e do ISD
Tabela 4 Resultado do Modelo Gestão
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Referências

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