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A EVOLUÇÃO DA CAVALARIA PARAQUEDISTA: UM ESTUDO ANALÍTICO DA EVOLUÇÃO DO 1º ESQUADRÃO DE CAVALARIA PARAQUEDISTA DA SUA

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ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS

CAP CAV VINICIUS MARASCHIN GRIZOTTI

A EVOLUÇÃO DA CAVALARIA PARAQUEDISTA: UM ESTUDO ANALÍTICO DA EVOLUÇÃO DO 1º ESQUADRÃO DE CAVALARIA PARAQUEDISTA DA SUA

CRIAÇÃO ATÉ OS DIAS ATUAIS

Rio de Janeiro

2019

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ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS

CAP CAV VINICIUS MARASCHIN GRIZOTTI

A EVOLUÇÃO DA CAVALARIA PARAQUEDISTA: UM ESTUDO ANALÍTICO DA EVOLUÇÃO DO 1º ESQUADRÃO DE CAVALARIA PARAQUEDISTA DA SUA

CRIAÇÃO ATÉ OS DIAS ATUAIS

Rio de Janeiro 2019

Trabalho acadêmico apresentado à

Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais,

como requisito para a especialização

em Ciências Militares com ênfase em

Gestão Operacional.

(3)

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO DECEx - DESMil

ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS (EsAO/1919)

DIVISÃO DE ENSINO / SEÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO FOLHA DE APROVAÇÃO

Autor: Cap Cav VINÍCIUS MARASCHIN GRIZOTTI

Título: A EVOLUÇÃO DA CAVALARIA PARAQUEDISTA: UM ESTUDO ANALÍTICO DA EVOLUÇÃO DO 1º ESQUADRÃO DE CAVALARIA PARAQUEDISTA DA SUA CRIAÇÃO ATÉ OS DIAS ATUAIS

Trabalho Acadêmico, apresentado à Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, como requisito parcial para a obtenção da especialização em Ciências Militares, pós-graduação universitária lato sensu.

BANCA EXAMINADORA

Membro Menção Atribuída

_____________________________________

LEONARDO FAULHABER MARTINS - TC Cmt Curso e Presidente da Comissão

__________________________________

DANILO CARDOSO NOGUEIRA - Maj 1º Membro

_____________________________________

HÉLIO RAMOS DE OLIVEIRA NETO - Cap 2º Membro e Orientador

_________________________________________

VINÍCIUS MARASCHIN GRIZOTTI – Cap Aluno

APROVADO EM ___________/__________/__________CONCEITO: _______

(4)

A EVOLUÇÃO DA CAVALARIA PARAQUEDISTA:

UM ESTUDO ANALÍTICO DA EVOLUÇÃO DO 1º ESQUADRÃO DE CAVALARIA PARAQUEDISTA DA SUA CRIAÇÃO ATÉ OS DIAS ATUAIS

Vinícius Maraschin Grizotti

*

Hélio Ramos de Oliveira Neto

**

RESUMO

O presente trabalho visa apresentar o histórico do 1º Esquadrão de Cavalaria Paraquedista, OM única do Exército Brasileiro, desde sua criação até os dias atuais. Fazendo uma comparação da evolução apresentada de sua criação até atualmente, abordando aspectos como adaptações sofridas nas constituições do Esquadrão como um todo, tanto de pessoal, quanto de material e até estrutural.

Foram questionados ex-integrantes do quartel a fim de entender a percepção da tropa sobre as mudanças sofridas com o passar dos anos. O artigo tem a intenção também de apresentar uma deficiência desta OM no que tange sua doutrina que possui, como base doutrinária, as Instruções Provisórias muito antigas, de 1994, se comparadas a evolução que já ocorreu na sua forma de preparo e emprego. Como conclusão, são apresentadas a capacidade de se adaptar conforme as exigências conforme as demandas apresentadas e a urgente necessidade de atualização doutrinária.

Palavras-chave: Esquadrão. Paraquedista. Histórico. Evolução. Doutrina.

ABSTRACT

This paper aims to present the history of the 1st Parachute Cavalry Squadron, the only OM of the Brazilian Army, from its creation to the present day. Making a comparison of the presented evolution of its creation until today, approaching aspects like adaptations suffered in the constitutions of the Squadron as a whole, personal, material and even structural. Former members of the barracks were questioned in order to understand the perception of the troops about the changes suffered over the years. The article also intends to present a deficiency of this OM regarding its doctrine that has, as a doctrinal basis, the very old Provisional Instructions of 1994, compared to the evolution that has already occurred in its preparation and use. In conclusion, we present the ability to adapt to the requirements as the demands presented and the urgent need for doctrinal updating..

Keywords: Squad. Skydiver. Historic. Evolution. Doctrine.

*

Capitão da Arma de Cavalaria. Bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em 2009.

**

Capitão da Arma de Cavalaria. Bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas

Negras (AMAN) em 2006. Pós-graduado em Ciências Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de

Oficiais (EsAO) em 2017.

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1 INTRODUÇÃO

Historicamente, o primeiro registro da atividade paraquedista surgiu no inicio dos anos 1300, com acrobatas chineses que lançavam-se de grandes alturas, valendo-se de equipamento cuja função era suavizar a queda, lembrando um grande guarda-chuvas.

O primeiro salto de paraquedas foi executado por Louis-Sébastien Lenormand, também criador da palavra parachute do grego para - (contra), do francês chute - (queda). Após efetuar repetidos saltos, em 1783, Leonard aperfeiçoa o projeto, sendo o mesmo protagonista de um salto emblemático, frente aos olhos de uma multidão no alto da torre do observatório Montpellier, juntamente com Joseph Mongolfie. Se antes o projetil se limitava a dois guarda-chuvas modificados, dessa vez, o paraquedas ganha 14 pés de diâmetro e uma estrutura feita em

madeira.

Em 1785, agora sem a armação fixa, o paraquedas ganha formas em tecido de seda pela mente inovadora de Jean Pierre Blanchard.

A 2000 pés em meio ao céu parisiense, Andre-Jacques Garnerin salta, sendo este salto o primeiro de muitos outros, escrevendo assim, definitivamente, seu nome na historia como o primeiro paraquedista do mundo.

Tomas Baldwin, capitão americano, em 1887, percebendo a forte necessidade de substituir os cestos usados até aquele momento, por conta da sua clara falta de praticidade, idealiza equipamento capaz de se ajustar ao corpo do paraquedista. Caracterizando um grande avanço do paraquedismo.

Já em 1901, o paraquedas dorsal que se fecha dentro do invólucro, como é utilizado atualmente pelos pilotos de aeronaves militares, fora idealizado por Charles Broadwick.

Até hoje não se sabe ao certo quem foi o primeiro homem a saltar de um avião. Grant Norton saltou munido de um paraquedas de seda, enquanto o capitão Albert Berry utilizou um paraquedas de 36 pés acondicionado em uma caixa de metal, mantido embaixo da fuselagem.

A tropa de elite do Exército Brasileiro, a Brigada de Infantária Paraquedista, teve como seu ano de criação 1945 e origem na Escola de Paraquedista.

O primeiro paraquedista militar brasileiro, Capitão Roberto de Pessôa,

concluiu, em 1944, em Fort Benning, nos Estados Unidos (EUA), o curso de

paraquedista. Também, em solo americano, outros 46 paraquedistas militares do

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Exército foram brevetados entre os anos 1945 e 1948. Sendo destacados como pioneiros da tropa paraquedista.

O Coronel Nestor Penha Brasil, em 26 de dezembro de 1945, foi nomeado o primeiro Comandante da recém criada Escola de Paraquedistas.

Os primeiros saltos do país foram dados entre os anos de 1946 e 1947, a bordo da aeronave C-47.

A Escola de Paraquedista, em 1952, foi renomeada para Núcleo de Divisão Aeroterrestre, em seguida, em 1968, transformada em Brigada Aeroterrestre. Já, em 1971, teve sua denominação alterada para Brigada Paraquedista. Por fim, em 1985, foi batizada com seu nome atual, Brigada de Infantaria Paraquedista.

O 1º Esquadrão de Cavalaria Pára-quedista teve sua criação na Portaria nº 074-EME, de 21 de dezembro de 1981, desde então se localizando na Vila Militar - RJ, mudando apenas de instalação para melhor adequação da Organização Militar (OM). Sua criação foi um marco na evolução da Brigada de Infantaria Pára-quedista.

A localização do 1º Esqd C Pqdt, no Rio de Janeiro, justifica-se pela localização das Bases da Força Aérea Brasileira (FAB), que hospedam esquadrões de transporte e, consequentemente, fornecem a mobilidade estratégica à brigada, bem como viabilizam o adestramento necessário à manutenção da capacidade operativa de realizar salto de paraquedas. As Bases Aéreas do Rio de Janeiro, em particular a Base Aérea dos Afonsos, servem de local de embarque em aeronaves da FAB para fazer o deslocamento estratégico para alguma área de operações remota, bem como servir de local de embarque para adestramento de salto da tropa em aeronaves mobilizadas para tal fim. A OM localiza-se junto ao berço do paraquedismo militar no Brasil. Encontra-se na mesma sede do Comando da Bda Inf Pqdt, próxima dos meios aéreos que permitem o deslocamento estratégico para qualquer ponto do território nacional em curto espaço de tempo, além de facilitar o adestramento. O 1º Esqd C Pqdt possui a denominação histórica Esquadrão Cel Osíris, conforme aprovado pela Portaria Nº 033 de 18 de janeiro de 2018, do Comandante do Exército Brasileiro. (Base Doutrinária 1º Esqd C Pqdt, 2019VICENTE, 2009, p. 54).

Desde sua criação os centauros alados, como são chamados quem serve no

Esquadrão, sendo tropa de elite do Exército Brasileiro foram empregados, ao longo

dos anos, em diversas missões, tais como: Missões de Paz da ONU, em diversas

regiões do mundo; participou ativamente na pacificação do Complexo Penha e do

Alemão; da segurança dos V Jogos Mundiais Militares; da Conferência Rio +20; da

segurança das eleições; da segurança da Copa das Confederações em 2013; da

Jornada Mundial da Juventude; Pacificação do Complexo da Maré; na segurança da

Copa do Mundo; na segurança das Olimpíadas do Rio 2016, entre outras diversas

missões, ficando evidente a flexibilidade desta tropa em se adaptar conforme a

necessidade da pátria.

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Levando em consideração a constante adequação desta OM à realidade do emprego do Exército Brasileiro no contexto da defesa da pátria e nas operações GLO, este estudo visa apresentar essas mudanças que ficaram evidentes desde sua criação até os dias atuais.

1.1 PROBLEMA

Como ficou nítido na introdução, o 1º Esquadrão de Cavalaria Paraquedista se destaca por ser uma OM que tem relação íntima com a flexibilidade. Pois com o passar do tempo teve que se adaptar por inúmeras vezes à realidade de emprego da Brigada de Infantaria Paraquedista, do Exército Brasileiro e da nossa nação.

Originalmente foi criada com a intenção de ser vocacionada, prioritariamente, para a a defesa da pátria, com o passar dos anos teve que se adequar e, com isso, se remodelou algumas vezes para atender os anseios da nação chegando até sua configuração atual, sendo vocacionada para missões de guerra e não guerra.

Após expor isto, fica evidente o seguinte problema:

Como foi a evolução sofrida pelo 1º Esquadrão de Cavalaria Paraquedista ao longo dos anos, para se adequar às necessidades do Exército Brasileiro?

1.2 OBJETIVOS

O principal objetivo do trabalho é apresentar as transformações sofridas pelo 1º Esquadrão de Cavalaria Paraquedista desde sua criação até os dias atuais, a fim de se adequar à necessidade do Exército Brasileiro.

Para que seja possível atingir o objetivo geral do estudo, deve-se buscar os seguintes objetivos específicos, descritos abaixo:

a) Apresentar a mudança organizacional sofrida;

b) Apresentar as adaptações doutrinárias;

c) Identificar as transformações estruturais, de pessoal e de material; e

d) Compreender como estas adaptações impactaram os militares que serviram nos diferentes períodos na OM alvo do estudo.

1.3 JUSTIFICATIVAS E CONTRIBUIÇÕES

O 1º Esqd C Pqdt sendo a única unidade de Cavalaria Paraquedista do

Exército Brasileiro (EB), possui características que a destacam e diferenciam das

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4

demais. Sabendo que a constante transformação do ambiente operacional que traz consigo alterações gradativas no tipo e forma de emprego da tropa envolvida Isto provocando instabilidades, tornando os conflitos com características cada vez mais diferentes do passado, com novas formas de atuar e novos atores.

A doutrina militar terrestre passou por profundas e radicais modificações nas últimas três décadas do século XX, alterando quase que completamente as feições do campo de batalha tradicional, adaptando-se à natureza dos conflitos, às possibilidades tecnológicas do presente e libertando-se de velhos dogmas. Este grande avanço doutrinário baseou-se nas experiências de combate obtidas nos conflitos Árabe-Israelenses, no Vietnã e no Golfo Pérsico, que se caracterizaram pelo intenso uso de equipamentos de sofisticada tecnologia, armamentos de elevada letalidade e precisão e pela ampla utilização do espectro eletromagnético.

(…)

Desde as suas origens, a Cavalaria tem passado por inúmeras modificações, adaptando-se aos avanços tecnológicos da humanidade e às modificações da Arte da Guerra. Esta influência da tecnologia sobre a Arma pode ser avaliada pela gama de meios de combate utilizados desde a antigüidade: plataformas, carros de guerra, elefantes, cavalos, carros blindados, carros de combate, motocicletas e, em alguns exércitos, helicópteros. Estes meios condicionaram a sua doutrina de emprego e as suas possibilidades operacionais e limitações (DA CRUZ, 2015).

Esta pesquisa pretende apresentar as modificações sofridas com o passar do tempo por esta Unidade, mostrando o grau de flexibilidade exigido pela mesma para que conseguisse atender a real necessidade que lhe é imposta.

Pretende ainda apresentar como a IP 2- 33 (Instruções Provisórias do Esquadrão Paraquedista), que é a única base doutrinária utilizada pelo EB para este tipo de tropa está em desacordo com a realidade atual, por ser do ano de 1994, ficando parada no tempo, sendo Urgente uma confecção de uma nova Instrução Provisória ou, se possível, um Manual.

2 METODOLOGIA

O trabalho será feito através de leitura analítica e fichamento das fontes, questionários, argumentação e discussão de resultados.

Quanto à forma de abordagem do problema, o método a ser utilizado será de pesquisa quantitativa.

Quanto ao objetivo geral, foi empregada a modalidade exploratória, tendo em

vista o pouco conhecimento disponível, notadamente escrito, acerca do tema, o que

exigiu uma familiarização inicial, materializada pelos questionários e com minha

vivência profissional sobre o assunto.

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2.1 REVISÃO DE LITERATURA

A revisão de literatura foi iniciada por uma leitura analítica da Instrução Provisória (IP) do Esquadrão de Cavalaria Paraquedista de 1994 e da Base Doutrinária do 1º Esquadrão de Cavalaria Paraquedista, atualmente em vigor. A fim de estabelecer uma cronologia da evolução do Esquadrão, sabendo que a IP se tratava de uma doutrina embrionária de emprego e a Base Doutrinária já se estabelece como emprego mais atual e mais real.

Após a leitura inicial foram executadas pesquisas nas bases de dados eletrônicas, utilizando as palavras-chaves: Esquadrão, Paraquedista, Cavalaria, História da Cavalaria Paraquedista e Emprego do Esquadrão Paraquedista, a fim de encontrar conteúdos que pudessem auxiliar na busca pela evolução apresentada pelo Esquadrão. Neste ponto foi encontrada a maior dificuldade, pois ficaram muito escassas as fontes de consulta, por se tratar de uma Unidade muito pequena e muito exclusiva, ainda assim foram utilizados os materiais encontrados e foram buscadas as referências bibliográficas a fim de dar maior credibilidade a pesquisa.

a. Critério de inclusão:

- Estudos publicados em português, que abordassem sobre o 1º Esquadrão de Cavalaria Paraquedista;

- Trabalhos de Escolas Militares (EsAO) que abordem o emprego do 1º Esquadrão de Cavalaria Paraquedista; e

- Publicações sobre Brigada de Infantaria Paraquedista (Bda Inf Pqdt).

b. Critério de exclusão:

- Estudos estrangeiros;

- Publicações que abordassem aspectos sobre a Bda Inf Pqdt, mas não citasse em nenhum momento o 1º Esqd C Pqdt; e

- Estudos que não fossem sobre a Cavalaria Paraquedista.

2.2 COLETA DE DADOS

Na sequência do aprofundamento teórico a respeito do assunto, o delineamento da pesquisa contemplou a coleta de dados pelos seguinte meio:

questionário.

2.2.1 Questionário

Como forma de conseguir maior fonte de dados para a pesquisa foi

confeccionado um questionário e distribuído a ex-integrantes do 1º Esquadrão de

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Cavalaria Paraquedista. O público alvo foram militares de diferentes postos/

graduações, a fim de conseguir buscar visões em diferentes níveis hierárquicos. Nos selecionados para responder o questionário foram incluídos desde militares que estavam presentes na fundação da OM até os dias atuais, de modo a conseguir traçar de forma mais eficaz uma boa cronologia da evolução. Foram distribuídos 25 questionários, obtendo resposta de 19 militares constituindo a base da pesquisa. O questionário teve a intenção de análise da evolução desde a mudança de efetivo, armamento e viatura, até os aspectos relativos a doutrina, como forma de emprego da Cavalaria nas operações paraquedistas.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 ORIGEM DO 1º ESQUADRÃO DE CAVALARIA PARAQUEDISTA E CONSTITUIÇÃO ORIGINAL

Conforme já foi abordado anteriormente, o 1º Esqd C Pqdt teve sua criação na necessidade de aumentar a capacidade operacional da Bda Inf Pqdt em 1981.

No começo ocupou uma barraca de 10 praças a retaguarda do QG da Brigada.

FIGURA 1 – Primeiro comandante e primeiro recruta Fonte: Cavalo de Aço, 2012

Já em 1982 mudou-se para a antiga Escola de Paraquedista, atualmente Centro de Instrução Pára-quedista General Penha Brasil (CIPqdt GPB). Somente em 1993 ocupou suas atuais instalações. Conforme descrito abaixo:

O 1º Esquadrão de Cavalaria Pára-quedista (1º Esqd C Pqdt) foi criado em

21 de dezembro de 1981, como subunidade motorizada (prevista sua

mecanização) da Brigada de Infantaria Pára-quedista. Tem por missão

desenvolver ações de segurança, reconhecimento, observação e

acompanhamento de movimentos inimigos, prover ações de combate de

retardamento de unidades oponentes, e cobertura ao retraimento de

unidades amigas. Inicialmente foi comandando pelo Cap Cav Celso Carlos

Antunes, em sua primeira fase, sua operação iniciou-se em uma barraca de

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dez praças, situada atrás do Quartel General da Brigada. A 26 de janeiro de 1982, o 1º Esqd C Pqdt foi aquartelado em novas instalações, no terceiro andar da antiga Escola de Pára-quedistas, denominação do Centro de Instrução Pára-quedista General Penha Brasil (CIPqdt GPB). Teve então início a elaboração doutrinária, estruturando seu procedimento de emprego.

Nesta época sua missão era a de conquista e manutenção da cabeça de Ponte Aeroterrestre, ou Zona de Salto (ZS). Hoje, tal missão é desenvolvida pela Companhia de Precursores Pára-quedistas, cabendo ao 1º Esqd C Pqdt ações de segurança, na fase de ocupação da ZS e, posteriormente, no desenvolvimento de operações da Bda Inf Pqdt as missões anteriormente discriminadas. Em 26 de setembro de 1984, mudou-se para instalações anteriormente ocupadas pelo Destacamento de Forças Especiais. Tal aquartelamento situava-se nas proximidades da Torre de Manutenção de Pára-quedas, na Escola de Pára-quedistas. A partir do 2º semestre de 1984, foram iniciados testes operacionais com viaturas para mobilidade do esquadrão. Tais testes obtiveram sucesso, consistindo do planejamento e projeto de sistemas de suporte e plataformas, para lançamento das viaturas por pára-quedas, bem como alcançando a redução de impacto de choque desta viaturas com o solo, evitando danos às mesmas e permitindo sua imediata ação em combate. Os lançamentos contaram com motocicletas e viaturas blindadas (mecanizadas) de reconhecimento EE-3 Jararaca de projeto e fabricação nacional, pela Engesa, além de viaturas motorizadas leves. A mecanização do 1º Esqd C Pqdt foi prejudicada pela inviabilidade de adoção de um blindado leve mecanizado, inicialmente devido à falência da Engesa, excluindo a possibilidade de adoção do EE-3, e atualmente devido aos sucessivos cortes orçamentários impostos ao Ministério de Defesa. No dia 13 de abril de 1993, o 1º Esqd C Pqdt mudou-se para as suas atuais instalações, antes ocupadas pelo 20º Batalhão Logístico Paraquedista, na Colina Longa. Com maior disponibilidade de espaço foi executada a criação criação do 2º Pelotão de Cavalaria Pára-quedista, e logo após do 3º Pelotão de Cavalaria Pára-quedista. (Wikipedia)

Logo após a ocupação de suas atuais instalações, foi confeccionada, em 1994, sua Instrução Provisória que serviria como base doutrinária para emprego.

3.2 EVOLUÇÃO NA CONSTITUIÇÃO DA OM

Como as IP que serviram inicialmente de base doutrinária foram feitas em 1994 e

com a constante evolução da forma de emprego da Bda Inf Pqdt e de todo EB. É

nítido que o 1º Esqd C Pqdt teve que passar por diversas mudanças no passar do

tempo, isto atribuído , também, ao ineditismo do emprego da Cavalaria neste tipo de

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tropa. Abaixo observa-se essa mudança no que tange a organização. O primeiro organograma (Figura 2) trata a respeito de como foi concebida a idéia da divisão da OM em pelotões e o segundo organograma (Figura 3) já é a divisão atual.

Figura 2 - 1º organograma do Esquadrão Fonte: IP2-33

Figura 3 - Organograma atual do Esquadrão

Fonte: Base doutrinária prevista

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Ao analisar os dois organogramas poderia a percepção de que a mudança, num aspecto mais macro, do Esquadrão foi pequena. E realmente foi, pouco mudou na divisão por pelotões, as mudanças se firmaram mais nas nomenclaturas e pouco nas atribuições.

Porém ao se inserir no contexto da distribuição dos pelotões, seus armamentos de dotação e suas viaturas pode-se perceber que não era o mais adequado para o emprego numa tropa de Cavalaria Paraquedista, tendo que ser modificado.

Figura 4: 1º Organograma do Pel C Pqdt Fonte: IP 2-33

Figura 5: Organograma atual Pel C Pqdt

Fonte: (DE LIMA, 2017)

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Na figura que representa o antes verifica-se a falta de conhecimento da singularidade desta OM, partindo do princípio que seu emprego seria o mesmo dos outros Esquadrões isolados, corroborando com esta narrativa tem este trecho das IP a respeito do emprego:

1-3 EMPREGO DO Esqd C Pqdt

a. De uma forma geral, o emprego do Esqd C Pqdt, uma vez atingida a área do objetivo, isto é, após o seu desembarque por lançamento ou aterragem, e a consequente reorganização no solo, é semelhante ao emprego do Esqd C Meu orgânico da Bda C Bld, Bda Inf Mtz e Bda Inf Bld. (IP 2-33)

Atualmente, este tipo de emprego não seria possível, pois ao analisar a figura que representa o atual, observa-se que o organograma teve que ser todo readequado.

Fica ainda mais perceptível a distorção do que é exposto nas IP com a realidade, quando se analisa as viaturas (Vtr) que deveriam compor o Esquadrão e a composição real, ideal. Por ser tomado como base um Esqd C Mec, as Vtr eram inadequadas. Pois se tratavam de viaturas que iam requerer uma cauda logística muito grande para serem lançadas. Abaixo é apresentado como era a idéia de distribuição das Vtr e como realmente é

a. Antes a divisão era:

- Seção de Cmdo (Não mencionado, acredita-se ser VTL tipo LINCE );

- Grupo de Exploradores (4 VTL Rec, usualmente Vtr tipo LINCE) ; - Seção VBR (2 VBR, Cascavel);

- GC de Fzo (2 VBTP, Urutu); e

- Peça de apoio (VBE, Urutu adaptado para morteiro) b.Divisão atual:

- Seção de Cmdo (1 VTL, tipo LINCE);

- 2 Grupos de Exploradores ( 2 VTL tipo LINCE e 4 motos, por grupo);

- Seção MAC (3 VTL); e

- Peça de apoio (1 VTL adaptada)

Com essa nova distribuição torna-se possível, caso necessário, empregar

com maior facilidade e agilidade a Cavalaria Paraquedista em qualquer lugar do

território nacional. Ao ser pesado os prós e os contras o saldo dessa mudança é

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muito positivo, pois se enquadrou melhor na forma de emprego da tropa paraquedista.

3.3 PERCEPÇÃO DOS EX-INTEGRANTES

O questionário realizado para o estudo verificou os seguintes dados:

Gráfico 1- Postos e graduações Fonte: O autor

Por esse gráfico acima pode-se perceber que o público que respondeu ao questionário é composto por militares de diferentes círculos hierárquicos.

Gráfico 2: Distribuição nos anos de serviço Fonte: O autor

Fica evidente nessa outra figura que foram militares das mais diferentes épocas, desde sua criação até os dias atuais.

Entre as diversas respostas as questões o que mais se tornou evidente foi o

orgulho em terem feito parte da história da Cavalaria Paraquedista e as dificuldades

enfrentadas com o passar do tempo. Dificuldades estas expressas pelos dados

abaixo:

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Gráfico 3: Pesquisa sobre armamento, viatura e pessoal Fonte: O autor

Observa-se que o maior problema na opinião da maior parte foi com relação a quantidade de Vtr que não era o mais adequado.

O questionário foi de vital importância, pois auxiliou na confirmação das dificuldades que o Esquadrão apresenta que perdura desde sua criação até atualmente.

3.4 1º ESQUADRÃO DE CAVALARIA PARAQUEDISTA ATUALMENTE

Atualmente o Esquadrão encontra-se numa situação de constante crescente, seus quadros encontram-se mais motivados e satisfeitos, assim como seu nível operacional está maior.

Suas instalações tiveram uma melhora significativa. Quem vivenciou a criação e hoje vai visitá-lo não consegue mensurar em palavras o sentimento que vive ao constatar essa imensa evolução.

Figura 6: Frente atual do 1º Esqd C Pqdt

Fonte: http://www.paraquedista.eb.mil.br/oms/60-organizações-militares/109-1-esqd-cav-pqdt.html

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Figura 7: Tropa aprestada

Fonte: http://www.paraquedista.eb.mil.br/oms/60-organizações-militares/109-1-esqd-cav-pqdt.html

De uma barraca de 10 praças no fundo da Bda Inf Pqdt, como mostrado anteriormente, até os dias atuais, como retratado nas fotos acima. O 1º Esqd C Pqdt cada dia mais evoluindo e renovando a certeza de que não importa quando, nem como e nem onde a nação precisar a Cavalaria sempre estará pronta para defender as cores da nossa pátria amada, até mesmo com o sacrifício da própria vida.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o presente estudo pode-se considerar que houve uma crescente tanto no quadro motivacional dos integrantes quanto no material. Fato este que não foi acompanhado pela doutrina vigente.

A doutrina está muito defasada por ser uma IP de 1994 e empregar o Esquadrão Paraquedista como uma tropa Mecanizada. Com a evolução do emprego do Exército Brasileiro, mais especificamente da Bda Inf Pqdt, não há possibilidade de operação nos moldes apresentados.

Na revisão de literatura foi possível observar como é singular o emprego de uma tropa de Cavalaria nas operações paraquedistas e, com isso, ficou muito dificultado encontrar fontes de consulta sobre o tema proposto. E o material regulatório encontra-se ultrapassado.

Se não fosse experiência pessoal e contribuição de ex-militares que serviram

na OM seria impossível ter uma real noção das possibilidades e limitações para o

emprego da Cavalaria Paraquedista.

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Dessa forma, fica constatado, que é vital que seja atualizado as IP do Esquadrão Paraquedista ou que seja confeccionado nova IP ou, melhor ainda, um manual, que seja de acesso, mesmo que restrito, aos militares. Porque não tendo este novo documento, fica-se muito retido a experiências de ex-militares e pouco se evolui doutrinariamente.

As possibilidades de uma tropa de Cavalaria Paraquedista são imensas e precisam, urgentemente, serem atualizadas para que possa ser aproveitadas plenamente.

Conclui-se, portanto, que é inegável que o 1º Esquadrão de Cavalaria

Paraquedista encontra-se em constante evolução para atender as demandas do

Exército Brasileiro e da nação, porém necessita-se que seja atualizada suas IP para

que sirva como base doutrinária, tanto para a preparação da tropa que compõe seus

quadros quanto para conhecimento de todos militares.

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REFERÊNCIAS

1º Esquadrão de Cavalaria Paraquedista. WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida:

Wikimedia Foundation . Disponível em: <https://pt . wikipedia . org/wiki/

1.º_Esquadrão_de_Cavalaria_Paraquedista>. Acesso em: 10 Abr. 2019

1º Esquadrão de Cavalaria Paraquedista. Site da Brigada de Infantaria Paraquedista. Disponível em: <http://www.paraquedista.eb.mil.br/oms/60- organizações-militares/109-1-esqd-cav-pqdt.html>. Acesso em: 08 Abr. 2019

BRASIL. Estado Maior do Exército. IP 2-33: Esquadrão de Cavalaria Paraquedista. 1. ed. Brasília, DF, 1994.

BRASIL. Exército. Base doutrinária prevista: 1º Esquadrão de Cavalaria Paraquedista. 2019

DA CRUZ, Eric Carlos Corrêa. Aspectos relativos ao emprego não dissolvido do Esqd C Pqdt em Op GLO. 2015. 3 f. Síntese de emprego de OM Pqdt em GLO – 1o Esquadrão de Cavalaria Páraquedista, Rio de Janeiro, 2015.

DE LIMA, Leandro Fonseca. Emprego de motocicletas: possibilidades e limitações na utilização destas viaturas no 1º Esquadrão de Cavalaria Paraquedista durante a Operação São Francisco. 2017. 64 f. Trabalho Conclusão de Curso (TCC) – Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, EsAO, Rio de Janeiro, 2017.

MOREIRA, Átila Ebenézer. Cavalos de Aço, Motociclistas Militares, 25 Jul 2012Rio de janeiro. Disponível em: <http://motocicletasmilitares.blogspot.com>

Acesso em: 19 maio 2016

Referências

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